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Academic year: 2021

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Psicologia Unidade 1

- Wundt e o Associacionismo

 Este autor teve como objecto de estudo a consciência, e como método apresentou a introspecção controlada. Para estudar a mente humana, Wundt procurou decompô-la nos seus elementos mais simples constituintes: as sensações. Para tal, submetia um grupo de sujeitos que, fazendo uma auto-análise, lhe descreviam tudo o que sentiam, pensavam, sensações resultantes duma situação experimental específica. Esta auto-observação do sujeito seria, posteriormente, analisada pelo investigador, observador externo.

- Pavlov e a Reflexologia

 Através de algumas experiências, Pavlov descobre que, para além dos reflexos inatos, se podiam desenvolver reflexos condicionais: reflexo inato + reflexo neutro = reflexo

condicionado.

- Watson e o Behaviorismo

 Demarca-se da Psicologia tradicional, rompendo com o método e objecto de estudo utilizados. Ao atribuir à Psicologia, o comportamento objectivamente observável como objecto e o, como método, o experimental, atribui-lhe o estatuto de ciência. Através das suas

observações e experiências, conclui que o comportamento é apenas um conjunto de respostas (R) a um dado estímulo do meio (E). Segundo ele, as emoções e sentimentos vividos

manifestar-se-iam por comportamentos observáveis: riso, choro, etc.; e, por isso, o psicólogo deveria entender que a situação (S) seria causa do comportamento (R), reduzindo assim o comportamento a uma fórmula mecânica: S  R. Deste modo, em laboratório, através do método experimental, Watson vai procurar enunciar leis: se conhecer um estímulo (causa) poderia prever a resposta (efeito); a partir de uma dada resposta seria também possível, segundo Watson, prever-se o estimulo que lhe deu origem.

- Kohler e o Gestaltismo

 Procura estudar os processos mentais, sobretudo a percepção e o pensamento, e utiliza o método experimental. Opondo-se ao associacionismo e ao behaviorismo, defende que o modo como percepcionamos o mundo depende de estruturas inatas: percepcionamos o objecto como uma totalidade, é uma apreensão sintética. Primeiramente apreendemos o objecto como um todo e só depois analisamos cada uma das suas partes constituintes, defendendo que, contudo, o todo é diferente e maior que a soma das suas partes. E, por isso, não poderia prever-se como seria o todo analisando separadamente as suas partes, ao contrário do que afirmavam os associacionistas.

- Freud e a Psicanálise

 Esta corrente centra-se no estudo do inconsciente, utilizando o método psicanalítico e as suas técnicas. Freud veio introduzir, na Psicologia, dois conceitos importantes: o inconsciente e a sexualidade infantil. Por um lado, apresentou o psíquico humano constituído pelo consciente e pelo inconsciente. Esta zona introduzida pelo autor, seria constituída por desejos, pulsões, medos recalcados, e seria produtora de comportamentos e pensamentos. O inconsciente, ao contrário do consciente, não seria acessível pela introspecção. Assim o psíquico humano possuiria duas principais zonas: o consciente e o inconsciente. No entanto, entre estas 2 zonas, existiria o pré-consciente, constituído por material que poderia aceder ao consciente, mas, quando traumatizantes, prejudiciais, seriam impossibilitadas de aceder à consciência pelo processo de recalcamento, mantendo-se no inconsciente. Além disso, Freud veio afirmar a existência duma sexualidade infantil: os desejos e pulsões sexuais seriam o material dominante no inconsciente, e seriam influenciadores no comportamento humano, e, na infância, no processo de formação da personalidade.

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- Piaget e o Construtivismo

 Esta corrente vai investigar o modo como as estruturas do conhecimento e da inteligência se formam e evoluem, utilizando o método clínico e a observação naturalista. Piaget defende que as estruturas cognitivas e o conhecimento se constroem na interacção sujeito-meio, atribuindo, assim, um papel activo ao sujeito, opondo-se às concepções behaviorista e gestaltista. Deste modo, o conhecimento depende da interacção entre as estruturas inatas do sujeito e os dados provenientes do meio, e é construído por acção da maturação biológica do sujeito, da sua acção sobre o meio, e as aprendizagens que desenvolve com os outros. - Método Introspectivo

 Primeiro método em Psicologia e consiste na descrição e análise feita pelo sujeito sobre os seus pensamentos, sentimentos e emoções, e que ocorre em condições específicas e com objectivos bem definidos pelo investigador. O psicólogo anota e interpreta os estados de consciência descritos pelo sujeito.

 São várias as limitações que este método apresenta:

-- não se pode aplicar ao nível da psicologia animal, infantil ou da psicopatológica; -- não permite a análise de fenómenos inconscientes;

-- não permite analisar comportamentos observáveis;

-- um mesmo fenómeno pode ser descrito de várias maneiras pelo mesmo sujeito, em diferentes situações, momentos.

- Método Experimental

 Este método prevê um conjunto de condições rigorosas de desenvolvimento que

acompanham 3 fases: hipótese prévia, experimentação, e generalização de resultados. Durante a experimentação, o investigador vai proceder à manipulação de variável(eis) independente(s) que supostamente será a causa do comportamento que se está a estudar.

 Este método apresenta limitações;

- metodológicas: dificuldade em controlar as variáveis externas, as expectativas dos sujeitos e em neutralizar os efeitos do experimentador;

- éticas : não se pode por em causa a integridade física ou psicológica dos sujeitos para se testar uma hipótese

.

- Observação

 neste método o investigador segue as mesmas etapas do experimentador, mas não manipula as variáveis.

1. Observação Naturalista: o investigador observa os sujeitos no ambiente em que decorre as suas vidas.

2. Observação Laboratorial: o sujeito é observado em ambiente artificial, o que permite ao investigador um maior controlo das variáveis externas.

- Método Clínico

 Este método aborda de modo profundo um caso individual, um grupo ou um problema. Valoriza-se aqui a perspectiva qualitativa e global.

 Tem uma dimensão de investigação e terapia, recorrendo a várias técnicas: 1. Anamnese: reconstrução da vida do sujeito

2. Entrevista Clínica: através do diálogo, o psicólogo obtém informações e um campo rico para ajudar e intervir junto da pessoa.

3. Observação Clínica: o psicólogo observa e regista os comportamentos manifestados durante a entrevista, ou noutras situações, de trabalho ou escolares.

4. Testes:

- Padronização – quando visam o mesmo objectivo devem apresentar as mesmas características.

