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Imagem corporal e adolescência no contexto da educação física escolar

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Academic year: 2021

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0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

IMAGEM CORPORAL E ADOLESCÊNCIA NO CONTEXTO

DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

JULIANA BÁO FICAGNA

Ijuí – RS 2014

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JULIANA BÁO FICAGNA

IMAGEM CORPORAL E ADOLESCÊNCIA NO CONTEXTO

DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física, Departamento de Humanidades e Educação (DHE) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como exigência parcial para obtenção do grau de Licenciada e Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Sidinei Pithan da Silva

Ijuí – RS 2014

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A Banca Examinadora abaixo assinada aprova o Trabalho de Conclusão de Curso:

IMAGEM CORPORAL E ADOLESCÊNCIA NO CONTEXTO

DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

elaborado por JULIANA BÁO FICAGNA

como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada e Bacharel em Educação Física.

Banca Examinadora:

_______________________________________ Prof. Dr. Sidinei Pithan da Silva

Orientador

_______________________________________ Profª Drª Maria Simone Vione Schwengber

Examinadora Titular

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a meu noivo Rodrigo, aos meus pais Antonio e Janice e minhas irmãs Raquel e Rafaella, pela força, carinho e a apoio em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, Pai todo poderoso, por iluminar e guiar meus passos.

Ao meu noivo Rodrigo pelo carinho e compreensão em todos os momentos, acreditando e almejando o meu sucesso.

Agradeço meus pais Antonio e Janice por estarem sempre comigo, me apoiando sem medirem esforços para minha formação.

As minhas irmãs Raquel e Rafaella pelo apoio e amor incondicional. Vocês duas são meu alicerce e fazem parte dessa e de todas as conquistas de minha vida.

A toda minha família, colegas e amigos que sempre me apoiaram em todos os momentos da graduação. Ao Curso de Educação Física da UNIJUÍ por disponibilizar-se de vários recursos para minha formação acadêmica e profissional e aos meus professores com os quais pude contar ao longo desses anos.

Ao meu querido orientador Doutor Sidinei Pithan da Silva, pessoa na qual tive a oportunidade de ser aluna e o privilégio de escutar e compartilhar de seus saberes, sua humildade e caráter são algo inspirador. Toda sua paciência e dedicação tiveram papel fundamental em minha formação, o senhor é minha referência de profissional e de pessoa.

Aos meus colegas de faculdade que foram essenciais ao longo desses seis anos. Anelise Mafalda você compartilhou de todos esses momentos e foi essencial seu apoio, amizade e cumplicidade.

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RESUMO

A presente pesquisa consiste em compreender o papel da Educação Física Escolar em auxiliar os alunos na construção de sua identidade, conceito dado de imagem corporal. Tem como objetivo investigar o contexto sociocultural que auxilia os adolescentes a constituírem sua imagem corporal e como a Educação Física Escolar poderia relacionar suas práticas. Os sujeitos participantes foram alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Bozano – RS. Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um conjunto de dez aulas, que englobaram o tema do estudo, o planejamento das aulas foi realizado por mim, após um diagnóstico da turma em questão. O diagnóstico foi feito através de observações das aulas de Educação Física, análises do plano de aula do professor de Educação Física e entrevista com o mesmo. Durante as aulas foram trabalhados com conceitos de saúde, doença, imagem corporal e corpo. Também foram feitos textos dissertativos, questionários, utilizei o Teste da Escala das Silhuetas, medição das medidas antropométricas (peso e estatura) para verificarmos o índice de massa corporal (IMC) e a Relação Cintura Quadril (RCQ), os resultados foram verificados conforme o padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS). A análise e discussão dos resultados obtidos foram feitas em três momentos: diagnóstico do professor através das aulas observadas e da entrevista; análise e diagnóstico do perfil da turma e de seus alunos separadamente; antes e depois das aulas para ver os resultados obtidos com a intervenção. Houve um grande envolvimento dos alunos nas aulas e todos os assuntos que envolvem o corpo chamam a atenção deles. Verificando seus escritos deles após as aulas constatou-se que eles deram um novo significado a seu corpo e sua identidade, mostraram aceitar-se como são e gostarem de si assim, porém sempre há alguma coisa que gostariam de mudar em sua aparência, mas esse desejo é de forma saudável e aceitável considerando o período da adolescência que se encontram. A pesquisa respondeu seu principal questionamento, sendo sim possível desenvolver aulas que tratem do corpo, da identidade do indivíduo e que justifique suas práticas para promover saúde entre esses adolescentes, para se tornarem adultos ativos e críticos a padrões de beleza, saúde e estética corporal. Assim podemos evitar condutas desenfreadas para se chegar a esses padrões.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Percentual dos alunos que gostam e não gostam das aulas de Educação Física ... 23 Gráfico 2: Alunos ativos e sedentários no seu tempo livre ... 24 Gráfico 3: Alunos que relacionam ou não as aulas de Educação Física com a saúde ... 25 Gráfico 4: Percentual de satisfação corporal entre as meninas ... 27 Gráfico 5: Percentual de satisfação corporal entre os meninos ... 28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 10

2.1 IMAGEM CORPORAL ... 10

2.2 ADOLESCÊNCIA E IMAGEM CORPORAL ... 11

2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 12

3 METODOLOGIA ... 15

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 15

3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ... 15

3.3 PROCEDIMENTOS ... 16

3.4 INSTRUMENTO ... 17

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ... 19

4.1 ANÁLISE DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ... 19

4.2 ANÁLISE DOS SUJEITOS PARTICIPANTES ... 21

4.3 ANÁLISE DO ANTES E DEPOIS DA INTERVENÇÃO COM OS SUJEITOS ... 22

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 30

6 REFERÊNCIAS ... 31

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1 INTRODUÇÃO

A imagem corporal pode ser definida como a maneira que o indivíduo enxerga seu corpo, visando aspectos físicos e psíquicos que estão interligados com a sociedade que o mesmo está inserido (AMARAL et al., 2007). As experiências ao passar dos anos do indivíduo auxiliam na construção de sua imagem corporal, que se modificam no decorrer das transformações da cultura (sociedade) e das próprias mudanças do corpo.

A cultura estabelece comportamentos normatizados que os indivíduos inseridos nesse contexto compartilham. Os padrões de beleza são estabelecidos pela cultura, mudando ao longo do contexto histórico (ALVES et al., 2009).

O período da adolescência é marcado por muitas mudanças e transformações, o corpo e os objetivos (ideias) de vida se modificam, muitas dúvidas e preocupações surgem em relação a si próprio e ao entorno. Nessa perspectiva, a insatisfação com a imagem corporal entre os adolescentes torna-se “natural” no período da adolescência, contanto que essa insatisfação não venha a acarretar no seu desenvolvimento e convívio com outras pessoas (AMARAL et al., 2007).

A escola pertence à cultura, transforma-se através das modificações ocorridas na sociedade envolvida, a Educação Física Escolar inserida nesse contexto também se desenvolve ao passar dos anos, antes educava corpos meramente físicos e sem expressão, sem a individualidade (FREITAS, 1999), no contexto atual a Educação Física Escolar é pautada pela ideia de compreender o corpo, seu desenvolvimento e diferenças, para assim proporcionar a aceitação e a análise crítica dos adolescentes perante sua imagem corporal (GONÇALVES; AZEVEDO, 2008).

