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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

CAMILA SIMÕES VELOSO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS, Brasil

2018

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Camila Simões Veloso

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de estágio curricular supervisionado na área de clínica médica de pequenos animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Profª. Med. Vet. Dra. Gabriele Maria Callegaro Serafini

Ijuí, RS 2018

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Camila Simões Veloso

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de estágio curricular supervisionado na área de clínica médica de pequenos animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Aprovado em 30 de novembro de 2018: COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________ Gabriele Maria Callegaro Serafini, Drª. (UNIJUÍ)

(Orientadora)

____________________________________________ Fernando Silvério Ferreira da Cruz, Dr. (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2018

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Dedicatória

Especialmente para meus pais Virgínia e Paulo que me deram a vida e nunca mediram esforços para me darem o melhor nessa vida, em especial meu sonho de se tornar Médica Veterinária. Nem as melhores palavras irão descrever o que os dois representam em minha vida, são minha luz, base, espelho, meu porto seguro e o maior e grande orgulho da minha vida! Nem o maior amor define o meu amor por vocês, obrigada por tudo que fizeram e fazem até hoje por mim. Aos meus irmãos Michele e André que nunca mediram qualquer esforço para me ajudarem e me apoiarem mesmo com a distância, tenho o amor maior do mundo por vocês!

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço à Deus pelo dom da vida, iluminando e guiando meu caminho.

Aos meus pais, irmãos, namorado, cunhado, cunhadas e sobrinhas por todo amor e apoio em todos esses anos de vida e por serem meu motivo de viver.

Ao meu namorado Alexandre Machado pelo amor, companheirismo, apoio e cuidado que teve comigo em especial nessa reta final que eu mais precisava de força você estava lá, com a maior paciência do mundo, muito obrigada meu amor, te amo muito.

À Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), por todo suporte para que se possa obter o diploma tão sonhado de Médica Veterinária.

Aos professores que estavam comigo nessa trajetória, fornecendo grandes e imensuráveis conhecimentos para que possamos um dia chegar onde eles chegaram.

A minha orientadora, Profª. Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini, por todo apoio durante a faculdade, incentivando sempre a buscar conhecimentos, a escrever e publicar artigos. Obrigada pelos ensinamentos principalmente éticos, preservando sempre a nossa saúde e a do animal. Caso contaminar qualquer instrumento usado, vale muito a pena trocar. Obrigada por além de ser professora ser uma amiga a quem podemos confiar e recorrer em qualquer circunstância e também por nos incentivar a amar cada dia mais os animais, em especial os gatinhos.

A minha supervisora Med. Vet. Drª. Ana Paula da Silva, por me aceitar como sua estagiária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, dando-me a oportunidade de aprender a rotina de um hospital. Obrigada pelo carinho que teve comigo e por todo incentivo dado para sempre melhorarmos. Agradeço ao Hospital Veterinário pela excelente oportunidade de estágio curricular, aos residentes, funcionários e estagiários por todo aprendizado e amizade que vou levar para o resto da vida.

As minhas amigas que estiveram comigo em todos momentos bons e ruins, sofreram, choraram e riram comigo, à elas tenho toda minha gratidão e amizade pelo resto da vida, em especial Camila Heck, Franciélli Pizzuti e Larissa Vier.

As minhas duas amigas de infância, que conviveram comigo praticamente uma vida inteira, que sempre estão ao meu lado nos bons e maus momentos, vocês são como irmãs pra mim e eu as amo muito Carolina Brasil e Valéria Angst.

Aos animais, que desde sempre tenho um amor imenso e me fazem querer aprender sempre mais e mais e ser melhor nessa linda profissão, em especial Meg, Serrana, Duke, Cid, Bruce, Brad, Cleo, Julie, Tigra e Nina, que também são minha inspiração para saber sempre mais e salvar os animais.

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“Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível.”

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE

CLÍNICA MÉDICA EM PEQUENOS ANIMAIS

AUTORA: CAMILA SIMÕES VELOSO

ORIENTADORA: GABRIELE MARIA CALLEGARO SERAFINI

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Hospital Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado na cidade de Santa Maria no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O estágio compreendeu um período total de 150 horas, acompanhadas de 07 de agosto de 2018 a 06 de setembro de 2018, sob orientação da Professora Médica Veterinária Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini e supervisão da Médica Veterinária Drª. Ana Paula da Silva. Durante a realização do mesmo, foram acompanhadas atividades, como a realização de procedimentos ambulatoriais, além do acompanhamento de consultas voltadas a rotina médica, cuidados com pacientes internados, como auxílio na administração de medicamentos e troca de curativos. Neste relatório será apresentado um caso sobre urolitíase vesical e uretral em um cão macho da raça Maltês e glaucoma em um cão da raça Lhasa apso. As demais atividades acompanhadas e/ou realizadas serão apresentadas na forma de tabelas, divididas conforme os sistemas envolvidos.

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ABSTRACT

REPORT ON CURRICULAR STAGE

SUPERVISED IN VETERINARY MEDICINE - MEDICAL CLINIC AREA IN SMALL ANIMALS

AUTHOR: CAMILA SIMÕES VELOSO

ADVISOR: GABRIELE MARIA CALLEGARO SERAFINI

The Supervised Internship in Veterinary Medicine was carried out at the University Hospital (HVU) of the Federal University of Santa Maria (UFSM), located in the city of Santa Maria in the State of Rio Grande do Sul, Brazil. The internship lasted a total of 150 hours, accompanied by August 7, 2018 to September 6, 2018, under the guidance of the Veterinary Medical Teacher Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini and supervision of the Veterinary Medicine Drª. Ana Paula da Silva. During the study, activities such as outpatient procedures were followed, as well as follow-up of visits to medical routine, inpatient care, as an aid in medication administration and dressing changes. In this report a case will be presented on bladder and urethral urolithiasis in a male Maltese dog and glaucoma in a dog of the Lhasa apso breed. The other activities monitored and / or performed will be presented in the form of tables, divided according to the systems involved.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Procedimentos ambulatoriais acompanhados e/ou realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 15 Tabela 2 Exames complementares solicitados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto 06 de setembro de 2018. ... 16 Tabela 3 Diagnósticos sensoriais acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 17 Tabela 4 Diagnósticos oncológicos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 17 Tabela 5 Diagnósticos urinários acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 18 Tabela 6 Diagnósticos digestórios acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 18 Tabela 7 Diagnósticos neurológicos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 18 Tabela 8 Diagnósticos circulatórios acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário

