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Artroplastia total de joelho após osteotomia tibial alta: comparação entre osteotomia em cunha de abertura medial com osteotomia em cunha de fechamento lateral

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

RICARDO PINHEIRO DOS SANTOS BASTOS FILHO

Artroplastia Total de Joelho Após Osteotomia Tibial Alta:

Comparação entre Osteotomia em Cunha de Abertura Medial

com Osteotomia em Cunha de Fechamento Lateral

Niterói - RJ 2013

(2)

RICARDO PINHEIRO DOS SANTOS BASTOS FILHO

Artroplastia Total de Joelho Após Osteotomia Tibial Alta: Comparação

entre Osteotomia em Cunha de Abertura Medial com Osteotomia em

Cunha de Fechamento Lateral

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor.

Área de Concentração: Ciências Médicas

Orientador: Prof. Dr. JOSÉ MAURO GRANJEIRO Co-orientador: Prof. Dr. PHILIPPE NEYRET

Niterói - RJ 2013

(3)

B327 Bastos Filho, Ricardo Pinheiro dos Santos

Artroplastia total de joelho após osteotomia tibial alta: comparação entre osteotomia em cunha de abertura medial com osteotomia em cunha de fechamento lateral / Ricardo Pinheiro dos Santos Bastos Filho. – Niterói: [s.n.], 2013.

71 f.

Orientador: José Mauro Granjeiro. Co-Orientador: Philippe Neyret.

Tese (Doutorado em Ciências Médicas) – Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina, 2013.

1. Osteotomia. 2. Artroplastia do joelho. I. Titulo.

(4)

RICARDO PINHEIRO DOS SANTOS BASTOS FILHO

Artroplastia Total de Joelho Após Osteotomia Tibial Alta: Comparação entre Osteotomia em Cunha de Abertura Medial com Osteotomia em Cunha de Fechamento Lateral

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor.

Área de Concentração: Ciências Médicas

Aprovado em ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Clóvis Orlando da Fonseca Universidade Federal Fluminense

Prof. Dr. Radovan Borojevic

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Prof. Dr. José Sergio Franco

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Prof. Dr. Gilberto Perez Cardoso Universidade Federal Fluminense

Prof. Dr. Vinícius Schott Gameiro Universidade Federal Fluminense

Niterói, RJ - Brasil 2013

(5)

Dedicatória:

Dedico esta conquista aos meus pais que me incentivaram e me deram força em todos os momentos de alegria, tristeza e de de solidão me fazendo sentir a todos os momentos que, por mais longe que estivesse, minha casa estaria sempre no meu coração.

Dedico também a minha amada esposa Raquel por compreender a importância desta realização, me fazer sentir sempre amado, me ajudar em tudo o que fosse preciso a acima de tudo por me dar o melhor presente que um homem poderia ganhar. Nosso filho maravilhoso. Sem ela, nada disso seria possível.

Especialmente, dedico tudo ao meu pequeno filho Ricardo. Por ele juntei forças para trabalhar cada vez com mais empenho a fim de voltar logo para os seus braços. Meu filho, você nem vai se lembrar dessa época, mas a mamãe e o papai fizeram tudo isso por você em especial!

À minha irmã querida, minha sobrinha Isabela, João e os futuros sobrinhos que já amo de coração.

Mas acima de tudo, dedico isso tudo a Deus, que em seus caminhos misteriosos e sábios, traçou este caminho, difícil, porém recompensador, em minha vida.

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Philippe Neyret, pelos seus ensinamentos e orientação, carinho e companheirismo.

À Isabelle Neyret por seu carinho.

Ao Dr. Roger Badet e Mariethé pela amizade e ajuda em todos os momentos e por serem minha família em Lyon.

Ao Professor Gilberto Perez Cardoso por me iniciar neste caminho e pela força necessária para continuar.

À Dina, por me orientar e pelo carinho sempre dado a mim.

Ao Professor José Mauro Granjeiro pela brilhante orientação e por estar sempre presente no desenvolvimento deste projeto.

Ao Professor Guillermo Velarde pelo magnífico trabalho estatístico.

Aos amigos fellows que fiz em Lyon, que passaram tempos maravilhosos comigo nesta cidade linda e que nunca vou esquecer.

(7)

EPÍGRAFE

“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais

maravilhoso do mundo... Mas é necessário ter pessoas para

transformar seu sonho em realidade...”

Walt Disney

(8)

RESUMO

Osteotomia tibial alta (OTA) é um recurso frequentemente utilizado para o tratamento da artrose de joelho em pacientes jovens com o objetivo de retardar a necessidade de uma artroplastia total de joelho (ATJ). O objetivo do estudo foi de avaliar a influência da técnica de OTA (adição ou subtração) no resultado final da ATJ e comparar a sobrevida das cirurgias de osteotomias com a idade dos pacientes no momento do procedimento.

Nossa hipótese é que o alinhamento do membro, seguimento clínico dos pacientes e taxa de complicações sejam iguais em pacientes submetidos a ATJ após OTA de adição e subtração além de que as osteotomias de subtração apresentem uma maior duração até a ne-cessidade de realização da ATJ. Supomos também que a idade dos pacientes na época das osteotomias tenha uma relação linear positiva com a sobrevida desta cirurgia.

Cento e quarenta e uma ATJs com antecedente de cirurgia de OTA (24 osteotomias de adição e 117 de subtração) foram selecionadas. Fatores intra-operatórios, resultados clínicos e alinhamento do membro foram analisados. A duração (sobrevida) das 2 diferentes técnicas de osteotomia até a realização da ATJ, assim como o impacto da idade dos pacientes na duração das duas técnicas desta cirurgia, também foram observados.

Não foram observadas diferenças significativas nos escores IKS quando comparadas as duas técnicas cirúrgicas. Foi observada uma tendência a maior necessidade de uma osteo-tomia da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) no grupo das osteoosteo-tomias de subtração. Foi encontrada uma maior necessidade de liberação de partes moles (release) medial mais extensa no grupo das osteotomias de adição e uma liberação de partes moles lateral mais importante no grupo das osteotomias de subtração. Não foram encontradas diferenças no tempo de is-quemia, taxas de complicação ou no eixo mecânico final do membro inferior entre os dois grupos. O alinhamento radiográfico, resultados funcionais, objetivos e taxas de complicações são iguais em pacientes que se submetem a uma ATJ após a realização de uma OTA de adição e de subtração. A cirurgia de osteotomia tibial alta de subtração parece apresentar uma longe-vidade (sobrevida) maior até a necessidade da realização de uma artroplastia total de joelho quando comparada a uma osteotomia tibial de adição. Existe uma relação positiva e significa-tiva entre a idade do paciente na época da realização da osteotomia e a duração dessa cirurgia até a necessidade de uma artroplastia.