Investigar o contexto sociocultural que auxilia os adolescentes produzirem sua imagem corporal e propor através da pesquisa-ação um caminho para tratar o tema nas aulas de Educação Física, relacionando o tema com a saúde, mudanças corporais e práticas motoras foi o objetivo maior dessa pesquisa.

Assim optei por esse tema pelo fato de conviver diariamente com adolescentes e perceber as dúvidas em torno do seu corpo e as incertezas de como tratar com as mudanças comportamentais e biológicas que ocorrem nesse período. Também por achar que um maior esclarecimento acerca do tema poderia evitar insatisfações e frustrações relacionadas ao corpo.

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Algumas questões me instigaram ao longo da graduação para pesquisar sobre o assunto, algumas delas como: Quais práticas e ações a Educação Física Escolar poderia estabelecer para auxiliar seus alunos na satisfação e coerência da sua imagem corporal? Há o envolvimento da família em ações que visam à aceitação das diferenças entre as imagens corporais? A conscientização do corpo e a satisfação da imagem corporal auxiliariam na prevenção de patologias como obesidade, anorexia e depressão? Essas e demais questões são um ponta pé inicial para pesquisa.

Nessa perspectiva o presente estudo é uma tentativa de identificar como os adolescentes reagem a essas mudanças, suas satisfações e insatisfações corporais e como a Educação Física poderia estar direcionando suas práticas para auxiliar seus alunos a compreenderem e aceitarem seu corpo. Compreender esse processo em relação à imagem corporal dos adolescentes acrescentaria na hora auxiliá-los para um olhar crítico em relação ao tema e a aceitação de si e do mundo que o cerca.

Assim os resultados mostraram que os adolescentes (alunos) participantes, na sua maioria, estão satisfeitos como são. Ao longo da pesquisa os alunos entenderam que ter saúde é um estado maior que somente não estar doente, e que imagem corporal é sua identidade física que se remete ao seu interior, uma combinação do físico e mental.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 IMAGEM CORPORAL

O termo imagem corporal relaciona-se com as experiências físicas e afetivas que o indivíduo vivência ao longo de sua vida, cultura e sociedade a qual esse indivíduo pertence, levando em consideração seu período histórico, também interferem na constituição de sua imagem corporal. Assim, imagem corporal é a identidade do sujeito, transformando-se através de fatores relacionados direta ou indiretamente com o mesmo (TAVARES, 2003).

A imagem corporal sofre influência da cultura e a sociedade que o indivíduo está inserido para estabelecer relações de satisfação ou insatisfação com a mesma, através das normatizações feitas em torno do belo (DAMASCENO et al., 2006). Muitos indivíduos estarão satisfeitos com sua imagem corporal se estiverem dentro dos padrões de beleza estabelecidos. Esses padrões de beleza mudam a cada época, no contexto atual o que vigora são mulheres magras e homens com músculos definidos (ALVES et al., 2009).

A cultura pelo belo e padrões de beleza, segundo Goldenberg (2002), se instaurou na metade do século XX, onde se tornaram normatizados. Antigamente o padrão corporal destacava formas “arredondadas e cheias”, a partir da década de 60 as mulheres surgiram nas universidades e no mercado de trabalho, com essa mudança o padrão de beleza também mudou, os modelos de magreza tornaram-se os normatizados (FREITAS, 1999).

Entre as difusoras dessa normatização dos corpos está a mídia (televisão, jornal, revista, internet), para Alves et al. (2009, p. 17) as imagens de corpos apresentados pela mesma “não passam de imagens manipuladas e artificiais”. Algumas pessoas realizam práticas radicais e invasivas para alcançar essa normatização (imagens). Conforme Goldenberg (2002, p. 9):

A obsessão com a magreza, a multiplicação dos regimes e das atividades de modelagem do corpo, a disseminação da lipoaspiração, dos implantes de próteses de silicone nos seios, de botox para atenuar as marcas de expressão na face e da modelagem de nariz testemunham o poder normalizado dos modelos, um desejo maior de conformidade estética que se choca com o ideal individualista e sua exigência de singularização dos sujeitos.

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Nesse contexto, a aparência física (imagens) é detentora de valores, tornando o corpo como fator determinante para definição da pessoa, sua imagem corporal, à primeira vista, é o que define sua identidade. A aparência física rotula o indivíduo, tornando o corpo-objeto sinônimo de consumo e as implicações como roupas, acessórios e músculos, torna o corpo uma imagem a ser vista e julgada somente pela aparência (MALYSSE, 2002).

As mudanças da imagem do corpo ocorrem a partir das transformações de valores impostos pela cultura e sociedade, deixando de ser um corpo “simples natureza” (HASSEN, 2001, p. 261). O corpo é o que se faz dele, o corpo em si, masculino ou feminino é transformado pelas ações a ele estabelecido, cirurgias, próteses, amputações e medicamentos são procedimentos que alteram a forma natural do corpo físico.

Cada qual é pertencente de um corpo físico e mental, que se constituem ao longo da vida formando sua identidade, a imagem corporal. Deste modo, como os conhecimentos, ideias e sentimentos, o corpo físico e mental se modifica ao passar dos anos, sendo o período da adolescência onde as mudanças e transformações são mais visíveis e muitas vezes difícil de aceitar.

2.2 ADOLESCÊNCIA E IMAGEM CORPORAL

A valorização da imagem corporal leva a que as qualidades físicas possuem maior valor que as qualidades cognitivas, deste modo, os adolescentes sentem-se pressionados a adequarem-se aos padrões de beleza atribuídos, muitas vezes, pela mídia e sociedade (ALVES et al., 2009).

Nesse período da adolescência, compreendido entre 10 e 19 anos de idade muitas coisas acontecem ao mesmo tempo (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1965 apud AMARAL et al., 2007). São “transformações físicas, sociais e emocionais” que fazem parte do processo natural de desenvolvimento, principalmente na adolescência. Com todas essas mudanças no período da adolescência, surgem dúvidas e a influência da mídia auxilia com a grande insatisfação referente à imagem corporal. Essa insatisfação é “natural” (próprio ou comum) da idade, contanto que, não interfira no desenvolvimento e comportamento do adolescente (AMARAL et al., 2007).

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A insatisfação com a imagem corporal esteve presente na maioria dos adolescentes na pesquisa de Graup et al. (2008). O estudo verificou a percepção da imagem corporal e a relação com medidas antropométricas, em adolescentes (218 do sexo masculino e 249 do sexo feminino) de escolas públicas e estaduais de Florianópolis – SC. A insatisfação com a imagem corporal, nessa pesquisa, está relacionada ao excesso de peso, o sexo feminino almeja perder peso e o sexo masculino, além de perder peso, aumentar a massa muscular.

No mesmo eixo de pesquisa, Petroski, Pelegrini e Glaner (2009) realizaram um estudo com alunos (adolescentes) das escolas municipal, estadual e federal, na zona urbana e rural, que também constatou a insatisfação com a imagem corporal na maioria dos adolescentes, de ambos os sexos. Foram feitas as análises das informações coletadas: demográficas, antropométricas e imagem corporal. Esperava-se com o estudo que adolescentes da área rural tivessem maior satisfação com a imagem corporal, contudo, a insatisfação corporal não está relacionada com o lugar onde o adolescente é inserido, sendo uma realidade da adolescência.

