• Nenhum resultado encontrado

CONIC-SEMESP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CONIC-SEMESP"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

TÍTULO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: FORMAÇÃO DO ALUNO CRÍTICO E REFLEXIVO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: PEDAGOGIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO-BRASILEIRO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): PATRÍCIA RODRIGUES DE LIMA, ADRIANA SILVA LOPES TAVARES, ANA PAULA DIAS SANTANNA, EVÂNIA MARIA DA COSTA, FERNANDA MARTINS, LUSITÂNIA MILITÃO DANTAS, MARIA DA GRAÇA TRINDADE GIR MORAES, PAULA DE CAMPOS TRAJANO SILVA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): JOSÉ LUIZ GERMANO MARTINS ORIENTADOR(ES):

(2)

INTRODUÇÃO

O presente estudo justifica-se pela necessidade do docente alfabetizar letrando, lembrando que são processos distintos, mas indissociáveis e indispensáveis na formação do indivíduo no âmbito escolar. Algumas questões serão respondidas no decorrer da pesquisa, com relevância às teorias e práticas do processo metodológico. Citaremos alguns teóricos e pensadores, com a intenção de trazer fundamentos e visões mais amplas que nortearão nossa pesquisa.

Com relação à relevância do presente estudo, cabe ressaltar que desde o final do século XIX, a história da alfabetização tem sido o objeto de estudo de muitos pesquisadores, tendo grande contribuição para o processo de ensino aprendizagem da criança, no ponto de vista linguístico, da escrita e da leitura, para um melhor desempenho escolar (CAGLIARI, 2009).

De acordo com o já abordado acima, surgem algumas indagações:

1) Quais são as condições para que o aprender a ler e escrever seja algo que realmente tenha sentido, uso e função para as pessoas?

2) Os docentes estão saindo das universidades preparadas para alfabetizar e letrar?

3) Quais concepções e métodos de alfabetização utilizados na escola?

OBJETIVOS

▪ O objetivo geral do presente trabalho é analisar os processos práticos e teóricos sobre alfabetização e letramento, visando seus conceitos, métodos, concepções, que envolvem as habilidades da leitura e da escrita, para uma aprendizagem de qualidade, que é de suma relevância para o processo escolar da criança ao longo de sua educação, aprendendo a ler e escrever, adquirindo conhecimento para a vida.

(3)

- Analisar quais concepções e métodos favorecem o ensino aprendizado para alfabetizar letrando;

- Identificar as dificuldades do educador e do educando no processo de alfabetização;

- Compreender a importância da alfabetização e letramento na formação do cidadão crítico e reflexivo.

METODOLOGIA

No presente trabalho foi utilizada a entrevista como instrumento de pesquisa para a coleta de dados. Foram entrevistadas dois professores, ambos das séries iniciais do ensino fundamental I, sendo uma das escolas da rede pública municipal e outra da rede privada.

A escolha de escolas de redes diferentes se prende ao fato de se tentar entender se existem diferenças no ensino e aprendizagem dos alunos em processo de alfabetização, por ser uma escola pública e a outra privada.

A entrevista possibilita um diálogo com o objetivo principal de obter informações do entrevistado sobre determinado problema. Ela “consiste no desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de um certo ato social como a conversação” (GOODE; HATT, 1973, p.237 apud MARCONI; LAKATOS, 2009, p.81).

DESENVOLVIMENTO

Alfabetização e letramento: conceitos

Alfabetização é a aquisição da escrita e da linguagem, na apropriação, no domínio do código linguístico do alfabeto e sua utilização para comunicação, é definida como um processo no qual o indivíduo constrói seu conhecimento, tendo um tempo para começar e terminar. Esse processo consiste na codificação e decodificação do ato de ler e também na

(4)

capacidade de interpretar, compreender, criticar, produzir conhecimentos, oportunizando ao indivíduo sua socialização. Pode-se concluir que a alfabetização é um processo de natureza complexa, um fenômeno de múltiplas facetas, que fazem objeto de estudo de várias ciências. Entretanto, só a articulação e a integração dos estudos desenvolvidos no âmbito de cada uma dessas ciências podem conduzir a uma teoria corrente da alfabetização (SOARES, 2008).