(9)

ABSTRACT

High tibial osteotomy (HTO) is frequently used to treat varus osteoarthritis in younger patients with the goal of delaying the need for total knee arthroplasty (TKA). While it has been reported that the results of TKA following HTO are worse than those in patients without prior knee surgery, the influence of osteotomy technique (medial opening-wedge versus lat-eral closing-wedge) has not been explored. The purpose of this study was to evaluate the in-fluence of HTO technique on the performance and results of TKA.

Our hypothesis is that the limb alignment, clinical follow-up and rate of complications are equal in patients undergoing TKA after closing-wedge and opening-wedge osteotomies and that the closing-wedge osteotomies have a higher survival rate when compared to open-ing- wedge osteotomies. We also suppose that younger patients at the time of the osteotomies have a longer delay until the need of performing a TKA.

A hundred and one TKA’s performed in 118 patients with prior HTO (24 opening wedge and 117 closing wedge) were reviewed at a mean follow-up of 2 years. Reviewed data included operative factors (tourniquet time, the need for additional exposure, and intra-operative complications), clinical results (International Knee Score (IKS)), and radiographic assessment of limb alignment.

There was no significant difference in IKS scores based on osteotomy technique. There was a trend toward an increased need for tibial tubercle osteotomy in the closing-wedge group. There was an increased need for extensive medial release in the opening-wedge group and extensive lateral release in the closing-wedge group. No differences in tourniquet time, complication rates, or hip-knee-ankle angle were noted between the two groups.

Radiographic limb alignment, patient-reported outcomes, and complication rates are equal in patients undergoing TKA after opening and closing wedge HTO.

Closing-wedge high tibial osteotomy has a longer survival until the necessity of a total knee arthroplasty when compared to an opening-wedge high tibial osteotomy. There is a posi-tive and significant relationship between the patient's age at the time of the osteotomy and the survival of this surgery.

(10)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Imagem radiográfica da articulação do joelho em AP evidenciando artrose dos compartimentos lateral e medial ... 17 Figura 2- Imagem intra-operatória da articulação do joelho evidenciando extensa destruição cartilaginosa ... 18 Figura 3- Imagem esquemática mostrando desvios do eixo mecânico. À esquerda - joelho em valgo. À direita, joelho em varo ... 21 Figura 4- Imagem esquemática evidenciando a mudança do eixo mecânico do membro

inferior após a tealização de uma osteotomia de subtração ... 22 Figura 5- Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga evidenciando correção do eixo mecânico após osteotomia tibial de adição ... 23 Figura 6- Imagem radiográfica da articulação do joelho em AP após realização de osteotomia de subtração ... 24 Figura 7- Imagem per-operatória de cirurgia de osteotomia de adição... 25 Figura 8- Imagem radiográfica pós cirurgia de osteotomia de adição em AP com reconstrução simultânea de ligamento cruzado anterior ... 26 Figura 9- Imagem radiográfica pós cirurgia de osteotomia de adição em perfil com

reconstrução de ligamento cruzado anterior ... 26 Figura 10- Imagem fluoroscópica de cirurgia de osteotomia de adição e reconstrução de ligamento cruzado anterior ... 27 Figura 11- Imagem radiográfica em AP de pós-operatório de ATJ pós osteotomia tibial de adição ... 28 Figura 12- Imagem radiográfica em perfil de pós-operatório de ATJ pós osteotomia tibial de adição ... 29 Figura 13 - Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga para medição do ângulo quadril-joelho-tornozelo ... 34 Figura 14- Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga para medição do ângulo quadril-joelho-tornozelo pré e pós-operatório ... 50

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Comparação pré-ATJ entre grupos de osteotomia de adição e subtração... 38 Tabela 2- Comparação intra-operatória entre os grupos de osteotomia de adição e subtração ... 49 Tabela 3- Comparação pós-operatória entre os grupos de osteotomia de adição e subtração ... 51 Tabela 4- Tempo entre as osteotomias tibiais e a realização da artroplastia total de joelho nos dois grupos ... 57

(12)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Valores totais de osteotomias da TAT ou Snip quadriciptal e entre os grupos de osteotomias de adição e subtração ... 39 Gráfico 2- Porcentagem total e entre os grupos de osteotomia de adição e subtração da necessidade da realização de osteotomia da TAT ou Snip quadriciptal ... 40 Gráfico 3- Valores totais e entre os grupos de osteotomia em relação a necessidade de

release medial no per-operatótio de ATJ ... 41 Gráfico 4- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos de osteotomias em relação a necessidade de realização de release medial per-operatório ... 41 Gráfico 5- Valores totais e entre os grupos de osteotomia com relação as estruturas liberadas durante o release medial per-operatório ... 42 Gráfico 6- Porcentagem das estruturas liberadas durante o release medial per operatório .. 42 Gráfico 7- Valores totais e dos grupos de osteotomia em relação a necessidade de realização de release lateral ... 43 Gráfico 8- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos de osteotomia em relação a necessidade de realização de release lateral ... 43 Gráfico 9- Valores totais e entre os grupos de osteotomia quanto as estruturas liberadas durante o release lateral ... 44 Gráfico 10- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação as estruturas

liberadas durante o release lateral per operatório ... 44 Gráfico 11- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação ao corte femoral em graus... 45 Gráfico 12- Valores totais e entre os grupos em relação ao corte femoral em graus ... 45 Gráfico 13- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação ao corte tibial em milímetros ... 46 Gráfico 14- Valores totais e entre os grupos em relação ao corte tibial em milímetros ... 46 Gráfico 15- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos das complicações

per-operatórias ... 47 Gráfico 16- Complicações per-operatórias no grupo das osteotomias de subtração... 47 Gráfico 17- Complicação per-operatória no grupo das osteotomias de adição ... 48 Gráfico 18- Comparação dos valores totais e entre grupos entre os scores IKS pré e

(13)

pós-operatórios ... 52 Gráfico 19- Comparação entre os grupos dos valores IKS Função do pré e pós-operatório .... 53 Gráfico 20- Comparação entre o score IKS pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de adição ... 54 Gráfico 21- Comparação entre os valores do IKS Função pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de adição ... 54 Gráfico 22- Comparação entre os scores IKS pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de subtração ... 55 Gráfico 23- Comparação dos scores IKS Função no pré e pós-operatório no grupo das

osteotomias de subtração ... 55 Gráfico 24- Boxplot. Tempo entre os grupos de osteotomia e a realização da artroplastia total de joelho ... 57 Gráfico 25- Regressão de Hazard. Tipo de osteotomia X Risco de realização de artroplastia total de joelho ... 58 Gráfico 26- Idade dos pacientes X Sobrevida das osteotomias. Círculos: Osteotomias de