Com base nos estudos do mesmo assunto afirma-se que a insatisfação da imagem corporal é predominante na maioria dos adolescentes e o peso corporal tem grande influência para esse resultado. As adolescentes do sexo feminino apresentam maior insatisfação com o corpo, predomina nas adolescentes, conforme os estudos citados, o desejo de silhuetas menores. Em contrapartida, os adolescentes do sexo masculino, desejam perder peso, mas aumentar a massa muscular (GONÇALVES; AZEVEDO, 2008; AMARAL et al., 2007; GRAUP et al., 2008; ALVES et al., 2009; PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2009).

2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A Educação Física Escolar auxilia o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo do aluno. Entre tantas competências designadas a Educação Física Escolar, as que relacionam-se com a imagem corporal e o corpo são descritas por González e Fraga (2009, p. 114) como:

Compreender o universo de produção de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal e o modo como afetam a educação dos corpos, analisando criticamente os modelos disseminados na mídia e evitando posturas bitoladas, consumistas e preconceituosas.

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A Educação Física Escolar tem como instrumento em sua ação pedagógica o corpo, sendo o mesmo de principal importância para o desenvolvimento de trabalho do professor (GONÇALVES; AZEVEDO, 2008), assim, facilita o processo de ensino e aprendizagem dessa competência. Segundo Bottan, Campos e Verwiebe (2008) no período da adolescência há uma maior aceitação para assuntos relacionados com o corpo, práticas de saúde e análises críticas, pois nesse período os alunos estão mais suscetíveis ao processo de aprendizagem.

Com o desenvolvimento das competências relacionadas ao processo de entendimento do corpo proposta por González e Fraga (2009), o nível de insatisfação corporal entre os adolescentes poderia ser mais baixo? Nos estudos realizados onde mostram a insatisfação corporal entre os adolescentes não aparecem práticas desenvolvidas na escola, somente propostas para prevenir essa atitude (GONÇALVES; AZEVEDO, 2008; AMARAL et al., 2007; GRAUP et al., 2008; ALVES et al., 2009; PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2009).

Propostas como de Alves et al. (2009) que auxiliam a compreender sobre o desenvolvimento do corpo, visando a aceitação de si mesmo e do outro. Orientam sobre a valorização da mídia em torno do corpo, onde a mesma apresenta imagens de corpos perfeitos, que “não passam de imagens manipuladas e artificiais” (ALVES et al., 2009, p. 17), que para atingi-las atitudes radicais e invasivas contra o corpo precisariam ser realizadas.

Formar o sujeito (adolescente) com o senso crítico sobre os aspectos da imagem corporal (e demais assuntos), para que o mesmo consiga a emancipação e a significação corporal (GONÇALVES; AZEVEDO, 2008), seria competência também do profissional da Educação Física. Assim esses sujeitos poderão elencar atividades que contribuam com seu corpo físico e mental, e não que sejam meramente com finalidades estéticas.

A escola, e no contexto, a Educação Física, precisam proporcionar mais debates e atividades sobre os assuntos relacionados com o corpo, padrão de beleza (tempos históricos), saúde, qualidade de vida para que adolescentes (futuros adultos) sejam capazes de identificar atitudes saudáveis, comportamentos de aceitação do seu próprio corpo e dos diferentes corpos. Nessa perspectiva, comportamentos que fazem parte do contexto da adolescência como quadros de depressão, ansiedade, anorexia nervosa, bulimia, obesidade entre outros poderiam ser evitados (ALVES et al., 2009).

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A Educação Física Escolar, a partir dessa perspectiva, tem como competência e propostas práticas que envolvam o corpo, imagem corporal, saúde, sociedade, manifestações culturais que podem ser trabalhadas juntamente com as demais competências. Promover essas ações que integram e auxiliam no desenvolvimento físico e mental, diversificando suas práticas para ampliar o conhecimento corporal dos alunos (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009).

O corpo tornou-se um objeto, sendo ele fonte de consumo e desejo por perfeições. Recorre-se a infinitas alternativas para se adequar com padrões estabelecidos, fere-se a princípios em busca do corpo perfeito.

Nas escolas, em vista dessa busca incessante pelos padrões de beleza, crianças e adolescentes se constituem com essas concepções e frustações por, muitas vezes, não adequarem-se ou não possuírem o biótipo padrão. Deste modo, os adolescentes podem desenvolver comportamentos de recusa alimentar, excesso de exercício físico, agressividade, depressão, entre outros. Competências e propostas foram levantadas no presente artigo, sendo que nenhum caso confirmou sua eficaz, podendo haver um maior número de pesquisa de caso sobre o tema.

Quais práticas e ações a Educação Física Escolar estabelece para auxiliar seus alunos na satisfação e coerência da sua imagem corporal? Há o envolvimento da família em ações que visam à aceitação das diferenças entre as imagens corporais? A conscientização do corpo e a satisfação da imagem corporal auxiliariam na prevenção de patologias como obesidade, anorexia e depressão? Essas e demais questões ainda requerem estudos e problematização, visando a falta de bibliografias e estudos sobre o tema.

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3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa define-se “como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 2010, p. 1). Uma pesquisa tem relevância quando somos instigados ao estudo do problema para encontrar as respostas.

A partir do objetivo da pesquisa podemos classificá-la, no primeiro momento, como de natureza exploratória. A pesquisa exploratória “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses” (GIL, 2010, p. 27). Podemos delinear essa pesquisa como uma pesquisa-ação que se define:

como um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1985 apud GIL, 2010, p. 42).

A pesquisa-ação não se baseia somente aos aspectos práticos da pesquisa, durante a pesquisa a relação teórico-conceitual se estabelece em todas as mediações da pesquisa (GIL, 2010). Assim essa pesquisa buscou relatar suas ações realizadas em um conjunto de aulas com alunos do primeiro ano do Ensino Médio em uma escola pública de uma cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul.

3.2 SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa foi pensada para ser desenvolvida com alunos que frequentam o Ensino Médio, assim a escola selecionada é a única do município em questão que tem além do Ensino Fundamental. A turma 101 do primeiro ano do Ensino Médio (sendo única) foi escolhida para a pesquisa.

A escolha deu-se por ser o primeiro ano a fase de maiores modificações. Os alunos saem do Ensino Fundamental e passam a frequentar o Ensino Médio, onde aumentam as responsabilidades e mudanças.

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Também porque em algumas observações e pesquisas na escola, verificou-se que alguns alunos desistem de estudar nesverificou-se período, verificou-sendo mais um motivo de estar reconhecendo esses sujeitos.

A escola é pública estadual, situa-se em uma cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul. A turma é composta por 22 alunos, 10 meninas e 12 meninos que residem na zona urbana e na zona rural do município, a faixa etária dos alunos é de 15 aos 17 anos de idade.

3.3 PROCEDIMENTOS

Inicialmente foi contatada a escola, o professor e os alunos para solicitar a permissão da realização da pesquisa e explicitar o projeto de pesquisa. Após foi realizado entrevista com o professor e observação de algumas aulas de Educação Física para fazer um diagnóstico da turma e do professor.

A direção, a equipe pedagógica e o professor demonstraram muito interesse e entusiasmo com a proposta. O tema havia sido abordado, de forma sucinta, no início do ano e a formação continuada dos professores em julho também tratou do tema.

