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Modelo de avaliação da maturidade da implementação do lean manufacturing com utilização de uma abordagem multicritério linguística

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

MARIA LUIZA PIAIA

MODELO DE AVALIAÇÃO DA MATURIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DO LEAN

MANUFACTURING COM UTILIZAÇÃO DE UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO

LINGUÍSTICA

PATO BRANCO 2019 DISSERTAÇÃO

(2)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

MARIA LUIZA PIAIA

MODELO DE AVALIAÇÃO DA MATURIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO

DO LEAN MANUFACTURING COM UTILIZAÇÃO DE UMA

ABORDAGEM MULTICRITÉRIO LINGUÍSTICA

PATO BRANCO 2019

(3)

MARIA LUIZA PIAIA

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito para obtenção do título de “Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas”. – Área de Concentração: Gestão dos sistemas produtivos.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Golçalves Trentin

PATO BRANCO 2019

MODELO DE AVALIAÇÃO DA MATURIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DO

LEAN MANUFACTURING COM UTILIZAÇÃO DE UMA ABORDAGEM

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TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 53

A Dissertação de Mestrado intitulada “Modelo de avaliação da maturidade da implementação do Lean Manufacturing com utilização de uma abordagem multicritério linguística”, defendida em sessão pública pela candidata Maria Luiza Piaia, no dia 09 de julho de 2019, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas, área de concentração Gestão dos Sistemas Produtivos, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Trentin - Presidente - UTFPR Prof. Dr. Guilherme Luz Tortorella – UFSC

Prof. Dr. Dalmarino Setti – UTFPR

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Pato Branco, 23 de agosto de 2019.

Prof. Dr. Fernando José Avancini Schenatto Coordenador do PPGEPS

(Carimbo e assinatura do Coordenador do Programa.) Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Pato Branco

Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Trentin, pela sabedoria com que me guiou nesta trajetória.

Ao Prof. Dr. Dalmarino Setti pelas contribuições a este trabalho.

Aos professores do programa pelos conhecimentos repassados durante essa jornada. Aos colegas do mestrado que contribuíram na minha formação.

A todas as empresas que estiveram de portas abertas para a realização da pesquisa. Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento à minha família e João Eduardo, pois acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio. Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento dessa pesquisa.

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Os dias prósperos não vêm por acaso; nascem de muita fadiga e persistência.

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RESUMO

PIAIA, Maria Luiza; Modelo de avaliação da maturidade da implementação do 4

Lean Manufacturing com utilização da abordagem multicritério linguística.

Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2019.

À medida que o mercado se tornou competitivo e exigente as indústrias começaram a se preocupar com a gestão de seus processos e no atendimento da demanda, evidenciando a necessidade de métodos e ferramentas que as auxiliassem na tomada de decisão. Neste contexto, com o intuito de agilizar o atendimento da demanda, reduzir os custos e melhorar o controle de produção as empresas estão buscando a implementação do Lean Manufacturing (LM), que é um sistema de gestão que visa à eliminação das atividades que não agregam valor ao produto, ou ao processo, e tornam os processos mais ágeis e flexíveis. Compreende-se que a simples implementação das ferramentas LM não garantem que o desempenho seja o melhor possível. Com base na busca crescente de Implantação do LM, verificou-se a necessidade de desenvolvimento de novos instrumentos para mensurar o nível de maturidade que estas empresas estão em relação às práticas LM, e que, além disso, permita melhor avaliar em que estágio se encontram, classificando-as como nível básico, intermediário e avançado. Sabe-se que a medição amplia a consciência da organização sobre a implantação Lean. Essa maior consciência “tende a” implicar em novos esforços e ganhos no sistema produtivo. Neste cenário, este estudo tem como objetivo propor um modelo que avalie o grau de maturidade da implementação LM em empresas, inclusive de forma quantitativa, com utilização da abordagem multicritério linguística. Em relação ao LM, a metodologia 2 Tuple possibilita que os gestores identifiquem os pontos críticos e tomem decisões em situações de incertezas, permitindo também uma visão instantânea e abrangente de áreas fortes e aquelas que necessitam de melhorias. Da mesma forma permite fazer o direcionamento de ações para uma implementação estruturada e efetiva, contribuindo com o desenvolvimento das empresas. A realização deste estudo justifica-se pela dificuldade na avaliação das implantações LM, principalmente no seu grau de maturidade, além de suas práticas. O modelo de maturidade foi aplicado em três empresas, no qual gerou-se um feedback em relação ao desempenho do LM para cada empresa. A contribuição deste trabalho foi a de criar um modelo de avaliação da maturidade que também tivesse capacidade de avaliar individualmente cada critério, possibilitando visualizar as deficiências que necessitam de ações para melhoria.

Palavras-Chaves: Produção enxuta; Maturidade; Processo decisório por multicritério.

(9)

ABSTRACT

PIAIA, Maria Luiza; Model of maturity evaluation of the implementation of Lean

Manufacturing using the approach multi-criteria linguistic. Master's Thesis in

Production and Systems Engineering - Federal Technological University of Parana, Pato Branco, 2019.

As the market became competitive and demanding industries began to worry about managing their processes and meeting the demand, evidencing the need for methods and tools to assist them in decision making. In this context, in order to streamline demand, reduce costs and improve production control, companies are looking to implement Lean Manufacturing (LM), which is a management system aimed at eliminating activities that do not add up value to the product, or process, and make processes more agile and flexible. It is understood that the simple implementation of the LM tools does not guarantee that the performance is the best possible. Based on the increasing search for LM Implementation, it was verified the need to develop new instruments to measure the level of maturity that these companies are in relation to LM practices, and that, in addition, allows to better evaluate in which stage they are , classifying them as basic, intermediate and advanced level. It is known that the measurement broadens the organization's awareness of Lean deployment. This greater awareness "tends" to imply new efforts and gains in the productive system. In this scenario, this study aims to propose a model that evaluates the degree of maturity of the LM implementation in companies, including in a quantitative way, using the multicriteria approach. Regarding LM, the 2 Tuple methodology enables managers to identify critical points and make decisions in uncertain situations, also allowing an instantaneous and comprehensive view of strong areas and those in need of improvement. In the same way, it allows the directing of actions for a structured and effective implementation, contributing to the development of the companies. The accomplishment of this study is justified by the difficulty in the evaluation of the LM implantations, mainly in its degree of maturity, besides its practices. The maturity model was applied in three companies, in which feedback was generated in relation to the LM performance for each company. The contribution of this work was to create a maturity evaluation model that also had the ability to evaluate each criterion individually, making it possible to visualize the deficiencies that need improvement actions.

Keywords: Lean Manufacturing; Maturity; Decision making process by multicriteria.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Artigos do Portfólio. ... 15

Quadro 2 - Composição dos indicadores de desempenho. ... 20

Quadro 3 - Os 14 Princípios da Gestão da Toyota. ... 25

Quadro 4 - Principais ferramentas LM. ... 29

Quadro 5 - Síntese dos artigos relacionados ao tema de interesse. ... 31

Quadro 6 - Classificação do porte das empresas a partir da quantidade de colaboradores. ... 49

Quadro 7 - Dimensões utilizadas por outros autores. ... 53

Quadro 8 - Constituição dos indicadores. ... 55

Quadro 9 - Perfil dos especialistas - determinação dos pesos dos critérios ... 55

Quadro 10 - Variáveis Linguísticas para avaliar a importância dos critérios. ... 56

