ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Circular nº 1 07 . 01. 2011
VINHA
DOENÇAS DO LENHO
(A luta contra estas doenças não é possível sem a aplicação de medidaspreventivas)
ESCA
Algumas videiras atacadas, mas que conservam ainda uma parte sã, podem ser recuperadas, através de uma poda adequada, procurando-se desta forma reconstituir a videira, mantendo-a em produção e atrasando o seu declínio definitivo.
ESCORIOSE
As varas destinadas a enxertia
devem ser colhidas em cepas
comprovadamente isentas de
escoriose. Devem ser eliminados sistemáticamente os cinco ou seis primeiros gomos da base da vara,
aproveitando para enxertia apenas as porções de vara daí para cima, pois esta doença afecta principalmente os gomos da base.
Os ataques de escoriose são
mais severos em Primaveras chuvosas,
agravando-se quando estas se sucedem a Invernos igualmente muito chuvosos.
Consulte as fichas técnicas nºs 55 e 70 (I Série)
PODRIDÃO DAS RAÍZES DA VIDEIRA
(ARMILLARIA)
Na preparação de terreno para plantação de novas vinhas, devem ser retirados cuidadosamente e queimados todos os restos de madeira e raízes provenientes de outras videiras, árvores ou matos anteriormente existentes no local.
Durante o Inverno, devem-se
arrancar as videiras atacadas pela podridão das raízes (Armillaria spp.) e retirar cuidadosamente todas as raízes da videira arrancada. A cova resultante do arranque deve ficar aberta até ao fim do Verão seguinte, o que pode ajudar à eliminação de restos do fungo causador da doença (Armillaria). Não devem plantar novas videiras no mesmo local, nem utilizar estacas de madeira não tratada. Não existe tratamento eficaz contra esta doença, pelo que todas as medidas para a evitar e controlar devem ser preventivas.
Consulte a ficha técnica nº 102 (I Série) ou 6 (II Série)
© R e p ro d u ç ã o s u je it a a a u to ri z a ç ã o Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho
Realização técnica:
J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola)
Apoio: João Heitor (Eng. Tec. Agr.)
Impressão e expedição:
C. Coutinho, L. Monteiro
DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA
Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt
Picnídeos da escoriose (pontinhos negros sobre área esbranquiçada na vara)
C. Coutinho
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DAS
DOENÇAS DO LENHO, NA VINHA,
DURANTE A PODA
Podar com tempo seco e sem vento.
Podar as videiras doentes em último lugar.
Desinfectar os instrumentos de poda com lixívia.
Evitar abrir feridas ou fazer cortes de grande
superfície nos ramos mais grossos.
Não fazer cortes rentes, cuja cicatrização
provoca a formação de “rolhões” para o interior do tronco, que dificultam a circulação da seiva.
Proteger as feridas da poda maiores, com
pincelagem de uma pasta fina fungicida, com unguentos de enxertia ou betume industrial.
Cortar, tanto quanto possível e queimar as varas
que apresentem sintomas de esca e de escoriose.
Não acumular lenha de poda nos arredores das
vinhas, deixando-os aí durante o Inverno, pois constituem importantes focos de infecção de doenças do lenho.
SCAPHOIDEUS TITANUS
(CIGARRINHA VECTORA DA
FLAVESCÊNCIA DOURADA DA
VINHA)
É obrigatório arrancar as videiras atacadas por esta doença, nos locais onde tenha sido detectada por análise laboratorial, tanto em vinhas em produção, como em viveiros de pés-mães.
COCHONILHA-ALGODÃO
Nas vinhas infestadas, deve proceder-se durante o Inverno a um tratamento localizado, utilizando um óleo mineral.
Durante a poda, retirar a casca das videiras onde se veja que existem posturas (protegidas sob massas de “algodão” branco) e cochonilhas abrigadas para passar o Inverno, deixando-as mais expostas ao frio e aos tratamentos fitossanitários.
Consulte a ficha técnica nº 9 (IISérie)
ARANHIÇO VERMELHO
Eliminar o mais
possível, durante a poda,
as varas com ovos de Inverno.
Consulte a ficha técnica nº 107 (ISérie)
NEMÁTODES DA VINHA
As espécies Xiphinema index e Xiphinema
italiae, que são transmissoras de vírus, podem
causar à Vinha elevados prejuízos. A sua detecção
no solo deve ser feita sempre antes da plantação das vinhas, por colheita de amostras de terra para análise nematológica. No caso da sua existência no solo, o tratamento precoce evitará posteriores prejuízos.
