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Balanço social da Associação Hospital de Caridade de Três Passos

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Academic year: 2021

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RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EMERSON DANIEL SCHMITZ

BALANÇO SOCIAL DA ASSOCIAÇÃO HOSPITAL DE CARIDADE DE

TRÊS PASSOS

IJUÍ (RS)

2016

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EMERSON DANIEL SCHMITZ

BALANÇO SOCIAL DA ASSOCIAÇÃO HOSPITAL DE CARIDADE DE

TRÊS PASSOS

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Prof. Orientador: LAURI BASSO

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RESUMO

O presente trabalho tem com objetivo elaborar uma proposta de demonstrativo de balanço social para a Associação Hospital de Caridade Três Passos. O procedimento metodológico do estudo culminou na apresentação do Hospital, como entidade filantrópica, como bem é, dentro de suas características históricas, físicas, econômicas e de colaboradores. Considerando informações fornecidas pelo corpo funcional, dentre vários setores, como recursos humanos e contabilidade, obteve-se dados suficientes para subsidiar a elaboração de um Balanço Social, demonstrando as informações e assim, a sua real importância para a entidade, como instrumento de gestão, tomada de decisões e auxílio na elaboração de projetos para a obtenção de recursos.

Palavras-chave: Balanço social. Entidades filantrópicas. Demonstrações contábeis. Contabilidade no terceiro setor.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Balanço Patrimonial...41

Quadro 2: Demonstração do Resultado do Exercício...42

Quadro 3: Demonstração do Valor Adicionado...43

Quadro 4: Modelo IBASE - Origem dos recursos...45

Quadro 5: Modelo IBASE – Indicadores sociais internos...46

Quadro 6: Modelo IBASE – Indicadores sociais externos...46

Quadro 7: Modelo IBASE – Indicadores ambientais...47

Quadro 8: Modelo IBASE – Indicadores de corpo funcional...48

Quadro 9: Modelo IBASE – Outras informações...48

Quadro 10: Modelo IBASE – Outras informações...49

Quadro 11: Modelo IBASE – Indicadores relevantes quanto a ética, transparência e responsabilidade social...49

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ... 4

1 INTRODUÇÃO ... 6

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 8

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 8

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE ... 11 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5 OBJETIVOS ... 13 1.5.1 Objetivo geral ... 14 1.5.2 Objetivos específicos ... 14 1.6 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS... 16

2.2 CONTABILIDADE EM ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS ... 19

2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 23

2.3.1 Balanço Social ... 26

3 METODOLOGIA DE ESTUDO ... 30

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 30

3.2 COLETA DE DADOS ... 31

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 32

4 A ENTIDADE E O BALANÇO SOCIAL ... 33

4.1 A ENTIDADE ... 33

4.2 BALANÇO SOCIAL ... 44

CONCLUSÃO ... 52

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1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais as atitudes e ações desenvolvidas pelas entidades caracterizam-se como sua vitrine para a sociedade, sendo que seus objetivos, seus projetos e seu dia-a-dia contam e muito no que diz respeito a visão que o público externo cultiva.

A decisão por uma gestão mais limpa, transparente, com mais responsabilidade social e respeito pelo meio ambiente, pode influenciar tanto nos rendimentos das empresas como na questão do seu desenvolvimento. Em se tratando de entidades sem fins lucrativos, a necessidade de uma boa vitrine frente aos doadores e colaboradores é peça chave para arrecadação de donativos para subsidiar as suas atividades.

O estudo busca enfatizar a importância de um demonstrativo de cunho social e ambiental, e seu impacto quando elaborado por uma entidade sem fins lucrativos, no caso uma entidade filantrópica da área de atendimento a saúde da população. Buscou-se por meio de estudos teóricos reunir os fundamentos necessários para que a devida importância seja dada também a este demonstrativo contábil.

O balanço social para Tinoco (2001) é um demonstrativo de gestão que contém informações econômicas e sociais da entidade, tanto para usuários internos como externos.

O balanço social procura agregar valor para a entidade, por meio da elaboração do demonstrativo de particularidades sociais e ambientais e que contribuam para que a entidade seja o mais humana possível, com responsabilidade social e ambiental, sempre respeitando o meio em que está inserida.

No primeiro capítulo foi evidenciado o objeto de estudo, fazendo uma rápida abordagem pelos caminhos da ciência contábil até o balanço social, caracterizou-se brevemente a entidade e apresentou-se a pergunta chave do trabalho, além dos objetivos e das justificativas.

No segundo capítulo foi exposto o referencial teórico, onde se dissertou a respeito das particularidades das entidades sem fins lucrativos, além de uma abordagem das demonstrações contábeis, mais especificamente a de balanço social.

No terceiro capítulo foi exposta a metodologia de estudo, classificando a pesquisa, além de enumerar e explicar basicamente como foi realizada a pesquisa e os procedimentos do trabalho.

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No quarto capítulo foi elaborado o estudo de caso, uma abordagem completa da entidade, passando pelo histórico, infraestrutura e contabilidade, e o demonstrativo de balanço social, com suas constatações e quadro explicativos.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo, apresentam-se as definições do tema abordado, bem como a caracterização da organização e a problematização da temática objeto de estudo. Em seguida, constam os objetivos do trabalho, tanto na dimensão geral, como na específica, e, ainda, a justificativa, que tem como foco a razão da elaboração do trabalho.

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

Para Kroetz (2000), a contabilidade é uma ciência social que tem como principal objetivo o estudo do patrimônio das entidades, procurando evidenciar as suas mais diversas particularidades quantitativas e qualitativas, analisa também todas as modificações e acontecimentos que possam ocorrer no patrimônio das entidades no decorrer do exercício. As informações que resultam da análise do patrimônio servem para facilitar e auxiliar na gestão da entidade, tanto no controle, como no planejamento e na tomada de decisões por parte dos administradores.

Seguindo esta linha de raciocínio, Basso (2011, p. 26) referindo-se a contabilidade afirma que:

Como conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.

Assim, fica evidente que as informações geradas pela contabilidade são importantes para o controle gerencial, pois sua operacionalização é regida por leis, normas e regras, que auxiliam na elaboração de informações confiáveis e precisas das movimentações patrimoniais. Suas demonstrações evidenciam os impactos dos fenômenos contábeis, e assim auxiliam para uma boa compreensão da realidade da entidade pelos usuários, tanto internos como externos.

A Contabilidade como ciência social, apresenta uma série de ramificações, dentre elas, destaca-se a Contabilidade Social, como consta na figura 1.

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Figura 1 – Ciência contábil e suas ramificações:

Fonte: Kroetz (2001, p. 52).

A figura 1 evidencia vários ramos da contabilidade, entre eles, e destacadamente, a contabilidade social, sendo uma ramificação da própria contabilidade, que, da mesma forma, busca evidenciar as variações patrimoniais, porém, além da questão financeira, busca um enfoque diferenciado e direcionado á questão social e ambiental. Kroetz (2000, p. 53), afirma ainda que:

A efetivação e êxito dessa especialidade requer que a organização adote como forma de gerir uma gestão eminentemente participativa, envolvente e comprometida com todas as camadas que forma o sistema social e organizacional, tendo como instrumento de controle e prevenção a auditoria social e demonstrando as mutações quantitativas e qualitativas por meio do Balanço Social, que tem a função de complementar as demonstrações já, tradicionalmente, extraídas dos registros contábeis.

