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Aula 26. Administração Geral e Pública para PPGG/DF. Empreendedorismo governamental e Participação. Prof. Marcelo Soares

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Aula 26

Empreendedorismo governamental e Participação

Administração Geral e Pública para PPGG/DF

(2)

Sumário

SUMÁRIO ...2

EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL ... 3

INTRODUÇÃO... 3

REINVENTANDO O GOVERNO ... 4

AS PRÁTICAS PARA UMA CULTURA EMPREENDEDORA SEGUNDO O GAO ... 9

CONSELHOS DE GESTÃO ... 10

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO ... 11

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR ... 14

LISTA DE QUESTÕES... 32

GABARITO ... 41

RESUMO DIRECIONADO ... 42

REFERÊNCIAS ... 44

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Empreendedorismo governamental

Introdução

O empreendedorismo governamental é um tema ainda muito recente dentro da Administração pública.

Existem pouquíssimos livros que tratam especificamente sobre esse tema, sendo que o principal referencial teórico do assunto é o livro “Reinventando o Governo” de David Osborne e Ted Gaebler. Antes de falarmos sobre esse livro vamos construir uma visão geral do assunto.

Empreendedorismo pode ser compreendido como a capacidade de aproveitar oportunidades, imaginar, desenvolver e realizar visões de forma criativa e assumindo riscos calculados (Paludo, 2010).

O empreendedorismo está presente tanto no setor público quando no setor privado. Dentro do setor público poder afirmar que o empreendedorismo governamental se trata, na verdade, de uma decorrência da administração pública gerencial. E, dessa forma, a gestão pública empreendedora é pautada nos pressupostos da administração pública gerencial. E o que significa isso? Significa que a gestão pública empreendedora segue os mesmos princípios e valores:

▪ Tem foco em resultados (e não em meios),

▪ Defende uma postura proativa, inovadora e criativa.

▪ Defende a descentralização das atividades

▪ Foco no cidadão

▪ Transparência, ética, desburocratização

▪ Fomento à competitividade

▪ Accountability (Dever de prestar contas + transparência)

Perceba que é tudo aquilo que já estudamos dentro do modelo gerencial. Entender que a gestão pública empreendedora incorpora os princípios gerenciais é o suficiente para resolver mais de 80% das questões desse assunto. Vejamos um exemplo:

CESPE – TRE/ES – 2011) Em uma visão empreendedora da gestão pública, que se pauta em pressupostos da administração pública gerencial, os resultados da ação do Estado são considerados bons se os processos administrativos estão sob controle e são seguros.

RESOLUÇÃO:

Acabamos de conversar que a gestão pública empreendedora incorpora os princípios gerenciais. Recorde que dentro do modelo gerencial temos um controle voltado para os resultados e não para os meios (processos), assim, dentro da gestão empreendedora os resultados da ação do Estado serão positivos caso atendam os interesses da população (resultado). Transcende-se (supera-se), dessa forma, o foco no controle de meios que é típico do modelo burocrático.

Gabarito: Errado

Outro ponto importante e que pode ser contra intuitivo é que empreender, dentro do contexto da gestão pública não significa defender um Estado intervencionista, que por conta própria fornece bens e

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agentes privados (principalmente do terceiro setor) para a prestação de serviços públicos. Defende-se, nesse sentido, um Estado mais voltado para a regulação e que atua diretamente na economia apenas excepcionalmente (de forma seletiva, conforme já definido pelo CESPE).

CESPE – SENADO – 2002) A noção de empreendedorismo público denota uma postura estratégica proativa de organizações públicas e do próprio Estado como um empreendedor seletivo.

RESOLUÇÃO:

Exatamente. O empreendedorismo governamental baseia-se em uma postura estratégica proativa das organizações públicas. Isso, contudo, não significa defender um Estado intervencionista. Pelo contrário, dentro do empreendedorismo governamental almeja-se construir parcerias entre governo e sociedade para a prestação dos serviços públicos.

Gabarito: Certo

O governo empreendedor adota uma gestão moderna, isto é, uma gestão coordenada, compartilhada e descentralizada. Baseia-se no trabalho em equipe sendo a pró-atividade e a iniciativa incentivadas com vistas à criação de valor para os usuários dos serviços e para a própria gestão. Procura unir valores como orientação para a missão e para os objetivos com formas modernas de administrar focadas no cliente-cidadão e nos resultados, além de apregoar a motivação dos servidores mediante incentivos. (Paludo,2010)

Uma preocupação típica do governo empreendedor é com a geração de receitas. Almeja-se transformar o tanto quanto possível as funções estatais em fontes de receita em vez de pesos sobre o orçamento e para tanto despreza as alternativas convencionais que se limitam a oferecer serviços básicos para trabalhar em parceria com o setor privado na criação de operações geradoras de recursos. Imagine ter serviços público de altíssima qualidade sem ter que desembolsar um alta carga tributária. Maravilha, né?

Agora vamos estudar os princípios descritos no livro “Reinventando Governo”, que é a principal referência desse assunto.

Reinventando o governo

Os Estados Unidos sempre foi um país conhecido pela excelência da gestão de negócios e pelas técnicas revolucionárias da administração privada. Era de se esperar que esse histórico de influenciasse também na forma de gerir a Administração. De fato, isso acabou acontecendo, mas não com o sucesso esperado.

No início da década 1980 temos dois marcos importantes para o surgimento do gerencialismo norte- americano: a edição do livro In search of excellence: lessons from American’s best (Em busca da excelência:

lições dos melhores da América) e a eleição de Ronald Reagan, cujo programa de governo demonstrava uma forma inclinação para o gerencialismo puro (ênfase no cortes de custos e aumento da eficiência).

O cenário parecia perfeito: um referencial teórico robusto associado ao interesse político de implantar um novo modelo de gestão pública. Não funcionou. Os autores são unânimes em apontar o fracasso reaganiano na implantação do modelo gerencial. Segundo Abrucio (1997), dentre os fatores para esse insucesso temos a alta descentralização do poder político que existe nos Estados Unidos (o interesse do governo federal não era suficiente para a implantação do modelo) e a cultura administrativa do setor público americano.

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O fato é que o movimento gerencial ganhou força nos Estados Unidos apenas anos mais tarde com a publicação do livro “Reinventando o Governo” de David Osborne e Ted Gaebler e por meio do programa de

“Revisão do Desempenho Nacional” (National Performance Review) implantado durante o governo do Presidente Clinton. Para entender a proposta dessa “reinvenção” é interessante que conheça a ideia que permeia o livro:

“Nosso problema fundamental é o fato de termos o tipo inadequado de governo. Não necessitamos de mais ou menos governo: precisamos de melhor governo. Para sermos mais precisos, precisamos de uma melhor atividade governamental” (Osborne e Gaebler, Reinventando o Governo, 1994, p.25)

Veja que, dentro do movimento do reinventando o governo (gestão pública empreendedora), não temos a presença do ideal neoliberal de reduzir o governo. Temos, em essência, a preocupação com uma melhor atividade governamental. Para tanto, o primeiro passo é entender o que é a gestão pública e como ela se diferencia da gestão privada. Nesse sentido, Osborne e Gaebler (1994) apontam as seguintes distinções:

▪ A motivação principal dos gestores do setor público é a reeleição, enquanto os empresários têm como fim último a busca do lucro;

▪ Os recursos do governo provêm do contribuinte – que exigem determinados gastos. Na iniciativa privada os recursos são originados das compras efetuadas pelos clientes.