Após a entrevista com o professor de Educação Física e as observações das aulas realizei um conjunto de dez aulas, onde tratei do tema com muitas conversas, práticas e escritas reflexivas sobre o assunto. Foram feitos questionários, o teste da escala das silhuetas conforme Stunkard, Sorensen e Schlunsinger (1983 apud GRAUP et al., 2008), avaliação das medidas antropométricas (peso, estatura, índice de massa corporal e relação cintura quadril), reflexões e diálogos sobre corpo, saúde, doença, corpo saudável, imagem corporal, exercício físico e saúde. Foram realizados escritos antes de discussões sobre o tema e após para analisar o nível de entendimento dos alunos. Os resultados foram analisados no método quantitativo/qualitativo.

No decorrer das aulas, o professor participou de alguns encontros, mostrou-se solicito para ajudar no demostrou-senvolvimento das aulas, mas não participou do planejamento, nem no decorrer das aulas.

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Dia Encontro

05/08/2013 Conversa com a Diretora, acordo dos horários, propostas das atividades a serem realizadas, observação do recreio

06/08/2013 Análise do Plano de Ensino, Projeto Político Pedagógico e Plano de Atividades – Ensino Médio da Escola. Entrevista com o professor de Educação Física

07/08/2013 Observação da aula 09/08/2013 Observação da aula 14/08/2013 Observação da aula 16/08/2013 Observação da aula 21/08/2013 a 11/10/2013

Período do desenvolvimento das aulas

3.4 INSTRUMENTO

Para a realização da pesquisa-ação foram constituídas algumas etapas. Primeiramente na fase exploratória da pesquisa foi realizada uma investigação, um reconhecimento das pessoas envolvidas e do ambiente, isso foi possível através das observações das aulas e entrevista parcialmente estruturada com o professor de Educação Física. A entrevista é definida como um diálogo entre duas pessoas, onde um, o entrevistador, tem como objetivo investigar e obter informações do outro, o entrevistado (HAGUETTE, 2007). A entrevista parcialmente estruturada são perguntas que se relacionam e guiam o entrevistador para não sair do objetivo e assunto.

Com os alunos, no decorrer das aulas, foram realizados questionários com perguntas fechadas e abertas. Também foi aplicado o teste da escala das silhuetas conforme Stunkard, Sorensen e Schlunsinger (1983 apud GRAUP et al., 2008). O teste apresenta nove silhuetas e o aluno deve marcar a silhueta que aparenta sua aparência corporal real e a silhueta que representa sua aparência corporal ideal. Para avaliar a satisfação corporal através do teste deve-se subtrair a aparência corporal real pela aparência corporal ideal. Se o resultado der zero é porque o indivíduo está satisfeito com a aparência corporal, se a diferença for um número positivo está insatisfeito pelo excesso de peso e se for um número negativo está insatisfeito pela magreza (GRAUP et al., 2008).

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Foi realizada também a avaliação das medidas antropométricas (peso e estatura), seguindo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde, onde um aluno auxiliou o outro. Por fim, foi realizado um questionário com perguntas abertas e fechadas para verificar o aprendizado das aulas.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Nessa parte do trabalho são discutidos os dados obtidos com a pesquisa. Primeiramente analisamos a entrevista realizada com o professor de Educação Física, onde foram feitas questões sobre sua formação e experiência profissional. Bem como questões sobre a importância da Educação Física no Ensino Médio, diagnóstico do professor referente da turma do primeiro ano em questão e domínio do mesmo em relação ao assunto da abordagem com a turma. Também destacaremos o perfil dos alunos participantes da pesquisa. Por fim, analisaremos o antes e o depois da intervenção, verificaremos o nível de satisfação corporal da turma, avaliando os questionários, as dissertações, o teste de silhuetas conforme Stunkard, Sorensen e Schlunsinger (1983 apud GRAUP et al., 2008) e as medidas antropométricas. A identidade dos participantes foi preservada nessa pesquisa.

4.1 ANÁLISE DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O professor de Educação Física participante da pesquisa é o único da área na escola. A escola oferece o Ensino Fundamental, Séries Finais e o Ensino Médio. O Ensino Médio está em mudança para o Ensino Médio Politécnico.

Para o professor, a Educação Física no Ensino Médio tem caráter de promover a saúde e o bem-estar do aluno, criando possibilidades e intervenções para que assim eles adotem um estilo de vida ativo durante sua vida. Ele destaca que quando começou atuar na escola, a Educação Física era vista como um período O professor tem 29 anos, solteiro. Formou-se em Educação Física – Licenciatura e Bacharel na Unicruz no ano de 2009. Possui pós-graduação em Ciência do Movimento Humano, com ênfase em Educação Física Escolar também pela Unicruz. Trabalha na escola desde o ano de 2010, já trabalhou na APAE e exerceu o bacharelado em uma academia, modalidade musculação, também com projeto de esporte. Atualmente trabalha em duas escolas do Estado através de contrato emergencialmente. Durante a pesquisa o professor foi chamado no concurso do Estado.

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de ensaios ou tempo livre, porém aos poucos ele mudou essa rotulação e conseguiu mostrar seu trabalho.

Nas aulas observadas pude notar que o professor segue um cronograma anual, tendo uma rotina de aula. Nas observações das aulas notei que o professor desenvolve o trabalho de um conteúdo na prática e depois cobra na teoria, ou inversamente. Porém seu enfoque é voltado ao esporte, diversificando as modalidades, não consegui observar a associação com a promoção da saúde nas aulas observadas, talvez se fosse um tempo maior de observações.

Para realizar o planejamento das aulas o professor utiliza como referência as lições do Rio Grande, para ele é importante seguir uma linha de ensino. O planejamento do Ensino Médio é realizado por área, a Educação Física integra-se na área de linguagens, códigos e suas tecnologias. Após esse planejamento em grupo, cada área planeja sozinha semanalmente. O mesmo acontece com a avaliação dos alunos, é dividido por área, não sendo mais por notas e sim pareceres descritivos de cada aluno.

Focando mais na turma em questão, solicitei ao professor um diagnóstico particular dele da turma 101. Para ele a turma é bastante inquieta, justificando-se talvez por ser a maior turma da escola. Também considera a turma muito unida e interrogativa: “gosto de trabalhar com turmas assim, que eles estão a toda hora te instigando e perguntando, questionando sabe, de uma informação que você leva pra eles, eles transformam em dez, quinze...”.

Através da entrevista e com as observações notei que o professor se dá muito bem com toda a turma e há um respeito mútuo entre eles. Analisando atentamente essa turma e visando cada detalhe notei que a turma é unida quando está envolvida com a escola, porém entre si percebe-se a separação entre eles, nada que atrapalhe no decorrer das aulas e até pode se passar despercebido, mas, no entanto, essa separação é bem presente.

Quando indagado ao professor como as aulas de Educação Física estão auxiliando os alunos no processo de construção de suas identidades ligando sua imagem corporal, ele relatou ser uma preocupação de toda a escola com esse processo, inclusive relatou que a escola fez sua formação dos professores de julho encima do tema. A escola e o professor em questão acreditam que devem auxiliar os alunos a gostarem de si como são, mostrando que o importante é estar bem consigo mesmo, saudável. O professor aponta os agentes causadores das insatisfações

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corporais, dentre os alunos, a mídia e aos meios de comunicações (televisão e internet).