(14)

LISTA DE ABREVIAÇÕES

OTA – Osteotomia tibial alta ATJ – Artroplastia total de joelho ATJs – Artroplastias totais de joelho HTO – High tibial osteotomy

TKA – Total knee arthroplasty IKS – International Knee Society TAT – Tuberosidade anterior da tibia OA – Osteoartrose

mm – Milímetros

IMC – Índice de massa corporal QJT – Quadril-joelho-tornozelo DP – Desvio Padrão

SM – Semimembranoso

LCM – Ligamento colateral medial FL – Fáscia-lata

LCL – Ligamento colateral lateral NA – Não aferido

Pré-op – Pré-operatório Pós-op – Pós-operatório

(15)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 16

2 REVISÃO DA LITERATURA 17

2.1 OSTEOARTROSEDOJOELHO 17

2.2 TRATAMENTOSDISPONÍVEIS 19

2.3 OSTEOTOMIATIBIALALTA 20

2.3.1 Objetivos e resultados da osteotomia tibial alta 20

2.3.2 Tipos de osteotomias 23

2.3.2.1 Osteotomia tibial de subtração 23

2.3.2.2 Osteotomia tibial de adição 24

2.4 ARTROPLASTIATOTALDEJOELHOPÓSOSTEOTOMIATIBIALALTA 28 3 HIPÓTESES 31 4 OBJETIVOS 32 5 MATERIAIS E MÉTODOS 33 5.1 SELEÇÃODOSPACIENTES 33 5.2 COLETADEDADOS 34 5.3 ANÁLISEESTATÍSTICA 36 6 RESULTADOS 37 6.1 MEDIÇÕES PRÉ-ATJ 37

6.2 RESULTADOS INTRA-OPERATÓRIOS (DURANTE ATJ) 39

6.3 RESULTADOS PÓS-ATJ 50

6.4 COMPARAÇÃO PRÉ E PÓS OPERATÓRIA DOS SCORES IKS E FUNÇÃO 52

6.5 RESULTADOS DE SOBREVIDA DAS OSTEOTOMIAS 57

7 DISCUSSÃO 60

8 CONCLUSÃO 65

(16)

1 INTRODUÇÃO

Osteotomia tibial alta (OTA) é uma opção cirúrgica eficaz para o tratamento da artrose do compartimento medial de joelhos varos em pacientes jovens e ativos. Apesar de uma OTA geralmente resultar em alívio da dor e melhoria da função do joelho em 80-90% dos pacientes

1-3, a progressão da osteoartrose leva à deterioração dos resultados com a passagem do tempo 4-8. Quando esta progressão é sintomática, uma atroplastia total de joelho (ATJ) é

frequentemente indicada. Em estudo de 10 anos de seguimento, Insall et al reportaram a necessidade de uma ATJ em 23% dos pacientes previamente tratados com OTA9. A antecedência de uma OTA traz dificuldades técnicas para a realização de uma ATJ. Um planejamento pré-operatório criterioso deve ser realizado e dificuldades intra-operatórias podem ser um obstáculo para o cirurgião.

Diversos estudos relatam piores resultados funcionais e clínicos em pacientes submetidos a ATJ com histórico de uma OTA prévia quando comparados a ATJ sem antecedente desta cirurgia 10-12. Porém, relativamente pouco se sabe sobre a influência da

técnica de osteotomia e sua relação com esse fato. As duas técnicas mais utilizadas de OTA são a osteotomia de abertura de cunha medial (adição) e a osteotomia de cunha de fechamento lateral (subtração). Osteotomia de subtração tem uma longa história para tratamento em casos de artrose do compartimento medial com deformidade em varo e a maior parte dos estudos de resultados de ATJs após OTA são focados nesta técnica. Frequentes problemas são relatados e consistem em retirada do material de síntese, exposição da articulação, manejo das deformidades tibiais decorrentes da osteotomia e de balanço de partes moles.

A osteotomia de adição teve sua realização aumentada nos últimos anos e tem como vantagem não haver a necessidade de osteotomia da fíbula ou liberação da articulação tíbio-fibular anterior e a percepção de um resultado final mais preciso da correção. Há significativamente menos resultados relatados à partir de ATJs após osteotomia de adição, porém, diversos autores reportaram algumas desvantagens como morbidade do sítio doador para enxertia e maior tempo de consolidação. De acordo com estes fatos, a liberação da carga é usualmente permitida mais tardiamente do que nas osteotomias de subtração. Em casos de deformidade maior do que 10-150 a fratura periosteal lateral e consequente perda da correção

podem ocorrer 13. Outras desvantagens são o discreto aumento do comprimento do membro e a ocorrência de patela baixa. Este último aspecto é relativamente comum como demonstrado em estudos clínicos e biomecânicos 14-16.

(17)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 OSTEOARTROSE DO JOELHO

A osteoartrite ou osteoartrose (OA) é uma das patologias músculo-esqueléticas mais frequentes 17 e estima-se que aproximadamente 15% dos norte-americanos (40 milhões de pessoas) sofram de alguma forma de artrose (figura 1). Ela provoca dor persistente e rigidez, reduz a função articular, a mobilidade e a qualidade de vida do paciente. A articulação do joelho é uma das regiões mais atingidas, com cerca de 6 milhões de norte americanos acome-tidos pela doença18. Por estar relacionado com a idade avançada, o envelhecimento global da população demanda formas eficazes de prevenção e tratamento da OA.

Figura 1- Imagem radiográfica da articulação do joelho em AP evidenciando artrose dos compartimentos lateral e medial

O conhecimento de sua história natural é fundamental para levar ao tratamento menos agressivo. Apesar do estágio avançado da doença ser extremamente doloroso e incapacitante, a osteoartrose não é inexoravelmente progressiva. Ela é considerada como uma doença

(18)

crôni-ca, com episódios de melhora e piora em seu curso e, com o tratamento adequado, muitos pacientes podem manter um conforto e funcionalidade por períodos indefinidos19.

