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Avaliação do impacto ambiental na produção das cédulas de cinquenta reais através da metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

ERIKA TATIANE DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DAS CÉDULAS DE CINQUENTA REAIS ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO CICLO

DE VIDA (ACV)

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organização e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão para Qualidade Total

Orientador:

Prof. André Teixeira Pontes, D. SC.

Niterói-RJ 2017

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2 Ficha catalográfica

O 48 Oliveira, Erika Tatiane de.

Avaliação do impacto na produção das cédulas de cinqüenta reais através da metodologia de avaliação do ciclo de vida (ACV) / Erika Tatiane de Oliveira. – Niterói, RJ, 2017.

163 f.

Orientador: André Teixeira Pontes.

Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2017.

Bibliografia: f. 146-152.

1. Dinheiro. 2. Cadeia produtiva. 3. Impacto ambiental. 4. Casa da Moeda do Brasil. I. Título.

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4

Dedico este trabalho ao meu esposo, Leonardo, meu companheiro de todos os momentos, por todo seu amor, paciência, dedicação e incentivo. Aos meus pais, Graça e Edio, pelo exemplo de educação e de família.

As minhas irmãs, Ellen e Eliziane, que souberam compreender minha ausência e me apoiar nos momentos mais difíceis desta caminhada. A minha filha, Laura que virá junto com esta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela oportunidade e me dar força para a conclusão de mais este desafio na minha vida.

Aos colegas de trabalho, aos meus gerentes pela minha indicação, representando a empresa Casa da Moeda do Brasil, no mestrado profissional.

A minha equipe pela cooperação e presteza, sem as quais este trabalho não seria concluído. Aos meus amigos da turma de Mestrado, que tornaram o caminho mais divertido.

Ao meu Orientador, Prof° André Teixeira Pontes, por toda sua contribuição para realização deste trabalho. E a todos que torceram por mim para a obtenção de mais esta conquista.

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6 RESUMO

A exploração exagerada dos recursos naturais, comprometendo os limites físicos do planeta, leva o tema sustentabilidade ganhar maior destaque nas discussões mundiais. Nos últimos anos, as empresas vem investindo em diminuir o impacto ambiental de suas atividades, buscando aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia. Diante desta questão, este trabalho consiste na avaliação dos impactos ambientais da produção de cédulas de R$ 50,00 baseados na metodologia de Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (ACV), normatizada pelas ISO 14040 e 14044. A fronteira do sistema considerado nesta análise inclui a produção de chapas, impressão de cédulas e tratamento de efluentes. A unidade funcional (UF) do estudo é a produção de 1.000.000 cédulas de denominação de R$ 50,00 no ano de 2015. Utilizou-se o software SimaPro 8 e o banco de dados Ecoinvent, em suas versões 3.1. O resultado do estudo permitiu obter uma melhor visão dos processos da empresa. Em relação a fase de Avaliação de Impacto, os resultados demonstraram que o processo de impressão de cédulas mostrou ter 88% de contribuição para o impacto ambiental em relação ao processo de produção de chapas e tratamento dos efluentes. Baseado nos resultados deste estudo de ACV depreende-se que no processo de impressão de cédulas, o uso de papel fibra algodão apresentou maior contribuição para o impacto ambiental em 16 das 18 categorias avaliadas. O resultado deste estudo poderá utilizado como instrumento técnico para futuras decisões no desenvolvimento de novos produtos por empresas responsáveis pela produção do dinheiro no mundo.

Palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida; Cédulas, Produção gráfica; Impacto Ambiental;

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ABSTRACT

Exaggerated exploitation of natural resources, compromising the physical limits of the planet, makes the subject of sustainability gain greater prominence in the world's discussions. In recent years, companies have been investing in reducing the environmental impact of their activities, seeking to increase efficiency in the use of raw materials, water and energy. Given this question, this work consists of the evaluation of the environmental impacts of the production of R $ 50.00 banknotes based on the methodology of Life Cycle Impact Assessment (LCA), standardized by ISO 14040 and 14044. The boundary of the system considered in this Analysis includes plate production, ballot printing and effluent treatment. The functional unit (UF) of the study is the production of 1,000,000 bills denominated R $ 50.00 in the year 2015. The software SimaPro 8 and the database Ecoinvent, in its versions 3.1. The result of the study allowed a better view of the company's processes. Regarding the Impact Assessment phase, the results showed that the ballot printing process showed an 88% contribution to the environmental impact in relation to the sheet production process and effluent treatment. Based on the results of this LCA study, it can be seen that in the ballot printing process, the use of cotton fiber paper presented the greatest contribution to environmental impact in 16 of the 18 categories evaluated. The result of this study could be used as a technical tool for future decisions in the development of new products by companies responsible for producing money in the world.

(8)

8 LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organização da pesquisa ... 20

Figura 2: Fluxograma da pesquisa ... 22

Figura 3: Fluxograma da pesquisa. ... 23

Figura 4: Número de documentos ... 24

Figura 5: Principais autores. ... 24

Figura 6: Quantidade de documentos por ano. ... 25

Figura 7: Principais autores. ... 26

Figura 8: Pesquisas complementares realizadas. ... 27

Figura 9: Fluxo do algodão utilizado nas cédulas ... 35

Figura 10: Representação esquemática de um ciclo de vida de um produto genérico. ... 43

Figura 11: Estrutura da Avaliação do Ciclo de Vida ... 48

Figura 12 Apresentação esquemática de um mecanismo ambiental subjacente à modelagem de impactos e danos em Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida ... 60

Figura 13: Avaliação do ciclo de vida das cédulas Suíças Fonte: Adaptado de Banco da Suíça, 2000. ... 64

Figura 14: Limites do Sistema do Estudo realizado pelo Banco do Canadá ... 66

Figura 15: Limite do sistema para as notas de banco de papel e polímero. ... 69

Figura 16: Fronteira do Sistema do estudo ... 75

Figura 17: Fluxograma do processo de fabricação de cédulas ... 78

Figura 18: Procedimentos simplificados para análise do inventário ... 86

Figura 19: Desempenho ambiental para cada uma das categorias de impacto avaliadas, segundo nível midpoint. ... 99

Figura 20: Desempenho ambiental para cada uma das categorias de impacto avaliadas, segundo nível midpoint para Fabricação de Chapas. ... 100

Figura 21: Desempenho ambiental para cada uma das categorias de impacto avaliadas, segundo nível midpoint para Impressão de Cédulas. ... 100

Figura 22: Desempenho ambiental para cada uma das categorias de impacto avaliadas, segundo nível midpoint para Tratamento de Efluentes. ... 101

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Documentos científicos utilizados na pesquisa... 27

Tabela 2: Categorias de impactos ambientais mais comuns utilizadas em estudo de ACV. ... 58

Tabela 3: Exemplos de categorias de impacto segundo as modelagens midpoint e endpoint. ... 61

Tabela 4: Visão geral da cobertura tecnológica ... 84

Tabela 5: Matriz Pedigree para dados primários usados neste estudo ... 85

Tabela 6: Dados de materiais usados na análise de inventário ... 87

Tabela 7: Resultados da Avaliação de Impacto, em nível midpoint de 01 (um) milheiro de cédulas e a contribuição dos processos para cada categoria de impacto. ... 98

Tabela 8: Principais processos contribuintes para categoria Mudanças Climáticas. ... 102

Tabela 9: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Mudanças Climáticas. ... 103

Tabela 10: Principais contribuições para categoria Mudanças Climáticas. ... 103

Tabela 11: Principais processos contribuintes para categoria de Depleção do Ozônio Estratosférico. ... 104

Tabela 12: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Depleção do Ozônio Estratosférico ... 104

Tabela 13: Principais contribuições para categoria Depleção do Ozônio Estratosférico. ... 105

Tabela 14: Principais processos contribuintes para categoria de Toxicidade Humana ... 106

Tabela 15: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Toxicidade Humana. ... 107

Tabela 16: Principais contribuições para categoria Toxicidade Humana ... 108

Tabela 17: Principais processos contribuintes para categoria Formação de Foto-Oxidantes ... 109

Tabela 18: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Formação de Foto-Oxidantes ... 110