▪ As decisões governamentais são tomadas democraticamente. Os gestores privados podem decidir sozinho ou no máximo com acionistas.

▪ Os objetivos são distintos. O governo busca o bem coletivo e a e empresa busca gerar lucro.

Todas essas distinções convergem para que o empreendedorismo do setor público não se confunda com o empreendedorismo de uma empresa. O Reinventando o governo não culpa os servidores públicos pelos problemas governamentais (como ocorre no gerencialismo puro), mas o sistema de incentivos. Propõe, dessa forma, uma reforma das instituições e desses incentivos para que a burocracia se torne apta a responder às novas demandas e isso inclui atender ao desejo que o cidadão possui de ser ouvido. Grande parte das ideias do livro reforçam que o caminho para tornar melhor um serviço público é chamar a comunidade a participar de sua gestão (fiscalizando, opinando, trabalhando voluntariamente...). Percebe-se, dessa forma, o compromisso com o fortalecimento da cidadania e da accountability.

Existem 10 princípios básicos para reinventar o governo. Cada princípio é acompanhado de uma espécie de “slogan” que vez ou outra aparece em provas. Vamos estudar cada um desses princípios a partir da obra de Palud0 (2010):

Governo catalisador: navegando em vez de remar – fomenta uma atuação conjunta e coordenada dos setores público, privado e voluntário (Terceiro Setor). O governo coordena, regula e fomenta – e deixa a maior parte da execução aos demais atores. Esse princípio nasce da necessidade de um gerenciamento amplo das opções disponíveis, em contraste com a administração concentrada em um único objetivo. Na prática, isso significa que cabe ao Estado reconhecer e selecionar dentre as opções disponíveis (atuação direta (excepcional), privatização, fomento) a mais apropriada para cada tipo de serviço público.

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CUIDADO!!!

Uma pegadinha clássica em concursos públicos é sugerir que o governo empreendedor é aquele que empreende por meio de empresas públicas ou que intervém diretamente na economia. Isso está absolutamente errado. Recorde que dentro da gestão pública empreendedora, temos um governo catalisador: o governo coordena, regula e fomenta, porém a execução na maior partes das vezes é fica sobre a responsabilidade de outros atores.

O governo pertence à comunidade: Convida os cidadãos a tomar as decisões e atuarem ativamente na fiscalização e controle dos serviços públicos de forma a torná-los diretamente responsáveis pelas decisões que afetam a sua comunidade.

Governo competitivo: a competição na prestação de serviços é um princípio fundamental para aumentar a eficiência dos serviços (melhorar a qualidade dos serviços, reduzir gastos e minimizar esforços).

Governo orientado por missões: rompe-se com os modelos engessados e burocráticos – as regras são substituídas pela orientação à missão e objetivos organizacionais.

Governo de resultados: Melhor financiar resultados que recursos. O foco é o resultado produzido.

Nem sempre um aumento da estrutura administrativa refletir-se-á em um aumento da qualidade dos serviços públicos. Nesse sentido, o desembolso financeiro e o esforço governamental está direcionado a construir serviços públicos de melhor qualidade e não necessariamente aumentar a estrutura administrativa estatal (mais servidores, máquinas e equipamentos).

Governo e seus clientes: atendendo às necessidades do cliente e não da burocracia – identificar e ouvir os clientes-cidadãos e direcionar os serviços prestados para o atendimento de suas necessidades.

Governo empreendedor: gerando receitas ao invés de despesas – governos empreendedores criam novas fontes de recursos (taxas por serviços específicos, multas a infratores etc.) e economizam recursos orçamentários para utilizá-los de maneira mais eficiente no ano seguinte.

Governo preventivo: a prevenção em lugar da cura – atuar preventivamente de acordo com um planejamento pode evitar/minimizar problemas, proporcionar melhores resultados e permitir a economia de recursos.

Governo descentralizado: da hierarquia à participação e ao trabalho de equipe – dar mais autonomia a servidores e equipes, como forma de democratizar a gestão e agilizar a prestação de serviços.

Governo orientado para o mercado: introduzindo mudanças através do mercado – ora fomentando a atuação dos mercados, ora implantando no meio público mecanismos/soluções utilizados pelo mercado.

Os princípios apresentados visam a tornar o governo mais eficiente na prestação direta dos serviços públicos e, dentro da ideia de catalisar a ação dos setores públicos, privado e voluntário fomenta-se a prestação dos serviços públicos pelo setor privado (especialmente o terceiro setor – ONG, associações comunitárias, etc). Reforço, no entanto, que não se trata da ideia neoliberal de privatizar tudo. Osborne e

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Gaebler afirmam que “a privatização é uma resposta, não a resposta”. Vejamos alguns trechos da obra que foram destacados por Matias-Pereira (2016) e que costumam ser reproduzidos na íntegra pelas provas:

O governo empreendedor, para Osborne e Gaebler (1995, p. 51-80), caracteriza-se, pelo contrário, como um governo que pertence à comunidade, dando responsabilidade ao cidadão em vez de servi-lo, e visam atender aos cidadãos como clientes e não aos interesses da burocracia.

Distanciando-se do modelo tradicional burocrático, o governo empreendedor não pretende controlar a economia, possuir empresas ou concentrar-se no “fazer” em ampla escala, mas sim estimular a ação e a parceria da sociedade (OSBORNE; GAEBLER, 1995, p. 26-50).

Com isso, o poder de realização do governo empreendedor, derivado de sua postura de controle orientado por missões, metas e objetivos (OSBORNE; GAEBLER, 1995, p. 116-148), se torna expressivamente maior que o do governo burocrático. De fato, este se volta prioritariamente para o controle do cumprimento dos custos orçados e não para a consecução de metas otimizadas. Concentra-se, assim, no detalhe em meio a tarefas amplas, perdendo tanto a capacidade de decidir (OSBORNE; GAEBLER, 1995, p. 32) como a visão de eficácia das políticas governamentais.

Ao visar a resultados que melhor respondam às demandas dos cidadãos como clientes, a gestão pública empreendedora é baseada em avaliações contínuas da sociedade para ajustar suas estratégias, planos e metas, bem como sua ação implementadora.

Todos os trechos destacados acima da obra de Matias-Pereira já foram reproduzidos na íntegra em provas, então vamos esquematizar o que vimos:

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Um governo que adota todos esses princípios torna-se um governo reinventado, o que, segundo Osborne e Gaebler, significa um governo que possui a visão de conjunto e que reconhece o papel fundamental da inovação nos serviços públicos.

Princípios do empreendedorismo governamental

O antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG elaborou em 2000 um interessante documento sobre a Gestão Pública Empreendedora. Nesse documento, temos a consolidação de muitos princípios. Vejamos os principais pontos como forma de reforçamos o que estudamos:

▪ É preciso transformar o conjunto de valores que mantém a cultura burocrática e transformá-la em um modelo empreendedor. Empreender significa obter resultados e pressupõe agilidade, dinamismo, flexibilidade.

▪ A primeira mudança a ser feita consiste em deslocar o foco da preocupação de obedecer às normas para atender o cidadão (foco nos resultados).

▪ O trabalho em rede por meio da construção de parcerias é mais eficaz que o trabalho isolado.