- Validade – deve ter claramente definido o que vai medir

- Fidelidade – quando aplicado 2 vezes ao mesmo sujeito, deve apresentar resultados iguais ou semelhantes

- sensibilidade – 1 teste é tanto mais sensível quanto mais diferenças identificar entre os sujeitos.

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- Método Psicanalítico

 este método visa a exploração do inconsciente recorrendo a técnicas como:

1. Associações Livres: o psicanalista pede ao analisado que diga tudo o que sente e pensa.

2. Interpretação dos Sonhos: o psicanalista pede ao analisado que lhe relate os sonhos, onde se vai distinguir o conteúdo manifesto e o conteúdo latente.

3. Análise dos Actos Falhados: o psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagens, leitura ou audição do analisado.

4. Análise do Processo de transferência: o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância, e é o psicanalista que vai analisar os dados daqui provenientes.

-

Psicologia Aplicada

Psicologia

Clínica

- centra-se na investigação, diagnóstico, prevenção e tratamento de conflitos e perturbações psicológicas

- intervém ao nível da saúde mental

- visa a promoção da saúde mental, prevenindo situações de risco - actua em hospitais, clínicas, consultórios, etc.

Psicologia Educacional

- centra-se na promoção e desenvolvimento educativo - avalia as dificuldades de aprendizagem

- avalia e elabora programas e propostas educativas

- analisa as situações de insucesso escolar e procura definir estratégias pedagógicas para o ultrapassar

- actua em escolas, universidades, infantários, etc. Psicologia

Organizacional

- centra-se nas relações que se estabelecem entre as pessoas na situação de trabalho

- estuda as relações interpessoais

- procura melhorar a eficiência e satisfação no trabalho

- actua em empresas, organizações, instituições como hospitais, escolas, clube, etc.

Unidade 2

Sistema Nervoso Central  Espinal Medula:

1. tem função condutora: conduz mensagens que vêm e vão de e para o cérebro;

2. tem função coordenadora: coordena actividades reflexas que são respostas imediatas, involuntárias e automáticas a um estímulo.

 Cérebro: Cérebro Posterior

Bolbo Raquidiano: controla funções relativas ao ritmo cardíaco e respiratório, bem como à circulação sanguínea; estabelece as relações entre a espinal medula e o cérebro;

Cerebelo: desempenha funções relacionadas com a manutenção do equilíbrio corporal e coordenação de movimentos;

Protuberância: tem papel importante no mecanismo do sono; Cérebro

Médio

Formação Reticular: contribui para a activação cerebral, intervém no mecanismo do sono, na vigília e na atenção;

Cérebro Anterior

Tálamo: estrutura por onde passam todas as mensagens que vêm e vão de e para o cérebro; coordena as impressões sensoriais e tem um papel importante no sono.

Sistema Límbico: constituído pelo hipocampo (com papel importante na memória) e pela amígdala (que está relacionada com as reacções emocionais e comportamentos agressivos) Hipotálamo: responsável pela regulação de necessidades básicas e do sistema endócrino, juntamente com a hipófise.

Córtex Cerebral: estrutura responsável pelo processamento da informação mais elaborada e pelas funções superiores dos seres humanos.

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Córtex Cerebral: está dividido em lobos:

1. Lobo Frontal – coordena as actividades motoras

2. Lobo Parietal – coordena as sensações relacionadas com a pele 3. Lobo Occipital – coordena a visão

4. Lobo Temporal – coordena a audição

- Cada lobo divide-se em área primária e secundária:

Área Primária Área Secundária

Função Lesão Função Lesão

Área Motora

- responsável pelos movimentos do corpo

Paralisia Cortical

- coordena movimentos permitindo realizar tarefas.

Apraxia; Agrafia; Afasia Área Visual - recebe dados visuais e possibilita a visão Cegueira Cortical - integra dados fornecidos pela visão e permite o reconhecimento de obj. Agnosia Visual Área Auditiva - recebe sons elementares e

possibilita a audição Surdez Cortical

- interpreta sons recebidos pela audição, permitindo o reconhecimento de músicas, palavras, etc.

Agnosia Auditiva Área Sensorial - possibilita receber sensações como o tacto, frio,

dor, calor, etc.

Anestesia

Cortical - coordena as informações recebidas pela área primária permitindo o reconhecimento do objectos pelo tacto.

Agnosia Sensorial - Hemisfério Esquerdo:

- responsável pelo pensamento lógico, pela linguagem verbal e escrita - responsável pelo cálculo e funções simbólicas, lógicas e analíticas - Hemisfério Direito:

- responsável pela organização de percepções espaciais

- responsável pelo pensamento concreto e formação de imagens - Unidade Funcional do Cérebro ou Vicariante

- o cérebro funciona de modo interactivo e integrado, é um sistema complexo e unitário, cujas componentes, apesar de especializadas em determinadas funções, mantêm relações de interdependência, funcionando de modo integrado. Assim, se uma zona for lesionada, a sua função poderá ser substituída por uma área vizinha.

Sistema Nervoso Periférico  S. N. Somático:

- assegura as relações entre o S. N. Central e o meio S. N. Autónomo:

- tem como função regular o funcionamento do meio interno do organismo

Sistema Endócrino

Glândula Hormona Produzida Função Disfunções

Hipófise - estimulina - controla o funcionamento das outras glândulas

endócrinas; regula o crescimento, a fome, a sede, etc. Hipofun. – nanismoHiperfun. – gigantismo Tiróide - tiroxina - regula o metabolismo do organismo Hipofun. – aumento de peso,

apatia, fadiga permanente; Hiperfun. – perda de peso, hiperexcitabilidade, etc. Supra-renais Adrenalina e

noradrenalina - controlam os recurso do organismo; actua com a divisão simpática do S. N. A. O seu mau funcionamento compromete as respostas às situações de tensão, medo,... Gónadas Estrogénio,

progesterona, e testosterona

- regulam o aparecimento dos caracteres sexuais secundários

Nervos Sensoriais: permitem ao cérebro receber as informações vindas da periferia;

Nervos Motores: permitem que as mensagens do cérebro e da espinal medula cheguem aos órgãos motores

Divisão Simpática: mobiliza-se nas situações em que o organismo necessita de mais energia, manifestando-se pela aceleração dos batimentos cardíacos, aumento do nível de glicose no sangue, etc. Divisão Parassimpática: conserva a energia, actuando em situações de calma e relaxamento, e manifesta-se pelo

abrandamento do ritmo cardíaco e da respiração, diminuição do nível de glicose no sangue, etc.