Logo, a contabilidade social apesar de apresentar aspectos econômicos, tem um cunho voltado para questões sociais e ambientais, e que, para que possa obter total êxito nas suas intenções, necessita de um total envolvimento da organização, em todos os níveis da sua hierarquia. E destaca ainda a forma como o balanço

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social vem a ser importante para a organização, como instrumento gerencial complementar das demais demonstrações contábeis.

Ainda no entendimento de Kroetz (2000, p. 54):

Genericamente, a Contabilidade Social visa criar um sistema capaz de inventariar, classificar, registrar, demonstrar, avaliar e explicar os dados sobre a atividade social e ambiental da entidade, de modo que, no final de cada exercício, ou a qualquer momento, se possa preparar informes, como o Balanço Social e a Demonstração de Valor Adicionado.

A contabilidade social capta, registra e analisa os dados no âmbito social e ambiental da entidade, de forma que com estes, detalhadamente, seja possível a elaboração dos demonstrativos como informe das particularidades patrimoniais da entidade em questão, neste caso, em especial, o Demonstrativo de valor adicionado e o Balanço Social.

Em se tratando de Balanço Social, Carvalho (apud KROETZ 2000, p. 55), esclarece que:

Este novo instrumento parece ter sua origem no EUA, no final dos anos 60, precisamente como resposta empresarial a um movimento progressivamente contestatório e imerso na escala de valores peculiar da vida norte-americana, que chega a pôr em causa o valor das organizações relativamente ao seu contributo para o meio em que se insere.

Tal afirmação tem como intenção salientar a origem do balanço social, tal qual o seu objetivo de criação, que nada mais é do que uma forma de evidenciar as ações da entidade frente à comunidade e ao meio ambiente, ou seja, além do fato de abrigar demonstrações de ordem econômica, também demonstrar em forma de balanço suas contribuições para a sociedade e o meio ambiente.

Na leitura de Carvalho (apud TINOCO, 2001, p. 37) observa-se que:

O Balanço Social constitui um instrumento de controle e de tomada de decisões, de grande utilidade para a direção da empresa, permitindo melhorar o ambiente interno e clarificar alguns objetivos a médio prazo: os corpos diretivos passarão, assim, a ser julgados não apenas em função dos resultados econômicos, mas também dos resultados sociais.

Desta forma, entende-se que o balanço social, não só pode ser considerado como instrumento de exposição de atividades sociais e ambientais da entidade, também como subsídio para tomadas de decisões, além de instrumento de controle das intenções da entidade frente ao ambiente em que está inserida.

Kroetz (2000) chama atenção para o fato de que o balanço social ser rico em dados, que se bem compreendidos e esmiuçados, podem apresentar informações

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importantes, para seus usuários, dependendo da demanda que cada qual tiver. O balanço apresenta várias maneiras de expor dados, as vezes de forma mais isolada, em outras de forma mais trabalhada, sempre objetivando o melhor entendimento de quem oportunamente lhe estiver analisando.

Com o pensamento semelhante ao de Kroetz (2000) e Tinoco (2001), Ribeiro; Lisboa (1999, p. 19) dissertam:

O Balanço Social é um instrumento de informação da empresa para a sociedade, por meio do qual a justificativa para sua existência deve ser explicitada. Em síntese, esta justificativa deve provar o seu custo-benefício positivo, porque agrega valor à economia e à sociedade, porque respeita os direitos humanos de seus colaboradores e, ainda, porque desenvolve todo o seu processo operacional sem agredir o meio ambiente.

Como dito, o balanço social funciona como um instrumento que fornece informações da entidade, com intuito de transparecer suas atividades para a sociedade, além da importância da sua existência para a comunidade. Mais objetivamente, esta demonstração chama atenção para os meios com os quais a entidade procura agregar valor a sociedade, sem deixar de lado sua responsabilidade social, adotando formas de progredir sem agressão ao meio social e ambiental.

Neste sentido o tema deste estudo é o balanço social como um demonstrativo contábil e elaboração de uma proposta para Associação Hospitalar de Caridade Três Passos, tendo como base dados disponibilizados pela contabilidade e outros setores da entidade.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE

Fundada em 06 de julho de 1945 a Associação Hospital de Caridade de Três Passos é uma entidade assistencial da área da saúde, hospitalar filantrópica, sem fins lucrativos e de utilidade pública, que presta relevantes serviços à população local e regional, ao totalizar uma abrangência de atendimento para mais de 130 mil habitantes. Atende, principalmente, à uma parcela carente da sociedade, que são os beneficiários do SUS – Sistema Único de Saúde, além de ser referência estatal em razão do trabalho realizado junto a Unidade de Tratamento Intensivo – UTI.

Sua sede fica estabelecida a Rua Mário Totta, n.º 157, na Cidade de Três Passos, Estado do Rio Grande do Sul, possuía em 31.12.2015, em torno de 280

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funcionários, divididos entre os diversos setores, como contabilidade (que no caso é interna), corpo clínico, UTI, administração, entre outros.

A Associação Hospital de Caridade Três Passos tem como finalidade essencial prestar a assistência médico-hospitalar integral, curativa e, ou preventiva para a clientela que procurar a instituição. Possui convênios e contratos firmados com Órgãos Públicos e Privados com o intuito de explanar e disponibilizar um maior leque de possibilidades de atendimento, para melhor atender as mais diversas demandas e necessidades da população.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Para Tinoco (2001) o balanço social, como demonstrativo formal, surgiu como uma maneira de responder à pressão social proveniente da sociedade em face das atividades desenvolvidas pelas empresas ou entidades, de maneira que busca evidenciar e enumerar de forma transparente as ações sociais, humanas, ambientais e econômicas adotadas por parte das instituições, ou seja, aparentemente um instrumento gerencial com a finalidade de evidenciar tanto a responsabilidade social corporativa, como o comprometimento das entidades por meio de dados e informações.

A partir do momento em que informações são socializadas por meio deste demonstrativo, e se analisadas de forma coerente, podem, e até mesmo devem, contribuir para o planejamento e a execução de projetos e ações que possam proporcionar benefícios tanto para os empregados, meio ambiente e para a sociedade.

Na leitura de Kroetz (2000, p. 17):

(...) procurar-se-á identificar a contribuição da Contabilidade à sociedade, por meio da formulação de um modelo coerente e compatível do Balanço Social. Estudando se as tradicionais demonstrações contábeis apresentam informações sociais e ecológicas; propondo a incorporação das informações contidas no Balanço Social às principais demonstrações contábeis; desenvolvendo alternativas que possam demonstrar pelas técnicas e tecnologias contábeis as demais informações (não contábeis) que se apresentam no Balanço Social; enfim, apresentando uma proposta metodológica de coleta, processamento, análise e avaliação das informações contidas na demonstração Balanço Social.

A contabilidade se faz importante em relação à sociedade, não só se fazendo valer pelos principais demonstrativos, mas também por meio da elaboração do balanço social. Deve se considerar a hipótese de uma maior concentração e

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enfoque nas informações que dispõe o balanço social, de maneira que elas possam auxiliar não só no campo em que são elaboradas, mas também na preparação das demais demonstrações contábeis, de maneira a tornar o balanço social um instrumento mais completo e repleto de informações valiosas que podem, e devem, proporcionar um melhor entendimento da situação da entidade, e do desenvolvimento de suas ações.

Ainda segundo Kroetz (2000), a medida que o balanço social é considerado uma demonstração, que é publicada junto as demais demonstrações contábeis, porém com finalidade complementar, conclui-se que este sistema não dispõe da totalidade das informações que os usuários da informações demandam.