Quadro 11 - Planilha de comparação dos critérios para os especialistas. ... 56

Quadro 12 - Resultado da aplicação do Método Fuzzy 2 - Tupple. ... 57

Quadro 13 - Atribuição de importâncias. ... 57

Quadro 14 - Exemplo de classificação de importância para Qualidade. ... 58

Quadro 15 - Comparação das questões do mesmo critério. ... 58

Quadro 16 - Exemplo da constituição da complexidade. ... 58

Quadro 17 - Avaliação de Consistência do critério Qualidade. ... 59

Quadro 18 - Peso global dos critérios. ... 59

Quadro 19 - Avaliação de Consistência do critério Qualidade. ... 60

Quadro 20 - Peso específico do critério qualidade. ... 60

Quadro 21 - Termos linguísticos avaliação em baixa complexidade. ... 61

Quadro 22 - Termos linguísticos avaliação para média e alta complexidade. ... 61

Quadro 23 - Questões de nível básico. ... 62

Quadro 24 - Questões de nível intermediário. ... 63

Quadro 25 - Questões de nível avançado. ... 63

Quadro 26 - Questionário do modelo de avaliação. ... 65

Quadro 27 - Perfil das empresas em análise. ... 66

Quadro 28 - Escala Linguística. ... 67

Quadro 29 - Peso básico, intermediário e avançado de cada critério. ... 68

Quadro 30 - Resultado da avaliação das questões do critério qualidade - Empresa Alpha. ... 69

Quadro 31 - Resultado da avaliação das questões do critério cliente - Empresa Alpha. ... 70

Quadro 32 - Resultado da avaliação das questões do critério recursos humanos - Empresa Alpha. ... 71

Quadro 33 - Resultado da avaliação das questões do critério fornecedor – Empresa Alpha. ... 72

Quadro 34 - Resultado da avaliação das questões do critério Sistema Produtivo – Empresa Alpha. ... 73

Quadro 35 - Resultado da avaliação das questões do critério Qualidade – Empresa Beta. ... 75

Quadro 36 - Resultado da avaliação das questões do critério Cliente – Empresa Beta. ... 76

Quadro 37 - Resultado da avaliação das questões do critério Recursos Humanos – Empresa Beta. ... 77

(11)

Quadro 38 - Resultado da avaliação das questões do critério Fornecedor – Empresa

Beta. ... 78

Quadro 39 - Resultado da avaliação das questões do critério Sistema Produtivo – Empresa Beta. ... 79

Quadro 40 - Resultado da avaliação das questões do critério Qualidade – Empresa Omega. ... 81

Quadro 41 - Resultado da avaliação das questões do critério Cliente – Empresa Omega. ... 82

Quadro 42 - Resultado da avaliação das questões do critério Recursos Humanos – Empresa Omega. ... 83

Quadro 43 - Resultado da avaliação das questões relacionadas ao critério Fornecedor – Empresa Omega. ... 84

Quadro 44 - Resultado da avaliação das questões do critério Sistema Produtivo – Empresa Omega. ... 85

Quadro 45 - Resultado em relação ao critério Qualidade. ... 87

Quadro 46 - Resultados em relação critério Cliente. ... 88

Quadro 47 - Resultado em relação ao critério Recursos Humanos. ... 90

Quadro 48 - Resultado em relação ao critério Forcedor. ... 91

Quadro 49 - Resultado em relação ao critério Sistema produtivo. ... 92

(12)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Macroetapas do Processo de Revisão Sistêmicas (ProKnow-C). ... 9

Figura 2 - Eixos da pesquisa e palavras-chaves. ... 12

Figura 3 - Número de citações dos artigos. ... 14

Figura 4 - Cruzamento do PB entre os Periódicos e referências. ... 17

Figura 5 - Autores de maior destaque no PB e nas referências do PB. ... 18

Figura 6 - Casa do Sistema Toyota de Produção. ... 26

Figura 7 - Escala Fundamental de Saaty. ... 41

Figura 8 - Etapas do desenvolvimento do trabalho. ... 44

Figura 9 - Construção do modelo. ... 51

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...1

1.1 DENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA De pesquisa...3

1.2 OBJETIVOS...5 1.2.1 Objetivo Geral...5 1.2.2 Objetivos Específicos...6 1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA ...6 1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA……….7 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO………..7

2 PROCEDIMENTO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...9

2.1 MAPEAMENTO DO ESTADO DA ARTE DO TEMA AVALIAÇÃO DE MATURIDADE LEAN MANUFACTURING...10

2.1.1 Métodos utilizados para o Mapeamento...11

2.1.1.1 Seleção do Portfólio Bibliográfico...11

2.1.1.2 Seleção do Banco de Artigos Brutos...12

2.1.1.2.1 Filtragem no banco de artigos brutos...13

2.1.2 Resultados do Mapeamento... 16

2.1.2.1 Análise Bibliométrica...16

2.1.2.2 Análise Sistêmica dos artigos do Portfólio Bibliográfico... 19

2.1.3 Critérios para composição dos Indicadores...19

2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO E SISTÊMICO ...21

3 REFERENCIAL TEÓRICO ...23

3.1 LEAN MANUFACTURING ...23

3.2 FERRAMENTAS LEAN MANUFACTURING ...28

3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DO LEAN MANUFACTURING ...29

3.4 MÉTODOS MULTICRITÉRIO NOS MODELOS DE AVALIAÇÃO ...33

3.4.1 Método Linguístico 2-tuple...36

3.4.2 O Método 2-Tuple TOPSIS...38

3.4.3 Método AHP...40

4 METODOLOGIA ...44

4.1 CLASSIFICAÇÃO METODOLÓGICA ...46

4.1.1 Escolha da Abordagem Metodológica...46

4.1.2 Quanto à Natureza dos Objetivos...46

4.1.3 Quanto à Abordagem do Problema...47

4.1.4 Quanto aos Meios de Pesquisa e Técnicas Adotadas...48

4.2 SETOR ALIMENTÍCIO NAS REGIÕES DA APLICAÇÃO DO MODELO...49

5 CONSTRUÇÃO DO MODELO DE MATURIDADE LEAN MANUFACTURING...51

5.1 MODELO DE AVALIAÇÃO DA MATURIDADE DE PRÁTICAS LEAN MANUFACTURING ...51

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5.1.1 Definição dos Critérios ...52

5.1.2 Definição dos Indicadores ...53

5.1.3 Determinação peso dos Critérios ...55

5.1.4 Definição das Escalas de Medições para avaliação das empresas ...60

5.2 QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE LEAN MANUFACTURING ...61

6 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ...66

6.1 DESCRIÇÃO DOS OBJETOS DE ANÁLISE (EMPRESAS) ...66

6.2 DESCRIÇÃO DA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ...66

6.3 ANÁLISE DOS DADOS ...67

6.3.1 Agregação dos pesos de cada critério ...68

6.3.1.1 Empresa Alpha ...68

6.3.1.1.1 Critério Qualidade...69

6.3.1.1.2 Critério Cliente ...70

6.3.1.1.3 Critério Recursos Humanos ...71

6.3.1.1.4 Critério Fornecedor...72

6.3.1.1.5 Critério Sistema Produtivo ...73

6.3.1.2 Empresa Beta ...74

6.3.1.2.1 Critério Qualidade...75

6.3.1.2.2 Critério Cliente ...76

6.3.1.2.3 Critério Recursos Humanos ...77

6.3.1.2.4 Critério Fornecedor...78

6.3.1.2.5 Critério Sistema Produtivo ...79

6.3.1.3 Empresa Omega ...80

6.3.1.3.1 Critério Qualidade...81

6.3.1.3.2 Critério Cliente ...82

6.3.1.3.3 Critério Recursos humanos ...83

6.3.1.3.4 Critério Fornecedor...84

6.3.1.3.5 Critério Sistema Produtivo ...85

6.3.2 Avaliação final em relação aos critérios comparando as empresas ...86

7 CONCLUSÃO...94

7.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ...95

7.2 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ...95

(16)

1. INTRODUÇÃO

O mercado encontra-se progressivamente competitivo e exigente, tornando incerta a permanência de empresas, sem que haja investimentos em novas estratégias e tecnologias, visando a redução de desperdícios, atendimento aos clientes e consequentemente redução de custos. Muitas empresas crescem desordenadamente sem a aplicação eficiente de procedimentos e ferramentas de gerenciamentos industriais. Entretanto, ao longo dos anos, observa-se a importância da mudança de paradigma e a busca por uma nova gestão empresarial. Deste modo, empenham-se continuamente em desenvolvimento de produtos, processos e volumes de produção versáteis que são preparados para atender mudanças rápidas de mercado consumidor e que, além disso, sejam inovadoras. Neste sentido surge o Lean

Manufacturing (LM) com o intuito de reduzir a variabilidade, diminuir o tempo de

produção, melhorando o fluxo produtivo e eliminando desperdícios (BOYLE; RATHJE, 2009). O objetivo principal do LM é estabelecer um sistema de alta qualidade que permita que os produtos sejam produzidos de acordo com a demanda dos clientes com o mínimo ou nenhum desperdício (SHAH; WARD, 2003).