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Hereditariedade

 Fenótipo: conjunto de características físicas e psicológicas que um indivíduo apresenta, e resulta da combinação entre o genótipo e o meio;

 Genótipo: conjunto de características que um indivíduo recebe por transmissão genética.  Hereditariedade Específica: informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie;

 Hereditariedade Individual: informação genética responsável pelas características

fisiológicas do indivíduo que o torna único e o distingue de todos os outros elementos da sua espécie.

Unidade 3

1. Cultura: é todo o conjunto de produções como crenças, valores, normas, produções técnicas, científicas, etc., que o homem faz para se adaptar ao meio, e que é transmitido de geração em geração.

2. O Homem Como Ser Bio-Cultural:

- não podemos negar, de forma alguma, que o Homem é um ser biológico, à semelhança dos

outros animais, ou seja, tem necessidades básicas de sobrevivência que precisa satisfazer: precisa de se alimentar, de beber, etc. Tem uma determinada herança genética que lhe confere determinadas características e que determinam muito do curso do seu desenvolvimento biológico. Mas, o homem não se resume a esta faceta biológica, ele é também um ser social, que tem necessidade de se relacionar com os outros, e um ser cultural que está inserido e assimila uma determinada cultura. Desde que nasce, o ser humano está sujeito às influências do meio social que o rodeia. Aquilo que cada um de nós é, é condicionado pela cultura em que estamos inseridos e pelas normas que ela nos dita, porque passamos por um processo de aculturação e/ou assimilação da mesma. Esta influência social manifesta-se nos nossos comportamentos, nas nossas atitudes,... A origem das atitudes é de nítida influência social porque estas não nascem connosco pré-estabelecidas, mas, através do processo de socialização, vamos adquirindo a noção do bem e do mal, do permitido e do proibido, etc. Assim, aquilo que nós somos é condicionado por uma componente biológica, pré-determinada, e por uma componente cultural, o meio social, e, por isso, o Homem é um ser bio-cultural. 3.- Relatividade Cultural: designa a existência de vários hábitos, normas, comportamentos, crenças e costumes específicos de uma comunidade e que, consequentemente, implica diferentes formas de pensar, agir e sentir por parte dos seus membros. Ou seja, designa a existência de várias maneiras, várias culturas que permitem ao Homem adaptar-se aos diferentes meios.

4. Padrão Cultural: são o conjunto de comportamentos comuns aos membros de uma cultura, de um grupo social.

5. Aculturação: consiste no conjunto de mudanças culturais que ocorrem num modelo cultural original, devido ao contacto contínuo com outros modelos diferentes.

6.Socialização: processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando

comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere.

a) Socialização Primária: ocorre na infância e na adolescência, e durante este período o indivíduo adquire competências sociais básicas

b) Socialização Secundária: ocorre na vida adulta sempre que ocorre um processo de adaptação a novas situações

7. Grupo: conjunto de indivíduos que, interagindo com frequência, partilhando normas e valores, participando num sistema de papéis, apresentam um objectivo comum e cooperam para o atingir.

a) Grupo Primário: constituídos por reduzido n.º de indivíduos que comunicam de forma directa, espontânea e informal, mantendo relações marcadas pela afectividade.

b) Grupo Secundário: constituído por elevado n.º de indivíduos que comunicam de forma indirecta, e mantêm relações formais e marcadas pelos papéis desempenhados.

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8. Liderança Autoritária: neste tipo de liderança, o líder toma todas as decisões sem consultar o grupo, estipula as tarefas que cada um dos elementos tem que concretizar e determina a maneira de as fazer. Aqui, não há espaço para a iniciativa pessoal, o que gera conflitos, atitudes de agressividade, de frustração, de submissão e desinteresse. A

produtividade é elevada mas não existe satisfação na realização das tarefas.

9. Liderança Permissiva: aqui o líder é como se fosse mais um elemento do grupo e só intervém quando solicitado. É o grupo que levanta os problemas, discute as soluções e decide. Quando o grupo não é capaz de se organizar, surgem muitas discussões e a realização das tarefas é pouco satisfatória.

10. Liderança Democrática: neste tipo de liderança, o líder chama o grupo para discutir a programação do trabalho, para dividir as tarefas e as decisões são tomadas em conjunto. Este líder assume uma atitude de apoio, integrando-se no grupo, sugerindo alternativas sem as impor. Com este tipo de liderança a funcionar, a produtividade é boa, mas existe, sobretudo, uma maior satisfação e criatividade no desempenho das tarefas, desenvolvendo-se a

solidariedade entre os membros do grupo. 11.

Redes de Comunicação:

Centralizada Descentralizada

Rede em Estrela Rede em Círculo Rede em Cadeia

- cada elemento do grupo apenas comunica com o chefe

- o chefe detém e controla toda a informação

- resolução rápida de problemas - o n.º de mensagens emitidas muito reduzido e de erros cometidos irrelevantes.

- os diversos membros podem comunicar livremente entre si

- lenta resolução de problemas

- as mensagens e os erros são em maior quantidade

- os elementos do grupo manifestam maior índice de satisfação na realização dos trabalhos

- comunicação mais lenta. - perda ou deturpação de algumas das mensagens transmitidas.

12. Conformismo: quando o indivíduo adopta comportamentos e atitudes considerados desejáveis pelo grupo em que está integrado.

13. Inconformismo: quando os comportamentos e atitudes do indivíduo não correspondem às expectativas do grupo.

14. Estatuto Social:posição que o indivíduo ocupa na sociedade, que lhe confere

determinados direitos e lhe permite esperar comportamentos e atitudes por parte dos outros. Os estatutos podem ser atribuídos ou adquiridos. São atribuídos quando o indivíduo nada faz para os ter, são-lhe impostos por pertencer ao género masculino ou feminino. São adquiridos quando dependem dos nossos esforços, da nossa iniciativa e das nossas capacidades.

15. Papel Social: conjunto de comportamentos que a sociedade exige ao indivíduo e que constituem os seus deveres. O papel social coincide com as funções que o indivíduo

desempenha na vida social, com o contributo que este dá ao meio social em que está inserido. 16. Atitude: são tendências, predisposições adquiridas e relativamente estáveis que levam o indivíduo a reagir positiva ou negativamente em relação a qualquer objecto de natureza social. Podemos diferenciar três componentes nas atitudes:

1. A componente cognitiva- a atitude inclui um conjunto de ideias, juízos e crenças sobre determinado objecto, ou seja aquilo que acreditamos ser verdadeiro relativamente ao objecto. 2. A componente afectiva- a atitude engloba sentimentos positivos ou negativos face ao objecto, engloba uma dimensão emocional, o nosso sistema de valores.