Consulte a ficha técnica nº 7 (II Série)
PREVENÇÃO DO EFEITO DE GEADAS
DE PRIMAVERA NA VINHA
Nos locais mais sujeitos a geadas, a poda da Vinha deve ser efectuada o mais tarde
possível. Atrasa-se, assim, o início da rebentação,
protegendo a maior parte da nascença de cachos de eventuais geadas tardias.
POMÓIDEAS
CANCRO EUROPEU DA MACIEIRA
Em pomares onde existam focos desta doença, os cortes maiores da poda de Inverno devem ser de imediato tratadas com uma pasta fungicida ou isoladas com outro produto. Depois da poda, é benéfico efectuar um tratamento à base de
cobre (hidróxido, oxicloreto ou sulfato),
sobretudo nas árvores ou nas áreas do pomar afectadas.
MONILIOSE
Durante a poda, devem-se eliminar frutos atacados pela moniliose mumificados, que ficam suspensos nas árvores. Estes frutos devem ser retirados do pomar e queimados junto com a lenha de poda, de modo a diminuir as possibilidades de disseminação da doença.
COCHONILHA DE S. JOSÉ
Nos pomares onde se verifique a presença desta praga, deve haver o cuidado de praticar uma poda que torne a copa das árvores, menos densa, sobretudo na sua parte superior, contrariando a formação de “chapéus”. Esta técnica facilita a penetração das caldas insecticidas e da luz, um melhor arejamento e impede o desenvolvimento de grandes populações de cochonilha de S. José.
Consulte a ficha técnica nº 10 (I Série)
PULGÃO LANÍGERO
Este afídeo passa o Inverno em forma de larva hibernante nos rebentos ladrões junto do colo das árvores, nas fendas da casca e nos tumores produzidos nos ramos e troncos pela sua acção picadora-sugadora.
Tumores provocados em tronco de macieira por grandes populações de pulgão lanígero.
Durante o Inverno, podem ser tomadas diversas medidas para reduzir as populações de
pulgão lanígero: ► corte e queima de rebentos
ladrões infestados e de ramos fortemente
infestados; ► suprimir os tumores, desinfectando
as feridas com uma pasta à base de cobre ►
aplicação de um óleo mineral sobre as árvores afectadas, procurando atingir bem as colónias de pulgão.
Na plantação de novos pomares, devem
usar-se porta-enxertos resistentes ( E.M. II, X,
XII, XIII M.M. 104, 106, 109, 111; M.I. 778, 779,
789, 793). Variedades resistentes ou pouco sensíveis são, por exemplo: Reineta cinzenta do Canadá, Golden delicious, Golden noble, Jonathan, … Pelo contrário, Reine des reinettes, Reineta do Canada, Belle de Baskoop, Starking, são muito atacadas por este afídeo.
Consulte a ficha técnica 51 (I Série)
BROCA DOS RAMOS (ZÊUZERA)
Em pomares de macieiras, pereiras,
nogueiras, oliveiras e outras espécies, incluindo plantas ornamentais como lilás, tília, etc., devem procurar-se as entradas das galerias das larvas e proceder à destruição da zeuzera com um arame grosso (de ramada), introduzido até ao fundo da galeria onde a larva se aloja. Na poda, procurar eliminar os ramos atacados com brocas activas. Recomenda-se especial atenção a pomares novos ou recém-plantados, nos quais os ataques de
zeuzera podem causar elevados prejuízos.
Consulte a ficha técnica 106 (I Série)
Larva de Zêuzera no interior da galeria que abre no ramo da árvore
RATOS NOS POMARES
Em solos com boa drenagem, localizados junto de cursos de água ou com abundância de água de rega, dá bons resultados fazer o
alagamento dos pomares infestados por ratos,
durante o Inverno, como meio de combater esta praga. O alagamento deve ser feito em períodos curtos (1 a 2 horas), de modo a não matar as árvores por asfixia das raízes.
O rato mais vulgar nos pomares é o rato toupeira
(Microtus sp.). (Cauda curta, cabeça pouco distinta do
corpo, olhos pequenos, orelhas curtas e ocultas na pelagem).