O quadro patológico é caracterizado pela destruição progressiva da cartilagem articu-lar, pela redução da matriz extracelular que compõe o tecido ósseo e cartilaginoso, acompa-nhado por uma inflamação local 20 (Figura 2). A sinovite é a principal causa de dor por ser a sinóvia um tecido bastante inervado21. Pacientes nos estágios iniciais da doença podem não apresentar muita evidência de inflamação sinovial22, porém nos estágios mais avançados ela é comumente observada. O processo inflamatório é disparado pela liberação de proteoglicanos durante a degradação da cartilagem23 e leva a produção de mediadores inflamatórios, o que por sua vez sensibiliza nociceptores e lesiona diretamente a cartilagem. Como consequência há a formação de um ciclo vicioso e maléfico que deve ser interrompido pelo tratamento. O desequilíbrio na cartilagem articular, no osso subcondral e na membrana sinovial eventual-mente evolui para a perda da função articular24.

Figura 2- Imagem intra-operatória da articulação do joelho evidenciando extensa destruição cartilaginosa.

(19)

2.2 TRATAMENTOS DISPONÍVEIS

O tratamento da osteoartrose varia desde abordagens simples para o alívio da dor até técnicas sofisticadas de bioengenharia tecidual. Um padrão de ouro de regeneração da cartila-gem, no entanto, ainda não foi encontrado 25. As intervenções cirúrgicas envolvem técnicas de desbridamento artroscópico 26, múltiplas microperfurações 27, microfraturas28, enxertia de cartilagem autóloga, osteotomias e finalmente a substituição total ou parcial da articulação,

também chamada de artroplastia do joelho 25. Os procedimentos podem ser eficazes, porém

são invasivos, de alto custo, longa recuperação, e frequentemente (microperfurações e micro-fraturas) provocam a formação de uma fibrocartilagem, que é conhecida por ser bioquimica-mente e biomecanicabioquimica-mente diferente da cartilagem hialina normal 29. Os tratamentos não ci-rúrgicos, por sua vez, foram desenvolvidos à medida que foram melhor entendidas a etiologia, bioquímica, biomecânica do processo de doença e incluem:

1) Fisioterapia 2) Perda de peso 3) Órteses 4) Hidroterapia 5) Calor e ultrassom 6) Acupuntura 7) Crioterapia 8) Analgésicos

9) Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) 10) Infiltração intra-articular com corticóides

11) Agentes condroprotetores (ácido hialurônico, glicosamina e condroiti-na).

Apesar de existirem diferentes abordagens terapêuticas não cirúrgicas para OA de joe-lho, todas apresentam eficácia variada, incompleta, imprevisível e por isso são consideradas como paliativas, pois não proporcionam a cura total da doença25.

(20)

2.3 OSTEOTOMIA TIBIAL ALTA

2.3.1 Objetivos e resultados da osteotomia tibial alta

O objetivo do realinhamento do membro inferior acometido por uma osteoartrose do compartimento medial do joelho através de uma OTA é de transferir a carga do compartimento acometido para uma região onde a cartilagem encontra-se sadia na articulação (figura 3, 4 e 5).

Osteotomia tibial alta representa a melhor escolha cirúrgica terapêutica para o tratamento da artrose unicompartimental de joelho com deformidade constitucional em varo em pacientes jovens. Isto devido ao fato de que esta cirurgia, diferentemente de uma substituição articular por uma ATJ, preserva a propriocepção da articulação biológica com uma “biomecânica” mantida e crucial para a recuperação funcional do paciente. Além do mais, muitas vezes, é a única alternativa encontrada para pacientes de alta demanda, levando-se em consideração o tempo limitado de sobrevida de uma ATJ. A sobrevida de uma ATJ está diretamente relacionada com a idade e com a demanda funcional de pacientes submetidos a artroplastia de joelho.

Recentemente, o procedimento de OTA foi associado à reconstrução ligamentar (principalmente do ligamento cruzado anterior) e tratamento de lesões cartilaginosas. Em ambos os casos, a OTA protege a cartilagem reparada ou o enxerto ligamentar por alterar o eixo mecânico do membro inferior operado.

Muitos artigos históricos na literatura mostram bons resultados em relação a melhora da dor e da função em 80 a 90% dos pacientes submetidos a OTA (adição, subtração ou cupuliforme) 6,30,31. Apesar dos encorajadores bons resultados, a melhora tende a deteriorar com o passar do tempo. Quando isso ocorre, três opções cirúrgicas são possíveis: Artroplastia unicompartimental, ATJ, e uma nova osteotomia. ATJ é uma solução segura e bem indicada especialmente quando a cartilagem do compartimento contra-lateral está acometida. Em uma revisão de séries de 10 anos de seguimento, Insall et al mostraram a necessidade da realização de uma ATJ em 23% dos pacientes previamente tratados com OTA9. Mont et al em seu estudo relatou uma taxa de conversão para uma ATJ em 8% de casos 32. Alguns autores mostraram

(21)

Figura 3- Imagem esquemática mostrando desvios do eixo mecânico. À esquerda - joelho em valgo. À direita, joelho em varo

(22)

Figura 4- Imagem esquemática evidenciando a mudança do eixo mecânico do membro inferior após a realização de uma osteotomia de subtração

(23)

Figura 5- Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga evidenciando correção do eixo mecânico após osteotomia tibial de adição

A técnica de osteotomia tibial alta de subtração foi descrita por Coventry 36 e foi muito difundida nas últimas décadas. Sua maior vantagem é a fixação estável, baixo risco de falha da consolidação, possibilidade de carga precoce no membro operado (uma vez que não é necessária a utilização de enxertia no local da osteotomia) e o baixo impacto no comprimento tibial 37 (figura 6). A consolidação ocorre por volta de 6 a 8 semanas. As maiores desvantagens são a necessidade da osteotomia da fíbula ou abertura da sindesmose nas correções maiores que 10 graus (muitas vezes mesmo em correções menores). Isto pode levar a neuropraxia do nervo fibular ou a instabilidade fibulo-tibial proximal. No caso de deformidades maiores que 10 a 15 graus, o risco de fratura da cortical medial e perda da correção pode ocorrer. No planejamento de uma osteotomia de subtração, a espessura da lâmina de corte deve ser levada em consideração para se evitar uma hipercorreção. Além do mais, o parâmetro comumente utilizado de 1 mm de corte para se atingir 1 grau de correção

2.3.2 Tipos de osteotomia

(24)

não é preciso e frequentemente resulta em correção insuficiente. Teoricamente, a osteotomia de subtração deixa a interlinha articular em uma posição mais distal, aumentando a altura patelar 38,39. Por outro lado, evidências clínicas de patela baixa são mais comuns 13,14,39,40. Isto provavelmente ocorre devido à imobilização pós-operatória com formação de tecido fibroso no tendão patelar. Outra complicação devastadora, porém felizmente incomum, é a síndrome compartimental, reportada em menos que 1% dos pacientes 41.

