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Manifestações Patológicas em Fachadas de Empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial na Cidade de Pelotas/RS: Residenciais Solar das Palmeiras e Paraíso.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Dissertação

Manifestações Patológicas em Fachadas de Empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial na Cidade de Pelotas/RS: Residenciais Solar das

Palmeiras e Paraíso

Vívian Michele Bandeira da Silva

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Vívian Michele Bandeira da Silva

Manifestações Patológicas em Fachadas de Empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial na Cidade de Pelotas/RS: Residenciais Solar das

Palmeiras e Paraíso

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profª. Ariela da Silva Torres, Drª. Coorientador: Prof. Charlei Marcelo Paliga, Dr.

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Vívian Michele Bandeira da Silva

Manifestações Patológicas em Fachadas de Empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial na Cidade de Pelotas/RS: Residenciais Solar das

Palmeiras e Paraíso

Dissertação aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Mestre em Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas.

Data da defesa: 26 de setembro de 2016

Banca examinadora:

... Prof. Drª. Ariela da Silva Torres (Orientadora)

Doutora em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

... Profª Drª Ângela Azevedo de Azevedo

Doutora em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

... Prof. Drª. Nirce Saffer Medvedovski

Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela Universidade de São Paulo

... Prof. Drª. Rosilena Martins Peres

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Dedico este trabalho ao meu incomparável amigo e salvador Jesus Cristo, ao meu marido, minha filha, meus pais, meu irmão e minha avó.

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Agradecimentos

Em primeiro lugar a Deus, o meu melhor amigo. Ele cuida de mim nos mínimos detalhes e me concede saúde para honrar as oportunidades que me levam a realização dos meus projetos e dos sonhos Dele pra mim.

Ao Espírito Santo, meu companheiro inseparável. Ele sempre me direciona para o caminho da vitória.

À Jesus Cristo, o meu maior exemplo de superação. Ele sempre aposta no meu potencial.

Aos queridos professores Ariela Torres e Charlei Paliga que, acreditaram no meu potencial e com muita competência e dedicação, orientaram este trabalho e tornaram esta trajetória produtiva, através de um convívio leve e alegre.

Aos professores das disciplinas do PROGRAU que me inseriram no universo da arquitetura e da pesquisa.

Aos colegas mestrandos e bolsistas do grupo NEPAMAT, pelo apoio e contribuições durante este período de desafios.

À Marques Imóveis, por viabilizar o acesso aos residenciais estudados. Ao IFSUL, pelo incentivo através da licença capacitação.

Aos meus estimados colegas da Coordenadoria de Design do IFSUL, pelo suporte e encorajamento.

Ao meu amado marido Cristiano, que abraçou este meu projeto e, ao longo da caminhada, se esforçou para me ajudar em tudo. O meu psicólogo preferido trabalhou muito em casa para manter esta mestranda no foco e ainda feliz.

À minha preciosa filha Lauren, que me acompanhou nos estudos dentro do ventre e após o nascimento. Ela é a expressão do infinito amor de Deus por nós. A sua existência tornou esta jornada ainda mais desafiadora, mas incrivelmente maravilhosa.

À minha extraordinária mãe Sandra, certamente a maior incentivadora dos meus estudos. Sempre incansável, me auxiliando em tudo, para que mais esta vitória fosse alcançada.

Ao meu incomparável pai João Mozart, por todo cuidado que tem comigo. Juntamente com minha mãe, ele sempre está disposto a me ajudar, abdicando das suas rotinas para cuidarem, tão carinhosamente, da nossa Lauren.

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À minha família, aos meus amigos e irmãos em Cristo, pelo incentivo e orações.

À todos que me inspiram, impulsionando-me a querer ser melhor a cada dia. Melhor profissionalmente e melhor para aqueles que amo, almejando sempre influenciar positivamente aos que fazem parte da minha história.

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Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha.

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Resumo

SILVA, Vívian Michele Bandeira da. Manifestações Patológicas em Fachadas de

Empreendimentos do Programa de Arrendamento Residencial na Cidade de Pelotas/RS: Residenciais Solar das Palmeiras e Paraíso. 2016. 148f. Dissertação

(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2016.

No Brasil, existe um histórico de problemas relacionados às habitações de interesse social. Roméro e Vianna (2002) apontam a necessidade de avaliar a situação atual desses conjuntos habitacionais, bem como, a satisfação de seus usuários e as eventuais demandas. Este trabalho tem como objetivo principal realizar um estudo comparativo dos levantamentos de manifestações patológicas incidentes, em períodos distintos, nas fachadas de dois conjuntos de Habitações de Interesse Social construídas na cidade de Pelotas/RS através do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Ademais, investigar a percepção dos usuários quanto às anomalias, no intuito de elevar a qualidade e a durabilidade de futuros empreendimentos, direcionar para ações adequadas na fase de utilização dos existentes, bem como, contribuir com estudos relacionados ao tema. A metodologia está baseada em vistorias técnicas por meio de observação direta nos dois conjuntos que formam o objeto de estudo, com o propósito de realizar levantamentos e registro de informações, através de fichas, fotografias e representações gráficas dos elementos. O método de avaliação pós-ocupação do tipo entrevista estruturada foi definido para a busca de resultados referentes à percepção do usuário. A partir do levantamento técnico atual, realizado nos residenciais Solar das Palmeiras e Paraíso, constatou-se que as principais manifestações patológicas apresentadas foram fissuras e umidade, sendo os problemas com descolamento de revestimento e sujidades menos representativos. Foi realizado um estudo comparativo entre os dados coletados durante o Projeto INQUALHIS (Geração de Indicadores de Qualidade dos Espaços Coletivos em Empreendimentos de Habitação de Interesse Social) e os dados obtidos na atual pesquisa. O Residencial Solar das Palmeiras apresentou, aproximadamente, 7,5 vezes mais incidências na pesquisa atual, realizada sete anos e oito meses depois. O Residencial Paraíso apresentou 111 vezes mais incidências, oito anos e três meses depois do primeiro levantamento. Continua evidente a predominância dos problemas de fissuração e umidade. Nas duas pesquisas a fissuração apresenta-se mais frequentemente nas fachadas oeste e norte. Concernente à umidade, a fachada sul apresenta maior incidência de problemas do que todas as outras fachadas. A ordem de relevância demonstrada pelos usuários no que diz respeito às anomalias existentes coincide com o levantamento técnico no Residencial Solar das Palmeiras, porém, no Residencial Paraíso não. Embora, a maioria dos entrevistados considere que as fachadas estejam em condição razoável e boa, quase a totalidade dos respondentes declararam serem necessárias as intervenções de manutenção. Os métodos complementares de avaliação pós-ocupação utilizados mostraram-se eficazes para obtenção dos resultados, correlacionando a observação realizada por especialistas e a percepção do usuário em relação às manifestações patológicas existentes nas fachadas dos conjuntos habitacionais estudados.

Palavras-chave: manifestações patológicas; avaliação pós-ocupação; habitações

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Abstract

SILVA, Vívian Michele Bandeira da. Programa de Arrendamento Residencial

Pathological Manifestations Facades in Pelotas City / RS: Residential Solar das Palmeiras and Paraíso. 2016. 148f. Dissertation (Master Degree em Arquitetura e

Urbanismo) - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2016.