O tema já foi discutido na escola, a direção propôs um trabalho sobre doenças do corpo agregando tudo que o corpo pode sofrer, também sobre a importância e valores agregado a ele. Para o professor essa intervenção serviu para esclarecer que cada um tem sua importância, cada um tem sua beleza particular.

Analisando as aulas percebi que a intervenção foi muito válida, os alunos compreenderam, mas o tema deve ser tratado na prática com eles. As dinâmicas e avaliações propostas na pesquisa-ação tiveram um resultado positivo, os alunos puderam assimilar a importância de estar bem consigo mesmo para assim ter saúde. Assim a pesquisa veio a complementar o trabalho já realizado na escola.

4.2 ANÁLISE DOS SUJEITOS PARTICIPANTES

Para explicar melhor sobre a turma 101, primeiro ano do Ensino Médio, irei relatar alguns dados do município de Bozano. O município tem atualmente aproximadamente 2.200 habitantes e ocupa uma área de 201,04 km2 (dados IBGE), possui apenas três escolas, dessas escolas duas são estaduais e uma municipal.

A escola municipal localiza-se na zona urbana da cidade, oferta da pré-escola até o 5º ano do Ensino Fundamental, depois os alunos vão para a pré-escola estadual, que também se localiza na zona urbana, que tem do 6º ano até o Ensino Médio, sendo a única no município com Ensino Médio. A outra escola estadual encontra-se na zona rural da cidade, tem somente o Ensino Fundamental, então, após concluir o Ensino Fundamental, os alunos são transferidos a essa outra escola estadual para concluir o Ensino Médio. Deste modo, a turma 101 tem sua formação, alguns alunos que já estudavam na escola e outros que vieram da escola do interior.

Nos primeiros momentos essa divisão da turma não era observável. Os alunos se mostravam todos juntos e sem divisão de grupos. Porém, internamente consegui observar que eles se dividem, abrem espaço para os outros, mas sem abandonar seu grupo. Um exemplo é a própria formação em sala de aula, são fileiras sem espaços vazios, entretanto o grupo de meninos que vieram da escola do interior sentam todos no lado esquerdo e os meninos que já estudavam na escola no lado direito, as meninas sentam no meio da sala. Para ficar mais fácil o

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esclarecimento denominarei os grupos de A (estudavam já na escola) e B (vieram do interior, outra escola).

As meninas conseguem relacionar-se com todos, mas os meninos ainda que haja uma relação de coleguismo entre si, possuem mais dificuldades na hora de interagir, tanto do grupo A quanto do grupo B. Onde mais pude observar é na hora de um jogo, eles raramente misturam A com B na formação dos times/equipes.

Apesar de toda essa separação de grupos eles se mostram um grupo unido e de fácil acesso. São unidos quando a turma inteira tem que realizar alguma tarefa, quando precisam participar dos eventos da escola, porém durante as aulas eles se dividem e se misturados há um desconforto.

A turma 101 no início do ano tinha 25 alunos matriculados. Agora são 22 alunos, uma menina mudou de escola, um menino ficou doente, mas já se recuperou e parou de estudar e outro menino também adoeceu e ainda está em tratamento, não podendo comparecer à escola. A turma tratou com o fato da doença da melhor forma possível, o caso do menino que ainda está em tratamento é gravíssimo e há risco de vida. Na medida dos fatos a turma se empenhou em ajudar o colega com pensamentos positivos e demonstração de solidariedade com o mesmo.

Na turma tem alunos de classe baixa, média e alta, não havendo separação de grupos e nem preconceito por classe social. A maioria dos alunos se compromete com as aulas e se esforçam para cumprir suas tarefas.

Alguns alunos tem um vocabulário pobre e é comum na turma as “gírias”. No grupo A há bastante faltas nas aulas de alunos específicos, essas faltas não possuem justificativas e já foram questionadas pela coordenação pedagógica da escola perante aos pais.

4.3 ANÁLISE DO ANTES E DEPOIS DA INTERVENÇÃO COM OS SUJEITOS

Quando iniciei a pesquisa com a turma 101 fui muito bem recebida por todos, professor, direção e alunos. O professor de Educação Física ficou animado com minha proposta, trabalhar com corpo, imagem corporal, saúde é algo muito importante para ele. Foi relatado por ele que no início do ano foi feito um trabalho em conjunto dos professores e da direção sobre esse tema com os alunos do Ensino Médio. Pelo que pude notar, foi um bom trabalho que surtiu resultados. Porém, ficou restrito às palestras e um trabalho cujo tema era “doenças do corpo”. Os

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planejamentos das aulas seguiram uma lógica de trabalho que o professor já estava desenvolvendo, não poderia chegar no último semestre e impor uma proposta desvinculada com a dele.

Os alunos se mostraram dispostos com a minha proposta, todas as aulas se relacionavam com o tema. Além de conceitos sobre saúde, imagem corporal, corpo, também trabalhamos nas aulas com o exercício físico e o desenvolvimento da aptidão física para a saúde. Para assim tornarmos o exercício físico como aliado à saúde e à qualidade de vida.

Inicialmente foi trabalhado com uma apresentação, o ponto de vista deles sobre suas aulas de Educação Física e como utilizam seu tempo livre (quando não estão na escola). Nesse dia faltou uma menina, ficando fora da discussão.

Sobre as aulas de Educação Física os alunos falaram desde sua infância, relatando suas atividades preferidas como gincanas, jogos de bola, corridas... O futsal e o futebol foram os mais comentados, porém só entre os meninos. Como podemos ver no gráfico abaixo a grande maioria dos alunos gosta da disciplina de Educação Física, os que não gostam da matéria de Educação Física escreveram que sentem preguiça das práticas ou desinteresse pela aula. A aluna Keiti tem a opinião que: “A Educação Física é muito importante para melhor desempenho nas outras matérias”. Já Dienifer associa sua falta de interesse por ter a opinião que Educação Física seja só esporte como relatou: “Nunca fui ligada a esportes, então Educação Física não é uma de minhas matérias preferidas”.

Gráfico 1: Percentual dos alunos que gostam e não gostam das aulas de Educação Física

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Nas atividades no tempo que eles não estão na escola, a grande maioria tem uma rotina ativa, alguns meninos relataram jogar bola algumas vezes na semana, outras meninas fazem caminhadas, bicicleta e musculação. Fernanda comentou que em seu tempo livre faz caminhadas, pois a associa a saúde: “Quando estou em casa, no tempo livre, gosto de fazer exercícios e caminhadas, pois fazem bem a saúde e é essencial para nós”. Esses alunos também relatam que ficam no computador ou videogame, porém conseguem dividir seu tempo. Os alunos com uma rotina sedentária é devido ao grande tempo dedicado a ficar na internet e no videogame. Dienifer relatou: “costumo usar meu tempo livre para ficar parada, pois caminha cansa”.

Gráfico 2: Alunos ativos e sedentários no seu tempo livre

Sem serem solicitados no texto poucos alunos relacionaram as suas práticas nas aulas de Educação Física com a saúde e a qualidade de vida. Keiti associou a Educação Física aos cuidados da saúde: “É uma matéria divertida e diferente das outras, mas também é muito necessária para cuidar da saúde”. Os outros alunos associam as aulas como incentivo para terem uma rotina saudável fora da escola.