Nas últimas décadas, as empresas iniciaram a implementação de determinadas ferramentas/práticas LM, ao mesmo tempo em que outras empresas implementaram apenas alguns elementos (HASKIN, 2010; LIKER, 2004; SINGH et al., 2010). Perante tais circunstâncias, encontram-se dificuldades na comprovação de quais organizações efetivamente possuem o LM como uma filosofia, e em qual nível é classificada, quando comparada com outras organizações. O procedimento de avaliação envolve muitas vezes um longo tempo e um alto custo para garantir a decisão final (WAN; FRANK, 2008; BICHENO; HOLWEG, 2009).

Existem diversas pesquisas que auxiliam as empresas na implementação do LM, entretanto, em relação a avaliação do grau de implementação das práticas nas empresas, estas tem obtido baixa atenção na literatura (WAN; CHEN, 2008; BHASIN, 2011). A falta de acompanhamento da implementação, e de ferramentas de avaliação, podem auxiliar no aumento de desistências de utilização do LM, bem como também podem dificultar a evolução e diagnóstico das empresas que persistem e se encontram em estágio de avaliação. A partir disto, empenhou-se na busca por oportunidades de

(17)

pesquisa e potenciais temas de interesse através da formação de um portfólio de artigos sobre o tema “avaliação de maturidade de implantações Lean Manufacturing.”.

Em função das diversidades de entendimentos, torna-se difícil mensurar, classificar as empresas quanto á implementação de técnicas e a filosofia como um todo. Em função disto, na literatura, diversos métodos de tomada de decisão multicritérios estão sendo utilizados para auxiliar o processo de decisão. Em relação ao LM, a metodologia 2-Tuple possibilita que os gerentes detectem as necessidades de melhoria na implementação, e a utilização de gráficos possibilitam uma visão imediata e abrangente de áreas fortes e aquelas que necessitam de melhorias (PAKDIL e LEONARD, 2014). Desta maneira busca-se criar um diagnóstico para as empresas, no que abrange nível de utilização das práticas LM, e orientação de ações para a implementação estruturada e efetiva, colaborando com o desenvolvimento das empresas. A proposta deste trabalho está vinculada ao desenvolvimento de um modelo que avalie a maturidade das implementações LM utilizando da abordagem multicritério linguística.

(18)

1.1 DENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA DE PESQUISA

Nos últimos anos, verificaram-se alterações na estrutura produtiva do Brasil, sendo que os cinco setores de maiores ganhos de participação do valor da transformação industrial de 2007 para 2016 foram: Fabricação de produtos alimentícios; Extração de petróleo e gás natural; Fabricação de produtos químicos; Extração de minerais metálicos e Manutenção e Reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Em comparação, as cinco atividades que obtiveram as maiores perdas foram: Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Metalurgia; Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; Fabricação de máquinas e equipamentos e Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. (IBGE -, 2016)

Com as alterações na estrutura produtiva, muitas empresas ao longo dos anos observaram a importância da mudança de paradigma e buscam uma nova gestão empresarial. Dentre estas, diversos ramos industriais implantaram ou adaptaram o LM, pois além das mudanças do mercado, o LM é o motivo de vida ou morte de muitas organizações, haja vista que a utilização em grande escala da metodologia LM e suas ferramentas nas montadoras automobilísticas com processos discretos (BARTOLI; SILVA, 2015). O LM é definido como um sistema de produção adaptável às oscilações de demanda (flexível), acrescentando alta qualidade e resposta ágil a demanda (ANTUNES JUNIOR; 1995).

A gestão da produção baseada no LM é uma filosofia reconhecida e praticada, em que as empresas utilizam para melhorar seu desempenho e relacionamento com seus clientes. O LM pode ser aplicado em qualquer indústria e os seus conceitos incorporados por toda a sua estrutura. Porém, as ferramentas corretas para serem aplicadas precisam ser escolhidas com base em sua finalidade para a empresa (ABOLHASSAMI et al. 2016). Apesar de existir uma ampla divulgação dos benefícios do LM, ainda existem muitas corporações que não implementaram a filosofia. Citam-se alguns pressupostos como: a falta de conhecimento do modelo; falta de compreensão dos princípios LM; falta de apoio da alta diretoria; não saber quantificar os benefícios proporcionados pelas práticas, ou ainda acreditar que haja um alto custo de investimento (SOUZA; ALVES; SILVA, 2010).

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No ponto de vista de Chen (2006), interessado em “como fazer um sistema mais enxuto”, pouco esforço tem sido feito em relação à determinação de “quão LM é o sistema”. O atual nível do LM geral não é mensurado e, desta maneira, os profissionais não podem saber “como melhorar o LM” e “o que foi melhorado”, pois não possuem o conhecimento de “quão LM o sistema é” ou “quanto mais LM podem tornar-se” (CHEN, 2006). De acordo com Shaw e Costanzo (1970), "se você não pode medi-lo, você não pode gerenciá-lo".

Neste contexto, alguns estudos têm discutido sobre a utilização de práticas/ferramentas LM, como o caso do trabalho de Abolhassami et al. (2016), onde além de investigar as práticas utilizadas na indústria dos EUA, analisou a influência causada pelo porte da empresa, o tempo de implantação da filosofia e por fim confrontou tais práticas em instalações LM e as instalações que não a possuíam. Por outro lado, alguns estudos foram destinados a medir especificamente o nível de implementação LM das empresas, como o estudo de Karim e Arif-Uz-Zaman (2014), onde desenvolveram uma métrica de avaliação LM simplificada, baseando-se em atributos de eficiência e eficácia do desempenho de fabricação, para avaliação contínua da implementação do Lean. Com base nos cinco princípios enxutos, foi proposta uma metodologia sistemática de implementação LM para organizações de manufatura.

Inúmeros estudos têm sido elaborados com a finalidade de auxiliar as empresas a avaliarem o desempenho de seus esforços na implementação LM. De acordo com Duran e Batocchio (2003) a grande parte desses estudos não expõem métodos estruturados e generalizáveis a uma ampla escala de empresas. Os modelos de avaliação da maturidade LM já existentes, geralmente avaliam o nível de maturidade LM utilizando alguns critérios como qualidade, processos, fornecedores, clientes etc., além de avaliar ramos de atuação específicos como automobilísticos, alimentícios e entre outros.

Na criação deste modelo empenha-se em desenvolver um modelo geral, que possa ser aplicado em diversos ramos de atuação do mercado, além de serviços, aplicando os seguintes critérios para avaliar a maturidade LM das empresas: qualidade, recursos humanos, cliente, fornecedor, e sistemas produtivos, por meio destes almeja-se verificar os critérios que estão com níveis mais baixos e fornecer um

feedback para as empresas avaliadas. Em termos de contribuições teóricas, este

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implementação LM. Pode-se citar como contribuição prática deste estudo para as empresas e organizações, ao fato de a proposição do instrumento de avaliação também fornecer um feedback da situação que se encontra cada critério que compõem o sistema LM da empresa. Com este conhecimento os gestores poderão aperfeiçoar e melhor encaminhar suas ações Lean nas organizações.