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Tabela 14 Diagnósticos virais acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de

agosto a 06 de setembro de 2018. ... 21 Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 19 Tabela 9 Diagnósticos respiratórios superiores e inferiores

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. 19 Tabela 10 Diagnósticos tegumentares acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 19 Tabela 11 Diagnósticos endócrinos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 20 Tabela 12 Diagnósticos ortopédicos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 20 Tabela 13

Diagnósticos reprodutivos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018. ... 20

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LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS

“ = segundos >. = maior

º = decimal

ºC = graus Celsius % = porcentagem

AINEs = anti-inflamatórios não estereoidais

ALT = alanina aminotransferase ATB = antibiótico

BID = bis in die (duas vezes por dia) bpm – batimentos por minuto

cm = centímetros Dr = doutor Drª = doutora FA = fosfatase alcalina FC = frequência cardíaca FR = frequência respiratória g = gramas gt = gotas

HVU = Hospital Veterinário Universitário

IM = intramuscular

ITUs = infecção no trato urinário IV = intravenoso

kg = quilograma mg = miligrama

ml = mililitro

MPA = medicação pré-anestésica mpm = movimentos por minuto PO = pós operatório

PIO = pressão intraocular Prof = professor

Profª = professora

R1 = residentes do primeiro ano R2 = residentes do segundo ano RS = Rio Grande do Sul

SC = subcutâneo

SID = semel in die (uma vez por dia) SRD = sem raça definida

TID = ter in die (três vezes por dia) TPC = tempo de reperfusão capilar TR = temperatura retal

UFSM = Universidade Federal de Santa Maria

UIPA = Unidade de Internação de Pequenos Animais

UNIJUÍ = Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 13 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 15 3 DESENVOLVIMENTO ... 22 3.1 CASO CLÍNICO 1: ... 22 3.1.1 Introdução ... 22 3.1.2 Metodologia ... 23 3.1.3 Resultados e Discussão ... 24 3.1.4 Conclusão ... 28 3.1.5 Referências Bibliográficas ... 29 3.2 CASO CLÍNICO 2: ... 31 3.2.1 Introdução ... 31 3.2.2 Metodologia ... 33 3.2.3 Resultados e Discussão ... 34 3.2.4 Conclusão ... 36 3.2.5 Referências Bibliográficas ... 37 4 CONCLUSÃO ... 39 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 40 ANEXOS ... 44

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Final Supervisionado em Medicina Veterinária, é de extrema importância para obtermos o título de médico veterinário, ampliando nossos conhecimentos já estudados em sala e nos permite ter um maior contato com a realidade teórico-prática da futura profissão.

A realização do estágio ocorreu na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Hospital Veterinário Universitário (HVU), na área de Clínica Médica, tendo como supervisão da Dra. Ana Paula da Silva e orientação da Professora Médica Veterinária Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini, compreendendo o período de 07 de agosto de 2018 a 06 de setembro de 2018. A escolha foi feita pelo fato de ser um hospital escola, com nível de referência nacional ímpar e por conter excelentes profissionais a disposição dos estagiários.

O HVU foi fundado em 06 de outubro de 1973, como subunidade do Centro de Ciências Rurais da UFSM, Santa Maria/RS, possui estrutura para área de pequenos e grandes animais, tanto para o meio acadêmico, como para a rotina hospitalar. Atualmente o hospital está sob responsabilidade do diretor professor Dr. Daniel Curvello de Mendonça Müller e vice professora Drª Marta Lizandra.

O horário de funcionamento da instituição de segunda a sexta, sem fechar ao meio dia é das 7:30 às 19:30 horas, tendo plantões internos de 24 horas, realizados por médicos veterinários residentes e estagiários.

Assim que um paciente chega à instituição, é realizada na recepção uma ficha de identificação, sendo feita posteriormente, uma triagem, na qual o paciente passa por uma avaliação de parâmetros fisiológicos, sendo direcionado então para a devida área de atendimento, variando da clínica-médica, clínica-cirúrgica ou área específica.

A instituição atende aos pequenos animais do município e região, por meio de serviços de clínica médica, incluindo atendimentos gerais e específicos, como: oftalmologia, oncologia, dermatologia, neurologia e cardiologia. Os serviços clínico-cirúrgicos contam com atendimentos pré-clínico-cirúrgicos, cirurgias ortopédicas, oftalmológicas, de tecidos moles, reparadoras, neurológicas e vídeo-cirurgia. Em

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ambas as áreas é oferecido serviços de internação, com exceção dos animais diagnosticados ou suspeitos de doenças infectocontagiosas.

Além disto, o HVU possui um setor de diagnóstico por imagem, composto de radiografia convencional, ultrassonografia e eletrocardiografia, laboratório de patologia clínica devidamente equipado e setor de fisioterapia para atender a demanda regional.

A instituição possui equipe formada por médicos veterinários concursados, residentes de primeiro (R1) e segundo ano (R2), contando também com professores que atuam na rotina hospitalar e pesquisa científica. No setor de unidade de internação de pequenos animais (UIPA), o HVU conta com técnicas de enfermagem, bem como estagiários curriculares, extracurriculares e voluntários.