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Gráfico 3: Alunos que relacionam ou não as aulas de Educação Física com a saúde

Esses questionamentos foram fundamentais para começarmos a discussão e saber como eles pensam, o que fazem fora da escola e o que o cercam. Apesar dos textos curtos conseguimos perceber que esses alunos tem o entendimento sobre a disciplina e o que faz bem para eles, como a prática da atividade física. Também que em suas memórias da Educação Física Escolar o esporte, principalmente futebol e voleibol, foi o que prevaleceu.

Após algumas aulas pudemos observar o interesse crescente deles nas discussões. Antes de explicar sobre os conceitos de imagem corporal, corpo, saúde e doença, foi solicitado para eles escreverem sobre o que pensam do assunto. Prevaleceu entre eles que corpo são nossos músculos e ossos, sem ele nós não iríamos existir.

O entendimento deles sobre saúde é o fato de não ter doenças, e para cuidarmos da saúde temos que nos alimentarmos bem e fazer exercício físico. Também alguns escreveram que para termos saúde temos que ter bom condicionamento físico. Guilherme escreveu que: “se eu tenho uma boa saúde eu vou ter um bom rendimento no jogo”.

Os primeiros debates de saúde pública nos mostram o conceito de saúde ligada a métodos da medicina e o conhecimento científico, assim relacionando saúde à doença. Assim o conceito de doença constitui como falta na anatomia humana. Nessa perspectiva que surge o conceito de saúde a falta ou inexistência da doença (PALMA; ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2003). Podemos notar que na cultura que nossos alunos estão envoltos é esse conceito que emerge: “saúde como sinônimo de ausência de doenças”.

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Segundo Canguilhem (1995 apud PALMA; ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2003) saúde seria caracterizada pelo fato do indivíduo adoecer e conseguir recuperar-se, e a doença é uma nova situação que o indivíduo passará a ter, com privações e reformulações.

Para a OMS, o conceito de saúde expressa “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidades” (LEWS, 1986 apud PALMA; ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2003, p. 18).

Esse termo da OMS é pretencioso, pois estar em completo bem-estar físico, mental e social seria um estado sublime que nossas condições de vida humana e o mundo que nos cerca nos impede dessa perfeição. Devemos lutar por esse estado, isso envolve as questões levantadas no relatório final da VII Conferência Nacional de Saúde:

Saúde é o resultado das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É, assim, antes de tudo o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (MINAYO, 1992 apud PALMA; ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2003, p. 19).

A partir dessa proposta que se obteve o discurso com os alunos, para que assim o entendimento sobre saúde, doença e o que os cercam seja compreendido por eles e levado ao seu convívio familiar. É através da escola que formamos indivíduos críticos e instigados a procurar o conhecimento.

Os conceitos de saúde e doença foram fundamentais para adentrarmos ao assunto norteador que é a imagem corporal. Para os alunos imagem corporal é o que o corpo deles mostra para os outros, sendo essa imagem que os representa. Liliane descreveu que imagem corporal: “é a imagem de um corpo, é o que ele é para mim”. Assim como Liliane a maioria dos alunos escreveu que a imagem corporal é o que eles são ou suas formas físicas, para isso associam uma boa imagem corporal com um “corpo em forma”, “um corpo sarado”, “de acordo com os padrões de beleza”.

Segundo Alves et al. (2009, p. 2) imagem corporal “está intrinsecamente associada com o conceito de si próprio e é influenciável pelas dinâmicas interações entre o ser e o meio em que vive”. Assim a cultura que cerca o indivíduo auxilia na construção de sua imagem corporal. Para o mesmo autor, a cultura do magro que

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estamos vivendo atualmente leva as pessoas a seguirem esse padrão de beleza. Quando isso não se alcança acontece as insatisfações corporais, podendo a partir desse momento, desencadear ocorrência de nível psicológico e físico para tentar alcançar esses padrões.

Foi feita, com os alunos, uma avaliação das medidas antropométricas: peso, altura, circunferência do abdômen e quadril. Essas medidas são válidas para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Relação Cintura Quadril (RCQ). O resultado foi conferido através dos percentuais da OMS.

A maioria dos alunos está na faixa do IMC do peso recomendável e risco muito baixo para saúde. Somente um menino está com sobrepeso. Essas medidas serviram para verificar e mostrar para os alunos que eles estão com o peso de acordo com os parâmetros para saúde e que para estarem bem fisicamente devem cuidar de sua alimentação e fazer exercícios físicos. Para a pesquisa essas medidas tem relevância, pois são uma forma palpável dos alunos situar as medidas de seu corpo, sendo que o que realmente importa é estar bem consigo mesmo e saudável.

Para certificar da sua satisfação ou não da imagem corporal, fizemos o teste das silhuetas conforme Stunkard, Sorensen e Schlunsinger (1983 apud GRAUP et al., 2008), para obter o grau de satisfação ou insatisfação com a imagem corporal. A maioria dos alunos assinalou a mesma silhueta para a imagem real e sua imagem ideal. Os alunos que não estão satisfeitos marcaram silhuetas diferentes, as meninas enxergam sua imagem real maior que de fato e gostariam de perder peso, já os meninos marcaram a silhueta menor da imagem real e gostariam de aumentar de tamanho na imagem ideal.

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0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Insatisfeitos Satisfeitos

Gráfico 5: Percentual de satisfação corporal entre os meninos

Depois de algumas aulas onde discutimos e realizamos atividades sobre o assunto, realizamos um questionário com questões abertas e fechadas. Nesse questionário todos os alunos marcaram que se consideram belos do jeito que são com justificativas diversas. Alguns acham que se sentirem belos sua autoestima irá aumentar e serão felizes, outros pelo fato que são os primeiros a se acharem belos antes de esperar que outros os achem.

Os alunos compreenderam que saúde envolve cuidados físicos e mentais, bem como cuidados com a alimentação, higiene, tempo livre, lazer, convívio familiar, saúde preventiva como idas ao médico. Nas questões respondidas alguns alunos escreveram que ter saúde é ser feliz.

Quando perguntamos aos educandos se relacionavam os exercícios físicos vistos nas aulas como práticas para cuidarem de seu corpo, práticas saudáveis para desenvolver a aptidão física, todos responderam que sim. Flávia escreveu que: “as atividades na Educação Física, além de fazerem bem à saúde e melhorar a qualidade de vida, está preparando nosso corpo, desenvolvendo a coordenação motora, flexibilidade, resistência, entre outras”.

Em relação à visita que fizemos pelos lugares ofertados na cidade (zona urbana) para práticas de exercício físico e esporte, os alunos se interessaram pelas oportunidades. Não fomos ao campo de futebol, porém os alunos lembraram, também lamentaram por o município não possuir uma pista onde as pessoas possam caminhar ou correr.

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Ficou compreendido o conceito de imagem corporal como sendo maior que somente o que se enxerga no corpo, mas também o que a pessoa é, uma relação de experiências físicas e afetivas que o indivíduo tem em sua vida (TAVARES, 2003).

Apesar de todo esse discurso em relação à imagem do corpo, ainda se perguntarmos aos educandos, principalmente as meninas, conseguimos respostas como: “Ah! Se eu pudesse eu aumentava os seios profe!”. Ou “queria fazer uma plástica nessa minha barriga”.

Outra questão que não alterou nesse período foi o programa preferido dos alunos realizados no tempo livre (quando não estão na escola), a grande maioria respondeu que joga bola, faz exercícios físicos, anda de bicicleta, caça, enfim está sempre em atividade.