A realização deste estudo justifica-se devido ao fato de a grande parte da literatura existente não fornece um método para mensurar o nível de maturidade LM de uma empresa (BHASIN, 2011). Com relação à área de conhecimento, o estudo abordará o desenvolvimento de um modelo de avaliação da maturidade de práticas LM nas empresas, com utilização da abordagem multicritério linguística. Assuntos como, princípios do Lean Manufacturing, as traduções desses princípios para avaliação de modelos de maturidade são abordadas com intuito promover o melhor entendimento e, além da definição e procedimentos de desenvolvimento da metodologia 2-Tuple.

1.2 OBJETIVOS

Nesta subseção do trabalho, apresenta-se o objetivo geral e os objetivos específicos a serem alcançados pela presente pesquisa.

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um modelo de avaliação da maturidade das implantações LM com utilização de uma abordagem multicritério linguística

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1.2.2 Objetivos Específicos

Com intuito de cumprir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram estipulados:

i. Identificar com base na literatura, conceitos e modelos de avaliação da maturidade LM. Com intuito de determinar os critérios e os indicadores de avaliação do modelo proposto.

ii. Consultar os especialistas em LM para ponderação dos critérios do modelo desenvolvido;

iii. Avaliar o modelo quanto seu diagnóstico nas empresas e verificando sua aplicabilidade.

1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA

Em virtude da concorrência global e o desenvolvimento do mercado, as empresas do mundo todo estão sofrendo grandes pressões para diminuir seus custos e ampliar seu nível de serviço. Existem diversas ferramentas e estratégias que as organizações industriais podem implementar para alcançar esses objetivos, entre elas as práticas as LM, e que diversas vezes a mesma representa uma imprescindibilidade para que as empresas permanecerem no mercado.

A produção LM, a qual tem sido largamente praticada em indústrias e setores econômicos como um padrão de sistema que a produção que se dedica na eliminação de resíduos (WOMACK e JONES, 1996). Um pré-requisito evidente para uma empresa LM é possuir uma visão consistente (SIM e RODGERS, 2009). Nas fases iniciais de uma implementação LM, deve ser reforçado para os formuladores de políticas que o LM não é somente um conjunto de ferramentas e técnicas, todavia em seu coração permanecem as pessoas (SAURIN; MARONDIN; RIBEIRO, 2011).

Para comprovação do ineditismo e relevância do estudo realizou-se o desenvolvimento de uma análise bibliométrica e sistêmica, baseada na adaptação da metodologia Knowledge Development Process – Construtivist (ProKnow –C), a qual estabelece os procedimentos de seleção e análise dos resultados (ENSSLIN et al.

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2010). Inicialmente o objeto de análise para aplicação do modelo de maturidade englobaram empresas das regiões sul e centro oeste do Brasil e ramos de atuação como Agronegócio e Alimentício.

Neste contexto, foi aplicado em empresas industriais que possuam o LM em desenvolvimento, o que facilitará a consolidação do modelo inicial, com posterior adaptação e aplicação nos demais ambientes, como prestadoras de serviços e outros. Deste modo, esta pesquisa busca desenvolver um modelo de avaliação da maturidade das implantações LM, que além de abrangente, considere os diversos elementos (critérios) abordados na literatura, empregando métodos multicritério para auxiliar na sua determinação.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Em relação às limitações da abordagem utilizada nessa pesquisa, constatou-se a diferença de portes das empresas, bem como disparidade no tempo de implementação LM das mesmas. Outro item observado é relacionado ao fato dos avaliadores das questões/classificações propostas apesar de possuírem grande conhecimento sobre o LM, eram de uma área específica das suas respectivas empresas. Observa-se que estes fatores podem influenciar na interpretação dos dados ao compará-los, por este motivo além da análise de comparação, buscou-se realizar um feedback individual para cada empresa, com intuito de auxiliar na identificação das dificuldades.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho é estruturado em sete capítulos, cuja síntese de cada um é destacada a seguir:

O capítulo 1 refere-se à Introdução, bem como apresenta a justificativa e o problema de pesquisa, da mesma maneira de que exibe os objetivos, ineditismo,

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relevância e suas delimitações e por fim retrata a estruturação da pesquisa e classificação metodológica.

O capítulo 2 retrata os procedimentos de pesquisa bibliográfica seguidos no trabalho, focalizando na abordagem metodológica e nos conceitos tecnológicos pertinentes aos métodos e técnicas empregados. Dentre outros assuntos tratados neste capítulo, pode-se justificar a escolha da abordagem de pesquisa, assim como as etapas de desenvolvimento do trabalho. No mesmo trata-se da justificativa da seleção dos objetos de análise, a descrição de como ocorre à coleta de dados e como estes são analisados. Bem como, exibe o mapeamento do estado da arte e do tema Avaliação da maturidade Lean Manufacturing, pelo qual viabilizou uma aprofundada análise bibliométrica e sistêmica.

O capítulo 3 exibe o referencial teórico do trabalho, direcionados em seus principais aspectos: Lean Manufacturing e Princípios LM, Ferramentas LM, Modelos de Avaliação LM e por fim os Métodos Multicritérios.

O capítulo 4 retrata a construção do modelo de Avaliação da Maturidade Lean

Manufacturing com utilização da abordagem multicritério linguística, detalhando a

composição do método e seu sistema de cálculo (pelo qual passou por participação de especialistas em Lean Manufacturing) e de interpretação dos dados.

O capítulo 5 apresenta a aplicação do modelo proposto, no qual é realizada a análise dos resultados, pelos quais se origina dos dados alcançados através dos Estudos de Casos, isto é, pela aplicação do Modelo de Avaliação da Maturidade Lean

Manufacturing em empresas selecionadas.

O capítulo 6 que se refere as conclusões, retorna os objetivos do trabalho e exibe suas principais partes conclusivas, do mesmo modo que apresenta as sugestões para trabalhos futuros.

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2 PROCEDIMENTO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Neste trabalho utilizou-se o ProKnow-C, proposto por Ensslin et al., (2010), como instrumento de intervenção (AFONSO et al., 2011; BORTOLUZZI et al., 2011; LACERDA, ENSSLIN, ENSSLIN, 2012). O processo ProKnow-C é composto por quatro etapas: i) seleção de um portfólio de artigos sobre o tema da pesquisa; ii) análise bibliométrica do portfólio; iii) análise sistêmica; e iv) definição da pergunta de pesquisa e objetivo de pesquisa. Para pesquisa bibliográfica utilizou-se as duas primeiras etapas ilustradas na Figura 1.

Figura 1 - Macroetapas do Processo de Revisão Sistêmicas (ProKnow-C). Fonte: Ensslin et al. (2010).

Neste trabalho, a pesquisa bibliométrica realizada através do ProKnow-C utilizou três eixos da pesquisa em língua inglesa, justificado pelo fato de explorar artigos em bases de dados internacionais. (i) Lean, (ii) SAE J4000 e (iii) Maturity, a partir dos eixos definiu palavras-chaves pertinentes ao tema de interesse, como descritas a seguir: “Lean Manufacturing”. “Continual Improvement”, “Waste

Reduction”, “Efficiency”, “Best Practice”, “Implementation”, “Performance”, “Measures” e “Maturity”. Deste modo, optou-se pelas bases Web of Science, Scopus e Science Direct.

Para o desenvolvimento desta dissertação, o método de pesquisa bibliográfica foi utilizado para identificar as lacunas e potenciais temas de interesse relacionados à avaliação da maturidade LM, no intuito de justificar a pesquisa (capítulo 2), identificar

(25)

modelos e métodos de avaliação existentes, e propor um modelo de avaliação baseado em dimensões e indicadores de avaliação da maturidade de implementação LM atuais (capítulo 3). Compete ressaltar que o referencial teórico foi estabelecido pela pesquisa bibliográfica realizada por meio do ProKnow-C, a qual gerou o Mapeamento do Estado da Arte do Tema avaliação da maturidade LM, além de outras consultas realizadas em artigos, sites, livros etc., que não obrigatoriamente fizeram parte da busca estruturada do ProKnow-C.