A área de clínica médica é composta por sete consultórios sendo que dois destes são também salas acadêmicas usadas para aulas teórico-práticas da turma de medicina veterinária. Também possui uma sala para atendimentos emergenciais, unidade de terapia intensiva, canil e gatil para recuperação e internação dos animais.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades que foram desenvolvidas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica médica de pequenos animais, no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, compreenderam acompanhamento de atendimento clínico, coleta de material biológico para exames complementares, acompanhamento de exames ultrassonográficos e procedimentos ambulatoriais. As devidas atividades estão detalhadas nas tabelas a seguir.

Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais acompanhados e/ou realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Procedimentos Cães Gatos Nº de casos %

Acesso venoso 15 6 21 18%

Aplicação de fluidoterapia subcutânea 2 - 2 1,8%

Aplicação de medicação 17 3 20 18% Coleta de sangue 40 19 59 53% Curativos/limpeza de feridas 3 - 3 2,7% Eutanásia 1 - 1 0,9% Sondagem uretral 2 3 5 4,5% Total 80 31 111 100

Tabela 2 – Exames complementares solicitados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto 06 de setembro de 2018.

Exames Cães Gatos Nº de casos %

Alanina aminotransferase 18 1 19 6,5%

Albumina 4 - 4 1,4%

Análise de líquido cavitário 3 1 4 1,4%

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Exames Cães Gatos Nº de casos % Cultura e antibiograma 3 - 3 1,0% Citologia 2 - 2 0,7% Colesterol 1 - 1 0,3% Creatinina 30 6 36 12% Fosfatase alcalina 18 1 19 6,5% Frutosamina 3 - 3 1,0% Hemoglicoteste 5 - 5 1,7% Hemograma 54 19 73 25% Histopatológico 2 - 2 0,7% Parasitológico de pele 2 - 2 0,7% Pesquisa de hemoparasita 1 - 1 12%

Proteínas plasmáticas totais 33 2 35 12%

Relação Sódio/Potássio 1 - 1 0,3%

Snap teste Cinomose 4 - 4 1,4%

Snap teste Fiv/Felv - 9 9 3,1%

Snap teste Parvovirose 2 - 2 0,7%

Teste de fluoresceína 5 1 6 2,0% Teste de Schirmer 1 - 1 0,3% Triglicerídeos 1 - 1 0,3% Ultrassonografia 35 12 47 16% Ureia 2 - 2 0,7% Urinálise 7 3 10 3,4% Total 238 55 293 100 [CONTINUA]

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Tabela 3 – Diagnósticos sensoriais acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Blefarite palpebral inferior - 1 1 10%

Catarata 1 - 1 10%

Ceratoconjuntivite pigmentada 1 - 1 10%

Ceratoconjuntivite seca 1 - 1 10%

Glaucoma secundário 1 - 1 10%

Melanoma difuso da úvea anterior - 1 1 10%

Proptose 1 - 1 10%

Úlcera de córnea - 2 2 20%

Otite média crônica bacteriana 1 - 1 10%

Total 6 4 10 100

Tabela 4 – Diagnósticos oncológicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Carcinoma mamário maligno 1 - 1 20% Carcinoma de células escamosas 1 - 1 20% Fibrossarcoma 1 - 1 20% Linfoma gastrointestinal mediastínico - 1 1 20% Total 3 2 5 100

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Tabela 5 – Diagnósticos urinários acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Cistite 3 - 3 42,9%

Estenose uretral 1 1 2 28,6%

Urolitíase vesical e uretral 1 1 2 28,6%

Total 5 2 7 100

Tabela 6 – Diagnósticos digestórios acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Doença inflamatória intestinal - 2 2 14,3%

Enterite - 1 1 7,1%

Fecaloma - 1 1 7,1%

Fenda Palatina 1 - 1 7,1%

Gastrite não ulcerativa 1 - 1 7,1%

Gastroenterite 3 - 3 21,4% Giardíase 2 - 2 14,3% Periodontite 1 - 1 7,1% Úlcera gastrointestinal rompida 1 - 1 7,1% Total 10 4 14 100

Tabela 7 – Diagnósticos neurológicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

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Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos % Encefalopatia hepática Epilepsia focal 1 1 - - 1 1 16,7% 16,7% Trauma cranioencefálico 1 - 1 16,7% Total 3 1 4 100

Tabela 8 – Diagnósticos circulatórios acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Cardiomiopatia dilatada 3 - 3 100%

Total 3 0 3 100

Tabela 9 – Diagnósticos respiratórios superiores e inferiores acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Bronquite crônica 1 1 2 100%

Total 1 1 2 100

Tabela 10 – Diagnósticos tegumentares acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Dermatite atópica 1 - 1 25%

Dermatofitose 1 - 1 25%

Pigmentação dos líquidos corporais

1 - 1 25%

Total 4 0 4 100

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Tabela 11 – Diagnósticos endócrinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Diabetes mellitus 3 - 3 60% Hiperadrenocorticismo 1 - 1 20% Hipoadrenocorticismo iatrogênico 1 - 1 20% Total 5 0 5 100

Tabela 12 – Diagnósticos ortopédicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Fratura do colo do fêmur 1 - 1 50%

Salter Harris I 1 - 1 50%

Total 2 0 2 100

Tabela 13 – Diagnósticos reprodutivos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Piometra de colo aberto 2 - 2 40%

Prolapso retal 1 1 2 40%

Prostatite bacteriana 1 - 1 20%

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Tabela 14 - Diagnósticos virais acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, no período de 07 de agosto a 06 de setembro de 2018.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Cinomose 2 - 2 50%

Parvovirose 1 - 1 25%

Vírus da leucemia felina - 1 1 25%

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3 DESENVOLVIMENTO

3.1 RELATO DE CASO 1:

Urolitíase vesical e uretral em cão macho da raça maltês – Relato de caso. Camila Simões Veloso, Gabriele Maria Callegaro Serafini

3.1.1 Introdução

O trato urinário inferior, formado pela bexiga e uretra, é considerado um sistema orgânico que é especializado no armazenamento e na liberação periódica de urina. Possui um par de ureteres fibromusculares, o qual transporta por curso retroperitoneal, a urina produzida pelos rins até a bexiga, onde a mesma permanece armazenada e pela uretra ela é eliminada para o meio externo (WAKI e KOGIKA, 2017).