Nos programas preferidos na internet, televisão, entre outros a grande maioria gosta de sites de relacionamentos (facebook) e assistir novelas. Todos os alunos participantes da pesquisa tem facebook e dedicam grande parte de seu tempo acessando o site.

Considerando como foi a intervenção notamos o interesse dos alunos a assuntos que relacionam o corpo. Podemos notar que os alunos interagiam com as questões levantadas na pesquisa e que conseguiram envolver-se e compreender o que foi discutido nas aulas.

Analisando a produção dos alunos verificamos que as aulas surtiram resultados positivos, sendo que a maioria consegue gostar de si e não ser insatisfeito com seu corpo, apesar dos padrões de beleza estabelecidos pela mídia.

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30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo investigar o contexto sociocultural que auxilia os adolescentes produzirem sua imagem corporal e propor através da pesquisa-ação um caminho para tratar o tema nas aulas de Educação Física, relacionando o tema com a saúde, mudanças corporais e práticas motoras.

Como resultado a pesquisa apresentou o envolvimento dos alunos e do professor da turma (mesmo que distante). O professor regente de Educação Física mostrou-se feliz com a inovação das aulas e contribuiu, apesar de longe, com as mesmas. Os alunos envolveram-se desde o início, sendo sinceros em suas colocações e foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa.

Ao decorrer das aulas e discussões, os alunos envolviam-se mais. Quando o assunto trata do corpo e pode ajudá-los a encontrarem sua identidade, desperta o interesse deles. Isso porque estão na adolescência, período de mudanças e incertezas.

Todas as aulas foram pensadas na lógica que auxiliassem os alunos nos entendimentos básicos de saúde/doença, corpo, construção da identidade (imagem corporal) e exercício físico. As discussões acerca dos temas tiveram resultados positivos, evidenciados através dos textos e falas dos alunos.

Com a pesquisa podemos constatar que essa turma em questão, em sua maioria, não apresentava insatisfação com a imagem corporal desde o início da pesquisa. Assim a pesquisa serviu para esclarecer sobre o assunto, sendo pertinente trabalhar com o tema e relacionar as diferentes práticas da cultura corporal do movimento com a saúde e qualidade de vida.

O lugar da Educação Física Escolar na perspectiva da pesquisa foi de auxiliar os alunos na construção do conhecimento envolto ao assunto tratado. Que esses sujeitos (alunos) sejam capazes de analisar criticamente os padrões de beleza, saúde e estética corporal, para assim não sofrerem com insatisfações corporais pelo fato de desconhecer ou nunca ter aprofundado seus conhecimentos sobre o tema.

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6 REFERÊNCIAS

ALVES, D. et al. Cultura e imagem corporal. Revista Motricidade, v. 5, n. 1, p. 1-20, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?pid=S1646 107X2009000100002&script=sci_arttext>. Acesso em: 04/11/2012.

AMARAL, A. C. S. et al. A cultura do corpo ideal: nível de satisfação corporal entre escolares de diferentes faixas etárias – estudo comparativo. HU Revista, v. 33, n. 2, p. 41-45, 2007.

BOTTAN, E. R.; CAMPOS, L.; VERWIEBE, A. P. S. Significado do conceito de saúde na perspectiva de escolares do ensino fundamental. Revista Brasileira de Promoção da Saúde, v. 21, n. 4, p. 240-245, 2008.

DAMASCENO, V. O. et al. Imagem corporal e corpo ideal. R. Bras. Ci. e Mov., v. 14, n. 1, p. 87-96, 2006.

FREITAS, G. G. O corpo vivido, o corpo no mundo. In: FREITAS, G. G. O esquema corporal, a imagem corporal, a consciência corporal e a corporeidade. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 1999. p. 33-64.

FURASTÉ, P. A. Normas técnicas para o trabalho científico: explicitação das normas da ABNT. 16. ed. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2013.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GOLDENBERG, M. Apresentação. In: GOLDENBERG, M. (org.). Nu e vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 7-17.

GOLDENBERG, M.; RAMOS, M. S. A civilização das formas: o corpo como valor. In: GOLDENBERG, M. (org.). Nu e vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 19-40.

GONÇALVES, A. S.; AZEVEDO, A. A. O corpo na contemporaneidade: a educação física escolar pode ressignificá-lo? Revista da Educação Física, v. 19, n. 1, p. 119-130, 2008.

GONZÁLEZ, F. J.; FRAGA, A. B. Referencial curricular de educação física. Lições do Rio Grande, v. 2, p. 111-179, 2009.

GRAUP, S. et al. Associação entre a percepção da imagem corporal e indicadores antropométricos de escolares. Revista Brasileira Educação Física e Esporte, v. 22, n. 2, p. 129-138, 2008.

(33)

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

HASSEN, M. N. A. Da visita íntima na prisão: a corporalidade negociada. In: LEAL, O. (org.). Corpo e significado: ensaios de antropologia social. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2001. p. 261-287.

MALYSSE, S. Em busca dos (H) alteres-ego: olhares franceses nos bastidores da corpolatria carioca. In: GOLDENBERG, M. (org.). Nu e vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 79-137.

PALMA, A.; ESTEVÃO, A.; BAGRICHEVSKY, M. Considerações teóricas acerca das questões relacionadas à promoção da saúde. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (orgs.). A saúde em debate na educação física. Blumenau: Edibes, 2003. p. 15-32.

PETROSKI, E. L.; PELEGRINI, A.; GLANER, M. Insatisfação corporal em adolescentes rurais e urbanos. Revista Motricidade, v. 5, n. 4, p. 13-25, 2009.

TAVARES, M. C. G. C. F. Imagem corporal: conceito e desenvolvimento. São Paulo: Manole, 2003. p. 147.

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ANEXO A – Plano de Aula

Aula nº 01

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Apresentação dos conteúdos propostos.

Apresentação individual de cada aluno: Nome, idade, mora aonde...

Parte principal: Escrever um texto dissertativo sobre a experiência com a Educação Física Escolar, pontos positivos e negativos das aulas de Educação Física até agora, modalidades esportivas preferidas, o que faz no tempo livre (quando não está na escola)...

Parte final: Brincadeira de percepção do colega (vendar os olhos do educando escolhido para descrever como estão os colegas, podendo ser roupa, jeito do cabelo, lugar sentado...).

Aula nº 02

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Problematização da aula; alongamento.

Parte principal: Circuito training com 10 estações, com tempo determinado de 30 segundos cada estação:

1ª abdominal supra; 2ª deslocamento lateral;

3ª deslocamentos em cones e bambolês; 4ª chute no gol (goleiro e atacante); 5ª flexão de braço;

6ª polichinelo;

7ª deslocamento de frente e costas; 8ª prancha;

9ª deslocamento em duplas com bola; 10ª chute na trave.

Material: Colchonete, bolas de futsal, corda, cone e bambolê. Parte final: Avaliação da aula, alongamento para relaxar.

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Aulas nº 03 e 04

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico.

Parte inicial: Problematização da aula, associação do aprendizado dos exercícios da última aula para realização dos testes físicos.

Parte principal: Realização dos testes físicos de: flexibilidade, abdominal, flexão de braço. Realização das medidas antropométricas peso e altura. Perímetros (em cm). Circunferência: tórax, cintura, abdômen, quadril, antebraço, braço, coxa, panturrilha. Material: balança, fitas métricas, colchonetes, cronômetros.