In Brazil, there are historic problems in social housing. Roméro and Vianna (2002) point out the need to evaluate the current situation of housing, as well as the satisfaction of its users and any demands. This paper aims to conduct a comparative study of pathological manifestations incidents at various times surveys, on two sets Social Interest Housing facades of built in Pelotas / RS through the Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Furthermore, investigate the user’s perception of the deficiencies in order to improve the projects quality and durability, direct to appropriate actions in the existing use phase. The methodology is based on technical inspections through direct observation of the two sets that form the case of study, for the purpose of surveying and registration information through records, photographs and graphic representations. The post-occupation of the structured interview type evaluation method was set to the search results for the user perception. From the current technical survey carried out in residential Solar das Palmeiras and Paraíso it was found that the main pathological manifestations presented were cracks and moisture, and the problems with detachment coating and less representative dirt. A comparative study was carried out between the data collected during the INQUALHIS Project (Quality Indicators Generation of Collective Spaces in Social Housing Enterprises) and the data obtained in the current study. The Residential Solar das Palmeiras had approximately 7.5 times more impact on current research, conducted seven years and eight months later. Residential Paraíso had 111 times more incidences eight years and three months after the first survey, still evident predominance of cracks and moisture problems. In two surveys cracking appears more frequently in west and north facades. Concerning the humidity, the south facade has a higher incidence of problems than all other fronts. The order of relevance demonstrated by users with anomalies regard coincide with the technical survey in Residential Solar das Palmeiras. However, not in Paraíso. Although the majority of respondents consider that the facades are in reasonable condition and good, almost all respondents reported being necessary maintenance work. Complementary methods used post-occupancy evaluation were effective for results obtaining, correlating the observation made by experts and user perception in relation to existing pathological manifestations on the studied housing facades.

Keywords: pathological manifestations; post-occupancy evaluation; social housing;

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Lista de figuras

Figura 1 Delineamento da pesquisa ... 24

Figura 2 Agentes atuantes nos elementos das fachadas. ... 33

Figura 3 Eflorescência em revestimento argamassado com textura de acabamento ... 35

Figura 4 Bolor em revestimento argamassado de fachada. ... 37

Figura 5 Descolamento com empolamento em revestimento argamassado com pintura. ... 37

Figura 6 Vesícula em revestimento argamassado com textura de acabamento ... 38

Figura 7 Limo na parte inferior da fachada ... 39

Figura 8 Musgos no peitoril da esquadria ... 39

Figura 9 Vegetações parasitárias ... 39

Figura 10 Fissuração mapeada em revestimento de fachada. ... 41

Figura 11 Fissuras horizontais e verticais em revestimento de fachada ... 41

Figura 12 Fissura inclinada em revestimento de fachada ... 41

Figura 13 Descolamento em placas ... 44

Figura 14 Descolamento com pulverulência... 45

Figura 15 Descascamento de pintura ... 46

Figura 16 Sujidade avermelhada na parede, decorrente de uso inadequado (corte de materiais cerâmicos perto das fachadas) ... 46

Figura 17 Esquema da APO... 49

Figura 18 Fluxograma básico da APO. ... 50

Figura 19 Localização dos empreendimentos estudados durante o Projeto INQUALHIS no mapa urbano da cidade ... 64

Figura 20 Ampliações realizadas por moradores no Residencial Querência ... 65

Figura 21 Residencial Solar das Palmeiras ... 66

Figura 22 Residencial Paraíso ... 66

Figura 23 Exemplo do mapeamento das incidências relacionadas à umidade, ao descolamento de revestimento e à sujidade nas fachadas do Residencial Paraíso ... 68

Figura 24 Exemplo do mapeamento de fissuras nas fachadas do Residencial Paraíso ... 69

(11)

Figura 25 Ficha para análise de cada manifestação patológica do Residencial Solar

das Palmeiras ... 70

Figura 26 Exemplo de planilha utilizada para reestruturar os dados coletados nos levantamentos técnicos ... 71

Figura 27 Modelo de entrevista direcionada aos moradores do Residencial Paraíso ... 72

Figura 28 Inserção do Residencial Solar das Palmeiras na malha urbana da cidade ... 75

Figura 29 Implantação do Residencial Solar das Palmeiras ... 76

Figura 30 Área verde com equipamentos de uso coletivo ... 77

Figura 31 Espaços para lazer e estacionamento de motos ... 77

Figura 32 Via de acesso de veículos ... 78

Figura 33 Via de acesso de pedestres ... 78

Figura 34 Inserção do Residencial Paraíso na malha urbana da cidade ... 79

Figura 35 Implantação do Residencial Paraíso ... 80

Figura 36 Vista geral dos blocos, área verde e estacionamento ... 80

Figura 37 Vista geral dos blocos, vias de acesso e estacionamento ... 80

Figura 38 Vista frontal de bloco com espaço para estacionamento ... 81

Figura 39 Espaços intercalados para carros e motos ... 81

Figura 40 Entrada do Residencial Paraíso ... 81

Figura 41 Coletoras de resíduos e bicicletário ... 81

Figura 42 Salão de festas e área para convívio com churrasqueiras ... 82

Figura 43 Quadra esportiva e playground.. ... 82

Figura 44 Gráfico do percentual de incidência das manifestações patológicas existentes nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 84

Figura 45 Gráfico do percentual dos diversos tipos de fissuras existentes nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 84

Figura 46 Fissuras horizontais e verticais no revestimento ... 85

Figura 47 Fissura horizontal próxima à laje ... 85

Figura 48 Fissuras verticais sobre a viga de fundação ... 86

Figura 49 Fissuras inclinadas no canto superior da janela ... 86

Figura 50 Trinca inclinada próxima a viga de fundação ... 86

(12)

Figura 52 Gráfico do percentual de problemas relacionados à umidade nas

fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 87

Figura 53 Fungos no revestimento argamassado das paredes... 88

Figura 54 Acúmulo de fungos em áreas mais úmidas da fachada ... 88

Figura 55 Fungos nas superfícies do peitoril da janela ... 89

Figura 56 Fungos na direção em que a água escorre ... 89

Figura 57 Limos na parte superior da fachada ... 89

Figura 58 Vegetação parasitária junto ao peitoril ... 89

Figura 59 Musgos na viga de fundação ... 90

Figura 60 Musgos e fungos no peitoril ... 90

Figura 61 Sombreamento da fachada fundos oeste do Bloco “C” ... 90

Figura 62 Sombreamento da fachada fundos oeste do Bloco “D” ... 90

Figura 63 Vegetação parasitária localizada entre a tubulação e o revestimento ... 91

Figura 64 Manchas de umidade na parte inferior do revestimento ... 91

Figura 65 Sujidades na viga de fundação e no revestimento ... 92

Figura 66 Ajardinamento inadequado ... 92

Figura 67 Sujidades decorrentes do corte de materiais cerâmicos junto às fachadas ... 93

Figura 68 Sujidades decorrentes do corte de materiais cerâmicos junto às fachadas ... 93

Figura 69 Sujidades na parte inferior do peitoril da janela ... 93

Figura 70 Sujidades no entorno da esquadria ... 93

Figura 71 Escorrimento de elementos orgânicos ... 94

Figura 72 Manchas de corrosão geradas a partir do suporte do condicionador de ar ... 94

Figura 73 Descolamento em placa devido à instalação inadequada do condicionador de ar ... 95

Figura 74 Descolamento em placa resultante da instalação de grade na janela... 95

Figura 75 Descolamento em placa ocorrido durante instalação de cabeamentos ... 95

Figura 76 Descolamentos de revestimento causados por choques/impactos ... 95

Figura 77 Descascamento de pintura no revestimento ... 96

Figura 78 Descolamento de revestimento com pulverulência ... 96

Figura 79 Gráfico com o número de manifestações patológicas por m² nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras, de acordo com a orientação solar .. 97

(13)

Figura 80 Gráfico com incidência das manifestações patológicas nas fachadas do

Residencial Solar das Palmeiras, de acordo com a orientação solar ... 98

Figura 81 Gráfico comparativo de incidências das manifestações patológicas diagnosticadas durante o Projeto INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 100

Figura 82 Gráfico comparativo dos diversos tipos de fissuras diagnosticadas durante o Projeto INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 101

Figura 83 Gráfico do percentual de incidência das manifestações patológicas existentes nas fachadas do Residencial Paraíso ... 103

