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O Conto de Fadas como estratégia para o ensino da Língua Inglesa para crianças de 5 a 7 anos

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Academic year: 2021

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O Conto de Fadas como estratégia para o ensino da Língua Inglesa para crianças de 5 a 7 anos

The fairy tale as a strategy for the teaching of the English Language to children from 5 to 7 years old

Elisa De Cesare Kolya

Centro de Comunicação e Letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua Piauí, 143 – 01241-001 – São Paulo – SP

elisakolya@gmail.com

Resumo. Esta pesquisa consiste em propor o uso dos contos de fadas como estratégia para o ensino da Língua Inglesa para crianças entre 5 e 7 anos, concentrando-se, principalmente, em escolas específicas de língua estrangeira. Após uma breve análise do ensino da Língua Inglesa em escolas regulares e específicas, pretende-se, ainda, identificar e julgar se as metodologias utilizadas nestas escolas é realmente parte de um processo efetivo no ensino/aprendizagem da Língua Inglesa e qual a importância da inserção do lúdico no método desse processo de ensino/aprendizagem. O enfoque desta pesquisa é basicamente o que os contos de fadas e o lúdico podem despertar na criança de forma a atuarem como facilitadores na aquisição e produção das linguagens.

Palavras-Chave: Língua 1. Conto 2. Método 3.

Abstract. This research is to propose the use of fairy tales, as a strategy for the teaching of English to children from 5 to 7 years, focusing mainly in specific schools of foreign language. After a brief review of the teaching of English in regular and specific schools,we also aim at identifying and evaluating whether the methodologies used by those really are part of an effective process in the teaching/learning of the English Language and how important is the inclusion of the playful in the this teaching/learning process. The focus of this research is basically what the fairy tales and the fun can awake in the child in order to serve as facilitators in the acquisition and production of language.

Keywords: Language 1. Short Story 2. Method 3.

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1. Introdução

É importante entender a diferença entre Língua Estrangeira e Segunda Língua:

“o contexto de aprendizagem de uma segunda língua é aquele em que a língua usada na sala de aula está prontamente disponível... fora da sala de aula” (SILVA, 1997, p. 11).

Neste contexto, os alunos têm contato direto com a língua-alvo fora da sala de aula e precisam dela para aprender e também para viver. Já o “contexto de aprendizagem de uma língua estrangeira é aquele em que os alunos não têm os contextos prontos para comunicação além da sala de aula” (ALZIRA, 1997, p. 12). Isso significa que os únicos momentos em que os alunos têm contato com a Língua Estrangeira ocorrem somente em sala de aula, pois esta Língua Estrangeira não é usada como “veículo de comunicação diária” e, portanto não faz parte do cotidiano das crianças.

O contar estórias enquanto gênero contos de fadas já existente em Língua Materna – neste caso a Língua Portuguesa, ajuda na aquisição e na construção de conhecimentos em Língua Estrangeira. Para isso, as estórias devem ser transmitidas aos alunos na língua estrangeira que está sendo aprendida por eles, o Inglês.

Através do uso dos contos de fadas, as crianças entram em contato com todos os processos de produção de textos dos quais participam, estabelecendo contato com a Língua Estrangeira. Estes processos envolvem todas as habilidades da língua (o ouvir, o falar, o ler e, o escrever) que levam as crianças a construir conhecimentos lingüísticos ao longo das diferentes situações de produção de texto.

O uso concomitante dos contos de fadas e das atividades lúdicas é ainda mais eficaz no processo de ensino/aprendizagem, pois estes propiciam às crianças justamente as situações reais que elas necessitam para que a aprendizagem ocorra. A história, nesse caso, serve como situação simulativa, como dinâmica de situação real. E o jogo ajuda a criança a fixar o conteúdo a ser trabalhado de uma forma natural.

O ensino de Língua Estrangeira pode e deve ser acrescido de materiais, como os contos de fadas e as atividades lúdicas, que propiciem maior facilidade na aprendizagem, que propiciem também motivação, autoconfiança, prazer e o maior número de situações comunicativas possíveis para que o aluno adquira o conhecimento de uma forma agradável e natural, preparando-se assim para enfrentar naturalmente situações existentes no mundo sejam elas por meio de produção textual em língua materna, sejam em Língua Estrangeira.