Transparência e prestação de contas – não há mudança de padrão gerencial, nem transparência e melhoria do diálogo público sem boas informações.

▪ A gestão empreendedora, focada em resultados e com avaliação baseada em um bom sistema de informações, pressupõe a autonomia de decisão e responsabilização.

▪ Os princípios mais importantes da gestão empreendedora são: foco no resultado, autonomia e responsabilização, construção de boas parcerias, trabalho em rede, gestão da informação, transparência, diálogo público e avaliação.

Foco no resultado Autonomia e responsabilização

Construção de parcerias

Trabalho em rede Gestão da

Informação Transparência

Diálogo Público Avaliação

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Perceba que todos os princípios estão em linha com o movimento do “Reinventando o Governo”. É apenas uma reiteração, dentro do cenário nacional, dos valores defendidos dentro do modelo internacional de empreendedorismo governamental.

As práticas para uma cultura empreendedora segundo o GAO

Dentro ainda do empreendedorismo governamental existe outra referência teórica importante:

relatório produzido pelo Government Accountability Office (GAO). O GAO é um órgão responsável pela realização de Auditoria e Avaliações vinculado ao Congresso dos Estados Unidos.

GAO é um órgão americano que possui características que o assemelham tanto à Controladoria Geral da União – CGU, pois é órgão de controle interno e possui função de orientação, quanto ao Tribunal de Contas da União – TCU, já que é vinculado ao Poder Legislativo.

O que nos interessa, nesse momento, é conhecer as 09 práticas para criação de uma cultura empreendedora propostas pelo GAO:

▪ Alinhar as expectativas de desempenho individuais com os objetivos organizacionais;

▪ Conectar as expectativas de desempenho com os objetivos transversais;

▪ Prover e utilizar rotineiramente informação sobre desempenho para identificar prioridades organizacionais;

▪ Desenvolver ações de seguimento para estabelecer prioridades organizacionais;

▪ Usar competências para obter uma avaliação mais objetiva do desempenho;

▪ Vincular remuneração individual com o desempenho organizacional;

▪ Fazer distinção entre o bom e o mau desempenho;

▪ Envolver os empregados e “stakeholders” com os objetivos dos sistemas de gestão do desempenho;

▪ Manter continuidade durante as transações.

FCC – ISS São Paulo – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2012) Uma organização pública que pretende incorporar uma orientação empreendedora em seu planejamento estratégico deve priorizar

a) a conexão das expectativas de desempenho com objetivos pontuais individualizados.

b) a vinculação entre remuneração individual e produtividade pessoal.

c) o desenvolvimento de ações de controle centralizado dos processos administrativos.

d) o uso de qualificação formal para obter uma avaliação mais subjetiva do desempenho.

e) o alinhamento das expectativas de desempenho individuais com os objetivos organizacionais.

COMENTÁRIO:

A questão foi formulada a partir das práticas descritas pelo GAO para criação de uma cultura empreendedora.

Vamos analisar cada uma das alternativas:

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Alternativa A. Errado. As expectativas de desempenhos devem estar conectadas com objetivos transversais, ou seja, que envolvam vários setores ou mesmo toda a organização.

Alternativa B. Errado. A remuneração individual deve estar vinculada ao desempenho organizacional.

Alternativa C. Errado. As ações de controle dentro de um modelo empreendedor devem ser vinculadas aos resultados e não aos processos.

Alternativa D. Errado. Devem ser utilizadas competências para avaliar de forma mais objetiva o desempenho.

Alternativa E. Correto. É uma das práticas-chave descritas pelo GAO para construir uma cultura empreendedora.

Gabarito: E

Conselhos de gestão

Como acabamos de ver, um governo empreendedor confere responsabilidade aos cidadãos pela fiscalização dos serviços públicos. Os conselhos de gestão representam um instrumento para que os cidadãos façam essa fiscalização. Trata-se de um instrumento para que a Administração Pública ouça o que os cidadãos pensam sobre os serviços públicos.

Resumindo e de forma bem simples: os conselhos de gestão servem para propiciar a fiscalização + participação dos cidadãos na Administração Pública.

Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas são canais institucionais, plurais, permanentes, autônomos, formados por representantes da sociedade civil e poder público, cuja atribuição é a de propor diretrizes das políticas públicas, fiscalizá- las, controlá-las e deliberar sobre elas, sendo órgãos de gestão pública vinculados à estrutura do Poder Executivo, ao qual cabe garantir a sua permanência. (Nahra, 2007)

Os conselhos surgem dentro do processo de descentralização administrativa e de ampliação da participação popular que se inicia com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Vejamos um exemplo interessante que consta no texto constitucional:

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais.

[...]

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:

[...]

II - conselhos de política cultural;

O exemplo é interessante para que entenda a ideia: os conselhos de gestão constituem um regime de colaboração entre Estado e cidadãos para juntos, de forma descentralizada e participativa, promoverem políticas públicas.

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Existem conselhos em diferentes áreas: regulação econômica (Conselho Monetário Nacional – CMN), previdência (Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC), trabalho (Conselho Nacional do Trabalho), etc...muitos muitos conselhos. Para fins de prova, além dessa visão geral, existe um conselho que pode vez ou outra (não é comum, mas já foi cobrado) aparece em provas: Conselho de Gestão Fiscal - CGF.

O Conselho de Gestão Fiscal é um conselho previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei complementar nº. 101/2000), mas que ainda não foi instituído. Vejamos o que dispõe a referida lei:

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:

I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;

II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;

III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;

IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

Perceba que muda o nome, mas a finalidade dos conselhos é essencialmente a mesma: fomentar a fiscalização e participação popular dentro da Administração Pública. Vejamos uma questão sobre esse assunto:

CESPE – MTE – Administrador – 2008) O Conselho de Gestão Fiscal (CGF), nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao institucionalizar a participação da sociedade civil na avaliação da gestão fiscal, constitui espaço de interseção entre o aparelho administrativo estatal e o público não estatal, como um instrumento de controle social do Estado.

RESOLUÇÃO:

Perfeito o enunciado. O CGF é a institucionalização da participação da sociedade civil na gestão fiscal. Assim como os conselhos de modo geral o CGF funciona como um instrumento de controle social do Estado.

Gabarito: Certo

Orçamento participativo

O orçamento participativo é uma técnicas orçamentária na qual a alocação de alguns recursos contidos no Orçamento Público é decida com a participação direta da população ou por meio de grupos organizados da sociedade civil, tais como associação de moradores. (Paludo, 2018)

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Atualmente a aplicação do orçamento participativo restringe-se ao âmbito municipal. Em hipóteses excepcionais é possível ser adotado no âmbito estadual. É um instrumento que estimula a cidadania, pois cria-se um vínculo e corresponsabilização entre Governo e sociedade sobre a gestão dos recursos públicos.

Essa participação popular, no âmbito municipal, é assegurada segundo muitos autores pelo art.29, XII da Constituição Federal:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

[...]

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;

No Estatuto das Cidades (Lei nº. 10.257/2001) existe previsão expressa no sentido de que, no âmbito municipal, a participação popular é condição obrigatória para aprovação do Plano plurianual – PPA, Lei de diretrizes orçamentárias – LDO e Orçamento anual –LOA:

Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.