Figura 6- Imagem radiográfica da articulação do joelho em AP após realização de osteotomia de subtração

.

2.3.1.2 Osteotomia tibial de adição

A osteotomia tibial alta de adição foi inicialmente introduzida na Europa e posteriormente nos Estados Unidos 43,44. Ela garantia uma correção precisa tanto no plano frontal quanto no plano lateral. Além disso, modificação do slope (inclinação de ântero-proximal para póstero-distal fisiológico do planalto tibial) tibial é possível com esse procedimento. As principais vantagens são a preservação da articulação tíbio-fibular proximal, e o fato de que a osteotomia da fíbula não precisa ser realizada. Procedimentos adicionais simultâneos como a reconstrução do ligamento cruzado anterior também são possíveis (figuras 7, 8, 9 e 10). Porém, o procedimento necessita de um descolamento parcial do ligamento colateral superficial medial que pode ocasionalmente e involuntariamente ser lesionado. Além disso, se a correção for maior do que 7 mm, o preenchimento da abertura

(25)

com enxerto autólogo ou sintético deve ser considerado para aumentar o potencial de consolidação. Ambas as opções têm desvantagens como a morbidade do sítio doador e baixa viabilidade de osteócitos (maior tempo para consolidação), respectivamente. De acordo com essas considerações, a liberação de carga no membro operado é usualmente retardada quando comparada a osteotomia de subtração. No caso de deformidades maiores do que 10 a 15 graus, fratura da cortical lateral e perda da correção podem ocorrer44.Outras desvantagens são o discreto aumento no comprimento tibial e patela baixa. Este ultimo aspecto é relativamente comum como demonstrado em estudos clínicos e biomecânicos 38,39,45.

(26)

Figura 8- Imagem radiográfica pós cirurgia de osteotomia de adição em AP com reconstrução simultânea de ligamento cruzado anterior

Figura 9- Imagem radiográfica pós cirurgia de osteotomia de adição em perfil com reconstrução de ligamento cruzado anterior

(27)

Figura 10- Imagem fluoroscópica de cirurgia de osteotomia de adição e reconstrução de ligamento cruzado anterior

(28)

2.3 ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO PÓS OSTEOTOMIA TIBIAL ALTA

Considerando uma ATJ após uma OTA, diversos aspectos devem ser levados em consideração tanto durante o planejamento pré-operatório quanto durante a cirurgia (Figura 11 e 12). O paciente deve ser informado que resultados funcionais e clínicos desse procedimento podem ser piores quando comparados a uma ATJ primária como relatado em estudos prévios

34,46,47. Staehli et al relataram resultados similares em ATJ após OTA quando comparada a ATJ

sem osteotomia prévia 48.

Figura 11- Imagem radiográfica em AP de pós-operatório de ATJ pós osteotomia tibial de adição

(29)

Figura 12- Imagem radiográfica em perfil de pós-operatório de ATJ osteotomia tibial de adição

Desta forma, se uma revisão pós OTA com implante protético é necessária, dificuldades desafiadoras devem ser consideradas e posteriores soluções planejadas.

Entre os desafios per-operatórios de uma articulação multi-operada, podemos incluir: a difícil exposição da articulação, alteração no processo de consolidação e dificuldade de um adequado balanço ligamentar. Após uma OTA, pseudo-artroses são uma fonte comum de erros durante o corte tibial. Esses erros dependem do tipo de osteotomia assim como da quantidade de correção necessária 49. Whitehead e Kendoff relataram uma maior incidência de não-consolidação após osteotomias de adição 50,51.

Um correto balanço ligamentar é um fator crucial para o sucesso de uma artroplastia de joelho. Bathis e Haslam reportaram maior dificuldade no balanço ligamentar em artroplastias após OTA 52,53. Porém a maioria dessas dificuldades pode ser prevista antes da cirurgia52. O balanço ligamentar e a orientação quanto ao corte tibial estão estritamente relacionados. Conforme Badet, deve-se fazer o corte tibial perpendicular ao eixo mecânico tibial e realizar o balanço ligamentar de acordo com essa ressecção41. Por outro lado, alguns autores sugerem adaptar os cortes ósseos à anatomia local, deixando um discreto varo 54 ou valgo 55. Esta é uma opção perigosa. Vince mostrou uma grande incidência de soltura da prótese em casos de implantes posicionados em varo56. Esses achados foram confirmados por Ritter e Bargen que observaram uma incidência de soltura da prótese em 67% dos

(30)

componentes alinhados em varo, 29%dos componentes em alinhamento neutro e 6% dos componentes em alinhamento em valgo 57,58.

Por tais considerações, essas cirurgias são muito mais complexas do que quando comparadas a colocação de implantes primários sem osteotomias prévias.

Mesmo que as ATJ após OTA sejam realizadas de maneira adequada, sem complicações intra-operatórias ou pós-operatórias, deve-se ter o conhecimento de que os resultados clínicos podem ser imprevisíveis. Alguns autores relataram um nível menor de satisfação em ATJs realizadas após cirurfias de OTA do que quando comparados a artroplastias simples32, 33, 47, 59,60. Por outro lado, outros autores mostraram resultados similares35, 48. Parvizi et al, em estudo de 15 anos de seguimento, reportaram piores resultados em escores de joelho no grupo de ATJ após OTA11. Além disso, encontraram nesse grupo uma maior incidência de soltura da prótese. Estes achados estão em desacordo com os resultados de Toksvig-Larsen et al que mostraram, em estudos por imagem, a mesma incidência de soltura nos 2 grupos35. Em relação a estudos clínicos, Kazakos et al relataram resultados

comparáveis com 4,5 anos de seguimento, mesmo mostrando aumento significativo nos índices de complicação intra e pós-operatórias (impingement entre haste tibial e a cortical lateral da tíbia, patela baixa e subluxação da patela)61. Da mesma forma, Haddad et al obtiveram resultados semelhantes com 6 anos de seguimento, mesmo quando patela baixa foi observada 62. Patela baixa é uma das complicações mais comumente encontradas em ATJ após

OTA 33, 47,40 com uma prevalência maior que 24%41. Sua prevalência é mais comum após

osteotomia de subtração. Causa uma maior dificuldade na exposição da articulação no momento da cirurgia de ATJ e é frequentemente associada à rigidez pós-operatória do joelho. Outro achado comum é a limitação do arco de movimento nos pacientes. Este problema pode ter diversas causas, como o uso de imobilizadores após a OTA, como reportado por Amendola et al 40.