2. Metodologia do Ensino de Línguas Estrangeiras

Muitas vezes, o que acontece em sala de aula de uma língua estrangeira é que os exercícios para fixação do conteúdo são basicamente versão e tradução desse idioma para a língua materna e vice versa. Quando isso acontece, o ensino/aprendizagem da língua estrangeira em questão não consegue achar um espaço real para ser bem desenvolvido.

Partindo desses diferentes aspectos e diferentes enfoques na língua estrangeira, foram criados diferentes métodos de ensino. Cada escola utiliza uma abordagem ou incorpora até mais de uma dessas abordagens em sua metodologia.

2.1 Principais métodos de ensino de Línguas Estrangeiras

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Esses métodos são técnicas de ensino muito valiosas que levam em consideração as particularidades de seus alunos: coordenação motora; habilidades já trabalhadas na escola; desenvolvimento da fala, da escrita e da leitura; e, também, as particularidades de cada idade e capacidade que em determinada idade a criança pode ou não desenvolver.

Segundo RIVERS é importante lembrar que todos os métodos utilizados no ensino/aprendizagem da língua estrangeira possuem objetivos em comum: “desenvolver a capacidade intelectual do aluno através do estudo da língua estrangeira, aumentar a cultura pessoal do aluno através do estudo de textos literários e filosóficos, já que estes constituem a chave para a cultura; ampliar a compreensão do aluno a respeito do funcionamento de sua própria língua, ensinar o aluno a ler com compreensão a língua estrangeira, de modo que ele possa acompanhar a evolução do conhecimento humano, estar a par da leitura, pesquisa e informações dos tempos modernos; levar o aluno a participar de um maior entendimento entre os povos ao cruzar as barreiras nacionais dando-lhe uma visão mais humana do modo de vida e do pensamento do povo cuja língua está aprendendo; dotar o aluno de habilidades que permitam comunicar-se oralmente e, até certo ponto, também na escrita, com os que falam outra língua e com os povos de outras nacionalidades que também dominam esse idioma” (RIVERS, 1975, p.

8).

2.1.1 Método de Gramática e Tradução

Vindo do ensino do Grego e do Latim que durante muitos séculos prevaleceu na Europa, esse método consiste basicamente em uma aula de gramática e tradução seguido de exercícios escritos baseados em alguns fatores cujos textos possuem um conteúdo intelectual maior que o grau de dificuldade lingüística ou de interesse que possa despertar nos alunos adolescentes. Segundo RIVERS (1975, p. 14) este tipo de método tem a finalidade de “inculcar o entendimento da gramática expressa em termos tradicionais e treinar o aluno a escrever corretamente, mediante uma prática regular em versões” .

2.1.2 O Método Direto

O método direto é um método ativo onde acredita-se que “os alunos aprendem a entender uma língua ouvindo-a intensamente e que aprendem a falar falando - associando fala com ação correspondente” (RIVERS, 1975, p. 16). O objetivo maior do método direto, que é composto por vários métodos orais e naturais, é desenvolver através de conversas, leituras e escritas, a capacidade de pensar; pensar na língua estrangeira sem necessidade de tradução para a língua materna.

2.1.3 O Método da Leitura

Método onde o aluno lê na língua estrangeira sem traduzir mas sim apreendendo diretamente o sentido do que se lê. No entanto, a facilidade na leitura da língua estrangeira seria possível a partir de treino da pronúncia correta da mesma língua estrangeira.

No método em questão, os alunos lêm em voz alta para auxiliar em sua compreensão

e também “ouvem” o texto mentalmente quando lêm algum texto em silêncio. A escrita

no caso, é limitada a alguns exercícios para fixar vocabulários e também estruturas

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essenciais à compreensão da língua estrangeira. O estudo de gramática não é muito complexo, pois o aluno deve apenas fazer um reconhecimento rápido de tempos e formas verbais, e de formas de negação.