Torna-se necessário um demonstrativo específico para o âmbito social e ambiental, e nesse sentido, faz-se valer a importância do balanço social, e de sua singularidade no que tange as informações por ele disponibilizadas e a relevância da sua elaboração.

Afinal de contas como disposto por Kroetz (2000) o demonstrativo do Balanço Social deve ser analisado como um amplificador do grau de confiança da sociedade para com a empresa, a medida que evidencia em gráficos, números e ações, que suas intenções não são puramente de cunho lucrativo, que a entidade aprecia e desenvolve projetos e ações de cunho socioambiental.

Ainda para Kroetz (2000) o balanço social evidencia de forma transparente a parte humanitária da entidade, onde ela demonstra sua responsabilidade social, suas intenções com o meio ambiente e que não é uma máquina de fazer dinheiro, e sim um ente que se importa com o mundo ao seu redor.

O balanço social agrega valor e traz credibilidade para a entidade que o propõe, pois demonstra a realidade social e ambiental da empresa. Deste modo, o presente trabalho pretende evidenciar a importância das informações geradas por um demonstrativo de balanço social da Associação Hospital de Caridade de Três Passos. Então, como o Balanço Social pode auxiliar na divulgação de informações de cunho social e ambiental da Associação Hospital de Caridade de Três Passos?

1.5 OBJETIVOS

O objetivo se desenvolve na ideia da apresentação de uma sugestão de balanço social para a Associação Hospital de Caridade de Três Passos, de modo que possa auxiliar com a criação de informações e uma melhor forma de

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demonstração da destinação de recursos para com a comunidade e o meio ambiente, além de auxiliar, como instrumento de gestão, na tomada de decisões por parte dos administradores. Os objetivos deste estudo se dividem em gerais e em específicos.

1.5.1 Objetivo geral

O presente estudo tem com principal objetivo definir um modelo sugestão ou estrutura, para a elaboração e posterior apresentação de Balanço Social da Associação Hospital de Caridade de Três Passos, levando em consideração o exercício de 2015, utilizando como base os dados e recursos utilizados para com seus diversos setores e órgãos que relativamente possui.

1.5.2 Objetivos específicos

 Realizar a revisão bibliográfica dos conteúdos de Contabilidade Geral, Contabilidade Social e Balanço Social.

 Caracterizar a Associação Hospital de Caridade de Três Passos, explorando

tanto seu lado histórico como estrutural.

 Averiguar e quantificar tanto as ações sociais como ambientais que a entidade realiza em seu meio e em relação à comunidade.

 Propor e apresentar um Balanço Social da Associação Hospital de Caridade de Três Passos.

 Avaliar as contribuições das informações geradas e apresentadas no Balanço

Social.

1.6 JUSTIFICATIVA

A contabilidade social se estabelece como ramificação ou especialização da ciência contábil que trata de atividades sociais e econômicas nos mais diversos aspectos, e vem aparecendo com mais destaque nos dias atuais, por tratar da destinação de recursos em áreas que abrangem muito mais do que a própria entidade, ou seja, o ambiente onde a entidade se situa, além, é claro, da maior transparência, em relação à destinação de recursos, que um balanço social bem estruturado pode proporcionar as demonstrações da entidade.

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A medida que, o balanço social se apresenta como uma boa alternativa para entidades que procuram, além de demonstrar sua destinação de recursos, apresentar um instrumento que destaca sua responsabilidade tanto como geradora de empregos e que busca maximizar lucros, como uma gestora consciente, que procura o bem estar social da comunidade e do meio ambiente.

O balanço social, como instrumento de gestão e transparência, como meio de evidenciar e expor as intenções e responsabilidades das entidades em questões tanto internas como externas no âmbito social e ambiental, faz com que pareça mais íntegra e mais interessada na forma com que o mundo ao seu redor gira, a medida que toma decisões com base em demonstrações mais humanas.

Estudos neste sentido devem ser mais incentivados e com mais entusiasmo e ênfase no meio acadêmico, pensando no bem estar tanto da comunidade como do curso, da entidade, da sociedade e do meio ambiente, de modo que a área da contabilidade que comtempla o meio social, tenha o mesmo peso que outras áreas como de custos, societária ou tributária.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo realiza-se um levantamento teórico da problemática da pesquisa, de modo que com determinadas abordagens, fique claro a intensão de embasar fielmente a teoria do estudo, desenvolvido e argumentado com base nos mais variados e conceituados autores, para, após, aplicar na prática tais argumentações. Vale lembrar, da importância da abordagem deste capítulo, que servirá de subsídio para uma melhor e correta interpretação dos dados que serão propostos.

Dentre os vários temas abordados destacam-se a caracterização das entidades sem fins lucrativos, a contabilidade praticada nessas entidades, as demonstrações contábeis, com destaque para o Balanço Social.

2.1 ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

De acordo com Young (2009), a medida que citamos a denominação entidades sem fins lucrativos, citamos uma gama de classes, entre elas as associações, as fundações, os sindicatos, as sociedades cooperativas, e principalmente no caso do presente estudo, as entidades filantrópicas, dentre outras. Afirma ainda, que tais entidades tem papel de auxiliar na disponibilização de direitos sociais para a população.

Para Machado (2009) as famílias, a população em geral, que dispõem das mais diferentes e variadas necessidades carecem de um órgão ou entidade que, autonomamente e organizado, possa lhes oferecer soluções e auxílio nas suas dificuldades. Estas entidades que sejam presentes, atuantes, e que possam conhecer as deficiências e as demandas desta sociedade, e que se esforcem em dar um destino plausível as doações provenientes das comunidades.

Estas entidades são identificadas como do Terceiro Setor que não possuem intenções financeiras e buscam promover o bem estar do próximo, congregando pessoas e pensando nos outros antes de si mesmo, ajudando a comunidade e prestando serviços. Assim, chama-se de terceiro setor aquelas entidades que disponibilizam estes serviços e tem cunho social, voltadas a serviços voluntários para o bem estar humano.

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Segundo Young (2009, p. 45):

Ainda por nascimento das entidades sem fins lucrativos, faz-se necessário possuir como ato constitutivo o estatuto social, o qual deverá ser muito bem elaborado, contendo detalhes sobre seus instituidores, responsáveis, o fim para o qual foram criadas, as atividades que desempenham etc.

Logo, para que se enquadre como entidade sem fins lucrativos é necessário que se possua um estatuto social, especificando as mais diversas finalidades da entidade, esclarecendo tanto suas atividades como quem a administra.

Argumenta ainda Young (2009) que além dos atos constitutivos, a entidade deve possuir inscrição no CNPJ, devidamente classificada da forma que foi concebida, para que fique em ordem com a Secretaria da Receita Federal.

De acordo com a Lei n. 91, de 28.08.1935, regulamentada pelo Decreto 50.517/61 comtempla o entendimento de que para que seja possível o conhecimento como utilidade pública, as entidades sem fins lucrativos, que tem por objetivo e motivo de existência apenas servir a coletividade, devem provar que possuem personalidade jurídica, que estão de acordo com o princípio da continuidade, o qual orienta que a entidade ora criada, tem por objetivo o contínuo funcionamento e não tem previsão de fechamento, além de não remunerar cargos administrativos.