O termo letramento pode ser considerado recente no campo da educação brasileira. De acordo com Soares (2016, p. 32), esse termo parece ter sido usado pela primeira vez no livro de Mary Kato: “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986”. Mais recentemente, como parte de título de livro, o termo apareceu no ano de 1995 nos livros “Os significados do letramento”, organizado por Ângela Kleiman e “Alfabetização e letramento” de Leda VerdianiTfouni (SOARES, 2016).

Devido às grandes transformações sociais, políticas, econômicas e tecnológicas é que surge o fenômeno do termo letramento, surgiu ampliando o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização (SOARES, 2016).

Letrado é o indivíduo que aprende a ler e escrever e faz uso da leitura e escrita nos diferentes contextos sociais, adquire outro estado, uma nova condição, torna-se uma pessoa diferente em vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico.

Segundo Soares (2016), indivíduos foram se alfabetizando e cada vez mais sentindo a necessidade de não apenas saber ler e escrever e sim envolver-se em práticas sociais de leitura e escrita. O ideal é alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever num contexto de práticas sociais da leitura e da escrita.

Concepções educacionais

No presente item são apresentadas as duas principais concepções educacionais: a tradicional e a construtivista, como segue:

Concepção Tradicional: A escola tem função de resolver a tarefa por meio do ensino e transmitir os conhecimentos acumulados, organiza-se como uma agência

(5)

centrada no professor, dessa forma é o professor que domina os conteúdos organizados e estruturados para serem transmitidos aos alunos. A estes cabe assimilar, caracterizando passividade, transmissão de conteúdo, memorização, verbalismo (SAVIANI, 2009).

Concepção Construtivista: Segundo Becker (1992), o construtivismo não é uma prática nem um método, e sim uma teoria que permite conceber o conhecimento como algo que não é dado e sim construído pelo sujeito mediante sua ação e interação com o meio, portanto, o sentido do construtivismo na educação diferencia-se da escola como transmissora de conhecimento, que insiste em ensinar algo já pronto diante de inúmeras repetições como forma de aprendizagem.

Métodos de alfabetização

Alfabetizar com método é orientar a criança por meio de procedimentos, que estimulem e orientem operações cognitivas e linguísticas que a conduzam a uma aprendizagem sucedida da leitura e da escrita (SOARES, 2016).

Os métodos utilizados no processo de alfabetização e letramento são:

Método Sintético: A alfabetização no método sintético inicia-se pelo domínio do alfabeto (letra por letra), depois se aprende as sílabas, as palavras, as frases e por último os textos.

Método Analítico: Foi criado para o ensino da leitura, partindo do “todo para a parte”, levando o aluno a analisar o todo (a palavra), para chegar às partes.

Método Analítico-Sintético: A alfabetização ocorre partindo da frase para chegar à palavra e a família silábica toma por empréstimo alguns elementos dos métodos analíticos, no entanto sem abandonar as características do método sintético.

Técnicas de alfabetização: Oralidade, leitura e escrita.

Hipóteses de escrita

Sondagem: o educador comprometido com o processo de ensino-aprendizagem deverá realizar sondagem regularmente:

(6)

A melhor maneira de acompanhar as hipóteses sobre a escrita da criança é realizar, regularmente, sondagens. É o momento propício para o professor conhecer a evolução histórica da escrita, perceber a relação que o aluno faz entre a fala e a escrita. A sondagem deverá ser realizada pelo menos três vezes no ano, não podendo esquecer que é uma estratégia de avaliação de cunho diagnóstico, para se ter noção do desenvolvimento do processo de aprendizagem do sistema alfabético. Não é resultado estático, pois a mudança poderá ocorrer até mesmo de um dia para o outro. A sondagem não é uma avaliação. É uma observação das características do pensamento do aluno. O objetivo é verificar como o aluno pensa para poder planejar as intervenções do professor (FERNANDES; ANDREU, 2001 p.106).