2.1.4 O Método Audiolingual

O método Audiolingual surgiu a partir do método “audioral” que desenvolvia em primeiro lugar as habilidades de falar e ouvir, formando assim a base para desenvolver as habilidades da leitura e da escrita.

O método audiolingual visa ensinar “habilidades lingüísticas na ordem de ouvir, falar, ler e escrever" e se utiliza da linguagem oral de uso cotidiano, e até mesmo de pequenos diálogos formulados com expressões comuns desse uso cotidiano, para então, passar à formas de expressões literárias e dar mais atenção à leitura, e por fim, à escrita.No caso, os diálogos são memorizados oração por oração e antes desse processo de imitação•memorização os alunos escutam o mesmo diálogo, não importando se introduzido por um professor ou por algum recurso de áudio ( CDs, Fitas, etc.). O professor há de prestar atenção em repetições mecânicas que não indicam aprendizado.

Como afirma RIVERS (1975, p. 42) esse tipo de técnica possibilita aos audiolinguistas alcançar:“ótimos resultados na tarefa de fazer o aluno falar e entender a língua estrangeira desde os primeiros passos do aprendizado”.

2.1.5 Enfoque Audiovisual

Esse enfoque não é um método, é apenas uma técnica em que se usa algum auxílio visual no ensino da língua oral. O visual acompanha a linguagem auditiva mas esta técnica difere do método audiolingual.

Nesse tipo de técnica, a parte visual pode ser representada por gestos, ações e ilustrações, ou até mesmo objetos reais, para ajudar no entendimento do significado e do sentido do vocábulo da Língua Estrangeira. Esse tipo de associação entre imagem e voz (som) faz com que a língua materna não seja necessária no momento desse ensino/aprendizagem da Língua Estrangeira. Dessa forma, o aluno pode “pensar na língua estrangeira (...) sem recorrer à língua materna”.

3.O Ensino da Língua Inglesa nas Escolas Regulares e Específicas

3.1 Ensino e Aquisição da Língua Estrangeira em Escolas Regulares e Específicas As escolas regulares têm a Língua Inglesa como uma disciplina que compõe seu currículo junto às outras disciplinas obrigatórias.O ensino da Língua Inglesa é ainda muito básico nas escolas regulares. Nem todas as escolas adotam livros didáticos em todas as suas etapas de ensino da Língua Inglesa, e o que se tem como objetivo, na maioria das escolas, não é trazer a cultura dos países de Língua Inglesa como acontece na maioria das escolas específicas, e nem mesmo visa aprovações em exames internacionais com ou sem certificados. O objetivo é quase que unicamente tentar ensinar ao aluno o que será cobrado no vestibular.

Essa Escola Específica de idiomas é vista pela grande maioria dos alunos como

algo chato, pois este tem que ir quase que por imposição dos pais e da Escola Regular,

tentar aprimorar seu Inglês e solucionar problemas na aquisição dessa Língua

Estrangeira.

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Mas a Escola Específica por sua vez trabalhou para deixar de ser alvo apenas daqueles que buscam auxilio no aprendizado da Língua Estrangeira, e tornou-se, com a ajuda da crescente globalização, uma opção a mais de educação. Aprender um uma segunda língua é agora muito comum devido às exigências do mercado de trabalho.

As Escolas Específicas hoje oferecem muito mais que o conhecimento de gramática e vocabulário; além dos certificados internacionais e informações básicas sobre a língua, estas escolas buscam complementar seus currículos oferecendo conhecimento de cultura e história. Oferecem até mesmo atividades diversificadas e extracurriculares como eventos internos, festas típicas, aulas de teatro, coral, passeios com monitoria em Inglês, viagens ao exterior, etc.

Por fim, as Escolas Regulares particulares acabam por tentar introduzir em seus currículo atividades similares àquelas das Escolas Específicas, para atender às necessidades de seus consumidores: pais e alunos.