Tabela 19: Principais contribuições para categoria Formação de Foto-Oxidantes ... 111

Tabela 20: Principais processos contribuintes para categoria Formação de Material Particulado ... 112

Tabela 21: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Formação de Material Particulado ... 112

Tabela 22: Principais contribuições para categoria Formação de Material Particulado ... 113

Tabela 23: Principais processos contribuintes para categoria Acidificação Terrestre ... 114

Tabela 24: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Acidificação Terrestre. ... 114

Tabela 25: Principais contribuições para categoria Acidificação Terrestre ... 115

Tabela 26: Principais processos contribuintes para categoria Eutrofização em Água Doce ... 116

Tabela 27: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Eutrofização em Água Doce ... 116

Tabela 28: Principais contribuições para categoria Eutrofização em Água Doce ... 117

Tabela 29: Principais processos contribuintes para categoria Eutrofização Marinha ... 118

Tabela 30: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Eutrofização Marinha. ... 118

Tabela 31: Principais contribuições para categoria Eutrofização Marinha ... 119

Tabela 32: Principais processos contribuintes para categoria Ecotoxicidade Terrestre... 119

Tabela 33: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Ecotoxicidade Terrestre ... 120

Tabela 34: Principais contribuições para categoria Ecotoxicidade Terrestre ... 121

Tabela 35: Principais processos contribuintes para categoria de Ecotoxicidade em Água Doce ... 121

Tabela 36: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Ecotoxicidade em Água Doce ... 122

Tabela 37: Principais contribuições para categoria Ecotoxicidade em Água Doce ... 123

Tabela 38: Principais processos contribuintes para categoria de Ecotoxicidade Marinha ... 123

Tabela 39: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria de Ecotoxicidade Marinha... 124

Tabela 40: Principais contribuições para categoria Ecotoxicidade Marinha. ... 125

Tabela 41: Principais processos contribuintes para categoria Ocupação da Área Agrícola ... 126

Tabela 42: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria de Ocupação de Área Agrícola ... 126

Tabela 43: Principais contribuições para categoria Ocupação de Área Agrícola ... 127

Tabela 44: Principais processos contribuintes para categoria de Ocupação da Área Urbana ... 127

Tabela 45: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria de Ocupação de Área Urbana ... 128

Tabela 46: Principais contribuições para categoria Ocupação de Área Urbana ... 129

Tabela 47: Principais processos contribuintes para categoria de Transformação de Área Natural ... 130

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10

Tabela 49: Principais contribuições para categoria Ocupação de Área Urbana ... 131

Tabela 50: Principais processos contribuintes para categoria de Depleção da Água ... 131

Tabela 51: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria de Depleção da Água. ... 132

Tabela 52: Principais contribuições para categoria Depleção da Água. ... 133

Tabela 53: Principais processos contribuintes para categoria Mudanças Climáticas... 133

Tabela 54: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Depleção de metal. ... 134

Tabela 55: Principais contribuições para categoria Depleção metal ... 135

Tabela 56: Principais processos contribuintes para categoria Depleção fóssil. ... 136

Tabela 57: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Depleção fóssil. ... 136

Tabela 58: Principais contribuições para categoria Depleção fóssil ... 137

Tabela 59: Principais processos contribuintes para categoria Radiação Ionizante. ... 138

Tabela 60: Principais aspectos ambientais contribuintes para categoria Radiação Ionizante ... 138

Tabela 61: Principais contribuições para categoria Radiação Ionizante ... 139

Tabela 62: Modelo de formulário para coleta de dados de insumos ... 150

Tabela 63: Modelo de formulário para coleta de dados de aspectos ambientais... 151

Tabela 64: Sistema de pontuação para Matriz Pedigree. ... 152

Tabela F.1: Perfil da categoria Acidificação. ... 153

Tabela F.2: Perfil da categoria Mudança Climática. ... 154

Tabela F.3: Perfil da categoria Depleção de Recursos Abióticos. ... 154

Tabela F.4: Perfil da categoria Ecotoxicidade. ... 155

Tabela F.5: Perfil da categoria Eutrofização. ... 155

Tabela F.6: Perfil da categoria Toxicidade Humana. ... 156

Tabela F.7: Perfil da categoria Uso da Terra. ... 157

Tabela F.8: Perfil da categoria Depleção da Camada de Ozônio. ... 157

Tabela F.9: Perfil da categoria Matéria Particulada. ... 158

Tabela F.10: Perfil da categoria Oxidação Fotoquímica. ... 158

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APÊNDICES

Apêndice A:MODELOS DE PLANILHAS PARA A COLETA DE DADOS:formulário para coleta de dados de insumos. ... 150 Apêndice B:MODELOS DE PLANILHAS PARA A COLETA DE DADOS:formulário para coleta de dados de aspectos ambientais. ... 151 Apêndice C:INDICADORES DE QUALIDADE DE DADOS:Sistema de pontuação para Matriz Pedigree. ... 152 Apêndice D:INDICADORES DE QUALIDADE DE DADOS:Matriz Pedigree para dados secundários. ... 153

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ANEXOS

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LISTA DE SIGLAS ABCV - Associação Brasileira do Ciclo de Vida

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ACV - Avaliação do Ciclo de Vida

AICV - Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida AOC - Agências de Operações Centrais

ATMs - Automated Teller Machine/caixa automático

CAPES - Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CMB - Casa da Moeda do Brasil

DATASET - Conjunto de dados

GE - General Electric GEE - Gases do Efeito Estufa

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia ICV - Inventário de Ciclo de Vida

IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change/ Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas LCA - Life cycle assessment/Avaliação do Ciclo de Vida

NBR - Norma brasileira

ICAO - International Civil Aviation Organization ISO - International Organization for Standardization/ PE - Pernambuco

BITCOIN - moeda virtual

PBACV - Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida PET - Politereftalato de etileno

PVC – Polyvinyl chloride/Policloreto de vinila

RDPs – Regional Distribution Points

SCOPUS - Base de dados de literatura científica SFN - Sistema Financeiro Nacional

SNB - Swiss National Bank/Banco Nacional da Suíça

OFFSET – Impressão offset é um processo planográfico cuja essência consiste em repulsão entre água e gordura (tinta gordurosa). O nome off-set - fora do lugar - vem do fato da impressão ser indireta, ou seja, a tinta passa por um cilindro intermediário (blanqueta) antes.

UV - ultravioleta

WEB - Sistema hipertextual que opera através da Internet

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14 SUMÁRIO RESUMO ... 6 ABSTRACT ... 7 LISTA DE FIGURAS ... 8 LISTA DE TABELAS ... 9 APÊNDICES ... 11 ANEXOS... 12 1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 14 1.2 JUSTIFICATIVA ... 17 1.3 OBJETIVOS ... 18 1.3.1 Objetivo geral ... 18 1.3.2 Objetivos específicos ... 18 1.4 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 18 1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ... 19 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 21 2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO ... 21

2.1.1 Primeira fase da Bibliometria ... 21

2.1.2 Pesquisas complementares ... 26

2.2 HISTÓRIA DO DINHEIRO ... 29

2.2.1 A origem do Dinheiro ... 29

2.2.2 O dinheiro no Brasil ... 32

2.3 A CADEIA PRODUTIVA DAS CÉDULAS ... 33

2.3.1 Produção de algodão ... 34

2.3.2 Plantio de Algodão ... 35

2.3.3 Produção da Banda Holográfica (Foil) ... 36

2.3.4 Produção do Fio de Segurança... 36

2.3.5 Produção de Papel ... 37

2.3.6 Produção de Tinta ... 37

2.3.7 Impressão ... 38

2.3.8 Circulação das Notas Bancárias ... 39

2.3.9 Destinação final ... 41

2.4 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) ... 41

2.4.1 Conceito de Ciclo de Vida ... 41

2.4.2 A avaliação do ciclo de vida e a ISO 14001 ... 46

2.4.3 Metodologia de ACV ... 47

(15)