De acordo com Ferreiro e Teberosky (1985), a criança passa por um processo de aquisição de escrita com as seguintes etapas: escrita pré-silábica, escrita silábica, escrita silábica-alfabética e alfabética.

A formação docente para atuar nas classes de alfabetização

Formar o professor não é somente qualificá-lo em uma determinada área específica, torná-lo capaz de transmitir o conteúdo teórico e metodológico, mas também formá-lo para saber enfrentar as situações do dia-a-dia na escola e fazê-lo construir a educação escolar em sua totalidade (ANDRÉ, 2010).

Ainda com relação ao mesmo assunto:

As pessoas não nascem educadores, se tornam educadores, quando se educam com o outro, quando produzem a sua existência relacionada com a existência do outro, em um processo permanente de apropriação, mediação e transformação do conhecimento mediante um projeto existencial e coletivo de construção humana (FELDMANN, 2009, p.72).

Então nessa perspectiva dá-se a formação continuada dos professores, articulada aos fazeres na e da escola, além de uma formação compartilhada, é também uma autoformação, uma vez que os professores reelaborem os seus saberes em experiências cotidianamente vivenciadas (FELDMANN, 2009).

O papel do alfabetizador é imprescindível e necessário, é nas intervenções que faz o educando avançar no seu conhecimento, as intervenções devem ser problematizadoras e desafiadoras para serem resolvidas pelos educandos. O docente precisa conhecer a gênese da língua escrita, formuladas por Ferreiro e Teberosky, para saber conduzir e mediar as intervenções, bem como aplicar atividades necessárias para conseguir sucesso no processo de alfabetização. Antes

(7)

de iniciar o processo de alfabetização, é preciso diagnosticar o que os educandos já sabem, identificar os conhecimentos prévios e saber explorá-los é fundamental para qualquer aprendizagem (LOPES; ABREU; MATTOS, 2010).

RESULTADOS

A seguir são apresentados os resultados referentes às duas entrevistas realizadas com pedagogos, um de escola pública e outro de escola privada. Para facilitar o entendimento do apresentado, os pedagogos serão denominados como pedagogo “A” e “B”. As respostas obtidas pelos professores entrevistados foram analisadas levando em conta o referencial teórico utilizado no artigo. Nota-se de uma forma geral que as respostas obtidas são muito parecidas, apesar das redes serem diferentes. Observa-se o alegado pelo abaixo elencado:

 Os educandos atendidos cursam do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I.

 Os professores relatam que a leitura e a escrita são processos feitos de modo concomitante, dada sua relevância no ensino-aprendizagem dos anos iniciais.

 Referente às concepções, relatam que não existe uma formula pronta para ensinar, que cada criança tem um ritmo de aprendizagem e deve ser respeitado.

 Os professores relatam que as intervenções pedagógicas são feitas por meio da mediação, criando situações para que os alunos possam expor suas ideias, argumentar, levantar hipóteses e participar ativamente desse processo, tornando-se assim um cidadão crítico e reflexivo.

 Quanto à formação acadêmica dos futuros educadores nas Universidades para alfabetizar e letrar, relatam que têm uma base teórica muito significativa, mas que o saber deve ser ampliado além da

(8)

sala de aula, e há necessidade de uma busca constante do conhecimento teórico, mas no cotidiano não há uma pratica efetiva.

 Reconhecem que a sondagem é um ponto de partida para diagnosticar o nível de pensamento em que o aluno se encontra, favorecendo um valioso caminho a percorrer.