Figura 84 Gráfico do percentual dos diversos tipos de fissuras existentes nas fachadas do Residencial Paraíso ... 104

Figura 85 Fissura horizontal e fissura vertical no revestimento ... 104

Figura 86 Fissura horizontal típica nos casos de expansão da argamassa de assentamento ... 104

Figura 87 Fissuras horizontais próximas às aberturas ... 105

Figura 88 Fissuração próxima ao contato da laje com a alvenaria ... 105

Figura 89 Fissura no encontro da parede interna do dormitório e externa da fachada ... 105

Figura 90 Fissura no encontro da parede interna do banheiro e externa da fachada ... 105

Figura 91 Fissuras verticais sobre a viga de fundação ... 106

Figura 92 Fissura inclinada no canto superior da janela ... 106

Figura 93 Fissuras em forma de mapa abaixo da janela ... 106

Figura 94 Fissuração do tipo mapeada no revestimento argamassado ... 106

Figura 95 Gráfico do percentual de problemas relacionados à umidade nas fachadas do Residencial Paraíso ... 107

Figura 96 Apresentação de fungos na fachada dos fundos com orientação solar sul ... 108

Figura 97 Fachada frontal sul com presença generalizada de fungos ... 108

Figura 98 Aglomeração de fungos junto ao aparelho de ar condicionado ... 108

Figura 99 Concentração de fungos na região abaixo da janela ... 108

(14)

Figura 101 Vegetações parasitárias no revestimento das paredes do reservatório de

água. ... 109

Figura 102 Vegetações localizadas na calha do telhado ... 109

Figura 103 Vegetações junto à viga de fundação. ... 109

Figura 104 Limos no alinhamento de tubos de queda de água pluviais. ... 110

Figura 105 Apresentação de limos nas fachadas ... 110

Figura 106 Musgos revestindo a viga de fundação ... 110

Figura 107 Presença de musgos e fungos na laje de entrada dos blocos ... 110

Figura 108 Manchas de umidade abaixo da instalação de floreiras. ... 111

Figura 109 Descolamentos com empolamento e eflorescências na laje da entrada do bloco ... 111

Figura 110 Deslocamento da calha do telhado ... 112

Figura 111 Distanciamento do bocal de saída da calha em relação à entrada do tubo de queda ... 112

Figura 112 Descascamento da pintura na viga de fundação ... 112

Figura 113 Descascamento da pintura no peitoril ... 112

Figura 114 Descascamento de pintura em ponto isolado do revestimento ... 113

Figura 115 Descascamento de pintura em fissuras existentes ... 113

Figura 116 Descolamentos em placas gerados durante a instalação do condicionador de ar ... 113

Figura 117 Descolamentos em placas decorrentes da instalação de grade de proteção na janela ... 113

Figura 118 Descolamento em placa resultante da instalação de cabos. ... 113

Figura 119 Descolamento em placa na aresta da parede devido a impacto ... 113

Figura 120 Descolamento em placa na base do armário de energia ... 114

Figura 121 Descolamento com pulverulência na base do armário de energia ... 114

Figura 122 Resíduos na viga de fundação, decorrentes de procedimentos de manutenção ... 115

Figura 123 Sujidades no entorno da abertura ... 115

Figura 124 Sujidades decorrentes de materiais cerâmicos na fachada dos fundos 116 Figura 125 Sujidades decorrentes de materiais cerâmicos na fachada frontal ... 116

Figura 126 Sujidade gerada pelo escorrimento de elemento orgânico ... 116

Figura 127 Escrita executada na fachada do residencial ... 116

(15)

Figura 129 Mancha de corrosão devida à oxidação nos elementos de fixação do ar condicionado ... 117 Figura 130 Manchas de corrosão decorrentes da oxidação da grade de proteção da

janela ... 117 Figura 131 Mancha de corrosão causada pela oxidação do varal se secagem de

roupas ... 117 Figura 132 Gráfico com o número de manifestações patológicas por m² nas fachadas

do Residencial Paraíso, de acordo com a orientação solar ... 118 Figura 133 Gráfico com incidência das manifestações patológicas nas fachadas do

Residencial Paraíso, de acordo com a orientação solar ... 119 Figura 134 Gráfico comparativo de incidências das manifestações patológicas

diagnosticadas durante o Projeto INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Paraíso ... 121 Figura 135 Gráfico comparativo dos diversos tipos de fissuras diagnosticadas

durante o Projeto INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do

Residencial Paraíso ... 122 Figura 136 Porcentagem das manifestações patológicas, de acordo com a relevância

dada pelo usuário do Residencial Solar das Palmeiras ... 124 Figura 137 Percepção do usuário em relação à prioridade de manutenção das

fachadas no Residencial Solar das Palmeiras ... 125 Figura 138 Porcentagem da percepção do usuário em relação à prioridade de

manutenção das fachadas no Residencial Solar das Palmeiras ... 126 Figura 139 Intervenção de limpeza realizada por morador do bloco “D” em fachada

dos fundos do Residencial Solar das Palmeiras ... 127 Figura 140 Porcentagem da percepção do usuário em relação à situação das

fachadas no Residencial Solar das Palmeiras ... 127 Figura 141 Porcentagem das manifestações patológicas, de acordo com a relevância

dada pelo usuário no Residencial Paraíso ... 130 Figura 142 Percepção do usuário em relação à prioridade de manutenção das

fachadas do Residencial Paraíso ... 131 Figura 143 Porcentagem da percepção do usuário em relação à prioridade de

manutenção das fachadas do Residencial Paraíso ... 131 Figura 144 Parte da fachada dos fundos do bloco “A” do Residencial Paraíso lavada

(16)

Figura 145 Parte da fachada frontal do bloco “B” do Residencial Paraíso lavada por moradores dos primeiros andares ... 132 Figura 146 Parte da fachada frontal do bloco “B” do Residencial Paraíso lavada por

morador ... 132 Figura 147 Parte da fachada frontal do bloco “C” do Residencial Paraíso lavada por

morador ... 132 Figura 148 Porcentagem da percepção do usuário em relação à situação das

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Lista de tabelas

Tabela 1 Número de incidências das manifestações patológicas diagnosticadas durante a pesquisa INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 100 Tabela 2 Percentual de incidência das manifestações patológicas diagnosticadas

durante a pesquisa INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras, de acordo com a orientação solar ... 102 Tabela 3 Número de incidências das manifestações patológicas diagnosticadas

durante a pesquisa INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Paraíso ... 120 Tabela 4 Percentual de incidência das manifestações patológicas diagnosticadas

durante a pesquisa INQUALHIS e na pesquisa atual nas fachadas do Residencial Paraíso, de acordo com a orientação solar ... 122

(18)

Sumário 1 Introdução ... 21 1.1 Contexto da pesquisa ... 21 1.2 Objetivos da pesquisa ... 23 1.2.1 Objetivo principal ... 23 1.2.2 Objetivos específicos... 23 1.3 Delineamento da pesquisa ... 23 1.4 Estrutura da dissertação... 24 1.5 Delimitações da pesquisa ... 25 2 Revisão bibliográfica ... 26

2.1 Habitações de interesse social ... 26

2.1.1 Programa de Arrendamento Residencial ... 28

2.2 Manifestações patológicas ... 31

2.2.1 Origens, causas e classificações das manifestações patológicas ... 31

2.2.1.1 Umidade ... 33

2.2.1.1.1 Eflorescência ... 35

2.2.1.1.2 Fungos ... 35

2.2.1.1.3 Descolamento com empolamento ... 37

2.2.1.1.4 Musgos, limos e vegetação parasitária ... 38

2.2.1.2 Fissuras e trincas ... 40

2.2.1.3 Descolamento de revestimento ... 43

2.2.1.4 Sujidade ... 46

2.3 Avaliação pós-ocupação ... 47

2.3.1 Métodos e técnicas de avaliação pós-ocupação ... 51

2.3.1.1 Walkthrough ... 52

2.3.1.2 Entrevista ... 53

2.4 Habitações de interesse social x Manifestações patológicas x Avaliação pós-ocupação ... 55

3 Metodologia ... 63

3.1 Estudo de caso ... 63

(19)