3.2 Levantamento de Problemas na Aprendizagem

Pode-se dizer que problemas na aprendizagem é um termo que descreve dificuldades em aprendizagens específicas. Por causa disso, as pessoas mostram dificuldades em aprender e até mesmo em utilizar certas competências. As competências que costumam ser alvo de problemas na aprendizagem são: a leitura, a escrita, saber escutar, falar e raciociar, e na matemática.Os problemas de aprendizagem podem variar em função das próprias pessoas e são resultados da forma como nosso cérebro e nossa mente processa as informações: as informações são processadas de um modo diferente. No entanto, aquelas crianças que possuem algum tipo de problema na aprendizagem podem aprender a superar suas dificuldades e progredir, em termos escolares, se tiverem o apoio adequado.

Os problemas na aprendizagem, na maioria dos casos, surgem quando a criança atinge a idade escolar. Isso acontece pois é na escola que estão concentrados praticamente todos os esforços que podem se transformar em coisas difíceis de se aprender: ler, escrever, escutar, falar, raciocinar, calcular, etc.

Na aquisição da língua, bem como em outros tipos de aprendizagem, devemos perceber como anda o desenvolvimento da criança que começa com o escutar, passando pela produção oral – que pode ser um fator que ajude muito a identificar problemas – e chegando à leitura e escrita. Os sinais de problemas na aprendizagem devem ser muito bem observados, isso porque o aprendizado da criança evolui muito rapidamente e fica mais fácil de ser identificado algum tipo de problema; por outro lado, devido a essa rapidez no desenvolvimento, pais e educadores devem estar atentos para não correr o risco de deixar passar alguma defasagem, pois mais à frente essa pequena defasagem pode se transformar em um problema de aprendizagem, e todo problema é mais fácil de ser trabalhado para chegar a uma solução quando detectado com antecedência.

No caso da língua, um problema na aquisição da língua materna é fator decisivo para

um aprendizado de língua estrangeira. Já que a base da estrutura de todas as línguas é a

mesma, se a criança possuir problemas na aquisição da língua materna possivelmente

este problema será identificado no processo de ensino/aprendizagem da língua

estrangeira.

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3.3. Estudo Comparativo do Ensino de Língua Inglesa nas Escolas Red Balloon e Escola Internacional

Enquanto a escola Internacional, uma escola regular, começa o ensino da Língua Inglesa com seus alunos dentro de uma sala de aula que possui aparelhos televisores, D.V.D, acesso à Internet, C.D, lousa e murais, os alunos da escola específica de línguas, Red Balloon, contam com uma sala de aula com lousa e aparelho de som.

Na Red Balloon a sala de aula é apenas um dos elementos que compões a escola: as salas de apoio são quase que os elementos mais importantes do ensino de Língua Estrangeira pois a criança precisa de constante estímulo e a troca de ambiente é fundamental para isso e para manter a atenção e concentração da criança e para desenvolver ainda mais a criatividade.

A alternativa que a Escola Internacional oferece é a sala de computação e a sala equipada com sofás, T.V., D.V.D e aparelho de som, onde as crianças podem assistir a algum filme/desenho num ambiente mais confortável que o da sala de aula.

Através das pesquisas realizadas com os professores da Red Balloon e das visitas tanto na escola regular bilíngüe, Escola Internacional, pudemos perceber com clareza que os alunos têm maior rendimento na escola na qual as atividades são mais diversificadas. Quando os alunos mudam de ambiente se cansam menos, demonstram maior interesse nas atividades, desempenham seu papel de indivíduo que constrói conhecimento de maneira divertida e com qualidade. Como conseqüência das salas de apoio do Red Balloon, temos o lúdico e a mudança de ambiente. Nestas salas a decoração é colorida, alegre, diferente da sala de aula e desperta na criança a fantasia.

4.O Ensino da Língua Inglesa através das Atividades Lúdico-pedagógicas: o Conto de Fadas

Segundo Noam Chomsky, talvez um dos mais conhecidos lingüistas da segunda metade do século XX, a língua é uma capacidade inata, ou seja, é algo com o qual nascemos; uma espécie de conjunto de regras sobre línguas que existe em nossas cabeças e que é por ele chamado de Gramática Universal. Essa Gramática Universal é a base sobre a qual todas as línguas são construídas.

Mesmo que as crianças não sejam expostas à uma linguagem correta do ponto de vista gramatical, estas conseguem entender esta exposição como uma espécie de estímulo para criar e desenvolver sua forma de comunicação nas línguas aqui evidenciadas: a língua materna – Português – e a língua estrangeira – Inglês – .