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Nome: ... Sexo: ... Data do teste: ... Data de nascimento: ... Idade: ...

Medidas Antropométricas

Peso: ... Estatura: ... IMC: ... RCQ: ...

Perímetros (em cm) Circunferência

Medidas Medidas Direito (a) Esquerdo (a)

Tórax Antebraço

Cintura Braço

Abdômen Coxa

Quadril Panturrilha

Teste Flexibilidade Teste Abdominal Teste Flexão de Braço ... cm ... repetições ... repetições ... classificação ... classificação ... classificação

Parte final: Analisar os dados obtidos.

Aula nº 05

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Problematização da aula.

Parte principal: Discussão: saúde/doença, imagem corporal e corpo. Escreve conceitos sobre os temas debatidos.

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Aula nº 06

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico.

Parte inicial: Problematização da aula. Debater os conceitos: capacidade cardiorrespiratória (aeróbica e anaeróbica); velocidade; força muscular; flexibilidade; equilíbrio e coordenação motora.

Parte principal: Desafiar os alunos a fazerem um circuito com 10 estações com o objetivo de desenvolver as capacidades físicas, utilizando o material disponível e os exercícios já aprendidos, criando variações. Dividir em trios e duplas os alunos, cada grupo fica responsável por uma estação.

Parte final: Discussão da aula e resfriamento.

Aula nº 07

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico.

Parte inicial: Problematização da aula, discussão sobre os conceitos criados pelos alunos nas aulas passadas (saúde/doença, imagem corporal e corpo) e o que diz a literatura.

Parte principal: Aplicação do teste das silhuetas conforme Stunkard, Sorensen e Schlunsinger (1983 apud GRAUP et al., 2008).

Parte final: Discussão sobre a satisfação ou insatisfação da imagem corporal. Como tema de casa pesquisar sobre os conceitos debatidos em aula.

Aula nº 08

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Problematização da aula.

Parte principal: A partir do aprendizado e discussões até agora escrever um texto envolvendo imagem corporal, exercício físico, saúde.

Atividade de percepção do colega: tato e visão. Parte final: Alongamento para relaxamento.

Aula nº 09

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Problematização da aula.

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Parte principal: Visita dos locais para prática de exercício físico na cidade: academia, posto de saúde (piscina térmica) e ginásio; modalidades de musculação, hidroginástica e esporte.

Parte final: Discussão sobre as visitas.

Aula nº 10

Subtema: Imagem corporal, saúde e exercício físico. Parte inicial: Problematização da aula.

Parte principal: Questionário.

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ANEXO B – Questões para a Entrevista com o Professor de Educação Física

INTRODUÇÃO (conhecendo o professor) - Idade.

- Formação acadêmica. - Tempo de atuação.

- Experiência na Educação Física – Licenciatura e Bacharel. - Importância da Educação Física para o Ensino Médio. - Planejamentos das aulas.

- Objetivos empregados para o Ensino Médio.

- Método, linha ou referências utilizadas para o planejamento das aulas.

PARTE PRINCIPAL

 Diagnóstico da turma do 1º ano do Ensino Médio: COMPORTAMENTOS, ATITUDES, ENVOLVIMENTO...

 A imagem corporal sendo vista como a identidade do sujeito, que se relaciona com a cultura e sociedade que o mesmo está inserido. Como a escola e as próprias aulas de Educação Física estão auxiliando os educandos na construção de sua identidade, de sua visão de si do mundo?

 Na adolescência, período de transformações físicas, sociais e emocionais, nossos educandos estão vulneráveis e frágeis com tantas mudanças. Em diversos estudos pesquisados apontam que a maioria dos adolescentes estão insatisfeitos com questões ligadas ao corpo, devido a magreza ou a obesidade, enfim insatisfeito com sua imagem corporal. A que você, professor de Educação Física, agrega a essa insatisfação dos adolescentes? E como poderia estar auxiliando para que essa insatisfação não acarrete patologia com depressão, anorexia, entre outras.

 Maneiras que encontra para desenvolver esses assuntos nas aulas de Educação Física.

 Com o avanço das tecnologias, os adolescentes estão cada vez mais conectados com o mundo. Em relação ao corpo, tratado muitas vezes como objeto e fonte de consumo, como você observa que os alunos absorvem os padrões impostos pelas mídias (internet, músicas, TV, filmes, novelas, propagandas...). Dê sua opinião sobre os padrões de beleza.

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ANEXO C – Questionário Final com os Alunos

1. Conceitue: saúde e doença, corpo ideal e corpo saudável.

2. Quantas refeições faz ao dia: ( ) 2 a 3 vezes ao dia

( ) 4 a 5 vezes ao dia ( ) 6 ou mais ao dia ( ) Outras

3. Pratica algum exercício físico? Acha importante praticar?

4. As atividades desenvolvidas na Educação Física, você relaciona elas com práticas que envolvem saúde e qualidade de vida?

5. Considera-se belo? ( ) Sim

( ) Não Por quê?

6. Quais programas preferidos (internet, revistas, televisão, livros, músicas)?

7. Passa a maior parte do tempo livre fazendo... ( ) Internet

( ) Estudando, lendo ( ) Televisão

( ) Passeando ( ) Outros – Quais?

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ANEXO D – Cuidados Éticos

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do projeto: Imagem Corporal e Adolescência no Contexto da Educação Física Escolar

Pesquisadora responsável: Juliana Báo Ficagna

Telefone para contato (inclusive ligações a cobrar): (55) 9165-3493

A pesquisa consiste em compreender o papel da Educação Física Escolar em relação ao tema imagem corporal no período da adolescência. Tem como objetivo investigar o contexto sociocultural que auxilia os adolescentes a constituírem sua imagem corporal e como a Educação Física Escolar poderia relacionar suas práticas acerca do tema. Os sujeitos participantes do estudo serão alunos do 1º ano do Ensino Médio e seu professor de Educação Física. A coleta de dados será realizada a partir de questionários, teste da escala das silhuetas e avaliação das medidas antropométricas (peso, estatura e IMC) dos alunos participantes do estudo e entrevista semiestruturada com o professor.

Os sujeitos participantes do projeto não sofrerão nenhum risco, prejuízo ou desconforto. No entanto, os benefícios serão imensos, tentaremos identificar como os adolescentes reagem a mudanças no período da adolescência, suas satisfações e insatisfações corporais e como a Educação Física está direcionando suas práticas

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para auxiliar seus alunos a compreenderem e aceitarem sua imagem corporal. Compreender esse processo em relação à imagem corporal dos adolescentes acrescentaria na hora auxiliá-los a olhar criticamente em relação ao tema e a aceitação de si e do mundo que o cercam, buscando práticas saudáveis para promoção de sua saúde e bem-estar.

O período previsto de duração do projeto será de quatro meses (agosto a novembro). Será garantido sigilo absoluto da identidade dos participantes. Tendo liberdade absoluta de retirar o consentimento de participação em qualquer tempo.

Juliana Báo Ficagna Pesquisadora responsável

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _____________________________________, RG/CPF/nº de prontuário/nº de matrícula ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo _____________________________________________, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador ______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.

Local e data: ________________________________________________________ Nome e assinatura do sujeito ou responsável: ______________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar.

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome: __________________________ Assinatura: _________________________ Nome: __________________________ Assinatura: _________________________

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