Vejamos algumas características básicas desse orçamento segundo autores prestigiados pelas bancas organizadoras:

▪ O principal benefício do Orçamento Participativo é a democratização do Estado-sociedade com fortalecimento da democracia

▪ Autorregulação é uma marca fundamental do Orçamento Participativo, pois as regras são definidas pelos participantes e podem ser por eles modificadas.

▪ O Orçamento popular objetiva assegurar a participação das comunidades, de forma organizada e autônoma, no processo de discussão, elaboração e execução de uma parte do orçamento, bem como garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos.

▪ Orçamento popular é um instrumento educativo porque envolve dezenas de milhares de cidadãos que começam a ter uma consciência política e crítica do uso dos recursos públicos.

Apesar da indiscutível importância como instrumento democrático, a partir da obra de Crepaldi (2009) e de Paludo (2018) é possível identificarmos alguns obstáculos e críticas para a participação popular por meio do Orçamento Participativo:

Implantação: deficiências técnicas e organizacionais, boicotes internos e externos.

Cooptação: tentativa de exercer uma influência paternalista, a partir da perpetuação de apenas alguns grupos que optam em participar.

Desigualdade: dificuldades para participação voluntária das pessoas, questões relacionadas desde o acesso às reuniões como a compreensão do processo de participação.

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Decisões não vinculantes: As decisões deliberadas não são vinculantes, ou seja, não precisam ser seguidas pelo Poder Executivo.

Restrição aos poderes do Legislativo: a adoção do Orçamento Participativo retira poderes conferidos aos membros do Poder Legislativo para deliberar sobre a proposta orçamentária.

CESPE-MTE Administrador – 2008) Algumas das críticas relacionadas às experiências com o orçamento participativo dizem respeito às restrições aos poderes do Legislativo, à falta de cumprimento das decisões adotadas e às distorções na legitimidade dos instrumentos e processos referentes às assembleias populares.

RESOLUÇÃO:

O enunciado relaciona as críticas e obstáculos que estudamos sobre a implantação do Orçamento Participativo. Quanto às distorções na legitimidade é importante destacar que elas ocorrem em virtude da desigualdade e cooptação.

Apesar de participativo, o orçamento público ainda não é suficientemente inclusivo no sentido de ser um tema acessível à população. Assim, nas reuniões e audiências públicas organizadas para debater o Orçamento Participativo não temos uma amostra “real” da população, temos, na verdade, a presença de pequenos extratos da sociedade, os quais detém conhecimento e interesse na gestão pública. Naturalmente, esses grupos defenderão sua percepção social a qual não representa necessariamente a percepção de todas as camadas sociais.

Gabarito: Certo

Estamos a todo vapor meus amigos!!! Venceremos ponto a ponto o edital. ☺

Já sabe que estou com você nessa empreitada, né? Caso tenha dúvidas, críticas, sugestões ou simplesmente queira bater um papo sobre concursos públicos... fala comigo, beleza? Estamos longe apenas fisicamente, tudo bem?

Grande abraço

Marcelo Soares

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Questões comentadas pelo professor

1) CESPE – STM- Analista Judiciário – 2018)

No que se refere ao empreendedorismo governamental, julgue o item subsequente.

O empreendedorismo governamental, lançado na década de 90 do século passado, se voltava à redução da burocracia e à promoção de competição, inclusive nos serviços públicos.

RESOLUÇÃO:

Ótimo enunciado. O empreendedorismo governamental surge nos Estados Unidos da década de 90 e tem como principal marco teórico o livro “Reinventando o Governo” de Osborne e Gaebler. Dentre os princípios da gestão pública empreendedora, temos o estímulo à competição dentro do serviços públicos.

Gabarito: Certo

2) CESPE – TCE/PE – Analista de Controle Externo – 2017) Acerca dos processos participativos de gestão, julgue o item a seguir.

Embora debates, audiências e consultas públicas acerca de propostas de planos plurianuais, de lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual devam ser incluídos em uma gestão orçamentária participativa, sua realização não representa condição obrigatória para a aprovação desses dispositivos na câmara municipal.

RESOLUÇÃO:

A participação popular, no âmbito municipal, é condição obrigatória para aprovação do PPA, LDO e LOA, nos termos do Estatuto das Cidades:

Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal

Gabarito: Errado

3) CESPE – TCE/PR – Auditor- 2016)

No exercício do empreendedorismo governamental, estão previstos diversos princípios que devem nortear a atuação das novas lideranças do setor público. O princípio que nasce da necessidade de um gerenciamento amplo de opções disponíveis, em contraste com a administração concentrada em um único objetivo, é o princípio do governo

a) previdente.

b) orientado para o mercado.

c) catalisador.

d) competitivo.

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e) movido por missão.

RESOLUÇÃO:

O princípio que nasce da necessidade de um gerenciamento amplo de opções disponíveis é o princípio do governo catalisador. Na prática, isso significa que cabe ao Estado reconhecer e selecionar dentre as opções disponíveis (atuação direta (excepcional), privatização, fomento) a mais apropriada para cada tipo de serviço público.

Gabarito: C

4) CESPE - DPU – Técnico em assuntos educacionais- 2016)

A gestão pública empreendedora fundamenta-se no aumento da produtividade e do rendimento das empresas públicas, de modo a gerar maior receita para o Estado.

RESOLUÇÃO:

Espero que não tenha caído nessa maldosa questão. A gestão pública empreendedora fundamenta-se no aumento da produtividade e na criação de receitas? SIM. Contudo, dentro do paradigma do empreendedorismo governamental temos um Estado-regular e não um estado intervencionista que atua diretamente por meio de empresas públicas, por isso o enunciado está errado. A atuação na economia é excepcional, posto que o fundamento da gestão empreendedora é o governo como catalisador.

Gabarito: Errado

5) CESPE – CGE/PI – Auditor Governamental– 2015)

O modelo de governo empreendedor se aproxima do modelo tradicional burocrático quando aquele pretende controlar a economia, possuir empresas e, ao mesmo tempo, estimular a ação e a parceria da sociedade.

RESOLUÇÃO:

O modelo de governo empreendedor aproxima-se do modelo gerencial. Além disso, dentro da gestão pública empreendedora temos um Estado regulador (governo catalisador). Não se defende, portanto, uma intervenção direta para “controlar a economia”.

Gabarito: Errado

6) CESPE - TELEBRAS – Especialista em gestão de telecomunicações- 2015)

As últimas mudanças percebidas na gestão pública consistem na presença de um governo empreendedor, que se distancia do modelo burocrático tradicional ao estimular a ação e a parceria com a sociedade.

RESOLUÇÃO:

A gestão pública empreendedora incorpora os pressupostos do modelo gerencial, assim distancia-se do modelo burocrático tradicional e está fortemente baseada na ideia de descentralização dos serviços públicos por meio da parceria com a sociedade (terceiro setor para a execução e cidadãos para a fiscalização).

Gabarito: Certo

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7) CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário – 2015)

Com o objetivo de alcançar a excelência em seus serviços, a gestão pública empreendedora deve ter como base a avaliação contínua de suas estratégias, seus planos e suas metas pela sociedade.

RESOLUÇÃO:

É indispensável que haja um constante acompanhamento e avaliação das políticas públicas pela sociedade, nos termos do princípio do “governo pertence à comunidade”. Afinal, dentro da gestão pública empreendedora, o foco está centrado no atendimento aos anseios da sociedade, assim, esse feedback é indispensável para que a gestão pública saiba se está no caminho certo.

