GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM ÁREAS
PERIURBANAS
I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental
Daisy Borges Luiz Moraes
• A forma de manejar os resíduos sólidos urbanos no Brasil se apoia na coleta e afastamento da fonte de geração dos resíduos.
• Dificuldade de encontrar terrenos onde se possam construir aterros sanitários de tamanho compatível com a quantidade de resíduos gerados.
• A quantidade de resíduos orgânicos gerada varia em função, principalmente, do poder aquisitivo e da cultura da comunidade. Quanto mais alta é a renda das pessoas, mais elas têm acesso a produtos industrializados e consomem menos produtos de natureza orgânica.
• Com a compostagem é possível obter uma média em peso de 2,5% de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).
• Pode-se obter a mesma quantidade de nutrientes encontrada no adubo químico, sendo que o composto orgânico custa em torno de R$40,00 e R$150,00 a tonelada, enquanto que o preço do fertilizante químico varia entre R$300,00 e R$600,00 a tonelada
• Vantagens: redução da utilização de fertilizantes químicos; redução da quantidade de resíduos depositados em aterros sanitários; diminuição de gastos.
INTRODUÇÃO
• Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos consiste no envolvimento de órgãos da Administração Pública e da sociedade civil em prol da limpeza urbana, coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, oferecendo o acondicionamento e o tratamento adequado com base nas características dos resíduos gerados (Monteiro et al., 2001).
• Participação da população: sensibilização em não desperdiçar, em acondicionar os resíduos gerados de forma adequada, reciclar e reaproveitar os materiais.
• Os materiais devem ser separados no momento de sua geração para que não haja contaminação.
• Os resíduos sólidos são de grande importância sanitária, podendo causar doenças pelo contato direto ou ainda servir de abrigo para agentes etiológicos e vetores transmissores de enfermidades.
• Os catadores de resíduos sólidos e os agentes de limpeza são aqueles mais expostos a contrair doenças devido ao contato direto com os resíduos sólidos.
• Quando dispostos de forma inadequada os resíduos sólidos contaminam o solo, a água e até mesmo o ar.
• Portanto, os resíduos sólidos são também responsáveis por impactos negativos no meio ambiente.
• Doenças transmitidas por meio dos resíduos sólidos → Diminuição da qualidade de vida da população.
• Doenças como hepatite, diarréia e cólera são muito mais constantes em moradores de áreas periféricas, por isso são necessárias medidas mitigadoras para a melhoria das condições de saneamento básico e diminuição da taxa de morbi-mortalidade.
• O sistema de coleta dos resíduos sólidos atual é ineficiente e não atende todas as áreas da cidade de forma igualitária.
• Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos → Estender o atendimento da coleta → Elevar a qualidade de vida da população e a salubridade do ambiente → Mecanismos de valorização dos resíduos.
• Revisão crítica da bibliografia sobre o tema;
• Elaboração e aplicação de questionários à residentes do bairro de Pernambués, localizado na periferia de Salvador.
• Com o intuito de abranger as diferentes faixas etárias, um dos questionários foi direcionado às crianças do local, enquanto o outro contemplou questões referentes aos adultos.
• Na cidade de Salvador foi observado que 58% dos resíduos sólidos gerados pela população mais carente são compostos de restos de alimentos, frutas, folhas, etc.(NUNESMAIA et al., 2008).
• O volume considerável de matéria orgânica gerado em áreas periurbanas não pode ser ignorado e encaminhado ao aterro sanitário como se não existissem alternativas viáveis de tratamento.
• Pontos a considerar: Crise da falta de espaço para a construção de grandes aterros sanitários; Impactos que a matéria orgânica pode causar no meio ambiente se disposta de forma inadequada; Problemas de saúde pública que causam quando não coletados na freqüência devida.
• Problemas identificados: Nas edificações das áreas periféricas urbanas não há um espaço considerável para o armazenamento dos resíduos sólidos.
• Dessa forma, os resíduos gerados são quase que imediatamente lançados em logradouros, o que contribui para a proliferação de vetores transmissores de doenças.
• A coleta dos resíduos sólidos em áreas periurbanas deve ser realizada diariamente e em horários fixos.
• Mas para que isso aconteça é necessário que a comunidade tenha certeza da eficiência da coleta, o que na maioria das vezes, não ocorre.
• Uma boa alternativa é a contratação de agentes de limpeza comunitários, entrando a prefeitura em acordo com a associação dos
moradores da comunidade que ficaria
responsável pela seleção da equipe de coleta nos locais em que os veículos não têm acesso.
• Das crianças entrevistadas 75% revelaram que possuem o hábito de jogar lixo na rua,
50% afirmaram que constantemente
visualizam ratos e baratas nas ruas, e 75% disseram que não recebem nenhum tipo de orientação na escola ou em casa sobre com o
depositar os resíduos sólidos
adequadamente.
RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
ELABORADOS E APLICADOS
• Todos os adultos entrevistados afirmaram que não jogam lixo na rua, sempre acondicionam na lata de lixo ou em algum saco plástico, 83% afirmaram que desconhecem o dia/horário de coleta do lixo, todos disseram que já se acostumaram a andar com os ratos na rua,
66,67% revelaram que não passam nenhuma
orientação sobre como depositar o lixo para seus filhos, 66,67% afirmaram que estão insatisfeitos com o sistema de coleta de lixo atual.
RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
ELABORADOS E APLICADOS
• Fica claro que os cidadãos têm disposição e vontade de contribuir para a construção de um novo modelo de gerenciamento, com serviços prestados de qualidade e com equidade, com participação da população, que não enxerga o aterro sanitário como única solução para a questão dos resíduos sólidos. • É possível gerar emprego e renda por meio de
cooperativas e recuperar a dignidade dos “catadores de lixo”. Não atender a essas questões significa maiores gastos com transporte e disposição de resíduos sólidos, dinheiro esse que poderia ser investido no apoio à cooperativas.
• Educação Ambiental → Sensibilização → Pensamento de co-responsabilização dos resíduos → Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Eficiente.
• 1. MONTEIRO, José Henrique Penido; FIGUEIREDO, Carlos Eugênio Moutinho; MAGALHÃES, Antônio Fernando; MELO, Marco Antônio França de; BRITO, João Carlos Xavier de; ALMEIDA, Tarquínio Prisco Fernandes de; MANSUR, Gilson Leite. Manual gerenciamento
integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.
• 2. NUNESMAIA, Maria de Fátima. A gestão de resíduos urbanos e suas limitações. TECBAHIA Revista Baiana de Tecnologia, Camaçari, v.17, n.1, p.120-129, jan./abr. 2002.
• 3. NUNESMAIA, Maria de Fátima; RODRIGUES, Clesivania Santos; LIMA, Ângela Maria Ferreira; SANTOS, Hérica de Oliveira; GAMA, Grasiela Gonçalves. O lixo revela a cultura de um povo – estudo de caso: Salvador/ Bahia/ Brasil. Anais... CONGRESO DE LA ASOCIACION INTERAMERICANA DE INGENIERIA SANITARIA Y AMBIENTAL (AIDIS), XXIX. Disponível em: http://www.resol.com.br/trabtec3.asp?id=1801 Acesso em: 26 nov. 2008. • 4. TAUIL, Pedro Luiz. Controle de doenças transmitidas por vetores no
Sistema Único de Saúde. Informe epidemiológico do SUS – IESUS, v. 11, n. 2, abr./jun., 2002.
OBRIGADA!
Daisy Borges
daisyaraujo.eng@gmail.com