A urolitíase, também conhecida por urólito ou cálculo urinário consiste na formação de cristais que se agregam de forma sólida devido a urina supersaturada podendo ocorrer em qualquer ponto do trato urinário. De acordo com sua composição mineral são denominados como oxalato de cálcio, estruvita, urato, silicato, cistina e mistos (FILHO et al., 2013). Os urólitos podem ser orgânicos ou inorgânicos contendo uma pequena quantidade de matriz orgânica. Essas estruturas podem lesar o epitélio do trato urinário, favorecendo assim o desenvolvimento de infecção urinária, ou causar obstrução do fluxo de urina (SILVA e SILVA, 2011).

Tanto em cães quanto em gatos, a formação de cálculos urinários pode ocorrer desde a pelve renal até a uretra, sendo mais comum ocorrer na bexiga e na uretra. Os mais encontrados nos cães são os de oxalato de cálcio e fosfato amoníaco magnesiano (RICK et al., 2017; FOSSUM, 2008). Os fatores predisponentes incluem basicamente fatores hereditários, infecções urinárias, variâncias no pH urinário, ingestão de menor volume de água e o tipo de dieta do animal (WAKI e KOGIKA, 2017).

Os sinais clínicos vão depender da localização, do tamanho e da quantidade de urólitos, lembrando que os animais nefrólitos permanecem assintomáticos, podendo exibir hematúria persistente (TILLEY e JUNIOR, 2015). Para o correto

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diagnóstico deve-se fazer o exame clínico e complementares, sendo eles: urinálise, hemograma, exames radiográficos e ultrassonográficos (CALDEIRA et al., 2015). O tratamento baseia-se em duas possibilidades: tratamento clínico que promove a dissolução do cálculo podendo impedir seu crescimento ou cirúrgico para remoção do cálculo quando o urólito envolvido não é passível de dissolução (WAKI e KOGIKA, 2017; FOSSUM, 2014).

Levando em consideração o contexto supracitado, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de urolitíase vesical e uretral em um canino, que foi submetido a cistotomia.

3.1.2 Metodologia

Um canino, macho, de seis anos de idade, da raça maltês, com peso corporal de 6,0 kg, foi atendido no Hospital Veterinário Universitário da UFSM. Na anamnese, a tutora relatou que o animal já havia feito cistotomia há 10 meses e voltou a apresentar hematúria há 15 dias, com um episódio de sangue vivo, início de disúria e respiração ofegante.

Ao exame clínico a maioria dos parâmetros apresentava-se dentro da normalidade, com temperatura retal de 39ºC, porém durante a palpação pode-se notar que a vesícula urinária estava repleta e uma leve sensibilidade à palpação abdominal. Após, foi realizada coleta de sangue para avaliação hematológica e bioquímica, onde no bioquímico foram analisadas as seguintes enzimas: albumina, amilase, lipase, ureia, ALT; FA e creatinina. Também foram solicitados exames ultrassonográfico e radiográfico.

Os laudos ultrassonográfico e radiográfico na posições latero-lateral e ventro-dorsal, foram condizentes com cálculos tanto na vesícula urinária quanto na uretra, como pode ser visualizado no anexo A e B, com isso, a forma de tratamento escolhida foi a cistotomia.

Na medicação pré-anestésica (MPA) foi utilizada meperidina 4 mg/kg e acepromazina 0,01 mg/kg ambas por via intramuscular (IM). A indução anestésica foi composta por propofol 5 mg/kg, diazepam 0,1 mg/kg e cetamina 1 mg/kg todos por via intravenosa (IV). Realizou-se intubação orotraqueal com traqueotubo número 3,5

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e manteve-se o animal em plano anestésico com isofluorano no sistema aberto, com a vaporização de oxigênio 100%. Os fármacos de apoio utilizados foram cefazolina 30 mg/kg e buscopam 25 mg/kg.

O procedimento cirúrgico deu-se por uma incisão mediana, retroumbilical de pele, subcutâneo e linha alba. Posteriormente, a vesícula urinária foi localizada e isolada com compressas umedecidas com solução salina estéril. Através de pontos de reparo colocados na superfície ventral da bexiga com mononáilon 3-0, a mesma foi suspensa e incisada com punção em estocada, seguida de ampliação com tesoura Matzembaum.

Os cálculos do interior da bexiga foram removidos com auxílio de uma pinça e através de sondagem retrógrada com sonda número 8, a uretra foi lavada com solução salina estéril com o intuito de carrear os cálculos uretrais para o interior da bexiga, seguido de remoção dos mesmos, como pode ser visualizado no anexo C. Posteriormente, realizou-se a sutura da bexiga com contínua simples, seguida de Lembert com ácido poliglicólico 3.0 e omentalização da mesma. Em seguida a cavidade abdominal foi lavada com solução salina estéril e fechada em três camadas: linha alba com pontos em Sultam, com ácido poliglicólico 3.0, subcutâneo com sutura contínua simples com o mesmo fio e pele com sutura intredérmica com mononáilon 4.0.

O animal recebeu alta no mesmo dia com prescrição de dipirona 25mg/kg VO/TID por 4 dias, cimicoxib 30 mg/kg VO/SID por 4 dias, amoxicilina com clavulanato 25 mg/kg VO/BID por 7 dias. Recomendou-se mudar a dieta alimentar para a ração Hills Prescription Diet Canine® U/D. O animal retornou em sete dias para retirada dos pontos e recomendou-se novo retorno em 30 dias após a cirurgia para realizar a urinálise e se necessário o exame radiográfico.