3. A componente comportamental- a atitude faz com que a pessoa se comporte de determinada maneira, é constituída pelo conjunto de reacções em relação ao objecto.

17. Estereótipo: é um conjunto de ideias e formas de sentir, relativamente esquemáticas e rígidas, que resultaram de uma simplificação e de uma generalização excessivas.

18. Preconceito: constituem um pseudoconhecimento, é uma atitude ou sentimento que faz com que um indivíduo veja, pense, sinta e actue com base num juízo desfavorável,

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Unidade 4

 Desenvolvimento: conjunto de transformações que ocorrem ao nível físico e psicológico, ao longo de toda a vida do indivíduo. É um processo complexo onde intervêm as várias

componentes do ser humano: fisiológicas, cognitivas, afectivas, sociais; e a modificação de uma delas provoca a modificação em todas as outras, por isso, se diz que o desenvolvimento é também um processo global. Além disso, relaciona-se com a adaptação a cada situação nova, por isso, corresponde também a uma adaptação progressiva às condições e exigências do meio. Ou seja, o desenvolvimento será, também, um processo de natureza adaptativa e

construtivista. Assim, será resultado da interacção entre as estruturas biológicas do sujeito e o meio social, dependendo, por isso, de factores biológicos e sociais.

 Piaget e o Desenvolvimento:

- defende que o desenvolvimento intelectual resulta da interacção de factores inerentes ao sujeito e ao meio em que está inserido, e implica mecanismos como:

1- Assimilação : o sujeito incorpora os elementos do meio aos esquemas já existentes;

2- Acomodação: as estruturas mentais modificam-se em função de situações novas 3- Equilibração: mecanismo que regula a acomodação e a assimilação: prepara ou

adequa a assimilação à acomodação e vice-versa. - aponta como principais factores de desenvolvimento:

1. Hereditariedade: refere-se à maturação interna do sujeito; 2. Experiência Física. refere-se à acção sobre os objectos;

3. Transmissão social: a educação contribui muito para o desenvolvimento do sujeito, um meio rico em estímulos e informações favorece um desenvolvimento equilibrado.

4. Equilibração: mecanismo regulador da assimilação e da acomodação, possibilitando uma cada vez maior adaptação do sujeito ao meio.

Estádio Sensório – Motor (até aos 2anos)

- caracteriza-se por uma inteligência sensorial, porque o bebé capta todas as informações que recebe através dos orgãos dos sentidos, e motora, porque o bebé se exprima através de movimentos

- aparecimento do conceito do objecto permanente: a criança procura um objecto escondido porque tem a noção de que este continua a existir mesmo quando não o vê.

Estádio Pré – Operatório (2-6/7 anos)

- é característico deste estádio a função simbólica que consiste na capacidade de representar mentalmente objectos, ou acontecimentos, que não ocorrem no presente, através de símbolos

- a função simbólica manifesta-se pela linguagem, jogo simbólico, a imagem mental e o desenho.

- aqui a criança ainda não é capaz de fazer operações mentais e o seu pensamento é intuitivo baseado na percepção dos dados sensoriais. - surge aqui o egocentrismo que se define como o entendimento pessoal de que o mundo foi criado para si, e isso impede o bebé de

compreender que, sobre o real, existe outras perspectivas para além da sua.

Estádio das Operações Concretas (6/7-11/12 anos)

- começa a ser ultrapassado o egocentrismo do estádio anterior - desenvolve o pensamento lógico: desenvolve conceitos e é capaz de realizar operações mentais, mas apenas é capaz de o fazer se estiver perante os objectos e/ou situações

- desenvolve a noção de conservação da matéria, peso, volume, e desenvolve também a capacidade de fazer seriações e classificações

Estádio das Operações

Formais (11/12-16 anos)

- aparece um novo tipo de pensamento: o pensamento abstracto, lógico e formal, pelo que a criança já é capaz de resolver problemas sem suporte concreto.

- coloca mentalmente as hipóteses deduzindo as consequências – raciocínio hipotético - dedutivo

- surge o egocentrismo intelectual que leva ao adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores

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 Freud e o Desenvolvimento - 1a tópica - consciente - pré – consciente - inconsciente - 2a tópica Id

- constituído por pulsões, instintos e desejos desconhecidos

- zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir da qual se vão formar o ego e o superego

- rege-se pelo princípio do prazer e, por isso, procura a satisfação dos desejos e pulsões

- é inconsciente, amoral e ilógico - está presente desde o nascimento Ego

- rege-se pelo princípio da realidade

- é lógico e racional, e forma-se durante o 1º ano de vida

- é o medidor entre as pulsões inconscientes (id) e as exigências do meio, do mundo real

- gere as pressões que recebe do id e do superego

Superego - corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais - componente ética e moral do psiquismo

- resulta da socialização, interiorização de modelos - pressiona o ego para controlar o id

- forma-se entre os 3 e os 5 anos após a ultrapassagem do complexo de Édipo

- Estádios de desenvolvimento

Estádio Oral (0-12/18

meses)

- a zona erógena principal é a boca, é através dela que o bebé obtém prazer: ao mamar, levar objectos à boca, etc.

- formação do ego

- vive o primeiro conflito: o desmame

Estádio Anal

(12/18meses-2/3anos)

- a zona erógena principal é a região anal: a criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar fezes

- nesta fase faz-se a educação para a higiene - há um reforço do ego

Estádio Fálico (3-5/6 anos)

- a zona erógena é a região genital

- surge a curiosidade sobre as diferenças sexuais e o complexo de Édipo - identifica-se com o progenitor do mesmo sexo e vai adoptar os seus comportamentos e atitudes, conduzindo à formação do superego e superação do complexo de Édipo

Período de Latência (6anos – Puberdade)

- caracteriza-se pela aparente atenuação da actividade sexual

- ocorre a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as experiências que a perturbaram no estádio anterior.

- Investe a sua energia nas actividades escolares, por isso são importantes as relações que estabelece com colegas e professores.

Estádio Genital (depois da Puberdade)

- a zona erógena é a região genital e há uma reactivação do complexo de Édipo

- o processo de autonomia em relação aos pais passa por os encarar de forma mais realista

 Erikson e o Desenvolvimento

- considera que o desenvolvimento decorre desde o nascimento até à morte através de oito idades, estádios psicossociais.