2.5.1 Estudos nas cédulas da Suíça ... 63

2.5.2 Estudos nas cédulas do Canadá ... 65

2.5.3 Estudos nas cédulas da Inglaterra ... 67

3 METODOLOGIA ... 71

3.1 TIPO DE ESTUDO... 71

3.2 LOCAL DO ESTUDO ... 71

3.3 PERÍODO DO ESTUDO ... 71

3.4 FONTE DE OBTENÇÃO DOS DADOS ... 72

3.5 ANÁLISE DOS DADOS ... 72

3.6 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS ... 72

4 ESTUDO DE ACV DAS CÉDULAS DE R$ 50,00 ... 74

4.1 DEFINIÇÃO DE OBJETIVO E ESCOPO ... 74

4.1.1 Definição de Objetivo ... 74

4.1.2 Definição de Escopo ... 74

4.1.3 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência ... 76

4.1.4 Sistema de produto e Fronteira do Sistema ... 76

4.1.5 Procedimento de alocação ... 81

4.1.6 Categorias de Impacto ... 82

4.1.8 Suposições e limitações do estudo ... 82

4.1.9 Requisitos de qualidade dos dados ... 83

4.1.10 Tipo de Revisão crítica e Formato do Relatório ... 85

4.2 ANÁLISE DE INVENTÁRIO ... 86

4.2.1 ICV do processo de impressão de cédulas ... 89

4.2.2 ICV do processo de fabricação de chapas ... 91

4.2.3 ICV do processo de tratamento de efluentes ... 93

4.2.4 Lançamento para o corpo hídrico ... 97

4.2.5 Destinação final ... 97

4.3 AVALIAÇÃO DE IMPACTO ... 98

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 102

5.1 ANÁLISE DE CONTRIBUIÇÃO ... 102

5.1.1 Mudanças Climáticas ... 102

5.1.2 Depleção do Ozônio estratosférico ... 104

5.1.2 Toxicidade Humana ... 106

5.1.3 Formação de Foto-oxidantes ... 109

5.1.4 Formação de material particulado ... 112

5.1.5 Acidificação Terrestre ... 114

5.1.6 Eutrofização em Água Doce ... 116

(16)

16

5.1.8 Ecotoxicidade Terrestre ... 119

5.1.9 Ecotoxicidade em Água Doce... 121

5.1.11 Ecotoxicidade marinha ... 123

5.1.12 Ocupação de Área Agrícola ... 126

5.1.13 Ocupação da área urbana ... 127

5.1.14 Transformação de Área Natural ... 130

5.1.15 Depleção de água ... 131 5.1.16 Depleção de metal... 133 5.1.17 Depleção fóssil ... 136 5.1.18 Radiação Ionizante... 138 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 140 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 143

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1

INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Casa da Moeda do Brasil (CMB) foi fundada em 8 de março de 1694 pelo rei de Portugal D. Pedro II, em Salvador, com o objetivo de atender a necessidade de fabricação de moedas no país. Ele é responsável pela produção de cédulas nacionais e de outros produtos de segurança como chips e selos fiscais. A capacidade instalada atual permite a produção de cerca de 3,8 bilhões de cédulas por ano.

Para a produção da cédula são utilizados recursos especiais que garantem a segurança necessária para o meio circulante1, tais como: marca d’água, fios de segurança magnéticos, impressão calcográfica em relevo perceptível ao tato – marcas características destinadas aos deficientes visuais – holografia e outros dispositivos.

Atualmente, encontra-se em circulação no país mais de R$ 190 bilhões em cédulas de todos os valores, sendo aproximadamente R$90 bilhões, apenas, de cédulas de R$50,00, o que corresponde a mais de 1 milhão de cédulas, sendo, portanto, a de maior circulação, correspondendo a 37% do total (BANCO CENTRAL, 2017).

No Brasil, um estudo realizado pelo Banco Central apontou que as notas de 2, 5, 10 e 20 reais têm vida útil, em média, de 14 meses, enquanto que as de maior valor (R$ 50 e R$ 100) duram, em média, 37 meses (BANCO CENTRAL, 2012), o que gera uma necessidade de reposição de cédulas. Em 2011, por exemplo, foram gastos R$ 377 milhões para fabricar as cédulas que foram repostas (BANCO CENTRAL, 2012). Os dados desse estudo funcionam como indicadores importantes para o planejamento das políticas na área de meio circulante, de fabricação, distribuição, processamento e fiscalização da custódia, além de permitir o planejamento de ações de comunicação e de educação financeira, incentivando a conservação das notas e a circulação das moedas. (BANCO CENTRAL, 2012)

De acordo com o Banco Nacional Suíço (1999), ao desenvolver um projeto de uma nova série de notas, existem três diferentes requisitos a serem considerados. Primeiramente a nota deve atender aos critérios de segurança. Os critérios de segurança devem dificultar possíveis falsificações e possibilitar que a população distingue com facilidade as notas

1 Segundo definição do Banco Central, é o conjunto de cédulas e moedas com poder liberatório (inclusive

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15

verdadeiras das falsificações. Os usuários querem notas que sejam fáceis de manusear e de distinguir. Elas também devem ser resistentes e disponíveis nos valores práticos. E por último, as notas devem ser esteticamente agradáveis. O designer de uma nota de banco, portanto, deve tentar conciliar o projeto artístico com os aspectos técnicos das necessidades dos utilizadores e de segurança.

No Brasil, em 2010, o Banco Central lançou a Segunda Família de Cédulas do Real, com o objetivo de continuar mantendo a segurança do dinheiro brasileiro frente aos avanços das tecnologias de reprodução de imagens.

A renovação das cédulas do Real iniciou-se com o lançamento das notas de 100 e 50 reais. Em 2012 foram as cédulas de 20 e 10 reais e, em 2013, a Segunda Família ficou completa, com o lançamento das novas notas de 5 e 2 reais. A partir daí, as notas da Segunda Família do Real passaram a ter novos elementos gráficos e de segurança, capazes de impor obstáculos mais sólidos às tentativas de falsificação, além de promover a acessibilidade aos portadores de deficiência visual, ao incluir nas notas tamanhos diferenciados e características que facilitam o seu reconhecimento tátil. As notas da Segunda Família do Real possuem Elementos Fluorescentes que podem ser verificados com o auxílio de uma lâmpada ultravioleta (BANCO CENTRAL, 2010).

Produzir as notas com o nível de qualidade e segurança exigidos, garantir uma logística de substituição das notas em circulação e prover o descarte das notas são algumas atividades que geram impactos ambientais significativos. Alinhado com essa questão, de acordo com Ahlers et al., (2010), à medida que há um esforço para se tornar uma sociedade mais sustentável, é essencial examinar ações para diminuir o desperdício, mesmo quando se trata de moeda.

A exploração exagerada dos recursos naturais, comprometendo os limites físicos do planeta, levam o tema sustentabilidade ganhar maior destaque nas discussões mundiais, até mesmo quando o assunto é a moeda de cada país.

Em 1999, O Banco Nacional Suíço (SNB) realizou uma avaliação de desempenho ambiental de produtos abrangentes de notas suíças. O SNB estabeleceu como objetivo, criar, distribuir e dispor de notas de uma forma que seja tão compatível com o ambiente quanto possível.

Um estudo realizado nos Estados Unidos avaliou a os impactos ambientais de cada tipo de material utilizado para fazer moeda em todo o mundo para determinar qual seria a melhor escolha para o futuro da moeda norte-americana (AHLERS et al., 2010).O Banco Central do Canadá, em 2011, ao discutir sobre a mudança de material de substrato de notas de

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papel de algodão para o polímero, realizou estudo para avaliar os impactos ambientais nos 2 tipos de materiais. (BANK OF CANADA, 2011). O Banco da Inglaterra, por sua vez, em 2013, debateu sobre a escolha do material para futuras cédulas de dinheiro do país e levou em consideração nas discussões, o desempenho ambiental relativo dos substratos alternativos que podem ser usados.

A Casa da Moeda do Brasil (CMB) tem intensificado ações que contribuam para a construção de um futuro ambientalmente mais equilibrado a partir da definição de diretrizes ambientais e da adoção de iniciativas sustentáveis por meio de melhoria de processos, investimentos em inovações e treinamento contínuo. A empresa atua no desenvolvimento de estudos de viabilidades para redução da geração de resíduos e a destinação mais eficiente dos mesmos, com foco na minimização dos impactos ambientais negativos e até mesmo para identificação de oportunidades de geração de valor.