Para ser eficiente, o alagamento deve ser
repetido duas ou três vezes durante o Inverno. A
água invade e destrói as galerias e ninhos dos ratos e as reservas alimentares aí acumuladas, obrigando-os a abandonar os pomares e matando parte deles.
Pode fazer-se em macieiras, pereiras e laranjeiras. O alagamento também se pode fazer em pomares de pessegueiros, mas com água sempre corrente e de forma rápida, procurando conduzi-la para as entradas das galerias dos ratos. É preciso ter em conta que os pessegueiros asfixiam rapidamente quando alagados (em pouco menos de meia hora).
A manutenção do pomar com um
enrelvamento apenas na entre-linha e com a linha limpa de ervas, constitui uma protecção contra os ataques de ratos nos pomares.
NESPEREIRA DO JAPÃO
PEDRADO
Esta doença pode causar a perda total de produção das árvores atacadas. Com o Inverno a decorrer húmido e chuvoso, recomenda-se a realização de tratamentos com produtos à base de
cobre (hidróxido, oxicloreto ou sulfato), até à
fase inicial de desenvolvimento dos frutos. A seguir a esta fase e até à mudança de cor dos frutos do verde para amarelo, podem ser utilizados produtos à base de dodina (SYLLIT 400 SC, SYLLIT 65 WP,
DODIVAL), folpete (FOLTENE, FOLPAN 80 WDG,
FOLPETIS WG, AKOFOL 80 WDG, FOLPAN 50 WP AZUL, FOLPEC 50 AZUL, ORTHO PHALTAN, BELPRON F-50, FOLPEC 50, AKOFOL 50 WP, ORTHO PHALTAN, FOLPAN 500 SC) ou zirame (THIONIC WG, ZIDORA AG, ZICO).
PRUNÓIDEAS
CEREJEIRA
CANCRO BACTERIANO
Recomenda-se a aplicação, logo que os gomos comecem a inchar - o que já se nota nesta altura em algumas variedades - de uma calda contendo um produto à base de cobre (calda bordalesa). O tratamento deve atingir muito bem o tronco e os ramos das árvores. Lembramos que esta calda poderá ainda ter um efeito de protecção de geadas fracas.
ALGUMAS MEDIDAS PREVENTIVAS
► corrigir a acidez do solo, quando
necessário, aplicando calcário;
► fazer um controlo adequado das ervas
infestantes
► fazer apenas podas em verde, após a
colheita das cerejas, evitando as podas de Inverno;
► proteger as feridas de poda extensas ou
de quebra ou corte de ramos, com uma pasta fungicida.
PESSEGUEIRO
LEPRA DO PESSEGUEIRO
A lepra do pessegueiro é uma doença sempre presente nesta região. O seu combate, para ser eficaz, deve ser feito preventivamente e iniciado muito cedo.
A data de realização do primeiro tratamento, é muito importante e deve ser determinada pelo aparecimento das pontas verdes ou avermelhadas no centro das escamas dos gomos terminais (ver o quadro seguinte). Nessa altura deve ser aplicada uma calda à base de cobre, (de preferência uma calda bordalesa, dada a sua maior persistência).
No decorrer do desenvolvimento do
pessegueiro, os novos orgãos que se vão formando, terão de ser protegidos contra esta doença, sobretudo se o tempo decorrer frio e chuvoso. Essa nova protecção deve ser feita com fungicidas orgânicos, dado que o cobre é fitotóxico para a vegetação do pessegueiro.
Mais tarde, durante a vegetação, devem ser utilizados produtos à base de: dodina, enxofre,
metirame, tirame ou zirame.
OLIVEIRA
OLHO DE PAVÃO
Recomenda-se o tratamento durante o Inverno contra esta doença, que pode provocar uma desfoliação grave das oliveiras, com um produto à base de cobre (hidróxido, óxido
cuproso, oxicloreto) ou de difenoconazol e tebuconazol. Na Primavera deve ser aplicado zirame.
TUBERCULOSE DA OLIVEIRA
(Pseudomonas savastanoi)
Medidas preventivas durante o Inverno:
► Remover os nódulos, retirando os ramos que os
suportam
► Desinfectar as feridas de poda e de cortes com
uma pasta (250 gr sulfato de cobre + 250 gr de cal e 3 litros de água)
►Iniciar a poda nas árvores sãs e desinfectar as
ferramentas de poda com lixívia
► Queimar a lenha de poda.