 Durante a entrevista concordam que a psicogênese da língua escrita é de suma importância por respeitar o conhecimento que a criança já possui, possibilitando ampliar gradativamente com práticas pedagógicas significativas conectadas ao contexto social. A criança que é inserida no universo do letramento, antes de aprender a ler e a escrever, fará uso da leitura e da escrita com mais rapidez e eficiência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constata-se que Alfabetização e Letramento nas séries iniciais no ensino fundamental, é um tema de extrema importância no desenvolvimento do uso da leitura e da escrita no processo de ensino aprendizagem da criança, ressaltando que letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever nos diversos contextos sociais. O processo de ler e escrever se efetiva no ambiente escolar, considerando a alfabetização como a aquisição da escrita e linguagem, sendo uma apropriação do código linguístico (alfabeto) que é usado para a comunicação. Ler e escrever são um conjunto de habilidades com natureza complexa, um fenômeno de múltiplas facetas que faz dele um objeto de estudo de várias ciências. O ideal é alfabetizar letrando, ensinar a ler e a escrever o mundo. A leitura é um instrumento de mudança sócio cultural, pois é utilizada no cotidiano da sociedade letrada, ou seja, o processo de alfabetização e letramento deve ser realizado mediante práticas educativas que sejam significativas, não somente no espaço escolar, mas no espaço em que está inserido. A aprendizagem é de suma relevância para o processo escolar da criança ao longo da sua educação, aprendendo a ler e escrever, adquirindo conhecimentos para a vida, como construção do saber de um cidadão autônomo, crítico e reflexivo.

(9)

FONTES CONSULTADAS

ANDRÉ, M. Pesquisa, formação e prática docente. In: ANDRÉ, M. (Org.). O papel

da pesquisa na formação e na prática dos professores. 4. ed. Campinas, São

Paulo: Papirus, 2010. Cap.3, p.55-57.

BECKER. F. O que é construtivismo? Revista de Educação AEC, Brasília, v. 21, n. 83, p.7-15, abr/jn. 1992.

CAGLIARI, L. C. A respeito de alguns fatos do ensino e da aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças na alfabetização. In: ROJO, R. (Org.). Alfabetização e

letramento perspectivas linguísticas. Campinas-SP: Mercado de Letras, 2009, Cap.

IV-V, p. 61- 68.

FELDMANN, M. G. de. Formação de professores e escola na contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2009.

FERNANDES, M; ANDREU, S. Os segredos da Alfabetização: teoria e prática para professores e pais. São Paulo: Ediouro, 2001.

FERREIRO, E; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

LOPES, J. R.; ABREU, M. C. M.; MATTOS, C. E. Caderno do educador:

Alfabetização e letramento 1. Brasília: Ministério da Educação continuada,

Alfabetização e Diversidade, 2010. Disponível em: <www.portaldomec.gov.br> Acesso em 08 de otu. 2016.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M.. Métodos em pesquisa social. 7.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. 41. ed. Campinas. SP: Autores Associados, 2009.

SOARES, M. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

(10)

_________. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2016.

__________. Letramento: um tema em três gêneros. 3. ed. Belo Horizonte: Autentica editora, 2016.

Referências

Documentos relacionados

Nesse sentido, Martins13 acredita que embora incompleto o direito processual do trabalho, o mesmo poderá beneficiar-se das conquistas e avanços ocorridos no direito processual comum

Em setembro de 2017 a prefeitura municipal de Monteiro por meio da secretaria de serviço social começou a implementar o projeto “Reciclando Vidas”, com o

Deste modo, a criança vai adquirir a habilidade de escrita e leitura que caracteriza a alfabetização, ao mesmo tempo em que vai estar cada vez mais consciente dos diferentes

A sociedade na qual vivemos é orientada pela escrita, anúncios, rótulos, jornais, propagandas, outdoors, é tudo isso faz parte do convívio de uma criança desde

Compreende a alfabetização não como um simples método, mas um processo complexo e multifacetado que ocorre quando a criança tem a apropriação do sistema da escrita

(2017) avaliaram os efeitos de uma suplementação proteica em diferentes fases gestacionais e não observaram diferença no peso corporal, no entanto, os bezerros

Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para

expressamente, tacitamente ou de outra forma) no âmbito do presente Contrato (e o presente Contrato exclui.. expressamente qualquer direito) (a) para Materiais Excluídos, (b)