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Academic year: 2021

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TÍTULO: INFLUÊNCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO PARASSACRAL E DO BIOFEEDBACK NA

INCONTINÊNCIA URINÁRIA COMO SEQUELA DE UMA MIELITE TRANSVERSA AGUDA: ESTUDO DE CASO.

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: FISIOTERAPIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARIANA MARTINS FREITAS PINTO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CLAUDIA DE OLIVEIRA ORIENTADOR(ES):

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1 1.RESUMO

O presente estudo tem como objetivo analisar a influência da eletroestimulação parassacral e do biofeedback manométrico em uma mulher com incontinência urinária por hiperatividade do detrusor como sequela de mielite transversa aguda, se trata de um estudo de caso.

Palavras-Chaves: Bexiga Hiperativa, Mielite Transversa Aguda, Biofeedback e Eletroestimulação parasacral

2.INTRODUÇÃO

A Mielite Transversa Aguda (MTA) é uma síndrome inflamatória focal da medula espinhal, de caráter agudo, que pode ser causada por diversos fatores como invasão direta de diversos vírus ou bactérias, decorrente de complicações das vacinações contra varíola e raiva, pouco fluxo sanguíneo na região da medula e de forma idiopática, que é a mais comum 1,2 Sua incidência é estimada em um a quatro novos casos por milhão na população ao ano2.

Uma das complicações da MTA é a incontinência urinaria (IU), que segundo a International Continence Society (ICS) é definida como “qualquer queixa de perda de urina” e nos casos de doenças de origem neurogênica a IU pode ocorrer por hipoatividade ou hiperatividade do músculo detrusor 3. A hiperatividade é caracterizada por contrações involuntárias do músculo detrusor durante a fase de enchimento, podendo caracterizar a bexiga hiperativa4.

Para a avaliação e tratamento das disfunções dos músculos do assoalho pélvico temos o biofeedback, que é uma técnica fisioterapêutica que tem como objetivo a reeducação e conscientização perineal. 5.

Outro recurso que pode ser utilizado para o tratamento da IU é a Eletro Estimulação (EE), porém seu mecanismo de ação ainda não é muito claro, mas acredita-se que a EE melhora a função da parede da bexiga, por promover uma parcial ativação das fibras musculares desenervadas 6,7.

A motivação para a realização desta pesquisa se justifica pela dimensão de disfunções miccionais em nossa população, além da resolução dos sintomas da IU com a utilização de EE e biofeedback relatadas em outros estudos, mas

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principalmente pela escassez de estudos que relatem a utilização dessas técnicas para o tratamento de IU em pacientes que tiveram mielite transversa aguda. Portanto, o presente estudo será um estudo de caso de uma mulher com hiperatividade do detrusor após MTA.

3. OBJETIVOS

Verificar a influência da eletroestimulação parassacral e do biofeedback manométrico em uma mulher com incontinência urinária por sequela de mielite transversa aguda.

4.MÉTODO

4.1 Tipo de estudo: Foi realizado um estudo de caso

4.2 Coleta de dados: A paciente estava em atendimento na Clínica de Fisioterapia da UNISANTA e foi convidada a participar da pesquisa após explanação sobre o assunto e os objetivos da pesquisa. Após aceitação a paciente assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Houve uma avaliação inicial (T0) e uma avaliação final (T1), ambas realizadas na sala no ambulatório de urologia da Clínica de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília.

4.3Critérios de exclusão: Como critérios de exclusão foram utilizados o uso de qualquer medicamento que interfira no funcionamento vesical, o não acompanhamento de médico urologista, a desistência da paciente e a falta de assiduidade

4.4 Instrumentos de Pesquisa

4.4.1 Ficha de avaliação padronizada: A paciente respondeu perguntas pessoais e a respeito das suas queixas e foram feitas anotações do diagnóstico do estudo urodinâmico trazido pela paciente

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4.4.2 Escala de Oxford: Para a avaliação da força muscular do assoalho pélvico foi utilizada a escala de Oxford, que segundo a literatura é uma forma básica e funcional para a avaliação dos músculos do períneo8. Foi solicitada uma contração do períneo enquanto o examinador estava com os dedos indicador e médio introduzidos na vagina da paciente e a força de contração foi graduada de 0 a 5, sendo grau 0 = ausência de contração e grau 5 = contração forte, compressão firme dos dedos do examinador com movimento positivo em relação à sínfise púbica1. A avaliação (T0) e a reavaliação (T1) foram realizadas pelo mesmo examinador.

4.4.3 Diário Miccional: Foi utilizado o diário miccional como ferramenta de medida do número de micções e a quantidade de urina eliminada no vaso sanitário durante o dia e a noite e durante a madrugada, para essa pesquisa foi utilizado o padrão de três dias8, o mesmo foi aplicado antes de T0 e após T1.

4.5 Intervenção: Foram realizados 12 encontros, sendo o primeiro para a avaliação (T0) e o ultimo para reavaliação (T1), entre esse período foram realizadas dez sessões fisioterapêuticas com a frequência de 2 vezes semanais, com duração de 40 minutos (20 EE, 10 minutos de biofeedback e 10 minutos de exercícios de alongamento geral). Para a Eletroestimulação foi utilizado o aparelho DUALPEX - URO da marca QUARK, os eletrodos foram posicionados na região sacral entre S2 e S3, com os seguintes parâmetros: frequência de 10 Hz, amplitude de 250 microsegundos, tempo de 20 minutos e intensidade variando de acordo com a sensibilidade do paciente9. O biofeedback utilizado foi Neurodyn Evolution da marca IBRAMED, o aparelho foi introduzido na vagina da paciente que estava em posição ginecológica, à mesma foi orientada a realizar contrações dos músculos do assoalho pélvico.