3.1.3 Resultados e Discussão

O animal do presente caso apresentou uma recidiva de cálculo após já ter passado por uma cistotomia. Inkelmann et al. (2012); Rick et al. (2017); Fossum (2014) citam que a alimentação com elevada concentração de carboidratos é um dos fatores causadores de cálculos e o animal estava se alimentando com a Urinary S/D Royal Canin, e após a primeira cirurgia não fez a troca da mesma. Monferdini e

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Oliveira (2009); Silva et al. (2015) relacionam que a nutrição pode ser fator de formação, prevenção e tratamento de urolitíase. Neste caso, a etiopatogenia específica não foi descoberta.

Em alguns estudos como o de Inkelmann et al. (2012) e Filho et al. (2010), mostram que cães de raças definidas são mais predispostos a esta enfermidade, porém Oyafuso (2008) e Ariza (2014) demonstraram que os sem raça definida obtiveram maior predisposição, com isso, tanto cães de raça ou sem raça definida podem ser afetados. A idade do animal relatado situa-se na faixa etária em que a presença de cálculos urinários é mais comum (FOSSUM, 2008; LOPES et al., 2014; FILHO et al., 2010). Waki e Kogika (2017) citam os machos acometidos são geralmente velhos, não castrados e de pequeno porte, pois, produzem um menor volume de urina e mais concentrado por consumirem um menor volume de água, predispondo a formação de cálculo.

O presente cão apresentava sinais clínicos clássicos mencionados pela literatura, como hematúria e disúria (INKELMANN et al., 2012; LOPES et al., 2014). Tais autores também citaram anúria e incontinência urinária, porém o animal não apresentava esses sinais. Acosta (2017) cita que os sinais são inespecíficos e envolvem polaciúria, disúria e estrangúria. Em um estudo realizado por Oyafuso (2008) a hematúria esteve presente entre os sinais mais frequente dos pacientes. Os urólitos podem causar lesão na mucosa, o que explica o sinal de hematúria sendo a gravidade dependente do seu tamanho e forma, podendo também causar obstrução uretral e infecções urinárias causada por bactérias (WAKI e KOGIKA, 2017).

Os exames de imagem tornam-se importantes para um diagnóstico de urolitíase, pois, determinam a localização, o tamanho e o número de cálculos (WAKI e KOGIKA, 2017; COSTA et al., 2016). No exame ultrassonográfico do presente caso, a bexiga estava moderadamente distendida com conteúdo anecóico, presença de uma pequena estrutura hiperecogênica, formadora de sombra acústica no lúmen vesical, sendo essas características compatíveis com a formação de cálculo. Grauer (2010) cita que este mesmo exame é um dos métodos mais utilizados para diagnosticar cálculos, pois, visualiza tanto os cálculos radiopacos quanto os radioluscentes.

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No exame radiográfico, foi possível observar que a bexiga estava moderadamente distendida com presença de uma pequena estrutura intraluminal, medindo aproximadamente 0,53 cm e na uretra peniana observaram-se cinco pequenas estruturas radiopacas, circunscritas, caudal ao osso peniano, medindo aproximadamente 0,27 cm. Segundo Tilley e Junior (2015), os urólitos de oxalato de cálcio maiores que 3 mm de diâmetro por serem radiopacos são facilmente detectados por radiografia simples, constatado no caso apresentado.

Outro método importante que auxilia no diagnóstico é a urinálise, para avaliar o pH urinário, densidade, presença de cristais e bactérias (WAKI e KOGIKA, 2017). No caso, a urinálise não apresentou grandes alterações, porém, o pH estava 6,0 e o ideal segundo os mesmo autores citados acima, o pH deve ficar entre 6,5 e 7,5 (TILLEY e JÚNIOR, 2015). Segundo Waki e Kogika (2017) o pH ácido é observado no oxalato de cálcio e cistina.

O tratamento do caso foi o cirúrgico, após exames constatarem que haviam cálculos na vesícula urinária e na uretra, sendo este tratamento recomendado quando o urólito não é passível de dissolução com medicamentos, como a camada externa do oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio, e os passíveis de dissolução pela camada externa é o estruvita ou urato (WAKI e KOGIKA, 2017; OYAFUSO et al., 2009). Segundo Fossum (2008) e Rawlings et al. (2007), a remoção cirúrgica dos cálculos é ideal para que se saiba qual tipo é para seu devido tratamento.

As drogas que foram utilizadas na MPA, estão entre as sugeridas por Cortopassi e segundo Fantoni (2009); Crivellentti e Crivellenti (2013), a acepromazina é o derivado das fenotiazínicos mais utilizados na medicina veterinária e é usado nesta enfermidade por causar relaxamento uretral. Oliva e Fantoni (2009) citam que o isofluorano, que é um anestésico usado na inalação, possui uma baixa taxa de biotransformação, aproximadamente 0,2% do anestésico inalado, com isso, possui uma reduzida capacidade de causar nefrotoxicidade em um animal e por isso, é muito usado em pacientes de risco, como no caso de urolitíase.

As técnicas utilizadas no referido caso de incisão e localização da vesícula urinária estão de acordo com as citadas por Sicard e Fingland (2008) e por Fossum (2014). Fossum (2014) recomenda que quando um animal possui cálculos na uretra,

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deve-se tentar uma retropropulsão para deslocá-los de volta à bexiga, visto que as cistotomias são mais fáceis de serem realizadas e com menor riscos de complicações que as uretrotomias. Nesse paciente, esse procedimento foi realizado no trans-operatório de forma semelhante a da autora e foi bem sucedido, evitando uma uretrotomia.

Na cistorrafia, foi usado um fio de sutura absorvível sintético multifilamentar, com padrão contínuo simples seguido de Lembert e omentalizou-se a vesícula urinária, Fossum (2014) cita que essa categoria fio está entre as preferidas para este tipo de cirurgia, pois suturas não absorvíveis em contato com a luz do órgão podem promover formação de cálculos. O padrão contínuo simples e Lembert também é um dos preferíveis pela autora. Fossum (2008) indica a omentalização do órgão seguido do fechamento abdominal, conforme foi realizado no procedimento.