Isso acontece pelo fato de as crianças deduzirem regras a partir da língua que escutam por aí. Dessa maneira, a criança produz até mesmo frases que nunca escutara antes. A atenção das crianças não fica voltada somente para o repertório de frases ouvidas, mas sim para a gramática que gera uma infinidade de novas sentenças.

Então, se a criança for exposta a situações nas quais possa ter a possibilidade de

entrar em contato com diversas línguas, a abstração das “regras” gramaticais que a

criança observa ainda que inconscientemente torna-se natural. Portanto, é favorável, e

muito, que para um aprendizado sólido e mais natural desde os primeiros contatos com

a linguagem verbal a criança seja estimulada também na língua estrangeira e não

somente em sua língua materna.

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Esse estímulo nas várias línguas deve ocorre de forma natural e, portanto, deve estar presente nos momentos não só significativos para a criança, mas também naqueles momentos que sejam favoráveis ao aprendizado e que possibilitem interação entre a criança e o mundo.

4.1 Análise do Conto nos Âmbitos Pedagógico e Psicológico

A história da teoria do conto é algo tão antigo e tão remoto que até através de mil e uma páginas escritas o mistério dessa teoria do conto tentou ser desvendado.

Embora o início do contar estórias não possa ser localizado e seja apenas uma hipótese, o tempo em que se contava estória é tão distante e tão remoto, que não é marcado pela tradição escrita. Acredita-se que mesmo o modo do contar estória tenha tido fases de evolução. Os contos egípcios devem ser os mais antigos e são de aproximadamente 4.000 anos antes de cristo. A história da evolução do conto acompanha a história da evolução humana e sua cultura. Desde a Bíblia, passando por Ilíada e Odisséia até chegar nas Mil e uma noites no século X.

Como afirma BARROCAS (2007, apud QUELHAS, 2004, p.1), os contos de fadas surgiram no século XVII quando os franceses criaram o termo “conte de fée” que originou, em Inglês, o “fairy tale”. Inicialmente na Europa, os contos eram de tradição oral e buscavam elementos do mito, de tradições religiosas, de literatura antiga e de literatura medieval. Esses contos partem de elementos sincréticos e quando

desenvolvidos constituem uma narrativa.

Um elemento importante no conto é a relação entre emoções positivas e

negativas. A criança geralmente identifica-se com o herói ou com a heroína do conto. A criança se confronta com seu próprio eu e não com a moral que é pré-estabelecida.

Quando a criança pergunta, por exemplo, se o lobo é mau, o contador dessa história deve ter a sensibilidade e o conhecimento para responder da seguinte forma: “o que você acha?” e deixar que a criança tenha a liberdade de descobrir.

4.2 Aplicação do Método lúdico na escola Red Balloon

Na escola Red Balloon todo o vocabulário é introduzido às crianças a partir dos 3 anos de idade por meio de histórias. Cabe ao professor estudar tanto o vocabulário bem como a pronúncia e a história que será contada aos alunos. As histórias são em Português (língua materna) e também em Inglês (língua estrangeira); os idiomas são mesclados ao longo das narrativas.

O professor introduz o vocabulário por meio das histórias e com a revisão de cada parte da historia o professor dá a chance de os alunos ouvirem mais uma vez cada palavra com a pronúncia correta. Lembrando sempre, que para falar uma língua o primeiro passo é o reconhecimento auditivo e então a criança pode produzir oralmente.

Após esse processo a criança vai ler para finalmente produzir um texto.

Após a revisão da história, o professor solicita aos alunos a repetição, em grupo, do vocabulário central

1

. Após a repetição em grupo os alunos devem repetir tudo em grupos pequenos (meninos e meninas, por exemplo) para então reproduzirem

1 Vocabulário central é aquele cobrado pelo professor, pois ao longo da história os idiomas são

misturados para o melhor entendimento da criança. O Português e o Inglês caminham junto ao longo

da história.

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individualmente o vocabulário em questão. Cabe ao professor interromper quando necessário para corrigir erros de pronúncia e de entonação.