Considerando todos esses aspectos, a OTA deve ser proposta de acordo com indicações precisas. Nesses casos, os pacientes devem ser informados que este procedimento tem como objetivo “ganhar tempo” até a realização de uma ATJ e que uma possível falha da cirurgia e uma posterior ATJ provavelmente será necessária. Finalmente, eles devem ser orientados de que uma cirurgia de ATJ após OTA será um procedimento mais difícil e com resultados inferiores ao da realização de uma ATJ primária.

(31)

3 HIPÓTESES

Nossa hipótese é que o alinhamento do membro, seguimento clínico dos pacientes e taxa de complicações sejam iguais em pacientes submetidos à ATJ após OTA de adição e após osteotomia de subtração.

Acreditamos que a cirurgia de osteotomia de subtração apresenta uma maior longevidade (sobrevida) até a necessidade de uma ATJ quando comparadas as osteotomias de adição e que quanto mais jovem for o paciente na época da realização da osteotomia, esta cirurgia irá ter uma sobrevida maior antes da necessidade da realização de uma ATJ.

(32)

4 OBJETIVOS

1) Avaliar o alinhamento do membro, critérios radiográficos, seguimento clínico e taxa de complicações em pacientes submetidos à ATJ após OTA de adição e subtração, comparando as duas técnicas de osteotomia.

2) Correlacionar o tipo de osteotomia realizada com a longevidade (sobrevida) desta cirurgia e com a idade dos pacientes no momento da realização das osteotomias.

(33)

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 SELEÇÃO DOS PACIENTES

Registros de ATJs foram coletados do banco de dados do Hospital de la Croix-Rousse, Lyon, França, a fim de identificar ATJs que foram realizadas após uma osteotomia tibial alta. Entre 01 de janeiro de 1996 e 31 de janeiro de 2012, foi realizado nesta instituição um total de 2849 ATJs. Dentre esses casos, 141 artroplastias (em 118 indivíduos) foram realizadas em pacientes submetidos a OTA anterior devido a gonartrose com deformidade em varo (24 osteotomias de adição e 117 osteotomias de subtração). Esses 141 casos formaram o grupo de estudo. Cada artroplastia foi realizada com o instrumental Tournier (Tournier, St Ismier, France)

As osteotomias foram realizadas entre 1972 e 2008, em diferentes hospitais e por diferentes cirurgiões ortopédicos.

(34)

5.2 COLETA DE DADOS

Para cada procedimento, os registros foram coletados retrospectivamente da base de dados. As variáveis coletadas foram: Escore da International Knee Society (IKS e IKS Função)63 pré ATJ e ao final do segmento, ângulo quadril-joelho-tornozelo (QJT) pré e pós-ATJ, necessidade de realização de osteotomia da tuberosidade anterior da tíbia (TAT), detalhes da realização de qualquer liberação de partes moles medial ou lateralmente, espessura do corte tibial (baseada lateralmente nos defeitos tibiais mediais e medialmente nos defeitos tibiais laterais), a angulação do corte femoral em valgo, complicações durante o procedimento da ATJ, complicações pós-operatórias e tempo de isquemia. O ângulo QJT foi obtido em radiografias panorâmicas do membro inferior com carga em todos os casos (figura 13). Ângulos menores que 180 são considerados joelhos com deformidade em varo e ângulos maiores que 180, joelhos valgos.

Figura 13 - Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga para medição do ângulo quadril-joelho-tornozelo

(35)

Os casos com escore IKS e IKS Função foram analisados e considerados da seguinte forma: Resultados entre 85 e 100, excelentes; 70 e 84, bons; 60 e 69, regulares e, menor que 60, ruins.

Também foi analisado e comparado entre os grupos, o tempo decorrido entre as osteotomias e as ATJs e a relação entre a idade dos pacientes e o tempo de sobrevida das osteotomias.

(36)

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a análise estatística, foi usado o programa S-Plus 8.0. Dois testes t de Student independentes foram realizados para comparar o tempo entre as cirurgias (OTA e ATJ), levando em consideração o tipo de técnica de osteotomia. Correlação de Spearman foi usada para avaliar a associação linear entre osteotomia e o tempo até a ATJ com a idade dos pacientes na primeira cirurgia. Regressão proporcional hazards de Cox foi usado para analisar a associação existente entre o tipo de osteotomia e o risco de uma ATJ. A diferença entre os tratamentos foi considerada significativa se p<0,05.

Médias, desvios padrões e amplitudes foram calculados para dados contínuos. Devido à distribuição normal das variáveis, teste t foi usado para comparar as médias das variáveis contínuas entre os dois grupos de osteotomias. Teste exato de Fisher foi usado para comparar variáveis categóricas. Uma análise do poder de teste foi realizada baseando-se nos valores previamente relatados dos escores IKS pós-ATJ. Foi determinado que o tamanho da amostra foi suficiente para detectar diferenças de 10 pontos nos escores IKS entre os dois grupos com α=0,05 e poder de 0,84.

(37)

6 RESULTADOS

6.1 MEDIÇÕES PRÉ-ATJ

Vinte e quatro joelhos (17%) foram submetidos a osteotomia tibial alta de adição e 117 (83%) foram submetidos a osteotomia tibial alta de subtração. Cinquenta e sete pacientes (48,3%) eram do sexo feminino e 61 (51,7%) do sexo masculino. Sessenta e três casos (44,7%) envolviam o joelho direito e 78 casos (55,3%), o joelho esquerdo. A média de idade na ocasião das osteotomias foi de 55,0 ± 9,4 anos [de 22 a 69 anos – Desvio Padrão (DP): 9,360893]. No grupo das osteotomias de adição, a média de idade na época das osteotomias foi de 57,3 anos (de 41 a 69 – DP: 6,991185) e no grupo das osteotomias de subtração foi de 54,5 anos (de 22 a 69 – DP: 9,746921). A média de tempo decorrido desde as osteotomias até a ATJ foi de 12,2 ± 6,3 anos (de 1,5 a 34,4 anos). A média de idade dos pacientes no momento das ATJs foi de 67,2 anos. As médias dos escores IKS e de Função pré-ATJ foram de 54,0 ± 16,5 e 60,3 ± 18,3, respectivamente.

A média dos ângulos QJT pré-ATJ foi de 179,5 ± 6,2 graus (de 162 a 197 graus). No momento das ATJs, 68 joelhos (48,2%) apresentavam deformidade em valgo e 73 (51,8%), deformidade em varo. Não houve diferença significativa nas medidas pré-ATJ entre os grupos de osteotomia de adição e subtração, exceto pelo tempo decorrente entre as OTAs e as ATJs, que foi significativamente maior no grupo das osteotomias de subtração (Tabela 1).