- Cada idade é caracterizada por tarefas específicas e pela experiência de determinado conflito ou crise.

- Através da resolução do conflito de cada estádio, o indivíduo adquire novas capacidades que se desenvolve.

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1ª Idade (0-18 meses)

Confiança vs. Desconfiança

- estádio marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe, e é com esta que ocorre a crise deste estádio

- se a relação com a mãe for satisfatória, desenvolve sentimentos de confiança relativamente aos outros e ao meio.

- se a relação não for satisfatória, desenvolve sentimentos de suspeita, medo e insegurança relativamente aos outros e ao meio.

2ª Idade (18meses aos

3anos)

Autonomia vs. Dúvida e Vergonha

- a criança está apta para explorar activamente o meio - se for encorajada desenvolve autoconfiança e autonomia

- se for muito controlada, desenvolve um sentimento de dependência, de vergonha de se expor

3ª idade (3-6 anos)

Iniciativa vs. Culpa

- neste estádio marca-se a possibilidade de tomar iniciativas sem medo de culpabilidade - vertente positiva: a criança desenvolve a capacidade para iniciar acções e sente grande prazer quando obtém sucesso

- vertente negativa: quando não é favorecido o desenvolvimento por repressão ou punição, a criança sente-se culpada por desejar comportar-se segundo os seus desejos

4ª Idade (6-12 anos)

Indústria vs. Inferioridade

- na nossa cultura predominam as actividades escolares neste estádio

- se criança corresponde ao que lhe é exigido no processo de aprendizagem, a sua curiosidade é estimulada bem como o desejo de aprender. O sucesso desenvolve nela sentimentos de auto-estima, de competência

- se a criança se sente incapaz de atingir com sucesso as actividades escolares, quando os seus companheiros o atingem, pode desenvolver um sentimento de inferioridade desinvestindo nas tarefas.

5ª Idade (12-18 anos)

Identidade vs. Difusão ou Confusão

- a tarefa fundamental é a construção da identidade que ocorre ao experimentar vários papéis possíveis

- Vertente positiva: formação da identidade pessoal e reconhecimento dos papéis a seguir

- Se não consegue definir papéis que pode ou quer desempenhar, experimenta uma confusão de identidade e de papéis

6ª Idade (18-30 anos)

Intimidade vs. Isolamento

- o adulto desenvolve relações de amizade e de afecto com os outros - V.P. : desenvolve relações de intimidade

- Se não consegue estabelecer esses laços sociais pode isolar-se distanciando-se dos outros.

7ª Idade (30-60anos)

Generatividade vs. Estagnação

- grande vontade de tornar o mundo melhor e contribuir como membro activo na sociedade, desenvolvendo interesses e actividades produtivas

- V.N.: o adulto não consegue desenvolver actividades úteis para os outros, preocupando-se apenas consigo próprio

8ª Idade (após os 60

anos)

Integridade vs. Desespero

- O indivíduo avalia a sua vida

- V.P.: desenvolve um sentimento de realização face ao passado, resultante duma avaliação positiva da vida e desenvolve o sentimento de integridade.

- V.N.: desenvolve um sentimento de que se perderam oportunidades importantes, resultante dum avaliação negativa e da impossibilidade de começar tudo de novo – desespero

- A grande virtude adquirida nesta idade é a sabedoria.  A relação mãe – bebé

- a relação mãe-bebé não assenta apenas na satisfação das necessidades do recém-nascido: este é um ser activo que age e interage com o meio dando uma especial importância à relação que estabelece com a mãe. Esta relação tem um papel muito importante no processo de

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socialização. É esta díade mãe-bebé que vai permitir que a criança adapte os seus comportamentos ao meio envolvente e aos outros.

É através da interacção mãe-bebé que a criança aprende a atribuir significados aos comportamentos dos outros e às situações. As características desta relação precoce entre a mãe e o bebé, vão ter uma grande influência no desenvolvimento futuro da criança: na sua personalidade, auto-estima, confiança em si própria, na forma como se relacionará com os outros e o modo como encarará as situações.

Assim, mostra que o bebé necessita de estabelecer contacto e laços emocionais, relações de vinculação com uma pessoa próxima, geralmente a mãe e alargando-se,

progressivamente, a outras pessoas próximas, contribuindo para a sua independência, porque lhe dá segurança para explorar o meio. Um meio afectivamente compensador, e estimulante, vai permitir que as crianças interajam com outros seres humanos aprendendo a viver em sociedade, desenvolvendo as suas capacidades, ou seja, o meio afectivo dos primeiros tempos de vida, vai influenciar o seu desenvolvimento futuro.

No entanto, muitas crianças têm carência afectiva, o que vai ter repercussões que acarretam perturbações físicas, afectivas ou mentais durante esse período ou na vida futura.  A Adolescência

- é um processo dinâmico de passagem entre a infância e a idade adulta, em que o sujeito já construiu a sua identidade e a sua autonomia, desenvolve projectos de vida e encontra-se inserido na sociedade. É um fenómeno de desenvolvimento único e singular caracterizado por um conjunto de transformações: fisiológicas, cognitivas e afectivas.

- Transformações Fisiológicas: neste período da vida, ocorre um rápido crescimento orgânico, como resultante do funcionamento das glândulas sexuais.

- Transformações Cognitivas: graças ao pensamento formal, o adolescente pensa a partir de hipóteses, desenvolve novas capacidades de avaliação dos outros e de si próprio, e, graças a este novo estádio cognitivo, é capaz de discutir valores e princípios.

- Transformações Afectivas: a construção da autonomia leva o adolescente a alterar a relação com os pais e os adultos que lhe serviam de modelos durante a infância. Na procura de autonomia e na construção da identidade, reorganiza a imagem de si, explorando e assumindo novos papéis.

 Construção da Identidade

- segundo Erikson, a formação da identidade é a tarefa fundamental da adolescência. É neste período que se constrói uma forma própria e pessoal de estar no mundo. Vai ser pelo

conformismo ou pela rebeldia, ou até pela alternância das duas atitudes que o jovem vai procurar a sua identidade.

- Pelo conformismo, identifica-se com pessoas sem as questionar ou criticar – surge o conformismo como forma de identificação e como forma de superar inseguranças.

Paralelamente, manifesta rebeldia, inconformismo porque se afirma pela negação relativamente aos outros.