Na sequência, demonstram-se as etapas de desenvolvimento deste trabalho, pelos quais foram orientadas para a efetivação dos objetivos definidos. No qual também se apresenta o mapeamento de publicações sobre o tema Avaliação da Maturidade Lean Manufacturing. Complementando o mapeamento, encontram-se uma série de discussões críticas sobre o referencial teórico, buscando identificar assuntos pertinentes para o desenvolvimento do trabalho.

2.1 MAPEAMENTO DO ESTADO DA ARTE DO TEMA AVALIAÇÃO DE MATURIDADE LEAN MANUFACTURING

Nesta etapa foi conduzido um mapeamento das publicações sobre o tema Avaliação da Maturidade Lean Manufacturing e, através deste, composição um portfólio bibliográfico das publicações pertinentes e alinhadas de acordo com a percepção do autor desta pesquisa. Para composição do portfólio, realizou-se uma análise bibliométrica e sistêmica, com intuito de estruturar o conhecimento sobre os assuntos: autores, artigos e periódicos, tanto no portfólio bibliográfico, quanto nas referências do mesmo. Este trabalho classifica-se em caráter exploratório-descritivo, além do mais, caracterizam-se abordagens quantitativas e qualitativas através da utilização do instrumento de intervenção Knowledge Development Process

Constructivist (ProKnow-C).

Através do processo de análise bibliométrica extraiu-se o conhecimento necessário, com relevância científica comprovada e formando assim uma fonte de informações muito rica sobre o tema. Neste sentido, o resultado sobre o mapeamento do estado da arte do tema (Avaliação da maturidade Lean Manufacturing) permitiu as condições para o desenvolvimento da análise bibliométrica. Os eixos utilizados para

(26)

compor a pesquisa foram “Lean”, “SAE J4001” e “Maturity”, através destes a pesquisa exploratória busca atender o objetivo de construir conhecimento.

2.1.1 Métodos utilizados para o Mapeamento

Para o desenvolvimento do mapeamento baseou-se na adaptação da metodologia Knowledge Development Process – Construtivist (ProKnow –C), a qual estabelece os procedimentos de seleção e análise dos resultados. (Ensslin et al. 2010). A estruturação do mapeamento subdividiu-se da seguinte forma: (i) os procedimentos de seleção do portfólio bibliográfico, juntamente da análise bibliométrica e (ii) a revisão sistemática que é subdividida na síntese para composição dos indicadores. Em síntese esta etapa da pesquisa pretende estabelecer um quadro conceitual em relação as oportunidades e lacunas associadas ao tema.

2.1.1.1 Seleção do Portfólio Bibliográfico

A seleção do Portfólio Bibliográfico é composta por trabalhos relevantes na área de conhecimento relacionado ao tema de pesquisa. Esta seleção do portfólio é desenvolvida por intermédio de duas etapas: a) a seleção dos artigos, constituindo o Banco de Artigos Brutos; e b) a filtragem dos artigos selecionados com base ao alinhamento da pesquisa. O método ProKnow-C é capaz de auxiliar os pesquisadores de diversas áreas na seleção do portfólio bibliográfico e análise bibliométrica. Como implicação direta tem-se a validação do método como instrumento de contribuição na construção do conhecimento, por meio da obtenção de avaliações quantitativas do portfólio de artigos selecionados, bem como conhecimento básico para inicialização de uma pesquisa sobre o tema. (VILELA, 2012).

(27)

2.1.1.2 Seleção do Banco de Artigos Brutos

A primeira fase da seleção concentrou-se na formação de um banco de artigos brutos, primeiramente foi necessário determinar os eixos da pesquisa, definidos em língua inglesa em bases internacionais. Os eixos foram definidos como: (i) Lean, (ii) SAE J4000 e (iii) Maturity. A seleção de banco de artigos brutos é descrita a seguir:

a) Definição das palavras chaves: A partir da composição dos eixos foi possível

definir as palavras-chaves pertinentes ao tema de interesse, em cada eixo, conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 - Eixos da pesquisa e palavras-chaves. Fonte: Autoria própria.

Com a utilização do operador booleano “AND” para as palavras demonstradas na Figura 2, gerou-se 24 combinações possíveis de interações entre elas, que foram utilizadas no processo de busca por artigos relacionados ao tema de interesse da pesquisa.

b) Definição dos bancos de dados e teste de aderências das palavras-chaves: As bases de dados utilizadas para a pesquisa dos artigos foram delimitadas

em uma primeira etapa, pela adequação do conteúdo da base ao tema da pesquisa e, em uma segunda etapa, pela quantidade de artigos disponíveis alinhados ao tema da pesquisa. Deste modo, optou-se pelas bases Web of Science, Scopus e Science

Direct para efetuar as buscas do portfólio bibliográfico (Afonso, Souza, Ensslin &

Ensslin, 2011). Ao realizar as buscas selecionou-se títulos, palavras-chaves, resumos, artigos recentes com no máximo dez anos entre o período de 2007 a 2017 e limitando-se aos artigos no tipo de publicação. Nas buscas para composição do banco de artigos brutos, realizou-se o teste de aderência das palavras-chaves, que mostrou não haver necessidade de incluir novas palavras-chaves. Por meio desta, gerou-se um banco de

LEAN - Lean Manufacturing; - Continual Improvement; - Efficiency; SAE J4000 - Best Practice; - Implementation; MATURITY - Measures; - Maturity;

(28)

3815 artigos brutos, pelos quais importou-se para o software Mendeley, onde realizou-se o gerenciamento bibliográfico da pesquisa.

2.1.1.2.1 Filtragem no banco de artigos brutos

Nesta fase filtrou-se de diversas formas os artigos do banco de artigos brutos, a fim de originar o portfólio bibliográfico final:

• Filtragem quanto à redundância: excluíram-se os artigos duplicados, resultando na eliminação de 853 artigos.

• Filtragem quanto ao alinhamento dos títulos: realizou-se a verificação dos títulos relacionados com o tema da pesquisa, o que ocasionou a eliminação de 1815 artigos e permanência de 1147 artigos.

• Filtragem quanto ao alinhamento de resumos: em seguida, realizou-se a leitura dos resumos dos artigos e resultou na eliminação de 1102 artigos, restando 45 artigos no banco de artigos brutos.

• Filtragem quanto ao reconhecimento científico: verificou-se a representatividade científica dos artigos, por meio da inspeção do número de citações que os mesmos possuem no Google Acadêmico. O artigo com maior reconhecimento científico possuía 1365 citações (para facilitar visualização abstraiu-se da Figura 3), ao passo em que alguns trabalhos não possuíam nenhuma citação. Deste modo, determinou-se um ponto de corte de acordo com a pertinência do reconhecimento científico dos artigos. Constituiu-se uma nova categoria, excluindo-se artigos que possuíam menos de três citações, sendo esses, depositados no “Repertório B”, analisado posteriormente. Já os artigos com mais de três citações constituíram o “Repertório A”, sendo candidatos à inclusão direta no portfólio final de artigos. O detalhamento dessa análise é ilustrado na Figura 3.

(29)

Figura 3 - Número de citações dos artigos. Fonte: Autoria própria.

Após o aprofundamento do número de citações restaram no “Repositório A” 33 artigos, dos quais realizou-se a leitura integral. Com o intuito de verificar a pertinência de artigos que tenham sido publicados há menos de dois anos, ou que possuíam o mesmo autor dos artigos selecionados, analisou-se o “Repositório B”. Após a análise do “Repositório B”, selecionou-se apenas um artigo publicado há menos de dois anos que está alinhado ao tema da pesquisa, porém com pouco reconhecimento científico, o que se justifica pela recente publicação. Após a leitura integral dos artigos, restaram 21 artigos no portfólio final como demonstrado no Quadro 1, sobre o qual realizaram-se as análises bibliométrica e sistêmicas, cujos resultados são descritos nos tópicos que seguem.