4.6 Análise estatística: Os dados retirados do diário miccional e a análise da força muscular dos músculos do assoalho pélvico foram tabulados e

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apresentados em forma numérica. Os dados qualitativos foram descritos a partir dos relatos da paciente durante as sessões.

4.7 Aspéctos Éticos: Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o CAAE 24422413.8.0000.5513. O estudo atendeu ao preconizado pela legislação brasileira e as normas do comitê nacional de ética em pesquisa em seres humanos - CONEP, respeitando a resolução 466 versão 2012.

5.0 DESENVOLVIMENTO

Incontinência urinária pode ser definida como qualquer queixa de perda de urina, quando ela ocorre devido a uma patologia neurogênica, como a Mielite Transversa Aguda, pode levar a uma hiperatividade do detrusor, sendo conhecida como bexiga hiperativa, a mesma pode trazer complicações para o indivíduo como infecção do trato urinário, infecção de pele, internações em asilos, autoestima alterada, ansiedade, depressão, alteração na função sexual e isolamento social4.

Para o tratamento da BH é essencial que o paciente perceba os músculos do assoalho pélvico, para assim conseguir fortalecê-los e diminuir os sintomas da IU, um recurso que contribui para aumentar a consciência desses músculos é o biofeedback manométrico, que utiliza a retro informação externa como meio de aprendizagem.

Outra forma de tratamento é a eletroestimulação parassacral, acredita-se que a EE melhora a função da parede da bexiga, por promover uma parcial ativação das fibras musculares desenervadas 6,7.

Ambas as técnicas foram utilizadas com a paciente do presente estudo, durante 10 sessões de tratamento, a mesma foi orientada a preencher o diário miccional três dias antes do início e três dias após o término das sessões. O mesmo examinador verificou a força dos músculos do assoalho pélvico durante a avaliação (T0) e durante a reavaliação (T1), graduando de acordo com a escala de Oxford.

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Comparando as médias obtidas no diário miccional antes de T0 e após T1 é possível observar que houve aumento de 39,6 ml de urina eliminada enquanto a paciente estava acordada e aumento de 58 ml durante a madrugada, totalizando o aumento de 97,6ml de volume urinado. Em relação à frequência urinária, houve redução de 2,7 vezes enquanto a paciente estava acordada e 2,3 micções durante a madrugada, totalizando redução média de 5 micções. Em relação à escala de Oxford, em T0 a paciente apresentou a graduação 3 e em T1 apresentou grau 4. A paciente relatou que após o tratamento não ocorreu perdas fecais no caminho ao banheiro, a ardência interna na bexiga desapareceu e ela conseguiu obter maior controle em relação a seu hábito urinário, conseguindo maior espaço entre as micções, melhorando sua qualidade de vida.

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Houve influência positiva da fisioterapia com o uso do biofeedback e da eletroestimulação parasacral no tratamento da paciente com bexiga hiperativa por sequela de MTA. Observamos no presente estudo que o biofeedback aumenta a consciência da existência da musculatura do assoalho pélvico e ajuda no fortalecimento desses músculos, contribuindo para a redução dos sintomas da IU, e a eletroestimulação mostrou-se eficaz na inibição do detrusor, contribuindo para o aumento do volume urinado e consequente redução da frequência urinária, favorecendo a melhora da paciente com bexiga hiperativa.

6.FONTES CONSULTADAS

1. Tratado de Neurologia , Merritt edição 11, editor Lewis P Rowland, editora Guanabara, 2007.

2. Moreira HL, SaldanhaLF, Graodziki MJRA, Silva TC, Viana V, Magalhães RS. Estudo de caso: Mielite Esquitossomótica. Revista de Iniciação

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3. Santos CR de S, Santos VLCG. Prevalência da incontinência urinária em amostra randomizada da população urbana de Pouso Alegre, Minas Gerais, Brasil.Latino-Am. Enfermagem Ribeirão Preto. 2010: 2-8

4. Urofisioterapia Aplicações Clínicas das Técnicas Fisioterapêuticas nas Disfunções Miccionais e do Assoalho Pélvico, edição 2, 2014

5. Pinheiro FB, Franco RG, Feitosa SM, Yuaso DR, Castro RA, Girão MJBC. Fisioterapia para conscientização perineal: uma comparação entre as cinesioterapias com toque digital e com auxílio do biofeedback. Fisiot.Mov. 2012: 639-648.

6. Barroso U Jr, Lordelo P. Electrical nerve stimulation for overactive bladder in children. Nature Reviews Urology. 2011: 402-407

7. Barroso UJr, Tourinho R, Lordelo P, Hobeke P e Chase J. Electrical Stimulation for Lower Urinary Tract Dysfunction in Children: A Systematic Review of the Literature. Wiley Periodicals. 2011: 1429-1436

8. Feldner PCJr, Sartori MGF, Lima GR de, Baracat EC, Girão MJBC. Diagnóstico clínico e subsidiário da incontinência urinária. Rev Bras Ginecol

Obstet. 2006: 54-62.

9. Barroso U Jr, Tourinho R, Lordelo P, Hoebeke P, Chase J. Electrical Stimulation for Lower Urinary Tract Dysfunction in Children: A Systematic Review of the Literature. Neurourology and Urodynamics. 2011: 1429–1436

Referências

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