(38)

Tabela 1- Comparação pré-ATJ entre grupos de osteotomia de adição e subtração Adição

(n = 24)

Subtração

(n = 117) Significância

Idade na OTA (anos) 57,3 ± 7,0 54,5 ± 9,7 p = 0,18

Tempo entre OTA e ATJ (anos) 7,4 ± 4,7 13,2 ± 6,2 p < 0,0001

Idade na ATJ (anos) 64,3 ± 7,6 67,8 ± 9,8 p = 0,10

Sexo (porcentagem masculino) 16/24

(66,7%)

60/117

(51,3%) p = 0,18

Altura (Quilogramas) 80,0 ± 15,1 82,3 ± 16,9

IMC (kg/m2) 27,8 ± 5,1 29,4 ± 5,2

Altura Patelar (Índice Blackburn-Peele) 0,79 ± 0,22 0,79 ± 0,32 p = 1,0

Escore IKS Joelho 56,3 ± 13,6 53,6 ±16,8 p = 0,40

Escore IKS Função 59,4 ± 15,1 60,5 ±18,6 p = 0,78

Média do ângulo QJT (graus) 178,5 ± 6,1 179,7 ± 6,3 p = 0,41

Alinhamento do membro p = 0,41 Varo 14 (58,3%) 59 (50,4%) Valgo 10 (41,7%) 58 (49,6%)

Déficit de extensão (graus) 2,1 ± 4,8 3,1 ± 5,3 p = 0,39

(39)

6.2 RESULTADOS INTRA-OPERATÓRIOS (DURANTE ATJ)

A média de tempo de isquemia foi de 84,3 ± 20,0 minutos (de 50 a 140 minutos), sem diferença significativa entre os grupos. Osteotomia da tuberosidade anterior da tibia foi realizada em 28 casos (19,8%) e o snip (tenotomia) do quadríceps foi realizado em 3 casos para melhor acesso a articulação (gráficos 1 e 2). Encontramos uma tendência maior da necessidade de realização de procedimentos adicionais para a exposição da articulação no grupo das osteotomias de subtração (Tabela 2).

Gráfico 1- Valores totais de osteotomias da TAT ou Snip quadriciptal e entre os grupos de osteotomias de adição e subtração

Total Adição Subtração 0 20 40 TAT Snip N TAT Snip Total 28 3 Adição 2 0 Subtração 26 3

Osteotomia da TAT/SNIP

(40)

Gráfico 2- Porcentagem total e entre os grupos de osteotomia de adição e subtração em relação à necessidade da realização de osteotomia da TAT ou Snip quadriciptal

De maneira geral, a liberação de partes moles mediais, ou release medial, foi realizada em 87 joelhos (61,7%). O release consistiu na liberação apenas da cápsula em 61 casos (43,3%), cápsula e tendão semimembranoso em 6 casos (4,2%), e cápsula, tendão semimembranoso e ligamento colateral medial (LCM) em 20 casos (14,2%) (gráficos 3, 4 e 5). Significativamente mais liberação medial foi necessária no grupo das osteotomias de adição assim como mais estruturas tiveram que ser liberadas (envolvendo mais do que apenas a cápsula) (Tabela 2). Total % Adição Subtração 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% TAT Snip % TAT Snip Total % 19,85% 2,12% Adição 8,33% 0% Subtração 22,22% 2,56%

(41)

Gráfico 3- Valores totais e entre os grupos de osteotomia em relação à necessidade de release medial no per-operatótio de ATJ

Gráfico 4- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos de osteotomias em relação à necessidade de realização de release medial per-operatório

Total Adição Subtração 87 22 65

Release Medial

Total Adição Subtração 61,70% 91,67% 55,55%

Release Medial %

(42)

Gráfico 5- Valores totais e entre os grupos de osteotomia com relação às estruturas liberadas durante o release medial per-operatório

Gráfico 6- Porcentagem das estruturas liberadas durante o release medial per operatório

Liberação lateral (release lateral) foi realizada em 78 joelhos (55,3%). O release consistiu apenas na cápsula em 38 casos (26,9%), cápsula e tendão da fáscia lata em 26 casos (18,4%), pinhagem (pequenas incisões no tendão ou ligamento) do ligamento colateral lateral em 6 casos (4,2%) e pinhagem do tendão poplíteo em 6 casos (1,4%) (gráficos 7, 8, 9 e 10). Apesar de não haver diferença significativa na necessidade de liberação lateral entre os dois

Cápsula LCM 0

50 100

Total Adição Subtração

Cápsula 61 13 48 Cápsula + SM 6 0 6 LCM 20 9 11

Release Medial

Cápsula LCM 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% %

Total Adição Subtração

Cápsula 43,26% 54,16% 41,02%

Cápsula + SM 4,25% 0% 5,12%

LCM 14,18% 37,50% 9,40%

(43)

grupos, um release mais importante (envolvendo mais do que apenas a cápsula) foi muito mais frequente no grupo das osteotomias de subtração (Tabela 2).

Gráfico 7- Valores totais e dos grupos de osteotomia em relação à necessidade de realização de release lateral

Gráfico 8- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos de osteotomia em relação à necessidade de realização de release lateral

Total Adição Subtração 78 11 67

Release Lateral

Total Adição Subtração 55,31% 46% 57,26%

Release Lateral

(44)

Gráfico 9- Valores totais e entre os grupos de osteotomia quanto às estruturas liberadas durante o release lateral

Gráfico 10- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação às estruturas liberadas durante o release lateral per operatório

A média do corte femoral em valgo foi de 6,5 graus. No grupo das osteotomias de adição, esta média foi de 6,6 graus e no grupo das osteotomias de subtração, esta média foi de 6,3 graus. A angulação do corte femoral em valgo mais prevalente foi de 7 graus (75% dos joelhos no grupo das osteotomias de adição e 63,9% no grupo das osteotomias de subtração)(gráficos 11 e 12).

