• Nenhum resultado encontrado

Alea vol.8 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Alea vol.8 número2"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

179

ALEA VOLUME 8 NÚMERO 2 JULHO – DEZEMBRO 2006

Editorial

O tema corpo e memória vem despertando o interesse de pes-quisadores da área de letras como matéria de reflexão de um processo de escritura que busca compreender o texto como depositário tanto de marcas pessoais quanto de marcas tem-porais. A seleção que fizemos parece assentar-se sobre esses dois eixos, como veremos a seguir.

Abrimos este número 2 do volume 8 da revista Alea: Estudos Neolatinos com dois artigos de cunho teórico. O primeiro, do sociólogo francês Michel Maffesoli, observa que, no mundo pós-moderno, as práticas comunitárias não respondem mais a princípios políticos como dantes, mas se baseiam, sobretudo, em marcas “corporais” que caracterizam os grupamentos humanos e o espaço de suas histórias pessoais. O texto do filósofo Jean-Jacques Wunenburger enfoca as relações de subjetividade do corpo, salientando o movimento constante de passagem entre um corpo real acessível ao olhar e à ciência, e um corpo virtual feito de sonhos e fantasias.

Seguem-se ensaios analíticos centrados em obras literá-rias ou plásticas, como o que aborda, em Lettres portugaises, o surgimento de uma nova subjetividade no Ocidente. “Signos do corpo” se volta para o estudo que faz Roland Barthes da obra de Bernard Réquichot, salientando o friccionamento do corpo do artista no corpo do texto. Voltando-se para a litera-tura quebequense, o texto seguinte acentua o caráter da busca identitária em Le nez qui voque, de Réjean Ducharme, como um corpo bastardo que se instala no continente americano. Tomando por base narrativas do escritor argentino Rodolfo Enrique Fogwill, o ensaio “Memória em desconstrução: da ditadura à pós-ditadura” trata de uma temática extremamente atual, ao construir com corpo e memória o testemunho dos horrores na história recente da Argentina. E, para fechar esse leque de abordagens, uma reflexão sobre os estudos que se debruçaram sobre Memórias do cárcere,deGraciliano Ramos, em que corpo e memória já trazem à baila questões que ainda nos fascinam.

(2)

180 ALEA VOLUME 8 NÚMERO 2 JULHO – DEZEMBRO 2006

desdobramentos do conteúdo quanto do aspecto do enfoque teórico, uma vez que as obras, enquanto corpus, continuam vivas, a solicitar o nosso olhar e a aguçar nossa memória.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

8- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. Sempre quisera viajar como um bando de andorinhas. No

Neste tipo de situações, os valores da propriedade cuisine da classe Restaurant deixam de ser apenas “valores” sem semântica a apresentar (possivelmente) numa caixa

Estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo. A injeção de concreto é feita pela haste

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

O emprego de um estimador robusto em variável que apresente valores discrepantes produz resultados adequados à avaliação e medição da variabilidade espacial de atributos de uma

Para o controle da salivação, gosto muito de usar metáforas, como pedir para o paciente imaginar um ralo dentro de sua boca, por onde a saliva escorre, ou uma torneirinha que vai