A Casa da Moeda do Brasil (CMB) possui o Selo Florestal da Forest Stewardship Council® (FSC).O selo FSC foi criado para promover o manejo florestal responsável no mundo. Determina que as matérias-primas dos produtos de origem florestal, como os papeis e a madeira, venham de fontes legais e responsáveis. O material ou produto é rastreado em toda a cadeia produtiva, desde a sua origem até o uso final. A CMB é a primeira de seu segmento, na América Latina, a receber essa certificação.

Nos últimos anos, a Casa da Moeda do Brasil vem investindo em diminuir o impacto ambiental de suas atividades, buscando aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia. Atualmente o processo de fabricação das cédulas é certificado pela ISO 14001:2004, que em sua última atualização, publicada em set/2015, passou a exigir que as organizações estendessem seu controle e influência para os impactos ambientais relacionados ao ciclo de vida dos produtos.

Desta forma, se fazem necessários estudos que identifiquem e mensurem os impactos ambientais ao longo do ciclo de vida das cédulas e das moedas utilizadas, como forma de contribuir para a diminuição do impacto ambiental destes produtos e para o desenvolvimento de novas famílias de cédulas e moedas mais ambientalmete amigáveis. Nesse sentido, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) surge como uma técnica capaz de determinar o impacto ambiental de materiais, produtos ou serviços ao longo de todo seu ciclo de vida.

A definição de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), segundo a NBR ISO 14040 é: “Compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida” (ABNT, 2009a).

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Neste contexto, este trabalho concentra os seus esforços na identificação e avaliação dos impactos ambientais associados à cédula de cinquenta reais, através da aplicação da metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida. A cédulas de R$50,00 foi escolhida por ser considerada a de maior circulação no país.

1.2 JUSTIFICATIVA

A confecção de cédulas utiliza papel filigranado (fibra de algodão), tintas e solventes especialmente preparados e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade. (BANCO CENTRAL, 2003).

Por conta disso, toda a cadeia produtiva possui restrições quanto aos insumos usados para poder garantir segurança do produto. Os principais requisitos de segurança estão concentrados no substrato de papel filigranado e nas tintas utilizadas na impressão.

O papel filigrando utilizado nas cédulas brasileiras é composto de fibras de algodão e possui características próprias, destacando-se a filigrana ou marca d’agua, elemento existente dentro da massa de papel. As tintas são compostas essencialmente de resinas e pigmentos e conferem segurança ao produto.

Os processos de fabricação de cédulas geram resíduos, dentre papéis, embalagens, sacos, filtros contaminados, madeira, tintas entre outros, além de efluentes líquidos que precisam de sistemas específicos para serem tratados.

As cédulas, periodicamente, são retiradas de circulação, gerando um grande quantitativo de resíduos para serem destinados, além da necessidade de inserção de novas cédulas.

No contexto internacional, pode se observar que outros países possuem iniciativas para diminuir o impacto ambiental associado às cédulas, utilizando a avaliação do ciclo de vida como método para avaliar o impacto ambiental de cédulas e moedas. O Banco Nacional Suíço (SNB), com o objetivo de organizar o sistema de distribuição de dinheiro de forma mais sustentável, realizou em 1999, uma avaliação do ciclo de vida das suas notas. O Banco Central do Canadá, em 2011, utilizou este tipo de estudo para avaliar os impactos ambientais da cédula que estavam em circulação (papel de algodão) em relação às novas cédulas propostas à época (polímero de polipropileno). (BANK OF CANADA, 2011). Em 2013, o Banco da Inglaterra, também

(22)

18

utilizou o método para calcular e comparar os impactos ambientais de papel de algodão convencional e do polímero de polipropileno para utilização nas cédulas (THE BANK OF ENGLAND, 2013).

Desta forma a ACV mostra-se um método apropriado para avaliar o impacto ambiental das cédulas brasileiras. Atualmente as cédulas se diferenciam no tamanho e requisitos de segurança. O presente estudo irá abordar apenas a cadeia produtiva da cédula de R$ 50,00, por representar a cédula de maior produção e, consequente, maior circulação.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar os potenciais impactos ambientais na produção das cédulas de cinquenta reais, utilizando a ferramenta de Avaliação do Ciclo de Vida, normatizada pelas ABNT NBR ISO 14040 e 14044.

1.3.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos o estudo se propõe a:

- Mapear a o processo de produção das cédulas de R$ 50,00;

- Identificar os impactos ambientais mais significativos relacionados à produção das cédulas de RS 50,00;

- Revelar quais aspectos na produção de cédulas que possam ser observados para a redução dos impactos;

1.4 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

O presente estudo realizou-se na planta industrial da empresa Casa da Moeda do Brasil, sendo direcionado ao setor de produção. Os dados utilizados tiveram como base o ano de 2015. Não serão feitas análises comparativas com outras empresas.

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19

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente trabalho está estruturado em seis capítulos. O primeiro capítulo apresenta caráter introdutório com o objetivo de contextualizar o tema e a situação-problema a serem desenvolvidos ao longo do estudo.

O segundo capítulo apresenta uma revisão de literatura sobre a cadeia produtiva das cédulas, contemplando a história do dinheiro, a cadeia produtiva, os insumos utilizados na produção e as preocupações ambientais no processo. Além dos conceitos apresentados, este capítulo permite apresentar as diretrizes gerais dos estudos Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

O capítulo 3 descreve a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), padronizada pelas normas ISO 14040 e ISO 14044.

O capítulo 4 apresenta a aplicação da ferramenta de ACV na cédula de R$ 50,00. O capítulo 5 fornece os resultados alcançados no estudo. O capítulo 6 apresenta as conclusões e recomendações finais.

(24)
(25)

2

REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura foi realizada com o auxílio de um levantamento bibliométrico dos principais assuntos relacionados ao tema da pesquisa, conforme critérios estabelecidos no item 2.1. Os aspectos teóricos da pesquisa foram divididos em cinco subcapítulos, onde foram abordados assuntos relacionados a histórico do dinheiro, as etapas do processo produtivo, os principais insumos, preocupações ambientais na produção de cédulas no Brasil e no mundo e apresentação das diretrizes gerais dos estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

Além disso, foram discutidos os aspectos teóricos relacionados ao plantio e beneficiamento do algodão, fabricação de papel e tinta, e tecnologias de impressão das cédulas nacionais.

2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO

A bibliometria foi realizada através da pesquisa e consulta aos periódicos disponibilizados nas bases de dados Scopus (Elsevier) e Web of Science (Thomson Reuters Scientific) e acessadas através do Portal de periódicos da CAPES entre o período de maio de 2016 a julho de 2016.

2.1.1 Primeira fase da Bibliometria

O levantamento em base de dados iniciou-se através da utilização das palavras-chave definidas nos objetivos da pesquisa: ACV (LCA) e Cédulas (notes). Entretanto, não foram identificados artigos que tratassem da palavra chave cédulas. Desta forma, optou-se como palavra-chave apenas: Life cycle assessment.

As Figuras 3 e 4 apresentam um fluxo com as etapas da pesquisa realizada nas bases Scopus e Web of Science, respectivamente.

(26)

Figura 2: Fluxograma da pesquisa Fonte: Base de dados SCOPUS

(27)

Figura 3: Fluxograma da pesquisa. Fonte: Base de dados WEB OF SCIENCE.

Pode-se observar que houve necessidade de exclusão da área de medicina, pois em muitos documentos houve o retorno de assuntos relacionados a AVC (Acidente Vascular Cerebral) e não ACV (Avaliação do Ciclo de Vida).

(28)

Ao analisar os artigos, verificou-se um aspecto mais de gestão da ACV, como aplicação das ferramentas de ACV, Pensamento do Ciclo de Vida (PCV), Produção mais Limpa, Eco-Design, entre outros conceitos.

A Figura 5 ilustra o levantamento cronológico dos documentos encontrados no período de 2005 a 2016 da base de dados SCOPUS e a Figura 6 os principais autores.