Tumores provocados pela tuberculose da oliveira em raminhos novos (esquerda) e tronco(direita)
CITRINOS
MÍLDIO OU AGUADO
Efectuar durante o Inverno, (sobretudo se
ocorrerem períodos chuvosos prolongados),
tratamentos contra o míldio, aplicando uma calda bordalesa.
Nos locais sujeitos a geadas, esta calda pode ter um efeito protector contra o frio, se for
alcalina, ou seja se contiver uma dose reforçada
de cal (por exemplo, 1,5 kg de sulfato de cobre + 2 kg de cal). Deve haver o cuidado de atingir com a calda toda a copa da árvore e dar atenção especial à parte inferior da copa. Pode também ser usada outra calda à base de cobre, nas formas de
oxicloreto ou hidróxido e ainda especialidades à
base de fosetil-alumínio (ALIETTE Flash, ETYLIT Premier, FOSBEL 80 PM, ALFIL). O fosetil de alumínio combate também a gomose.
GOMOSE PARASITÁRIA DOS
CITRINOS
Trata-se de uma doença provocada por diversas espécies do fungo Phytophthora muito comuns nos solos da região, sendo as espécies
mais comuns Phytophthora parasitica e
Phytophthora citrophthora, que provocam o declínio
progressivo das árvores.
Laranjeira gravemente atingida pela gomose parasitária, com parte dos ramos já secos
Sintomas mais característicos:
► a casca do tronco junto ao colo da árvore
seca e destaca-se em placas;
► são visíveis, por vezes, escorrimentos de
goma acastanhada (seiva);
► amarelecimento progressivo da
folhagem;
► os ramos vão secando aos poucos, por
secções, até à morte da árvore.
Como medidas preventivas, recomenda-se
afastar do colo do tronco das árvores as águas,
quer de rega, no Verão, quer as águas que correm pelos laranjais durante o Inverno.
Aconselha-se também a limpeza das ervas junto do colo das árvores e evitar a manutenção de ramos e folhagem até ao solo (que dificultam o arejamento do tronco e permitem a permanência da humidade em seu redor). No fundo, para reduzir a possibilidade de ataques de Phytophtora, devem ser tomadas todas as medidas que ajudem a manter seca a zona do colo e o próprio tronco da árvore.
Em tratamento de árvores atingidas pela doença, pode ser utilizado sulfato de cobre ou
fosetil-alumínio.
► a utilização de porta-enxertos tolerantes ao vírus,
em novas plantações (por exemplo, Poncirus trifoliata);
► não utilizar a laranjeira azeda como porta-enxerto,
pois é extremamente sensível ao vírus da tristeza
► vigiar e combater o piolho negro nas árvores em
que apareça.
ELIMINAÇÃO DE LENHAS DE PODA
Toda a lenha resultante das operações de poda e arranque de árvores e videiras, deve ser retirada do terreno e queimada o mais breve possível. Se a lenha se destinar a consumo doméstico, deve ser armazenada em lugar seco, abrigado da chuva, para impedir que os esporos dos fungos (botrytis, esca, escoriose, cancro da macieira, chumbo, etc.) se libertem na natureza, infectando árvores e videiras sãs. Em vinhas, pomares e olivais onde seja usual proceder à trituração e incorporação da lenha da poda no solo, deve ser previamente retirada e queimada toda a lenha proveniente de plantas afectadas pelas doenças do lenho e das raízes atrás referidas.
CONTROLO DE INFESTANTES
Durante o Inverno, é vantajoso manter o solo coberto com vegetação. A presença de ervas nas vinhas e pomares durante o Inverno, em nada prejudica as videiras e as árvores, quando estas estão em pleno repouso vegetativo. Uma parte das infestantes é destruída pela geada, durante o Inverno.
A presença de ervas infestantes contribui para a protecção do solo da erosão e para a melhoria da sua permeabilidade e da sua estrutura. Além disso, os nitratos existentes no solo são
absorvidos pelas infestantes e assim
temporariamente imobilizados, em vez de serem
arrastados para as águas superficiais e
subterrâneas, poluindo-as.
Enfim, a vida microbiana do solo é favorecida pela actividade das raízes das ervas espontâneas e pela matéria orgânica que a decomposição destas plantas proporciona.