A justificativa para a antibioticoterapia prescrita para o paciente relatado ancora-se no fato de que como citam Colville e Bassert (2010), alguns cálculos podem causar inflamação na bexiga (cistite) ou uretra (uretrite). As bactérias também podem causar infecção no trato urinário. As Gram positivas como

Staphylococcus spp e Streptococcus spp., e as Gram negativas Escherichia coli e Proteus spp são bactérias de maior predisposição para causar infecção no trato

urinário e a junção de amoxicilina com clavulanato pode inativar uma ampla variedade de enzimas de microorganismos resistentes às penicilinas e às cefalosporinas (CRIVELLENTI e CRIVELLENTI, 2013).

No pós-operatório para o animal, foi prescrito analgésico, antibiótico e um AINE. O antibiótico usado foi amoxicilina com clavulanato, o qual segundo Fossum (2014) não causa nefrotoxicidade e recomenda o uso de antibióticos em animais submetidos a este procedimento. Rawlings et al. (2007) citam que deve-se evitar o uso de tetraciclinas e aminoglicosídeos, pois estes, são nefrotóxicos. Fossum (2008) também recomenda o uso de manejo dietético e também análise dos cálculos retirados para tentativa de evitar recidiva.

O cálculo foi enviado para análise qualitativa, onde apresentou em seus caracteres físicos uma forma ovalada, cor marrom, superfície irregular, consistência pétrea, peso médio de uma grama e dimensões 5x3 mm. No exame químico, observou-se oxalato de cálcio. Rick et al. (2017) cita que o oxalato de cálcio é um

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dos mais comuns em cães, que se confirma no estudo de Oyafuso (2008), onde a prevalência foi de no oxalato de cálcio. A fisiopatologia dada por oxalato de cálcio conta com a presença de hipercalciúria, hiperoxalúria, hipocitratúria, deficiência de inibidores do crescimento de cristais e dietas acidificantes (TILLEY e JUNIOR, 2015).

O conhecimento da composição geral de um urólito (núcleo, pedra, parede e superfície), que podem ser depositadas em lâminas seriadas ou fixadas ao cálculo, é de grande importância para que se entenda a formação de urólitos em cães, para que se indique o tratamento adequado e prevenir recidivas (OYAFUSO, 2008; OYAFUSO et al., 2010).

Como prevenção de recidivas do oxalato de cálcio, Fossum (2008); Dibartola e Westropp (2015) referenciam o uso da ração específica para essa enfermidade, Hills Prescription Diet Canine® U/D, a mesma que foi prescrita para o animal. Os

mesmos autores indicam que se solicite urinálise em trinta dias pós cirurgia, sendo este solicitado no caso, para que assim, seja feito o acompanhamento e também para identificar infecções no caso de pacientes sintomáticos.

Colville e Bassert (2010) citam que para evitar a recorrência de urólito, deve-se controlar a alimentação e as infecções do trato urinário. Após deve-sete dias o paciente retornou para retirada dos pontos e apresentou melhora clínica e seu caso está sendo acompanhado.

3.1.4 Conclusão

A conduta clínico-cirúrgica neste paciente foi efetiva, visando que o animal não apresentou nenhum problema no pós-operatório. Salienta-se a importância da lavagem retrógrada realizada no presente caso, a qual permitiu o deslocamento dos cálculos uretrais para a bexiga, assim como os exames de imagem que permitiram a localização dos urólitos. Por fim, a identificação dos cálculos retirados do paciente servirão para que se possa fazer um tratamento adequado no manejo dietético a fim de, evitar recidivas.

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3.1.5 Referências Bibliográficas

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31

3.2 RELTO DE CASO 2:

Glaucoma secundário bilateral em cão da raça Lhasa apso – Relato de caso Camila Simões Veloso, Gabriele Maria Callegaro Serafini

3.2.1 Introdução

O globo ocular constitui-se de três camadas principais: exterior (fibrosa), média (vascular) e interior (nervosa). A fibrosa é constituída por córnea e esclera; a vascular que também é chamada de úvea inclui a coroide, íris e o corpo ciliar; e a nervosa é a retina do olho, que contem os receptores sensoriais da visão que são os bastonetes e os cones (COLVILLE e BASSERT, 2010).

O interior do globo ocular é constituído por dois compartimentos que são preenchidos por líquido: um localiza-se à frente da lente e do corpo ciliar e o outro por trás dele. O aquoso está na frente do cristalino e do corpo ciliar contendo um fluido líquido claro, conhecido como humor aquoso, o qual é constantemente produzido e drenado pelas células do corpo ciliar na câmara posterior, passando pela pupila para a câmara anterior para ser drenado pelo canal de Schlemm, e assim, devolvido para corrente sanguínea (COLVILLE e BASSERT, 2010).

O glaucoma é considerado uma doença grave para animais domésticos, que leva a degeneração de estruturas nervosas e até mesmo perda da visão, sendo esta, uma das doenças principais que leva os animais à cegueira. O glaucoma causa o aumento da pressão intra-ocular (PIO) acima de 30 mmHg que é suficiente para lesar o nervo óptico, aumento dos níveis de glutamato intra-celular e diminuição do fluxo axoplasmático (MARTINS, VICENTI e LAUS, 2006; MONTOVANI, et al., 2012; RIBEIRO, MARTINS e LAUS, 2007). A pressão intra-ocular é o equilíbrio entre a entrada e saída do humor aquoso presente nas câmaras anterior e posterior do olho (COLVILLE e BASSERT, 2010; GONÇALVES, PIPPI e PACHALY, 2005).

O glaucoma é classificado entre primário, secundário e congênito. O primário é subdividido em ângulo aberto, que é mais raro e se dá por uma obstrução ao fluxo do humor aquoso mais profundo do que o ângulo iridocorneal, já o ângulo fechado é mais comum, se encontra coberto ou colapsado, que ocorre quando a base da íris

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(sinéquia periférica anterior), cresce sobre o ângulo de filtração provocando o encerramento. O secundário ocorre por outra condição ocular como cataratas, luxação de cristalino, pós-cirurgia de catarata, uveíte idiopática, hifena, neoplasia e deslocamento de retina. A congênita ocorre por uma falha no desenvolvimento da malha trabecular (BERNARDES, 2008).