Figura 4: Número de documentos Fonte: Base de dados SCOPUS

Figura 5: Principais autores. Fonte: Base de dados SCOPUS.

(29)

Como resultado da pesquisa, pode-se observar que há um crescimento, ao longo dos anos, na publicação de documentos sobre o tema pesquisado. Observa-se que se trata de um assunto recente na comunidade acadêmica. Ao fazer um estudo mais detalhado sobre os documentos e autores, verifica-se que as principais publicações ocorreram nos Estados Unidos, China, Espanha e Itália, totalizando 4446 documentos no período pesquisado. O Brasil surge em 15° colocado em número de publicações. O maior número de publicações apresentadas centra-se nas revistas: Internacional Journal de Of Cycle Assesment e Journal of Cleaner Production.

Os gráficos das figuras 07 e 08 ilustram o levantamento cronológico dos documentos encontrados no período e os principais autores de 2005 a 2016, da base de dados WEB OF SCIENCE.

Figura 6: Quantidade de documentos por ano. Fonte Base de dados Web of Science.

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Figura 7: Principais autores. Fonte: Base de dados Web of Science.

Assim como a pesquisa realizada na base de dados Scopus, o resultado da pesquisa na base Web of Science, apresentou um crescimento, ao longo dos anos, nas publicações de documentos sobre o tema pesquisado. Ao analisar os documentos e autores, verifica-se que as principais publicações ocorreram também nos Estados Unidos, China, Espanha e Itália, totalizando 4332 documentos no período pesquisado. O maior número de publicações apresentadas centram-se nas revistas: Internacional Journal de Of Cycle Assesment e Journal of Cleaner Production.

Em se tratando de categorias da base Web of Science, os documentos centram-se em Environmental Sciencies e Engineering Environmental

2.1.2 Pesquisas complementares

A pesquisa englobou além dos periódicos citados, a base de dissertações capes, artigos publicados no Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida, por representar o principal congresso nacional sobre o tema de ACV.

(31)

Além disso, foram utilizados estudos obtidos em sites de Bancos Centrais Internacionais, como resultado da pesquisa, foram obtidos estudos da Inglaterra, Canadá Suíça e Estados Unidos. Em complementação, a pesquisa utilizou livros de história do dinheiro e documentos da empresa Casa da Moeda do Brasil. Na Figura 10 segue uma figura de como foi realizada a pesquisa.

Figura 8: Pesquisas complementares realizadas.

A tabela 1 apresenta os resultados dos documentos científicos (artigos, teses e dissertações) identificados no estudo bibliométrico, que estão relacionados ao tema.

Tabela 1: Documentos científicos utilizados na pesquisa

35 Documentos científicos utilizados na pesquisa Ano

1 AHLERS; CHRIS; MARTIN, Melody; OLSEN, Bem; O’NEIL, Paul; JUNIOR, Miguel Sanchez.

How Green is Our Green? A Sustainability Assessment of U.S. and Australian Currency. 2010. 2010 2 BANK OF CANADA. Life cycle assessment of Canada spolymer bank notes and cotton-paper bank notes.

Boston, 27 de maio de 2011. 2011

3 BANK OF ENGLAND. The bank of England - LCA of paper and polymer bank notes. 6 de Setembro de

2013. 2013

(32)

5 BENOIT, C.; MAZIJN, B. Guidelines for Social Life Cycle Assessment of Products. UMEP/SETAC Life cycle iniciative, 2009. ISBN: 978-92807-3021-0. 2009 6 BRAGA, Thais Guerra; DESAINDES, Céline. Gestão do ciclo de vida na concepção de novos produtos. V

Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida. 21 de nov. de 2016. 2016 7 CHIUMENTO, Giovanna; UGAYA, Cássia Maria Lie. Processos elementares prioritários para adaptação

de bases de dados. V Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida. Fortaleza, 20 de set. de 2016. 2016 8

CONSOLI, F.; DE OUDE, N.; ALLEN, D.; BOUSTEAD, I.; FAVA, J.; FRANKLIN, W.; JENSEN, A.A.; PARRISH, R.; PERRIMAN, R.; POSTLETHWAITE, D.; QUAY, B.; SIÉGUIN, J.; VIGON, B. Guidelines for Life Cycle Assessment. A Code of Practice. Pensacola, FL: SETAC Press, 1993.

1993

9

COSTA, K. R.; PICOLI, J. F.; HILARA, L. G.S.; SCACHETTI, M. T.; DONKE, A. C. G.; SUASSUNA, N. D.; MORANDI, M. A. B.; MATSUURA, M. I. S. F. Avaliação do ciclo de vida da produção de algodão no cerrado brasileiro. V Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida. Fortaleza, 21 de set. de 2016.

2016 10 CURRAN, M. A.Life Cycle Assessment: principles and practice. Scientific Applications International

Corporation, 2006. 2006

11 FAZENDA, Jorge M. R. Tintas Ciência e tecnologia. São paulo: Blucher, 2009. 2009 12

FINNVEDEN, Goran; HAUSCHILD, Michael Z.; EKVALL, Tomas; GUINÉE, Jeroen;HEIJUNGS, Reinout; HELLWEG, Stefanie; KOEHLER, Annette; PENNINGTON, David; SUH, Sangwon. Recent developments in Life Cycle Assessment. ScienceDirect, Journal of Operations Management 91 (2009), 1-21. Elsevier.

2009

14 GUINÉE, J. B. Handbook on life cycle assessment: operational guide to the ISO standards. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2002. ISBN: 978-0-306-48055-3. 2002 15

JUNIOR, Angelo Varandas; MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick; CARVALHO, Marly Monteiro de; ZANCUL, Eduardo de Senzi. Gestão de ciclo de vida e desenvolvimento de produto: análise bibliométrica e classificação da literatura. Scielo, Production, v.25, n.3, p. 510-528, 2015.

2015

16

LEWANDOWSKA, Anna. Environmental life cycle assessment as a tool for identification and assessment of environmental as pects in environmental management system (EMS) part 1: methodology. Springer link. The International Journal of Life Cycle Assessment, v.16, 178-186, 2011.

2011

17

LEWANDOWSKA, Anna; MATUSZAK-FLEJSZMAN, Alina. Eco-design as a normative element of environmetal management systems - the context if the revise ISO 14001:2015. Springer link. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 19, 1794-1798, 2014. 2012 18

LINTON, Jonathan D.; KLASSEN, Robert; JAYARAMAN, Vaidyanathan. Sustainable supply chains: An introduction.. Vol. 25. 2007. ScienceDirect, Journal of Operations Management 25 (2007), 1075-1082. Elsevier.

2007

19

LIZANA, Maria de Los Angeles Perez; ANDREAZZI, Márcia Aparecida; CAVALIERI, Fábio Luiz Bim; MENDES, Adriano Rogério; DIAS, Victor Hugo Cortez; OLIVEIRA, Karina Volpe de. Análise de ciclo de vida e rotulagem ambiental: um estudo qualitativo e quantitativo das publicações nacionais. V congresso brasileiro em gestão do ciclo de vida. Fortaleza. Fortaleza, 19 de set. 2016.

2016

20

MENDES, Natalia Crespo; BUENO, Cristiane; OMETTO, Aldo Roberto. Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida: revisão dos principais métodos. Scielo, Production, 26 (1), 160-175, 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/0103-6513.153213>. Acessado em: 24 de jul. de 2016

2016

21 MOLDAN, Bedrich; JANOUSKOVÁ, Svatava; HÁK, Tomás. How to understand and measure environmental sustainability. ScienceDirect, Ecological Indicators 17, 2012, 4-13. Elsevier. 2012

22

REAP, John; ROMANO, Felipe; DUNCAN, Scott; BRAS, Bert. A survey of unresolved problems in life cycle assessment - Part 1: goal and scope and inventory analysis. Springer link. The International Journal of Life Cycle Assessment 13(4), 290-300, 2008a. —. A survey of unresolved problems in life cycle assessment - Part 2: impact assessment and interpretation. Springer link. The International Journal of Life Cycle Assessment 13, 374-388, 2008b.