- No final da adolescência, as bases da personalidade e identidade estão já construídas, estando o jovem apto a integrar-se na sociedade adulta.

 Moratória Psicossocial

- período de espera, de experimentação e de ajustamento de vários papéis sociais. É um período de pausa e procura dos papéis de adulto que melhor se adequam a si próprio: o jovem procura e experimenta papéis e ideais de vida sem os assumir definitivamente.

- Neste período, o jovem testa as suas capacidades, procurando um conhecimento mais profundo de si próprio, dos outros e do mundo.

Unidade 5 ¤ Aprendizagem

- mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do conhecimento que resulta da experiência, do exercício, do treino ou estudo. É um processo que envolve factores cognitivos, motivacionais e emocionais, e se manifesta em comportamentos. Este processo permite que o ser humano se adapte de forma eficaz ao meio.

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¤ Tipos de Aprendizagem:

1. Condicionamento Clássico (Pavlov)

- tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a responder a um estímulo neutro, através da associação dum estímulo neutro a um estímulo inato, que antes não produzia essa resposta. No entanto, pode ocorrer a extinção: quando o estímulo

condicionado era apresentado sem estímulo inato, a resposta condicionada acabaria por se extinguir.

2. Condicionamento Operante (Skinner e Thorndike)

- tipo de aprendizagem que ocorre quando o organismo aprende a associar o

comportamento com as consequências que daí resultam. Este tipo de aprendizagem faz-se por reforço (positivo ou negativo) de modo a fortalecer e aumentar a ocorrência desse comportamento. Os dois tipos de reforço aumentam a probabilidade de a resposta ocorrer.

Condicionamento Clássico Condicionamento Operante Estímulos Associação entre estímulos neutros e

incondicionados. O comportamento é acompanhado de consequências positivas.

Natureza do

comportamento Reflexos, respostas automáticas. Comportamentos aprendidos, adquiridos.

Tipo de

resposta Involuntária Voluntária

Papel do

sujeito Passivo; o comportamento do sujeito é mecânico. Activo; o sujeito opera para obter satisfação e evitar a dor.

Tipo de

aprendizagem A aprendizagem faz-se por associação de estímulos. A aprendizagem faz-se por reforço (positivo ou negativo). 3. Aprendizagem Social (Bandura)

- tipo de aprendizagem em que o indivíduo adquire um novo comportamento a partir da observação de um modelo. Através da modelação, que envolve a observação, a imitação e a integração que a pessoa aprende um comportamento que passa a integrar o seu quadro de respostas. Este tipo de aprendizagem processa-se através da socialização, que decorre desde o nascimento até à morte.

- Neste tipo de aprendizagem, são importantes os reforço vicariante (o reforço é recebido pelo modelo) e directo (a seguir ao comportamento desejado o sujeito é reforçado. São vários os factores que influenciam esta aprendizagem: a atenção, a motivação, a proximidade e o género, idade e estatuto do modelo.

4. Aprendizagem Motora

- tipo de aprendizagem que envolve movimentos e manipulação de objectos. 5. Aprendizagem de Discriminação:

- está na base de todas as outras aprendizagens, e permite-nos apreender as semelhanças e as diferenças entre os objectos, pessoas, acontecimentos, situações, etc.

6. Aprendizagem Verbal:

- utilizando símbolos verbais estabelecem-se as interacções sociais; a linguagem estrutura a nossa relação com o mundo e a nossa vida psicológica.

7. Aprendizagem de Conceitos:

- através dos conceitos organizamos as informações que recebemos de mundo natural e social.

8. Aprendizagem de Resolução de problemas:

- vamos aprendendo a resolver problemas, sejam eles de carácter prático, que exijam a intervenção da inteligência prática, ou que exijam o recurso ao raciocínio lógico-formal.

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¤ Factores de Aprendizagem

1. Inteligência : pode definir-se como a capacidade de aprender e, deste modo, uma pessoa com mais capacidade intelectual aprenderá mais facilmente.

2. Motivação: o desejo de aprender é um factor decisivo. A motivação pode decorrer de factores internos – motivação intrínseca; e de factores externos – motivação extrínseca. 3. Aprendizagem anterior e experiência: o que um indivíduo aprende, influencia a aprendizagem na mesma área ou áreas afins.

4. Factores Sociais:a influência social é notada pelas condições objectivas propicias – acesso à informação – e nível de expectativas. As expectativas podem influenciar favoravelmente a aprendizagem.

¤ Métodos de Aprendizagem

1. Distribuição Prática no Tempo:

 Pode distinguir-se aprendizagem espaçada e aprendizagem concentrada

 A aprendizagem espaçada é repartida no tempo com intervalos regulares entre as sessões de trabalho

 A aprendizagem concentrada decorre de forma intensiva, sem intervalos 2. Conhecimento dos Resultados:

 O conhecimento dos resultados é um incentivo à aprendizagem: corresponde a um reforço positivo; aprende-se melhor e mais depressa se se conhecerem os erros cometidos, facilita e acelera o processo de aprendizagem.

3. Aprendizagem Total e Parcial:

 Aprendizagem parcial – dividir um assunto por partes

 Aprendizagem total – aprender um assunto na sua globalidade

 Este dois métodos conjugam-se para atingir o objectivo da aprendizagem 4. Aprendizagem Programada:

 O material aprendido é apresentado numa sequência de fases cujo nível vai aumentando

 Baseia-se nos princípios do condicionamento operante e, por isso, a uma sequência de conteúdos deve seguir-se uma avaliação e um reforço.

¤ Memória

- é uma função mental que permite reter informação, isto é, aprender. É um sistema de armazenamento que permite manter informações, e é uma capacidade de evocar, de recordar as informações retidas.

- É um processo mnésico que envolve 3 fases:

1. Aquisição – corresponde à entrada dos conteúdos na memória

2. Retenção – fase de armazenamento dos conteúdos que podem ser retidos por

diferentes períodos de tempo

3. recordação – fase de evocação dos conteúdos retidos

- Tipos de Memória:

1. – memória sensorial: tem origem nos órgãos dos sentidos, e as informações obtidas são retidas por um curto espaço de tempo (o,2 – 2 seg.). Se a informação não for processada perde-se; se for processada passa para a memória a curto prazo.

2. –memória a curto prazo: tipo de memória que armazena a informação recebida pela memória sensorial, e este material é retido durante cerca de 30 a 60 segundo. Se forem processados, passam para a memória a longo prazo. Para que a

informação fique armazenado nesta memória é preciso que seja repetida e codificada.