3.1.2 Obtenção de dados quanto à percepção do usuário ... 71

3.2 Análise dos dados ... 73

4 Caracterização do objeto de estudo ... 74

4.1 Residencial Solar das Palmeiras ... 74

4.2 Residencial Paraíso ... 78

5 Resultados ... 83

5.1 Levantamentos das manifestações patológicas nas fachadas do Residencial Solar das Palmeiras ... 83

5.1.1 Fissuras/Trincas ... 84

5.1.2 Umidade ... 86

5.1.3 Sujidades ... 91

5.1.4 Descolamento de revestimento ... 94

5.1.5 Localização, origens e causas das manifestações patológicas no Residencial Solar das Palmeiras ... 96

5.1.6 Comparativo entre os dados do levantamento do Projeto INQUALHIS e os obtidos na atual pesquisa no Residencial Solar das Palmeiras ... 99

5.2 Levantamentos das manifestações patológicas nas fachadas do Residencial Paraíso ... 102

5.2.1 Fissuras/Trincas ... 103

5.2.2 Umidade ... 106

5.2.3 Descolamento de revestimento ... 112

5.2.4 Sujidades ... 114

5.2.5 Localização, origens e causas das manifestações patológicas no Residencial Paraíso ... 118

5.2.6 Comparativo entre os dados do levantamento do Projeto INQUALHIS e os obtidos na atual pesquisa no Residencial Paraíso ... 120

5.3 Entrevistas com os moradores do Residencial Solar das Palmeiras ... 123

5.4 Entrevistas com os moradores do Residencial Paraíso ... 128

6 Conclusões e considerações finais ... 134

6.1 Sobre os resultados dos levantamentos... 134

(20)

6.3 Sobre a percepção dos usuários ... 137

6.4 Conclusões e considerações gerais ... 138

6.5 Sugestões para estudos futuros ... 139

(21)

1 Introdução

Este capítulo apresenta o contexto no qual se insere o estudo, seus objetivos, o delineamento da pesquisa ea estrutura da dissertação.

1.1 Contexto da pesquisa

Assim como na medicina, na área de engenharia, Patologia pode ser entendida como o ramo que se dedica ao estudo das doenças, de suas causas, seus sintomas e suas alterações, podendo ser considerada também como qualquer desvio em relação a um estado considerado normal. Segundo Carmona Filho (2009) a Patologia das Construções é uma ciência relativamente nova, que estuda os diversos problemas a que as construções estão sujeitas, sejam eles decorrentes de falhas no projeto ou na execução, mau uso ou o envelhecimento natural das construções.

Numa estrutura, um sintoma, para ser considerado patológico, deve comprometer algumas das exigências da construção, seja de capacidade mecânica, funcional ou estética. Como a manifestação patológica pode ser influenciada pelo comportamento da estrutura em uso, pelo tempo e pelas condições de exposição, percebe-se, portanto, que há uma forte relação entre a manifestação patológica e desempenho, vida útil e durabilidade da edificação (ANDRADE e SILVA, 2005).

A exposição aos agentes agressivos é evidente nas fachadas, favorecendo o aparecimento de manifestações patológicas. Segundo Albernaz e Lima (2000), fachada é cada uma das faces externas da construção, sendo que o caráter da edificação é em grande parte devido às mesmas. Portanto, é importante a prevenção das ocorrências de manifestações patológicas nos revestimentos de fachada que são os elementos mais visados e designados a complementar as vedações, proteger e propiciar o acabamento final. Barth (2007) afirma que as fachadas têm poder de produzir a imagem do edifício e de criar a sua identidade visual, além de, também, melhorar o desempenho ambiental, atuando como elemento condicionador natural do edifício.

Consoli (2006) afirma que a durabilidade e o desempenho das fachadas dependem das decisões tomadas nas diversas etapas do processo de produção dos edifícios, ou seja, no planejamento, projeto, especificação, materiais, execução e utilização (operação e manutenção). O bom andamento desse processo deve levar a

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uma série de atividades programadas que prolongam sua vida útil a um custo compensador.

No Brasil, houve um crescimento na área da habitação, mas infelizmente existe um histórico de problemas relacionados às habitações de interesse social que compõem este cenário. Cabe salientar que a situação econômica do país favorece a alta procura dos brasileiros a aquisição de moradias de baixa renda, em função de custo e auxílios financeiros cedidos pelo governo. Roméro e Vianna (2002) apontam a necessidade de avaliar a situação desses conjuntos habitacionais na realidade atual, seu impacto em termos de habitação social irradiando nas vizinhanças e na cidade, a satisfação de seus usuários e as eventuais demandas latentes.

Os estudos nesta área, de ocorrência de manifestações patológicas em habitações de baixa renda, permitem estabelecer medidas adequadas que promovam maior qualidade e durabilidade das edificações e maximizem a satisfação dos usuários. É fundamental obter dados que apontem melhorias nos procedimentos das etapas de projeto, produção, operação e manutenção, e evitem anomalias em futuros empreendimentos.

Considerando o exposto anteriormente, torna-se necessário estabelecer mecanismos de retro-alimentação a partir da avaliação de desempenho técnico focado na origem das manifestações patológicas, semelhantemente ao trabalho realizado por Medvedovski (2010), bem como buscar dados quanto à percepção do usuário em relação às anomalias verificadas, com o intuito de fornecer informações que motivem ações que resultem em uma maior satisfação dos moradores.

A escolha do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) para realizar este estudo, ocorreu em função de que este é um dos principais programas habitacionais desenvolvidos no país. O fato de selecionar empreendimentos localizados em Pelotas/RS é relevante porque a cidade possui um número expressivo de conjuntos construídos dentro desta modalidade, sendo contemplada com dezoito empreendimentos, além de existirem pesquisas anteriormente realizadas (como por exemplo, a pesquisa INQUALHIS, desenvolvida pela Universidade Federal de Pelotas) que possibilitam estudos comparativos das manifestações patológicas incidentes em períodos distintos.

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1.2 Objetivos da pesquisa

1.2.1 Objetivo principal

Este trabalho tem como objetivo principal realizar um estudo comparativo dos levantamentos de manifestações patológicas incidentes, em períodos distintos, nas fachadas de dois conjuntos de Habitações de Interesse Social construídas na cidade de Pelotas/RS através do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Ademais, investigar a percepção dos usuários quanto às anomalias, no intuito de elevar a qualidade e a durabilidade de futuros empreendimentos, direcionar para ações adequadas na fase de utilização dos existentes, bem como, contribuir com estudos relacionados ao tema.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos desta pesquisa são:

a) diagnosticar as manifestações patológicas das fachadas dos blocos dos conjuntos habitacionais de baixa renda;

b) analisar as incidências e prováveis origens e causas das manifestações patológicas detectadas;

c) comparar os dados atuais (coletados em 2015 e 2016) com os dados coletados anteriormente (2008), durante o projeto INQUALHIS (Geração de Indicadores de Qualidade dos Espaços Coletivos em Empreendimentos de Habitação de Interesse Social), nos mesmos residenciais;

d) verificar a percepção do usuário quanto aos problemas apresentados e o seu grau de satisfação perante o objeto de estudo.

1.3 Delineamento da pesquisa

O delineamento da pesquisa e as etapas que constituem este trabalho são apresentados na figura 1.