2008

23

REBITZER, G.; EKVALL, T.; FRISCHKNECHT, R.; HUNKELER, D.; NORRIS, G.; RYDBERG, T.; SCHMIDT, W.P.; SUSH, S.; WEIDEMA, B.P.; PENNINGTON, D.W. Life cycle assessment Part 1: Framework, goal and scope definition, inventory analysis, and applications. Environment International, 30 (2004), 701-720. Eselvier.

2014 24 RODRIGUES, Thiago Oliveira. Estudo sobre os métodos de avaliação da qualidade de dados de ICV. V

congresso brasileiro em gestão do ciclo de vida. Fortaleza, 19 de set. de 2016. 2016 25 ROYSTON, M. G. Pollution prevention pays. Oxford, UK: Pergamon, 1979. 2014 26

SAADE, Marcella Ruschi mendes; SILVA, Maristela Gomes da; GOMES, Vanessa. O uso de métodos de distribuição de impactos em ACVs de processos multifuncionais: uma revisão sistemática da literatura publicada nos últimos 10 anos. Fortaleza, 22 de Setembro de 2016b, p. 305. 2016

(33)

27 SILVA, A. G.; KULAY, A. L. Avaliação do ciclo de vida - Em Modelos e ferramentas de gestão ambiental. Tradução de JUNIOR, A. Vilela.; DEMAJOROVIC, A., 325-348. São Paulo: Senac, 2010. 2010 28

SILVA, Diogo A. Lopes; LUTOSA, Carla G.; RODRIGUES, Thiago O.; BRAGA, Tiago E. N. Análise do intercâmbio de datasets entre diferentes softwares de ACV e o banco de dados nacional SICV Brasil. V congresso em gestão do ciclo de vida. Fortaleza, 20 de 09 de 2016. 2016 29 SILVA, Elaine Aparecida da. Produção brasileira 'visível' em avaliação do ciclo de vida. V congresso

brasileiro em gestão do ciclo de vida. Fortaleza, 22 de 09 de 2016. 2016 30 SILVA, M.; OLIVEIRA, S. Aplicabilidade prática de melhorias através da simulação de cenários. V congresso brasileiro em gestão do ciclo de vida. Fortaleza, 22 de 09 de 2016b. 2016 31 SINGH, Rajesh Kumar; MURTY, H.R.; GUPTA, S.K.; DIKSHIT, A.K. An overview of sustainability assessment methodologies. ScienceDirect, Ecological Indicators 9 (2009), 189-212. Elsevier. 2009 32

SOUZA, José Andro de; SILVA, Gilson Lima da. Aplicação da avaliação do ciclo de vida em uma estação de tratamento de efluentes de uma empresa de beneficiamento de jeans. V congresso brasileiro em gestão do ciclo de vida. Fortaleza, 20 de out. de 2016. 2016 33 SUGAWARA, Eduardo Toshio. Comparação dos desempenhos ambientais do B5 etílico de soja e do óleo

diesel, por meio da avaliação do ciclo de vida (ACV). Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

2012 34 SWISS NATIONAL BANK. Swiss national bank, 2000. 2000 35

TILLMAN, Anne-Marie, EKVAL, Tomas; BAUMANN, Henrikke; RYDBERGT, Tomas. Choie of system boundaries in life cycle assessment. Journal of Cleaner Production. volume 2, número 1. Gõteborg, 29 de

dezembro de 1993. 1993

Fonte: Elaborado pela autora

2.2 HISTÓRIA DO DINHEIRO

2.2.1 A origem do Dinheiro

Antigamente, o homem procurava defender-se do frio e da fome, abrigando-se em cavernas e alimentando-se de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da pesca. Ao decorrer dos séculos, com o desenvolvimento da inteligência, o homem passou então a sentir a necessidade de maior conforto e a reparar no seu semelhante. Desta forma, em decorrência das necessidades individuais da espécie humana, se deu início às trocas de mercadorias (GONÇALVES, 1989). Trocas estas que perduram até os dias atuais e são denominadas de escambo (FREITAS, 2005).

Na antiga Mesopotâmia começando a mais ou menos cinco mil anos as pessoas usavam fichas ou tabletes de argila para registrar transações que por ventura envolvessem produtos agrícolas, cera, lã, ou metais preciosos (FERGUSON, 2009). Estas fichas representavam a relação interpessoal entre credor e devedor e o produto a qual era motivo de pacto entre as duas partes. Podemos atualmente perceber semelhança entre este sistema e as notas bancárias como ressalta Ferguson.

(34)

Mundialmente percebe-se a utilização de mercadorias como dinheiro, mais precisamente hoje denominada commodity, normalmente este é precificado levando-se em consideração a lei da oferta e da procura. Em todo mundo artigos dos mais variados foram usados como dinheiro em diversas épocas da história.

No terceiro milênio antes de Cristo, aproximadamente a 2500 a.C., os indivíduos localizados na Mesopotâmia iniciaram o uso de lingotes de metais preciosos em troca de produtos (WEATHERFORD, 2005; FERGUSON, 2009), tabletes de argila de escrita mencionavam o uso da prata como pagamento às mercadorias. O sistema evoluiu demonstrando ser bastante eficaz para comerciantes acostumados a negociar uma quantidade significativa de mercadorias. Contudo não apresentou a mesma facilidade quando precisava ser trocado por comerciantes locais e pessoas comuns na compra de uma cesta de trigo ou um pouco de vinho (WEATHERFORD, 2005).

Ainda segundo Gonçalves (1989), vários objetos e metais tais como, peles, sal, fumo, mandíbulas de porco, conchas, gado, cobre, ferro, prata e ouro circularam como moeda.

Quando a tecnologia e organização social cresceram ao ponto de usar quantidades de ouro e prata de forma padronizada, o surgimento das moedas se deu em pouco tempo. De acordo com a maioria dos estudiosos, a primeira moeda apareceu na Lídia, na Ásia Menor. A descoberta do metal, fez com que o homem passasse a utilizá-lo também como moeda. Primeiramente o metal foi utilizado em seu estado natural e depois, sob a forma de barras e objetos (GONÇALVES, 1989; FERGUSON, 2009).

O processo de cunhagem concedeu grande impulso ao comércio dando lhe estabilidade. As moedas tornaram-se um parâmetro que criava um nivelamento, isto é, produtos e serviços podiam ser equacionados, medidos e trocados com maior facilidade e precisão (WEATHERFORD, 2005).

Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades (GONÇALVES, 1989).

A necessidade de guardar as moedas em segurança deu surgimento aos bancos. Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos (então conhecidos como "goldsmith´s notes") passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus possuidores, por serem mais seguros de portar do que o dinheiro vivo. Assim surgiram as primeiras cédulas de "papel moeda", ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que

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a guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias (GONÇALVES, 1989).

Os primeiros bancos reconhecidos oficialmente surgiram, respectivamente, na Suécia, em 1656; na Inglaterra, em 1694; na França, em 1700 e no Brasil, em 1808 (GONÇALVES, 1989), e a palavra "bank" veio da italiana "banco", peça de madeira que os comerciantes de valores oriundos da Itália e estabelecidos em Londres usavam para operar seus negócios no mercado público londrino (WEATHERFORD, 2005).

Com a evolução do comercio e da sociedade, torna-se necessária a adoção de valores de representação mais alta, geralmente expressos por cédulas, ficando as moedas, em consequência, destinadas ao troco ou a pagamentos de importância de expressão menor (GONÇALVES, 1989).

Outra evolução nos processos bancários foi a criação das letras de câmbio, uma espécie de título de crédito, que garantia o recebimento de valores na moeda designada

(WEATHERFORD, 2005). Esta evolução ocorreu devido à dificuldade logística de se transportar moedas, devido ao peso e possibilidade de roubo das mesmas, e o dinheiro em papel que poderia ser roubado também, além do pagamento de escolta para bens tão valiosos. As letras de câmbio criaram um novo dinheiro, acabando com as limitações físicas impostas pelo uso de cédulas, ou de moedas e facilitando a troca por diferentes moedas (WEATHERFORD, 2005). Com o surgimento dos bancos e a evolução do sistema bancário, não demorou muito e as letras de câmbio para pagamento à vista evoluíram para os cheques. Vindo a facilitar a transição de dinheiro sem a real necessidade de se realizar um saque em espécie. Como citado por Freitas (2005) foi em 1762 que possivelmente o banqueiro inglês Lawrence Childs imprimiu os primeiros cheques, antes disso os cheques eram totalmente preenchidos a mão.