Gabarito: Certo

8) CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário – 2015)

O governo empreendedor visa atender ao cidadão como cliente e, nesse atendimento, em vez de servi-lo, dá- lhe responsabilidades.

RESOLUÇÃO:

O enunciado está de acordo com dois princípios da gestão pública empreendedora: “governo e seus clientes:

atendendo às necessidades do cliente não da burocracia” e o “governo pertence à comunidade: dando responsabilidade ao cidadão, em vez de servi-lo”.

Gabarito: Certo

9) CESPE – SUFRAMA – Analista Técnico – Administrativo – 2014)

O Estado empreendedor é aquele que assume o controle da economia do país e administra as empresas públicas para gerar riqueza.

RESOLUÇÃO:

Na gestão pública empreendedora o governo atua como catalisador, ou seja, atua fomentando a participação de diferentes atores sociais na prestação de serviços públicos. Nesse contexto, a atuação direta do Estado na economia é excepcional.

Gabarito: Errado

10)CESPE – SUFRAMA – Analista Técnico – Administrativo – 2014)

Os conselhos de gestão podem sugerir e deliberar acerca das políticas públicas do Estado, porém não possuem poder de fiscalização

RESOLUÇÃO:

Os conselhos de gestão são instrumentos de participação e fiscalização acerca das políticas públicas, por isso o enunciado está errado.

Gabarito: Errado

11)CESPE – SUFRAMA – Analista Técnico – Administrativo – 2014)

(17)

A educação e a participação popular nas decisões do Estado contribuem para a geração e para o fortalecimento de uma cultura democrática.

RESOLUÇÃO:

Instrumentos como os conselhos fiscais e o orçamento participativo são importantes justamente por promoverem educação cívica e fomentarem a participação popular nas decisões do Estado.

Gabarito: Certo

12)CESPE – TRT/10ª Região – Técnico Judiciário – 2013)

A gestão pública empreendedora implica a busca por resultados, visando atender às necessidades dos cidadãos e não aos interesses da burocracia mediante o estímulo da sua parceria com sociedade

RESOLUÇÃO:

A gestão pública empreendedora é focada em resultados, ou seja, focada no atendimento aos anseios dos cidadãos-cliente. Recorde que é uma característica do o modelo burocrático ser autorreferido (olhar para si).

Gabarito: Certo

13) CESPE – TRT/10ª Região – Técnico Judiciário – 2013)

Aproximando-se do modelo tradicional burocrático, o governo empreendedor visa estimular a ação e a parceria da sociedade, exercendo forte controle sobre a economia.

RESOLUÇÃO:

A gestão pública empreendedora aproxima-se do modelo gerencial e não do modelo burocrático. Enfatiza, nesse sentido, a descentralização e a parceria com agentes privados na prestação dos serviços públicos.

Gabarito: Errado

14)CESPE – CNJ – Analista Judiciário – 2013)

Empreender, para o governo, significa mobilizar competências individuais e organizacionais para provocar inovações e mudanças tecnológicas nos sistemas informatizados nos modelos de gestão, exceto nas políticas públicas.

RESOLUÇÃO:

O enunciado erra no final. Empreender corresponde ao ato de mobiliar competências individuais e provocar inovações e mudanças e, dentro do governo, isso alcança as políticas públicas, afinal, será por meio das políticas públicas que o Estado realizará suas funções, ou seja, atenderá aos anseios do cidadão-cliente.

Gabarito: Errado

15) CESPE – MI – Analista Técnico – Administrativo – 2013)

O governo empreendedor visa atender aos interesses da sociedade e da burocracia, controlando a economia e se orientando por missões e objetivos.

(18)

O governo empreendedor tem está voltado a atender os interesses da sociedade (cidadão-cliente) e não da burocracia. Além disso, a gestão pública empreendedora não é intervencionista, assim, não existe esse objetivo de controlar a economia. A atuação na economia é para regulação.

Gabarito: Errado

16) CESPE – MI – Analista Técnico – Administrativo – 2013)

A gestão empreendedora no setor público pressupõe a autonomia de decisão e a responsabilização.

RESOLUÇÃO:

A gestão empreendedora foca em atender os interesses do cidadão. Para tanto, baseia-se na construção de parcerias com agentes privados. Essas parcerias são firmadas concedendo-se autonomia e cobrando os resultados. Outro ponto essencial dentro dessa autonomia é a responsabilização quando os gestores públicos ou os parceiros do terceiro setor não atingem os resultados acordados.

Gabarito: Certo

17) CESPE – MI – Analista Técnico – Administrativo – 2013)

Na visão de eficácia das políticas governamentais, o governo empreendedor é voltado para a consecução de metas otimizadas e resultados.

RESOLUÇÃO:

A Gestão pública empreendedora incorpora os pressupostos gerenciais, assim, está voltada para a consecução de resultados e não para os meios e processos (modelo burocrático).

Gabarito: Certo

18)CESPE – TCE/RO – Agente Administrativo – 2013)

O modelo de empreendedorismo governamental preconiza a reforma no sistema público, de modo que o cidadão seja chamado a participar do governo, na definição do destino da sua comunidade.

RESOLUÇÃO:

O enunciado descreve o princípio “o governo pertence à comunidade” descrito por Osborne e Gaebler.

Gabarito: Certo

19)CESPE – TCE/RO – Agente Administrativo – 2013)

O governo que prioriza o empreendedorismo governamental deve assumir seu papel de comando, buscando maior centralização da autoridade.

RESOLUÇÃO:

A gestão pública empreendedora baseia-se nos valores de descentralização, autonomia e responsabilização.

Assim, erra o enunciado ao atribuir ao empreendedorismo governamental a busca por maior centralização da autoridade.

Gabarito: Errado

(19)

20)CESPE – TRT/17ª Região – Técnico Judiciário – 2013)

Ações voltadas para o fomento ao empreendedorismo governamental devem privilegiar a competição entre os prestadores de serviço e dar poder aos cidadãos, transferindo, assim, o controle das atividades à comunidade.

RESOLUÇÃO:

Enunciado de acordo com os princípios do “governo competitivo” e do “governo pertence à comunidade”.

Gabarito: Certo

21)CESPE – TRE/RJ – Técnico Judiciário– 2012)

A adoção de um paradigma empreendedor nas organizações públicas depende, em grande monta, da mudança da cultura organizacional, composta, entre outros elementos, pelo herói, que consiste em uma figura viva ou morta, real ou imaginária, que representa valores positivos e virtuosos valorizados pela sociedade em geral.

RESOLUÇÃO:

Questão que correlaciona diversos assuntos: cultura organizacional com empreendedorismo governamental.

De fato, a adoção do paradigma empreendedor depende de uma mudança da cultura organizacional, porém o enunciado erra ao descrever o conceito de herói.

Herói, dentro do estudo de cultura organizacional, corresponde a um dos componentes da cultura organizacional. Trata-se de um membro, vivo ou morto, real ou imaginário, que personifica os valores compartilhados na organização os quais não necessariamente representam os valores da sociedade em geral.

Imagine, por exemplo, quem seriam os heróis dentro da cultura organizacional de uma organização criminosa. Seriam, possivelmente, os criminosos que detiveram maior nível de poder, dinheiro e influência.

Naturalmente, os valores dessa organização não são compartilhados pela sociedade em geral. O exemplo é extremo para demonstrar que os valores de uma organização não necessariamente são compartilhados pela sociedade em geral.