3. – memória a longo prazo: alimenta-se do material codificado da memória a curto prazo. A informação recebida é transformada à medida que vai sendo integrada, e,

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aqui, é retida durante horas, meses ou durante toda a vida, codificada, e é retida informação verbal em função do seu significado.

¤ Esquecimento

- é a incapacidade de recordar e de recuperar informação, conteúdos que foram

memorizados. É essencial e é a própria condição da memória pois é por nos esquecermos que continuamos a reter informações. Este processo tem uma função selectiva e adaptativa: afasta a informação que não é útil e necessária.

- Factores que explicam os esquecimento:

1. Desaparecimento e Alteração do Traço Mnésico: modificação dos conteúdos

memorizados. O que acontece ao material que não conseguimos recordar é ter sofrido modificações, geralmente por efeito de transferências de aprendizagens posteriores. 2. Interferências de Aprendizagens:

- inibição proactiva: as recordações anteriores afectam a capacidade de recordar novas aprendizagens

- inibição retroactiva: novas aprendizagens afectam a capacidade de recordar materiais memorizados anteriormente.

3. Motivação Inconsciente: conteúdos traumatizantes, penosos, as recordações angustiantes seriam esquecidos para assegurar o equilíbrio psicológico através do recalcamento

Unidade 6  Motivação

- conjunto de impulsos que orientam o comportamento de uma pessoa em direcção a determinado fim ou objectivo. Assim, o comportamento é motivado, activado e controlado por forças internas (biológicas) ou externas (sociais). Se o objectivo é alcançado, a motivação desaparece. A motivação mantém-se enquanto o objectivo não é atingido.

- Ciclo Motivacional : processo desencadeado por uma necessidade que resulta de um desequilíbrio provocado por uma carência, e que dá origem a um impulso. Este é um estado energético que activa e orienta o comportamento, que é constituído pelas actividades

desenvolvidas, para se obter o que se necessita. A saciedade ocorre se o objectivo é atingido, porque a necessidade está satisfeita.

- Tipos de Motivação: 1.

Fisiológicas: são inatas e essenciais à sobrevivência, visando a manutenção do estado de equilíbrio interno – homeostasia.

2.

Combinadas: têm origem na estrutura orgânica e no processo de aprendizagem. Ou seja, têm uma base fisiológica e a sua manifestação depende dos padrões culturais vigentes numa determinada sociedade. No entanto, a sua satisfação não é decisiva para a sobrevivência do organismo (comportamento sexual e maternal)

3.

Sociais: são aprendidas tendo origem no processo de socialização em diferentes contextos sociais e culturais (necessidade de Afiliação, de Realização/Sucesso e de Poder/Prestígio).

Frustração:

- resulta do bloqueio de um comportamento motivado, da impossibilidade ou incapacidade de atingir um objectivo devido à interferência de um obstáculo. Como consequência da frustração podem surgir comportamentos como a agressão ou a apatia.

Conflito

- ocorre quando o sujeito está perante motivações simultâneas que possuem semelhante intensidade, mas surge a impossibilidade de realizar duas ou mais, o que o obriga a optar.

- Aproximação-Aproximação: o indivíduo deseja atingir 2 objectivos igualmente positivos e atractivos. Como só pode concretizar um, tem de abandonar o outro. - Aproximação-Afastamento: o indivíduo está perante uma situação que apresenta, simultaneamente, aspectos positivos e negativos.

- Afastamento-Afastamento: o indivíduo deseja afastar-se de 2 situações igualmente negativas ou repulsivas. Como só pode afastar-se de uma, não pode evitar a outra.

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Teorias da Motivação

A)Teoria de Maslow:

1.- necessidades fisiológicas – fome, sede,etc.; a sua satisfação assegura a sobrevivência e visam a manutenção do equilíbrio interno do organismo.

2.- necessidade de segurança – o indivíduo procura assegurar a necessidade de se sentir, sem medo.

3.- necessidade de afecto e pertença – desejo do indivíduo ser aceite pelos outros, de ser amado, e reflecte-se na procura de fazer parte de um grupo.

4.- necessidade de estima – necessidade de se sentir reconhecido, respeitado e aceite pelos outros em função da qualidade do seu trabalho.

5.- necessidade de auto-realização – necessidade do indivíduo concretizar as suas potencialidades, de atingir a sua realização pessoal, de obter êxito e sucesso. B)Teoria de Freud:

- considera que o comportamento humano é fundamentalmente motivado por razões de carácter inconsciente e orientado por pulsões.

- Pulsão : é a força ou energia que tem origem numa tensão orgânica e que orienta o

comportamento do indivíduo. Tem origem no id, procura tornar-se consciente, e é sobretudo de origem sexual.

- Líbido : designa a energia inata que nos motiva e possibilita viver. Manifesta-se,

fundamentalmente, pelo impulso sexual e em todos os estádios psicossexuais embora de modos diferentes em cada um deles.

- Conflito : as 3 instâncias do psiquismo – id, ego e superego – têm características muito próprias que são, muitas vezes, incompatíveis. Por um lado, as pulsões que têm origem no id, que se rege pelo princípio do prazer, procuram tornar-se conscientes para se realizarem através do comportamento. Mas, por outro lado, o superego, que integra as normas e valores sociais, impede esse acesso. É o ego que, regindo-se pelo princípio da realidade, vai sofrer as pressões do id e do superego, que, sendo opostos, vão ser geradores de conflitos. Por isso, é o ego que vai decidir pela realização, ou não, da satisfação das pulsões através de comportamentos. As situações de conflito vividas pelo ego, são geradoras de tensão e são os mecanismo de defesa do ego que vão atenuar essas situações.

- Mecanismos de Defesa do Ego :

1 – Recalcamento: os impulsos inaceitáveis são mantidos no inconsciente sendo impedidos de aceder ao ego, à consciência.

2 – Regressão: o indivíduo adopta comportamentos de uma fase anterior durante a qual se sentia mais seguro e mais confiante.

3 – Racionalização: as verdadeiras razões de um comportamento são distorcidas por justificações racionais.

4 – Projecção: não admitindo para si sentimentos experimentados porque são indesejáveis, a pessoa atribui-os a outras pessoas.

5 – Deslocamento: o indivíduo transfere sentimentos, emoções e impulsos para um outro objecto ou pessoa, substituto.

6 – Formação Reactiva: o indivíduo apresenta comportamentos opostos às pulsões para manter as características indesejáveis reprimidas.