Os sinais clínicos variam conforme a espécie animal, causa, velocidade de início e duração e também pela magnitude de aumento da pressão intraocular, porém, nos cães os sinais mais comuns são dor, edema de córnea, congestão espicleral, cegueira, hiperemia conjuntival, uveíte anterior, luxação da lente e buftalmia (TURNER, 2010; ORIÁ et al., 2013).

O glaucoma pode ter várias origens, porém, seu mecanismo principal é que o humor aquoso é produzido em um ritmo muito maior que sua drenagem no olho, assim, muitas vezes o problema está na drenagem do que da sua superprodução (COLVILLE e BASSERT, 2010).

O diagnóstico precoce desta enfermidade, torna-se de extrema importância para seu devido tratamento e estabilização da mesma (MARTINS, et al., 2003). São realizados basicamente três procedimentos: a tonometria, gonioscopia e oftalmoscopia (ORIÁ et al., 2013).

O tratamento pode ser por meio medicamentoso associado ou não ao cirúrgico, sendo que o objetivo principal é diminuir a PIO, porém, nos casos não responsivos ao conservativo, que acaba apenas aliviando temporariamente a dor, é recomendada a intervenção cirúrgica (ORIÁ et al., 2013; MONTOVANI et al., 2012; SILVA, 2017). A enucleação, ablação química de corpo ciliar e evisceração com uso de prótese intraocular, são recomendadas no caso de bulbos oculares serem dolorosos ou cegos (SILVA,2017).

Um dos métodos de tratamento mais utilizado é a ablação uveal intravítrea, onde seu método se dá através de uma injeção na câmara vítrea com 0,5 ml de sulfato de gentamicina (40 mg/ml) associando 0,3 ml de fosfato de dexametasona (4 mg/ml), para que ocorra a diminuição da PIO (BRANDÃO et al., 2007).

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de glaucoma secundário à cirurgia de cataratacu em um cão macho da raça lhasa apso.

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3.2.2 Metodologia

Durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, um cão macho, da raça lhasa apso, com seis anos de idade, pesando 5,6 kg, castrado, foi atendido no Hospital Veterinário Universitário da UFSM. Na anamnese a tutora relatou que o animal costumava bater-se em objetos, percebendo um aumento no olho direito, relatou que o animal já foi submetido a cirurgia de catarata juvenil bilateral aos dois anos de idade e vem fazendo tratamento com cloridrato de dorzolamida/ maleato de timolol (Cosopt®) 1 gota em cada olho TID.

No exame físico, notou-se que o animal não era responsivo ao estímulo de ameaça bilateral, buftalmia do olho direito, dor local e opacidade de córnea bilateral. O teste de Schirmer foi com produção normal de lágrimas maior ou igual a 15mm/min (19mm/min olho direito e 23mm/min olho esquerdo) e a aplicação da flurosceína, mostrou-se negativa para úlcera de córnea bilateral. Foi realizada a tonometria sendo que o olho direito apresentou uma PIO de 57 mmHg e o olho esquerdo uma PIO de 32 mmHg, demonstrando um glaucoma bilateral.

O tratamento imposto foi cirúrgico e medicamentoso. Foi feita a ablação uveal intra-vítrea, com sulfato de gentamicina 20 mg/kg e fosfato de dexametasona 1,2 mg/kg. Para esse procedimento, o animal precisou ser anestesiado, sendo usado apenas propofol 5 mg/kg para indução e um colírio com lidocaína 2% sem vasoconstritor. Após, foi feita a introdução de uma agulha estéril Bd 25x8 acoplada a uma seringa de 5 ml, na lateral do olho com acesso a câmara vítrea e foi drenado 4,8 ml de humor aquoso, sendo 1,6 ml do olho esquerdo e 3,2 ml do olho direito. Assim, foi feita a atrofia de corpo ciliar, sendo feita a troca da seringa para a de 1 ml e feita a injeção de 0,5 ml de sulfato de gentamicina e 0,3 ml de fosfato de dexametasona bilateral, aplicando-se 0,8 ml total em cada olho.

Após o procedimento, foi prescrito o mesmo colírio maleato de timolol 0,5% e acrescentou-se carprofeno 2,2 mg/kg via oral SID durante cinco dias. Foi recomendado seu retorno em uma semana para medição da PIO. A tutora retornou com o animal e houve uma redução da mesma no olho direito para 28 mmHg e olho esquerdo para 16 mmHg.

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3.2.3 Resultados e Discussão

O animal relatado foi submetido à cirurgia de catarata juvenil e isso pode causar um possível desenvolvimento tardio de glaucoma, sendo assim, o paciente deve ser monitorado sempre, controlando o aumento da PIO (GONÇALVES, PIPPI e PACHALY, 2005). No caso relatado, a tutora não levou o animal para ser monitorado após a cirurgia, com isso, o olho direito do animal já estava consideravelmente mais afetado que o esquerdo, apresentando uma PIO alta, buftalmia no olho direito e consequentemente cegueira bilateral. Bernardes (2008) cita que, as cataratas são as principais causadoras de glaucoma secundário.

Segundo Colville e Bassert (2010), o glaucoma se desenvolve de forma muito lenta e com isso, como no caso relatado, o tutor acaba notando quando o animal já está com o globo ocular aumentado e dolorido, sendo tarde para salvar a visão do animal.

A buftalmia é um sinal clínico notório em casos de glaucoma, pois, como cita Olbertz (2012) ocorre o aumento do volume do bulbo ocular, levando ao estiramento das túnicas fibrosa e vascular, assim, por não ocorrer à drenagem do humor aquoso fisiológico, fica acumulado no globo ocular. Segundo Tramontin, Montiani-Ferreira e Froes (2014), a câmara vítrea, que é uma estrutura intraocular, é a que mais contribui para o aumento do volume do bulbo.