Young (2009), também, salienta o fato de que as entidades, em forma de projetos sociais, agem exclusivamente na prestação de serviços à comunidade, porém isto gera gastos para a mesma, sendo que somente por meio de doações e incentivos não terá condições de se sustentar e disponibilizar serviços de qualidade ora demandados.

Young (2009) destaca que desta forma, havendo uma entidade que queira se manter e se sustentar de forma que isto não prejudique suas atividades, deve arrecadar fundos, tanto com as escassas doações, como com o desenvolvimento de outras atividades econômicas voltadas para a manutenção da entidade. A entidade carece de todo o valor arrecadado para que possa manter um nível de sustentabilidade e poder proporcionar os serviços que disponibiliza para a comunidade.

Machado (2009) dita a respeito dessas entidades como quem busca o bem comum, mesmo que atualmente pareça irreal salientar e destacar entidades que não buscam exclusivamente e exaustivamente o lucro e sim o bem estar social. Mas existem sim entidades que estão dispostas a dedicar suas atividades para realizar trabalhos voluntários em prol do próximo, de forma que não queira exclusivamente

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resultados econômicos e se satisfaça a medida que conseguir momentos mais humanos ajudando uns aos outros.

Comenta ainda, que qualidades como estas são reconhecidas e enaltecidas pelo Banco Mundial e por diversas vezes rechaçadas nos meios mais comuns,

Muitas vezes, pessoas que se beneficiam destes serviços, geralmente duvidam ou desconhecem as propriedades e particularidades desta prestação de serviços. Disponível em: <www.abong.org.br>:

Cabe destacar que uma entidade sem fins lucrativos pode e deve auferir receitas, e, se estas superarem as despesas, hão de ser aplicadas em projetos da entidade, que pode contar com um fundo institucional destinado a tanto. O que a entidade não pode fazer é distribuir qualquer parcela de sua receita a título de lucro ou participação nos resultados a seus associados.

Na Constituição Federal e na lei complementar não há qualquer vedação a que as entidades sem fins lucrativos realizem venda de mercadorias de sua fabricação ou prestação de serviços. Mas, para que a entidade faça jus à imunidade fiscal, é necessário que as receitas provenientes dessas atividades sejam aplicadas nos fins da instituição, e, obviamente, não sejam distribuídas a título de lucro.

Assim sendo, não há problema em uma entidade sem fins lucrativos obter receitas ao fim de seu respectivo exercício, seja por meio de receitas de mercadorias vendidas ou prestações de serviços. Estes recursos podem ser aplicados nas demandas da entidade, ou simplesmente serem retidos em forma de reservas para investimentos.

Para Amaro (apud Young, 2009) a quem se digne criar uma entidade sem fins lucrativos não pode cria-la com o intuito de obter lucros, mesmo assim nada impede que decorrente de suas atividades a entidade aufira lucros decorrentes de suas atividades e prestações de serviços. Lucro este que será denominado de superávit, pois a denominação lucro faz crer que este é o objetivo da entidade, não se aplicando as atividadesdas entidades sem fins lucrativos.

Segundo Machado (2009), entidades estas, que por não terem por objetivo a lucratividade, tem por natureza imunidade tributária, a medida que se encaixarem nos meios burocráticos que regem esta condição, e quando certificadas como de entidades filantrópicas, passam a gozar de diversas isenções como de contribuições previdenciárias. Por ostentar a condição de imune, acaba virando alvo das

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fiscalizações, tanto para comprovar valores, como para verificar e inspecionar as ações sociais prestadas e atividades desenvolvidas pela entidade em questão.

2.2 CONTABILIDADE EM ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

Segundo Slomski et. al. (2012) as associações brasileiras, devem propor um padrão específico de registros contábeis para que a partir destes possam apresentar e prestar contas de forma clara e compatíveis com sua realidade, e desta maneira poder expor estas à sociedade e ao Estado, ou seja, quem os mantém em funcionamento, por meio de doações e repasses.

Ainda para Slomski et. al. (2012) essas entidades devem adotar uma contabilidade orçamentária em se tratando dos seus registros e demonstrações contábeis, para que seus conselhos e administradores possam melhor compreender e assim averiguar a veracidade das informações detalhadas, de forma que estejam concomitantemente sendo realizadas de acordo com o proposto no orçamento anual, anteriormente aprovado.

Para Machado (2009), o profissional da área contábil se faz importante na elaboração dos registros contábeis das entidades, pois assim os fazendo, as auxilia para que de forma transparente e objetiva, evidenciem suas ações e atividades, apresentando a todo e qualquer público interessado, e revelando assim o quanto estas instituições são importantes para a sociedade, seja contribuindo quantitativa ou qualitativamente.

Machado (2009) destaca a importância de diferenciar as entidades que visam lucro das entidades sem fins lucrativos, de modo que as entidades que visam lucros prestam contas a seus sócios, acionistas e para o fisco, enquanto as entidades beneficentes e de assistência social elaboram demonstrações e registros contábeis para a sociedade beneficiada por suas atividades.

Também recebem as demonstrações os órgãos fiscalizadores, com o intuito de manter a imunidade, que é constitucional, e também de sua isenção que para que tenha direitos e possa gozar desta situação, precisa da interpretação de fiscais da previdência social e depende de Lei Complementar, mesmo sendo, de fato, constitucional.

Para Slomski et. al. (2012) “A elaboração e apresentação das demonstrações contábeis têm como propósito a representação da estrutura e posição patrimonial, financeira e do desempenho financeiro de uma entidade.” As demonstrações

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contábeis das entidades sem fins lucrativos funcionam como uma folha de rosto para quem interessar, e evidenciar sua realidade patrimonial, bem como suas atividades frente a sociedade.

Segundo Slomski et. al. (2012), considerando o disposto na NBC TSP 1, define que as informações ora apresentadas, devem proporcionar informações de cunho patrimonial e financeiro, tanto do seu desempenho como dos fluxos de caixa, que estas informações possam favorecer para um melhor entendimento por parte dos usuários da informação, que sirva de referência de gestão e permita uma correta e eficiente alocação de recursos.

Que demonstre de forma transparente como e quando foram alocados os recursos disponibilizados à entidade, fornecendo dados das fontes, das destinações e o uso dos recursos financeiros, além de como a entidade se organizou para realizar estas atividades, exibindo as maneiras como foi financiada, e que irão evidenciar também a capacidade e eficiência da entidade em proporcionar serviços, calcular custos e realizar atividades com os recursos recebidos.

Segundo Martins (1999) os princípios e convenções contábeis servem como alicerce para a correta escrituração dos fatos e elaboração das demonstrações contábeis por parte dos hospitais.

No que tange a qualidade e a relevância das demonstrações e registros contábeis, as entidades a medida que as elaborem, devem seguir o entendimento de alguns pressupostos e requisitos, que são destacados na ótica de Slomski et. al. (2012): As demonstrações devem seguir o pressuposto de continuidade das operações, elaborar demonstrativos sem prazo de validade, a menos que a entidade tenha intenções de encerrar ou liquidar suas atividades.

Assim, os responsáveis pela entidade, no caso de encontrarem incertezas ou percalços que a seu ver possam comprometer o bom andamento das atividades da entidade, que possam afetar o seu bom funcionamento a longo prazo, podem solicitar evidenciar isto por meio de notas explicativas.

Consistência de apresentação que na ótica de Slomski et. al. (2012): a apresentação e classificação de itens nas demonstrações contábeis deve ser levada em consideração de um ano para o outro, de modo que fique claro e facilite a associação de um item de um ano para o outro, a medida que se torne necessário a alteração de algum item, deverá a entidade reclassificar a informação.