No entanto, nos pomares, deve manter-se a linha limpa de ervas, para evitar possíveis ataques de ratos nas raízes e podridões do colo das árvores.
Nº DE HORAS DE TEMPERATURA
< 7
0C - 2010/2011 (HORAS DE FRIO)
Nas fruteiras de folha caduca, para que os gomos e botões iniciem o abrolhamento, é necessário que tenha ocorrido um determinado período de tempo, expresso em horas, em que a temperatura fosse inferior a 7ºC.
Esse somatório de horas com temperaturas baixas é designado por necessidades de frio. As necessidades de frio das fruteiras são muito diferentes, variando de espécie para espécie e mesmo dentro da mesma espécie, de variedade para variedade. Refira-se, por exemplo, que no grupo das prunóideas (fruteiras que dão fruto com caroço), as menos exigentes em frio são as amendoeiras e os damasqueiros, enquanto que as mais exigentes são as cerejeiras e as ameixeiras europeias. Dentro das pomóideas (fruteiras que dão frutos com pevides), por exemplo, nas macieiras existe uma grande diferença nas necessidades em frio, de variedade para variedade. Variedades menos exigentes (600 - 750 horas), são, por exemplo, Mutsu, Mc Intotosh e variedades muito exigentes (1000 - 1300 horas), são, por exemplo, Rome Beauty e Bravo de Esmolfe.
Das actinídeas, uma das variedades mais exigentes em horas de frio, cerca de 1000 horas, é a Hayward.
Em invernos amenos, os fruticultores recorrem com frequência a vários produtos químicos, que aplicados no mês de Janeiro, podem substituir a falta de frio, proporcionando às fruteiras, um abrolhamento mais precoce e uma floração mais abundante e uniforme, originando frutos com maior calibre.
Alguns desses químicos são agressivos para o ambiente e podem mesmo ser perigosos para o homem quando haja contacto directo com o produto (contaminação).
Em anos, como o corrente, em que se preveja uma acumulação de frio que garanta uma boa produção, é de toda a vantagem evitar a utilização de substitutos químicos.
HORAS DE FRIO
(NOVEMBRO/DEZEMBRO/2010)
(1) faltam dadosBATATEIRA
NEMÁTODES DA BATATEIRA
Os nemátodes da batateira mais observados na Região e que mais danos provocam são os nemátodes de quisto Globodera rostochiensis e
Globodera pallida, vulgarmente chamados
“Nemátode Dourado da Batateira”.
Quando as infestações são elevadas, estes nemátodes podem ter consequências graves sobre a produção, com elevadas perdas.
Durante o período vegetativo, podem observar-se nas plantações áreas mais ou menos circulares, em que as batateiras não se desenvolvem e acabam por secar.
Como os sintomas provocados na cultura, não são específicos deste nemátodes, devem ser feitas colheitas de terra para análise, durante o período em que a cultura não está instalada,
para detecção deste nemátode no solo e adoptar as medidas de controlo mais adequadas.
MEDIDAS PREVENTIVAS
utilizar batata de semente certificada;
a utilização de variedades resistentes permite
impedir a multiplicação das populações e obter rendimentos da cultura;
aumentar as rotações sem solanáceas
(tomateiro, pimenteiro);
não espalhar terra contaminada, tendo em
atenção o transporte de terra entre as parcelas contaminadas e as sãs – no calçado, nos rodados dos tractores e nas alfaias agrícolas;
cultivar os campos contaminados em último
lugar;
lavar alfaias agrícolas e calçado, ao passar de
uns terrenos a outros, sobretudo se houver terrenos contaminados confirmados;
eliminar as infestantes da família das
solanáceas, como a Erva-moira, que são
hospedeiros do nemátode dourado da batateira;
em pequenas parcelas e estufas pode-se aplicar,
como meio de luta directa contra os nemátodes, a
solarização do solo, meio natural, não químico e
não poluente. Consiste em cobrir o solo,
previamente mobilizado e cuidadosamente
regularizado, com um filme plástico transparente, bem esticado e preso nas pontas, no período de maior calor do Verão. As altas temperaturas concentradas sob a cobertura de plástico destroem nemátodes, fungos e outros organismos nocivos.
não se aplicam meios de luta química.