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Figura 1 - Delineamento da pesquisa. 1.4 Estrutura da dissertação

Este trabalho é constituído por seis capítulos, organizados da seguinte forma: a) Capítulo 1 – Introdução: identifica o contexto em que o trabalho está

inserido, apresentando seus objetivos, o delineamento da pesquisa e a estrutura da dissertação;

b) Capítulo 2 – Revisão bibliográfica: trata da revisão bibliográfica sobre as questões que serão abordadas na dissertação, como habitações de interesse social, manifestações patológicas em fachadas de edificações e finalizando com conceitos e procedimentos de avaliação pós-ocupação; c) Capítulo 3 – Metodologia: descreve a metodologia utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa, detalhando os métodos e especificando as etapas do processo;

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d) Capítulo 4 – Caracterização do objeto de estudo: caracteriza os dois empreendimentos analisados na presente pesquisa de mestrado;

e) Capítulo 5 – Resultados: apresenta os dados obtidos através dos levantamentos e entrevistas realizados, além de um estudo comparativo; f) Capítulo 6 – Conclusões e considerações finais: contém as conclusões

decorrentes dos resultados obtidos, considerações finais e sugestões para estudos futuros.

1.5 Delimitações da pesquisa

A análise das manifestações patológicas está restrita às fachadas externas dos blocos dos conjuntos habitacionais: Paraíso (5 pavimentos) e Solar das Palmeiras (5 pavimentos), selecionados conforme os critérios apresentados no capítulo da metodologia.

As manifestações patológicas abordadas no trabalho correspondem, basicamente, das decorrentes de umidade, fissuras/trincas e descolamentos de revestimentos, conforme a classificação de Ioshimoto (1994 apud PERES, 2001). Acrescentando-se os danos de sujidades.

O estudo limita-se ao diagnóstico e quantificação das incidências, com indicação das prováveis causas e origens, não registrando medidas para recuperação ou manutenção dos elementos construtivos. No entanto, o entendimento da relação causa e origem implicitamente sugere ações de prevenção das manifestações patológicas abordadas.

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2 Revisão bibliográfica

Este capítulo irá dissertar sobre os assuntos principais a serem abordados neste estudo, como habitações de interesse social com seus conceitos e programas, manifestações patológicas em edificações, finalizando com definições e procedimentos de avaliação pós-ocupação.

2.1 Habitações de interesse social

A função principal de uma habitação é de proteger o ser humano das intempéries e de intrusos. Com o desenvolvimento de suas habilidades, o homem passou a utilizar materiais disponíveis em seu meio, tornando o abrigo cada vez mais elaborado (ABIKO, 1995). Além de abrigar, Pedro (2002) afirma que a habitação deve atender características espaço-funcionais, sócio-culturais e estéticas próprias.

Quanto ao termo Habitação de Interesse Social (HIS), Abiko (1995) define como uma série de soluções de moradia voltada à população de baixa renda. Este autor afirma que o termo tem prevalecido nos estudos sobre gestão habitacional e vem sendo utilizado por várias instituições e agências, ao lado de outros equivalentes, como apresentado abaixo:

a) habitação de baixo custo: termo utilizado para designar habitação barata sem que isto signifique necessariamente habitação para população de baixa renda;

b) habitação para população de baixa renda: é um termo mais adequado que o anterior, tendo a mesma conotação que HIS. Estes termos trazem, no entanto, a necessidade de se definir a renda máxima das famílias e indivíduos situados nesta faixa de atendimento;

c) habitação popular: termo genérico envolvendo todas as soluções destinadas ao atendimento de necessidades habitacionais.

Estudos sobre a habitação no Brasil apareceram inicialmente nas décadas de 50 e 60, ganhando impulso nos anos 70 (CHIARELLI, 2014). Durante anos, a maioria dos trabalhos, segundo Valladares (1983 apud CHIARELLI, 2014), concentrava-se na análise da experiência a partir da criação do Banco Nacional de Habitação (BNH). Na década de 80, Kalil (2001apud CHIARELLI, 2014) diz que com a derrocada do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e a extinção do BNH, o

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volume de obras foi declinando até a inércia em muitos estados, fazendo com que houvesse uma espécie de dormência do tema.

Abreu (2012) caracterizou a produção acadêmica brasileira sobre o tema HIS, no período de 2006 a 2010. As análises quantitativas foram realizadas a partir da catalogação de 251 trabalhos no Banco de Teses e Dissertações HIS desenvolvido pela autora. No procedimento de análise qualitativa foram analisados quatro itens: contextos, contribuições, desafios/oportunidades e dificuldades encontradas. A autora afirma que a produção acadêmica tem resultados relevantes e possíveis de serem inseridos na realidade da produção de habitação social do país.

Larcher (2005) apresentou contribuições às instituições e profissionais envolvidos na concepção e produção de HIS. Foi elaborada uma lista de verificação de diretrizes de expansão da HIS, que permitiu a avaliação do desempenho quanto aos atributos de adaptação ao uso e a soluções construtivas adotadas, por meio de observações e registros realizados em dois conjuntos habitacionais da cidade de Pato Branco no estado do Paraná. As conclusões da pesquisa apontaram para o fato de que na ação pela melhoria das suas condições de habitação, na maioria das vezes os moradores deste tipo de habitação realizam intervenções sem critério técnico, resultando em soluções de baixa qualidade construtiva e de conforto.

Uma avaliação de sistemas construtivos para HIS foi realizada por Mello (2004) considerando o ponto de vista da industrialização na construção e da gestão dos processos de produção. O autor detalhou sete sistemas construtivos da Caixa Econômica Federal e um oitavo sistema, com possibilidades de recursos para materiais. Mello (2004) conclui que as tecnologias analisadas possuem condições de produzir HIS com eficiência diante dos requisitos de desempenho definidos nos métodos de avaliação utilizados.

Gouveia (2013) diz que o déficit habitacional no país atinge aproximadamente oito milhões de moradias, estimando-se que até 2023, se mantido o ritmo atual, esse valor chegue a trinta e um milhões. Ele afirma ainda, que parte do estoque existente, apresenta qualidade deficiente e que as construtoras apresentam dificuldades em se adequar aos parâmetros de custo e qualidade exigidos pelo atual PMCMV.

De acordo com o Ministério das Cidades, no Brasil o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) foi instituído pela Lei Federal nº 11.124 de 16 de junho de 2005 e tem como objetivo principal implementar políticas e programas que promovam o acesso à moradia digna para a população de baixa renda, que

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compõe a quase totalidade do déficit habitacional do país. Além disso, esse sistema centraliza todos os programas e projetos destinados às HIS, sendo integrado pelos seguintes órgãos e entidades: Ministério das Cidades, Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, Caixa Econômica Federal, Conselho das Cidades, Conselhos, Órgãos e Instituições da Administração Pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios, relacionados às questões urbanas e habitacionais, entidades privadas que desempenham atividades na área habitacional e agentes financeiros autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015).

2.1.1 Programa de Arrendamento Residencial

Nas últimas décadas, o Brasil tem enfrentado o problema da falta de moradia através de programas públicos para habitações de interesse social como o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), que é foco desta pesquisa.

O PAR foi criado através de Medida Provisória 1.823, de 29 de abril de 1999, reeditada sob nº 1.864-5 em 25 de agosto de 1999. Esse documento instituiu o PAR a propiciar moradia à população de baixa renda concentrada nos grandes centros urbanos, sob a forma de arrendamento residencial. Posteriormente, a Medida Provisória foi transformada na Lei Nº 10.188 em 14 de fevereiro de 2001 (CHIARELLI, 2006).

No ano de 2008 a Caixa Econômica Federal publicou a Cartilha do PAR, a qual informa que o programa surgiu frente a uma realidade de déficit expressivo de moradias para a população de baixa renda, na faixa de até 6 salários mínimos, principalmente nos grandes centros urbanos, sendo que as estatísticas indicavam que aproximadamente 98% dessa parcela da população não possuía moradia considerada adequada e nem perspectiva de aquisição. Esta publicação ressalta que as famílias de baixa renda pagavam pelo aluguel, em termos proporcionais, mais do que as de classe média, e o valor do aluguel nos grandes centros representava um percentual médio de 2% sobre o valor do imóvel para famílias com ganhos de até 3 salários, enquanto que a classe média pagava apenas 0,6% sobre o valor das unidades (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008).