7 – Sublimação: a pessoa substitui um objecto que lhe satisfaria a motivação por outro mais bem aceite.

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Unidade 7  Inteligência

- capacidade de resolver problemas e adaptar-se ao meio, de pensar abstractamente, bem como a capacidade de aprender

- Tipos de Inteligência:

1 Prática: recorre a acções, manipulação de objectos e a representações perceptivas para

resolver problemas, permitindo resolver problemas concreto do quotidiano.

2 Conceptual: é abstracta e racional manifestando-se na capacidade verbal, simbólica, de compreensão, raciocínio, na resolução de problemas e tomadas de decisões.

- Críticas ao teste de Inteligência:

- os testes avaliam um número reduzido de capacidades intelectuais - avaliam os resultados e não os processo mentais

- decorrem em situação artificial

- a absolutização dos resultados dos teste conduz a erros de avaliação

 Composição da Inteligência

1 – Abordagem Factorial:

- Spearman:

- considera que existe um factor comum (factor g), uma inteligência geral,

fundamentalmente hereditária, que estaria na base de qualquer tarefa intelectual. Deste factor g dependeriam factores específicos (factores s)

2 – Concepção Multifactorial:

- Thurstone:

- nega a existência do factor geral considerando que a inteligência é composta por vários factores:

- aptidões espaciais e visuais - rapidez perceptual - aptidão numérica - compreensão verbal - memória - fluidez verbal - raciocínio

3 – Teoria das Inteligências Múltiplas

- Gardner: segundo este autor existiriam 7 tipos de inteligência: 1 – inteligência lógico-matemática

2 – inteligência linguística 3 – inteligência espacial 4 – inteligência musical

5 – inteligência corporal – cinestésica 6 – inteligência interpessoal

7 – inteligência intrapessoal  Factores de Inteligência

a) Hereditariedade : embora as capacidades intelectuais não sejam determinadas pela hereditariedade, esta estabelece os limites dentro dos quais o desenvolvimento da inteligência é possível. Assim, interfere no modo como o sujeito utiliza a informação disponível no meio

b) Factores Sociais: o meio social cria contextos de desenvolvimento físico, psicológico e social que podem dificultar ou estimular as capacidades intelectuais: o potencial hereditário pode ser ou não desenvolvido por circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis.

c)Expectativas: as expectativas próprias ou dos outros, que podem ser positivas ou negativas, podem estimular ou dificultar a capacidade de ser inteligente porque estas devolvem ao sujeito imagens, representações de si próprio às quais ele tem de ajustar-se: se as

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expectativas são positivas estimulam as capacidades intelectuais; se são negativas dificultam ou bloqueia-as.

 Inteligência e Criatividade

- Pensamento convergente: capacidade de elaborar soluções partindo da análise dos conhecimentos, experiências e raciocínios lógicos. Deste tipo de pensamento advém apenas uma única solução como sendo a melhor, mais correcta e eficaz, e é um pensamento dominado pela lógica e objectividade.

- Pensamento Divergente: capacidade de pensar, de explorar mentalmente várias soluções originais, diferentes e inovadoras para o mesmo problema, e implica grande flexibilidade mental e predomínio da intuição

- Criatividade: é uma manifestação do pensamento divergente e caracteriza-se por: 1. Flexibilidade – capacidade de mudar de estratégias na procura de soluções 2. Fluidez – capacidade para produzir e imaginar muitas respostas para um

problema, situação.

3. Originalidade – consiste a produção de algo novo, via descoberta de novas soluções, novas formas.

Unidade 8  Personalidade

- é um conjunto relativamente estável, de aspectos de um indivíduo que o distingue dos outros e o tornam único. Isto é, é um conjunto de padrões diferenciados de comportamentos,

pensamentos, atitudes e emoções relativamente estáveis, que estão integrados numa unidade coerente, com carácter de continuidade. A personalidade, por assim dizer, é uma das

características que nos tornam únicos e diferentes de todos os outros, e, como conjunto de características pessoais, organiza-se de forma única em cada indivíduo. Além disso, é dinâmica pois resulta de uma construção permanente ao longo da vida sob influências externas e internas.

- Factores que influenciam a personalidade:

1. Influências Hereditárias : o património genético que o indivíduo recebe aquando da concepção define um conjunto de características fisiológicas, morfológicas e sexuais, que o tornam único e vão influenciar características da personalidade que o indivíduo desenvolverá.

2. Influências do Meio Social: é através do processo de socialização que o

comportamento individual é marcado segundo padrões de cultura de uma dada sociedade. Muitas características da nossa personalidade são produto do meio social e cultural a que pertencemos. Além do contexto social geral, estamos inseridos em determinados grupos sociais e são este agentes de socialização que no vãos influenciar em grande parte na nossa forma de ser e de reagir, porque veiculam normas, padrões, atitudes, etc. que são interiorizados e integrados na nossa personalidade. Por isso, a personalidade constrói-se e desenvolve-se num processo interactivo com o meio social em que o indivíduo vive.

3. Influências das Experiências Pessoais: cada indivíduo tem um conjunto de experiências pessoais e o modo como cada um as vive, as encara, o significado que lhes atribui, forma como as integras dependem das suas características psicológicas, mas, mais que isso, vão influenciar a personalidade. As experiências vividas na infância e na

adolescência são particularmente marcantes. Assim, a personalidade é um elemento activo da sua própria história e projectos de vida.

 Teoria da Personalidade de Bandura

- este autor encara a personalidade como sendo, fundamentalmente, constituída por um conjunto de aprendizagens que ocorrem ao longo da vida, concretamente as que resultam das interacções sociais.

Dando realce às interacções com o meio, Bandura refere que muitas das aprendizagens que fazemos ao longo da vida se fazem por modelação. Como o próprio nome indica, a

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aprendizagem por modelação orienta-se por modelos que são, geralmente, os pais, os amigos, os professores, etc., e, actualmente, também os meios de comunicação veiculam modelos que são objecto de imitação. Geralmente, os modelos são pessoas mais significativas e que têm características semelhantes às do sujeito. Este processo de aprendizagem, consiste na

observação e integração que nos leva a adquirir novas formas de actuar, reagir e conhecer-se. É importante realçar o reforço como elemento fundamental neste processo, e pode ser directo ou vicariante. Assim, Bandura defende a personalidade como resultado da acção do meio e dos processos de aprendizagem, bem como das variáveis pessoais.

Referências

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