Gabarito: Errado

22)CESPE – TRE/ES – Técnico Judiciário– 2011)

Em uma visão empreendedora da gestão pública, que se pauta em pressupostos da administração pública gerencial, os resultados da ação do Estado são considerados bons se os processos administrativos estão sob controle e são seguros.

RESOLUÇÃO:

A gestão pública empreendedora tem como foco o cidadão-cliente, assim, os resultados da ação são considerados bons se atenderam às necessidades dos cidadãos. O foco no meios (processos) é típico do modelo burocrático e não da gestão pública empreendedora que incorpora os pressupostos do modelo gerencial.

(20)

23) CESPE – TRE/ES – Técnico Judiciário– 2011)

De acordo com a visão empreendedora da gestão pública pautada em pressupostos da administração pública gerencial, os resultados da ação do Estado só serão considerados bons se atenderem às necessidades do cidadão-cliente.

RESOLUÇÃO:

Enunciado perfeito. A gestão pública empreendedora é pautada pelos princípios e valores do modelo gerencial, assim, o foco está nos resultados (atendimento do cidadão-cliente).

Gabarito: Certo

24)CESPE – ANCINE – Especialista em regulação– 2005)

A reforma do Estado, particularmente no aspecto gerencial, é mais uma reforma institucional que uma reforma de gestão. Está baseada na criação de instituições normativas e organizacionais que viabilizem a gestão. Luiz Carlos Bresser Pereira. Reforma do estado para a cidadania. Brasília: ENAP, 1998, p. 22 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue o item a seguir, acerca da administração pública. Um governo empreendedor caracteriza-se, entre outros aspectos, por executar atividades que venham a gerar receitas com os serviços oferecidos, podendo até cobrar taxas como penalidades para cidadãos que cometeram pequenas infrações que envolvem o bem-estar da comunidade.

RESOLUÇÃO:

O enunciado está de acordo com o princípio de “Governo empreendedor: gerando receitas ao invés de despesas” proposto no livro “Reinventando o Governo”.

Gabarito: Certo

25) CESPE – TRE/GO – Analista Judiciário– 2005)

O ambiente contemporâneo exige instituições extremamente flexíveis, adaptáveis e que respondam às necessidades dos clientes. Osborne & Gaeble. 1994: 16 (com adaptações).

Acerca da administração pública, julgue os itens a seguir.

I A promoção da competição, a mudança de foco para os resultados e a descentralização de autoridade são algumas características de um governo empreendedor.

II Quando um governo financia escolas com base no número de alunos matriculados em vez de avaliar o nível de desempenho que essas crianças possuem, ou quando financia a assistência social em função do número de atendimentos aos desempregados em vez de definir quantas pessoas finalmente conseguem se empregar e deixar de receber o seguro-desemprego, o governo demonstra estar mais preocupado com os resultados dessas iniciativas.

III Os órgãos públicos, via de regra, não obtêm seus recursos diretamente dos seus clientes, diferentemente das empresas, por isso, a busca por satisfazê-los faz parte das ações tomadas por esses órgãos públicos.

(21)

IV Diferentemente do setor privado, a maioria dos clientes do setor público é cativa, pois possuem poucas ou nenhuma alternativa para os serviços oferecidos pelo governo.

Estão certos apenas os itens a) I e IV.

b) II e III.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

RESOLUÇÃO:

Vamos analisar cada uma das afirmações:

I. Correto. De acordo com os princípios do “governo competitivo”, “governo descentralizado” e “governo de resultados”.

II. Errado. O governo empreendedor financia resultados e não os meios. Quando falamos em número de alunos estamos adotando um critério de processo (meio). Já que o número de alunos não indica que o serviço de educação (resultado) está sendo adequadamente prestado. Da mesma forma o atendimento aos desempregados é um processo. Como poderemos verificar a eficácia desse processo? Olhando para os resultados: quantas pessoas conseguiram se empregar a partir do atendimento que foi realizado?

III. Errado. “Os órgãos públicos, via de regra, não obtêm seus recursos diretamente dos seus clientes, diferentemente das empresas” – Perfeito.

“a busca por satisfazê-los faz parte das ações tomadas por esses órgãos públicos” – Errado. Uma das dificuldades na Administração Pública é exatamente essa. Os órgãos públicos possuem sua receita garantida por meio de tributos, assim, muitas vezes não buscam atender aos anseios dos cidadãos. Uma das propostas do governo empreendedor, em vista dessa dificuldade, é criar competição dentro do serviço público.

IV. Correto. Os cidadãos, de forma geral, não podem escolher entre um órgão ou outro. Cada um tem atribuições próprias definidas em lei o que é bom do ponto de vista da racionalidade administrativa, porém leva a uma ausência de competição.

Gabarito: A

26) FCC – PGE/MT – Analista Administrador – 2016)

O empreendedorismo governamental tem, entre suas fontes de inspiração, a obra de David Osborne e Ted Gaebler intitulada Reinventando o Governo, a qual preconiza uma série de princípios que orientam a ação empreendedora, entre os quais se insere(m) o(s) conceito(s) de governo:

I. catalizador: que coordena, regula e fomenta, deixando a maior parte da execução aos demais atores.

II. competitivo: introduzindo a competição na prestação de serviços públicos, com a finalidade de aumentar a eficiência.

III. centralizado: criando núcleos estratégicos para execução de serviços de alta complexidade técnica.

(22)

Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II.

b) I.

c) I e III.

d) II.

e) II e III.

COMENTÁRIO:

I. Certo. Governo catalisador é aquele que navega em vez de remar, ou seja, coordena, regula e fomenta as atividades e deixa a maior parte da execução para os demais atores.

II. Certo. Um dos objetivos do governo empreendedor é trazer a competição para os serviços públicos.

III. Errado. Um dos princípios do governo empreendedor é a descentralização da autoridade.

Gabarito: A

27) FCC – SEFAZ/PI- Analista do Tesouro Estadual – 2015) Considere as afirmações abaixo:

I. Ação catalizadora, promovendo a atuação conjunta dos setores público, privado e voluntário.

II. Atuação competitiva, introduzindo a competição na prestação de serviços com a finalidade de aumentar a eficiência.

III. Atribuição de responsabilidades aos cidadãos, que são chamados a participar da fiscalização/controle dos serviços públicos.

Aplica-se o conceito de governo empreendedor o que consta em.

a) I e II, apenas.

b) I, apenas.

c) II, apenas.

d) I, II e III.

e) II e III, apenas.

COMENTÁRIO:

Questão construída a partir das diretrizes que orientam a gestão governamental empreendedora. Todas as afirmações apresentadas estão corretas, vejamos:

I. Correto. De acordo com o princípio de governo catalisador.

Governo catalisador: navegando em vez de remar – fomenta uma atuação conjunta e coordenada dos setores público, privado e voluntário (Terceiro Setor). O governo coordena, regula e fomenta – e deixa a maior parte da execução aos demais atores. Esse princípio nasce da necessidade de um gerenciamento amplo das opções disponíveis, em contraste com a administração concentrada em um único objetivo. Na prática, isso significa

(23)

que cabe ao Estado reconhecer e selecionar dentre as opções disponíveis (atuação direta (excepcional), privatização, fomento) a mais apropriada para cada tipo de serviço público.