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Materialidade e agregação que para Slomski et. al. (2012): mesmo que sejam de classe de natureza material semelhante, a entidade deve relacionar os itens apresentados separadamente nas demonstrações contábeis. Os itens de natureza diferente serão apresentados da mesma forma separadamente nas demonstrações, salvo sejam itens de natureza imaterial.

Compensação de Valores que para Slomski et. al. (2012): os valores evidenciados nos campos de ativos, passivos, receitas e despesas devem ser apresentados em seus totais, não devem ser compensados, a menos que seja exigido ou permitido por alguma norma específica.

Informação Comparativa que no entendimento de Slomski et. al. (2012): as informações disponibilizadas no ano corrente devem ser comparativas as informações dispostas no ano anterior, em todos os seus valores. Porém quando houver a necessidade de alguma alteração, esta deve ser realizada pela entidade e reclassificadas, caso esta reclassificação seja impraticável, a entidade deve assim ratificar: o caráter da reclassificação, o montante do item que foi reclassificado e a razão pela qual foi reclassificado.

Para Machado (2009) é importante que a entidade contabilize de forma correta todas as informações provenientes de movimentações financeiras, que não se abstenha somente a ativos, passivos, receitas e despesas e elabore os demonstrativos pertinentes aos custos incorridos no decurso do exercício, com a finalidade tanto de controle interno, como de demonstrar onde tiveram custos ao realizar ações e projetos.

Slomski et. al. (2012), entende que as demonstrações contábeis devem conter uma série de atributos que possam facilitar o seu entendimento e torná-las mais úteis aos usuários da informação, são eles: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade.

A compreensibilidade refere-se a clareza da elaboração das demonstrações contábeis, que possam ser prontamente entendidas e analisadas pelos usuários que as contemplarem, partindo do pressuposto que os usuários tenham um conhecimento razoável sobre finanças, contabilidade e movimentações financeiras, de modo que, mesmo que seja um pouco complicado o entendimento das demonstrações, possa compreender o disposto pelo contador.

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A relevância compreende o nível de influência das demonstrações contábeis em relação a necessidade dos usuários da informação, seja na tomada de decisões ou como referência de gestão.

A materialidade diz respeito a informação, esta que tem o poder de influenciar na tomada de decisões e na gestão da entidade, pode ser considerada como material. Esta materialidade da informação depende exclusivamente da amplitude da informação e estabelece um nível em que esta informação pode ser considerada ou não útil.

A confiabilidade, como o nome mesmo propõe, trata da fidedignidade e confiança que a informação dispõe, não contendo erros ou obliquidades que possam dificultar o entendimento da compreensão das demonstrações da entidade.

E por fim a comparabilidade, que permite a quem utilizar as demonstrações contábeis e possa comparar diversos itens, de forma que encontre similaridades e diferenças e possa tirar um parecer destas características qualitativas, comparação esta que só poder ser feita a partir de relatórios de duas datas.

Young (2009) salienta que a correta elaboração das demonstrações contábeis em entidades sem fins lucrativos, quando de acordo com as resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, principalmente os Princípios da Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, é pré-requisito para que a entidade discuta a possibilidade de obter o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. Certificado este que significa que a entidade é reconhecida pelo Poder Público que é entidade com fins beneficentes, de natureza filantrópica, que não tem fins lucrativos e que seu principal objetivo é prestar serviços ao próximo, ou seja, que tem cunho social.

Entre o leque de entidades que podem ser denominadas como entidades sem fins lucrativos, cabem os hospitais, que a partir do entendimento de Martins (1999), são entidades que oferecem recursos de extrema importância para a comunidade, que dispõe de serviços necessários para o bem estar da sociedade, objetivando o melhor custo benefício possível, com custos baixos e disponibilizando da melhor forma possível os seus serviços ao público em geral. Entidade esta que necessita de gestão financeira, ou seja, controle. Como ferramentas que possam auxiliar da gestão da entidade, auxiliando no domínio do patrimônio hospitalar, dentro da capacidade de seus bens, serviços, obrigações e capital próprio.

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Para Martins (1999), um sistema contábil organizado, por parte dos hospitais, contando com um bom controle por parte dos gestores, evidenciando todas as informações pertinentes ao público, podem auxiliar na captação de recursos e investimentos futuros, além de auxiliar proprietários, sobre o retorno de seu capital investido, administradores, que são os portadores do poder da tomada de decisões.

Para os gestores é estratégica a contribuição e importância de um sistema contábil organizado e bem elaborado, orientando acerca da situação econômica e financeira da entidade, onde possam encontrar informações que serão analisadas para a continuidade e condução das atividades.

Para Martins (1999) as informações contábeis são necessárias para os financiadores que buscam informações contábeis transparentes por parte da entidade, para poder planejar e investir com confiança seus recursos, prontamente em formas de relatórios que evidenciem a atividades do hospital, que demonstrem seu grau de endividamento, capacidade financeira e fluxos de caixa. E ao governo, que por buscar conhecer as atividades econômicas dos hospitais, com a finalidade de na medida do possível tributar e arrecadar.

2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com Basso; Filipin; Enderli (2015) toda a área que disponibiliza de alguma forma conhecimento ao ser humano, para que se torne importante e tenha utilidade, deve vir a contrapor uma necessidade, ou seja, como forma de auxiliar a resolução de algum problema ou sanar alguma dúvida. Desta forma a contabilidade foi perfeitamente concebida, por que surgiu com a finalidade de auxiliar no controle, planejamento e também na tomada de decisões, gerando informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio.

Os dados disponibilizados pela contabilidade ajudam principalmente como ferramenta de gestão, para que gestores, na posse destes, possam projetar o futuro das entidades, observando as disponibilidades e posses da entidade.

Para o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (2000):

A precisão das informações demandadas pelos usuários e o próprio desenvolvimento de aplicações práticas da Contabilidade, dependerão, sempre, da observância dos seus Princípios, cuja aplicação à solução de situações concretas deverá considerar o contesto econômico, tecnológico, institucional e social em que os procedimentos serão aplicados.

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Assim, toda e qualquer forma de elaboração e demonstração de informações por meio da contabilidade devem conter um cuidado especial em relação aos princípios básicos da contabilidade, de forma que a utilização da contabilidade abrange uma série de áreas do conhecimento e as mais variadas demandas das entidades em se tratando tanto de sua gestão e tomadas de decisão, quanto internamente em suas atividades econômicas.

Ainda no entendimento do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (2000), como forma de melhor demonstrar os acontecimentos no patrimônio das entidades, e como ponto culminante da atividade profissional contábil, temos as demonstrações contábeis, a medida que elaboradas e por meio delas, explana-se uma série de informações para todos os usuários que possam demandar destes dados patrimoniais, evidenciando a situação patrimonial e financeira das entidades por meio dos demonstrativos contábeis.

Para Perez Junior e Begalli (2002) a cada exercício social findo por uma entidade, gestores e funcionários devem atentar-se para a elaboração das demonstrações contábeis, que tem como principal objetivo, fornecer a todos os usuários que as demandarem, seja internos ou externos, evidenciando informações relativas ao seu desempenho econômico e financeiro da entidade neste período, e obviamente a situação patrimonial em que esta se encontra.