(30)

AUTOR TÍTULO PERIÓDICO Ano

1 Abolhassani,

A. et al.

Lean and US manufacturing industry: popularity of practices and implementation barriers.

International Journal of Productivity and Performance Management

2016

2 Bhasin, S. Measuring the Leanness of an organisation. International Journal of Lean

Six Sigma 2011

3 Bhasin, S. An appropriate change strategy for lean success Management Decision 2012

4 Bhasin, S. Prominent obstacles to lean.

International Journal of Productivity and Performance Management

2012

5 Cezar Lucato, W. et al. Performance evaluation of lean manufacturing implementation in Brazil.

International Journal of Productivity and Performance Management 2014 6 Godinho Filho, M.; GANGA, G. M. D.; GUNASEKAR AN, A.

Lean manufacturing in Brazilian small and medium enterprises: implementation and effect on performance.

International Journal of

Production Research 2016

7 Herzog, N. V.; Tonchia, S. An instrument for measuring the degree of lean implementation in manufacturing. Journal of Mechanical Engineering 2014

8 Jasti, N. V.K.; Kodali, R.(a) A literature review of empirical research methodology in lean manufacturing.

International Journal of Operations & Production Management

2014

9 Jasti, N. V. K.; Kodali, R. (C) Development of a framework for lean production system: An integrative approach.

Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers. Part B, Journal Of Engineering Manufacture

2016

10 Jasti, N. V. K.; Kodali, R.(b) Validity and reliability of lean enterprise frameworks in Indian manufacturing industry.

Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers. Part B, Journal Of Engineering Manufacture

2016

11 Karim, A.; Arif-Uz-Zaman, K.

A methodology for effective implementation of lean strategies and its performance evaluation in manufacturing organizations.

Business Process

Management Journal 2013

12 Macchi, M.;

Fumagalli, L.

A maintenance maturity assessment method for the manufacturing industry. Journal of Quality in Maintenance Engineering 2013 13 Pakdil, F.; Leonard, K. M..

Criteria for a lean organisation: development of a lean assessment tool.

International Journal of

Production Research 2014

14 Pham, D. T.; Thomas, A. J. Fit manufacturing: a framework for sustainability. Journal of Manufacturing

Technology Management 2011

15

Salleh, N. A. M.; Kasolang, S.; Jaffar, A.

Simulation of integrated total quality management (TQM) with lean manufacturing (LM) practices in forming process using Delmia Quest.

Procedia Engineering 2012

16 Shah, R.;

Ward, P. T. Defining and developing measures of lean production.

Journal of operations management 2007 17 Shah, P. P.; Shrivastava, R. L.

Identification of performance measures of Lean Six Sigma in small-and medium-sized enterprises: a pilot study.

International Technology Management Journal of Six Sigma and Competitive Advantage 2013 18 Singh Sangwan. K.; Bhamu, J.; Mehta, D.

Development of lean manufacturing implementation drivers for Indian ceramic industry

International Journal of Productivity and Performance Management

2014

19 Susilawati, A. et al. Fuzzy logic based method to measure degree of lean activity in manufacturing industry. Journal of Manufacturing Systems. 2015

20

Wahab, A. N. A.; Mukhtar, M.; Sulaiman, R.

A conceptual model of lean manufacturing dimensions. Procedia Technology 2013

21 Wan, H.; Frank Chen, F. A leanness measure of manufacturing systems for quantifying impacts of lean initiatives. International Journal of Production Research 2008

Quadro 1 - Artigos do Portfólio. Fonte: Autoria própria.

Deste modo, com os 21 artigos pertinentes e alinhados ao tema deste estudo, compôs-se o Portfólio Bibliográfico. Na análise bibliométrica dos artigos do Portfólio

(31)

Bibliográfico e de suas referências, destacou-se: os periódicos “International Journal

of Productivity and Performance Management” e “International Journal of Production Research”; os artigos “Defining and developing measures of lean production”, “A methodology for effective implementation of lean strategies and its performance evaluation in manufacturing organizations” e, “A leanness measure of manufacturing systems for quantifying impacts of lean initiatives”; e os autores “Sanjay Bhasin”, “Naga Vamsi Krishna Jasti & Rambabu Kodali” e “Kuldip Singh Sangwan, Jaiprakash Bhamu & Dhwani Mehta”.

Com o portfólio já definido, realizou-se à análise bibliométrica dos artigos, focando em: relevância dos periódicos; reconhecimento científico dos artigos; e autores de maior destaque (considerando tanto o portfólio principal quanto suas referências), cujos resultados são mostrados a seguir.

2.1.2 Resultados do Mapeamento

Nesta seção são apresentadas as características dos artigos que constituem o Portfólio Bibliográfico alinhado ao tema: Avaliação da Maturidade Lean Manufacturing, bem como seus periódicos em destaque e autores.

2.1.2.1 Análise Bibliométrica

A partir do portfólio de artigos científicos obtidos, realizou-se a análise bibliométrica, pelo qual é constituído o levantamento de estatísticas de um conjunto determinado de artigos para a gestão da informação e do conhecimento científico do tema de pesquisa (Ensslin et al. 2010). Para isto, realizou-se a análise bibliométrica do Portfólio Bibliográfico (PB) e das referências do PB, pela qual foi elaborada nas três etapas a seguir: a) avaliação do grau de relevância dos periódicos; b) avaliação do reconhecimento científico dos artigos; e c) aferição do grau de relevância dos autores. Destaca-se que, para a realização da análise bibliométrica, estabeleceu-se um conjunto de dados distribuídos deste modo: 21 artigos que formam o PB do tema

(32)

da pesquisa e suas respectivas referências (AFONSO et al., 2011; ENSSLIN et al., 2012).

a) Relevância dos periódicos: Para a verificação da relevância dos periódicos,

analisaram-se os 15 periódicos internacionais em que estavam publicados os artigos do PB. Foram identificados os seguintes periódicos com maior ocorrência: quatro publicações “International Journal of Productivity and Performance Management”, três publicações “International Journal of Production Research” e duas publicações “Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers. Part B, Journal Of

Engineering Manufacture”. Em seguida realizou-se o mesmo procedimento para os

periódicos das referências do PB, no qual os periódicos que obtiveram maior destaque foram: 41 publicações “International Journal of Production Research”, 37 publicações “International Journal of Operations & Production Management” e 37 publicações “International Journal of Operations Management”, entre outros.

Para finalizar esta etapa de identificação dos periódicos, realizou-se a análise cruzada dos periódicos como ilustrado na Figura 4, no qual considerou-se as informações dos artigos PB e o das referências do PB, cujos resultados demonstram que o “International Journal of Production Research” possuiu maior destaque dentre artigos do PB e das referências do PB.

Figura 4 - Cruzamento do PB entre os Periódicos e referências. Fonte: Autoria própria.

(33)

b) Reconhecimento científico dos artigos: Para realizar o reconhecimento

científico dos artigos analisaram-se o número de citações que os mesmos possuíam no Google acadêmico. Neste contexto, o artigo com maior reconhecimento possui 1365 citações “Defining and Developing Measures of Lean Production”, enquanto o artigo “Development of a framework for lean production system: An integrative

approach.” possui três citações. Na Figura 6 o reconhecimento científico dos artigos

do PB está sendo exposto em forma de número de citações.

c) Autores de maior destaque no PB e nas referências do PB: Dentro desta

etapa realizou-se um cruzamento entre os autores dos artigos do PB e dos autores das referências do PB, o que possibilita identificar os artigos e seus autores do -0 portfólio de maior destaque, como ilustrado na Figura 5. Na questão dos autores do PB os que obtiveram destaque são: “Sanjay Bhasin”, que faz parte do departamento de garantia de qualidade do Reino Unido e “Naga Vamsi Krishna Jasti & Rambabu Kodali” ambos possuem três artigos no PB ambos do departamento de engenharia mecânica da Índia.