II. Correto. De acordo com o princípio do governo competitivo.

Governo competitivo: a competição na prestação de serviços é um princípio fundamental para aumentar a eficiência dos serviços (melhorar a qualidade dos serviços, reduzir gastos e minimizar esforços).

III. Correto. De acordo com o princípio do governo pertence à comunidade.

O governo pertence à comunidade: Convida os cidadãos a tomar as decisões e atuarem ativamente na fiscalização e controle dos serviços públicos de forma a torna-los diretamente responsáveis pelas decisões que afetam a sua comunidade.

Gabarito: D

28) FCC – SEFAZ/SP – Agente Fiscal de Rendas – 2013) A gestão pública empreendedora

I. mitiga o foco em uma gestão voltada para os processos, privilegiando a obtenção de resultados.

II. despreza a constituição de parcerias, fortalecendo a ação isolada do Estado.

III. busca uma mudança da qualidade gerencial, trazendo destaque à transparência e ao controle social.

IV. visa uma maior rapidez na circulação de informações, bem como uma maior qualidade destas, fomentando o diálogo público sobre a atuação do Estado.

Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas.

b) II, III e IV, apenas.

c) III e IV, apenas.

d) I, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

COMENTÁRIO:

I. Correto. De acordo com o princípio do “governo orientado por missões”.

II. Errado. A afirmação contraria a essência do papel de “governo catalisador”, que é proposta dentro do empreendedorismo governamental.

III. Correto. Afirmação está de acordo com as ideias do governo essenciais do governo empreendedor de buscar maiores resultados (“governo de resultados”) e de estimular a participação da sociedade na gestão pública (“governo pertence à comunidade”)

IV. Correto. De acordo com o caráter descentralizado que é proposto pelo governo empreendedor.

Gabarito: D

(24)

Considerando-se os princípios da chamada gestão empreendedora, a eficácia da gestão pública depende de um

a) sistema de informações que possibilite o entendimento entre governo e sociedade, bem como a avaliação de resultados, trazendo transparência à tomada de decisões, ainda que incorra em custos iniciais de implantação.

b) sistema de gestão que otimize os esforços do governo, ainda que em detrimento da participação dos diversos atores sociais em seus diferentes níveis, grupos e segmentos.

c) modelo de acompanhamento dos processos, com indicadores exclusivamente quantitativos, que privilegiem a manutenção da estruturação da burocracia.

d) sistema de controles exclusivamente internos que assegure a eficácia de todas as ações dos gestores, mesmo que com algum prejuízo à legitimidade de suas ações.

e) modelo que privilegie a canalização das demandas públicas e a participação da sociedade civil organizada, ainda que desprezando o aproveitamento do potencial dos gestores públicos.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Correto. O que o empreendedorismo governamental propõe é justamente essa proximidade dos cidadãos da gestão pública. Perceba que a afirmação está de acordo com várias diretrizes do governo empreendedor: governo pertence à comunidade, governo de resultados, governo descentralizado.

Alternativa B. Errado. O governo empreendedor não abre mão da participação dos cidadãos na gestão pública.

Alternativa C. Errado. As políticas públicas não podem ser analisar exclusivamente do ponto de vista quantitativo, existem questões sociais que devem ser consideradas e, por isso a participação popular na formação da agenda pública é tão importante.

Alternativa D. Errado. Os controles de um governo empreendedor são internos e externos com especial ênfase no controle social.

Alternativa E. Errado. O governo empreendedor é catalisador, ou seja, ele congrega os esforços dos diferentes setores (público, privado e voluntário) para uma atuação conjunta e coordenada.

Gabarito: A

30) FCC – SPREV – Analista em Gestão Previdenciária – 2012)

Como princípios de ação empreendedora no setor público, podem ser citados:

a) Cooperação entre prestadores de serviço; centralizar autoridade e mensurar performance pelos resultados obtidos.

b) Atuar na prevenção de problemas; cooperação entre prestadores de serviço e orientação por objetivos.

c) Catalisar ações entre o público e o privado; foco no controle exercido pela comunidade e visão de usuários como clientes.

d) Competição entre prestadores de serviços; mensurar performance pelos resultados obtidos e orientação por normas e regulamentos.

(25)

e) Implementar normas e regulamentos; foco no controle exercido pela comunidade e atuar na prevenção de problemas

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Errado. De acordo com o princípio do governo competitivo, temos a competição entre os prestadores de serviço. Além disso, um governo empreendedor é um governo descentralizado.

Alternativa B. Errado. De acordo com o princípio do governo competitivo, temos a competição entre os prestadores de serviço.

Alternativa C. Certo. A afirmação está de acordo com os princípios: governo catalizador, governo pertence à comunidade e governo orientado ao cliente/cidadão.

Alternativa D. Errado. A orientação de um governo empreendedor é por missões

Alternativa E. Errado. A orientação de um governo empreendedor é por missões e não por implantação de normas e regulamentos.

Gabarito: C

31) FCC – ISS/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007)

Como forma de equacionar a crise do Estado, consistente na escassez de recursos frente ao aumento das demandas sociais, surge o conceito de Estado empreendedor, o qual caracteriza-se por

a) criar condições institucionais que mobilizem e organizem o processo governamental, tendo em vista a inovação permanente, a superação de obstáculos e o alcance de resultados efetivos.

b) fomentar a criatividade e a ousadia, mas, principalmente, a disposição de correr riscos para encontrar as soluções mais inovadoras.

c) implementar uma nova forma de utilização de recursos públicos, cujo principal critério é a elaboração de planos detalhados por uma equipe de especialistas com experiência e visão de mercado.

d) incentivar a formação de líderes que, por sua capacidade de mobilização e persuasão, sejam capazes de instaurar uma nova dinâmica na ação governamental.

e) propiciar a adesão a procedimentos mercadológicos e a orientação para busca de lucro como critérios para dinamizar as organizações e romper com as rotinas burocráticas.

COMENTÁRIO:

Questão mais interpretativa. Exige que o candidato tenha compreendido a essência do empreendedorismo governamental. Nessas questões que não são preto/branco sugiro ler atentamente todas as alternativas e procurar inconsistências. Vejamos:

Alternativa A. Correto. A alternativa descreve as ideias básicas do empreendedorismo governamental: criar estruturas institucionais mais flexíveis, abertas à inovação e que sejam capazes de enfrentar os desafios inerentes à gestão pública e, assim, obter resultados. Tudo certinho.

Alternativa B. Errado. O empreendedorismo governamental, de fato, fomenta a criatividade e soluções inovadoras. O termo “ousadia” parece exagerado, afinal, apesar de o empreendedorismo governamental

(26)

fomentar que a administração pública esteja disposta a correr maiores riscos ao dar mais autonomia aos gestores e aos parceiros privados esses riscos devem ser calculados. É o tipo de alternativa “mais ou menos”.

Alternativa C. Errado. O foco do empreendedorismo governamental são os resultados e não os processos.

Nesse sentido, não se pode afirmar que o critério principal desse modelo seja a elaboração de planos.

Alternativa D. Errado. A alternativa foi construída baseada no pressuposto de que a liderança seria o fato- chave dentro do empreendedorismo governamental e isso não é verdade. Apesar de reconhecer a importância da liderança, o movimento do empreendedorismo governamental baseia-se muito mais nas ideias de cooperação, descentralização e autonomia dos indivíduos e, assim, temos uma liderança mais mitigada.