Ainda para Perez Junior; Begalli (2002), hoje em dia a divulgação das demonstrações contábeis, vem trazendo muito mais do que somente informações econômicas e financeiras que sirvam como subsídio para tomada de decisões e melhorias no planejamento e gestão, vem trazendo maiores informações, como quadros analíticos e informações suplementares, que auxiliam o entendimento dos usuários da informação, melhorando e facilitando sua compreensão.

Para Basso; Filipin; Enderli (2015) quando tem por base a escrituração contábil as demonstrações contábeis podem ser elaboradas a qualquer momento, seguindo a ordem das necessidades dos usuários desta informação. Em contraponto as demonstrações contábeis demandadas pela legislação societária são elaboradas com base nos momentos previstos nos dispositivos legais.

Basso; Filipin; Enderli (2015) afirmam que:

O conjunto de demonstrações contábeis pode ser classificado em dois grandes grupos: a) conjunto de demonstrações contábeis obrigatórias básicas, constituído pelo Balanço Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício, das quais, com outras informações adicionais, dão

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origem ao outro conjunto de demonstrações, ou seja, b) demonstrações contábeis obrigatórias complementares, constituído pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, pela Demonstração dos Fluxos de Caixa e pela Demonstração do Valor Adicionado.

Seguem-se os conjuntos básicos e adicionais dos principais demonstrativos contábeis que devem ser elaborados pelas entidades, de ordem obrigatória para as entidades que procuram elaborar demonstrativos e evidenciar sua situação patrimonial.

Em se tratando das demonstrações básicas obrigatórias temos o balanço patrimonial, que no entendimento de Perez Junior; Begalli (2002) é um relatório estático, por ser verificado e elaborado em uma determinada data. Em nosso país, seguindo determinações em que se sugere que os resultados fiscais sejam apurados em período concomitante com o ano civil, as entidades costumam adotar este mesmo período como exercício social. O objetivo principal do balanço patrimonial é evidenciar o patrimônio da entidade, principalmente seus ativos, passivos e seu patrimônio liquido.

Para Basso; Filipin; Enderli (2015) o ativo é o campo onde se encontram as contas que evidenciam os bens e direitos da entidade, que são divididos em dois grandes grupos, o ativo circulante, que dispõe valores disponíveis em moeda corrente e bens e direitos que podem ser convertidos em disponibilidades no exercício social seguinte, e o ativo não circulante que reúne bens e direitos que só poderão ser convertidos em disponibilidades em exercícios posteriores ao exercício social seguinte, ou seja, são de longo prazo.

O passivo, também no entendimento de Basso; Filipin; Enderli (2015) refere-se às obrigações da entidade, nas suas atividades operacionais e de financiamento, separadas em dois grandes grupos, o passivo circulante e o passivo não circulante. O passivo circulante diz respeito às obrigações e dividas de financiamento que vencem no período subsequente ao presente, ou seja, são de curto prazo, enquanto o passivo não circulante trata das obrigações e dividas de financiamento que vencerão em período superior a 12 meses, ou seja, de longo prazo.

Perez Junior; Begalli (2002) analisam o fato das entidades informarem a terceiros suas demonstrações contábeis, considerando que no seu balanço patrimonial deve haver um campo contendo lucros ou prejuízos acumulados, estes que serão melhor esclarecidos em outro demonstrativo de ordem obrigatória, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), este demonstrativo que consiste

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na discriminação de receitas, custos e despesas, operacionais e não operacionais, e que também deve seguir os preceitos das legislações vigentes e pertinentes.

As receitas compostas principalmente por vendas de mercadorias, produtos ou serviços, seguida de impostos em forma de dedução (ICMS, IPI e ISS), custos com materiais, mão de obra e os mais diversos custos gerais, além de despesas operacionais, receitas e despesas não operacionais, imposto de renda e contribuições sociais, devidamente enumerados e organizados de maneira a evidenciar subtotais a medida que houverem deduções, para que no final se chegue ao resultado liquido do exercício, o qual determinará se a empresa obteve lucro ou prejuízo no exercício.

Aquém destes demonstrativos contábeis obrigatórios, por meio da Resolução nº 1.003, de 19 de agosto de 2005, o Conselho Federal de Contabilidade editou a NBC T 15, regulamentando a apresentação do Balanço Social, um demonstrativo divulgado pelas entidades com enfoque nas suas atividades sociais e ambientais. É um demonstrativo de ordem opcional, porém também carrega a finalidade de informar os usuários da informação contábil acerca das movimentações financeiras da entidade, porém desta vez não se referindo exclusivamente a atividade financeira e econômica, assim dispõem Basso; Filipin; Enderli (2015).

2.3.1 Balanço Social

Kroetz (2000) destaca em seus estudos que as demonstrações financeiras elaboradas pelas entidades muitas vezes limitam-se à informações e dados de ordem patrimonial, financeira e econômica, de modo que acabam isolando as particularidades sociais e ambientais participantes das atividades das entidades, que mesmo não sendo priorizadas, tem a mesma importância das demais.

Passamos por dificuldades ao tentar evidenciar dados que não tem origem exclusivamente monetária, ou seja, as informações focadas na parte mais humana da contabilidade. A partir destas dificuldades, originou-se o balanço social, demonstrativo de cunho social e ambiental, que procura transparecer, aos mais diversos usuários das informações, os impactos de variações patrimoniais das entidades na sociedade e no meio ambiente. O balanço social tem como principais objetivos:

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- Revelar conjuntamente com as demais demonstrações contábeis a forma como o gestor distribui os recursos e planeja as estratégias, além do crescimento e consequentes modificações em seu patrimônio;

- A partir dos demonstrativos cabíveis e de ordem social e ambiental passar para os usuários da informação, a contribuição à qualidade de vida da população, seja por meio de campanhas ou das mais diversas atividades;

- Abranger todas as partes envolvidas no processo de interações sociais relacionadas a entidade, com clientes, fornecedores, acionistas, entre outros. O importante é que todas as partes façam parte, evidenciando mais ainda o cunho social do demonstrativo, por meio da socialização;

- Ter em mente na elaboração as atividades e investimentos que contemplem o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias;

- Compor um banco de dados seguro que possa auxiliar os usuários da informação, tanto para compreender da melhor forma possível as atividades, como para atividades ou projetos;

- Por meio da confiabilidade de transparência de suas informações, ampliar o grau de confiança da sociedade da entidade;

- Se fazendo valer como ferramenta de auxilio da melhoria dos processos de qualidade;

- Ser eficiente a medida que houver uma medição da importância e do impacto que as informações nele dispostas terão na sociedade e no futuro da entidade, sua imagem perante futuros investidores ou fornecedores é extremamente importante, qualidade está que será enaltecida pela qualidade das informações contidas no demonstrativo social;

- Verificar a força e a participação dos seus funcionários para com a entidade; - Servir como subsídio e ferramenta de gestão, auxiliando gestores em reuniões e exposições das atividades, seja como informativo ou como forma de alcançar novos investidores ou fornecedores;

- Melhorar os sistemas de controles internos, de maneira que a entidade trabalhe com seriedade e controle, e que possa demonstrar de forma coerente e correta que possui um gerenciamento social e que tem atividades ecologicamente corretas;

- Julgar as atividades da entidade e poder demonstrar ao publico, resultados não só econômicos por parte da entidade, mas também de cunho social.

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Para Danzinger (apud TINOCO 2001) o balanço social surge como forma de atender as demandas por informações sociais das entidades, sendo por parte da gestão de pessoal, clima social, além de indicadores sociais, que são publicados separadamente dos indicadores financeiros, porém de forma assimilada e concomitante as demais demonstrações comumente elaboradas.