Quanto à origem dos recursos necessários para viabilizar o PAR, foi criado o FAR - Fundo de Arrendamento Residencial, composto de recursos provenientes de

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fundos e programas governamentais em extinção e de recursos obtidos por meio de empréstimo junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008).

Os imóveis adquiridos pelo PAR, para posterior arrendamento, podem ser empreendimentos na planta, em construção, concluídos ou para reforma, prioritariamente localizados nos grandes centros urbanos, que abrange todas as Capitais e Regiões Metropolitanas e os municípios com população urbana superior a 100 mil habitantes (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008). A unidade padrão é composta de 2 quartos, sala, cozinha e banheiro, com área útil mínima de 37m², exceto nos projetos de recuperação, que são analisados individualmente. A configuração das unidades com especificação mínima varia em função da região do empreendimento. O prazo de execução das obras é limitado a, no máximo, 18 meses, contados da data da assinatura do contrato.

Chiarelli (2014) informa que a primeira alternativa do PAR foi criada para atender a faixa de renda de três a seis salários mínimos, denominada PAR NORMAL. Posteriormente, visando alcançar a faixa onde o déficit habitacional estava mais concentrado, foi criado o PAR ESPECIAL, direcionado às famílias com renda de até quatro salários mínimos, sendo introduzidas adaptações, no sentido de reduzir o custo das obras e facilitar a forma de pagamento para viabilizar o acesso ao programa. Esta autora esclarece que a nova modalidade PAR ESPECIAL, entre outras medidas, aceita o aumento do número de unidades, que passa da recomendação inicial de até 160, para 500 unidades. Também é admitido o acréscimo do número de pavimentos de 4 para até 5, admitindo a redução da área dos apartamentos, de 37m² para 33m². Da mesma forma, as especificações do PAR ESPECIAL foram flexibilizadas em relação ao acabamento dos apartamentos, sendo entregues sem piso instalado (só com o cimento alisado), ficando o acabamento por conta do arrendatário. Também não havia mais a obrigação de colocar portas nos dois dormitórios, sendo um dos compartimentos entregue sem porta. Quanto à cobertura, começou a ser admitido o uso de telhas de fibrocimento. Ocorreram também alterações nas especificações dos revestimentos. Internamente passou a ser permitido chapisco e massa única nos painéis das paredes do banheiro e hidráulica da cozinha, com demais paredes sem revestimento. Externamente passou a ser permitido o uso apenas de chapisco e massa única.

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A Cartilha do PAR registra a proibição de qualquer alteração ou modificação de aparência, estrutura ou projeto do imóvel, objeto do contrato de arrendamento, inclusive nas áreas comuns, sem a prévia e expressa anuência da Caixa (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008).

No Relatório de Gestão do Fundo de Arrendamento Residencial, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades informam que entre 1999 e 2009, foi registrada a aquisição de 273.145 unidades habitacionais distribuídas em 1.735 empreendimentos localizados em 238 municípios brasileiros, beneficiando uma população estimada em 1.109.000 pessoas. No Rio Grande do Sul foram construídos 115 empreendimentos compostos por um total de 20.091 unidades habitacionais (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010).

Segundo Chiarelli (2014), o PAR foi implantado em 35 municípios do Rio Grande do Sul, e a cidade de Pelotas teve a maior produção deste tipo de empreendimentos, superior até mesmo ao conjunto de obras que foi realizado na capital do estado.

Em Pelotas, entre os anos de 2001 e 2008, foram licenciados quinze conjuntos habitacionais em forma de blocos e três conjuntos com habitações de dois andares. Os conjuntos habitacionais em forma de blocos são: Guerreiro, Solar do Sul, Marcílio Dias, Alta Vista, Bairro Cidade, Laçador, Duque de Caxias, Cruzeiro, Porto, Jardins da Baronesa, Regente, Solar das Palmeiras, Estrela Gaúcha, Paraíso e Terra Sul. E os conjuntos compostos por dois andares são: Princesa do Sul, Querência e Charqueadas (CHIARELLI, 2014).

O Ciclo do Programa de Arrendamento Residencial encerrou-se em Pelotas em junho de 2010, com a entrega do Residencial Terra Sul. Totalizando 3.177 unidades construídas em 18 conjuntos habitacionais (SINDUSCON, 2010).

Assim como ocorreu nas mais diversas regiões do Brasil, após a vivência de Pelotas com o PAR, a cidade começou uma experiência com a produção de HIS a partir do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV-FASE1), tendo continuidade em 2011 através da FASE 2 (CHIARELLI, 2014). No programa habitacional Minha Casa, Minha Vida é oferecida a compra do imóvel ainda na planta e os moradores se tornam proprietários no ato da compra. Nesta modalidade são estabelecidos subsídios, taxas de juros e número de prestações de acordo com a faixa na qual se enquadra a renda familiar, sendo possível parcelar o pagamento em até trinta anos.

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2.2 Manifestações patológicas

No cenário nacional e internacional, a construção civil apresenta-se em situação de crescimento, destacando-se a utilização de novos produtos e materiais, o desenvolvimento de técnicas construtivas inovadoras, além do uso de tecnologias avançadas no setor de projetos. Mesmo sendo evidente a evolução tecnológica na área, a realidade mostra uma grande incidência de manifestações patológicas nas construções, existindo uma constante preocupação com o desempenho das edificações. Esta inquietação com os problemas recorrentes, bem como a necessidade de soluções, incentivam a propagação de conhecimentos na área de Patologia das Construções.

França et al. (2011) afirmam que apesar de o termo Patologia estar consolidado na área de reabilitação e conservação de edificações, há um grande equívoco no emprego da palavra Patologia, tanto entre leigos como no meio técnico. Ouve-se repetidamente a palavra Patologia sendo empregada para definir o que na verdade deve ser chamado de manifestação patológica. Estes autores informam que em termos apropriados, uma manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo de degradação e a Patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica. Em função disso, fica claro que a Patologia é um termo muito mais amplo do que manifestação patológica, uma vez que ela é a ciência que estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que se relaciona com a degradação de uma edificação. Além do que já foi exposto, os autores citam outro emprego do termo que se dá de forma errônea, no que diz respeito ao uso da Patologia no plural, referindo-se a diversas manifestações patológicas. A ciência Patologia é única e possui aplicação em diversas áreas do conhecimento, sendo importante se conscientizar que não se vê a Patologia e sim se estuda Patologia, pois ela é uma ciência. O que se enxerga em uma vistoria são as manifestações patológicas, ou seja, os sintomas que a edificação apresenta.

2.2.1 Origens, causas e classificações das manifestações patológicas

De acordo com Azevedo e Guerra (2009), alguns conceitos, como origem e causa das manifestações patológicas, frequentemente são empregados de maneira pouco precisa na literatura. Portanto, é conveniente esclarecer estes conceitos.

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Estes autores apresentam um exemplo, evidenciando a diferença entre origem e causa das manifestações patológicas e estabelecendo o diagnóstico do quadro. Os sintomas observados no objeto de estudo foram identificados como descolamento e empolamento do revestimento (argamassa) atingindo somente a camada de reboco. A causa foi definida como água de infiltração, gerando, consequentemente, alteração química dos materiais. A partir do estabelecimento da causa da manifestação patológica em questão, foi estabelecido o diagnóstico: a infiltração de água, através das trincas da face externa da parede, sujeita a intempéries, acentuada por ausência de beiral (platibanda), causou a hidratação dos óxidos presentes na cal, a qual não foi devidamenteextinta (hidratada). Portanto, a origem desta manifestação patológica foi falha na etapa de execução.