O desenvolvimento da estrutura bancária e o crescimento do fluxo de negócios deram origem a uma política econômica tendo como pilar a criação dos Bancos Centrais, ou nomeações de bancos privados já existentes. Banco Central, como citado em Vasconcellos e Garcia (2004), “é uma autarquia delegada a gerir a política econômica de um país, tem o objetivo de manter a estabilidade e o poder de compra da moeda, mantendo a liquidez do sistema financeiro”. O primeiro Banco Central foi o Banco da Inglaterra em 1694. O Banco Central é um banco do governo, é nele que deposita grande parcela de seus recursos.

No começo os bancos lastreavam suas transações financeiras usando como base a quantidade de ouro e prata que detinham de seus depósitos. Este modelo evoluiu e ficou conhecido mais tarde como padrão-ouro (WEATHERFORD, 2005). O padrão-ouro foi o sistema monetário que perdurou pelo século XIX até a primeira Guerra Mundial, onde cada país

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determinava sua oferta monetária baseada na quantidade de reservas de ouro que dispunha (FERGUSON, 2009). Com o passar do tempo este modelo foi perdendo força e a relação fixa do ouro com cada moeda foi dissolvida.

A evolução tecnológica, ressaltando a eletrônica e a informática, permitiu o surgimento do dinheiro eletrônico, especialmente o cartão magnético que pode ser de débito ou crédito, ou os dois ao mesmo tempo (FREITAS, 2005).

Essa evolução continuou com a criação de uma infinidade de moedas por todo mundo digital, seja para jogar num cassino ou para comprar um item de jogo na Play Station Store. No começo, o dinheiro convencional podia ser usado para comprar estas unidades de moeda cibernética, ou elas poderiam ser ganhas de alguma forma, sempre associado a algum serviço ou compra. Pontos de relacionamento, que podem ser trocados por serviços ou produtos, exemplificam bem essa questão.

Atualmente, um forte exemplo de internacionalização de moeda é o BITCOIN, uma moeda digital que não precisa ser emitida por nenhum governo ou Banco Central (ULRICH, 2014).

2.2.2 O dinheiro no Brasil

De acordo com (BANCO CENTRAL, 2014), o primeiro dinheiro a ser utilizado no Brasil foi a moeda-mercadoria, uma moeda cujo valor vem da mercadoria da qual ela é feita. A circulação deste tipo de moeda aumentou com o avanço da colonização portuguesa.

A partir de 1580, com a união das coroas de Portugal e Espanha, moedas de prata espanholas passaram a circular no Brasil em grande quantidade. Assim, em 1694, foi criada a primeira Casa da Moeda, localizada na Bahia. Na época, todas as moedas de ouro e de prata em circulação na Colônia deveriam ser enviadas à Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais.

Com as dificuldades e os riscos inerentes ao transporte fizeram com que a Casa da Moeda fosse transferida de uma região mais próxima do centro de maior concentração financeira da época. Assim, em 1699, a Casa da Moeda mudou-se para o Rio de Janeiro; no ano seguinte, para Pernambuco; e de novo para o Rio, em 1703 (BANCO CENTRAL, 2014).

No entanto, devido à queda na produção de ouro e ao crescimento dos gastos com a implantação da administração no Rio de Janeiro, a quantidade de moedas em circulação

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tornou-se insuficiente. Em 1810, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil. (BANCO CENTRAL, 2017).

No decorrer do século XIX, devido ao aumento da população e o alto custo dos metais preciosos utilizados na fabricação de moedas, as cédulas passaram a se tornar cada vez mais necessárias, consolidando-se como a principal moeda (BANCO CENTRAL, 2014). Desta forma, identificou-se a necessidade de criação de uma fábrica para essas moedas, surgia, assim, a Casa da Moeda do Brasil (CMB).

A CMB é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Fundada em 8 de março de 1694, acumula 324 anos de existência. Inicialmente foi instalada na praça da república no centro do Rio de Janeiro. A empresa é uma das mais antigas instituições públicas do país.

Atualmente a Casa da Moeda do Brasil está localizada no Distrito Industrial de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, contendo unidades para a produção de moedas e medalhas, cédulas, impressos e passaportes.

Em 1994, a CMB participou ativamente da implantação do Plano Real, produzindo, em curto espaço de tempo, todo o padrão monetário brasileiro. A partir de 2008, a empresa passou por um forte processo de modernização, marcado pela aquisição de modernas linhas de produção de cédulas, que permitiram o lançamento da segunda família do Real, mais sofisticada e segura.

2.3 A CADEIA PRODUTIVA DAS CÉDULAS

Ao projetar e desenvolver uma nova série de cédulas existem três principais critérios técnicos para serem considerados. As cédulas devem ser: seguras, fáceis de manusear e esteticamente agradáveis (SWISS NATIONAL BANK, 2000)

Durante os últimos anos, os bancos centrais têm aumentado o interesse nos papéis de notas mais duráveis (NEDERLANDSCHE BANK, 2002).

As cédulas são constituídas por um substrato que pode ser papel ou plástico, tintas especiais e fios de segurança. Todos os componentes possuem características para garantir a segurança do produto. São exemplos de substratos utilizados na produção de cédulas:

 Cédulas em papel: mistura de fibras naturais (desde 1666),  Cédulas em papel: algodão misturado com fibras artificiais (desde 1974),

(38)

 Cédulas de polímero ou plástico (desde 1974/1988),

 Papéis tradicionais de algodão com revestimentos de pré-impressão (desde 1997),

 Substratos laminados (em 2002).

2.3.1 Produção de algodão

Atualmente, as folhas usadas para a produção de cédulas no Brasil são constituídas de línter e fibras curtas de algodão, coprodutos da indústria têxtil. Esta composição assegura resistência e durabilidade às cédulas.

Nos Estados Unidos o papel para a produção das cédulas é feito de uma mistura de 75% algodão e 25% de linho (AHLERS et al., 2010). O linho, assim como as fibras de algodão, são subprodutos da indústria têxtil.

As cédulas de papel do Reino Unido são produzidas a partir do línter de algodão e de fibras removidas na cardação do algodão: ambos surgem como resíduos no processo de produção da fibra de algodão normal (BANK OF ENGLAND, 2013). As fibras removidas da cardação (conhecidas como penteadeiras) incluem fibras curtas demais para o uso na produção de fio de algodão para roupas e dão ao papel força e resistência ao rasgo (BANK OF ENGLAND, 2013).

O línter de algodão envolve fibras sedosas e finas que aderem às sementes de algodão durante o processo de beneficiamento (separação de sementes, cascas de sementes e outras partículas pequenas das fibras de algodão). É usado como um material de enchimento no papel e também permite que boas marcas d'água sejam agregadas ao papel (BANK OF ENGLAND, 2013).

Essas fibras de algodão são então transformadas em papel. Durante esse processo, características de segurança como o fio metálico são agregadas ao papel.

A Figura 10 apresenta o fluxograma do processo de beneficiamento do algodão até a fabricação das cédulas.

(39)

Figura 9: Fluxo do algodão utilizado nas cédulas Fonte: A autora

2.3.2 Plantio de Algodão

A produção nacional de algodão tem aumentado de forma relevante, ganhando destaque no mercado mundial. As condições ambientais favoráveis atreladas aos avanços na tecnologia, fez com que o Brasil passasse de maior importador mundial de algodão para o terceiro maior exportador do produto em doze anos (COSTA et al., 2016). Além de ser o quinto maior produtor mundial da cultura, alcançando cerca de 4,40 milhões de toneladas na safra 2013/2014 (COSTA et al., 2016; CONAB, 2015).

Segundo Costa et al. (2016), 95% da produção de algodão no país está localizada no Cerrado brasileiro. Neste local predomina o cultivo do algodão em sistemas de produção caracterizados pelo plantio direto e rotação ou sucessão de culturas.