Segundo Martins, Vicenti e Laus (2006) e Albuquerque (2010) a gonioscopia avalia o ângulo de drenagem da câmara anterior, determinando o tipo de glaucoma, assim se torna um importante método de diagnóstico para se impor uma melhor terapia e também é recomendado para monitoração da PIO na tentativa de prever futuras elevações da pressão, não sendo este, o método de diagnóstico utilizado para o paciente relatado.

Para diagnóstico do animal relatado foi feita a tonometria que mede a pressão intraocular para confirmar o glaucoma. Segundo Farias (2012), a PIO normal de cães e gatos varia de 15 a 25 mmHg, e no animal relatado além de estar muito acima do normal, Olbertz (2012) cita que quando a PIO excede 40 mmHg, como no caso do olho direito do animal, a bomba sódio/potássio não consegue manter o nível

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de desidratação necessário para a transparência da córnea, explicando assim, o motivo da opacidade da córnea.

A terapia para o glaucoma pode ser medicamentoso ou cirúrgico, para que ocorra o aumento da taxa de drenagem do humor aquoso da câmara anterior, porém, em muitos casos ocorre a retirada dos olhos afetados cirurgicamente (COLVILLE e BASSERT, 2010).

Segundo Oriá et al. (2013), ao longo do tratamento medicamentoso o glaucoma acaba se tornando refratário e com isso, a intervenção cirúrgica tem que ser feita para alívio da dor e desconforto ocular. Os procedimentos cirúrgicos recomendados para olhos glaucomatosos e cegos são: ablação farmacológica do corpo ciliar, ciclofotocoagulação, cicloterapia, enucleação (com ou sem prótese ocular) e evisceração com prótese ocular.

No caso relatado, foi feita a ablação uveal intra-vítrea que é cirúrgico-medicamentoso. Petrillo et al. (2006), recomenda que nos casos de glaucoma que já tenha como sinal clínico a buftalmia e perda da visão como consequência, o tratamento seja este mesmo, por ser um procedimento rápido e de fácil execução, tendo um prognóstico favorável e mantém a estética facial do animal, além de levar a uma redução imediata do globo ocular.

Segundo Albuquerque (2010), a drenagem do humor aquoso feita durante o procedimento, possibilita uma diminuição imediata da PIO em média de 5 a 12 mmHg. Nos estudos de Brandão et al. (2007) e Petrillo et al. (2006), foi realizado o mesmo procedimento cirúrgico do animal relatado e todos obtiveram sucesso, visando que houve redução da PIO e do globo ocular com buftalmia.

Para anestesia do animal foi usado apenas propofol, que segundo Belo (2009), o uso deste para manutenção anestésica ocasiona diminuição da PIO, sendo esse fármaco muito utilizado em cirurgias oculares. Madruga, Ruiz e Ribeiro (2015) citam que a escolha do anestésico é um fator muito importante para o sucesso na cirurgia intraocular, para que se tenha o controle da PIO antes, durante e após o procedimento, sendo que, a maioria dos anestésicos possui este efeito, como exemplo a xilazina, acepromazina associada à meperidina ou butofarnol e os opóides.

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O uso de sulfato de gentamicina e fosfato de dexametasona é citado por Petrillo et al. (2006) como medicações que fazem atrofia do corpo ciliar, fazendo com que ocorra a redução do globo ocular e da PIO. Oriá et al. (2013) orientam que, antes de decidir pela enucleação do globo ocular, deve-se fazer primeiramente o procedimento mencionado.

Em casos de não haver outros tratamentos disponíveis Ford e Mazzaferro (2012) citam que o glicerol via oral 2 mg/kg pode ser usado para reduzir a PIO, porém, ele pode causar vômito prolongado, não devendo ser usado em diabéticos ou usar manitol via intravenosa 1 mg/kg, que também reduz a PIO e não causa vômito.

Na prescrição terapêutica recomendou-se continuar o tratamento com o colírio de maleato de timolol 0,5%, pois esse diminui a PIO e reduz a produção de humor aquoso (MATUSOW, 2017). Segundo Ford e Mazzaferro (2012), os inibidores da anidrase carbônica associados aos β-bloqueadores (dorzolamida e timolol 5%) são mais eficazes no tratamento para redução de ambos. Após uma semana, o paciente retornou para medir novamente sua PIO, mostrando que o tratamento foi eficaz, porém como citam Ribeiro, Martins e Laus (2007), apesar dos esforços para tentar recuperar a visão do animal ainda não existe substância capaz de impedir a apoptose retiniana.

3.2.4 Conclusão

Conclui-se que no caso relatado onde o animal já estava com buftalmia no olho direito e consequente cegueira bilateral, foi instituído o melhor tratamento para o mesmo, em vista que, houve uma melhora clínica da dor, diminuição da pressão intraocular e do globo ocular bilateral. Em casos de cirurgias oculares como as de catarata, o tutor deve se informado sobre os riscos de o animal vir a ter um glaucoma secundário. A perda da visão é uma ocorrência comum e como neste caso, o animal foi encaminhado a um especialista tardiamente, quando pouco poderia ser feito.

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3.2.5 Referências Bibliográficas

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39

4 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária é considerado de extrema importância para a conclusão do período acadêmico cursado, para que assim, tenhamos um melhor preparo para o mercado de trabalho. A troca de experiência e especialmente o conhecimento obtido durante o estágio e as situações acompanhadas na rotina do médico veterinário permitem a formação de um profissional ético e responsável.

O Hospital Universitário Veterinário da UFSM é referência na região de Santa Maria, conta com profissionais qualificados como professores, médicos veterinários concursados, residentes e enfermeiras. A procura por atendimento no Hospital Universitário Veterinário da UFSM é amplo e isso permite que o estagiário acompanhe diferentes casos clínicos e cirúrgicos, favorecendo assim, o seu crescimento para o futuro. Desta forma, desenvolver as atividades com qualidade é o principal objetivo do estágio.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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