Para Kroetz (2000), o balanço social por ser elaborado a partir das atividades sociais e ambientais das entidades, surgiu com este objetivo, por que as informações dispostas anteriormente pelos demais demonstrativos, não atendiam à totalidade das demandas por informações contidas nas demonstrações contábeis ora elaboradas. De maneira a preencher esta lacuna como informativo social e ambiental, evidenciando estes campos das atividades e mutações contábeis.

Sá (apud Kroetz, 2000, p. 55) afirma que “O Balanço Social representa a expressão de uma prestação de contas da empresa à sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma”.

Assim sendo, a elaboração do Balanço Social acaba por ser uma forma de evidenciar à sociedade, a participação e contribuição da entidade para com a comunidade em que está inserida, em forma de demonstrações contábeis, afim de confirmar e expressar sua responsabilidade face a comunidade.

Para Carvalho (apud, TINOCO, 2001) balanço social não só demonstra resultados, mas também auxilia para uma melhor imagem da entidade, no sentido de que torna mais transparente aonde aloca seu capital, a medida que expõe suas atividades de cunho social e ambiental.

Para Tinoco (2001), “balanço social é um instrumento de gestão e de informação que visa evidenciar, da forma mais transparente possível, informações econômicas e sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, entre estes os funcionários”.

Assim, salientando a fidedignidade e confiança que devem ser reconhecidas ao se comtemplar um balanço social, de maneira que informações que poderão auxiliar gestores em tomadas de decisões não podem ter sua veracidade posta em prova, além da obrigação de demonstrar o mais claro possível as contas de resultado.

Para Kroetz (2000) a tomada de decisões e planejamento por parte dos gestores das entidades, depende do ambiente em que ela está inserida, melhor dizendo, o meio ambiente ao seu redor, partindo deste pressuposto fica claro que

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somente demonstrativos de ordem financeira não são o suficiente para que se obtenha êxito. Daí a importância do balanço social, complementando as demonstrações de ordem obrigatória e auxiliando os gestores com as informações nele contidas.

De acordo com Tinoco (2001, p.15):

O Balanço Social contempla, também, uma série de informações de caráter qualitativo, entre as quais as mais importantes destacam-se: informações relativas à ecologia, em que se evidenciam os reforços que as empresas vêm realizando para não afetar a fauna, a flora e a vida humana, vale dizer as relações da entidade com o meio ambiente; informações concernentes ao treinamento e à formação continuada dos trabalhadores; condições de higiene e segurança no emprego; relações profissionais; contribuições das entidades para com a comunidade (adoção e educação de carentes, investimentos em atletas), explicitando a responsabilidade social e corporativa das organizações.

Quando se fala em balanço social, logo vem a mente as informações de ordem o social, mas também e em grande parte temos as informações de ordem ecológica, que se referem as atitudes das entidades para agredir o mínimo possível a natureza, além de treinamentos de funcionários que visam a especialização e melhora da qualidade da mão de obra, além de várias atitudes e ações que fazem aparecer a parte humana da entidade, por meio da contabilidade.

Conforme Ribeiro; Lisboa (1999):

A Contabilidade, enquanto ciência que estuda a situação patrimonial e o desempenho econômico-financeiro das entidades, possui os instrumentos necessários para contribuir para a identificação do nível de responsabilidade social dos agentes econômicos. Estes instrumentos se traduzem no Balanço Social.

A contabilidade prioriza informações que evidenciem as movimentações financeiro-econômicas das entidades, mas também por meio dos números e valores, pode demonstrar seu nível de responsabilidade social, por meio do demonstrativo de Balanço Social.

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3 METODOLOGIA DE ESTUDO

A metodologia de estudo contempla a classificação da pesquisa, seguida da definição do universo e da situação em que ocorreu a amostra. A partir deste momento foi destacada a coleta dos dados e a análise e interpretação dos dados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A respeito da classificação da pesquisa, Silva; Menezes (2002) é de opinião de que deve ser dirigida e especificada com enfoque no caráter do projeto, ou seja, sua natureza, considerando que sua principal meta é apresentar informações e conhecimentos que a medida que forem utilizados na parte prática possam auxiliar na resolução tanto de percalços como dúvidas acerca do assunto.

Disserta ainda, a respeito da pesquisa aplicada, no que tange os seus objetivos, que estes buscam gerar maiores conhecimentos para a aplicação prática do entendimento gerado por meio das informações, direcionados a resolução de problemas locais.

Ainda de acordo com Silva; Menezes (2002 p. 9),

A elaboração de um projeto de pesquisa e o desenvolvimento da própria pesquisa, seja ela uma dissertação ou tese, necessitam, para que seus resultados sejam satisfatórios, estar baseados em planejamento cuidadoso, reflexões conceituais sólidas e alicerçados em conhecimentos já existentes.

Reforçado o fato de que para se elaborar um bom projeto e para a melhor demonstração dos dados proporcionados por meio de pesquisa, deve haver um bom planejamento e estar cercado de informações coerentes que possam assegurar a veracidade e a fidedignidade das afirmações, de forma que a medida que o alicerce do trabalho é integro, torna-se mais fácil obter resultados satisfatórios.

Essa pesquisa contemplou principalmente o modelo de pesquisa bibliográfica, que no pensamento de Gil (2002), é desenvolvida com base em materiais já elaborados, constituídos predominantemente por livros e artigos científicos, mesmo que em praticamente todos os modelos de trabalhos científicos estejam presentes as referências bibliográficas, dentre tantas outras, metodicamente existem outros estudos que fazem uso exclusivamente de métodos bibliográficos.

Destacado ainda por Silva; Menezes (2002, p. 21) no que diz respeito a pesquisa bibliográfica, que “quando elaborada a partir de material já publicado,

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constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet”.

Na ótica de Silva; Menezes (2002, p. 21), a pesquisa se torna documental “quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico”. No caso do presente trabalho, se faz valer no que envolve a análise e estudo aprofundado de balanços e demonstrações contábeis elaborados e publicados pela entidade, estudo este que irá subsidiar e auxiliar no melhor alcance do objetivo principal e a consequente elaboração de Balanço Social.

Da mesma forma para Beuren (2003), busca-se, por meio do exame documental, selecionar, tratar e interpretar a informação da forma que foi concebida, buscando dela extrair o máximo de dados possíveis que possam auxiliar para o estudo.

Avaliando a metodologia de estudo de caso, Silva; Menezes (2002) a define como “quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento”, de maneira que neste quesito, foi priorizado e enfatizado o estudo das demonstrações contábeis elaboradas pela Associação Hospital de Caridade Três Passos, principalmente o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração do Valor Adicionado, que após analisados e interpretados serviram como subsídio para o objetivo do estudo, que é a proposta de elaboração de balanço social para a entidade.

Como meios de elaboração da pesquisa, contudo, de acordo com os métodos aludidos, foi determinada a classificação do estudo, evidenciando as formas de pesquisa que serão utilizadas.

3.2 COLETA DE DADOS

Para a elaboração do presente trabalho os dados foram obtidos junto a instituição, especialmente os dados relacionados aos seus demonstrativos contábeis, além de testemunhos e diversos documentos do período estudado.Desta forma foram apresentadas informações de ordem econômica, contábil, patrimonial, social, cultural e ambiental desenvolvidas pela entidade. Além de informações oportunamente recebidas por meio de relatos de funcionários e administradores, informações gerais e específicas de cada qual, da maneira que se julgou necessário no decorrer do trabalho.