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Produtos fitofarmacêuticos indicados nesta circular, de
acordo com dados disponíveis no sítio web
www.dgadr.min-agricultura.pt... Local Novem-bro Dezem- bro Soma Nov+Dez ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS MANUAIS
(TERMOHIGRÓGRAFO) S. Martinho de Mouros - Resende 228 405 633 Ermelo – Mondim de Basto 193 404 597 Sobrado – Castelo de Paiva 311 245 556 ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS AUTOMÁTICAS ADDCON Amares 166 236 402 Arcozêlo – Ponte de Lima 180 275 455 Santa Marinha do Zezere -Baião 164 347 511 S. Miguel da Carreira - Barcelos 148 244 392
EPA Fermil – Molares - Celorico de Basto 217 352 569 Cepões – P. de Lima 189 279 468 Correlã – P. de Lima 182 276 458 Paçô- Arcos de Valdevez 209 294 503 Giela– A. de Valdevez 213 300 513 S. Torcato-Guimarães 219 270 489 Vilar do Torno e Alentém- Lousada 245 319 564 Penso - Melgaço 200 358 558 Prado - Melgaço 180 319 499 Atei – Mondim de Basto 243 344 587 Paderne - Melgaço 196 361 557 Pinheiros - Monção (1) (1) (1) Perre – Viana do Castelo (1) (1) (1) Oleiros- Ponte da Barca 186 283 469 S. Cosme e S.Damião – A. de Valdevez 207 291 498
Roriz – Santo Tirso 184 274 458 Vairão – Vila do Conde 127 239 (1) 366 Ganfei - Valença 183 288 471 ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS AUTOMÁTICAS CAMPBELL Apúlia - Esposende 116 222 338 S. Cristóvão de Nogueira- Cinfães 114 (1) (1) Gatão - Amarante 204 313 517 Troviscoso - Monção 185 156 (1) 341 Vila Boa de Quires -
Marco de Canaveses 208 306 514 EPAMAC - Rosem – M. de Canaveses 189 316 505 S. João de Fontoura - Resende 180 360 540
EPA de Santo Tirso 167 252 419
CASTANHEIRO
DOENÇA DA TINTA DO
CASTANHEIRO
(Phytophthora spp.)
Doença muito grave, que leva à morte dos castanheiros.
O inóculo da doença da tinta existe em grande abundância nos solos da Região de Entre Douro e Minho. Por outro lado, estes solos, quase sempre de natiureza ácida, são favoráveis ao desenvolvimento dos fungos causadores da doença.
Como medida preventiva mais eficaz, aponta-se a utilização de porta-enxertos tolerantes
a Phytophthora, em novas plantação de
castanheiros.
OUTRAS MEDIDAS PREVENTIVAS
não fazer novas plantações expostas a Sul
não plantar castanheiros em solos sujeitos a
encharcamento ou com má drenagem
efectuar análises do solo e corrigir a acidez
para valores entre 5 e 5,5 pH, aplicando calcáreo
nas plantações novas, aplicar estrume bem
curtido
na plantação de novos soutos, efectuar uma
boa preparação do terreno – surriba, ripagem, lavoura profunda – para que as raízes possam ter um bom desenvolvimento
efectuar adubações de fósforo e potássio
evitar a mobilização do solo; no caso de
mobilização, utilizar uma grade de discos
regar os castanheiros novos, para favorecer
um bom desenvolvimento das raízes.
Fazem-se também tratamentos paliativos, que podem atrasar este desfecho. Deve-se aplicar
oxicloreto de cobre de Janeiro a fim de Março, se
possível em período de chuva, aplicando 1 a 4 litros desta calda à volta do tronco num raio de 1 m e no tronco até 1 metro de altura. Repetir o tratamento durante pelo menos 5 anos e repetir a série de 5 tratamentos anuais, passados 5 a 10 anos.
Aplicar fosetil-alumínio em soutos, na Primavera, de preferência antes da floração, pulverizando até ao escorrimento. Se necessário repetir a intervalos de 1 mês.
Em viveiros, aplicar fosetil-alumínio em 3 a 4 tratamentos a intervalos de 2 semanas desde o estado 4-6 folhas definitivas (Maio - Junho).
O fosetil-alumínio só deve ser aplicado até finais de Junho.
Consulte a Ficha Técnica nº 90 (I Série)
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Sintoma característico da doença da tinta do castanheiro é a permanência de alguns ouriços no castanheiro durante o Inverno (árvore do lado direito)