Após a reprodução oral, começam os jogos . Essas atividades são extremamente importantes, pois a criança fixa de uma forma mais sólida quando vivencia as situações.

Os jogos possibilitam aos alunos essa vivência, e com eles praticam vocabulário, músicas e rimas que são trabalhados em sala de aula. Mesmo com o uso de jogos e brincadeiras, as crianças cansam e se distraem facilmente.

Para manter o ritmo é necessário trocar de ambiente o tempo todo. Na escola Red Balloon, os alunos passam duas horas utilizando espaços físicos diferentes. Além da sala de aula, o professor (a) usa as salas de apoio que são fundamentais para o bom aproveitamento dos alunos inclusive nas atividades lúdicas.

4.3 O Reconto de acordo com o entendimento da criança

Assim como o contar estórias e o lúdico, o reconto é fundamental nesse tipo de aprendizagem. Já que ao contar uma estória o professor deixa que a imaginação dos alunos voe, ao recontar a estória o professor ajuda a criança a fixar ainda mais o vocabulário da Língua Estrangeira.

Quando a criança escuta pela primeira vez a estória, sua mente não pára um segundo sequer. Tanto é, que além da enorme curiosidade e do interesse, a criança lida com uma série de sentimentos e sensações. Estes são provocados não somente pela estória em si, mas também por conexões entre a estória e a vida real das crianças. Além de criar, acriança relembra de coisas pelas quais passou em sua vida e liga a realidade ao fantástico. Quando a criança está livre para recontar uma estória, muitas vezes adiciona ou subtrai detalhes criados por ela.

Quando o professor reconta a estória junto com as crianças, elas apontam para as figuras, estejam essas em livros ou não, imitam algum personagem, emitem sons, etc.

Quando a criança reconta, ao imitar as vozes dos personagens percebemos que o processo de apropriação das vozes da estória se inicia. Ao recontar a estória, a criança participa na construção do texto.

No recontar estória percebemos que as atividades interpessoal, aquela onde a criança precisa da ajuda do outro, e intrapessoal, na qual a criança executa atividade sonha, estão sempre alternadas. Outra particularidade do recontar é a repetição do que o outro diz. A repetição está relacionada com o processo de internalização da língua.

Através dessa repetição a criança se apropria da fala do outro e internaliza a atividade.

Embora às vezes a repetição da fala do outro seja feita por uma criança para confirmar o que se entendeu, “O continuar contando estória a partir da incorporação da fala do outro, de caráter interpessoal, origina processos de aprendizagem e desenvolvimento que se transformam em processos intrapessoais” (SILVA, 1997, p. 113).

Então, o processo de desenvolvimento das crianças pode ser: “constituído e transformado pelas interações, pelas contar partilhado, mediado pelo outro e pelos signos” (SILVA, 1997, p. 117).

Ao recontar a estória a criança está fixando vocabulário, exercitando sua

linguagem oral, sua memória e sua imaginação, bem como ampliando o processo de

internalização da língua e construindo relações com os outros indivíduos que estão à sua

volta e com o mundo. O reconto aqui, é muito mais que um aprendizado da Língua

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Inglesa: é a continuação do processo de ensino/aprendizagem das Línguas como um todo. E o reconto pode ser reinventado pela criança num desenho, numa dramatização, numa pintura ou mesmo numa única fala.

Por fim, estórias são carregadas de forte motivação. Através de comunicação multi-sensorial, as estórias ficam na memória do aluno fazendo com que este se lembre de palavras e frases na Língua Estrangeira mais rapidamente.

5. Referências bibliográficas

BETTELHEIM, Bruno; tradução de Arlene Caetano. A psicanálise dos contos de fadas.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. (Literatura e teoria literária, v. 24)

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COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003. 155 p.

(Série princípios).

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 1985.

RIVERS, Wilga Marie. A metodologia do ensino de línguas estrangeiras:

tradução de Hermínia S. Marchi. São Paulo: Pioneira, 1975.

SILVA, Alzira da. Era uma vez ... o conto de fadas no ensino/aprendizagem de

língua estrangeira:o gênero como instrumento – São Paulo: s.n. , 1997-

Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Referências

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