Figura 5 - Autores de maior destaque no PB e nas referências do PB. Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Para a análise dentre os autores das referências do PB, pode-se citar: “Sanjay Bhasin” que possui citação em 14 artigos e “Kuldip Singh Sangwan, Jaiprakash

(34)

Bhamu & Dhwani Mehta”, que compõem o departamento de engenharia mecânica da Índia citados em 12 artigos.

2.1.2.2 Análise Sistêmica dos artigos do Portfólio Bibliográfico

Os critérios adotados na análise dos artigos foram baseados nas “lentes” da metodologia ProKnow-C, na qual buscou-se extrair uma síntese dos trabalhos analisados.

2.1.3 Critérios para composição dos Indicadores

Considerou-se que a revisão da literatura do portfólio exibiu características similares em relação aos conceitos teóricos e operacionais, com isso, deu-se continuidade ao mapeamento a fim de analisar as métricas de avaliação da manufatura enxuta. Buscou-se identificar e classificar os artigos do portfólio bibliográfico, com objetivo de extrair fragmentos de informações relacionados com a metodologia adotada pelos autores dos artigos e o estilo de aplicação das mesmas, estes então diminuem ou eliminam os diversos aspectos da variabilidade.

Diante do contexto desta pesquisa que abrange a análise bibliográfica e sistêmica de modelos de mensuração da maturidade LM, é primordial dar ênfase aos índices paramétricos estabelecidos na literatura para a composição dos indicadores de desempenho. Deste modo os indicadores apresentados no Quadro 3 são classificados em três dimensões da gestão, baseados em contextos de criação de indicadores de desempenho, dividiu-se em três níveis para compor a composição do mapeamento. A dimensão principal exibe os fatores estratégicos de níveis macro como a gestão externa, gestão interna e sustentabilidade. Entre os componentes do nível tático, que é o nível intermediário da composição podem-se citar alguns como relacionados aos clientes, fornecedores, investimentos entre outros. E por fim, no nível operacional destacam-se os critérios que permitem a composição e mensuração dos indicadores. Esta composição possui 20 critérios, nos quais estão divididos segundo cada área de interesse, como ilustrado no Quadro 2.

(35)

Principal (Estratégica) Intermediaria (Dimensão Tática) Indicadores (Critério mensurável) (Dimensão Operacional) Artigo G e s tã o E x te rn a Relacionado aos clientes

Satisfação dos clientes

[3]; [6]; [7]; [10]; [13]; [14]; [16]; [20] Reclamações dos clientes

[3]; [6]; [10]; [13]; [16]; [19]

Relacionado

fornecedores Cooperação dos fornecedores

[5]; [6]; [7]; [17]; [19]; [20]

Problemas com fornecedores [18]

G e s tã o I n te rn a Relacionado investimentos Impacto no desempenho Financeiro [1]; [3]; [13]; [16]; [19] Relacionado aos colaboradores e cultura organizacional

Cultura orientada para colaboradores

[2]; [3]; [4]; [5]; [6]; [7]; [16]; [17]; [18]; [19]; [20]

Resistência dos colaboradores

a mudança [3]; [18]

Relacionado ao tempo Tempo de ciclo [1]; [3]; [14]; [17]

Gestão de inventário [3]; [7]; [10]; [14]

Relacionado ao produto

Número de erros e defeitos [10]; [16]; [18]; [20] Qualidade do produto [2]; [4]; [16] Relacionado à qualidade Qualidade do produto [2]; [4]; [16] Qualidade na fonte [10] Relacionado as operações/processos Fluxo de produção [1]; [6]; [10] Processos e operações [1]; [5]; [16]; [18]; [20] Su s te n ta b ili d a d e Relacionados aos desperdícios Eliminação de desperdícios [1]; [4]; [7]; [7]; [9]; [10] Gestão de inventário [3]; [7]; [10]; [14] Relacionado à

sustentabilidade Lean Lean sustentável [2]; [4]

Relacionado à melhoria contínua

Melhoria contínua [2]; [4]; [7]; [10]; [17] Mapeamento de fluxo de valor [10]

Quadro 2 - Composição dos indicadores de desempenho. Fonte: Autoria própria.

Verificou-se que os critérios atribuídos no Quadro 2, fluem de maneira harmônica na composição de um modelo conceitual que visa por meio dos indicadores de desempenho abranger as principais métricas de avaliação do modelo de maturidade LM. Através da composição deste quadro, podem-se verificar a importância de avaliar a maturidade LM que tem influência nas dimensões de gestão externa, gestão interna e de sustentabilidade. De forma geral, acredita-se que essa composição de indicadores permite estabelecer no nível operacional critérios mais específicos, e o seu conjunto estabelecem uma integração entre os objetivos macros que unem as responsabilidades dos níveis táticos e estratégicos. Entre os indicadores que mais se destacaram, podem-se citar:

• Na dimensão da gestão externa os principais indicadores desenvolvidos foram satisfação dos clientes e cooperação com fornecedores. O LM é projetado para eliminar os resíduos de todas as áreas que vão desde as redes de fornecedores, relação com os clientes, design de produtos e gerenciamento de fábrica. É visualizada

(36)

como uma filosofia de fabricação que, se adotada e implementada com monitoramento, pode formar o roteiro para excelência global (PAPADOPOULOU; OZBAYRAK, 2005).

• No nível de gestão interna os indicadores que possuem destaque, são: cultura orientada para os colaboradores, impacto do investimento financeiro, qualidade do produto, fluxo de produção entre outros. As dificuldades na implantação do LM incluem falta de comprometimento da gestão, falta de conhecimento técnico, falta de compreensão dos benefícios proporcionados e acreditam que a cultura Lean não se encaixa na cultura da empresa (BHASIN, 2012). Neste contexto, confirmou-se a importância da gestão interna no alcance do sucesso lean.

• Para o nível de sustentabilidade os indicadores que obtiveram evidência foram: eliminação de desperdícios, lean sustentável e a melhoria contínua. Os indicadores sustentáveis se preocupam em refletir os efeitos sobre o meio ambiente dos processos e técnicas utilizadas para a realização das atividades da organização (LIMA, 2004).

2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO E

SISTÊMICO

O presente mapeamento buscou demonstrar os desafios apresentados por pesquisadores que desenvolveram metodologias ou estudos relacionados à medição da implantação LM em empresas. A abordagem tratada neste estudo procurou verificar os indicadores de desempenho que são mais comuns e que possuem maior importância em relação ao tema da pesquisa. Por meio do instrumento de intervenção aplicado (ProKnow-C), foi possível selecionar um Portfólio bibliográfico representativo contendo 21 artigos de grande importância ao tema.

Através do processo de análise bibliométrica extraiu-se o conhecimento primordial, com relevância científica comprovada e constituindo assim uma fonte de informações muito rica sobre o tema. Em relação à análise de conteúdo dos artigos de avaliação de maturidade do LM, destacou-se a preocupação que as empresas estão despertando em relação à mensuração das práticas LM. Os resultados obtidos com a pesquisa bibliométrica tem contribuição no avanço do progresso científico, além

(37)

da orientação aos leitores em relação ao tema Avaliação da Maturidade Lean

Manufacturing, por meio da identificação das bases de dados, palavras-chaves,

periódicos e autores de destaque no tema de estudo.

Nos trabalhos, verificou-se um maior número de aplicação de modelos já existentes ou adaptados de outros contextos, comparado a criação de novas metodologias de aplicação e mensuração LM. No entanto, focou-se na extração de critérios que foram utilizados para mensuração das empresas e através desses critérios extraídos dos artigos do PB foi possível criar o quadro dos indicadores de desempenho. Deste modo, identificou-se uma carência de modelos de mensuração da maturidade LM que possam ser aplicados em situações cotidianas, que consigam transparecer as análises para as empresas, e que com essas informações alcancem sucesso contínuo na implantação das práticas LM.