Além do exemplo citado por Azevedo e Guerra (2009), Helene (1992) e Granato (2002) esclarecem os conceitos de causa e origem, respectivamente. A causa das manifestações patológicas, de acordo com Helene (1992), está relacionada a vários fenômenos que influenciam no surgimento das anomalias. Sendo destacadas pelo autor as cargas excessivas, variações de umidades, variações térmicas, agentes biológicos, incompatibilidade de materiais, agentes atmosféricos, entre outros.

Quanto à origem, Granato (2002) conceitua como sendo a etapa do processo construtivo em que ocorreu o problema. O autor cita como exemplos as etapas de planejamento/concepção, projeto e fabricação de materiais.

A incidência de anomalias nas edificações está relacionada ao nível do controle da qualidade realizado em cada uma das etapas do desenvolvimento, bem como, à compatibilidade entre as mesmas. Conforme Verçosa (1991 apud PERES, 2004), a ocorrência de manifestações patológicas em edificações pode ter origem no projeto, execução, materiais, mau uso e mau planejamento.

As manifestações patológicas estão relacionadas também à exposição aos agentes de degradação. Resende (2004) afirma que os revestimentos de fachadas estão submetidos a uma maior quantidade e intensidade destes agentes. Dentre estes agentes, Selmo (1989 apud RESENDE, 2004) lista as forças de impacto, o vento, a chuva, a umidade, a poluição atmosférica, as plantas e micro-organismos, a variação de temperatura, a radiação solar e as vibrações (Figura 2).

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Figura 2 – Agentes atuantes nos elementos das fachadas. Fonte: RESENDE, 2004 adaptado de SELMO, 1989.

Ioshimoto (1994 apud PERES, 2001) classifica as manifestações patológicas em três grandes grupos: umidade, fissuras/trincas e descolamento de revestimento. O desempenho e a durabilidade das fachadas das edificações frequentemente são afetados por estas anomalias. Em função deste trabalho também ter abordado o problema com sujidades, pois as fachadas observadas nesta pesquisa apresentam alterações significativas relacionadas à sujidade, esta revisão também irá dissertar sobre esse item.

2.2.1.1 Umidade

Conforme Perez (1988 apud PERES, 2004), a natureza/causa da umidade e a forma como esta se manifesta, pode ser descrita em cinco tipos:

a) umidade de obra: originada nos trabalhos de construção das edificações, que permanece nos elementos construtivos durante algum tempo após o término da obra, diminuindo gradativamente até desaparecer. Um exemplo é a umidade contida nas argamassas de reboco que, após sua aplicação, transferem o excesso de água às alvenarias, necessitando de um prazo superior do que o da cura do reboco para ausentar-se;

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b) umidade de absorção e capilaridade: gerada da absorção da água existente no solo pelas fundações das paredes e pavimentos, migrando para as fachadas e pisos. Seele (2000) declara que, em paredes de alvenaria de tijolo, a altura que a umidade ascensional pode alcançar, chega, em média, a 80cm e alcança a altura máxima de 1,50m;

c) umidade de infiltração: proveniente da água da chuva que penetra nos prédios através dos elementos constituintes de sua envoltória exterior. Ioshimoto (1988 apud LANNES, 2011) diz que a umidade causada por infiltração é geralmente a anomalia de maior incidência e Peres (2004) salienta que manifestações patológicas de umidade nas fachadas de edificações podem ser agravadas devido a agentes como as chuvas e os ventos, sendo que alguns problemas podem ser evitados na etapa de projeto, através da previsão de elementos como peitoris, saliências e reentrâncias, que podem prevenir o acúmulo de águas nas superfícies envoltórias da edificação;

d) umidade de condensação: procedente do vapor d’água que se condensa nas superfícies frias dos elementos construtivos. Conforme Silva (2007), as fachadas são as mais prejudicadas por este fenômeno, pois geralmente possuem baixas temperaturas na manhã, podendo ocorrer condensação da umidade do ar em sua superfície e em seus poros. Nas fachadas sul, que geralmente não recebem sol, a umidade superficial gerada pela condensação leva mais tempo para secar, expondo a superfície à ação dos agentes biodeterioradores por mais tempo do que nas demais fachadas;

e) umidade acidental: Righi (2009) atribui este tipo de umidade às falhas nos sistemas de tubulações, como águas pluviais, esgoto e água potável, e que geram infiltrações. A existência de umidade com esse tipo de origem tem uma importância especial quando se trata de edificações que já possuam um longo tempo de existência, pois pode haver presença de materiais com tempo de vida já excedido, que não costumam ser contempladas em planos de manutenção predial.

De acordo com Perez (1988 apud PERES, 2004) as principais manifestações patológicas causadas por umidade são eflorescência, fungos e descolamento com

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empolamento. Além destas três, a seguir também serão abordados os problemas com musgos, limos e vegetação parasitária.

2.2.1.1.1 Eflorescência

Segundo Uemoto (1985 apud PERES, 2004), o termo eflorescência significa a formação de depósito salino na superfície dos materiais. Normalmente, apenas as características visuais ficam prejudicadas, mas em alguns casos, os sais constituintes podem ser agressivos e causar uma degradação mais profunda. Os aspectos observados com esta ocorrência são manchas de umidade e pó branco acumulado sobre a superfície (Figura 3). As causas prováveis, que podem atuar simultaneamente ou não, são: a umidade constante, sais solúveis presentes na alvenaria, na água de amassamento ou na umidade infiltrada, além da cal não carbonatada. Peres (2004) salienta que este fenômeno ocorre quando três fatores se apresentam simultaneamente: o teor de sais solúveis presentes nos materiais ou componentes, a presença de água e a pressão hidrostática para propiciar a migração da solução para a superfície.

Figura 3 - Eflorescência em revestimento argamassado com textura de acabamento. 2.2.1.1.2 Fungos

De acordo com Tortora et al. (2005 apud Guerra, 2012), os fungos mais típicos são popularmente conhecidos como bolores e formam uma massa visível chamada de micélio, composta de longos filamentos, denominados hifas, que se ramificam e se expandem. Os bolores obtêm seus alimentos absorvendo soluções de matéria orgânica de seu ambiente.

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O estudo de Guerra (2012) envolveu o tema das manifestações patológicas e suas consequências, dando ênfase aos processos biodegenerativos, especificamente relacionados aos fungos filamentosos, que são os responsáveis pelo surgimento do problema popularmente conhecido como bolor. A autora relata que, de todo o reino dos fungos, este tipo é responsável por causar alterações nas superfícies dos materiais das edificações, resultando em danos de natureza física, mecânica e química que interferem na qualidade estética, por meio de manchas nas superfícies, bem como na conservação dos materiais e na saúde dos ocupantes das edificações.

A umidade é fator fundamental para o aparecimento dos fungos, que tem seu desenvolvimento bastante afetado pelas condições ambientais. Esses organismos dependem de um teor de umidade elevado no material onde se desenvolvem ou uma umidade relativa bastante elevada no ambiente, acima de 75%. Outro fator fundamental para o crescimento de fungos é a temperatura. Tais organismos se desenvolvem entre 10ºC e 35ºC, havendo uma grande variabilidade, mesmo fora desses limites, dependendo da espécie considerada. Além disso, a composição química do substrato sobre o qual o esporo se deposita é fundamental para o êxito da germinação e infecção da superfície (PERES, 2004).

A rugosidade da superfície de materiais é apontada por Guerra (2012) como influenciadora direta no metabolismo dos fungos filamentosos porque, frequentemente, eles desenvolvem-se em áreas em que há depósitos de poeira, o que se torna mais fácil em elementos com esta característica, embora, o crescimento de fungos também possa ser observado em superfícies lisas. A autora diz que a rugosidade e a porosidade de materiais de construção são, muitas vezes, citadas como fator de influência, no entanto, possuem maior influência em relação à possibilidade de armazenamento de umidade pelo material. Este trabalho também relacionou a intensidade do crescimento dos fungos aos elementos com reentrâncias, aos locais com ocorrência de trincas ou descolamento do revestimento, além dos elementos compostos de matéria orgânica.