Alternativa E. Errado. O empreendedorismo governamental não descarta as peculiaridades do setor público.

Na verdade, reconhece as diferenças e propõe práticas condizentes com esse setor em vez de simplesmente incorporar procedimentos mercadológicos.

Percebemos que a alternativa “mais correta” seria a alternativa A. A alternativa B força um pouco a barra, mas caso não tivéssemos uma alternativa melhor poderia ser a mais apropriada.

Gabarito: A

32) FGV – ALE/RO – Assistente Legislativo – 2018)

O empreendedorismo governamental tem origem na desconfiança da população na capacidade de a Administração Pública suprir satisfatoriamente as necessidades dos cidadãos, por meio do uso adequado dos recursos públicos.

As opções a seguir apresentam premissas e recomendações dessa abordagem, à exceção de uma. Assinale- a.

a) O governo deveria agir como empresário, instituindo empresas públicas e fortalecendo o monopólio público em setores estratégicos.

b) O governo deveria transferir responsabilidades às comunidades locais, mais aptas para lidar com os problemas regionais.

c) O governo deveria buscar novas formas de geração de receitas para aumentar a capacidade de investimento.

d) O governo deveria priorizar ações preventivas, visando tratar a causa dos problemas.

e) O governo deveria adotar mecanismos de mercado, criando incentivos e estimulando a iniciativa privada.

COMENTÁRIO:

A única alternativa que não está de acordo com o empreendedorismo governamental e com as ideias de um Estado-Regulador em vez de um Estado intervencionista é a alternativa A.

Vejamos as demais alternativas:

Alternativa B. Correto. Está de acordo com o princípio do governo pertence à comunidade e governo descentralizado.

Alternativa C. Correto. Está de acordo com a ideia de governo empreendedor.

(27)

Alternativa D. Correto. Está de acordo com a ideia de governo preventivo.

Alternativa E. Correto. Está de acordo com a ideia de governo preventivo.

Gabarito: A

33) FGV - CGM Niterói - Auditor Municipal de Controle Interno -2018)

Após a Grande Depressão, expandiu-se pelo mundo, nos anos 1930, o modelo conhecido por Estado de Bem- Estar. Para os críticos desse modelo, contudo, ele tem como desvantagem o fato de que

a) favorece os ricos em detrimento dos pobres, visto que o estado reduzido facilita a manutenção do status quo.

b) é orientado apenas por questões de longo-prazo, deixando temas urgentes sem o tratamento adequado.

c) estimula a criação de programas regionais, o que acentua as desigualdades socioeconômicas já existentes.

d) gera altas cargas tributárias para a manutenção dos programas sociais, prejudicando a inovação e o investimento privado.

e) se baseia no paradigma imperialista, promovendo o desenvolvimento econômico por meio da exploração de outros territórios.

COMENTÁRIO:

Um dos principais argumentos contrários ao Estado de Bem-Estar é o endividamento estatal que ele provoca, o que, na visão dos críticos, gera uma insustentabilidade do modelo ou a altos níveis de carga tributárias, o que prejudica a competitividade e capacidade de inovação do país.

Na visão de Matias-Pereira, após o período de prosperidade vivenciado após a Segunda Guerra Mundial, a crise econômica mundial, a crise fiscal do Estado, a crise de governabilidade e a emergência da globalização e das inovações tecnológicas foram os principais fatores para o esgotamento do modelo de intervenção estatal.

Após essa contextualização, vamos analisar as alternativas:

Alternativa A. Errado. O Estado de Bem-Estar é um Estado grande e intervencionista.

Alternativa B. Errado. O Estado de Bem-Estar tende ser orientado por questões de curto prazo. Atende as demandas sociais por meio do endividamento público.

Alternativa C. Errado. O Estado de Bem-Estar propõe-se a reduzir as desigualdades socioeconômicas existentes.

Alternativa D. Correto. A grande intervenção do Estado necessita de financiamento por meio de altas cargas tributárias.

Alternativa E. Errado. O Estado do Bem-Estar não está associado ao paradigma imperialista.

Gabarito: D

34)FGV – TCE/BA – Agente Público – 2014)

As alternativas a seguir representam uma característica da gestão pública empreendedora no Brasil, à

(28)

a) Oposição às práticas burocráticas b) Gestão por resultados

c) Promoção da transparência e do controle social d) Foco no cliente cidadão

e) Centralização com menor autonomia COMENTÁRIO:

A única alternativa que não está de acordo com os princípios do governo empreendedor é a centralização (alternativa E).

Gabarito: E

35) FGV – CGE/MA – Auditor do Estado – 2014)

Acerca dos princípios que norteiam o governo e os gestores a agirem como empreendedores, assinale a afirmativa correta.

a) Governo centralizado: hierarquiza a participação e o trabalho de equipe dando mais autonomia a servidores como forma de democratizar a gestão.

b) Governo catalisador: promove a atuação conjunta pública, privada e voluntária e o governo é coordenado.

c) Governo de resultados: financia resultados e recursos.

d) Governo preventivo: planeja suas ações a fim de minimizar problemas, o que acarreta melhores resultados e economia de recursos.

e) Governo clientelista: atende às necessidades do cliente e da burocracia.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Errado. O governo empreendedor é descentralizado.

Alternativa B. Errado. Promove a atuação conjunta pública, privada e voluntária e o governo é coordenado o coordenador.

Alternativa C. Errado. Uma das metáforas do empreendedorismo governamental é que é “Melhor financiar resultados que recursos “

Alternativa D. Correto.

Alternativa E. O governo empreendedor é voltado para o cidadão e não para a burocracia.

Gabarito: D

36) FGV – AL/BA – Técnico de Nível Médio- 2014)

As características a seguir se relacionam ao empreendedorismo governamental, à exceção de uma. Assinale- a.

a) Parcerias com o setor privado.

b) Descentralização política

(29)

c) Flexibilização das regras burocráticas d) Concentração de autoridade

e) Controle social COMENTÁRIO:

A única característica que não está de acordo com os princípios do empreendedorismo governamental é a concentração de autoridade, posto que o que se defende dentro desse modelo é a descentralização.

Gabarito: D

37) FGV – INEA – Assistente Técnico – 2013)

Um governo que tem como característica pertencer à comunidade, dando responsabilidade ao cidadão e visando atendê‐lo como cliente, utiliza a forma de gestão denominada

a) burocrática.

b) gerencial.

c) empreendedora.

d) tradicional.

e) patrimonialista.

COMENTÁRIO:

“Governo que pertence à comunidade” é um dos princípios da gestão pública empreendedora ou do empreendedorismo governamental. Perceba que o enunciado pede o tipo de gestão e não o modelo teórico de Administração pública (gerencial).

Gabarito: C

38)FUNRIO – CGE/RO – Auditor de Controle Interno – 2018)

São princípios básicos norteadores da visão atual de empreendedorismo governamental e das novas lideranças no setor público, EXCETO:

a) orientar-se por objetivos, e não por regras e regulamentos.

b) redefinir os usuários como clientes.

c) atuar na prevenção dos problemas mais do que no tratamento.

d) priorizar o investimento na produção de recursos, e não em seu gasto.

e) promover a centralização da autoridade.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Certo. O governo empreendedor é orientado para missões e resultados.

Alternativa B. Certo. O governo reorienta suas ações para a sociedade e percebe o cidadão como real destinatário de todas as ações estatais.

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