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3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados coletados se deu da seguinte maneira:

 Elaboração de uma estrutura, definição e apresentação, a partir de modelo de Balanço Social proposto pelo Ibase, condizente com as necessidades e disponibilidades da entidade, levando em consideração programas, ações e investimentos realizados, com base nos recursos aplicados no ano em questão.

 Elaboração de quadros e figuras para a melhor apresentação e análise dos dados, de forma que se tentou enfatizar a necessidade da elaboração de um Balanço Social.

 Considerações, apontamentos elencados a partir da análise e interpretação dos dados.

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4 A ENTIDADE E O BALANÇO SOCIAL

A apresentação da entidade se dá através de um breve histórico da entidade, seguido das suas particularidades, tanto em infraestrutura como em pessoal e serviços prestados, após, então, é apresentado o demonstrativo de balanço social.

4.1 A ENTIDADE

A Associação Hospital de Caridade de Três Passos foi fundada em 06 de julho de 1945, por um grupo de 48 integrantes da comunidade Trespassense, porém só passou a prestar serviços e atender à comunidade a partir do ano de 1971, ou seja, 25 anos após a criação da entidade.

O terreno para a instalação, na época, foi doado pela prefeitura, e o prédio primordial foi construído com doações da comunidade, onde os moradores contribuíram com uma saca de soja.

No ano de 1950, a cidade de Três Passos estava envolvida em uma briga política pela criação de um batalhão militar, competia com grandes cidades da região, como Ijuí e Palmeira das Missões. Um dos requisitos que tornaria viável a instalação do batalhão, era um prédio com dimensões suficientes para abrigar o batalhão, o prefeito da época Alcides Braun, que era amigo intimo do governador da época, o Sr. Peraque Barcellos, tratou assim de oferecer as instalações do Hospital para o abrigo do batalhão, até que um prédio com esta finalidade fosse concluído pela prefeitura. Assim, os equipamentos que já tinham sido adquiridos, foram emprestados para a abertura do Hospital Cristo Rei, no distrito de Padre Gonzales, que hoje não mais existe.

Somente em 1969, com a compra das primeiras mesas e colchões, e a devolução por meio da assinatura do termo de devolução do prédio pela Brigada Militar, se deu a constituição do Hospital.

Em meados de junho de 1973 via Decreto Municipal, a Associação Hospital de Caridade de Três Passos, passou a ser denominada e considerada como entidade de utilidade pública municipal. Nesta mesma época, por meio de nomeação de uma comissão de realização e elaboração de planta, iniciaram-se conversas e tratados para a construção e ampliação de mais 50 leitos.

Em 1975 por meio de doação de tijolos e cimento e mais Cr$ 12.000,00 (unidade monetária da época) por parte da prefeitura, tal ampliação começou a ser

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realizada, seriam então construídos o primeiro bloco, com dois pavimentos e um centro cirúrgico. Porém este valor não foi suficiente para a construção de tal empreitada, logo, a então Comissão que conduzia os trabalhos buscou novamente a comunidade, além da primeira grande empresa ora instalada na cidade, a CIA INDUSTRIAL E ALIMENTOS LTDA., a chamada de SADIA S/A. O valor doado pela empresa superou em quase seis vezes o valor doado anteriormente pelo Governo por meio da prefeitura.

O prefeito municipal em 1976 era Egon Leuter, que neste ano, no mês de março, enviou um novo “dossier” para o Governo do Estado, solicitando nova ajuda financeira para o término das obras. Valor este que foi recebido após a inauguração da nova ala do prédio, que se deu em 1976.

Em março de 1977 o Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, doou Cr 200.000,00 (unidade monetária da época), para mais ampliações e construções da entidade, na área total de 506m². Valor este que foi utilizado para quitar uma dívida adquirida anteriormente para a construção de outras áreas, no valor de Cr$ 195.000,00 (unidade monetária da época). O restante foi juntado ao caixa, como valor disponível. Em março de 1978, em dois pavimentos com área de 295,35m² foram concluídas as obras no prédio C. A entidade recebe então uma verba de Cr$ 300.000,00 (unidade monetária da época) do INPS (hoje INSS), como uma forma de antecipação de valores, que seriam pagos com produção.

Em maio de 1979 foi contratada a primeira nutricionista do Hospital. Em janeiro de 1980, por meio de financiamento bancário em nome de particular, o Hospital adquiriu um aparelho de raio-X, no valor de Cr$ 1.667.500,00 (unidade monetária da época), aparelho este que só pode começar a ser operado no mês de agosto, quando chegou a processadora de chapas, ora adquirida.

Em maio de 1981 a entidade recebeu uma grande verba, proveniente de ação do Ministro da Previdência Social da época, Sr. Jair Soares, e também do Deputado Federal Emídio Perondi, no valor de Cr$ 5.000.000,00 (unidade monetária da época), valor que seria utilizado para a construção de uma extensão, o prédio D.

Entre os anos de 1980 e 1981 a entidade passou a firmar convênios, os dois primeiros foram com o INAMPS e o FUNRURAL.

A partir de 1985 os colaboradores da entidade passaram a ter obrigação de usar uniforme, aparecendo assim as vestimentas padrões para o Hospital.

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É elaborado então, um novo Estatuto para a entidade, contendo consigo projetos de melhorias para o Hospital, principalmente para a construção do prédio E, que teria 591,82m², dois pisos, áreas estas que serviriam para enfermaria, apartamentos e centro obstétrico, construção esta financiada junto ao Sistema de Crédito Bancário.

Já no ano de 1987, o Hospital criou seu Banco de Sangue, e o funcionamento do pronto-socorro e dos plantões. Para viabilizar a construção do mencionado prédio E, em novembro daquele ano, por meio de verba disponibilizada pelo Deputado Federal Hilário Braun, a entidade recebeu o valor de Cr$4.265.801,00.

Em meados de 1990 a entidade começa a passar por problemas econômicos e também por falta de remédios, problemas estes advindos principalmente de pagamentos e atrasos por parte do Governo Federal, dada também ao aumento constante de atendimentos, principalmente da população mais carente, que se dava de forma gratuita e obrigatória.

Neste mesmo ano o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Sinval Guazelli criou um Fundo Estadual para subsídios aos hospitais filantrópicos do Estado. A contar de março de 1991, para melhorar a coordenação e controles internos passaram a ser emitidas ordens de serviço e circulares para melhorar as atividades da coordenação interna.

O administrador da época, por conduta administrativa duvidosa, é exonerado do cargo, e a contabilidade passa a ser realizada por escritório contábil registrado. Nessa época o Hospital, via Diário Oficial, é confirmado como entidade de utilidade pública.

Em agosto de 1991 o bloco de parto e o cirúrgico são uniformizados, de modo que proporcionou uma grande economia ao hospital, contando com o fato de não precisar contratar mais pessoal, e melhorando o atendimento, além do mais, ajudou na padronização dos medicamentos.

No final deste ano, novamente se modificou o Estatuto da entidade. Neste mesmo ano, ainda, passam a ser discutidas possibilidades de se municipalizar a saúde.

Em 1992 a entidade se associa a CACIS (Câmara da Indústria e Comércio) de Três Passos, e assim passa a proporcionar estudos no sentido de conceder benefícios advindos das atividades do hospital para os funcionários, como forma de

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