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O plantio direto é um tipo de plantio em solos sem preparo mecânico, sendo realizada a abertura de sulcos sob os restos vegetais de cultivos anteriores (COSTA et al., 2016) e (DERPSCH 2008). A técnica de rotação de culturas consiste em alternância ordenada, cíclica (temporal) e sazonal de diferentes espécies vegetais em um espaço produtivo específico. E a sucessão de culturas se caracteriza pela repetição sazonal de uma sequência de duas espécies vegetais no mesmo espaço produtivo, por vários anos (COSTA et al., 2016; HIRAKURI et al., 2012).

O uso de fertilizantes no plantio de algodão é uma importante fonte de impacto ambiental, devido à introdução de metais pesados e pelas emissões geradas (NH3, NOx), que têm efeito tóxico no ser humano e no meio ambiente (COSTA et al., 2016).

2.3.3 Produção da Banda Holográfica (Foil)

A Banda Holográfica é utilizada para dar mais segurança às cédulas. A sua produção é feita através de uma mistura entre alumínio e PET e, em seguida, são adicionados alguns adesivos.

A aplicação da banda holográfica é realizada por dispositivos opticamente variáveis em banda e/ou localizado, através da estampagem a quente (hot stamping). O adesivo é termicamente ativado durante o processo de estampagem à quente, com alta velocidade, precisão e qualidade.

O Canadá e Reino Unido utilizam este material nas suas cédulas (BANK OF CANADA, 2011; BANK OF ENGLAND, 2013).

No Brasil, esta tecnologia é aplicada exclusivamente nas novas cédulas de R$50,00 e R$100,00, que são impressas em uma única máquina (BANCO CENTRAL,2014).

2.3.4 Produção do Fio de Segurança

Segundo o estudo canadense, o processo de produção do Fio de segurança é um processo de deposição a vácuo energeticamente intensivo, quando blocos de sílica são vaporizados e depositados em uma liga metálica. Após a este processo, são adicionados adesivos e revestimento (BANK OF CANADA, 2011).

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2.3.5 Produção de Papel

As fibras de algodão são divididas em pequenas seções, cortadas e esmagadas antes de serem misturadas com material de preenchimento, cola e corantes. No próprio processo de produção de papel é formada a marca d’água e integrado o fio de segurança (SWISS NATIONAL BANK, 2000). Depois do processo de secagem, a imprimibilidade e tamanho da superfície são aprimorados através da aplicação de um revestimento de amido. Em seguida, o papel é alisado e enrolado. Na área de acabamento, os rolos de papel são cortados e pilhados na palete (SWISS NATIONAL BANK, 2000).

Nos Estados Unidos, tanto as fibras de algodão quanto as fibras de linho são refinadas quimicamente e mecanicamente antes de seguirem para a fabricação de papel. Isso é feito através do cozimento das fibras em hidróxido de sódio. Logo em seguida, é usado o hipoclorito de sódio para o processo de clareamento (AHLERS, et al., 2010).

Na Inglaterra e no Canadá, as fibras e línter de algodão seguem para o processo de clareamento e refinamento (químico e mecânico) com solução de hidróxido de sódio e peróxido de hidrogênio. São adicionados pigmentos brancos, bem como outros produtos químicos, tais como cola. Em seguida, o papel é cortado, aparado e inspecionado (BANK OF ENGLAND, 2013) e (BANK OF CANADA, 2011).

No Canadá, tanto as adições da banda holográfica quanto do fio de segurança ocorrem durante a produção do papel. Já na Inglaterra (2013), a adição do Foil ocorre durante o processo de impressão (BANCO DO CANADÁ, 2011).

2.3.6 Produção de Tinta

Segundo estudo desenvolvido na Suíça, a produção de cédulas requer também tintas que atendam os mais restritos requisitos de segurança, tais como: resistência à 18 tipos diferentes de químicos, bem como luz e à lavagem na máquina, inclusive com água aquecida.

De uma forma geral, as tintas são compostas de resinas, pigmentos/extensores e aditivos e suas proporções são largamente similares.

Segundo Fazenda et al., (2009), tinta é uma composição normalmente viscosa, constituída pigmentos que, ao sofrer um processo de cura, forma um filme opaco e aderente ao substrato. Esse filme tem a finalidade de proteger e embelezar as superfícies.

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A Resina é a parte não volátil da tinta, que tem como função a aglomeração das partículas de pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. Assim, como exemplo, temos as tintas acrílicas, alquídicas, epoxídicas, etc. Antigamente, as resinas eram a base de compostos naturais, vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superiores às antigas. A formação do filme de tinta está relacionada com o mecanismo de reações químicas do sistema polimérico, embora outros componentes, como solventes, pigmentos e aditivos, tenham influência no sentido de retardar, acelerar e até inibir essas reações.

Os pigmento são materiais sólidos finamente dividido, insolúvel no meio e tem como função a confereência de cor, opacidade, certas características de resistência e outros efeitos.

Os aditivos são ingrediente que, adicionados às tintas, proporcionam características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Utilizados para auxiliar nas diversas fases de fabricação e conferir características necessárias à aplicação. Existe uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes, a saber: secantes, anti-sedimentantes, niveladores, antipele, antiespumante, dispersantes, etc. Os solventes são líquidos voláteis, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes ativos ou verdadeiros, latentes e inativos. (FAZENDA et al., 2009).

Segundo Silva (2016), a indústria de tintas brasileira tem buscado soluções para tornar seus produtos cada vez mais sustentáveis. Nos últimos anos, o tema tem ganhado força cada vez mais no país e a indústria de tintas vem buscando reduzir os impactos, investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e soluções voltadas à diminuição do uso de solventes orgânicos em tintas, substituindo-os por solventes mais amenos ou água. (SILVA, 2016)

As principais tintas utilizadas no processo de fabricação de cédulas são: tintas offset, calcográficas, magnéticas, fluorescentes, secagem UV e tintas invisíveis.

2.3.7 Impressão

O processo de produção de cédulas envolve uma grande variedade e combinação de operações de pré-impressão, impressão e pós-impressão.

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O processo de pré-impressão envolve a geração de chapas para impressão direta e indireta e aplicação das bandas holográficas, retificação e revestimento dos cilindros de limpeza com PVC. O processo de geração de chapas envolve a eletroformação e galvanoplastia para calcografia, offset seco e úmido, e processos físicos (corte e retificação) para as chapas de aplicação das bandas holográficas.

Na Inglaterra as notas são impressas em quatro etapas, a saber (BANCO DA INGLATERRA, 2013):

Impressão Litográfica: um processo de impressão a Offset seco é usado para a aplicação de tinta de acordo com o design específico para cada denominação;

 Aplicação de Foil: uma banda holográfica é aplicada em notas de £5; £10; £20 como um item adicional de segurança;

 Impressão Calcográfica: é usada para dar criar áreas de alto relevo, sensível ao tato;

 Impressão Tipográfica: processo de impressão dos números de série, únicos em cada nota.

A etapa de impressão das cédulas no Canadá ainda conta com a etapa de aplicação de verniz antes da etapa de acabamento e não apresenta a etapa de aplicação de Foil, uma vez que o papel fiduciário já entra na fábrica com este elemento de segurança (BANK OF CANADA, 2011).

Na Suíça as folhas são impressas em Offset simultâneo, seguido da aplicação de numeração. A numeração camaleão e numeração mágica são aplicadas por serigrafia. A cédula recebe a impressão calcográfica nos dois lados e tem a numeração perfurada. Em seguida, a cédula recebe a impressão tipográfica, cortada e coberta por verniz (SWISS NATIONAL BANK, 2000).

Depois de impressas, as folhas são cortadas em cédulas individuais, embaladas e dispostas em caixotes e preparadas para serem transportadas.

2.3.8 Circulação das Notas Bancárias

Na Suíça a emissão e o resgate das cédulas são feitos através da rede de serviços de distribuição de numerário do Banco Nacional Suíço (SNB). Esta rede corresponde a quatro escritórios próprios do Banco Nacional com serviços de distribuição de numerário, 18 agências

Referências

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