Essa averiguação pode ser encarada como uma lacuna a ser preenchida, já que se trata de aspectos relevantes na análise e desenvolvimento de novas pesquisas. A partir desta concepção complementa-se que o tema está em pleno progresso, o que possibilita acrescentar conhecimento através do desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de mensuração de maturidade já existentes, do mesmo modo que colabora no desenvolvimento de novas ferramentas adaptadas ao conceito a ser analisado, que enfrentam um grande número de insucesso LM.

(38)

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica, pelo qual se realiza uma sucinta contextualização sobre os temas: Lean Manufacturing, Ferramentas Lean

Manufacturing, Fases de Implementação Lean Manufacturing e Métodos Multicritério

nos modelos de avaliação, explanando uma grande quantidade de requisitos relacionados aos mesmos. Este referencial teórico possui o intuito de estruturar a presente dissertação e fundamentar o trabalho através de contribuições importantes à condução da dissertação.

3.1 LEAN MANUFACTURING

Em virtude de um mercado altamente competitivo, a disputa por clientes torna-se cada vez mais acirrada. Nestas circunstâncias, as empresas que almejam permanecer no mercado buscam por metodologias, técnicas e ferramentas, que permitam um desempenho hábil e efetivo, em relação ao atendimento dos princípios solicitados por seus clientes (LOOS, 2016). Neste contexto, dentre as metodologias e ferramentas que auxiliam as empresas a permanecerem no mercado, cita-se a filosofia Lean Manufacturing (LM), que pode ser traduzida como produção enxuta, a qual foi difundida no ocidente nos anos 90, quando James Womack, Daniel Jones e Daniel Ross publicaram o livro “A máquina que mudou o mundo” (WOMACK et al. 1998).

Na sua essência, o LM é um programa de melhoria contínua que as empresas utilizam para tornarem-se proativas na resolução de problemas, nos quais os principais benefícios são reduções nos custos de produção, maiores saídas e menores prazos de produção (Herron; Hicks; 2008). Pode-se dizer que, tem sido praticada em indústrias e setores econômicos como um padrão de sistema de produção que se concentra na eliminação de desperdícios (Womack; Jones; 1996).

O LM é reconhecido como uma filosofia que auxilia a gestão de uma organização, sendo esta filosofia orientada por alguns princípios que buscam a satisfação total do cliente. É o cliente que recebe os produtos indicando nele o valor

(39)

correspondente e de acordo com Womack et.al (1996) são cinco os princípios, sendo eles:

a) Valor: Geralmente quando nos referimos a um produto que se compra arrisca-se a utilizar a designação valor ao avaliarmos. Quando existe satisfação afirmamos que valeu a pena a aquisição.

b) Cadeia de Valor: o passo seguinte refere-se à identificação da Cadeia de Valor. Este trata-se de um processo ou um conjunto de etapas do processo que cada produto tem que passar até estar concluído.

c) Fluxo: Na sequência, a preocupação concentra-se em determinar o Fluxo. Este fluxo é conduzido por toda a Cadeia de Valor e pretende ser contínuo, isto é, que não existam problemas que provoquem a parada ou redução de uma operação em determinadas etapas da cadeia.

d) Sistema Pull: O princípio de formação de um Sistema Pull (Sistema Puxado) vem na sequência da criação do fluxo e a partir deste, a produção passar a iniciar-se quando o cliente solicita.

e) Perfeição: Por fim, a procura por Perfeição é um objetivo ininterrupto da Cadeia de Valor, por qual, busca-se por melhoria contínua. Tem como objetivo alcançar o estado ideal e conduzir os esforços da empresa.

Além disso, podem-se citar os princípios “enxutos” como resultados da comunidade mais ampla do Japão, como resposta ao sistema de produção em massa que era desenvolvido na grande parte das empresas americanas e europeias após a Segunda Guerra Mundial (Herzog; Tonchia; 2014). De acordo com Liker (2005) os 14 princípios de Gestão da Toyota são detalhados no Quadro 3 a seguir:

(40)

14 Princípios de Gestão da Toyota

01 Basear as decisões administrativas em uma filosofia de longo prazo, mesmo que em detrimento de metas financeiras de curto prazo.

02 Criar um fluxo de processo contínuo para trazer os problemas à tona. 03 Usar sistemas puxados para evitar a superprodução.

04 Nivelar a carga de trabalho.

05 Construir uma cultura de parar e resolver os problemas, para que deste modo, seja possível obter a qualidade desejada logo na primeira tentativa.

06 Tarefas padronizadas são à base da melhoria contínua e da capacitação dos funcionários.

07 Usar controle visual para que nenhum problema fique oculto.

08 Usar somente tecnologia confiável e plenamente testada que atenda aos funcionários e processos.

09 Desenvolver líderes que compreendam completamente o trabalho, que viva a filosofia e as ensinem aos outros.

10 Desenvolver pessoas e equipes excepcionais que sigam a filosofia da empresa.

11 Respeitar sua rede de parceiros e de fornecedores, desafiando-os e ajudando-os a melhorar.

12 Ver por si mesmo para compreender completamente a situação.

13 Tomar decisões sem pressa e por consenso, considerando completamente todas as opções e, após isso as implementá-las com rapidez.

14 Tornar-se uma organização de aprendizagem pela reflexão incansável e pela melhoria contínua.

Quadro 3 - Os 14 Princípios da Gestão da Toyota. Fonte: Liker (2005).

Segundo Womack e Jones (2005), a terminologia Lean (enxuto) surgiu através da literatura de negócios para qualificar o Sistema Toyota de Produção. Esse conjunto era considerado Lean por uma série de motivos:

• Exigia menos esforço humano para projetar e produzir os veículos;

• Necessitava menos investimento por unidade de capacidade de produção; • Atuava com menor número de fornecedores;

• Operava com uma quantidade menor de peças em estoque em cada etapa do processo produtivo;

• Compilava um número menor de defeitos;

• Evidenciava um menor número de acidentes do trabalho e apresentava consideráveis diminuições de tempo entre o conceito de produto e seu lançamento em demanda comercial, entre o pedido realizado pelo cliente e a entrega, e por fim entre a identificação dos problemas e a solução dos mesmos.

O LM é uma filosofia de gestão que teve como base o Sistema Toyota de produção (TPS), que visa à eliminação contínua de todos os desperdícios no processo produtivo, dentre estes, podem-se citar: superprodução, movimentação, estoque, transporte, tempo de espera, má utilização do capital humano, defeitos e

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superprocessamento. Traz como exigência o estoque reduzido, resultando em menos defeitos, maior produtividade e com aumento de qualidade nos produtos (Womack et. al, 1990 e Holweg, 2007). Para compreender o TPS, que não é somente uma junção de técnicas, mas um sistema baseado em uma estrutura. Compreende como objetivo a propagação de melhores práticas desenvolvidas na Toyota para outras empresas e do mesmo modo para os fornecedores, Fujio-Cho, ex-diretor da Toyota, desenhou uma ilustração simples do TPS, chamada a – Casa do TPS, ilustrada na Figura 6 (Liker, 2004).

Existem diversas representações da casa do TPS, que expõem pequenas modificações, entretanto todas preservam essencialmente os mesmos elementos. De acordo com Gallardo (2007) um exemplo da casa TPS é apresentado pelo Lean

Enterprise Institute (2003). Na Figura 6 é ilustrada a Casa TPS.

Figura 6 - Casa do Sistema Toyota de Produção. Fonte: Adaptada de Greeting (2009) e Pinto (2008).

A razão do TPS ser representado por meio de uma casa é o fato de ilustrar o símbolo estrutural. A casa só é forte se o telhado, as colunas e as fundições são fortes. A casa é dividida em três partes, sendo elas: telhado retrata os objetivos do TPS; as colunas externas (pilares) têm como atribuição sustentar os objetivos; e por fim, as fundações são à base de todo o sistema (Liker, 2003).

Para finalizar a contextualização do LM, apresentam-se as fases do LM de acordo com Stone (2012) que realizou uma revisão sistemática da literatura

Referências

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