Segundo Nascimento e Cincotto (2003), os compostos orgânicos utilizados como fonte de alimento pelos fungos filamentosos podem ser encontrados em vários materiais utilizados na construção civil. Alguns sistemas de revestimento podem servir como fonte direta de nutrientes para os fungos; outros servem apenas como

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substrato, suportando seu desenvolvimento. A figura 4 mostra um exemplo de apresentação do bolor em revestimento de fachada.

Figura 4 - Bolor em revestimento argamassado de fachada. 2.2.1.1.3 Descolamento com empolamento

O empolamento consiste na formação de bolhas derivadas da evaporação da água infiltrada nas alvenarias, e que geralmente antecede o descolamento e a desagregação do revestimento. Essa anomalia ocorre devido à presença de umidade que pode levar ao esfarelamento da argamassa, à formação de zonas de empolamento, e até a desagregação da superfície (PERES, 2004).

Para identificar o empolamento, observa-se que a superfície do reboco descola do emboço, formando bolhas cujos diâmetros aumentam progressivamente. Esse reboco apresenta som cavo sob percussão. A causa provável é a hidratação retardada do óxido de magnésio da cal (CINCOTTO, 1976 apud PERES, 2004). Esta manifestação patológica ocorre no exemplo da figura 5.

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O descolamento da película de tinta pode ser ocasionado pelo empolamento. A manifestação, denominada vesícula, possui aspectos de empolamento da pintura apresentando as partes internas das empolas nas cores branca, preta e vermelho acastanhado, além de bolhas contendo umidade no interior (Figura 6). Apresentando-se como causas prováveis a hidratação retardada do óxido de cálcio da cal, a presença de pirita, de matéria orgânica ou concreções ferruginosas na areia, aplicação prematura de tinta impermeável e infiltração de umidade (CINCOTTO, 1976 apud PERES, 2004).

Figura 6 - Vesícula em revestimento argamassado com textura de acabamento. 2.2.1.1.4 Musgos, limos e vegetação parasitária

Oliveira e Azevedo (1994) informam que os musgos são vegetais clorofilados de pequeno porte que se desenvolvem em superfícies úmidas, assemelhando-se a um tapete aveludado, absorvendo água através de formações análogas às raízes, com as quais se fixam no substrato.

Quantos aos limos, os autores conceituam como sendo formações que precedem os musgos. São algas que se desenvolvem na água doce ou ambientes muito úmidos. As figuras 7 e 8 mostram respectivamente a ocorrência de limos e musgos em fachadas.

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Figura 7 – Limo na parte inferior da fachada.

Figura 8 – Musgos no peitoril da esquadria.

De acordo com Garcez (2009), a anomalia de desenvolvimento de vegetação parasitária/colonização biológica está diretamente relacionada com a acumulação de detritos e condições de umidade favoráveis ao desenvolvimento de micro-organismos biológicos e de vegetação de maior porte (Figura 9).

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2.2.1.2 Fissuras e trincas

Segundo Peres (2004), fissuras e trincas são pequenas aberturas que podem surgir tanto na estrutura como nos revestimentos de uma edificação. Em geral, considera-se fissura a abertura até 0,5 mm de espessura e trincas aquelas que variam de 0,5 a 1,5 mm de espessura.

Já Zanni (2008), define trinca como toda a fragmentação produzida em um elemento com característica estrutural, que o divide em duas ou mais partes e fissura como toda fragmentação produzida em um elemento não estrutural.

Entre as diversas manifestações patológicas apresentadas nas edificações, Thomaz (1989 apud LANNES, 2011) destaca as fissuras como sendo a mais importante devido a três aspectos: o aviso de algum problema sério na estrutura, o comprometimento do desempenho da obra em serviço e o constrangimento psicológico que a fissuração exerce sobre seus usuários.

Azevedo e Guerra (2009) informam que nos casos de ocorrência de fissuras, trincas e rachaduras, é fundamental caracterizar sua natureza, ou seja, determinar se elas são ativas (vivas), ou inativas (mortas), mais precisamente, se a abertura delas varia ou permanece constante ao longo do tempo. Para estes autores as causas possíveis envolvem algum tipo de movimentação, seja do edifício em geral, entre elementos e/ou componentes construtivos que geram nos materiais tensões, geralmente de tração e, em alguns casos, cisalhamento. As causas mais frequentes citadas por eles são: movimentação das fundações; movimentação higrotérmica; movimentação por sobrecarga; movimentação por deformação excessiva da estrutura; movimentação por retração de produtos à base de cimento; movimentação por reação química dos materiais; dentre outras (vibrações naturais ou artificiais, impactos acidentais etc.).

Torres (2013) classifica as fissuras segundo a forma e direção:

a) segundo a forma: isoladas; disseminadas/mapeadas (em forma de rede de fissuras) como mostrado na figura 10;

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Figura 10 – Fissuração mapeada em revestimento de fachada.

b) segundo a direção: vertical (Figura 11); horizontal (Figura 11); diagonal (inclinada) (Figura 12).

Figura 11 – Fissuras horizontais e verticais em revestimento de fachada.

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De acordo com Caporrino (2015), a alvenaria estrutural é projetada para resistir à atuação de cargas verticais provenientes de seu peso próprio e cargas dos demais elementos estruturais nela apoiados. O surgimento de fissuras neste tipo de alvenaria pode ser resultante de solicitações de cargas verticais uniformemente distribuídas, de forma parecida com as que ocorrem em alvenarias não estruturais; aparecendo na direção vertical em trechos contínuos de alvenaria e de forma inclinada em trechos com aberturas, desenvolvendo-se a partir dos vértices das mesmas, onde existem concentrações de tensões de tração. Em casos de atuação de carga vertical concentrada, esta autora informa que surgem fissuras, predominantemente desenvolvidas na diagonal, a partir da base da aplicação da carga e dos vértices das aberturas. A principal causa possível para os casos apresentados é aplicação de uma carga maior do que a alvenaria estrutural pode suportar.

Fissuras horizontais em alvenaria estrutural podem ocorrer por esmagamento da argamassa ou ruptura de blocos vazados. Este tipo de fissura pode surgir também quando as alvenarias estão submetidas à flexo-compressão, como, por exemplo, por solicitação de lajes (CAPORRINO, 2015).

Recalques diferenciados de fundações podem causar fissuras inclinadas, conforme Caporrino (2015). Segundo a autora, estes recalques podem ser provenientes de falhas de projeto, rebaixamento do lençol freático, camadas de solo com resistências diferentes ao longo da edificação, consolidação diferenciada de aterros, influência de edificações vizinhas, escavações, vibrações, entre outros motivos.

Alvenarias estruturais apoiadas em elementos de fundação excessivamente flexíveis, sapatas corridas, radiers ou vigas baldrames, podem apresentar fissuração devido aos carregamentos desbalanceados. Caporrino (2015) cita como exemplo as solicitações que se concentram nas vizinhanças de grandes aberturas na alvenaria. O trecho de alvenaria sob o vão é solicitado à flexo-compressão e as fissuras desenvolvem na vertical nas proximidades do peitoril. A principal causa apontada é o dimensionamento inadequado de fundações.

Fissuras por movimentação higroscópica podem aparecer nas primeiras fiadas da alvenaria acima do solo, pois estas estão sujeitas à umidade do solo por capilaridade, respingos, etc. A absorção da água causa expansão nas alvenarias e a perda da água, contração. Estas fissuras desenvolvem-se, predominantemente, na

Referências

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