Total Adição Subtração

Cápsula 38 10 28 Cápsula + FL 26 1 25 LCL 6 0 6 Osteotomia do CFL 2 0 2 Tendão poplíteo 6 0 6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 N

Release Lateral

Total Adição Subtração

Cápsula 26,95% 41,66% 23,93% Cápsula + FL 18,44% 4,16% 21% LCL 4,25% 0% 5,13% Osteotomia do CFL 1,42% 0% 1,71% Tendão poplíteo 4,25% 0% 5,13% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% %

Release Lateral %

(45)

Gráfico 11- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação ao corte femoral em graus

Gráfico 12- Valores totais e entre os grupos em relação ao corte femoral em graus

A média da espessura do corte tibial encontrada foi de 7,2 mm. No grupo das osteotomias de adição, a média da espessura do corte tibial encontrada foi 8,7 mm e, nas de subtração, 6,9 mm. A espessura do corte tibial mais prevalente de forma geral foi de 6 mm (48,2%). Por outro lado, a espessura do corte no grupo das osteotomias de adição mais

Total Adição Subtração

5 graus 30,30% 20,83% 32,41% 6 graus 6,82% 0,00% 2,78% 7 graus 65,90% 75% 63,89% 8 graus 1,51% 4% 0,92% NA 4,96% 0% 5,98% Navegação 1,49% 0% 1,82% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Valgo femoral %

Total Adição Subtração

5 graus 40 5 35 6 graus 9 0 3 7 graus 87 18 69 8 graus 2 1 1 NA 7 0 7 Navegação 2 0 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 N

Valgo Femoral

(46)

prevalente foi de 9 mm (54,2%). No grupo das osteotomias de subtração, a espessura de corte mais prevalente foi de 6 mm (55,7%) (gráficos 13 e 14).

Gráfico 13- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos em relação ao corte tibial em milímetros

Gráfico 14- Valores totais e entre os grupos em relação ao corte tibial em milímetros

Foram observadas complicações intra-operatórias em 4 casos (2,8%) (Gráfico 15).

Total Adição Subtração

6 mm 48,17% 12,50% 55,75% 7 mm 18,25% 4,17% 21,24% 8 mm 6,57% 12,50% 5,31% 9 mm 21,90% 54,17% 15,04% 10 mm 3,65% 8,33% 2,65% 11 mm 1,46% 8,33% 0% NA 2,84% 0% 3,42% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% %

Corte Tibial %

Total Adição Subtração

6 mm 66 3 63 7 mm 25 1 24 8 mm 9 3 6 9 mm 30 13 17 10 mm 5 2 3 11 mm 2 2 0 NA 4 0 4 0 10 20 30 40 50 60 70 N

Corte Tibial

(47)

Consistiam em uma fratura do epicôndilo medial no grupo das osteotomias de adição. No grupo das osteotomias de subtração, foram observados dois casos de fratura da tibia e uma laceração do LCL (16 e 17). Não existiu diferença significativa nas taxas de complicação entre os dois grupos (Tabela 2).

Gráfico 15- Porcentagem dos valores totais e entre os grupos das complicações per-operatórias

Gráfico 16- Complicações per-operatórias no grupo das osteotomias de subtração

2,84%

4,17%

2,56%

Total Adição Subtração

Complicações per-op

Fratura Tuberosidade Tibial

Lesão LCM Fratura Tibial em 3

partes

1 1 1

(48)

Gráfico 17- Complicação per-operatória no grupo das osteotomias de adição

Fratura do epicôndilo medial 1

(49)

Tabela 2- Comparação intra-operatória entre os grupos de osteotomia de adição e subtração Adição

(n = 24)

Subtração

(n = 117) Significância Tempo de isquemia (minutos) 86,2 ± 20,4 84,0 ± 20,0 p = 0,63

Exposição adicional 2 (8,3%) 29 (24,8%) p = 0,08

Osteotomia da TAT 2 (8,3%) 26 (22,2%) Snip do Quadríceps 0 (0%) 3 (2,6%)

Corte femoral em valgo (graus) 6,6 ± 0,9 6,3 ± 1,0 p = 0,17 Espessura do corte tibial (mm) 8,7 ± 1,3 6,9 ±1,5 p = 0,0001 Release Medial 22 (91,7%) 65 (55,5%) p < 0,0001 Capsula apenas 13 (54,2%) 48 (41%) Cápsula + semimembranoso 0 (0%) 6 (5,1%) Cápsula + semimembranoso + LCM 9 (37,5%) 11 (9,4%) Release Lateral 11 (46,0%) 67 (57,2%) p = 0,32 Cápsula apenas 10 (41,7%) 28 (23,9%)

Cápsula + Tendão da fascia lata 1 (4,2%) 25 (21,0%)

LCL 0 (0%) 6 (5,1%)

Poplíteo 0 (0%) 6 (5,1%)

Osteotomia do Epicôndilo Lateral 0 (0%) 2 (1,7%)

(50)

6.3 RESULTADOS PÓS-ATJ

No pós operatório, a média do ângulo QJT foi de 180,3 ± 3,3 graus (entre 173 e 191 graus), sem diferença notada entre os dois grupos (Tabela 3) (figura 11). A média do escore IKS e Função ao final de um seguimento de dois anos aumentaram para 87,0 ± 15,2 e 79,5 ± 20,9 respectivamente. Ambos tiveram um aumento significativo em relação ao pré-ATJ (p<0,0001).

Figura 14- Imagem radiográfica panorâmica de membros inferiores com carga para medição do ângulo quadril-joelho-tornozelo pré e pós-operatório

Complicações pós-operatórias ocorreram em 14 casos (9,9%). Estas taxas de complicação foram similares entre os dois grupos (Tabela 3). No grupo de osteotomia de adição, encontramos dois casos de rigidez articular. No grupo de osteotomia de subtração, foi encontrado um caso de rigidez, uma fratura periprotética, uma neuropráxia do nervo fibular, quatro casos de dor persistente pós-operatória, dois casos de instabilidade, um caso de infecção superficial e dois casos de infecção profunda. Arco de movimento pós-ATJ e altura patelar não tiveram diferença entre os dois grupos (Tabela 3).

(51)

Tabela 3- Comparação pós-operatória entre os grupos de osteotomia de adição e subtração Adição

(n = 24)

Subtração

(n = 117) Significância

Segmento Médio (anos) 1,2 ± 1,1 2,4 ± 2,7 p < 0,001

Escore IKS Joelho 84,8 ± 13,8 87,5 ± 14,1 p = 0,42

Escore IKS Função 81,7 ± 16,2 79,0 ± 21,2 p = 0,68

Ângulo QJT (graus) 179,9 ± 2,5 180,4 ± 3,5 p = 0,91

Altura Patelar(Índice Blackburn-Peele) 0,70 ± 0,16 0,60 ± 0,25 p = 0,07 Déficit de Extensão (graus) 0,5 ± 3,0 0,3 ± 3,6 p = 0,80

Flexão (graus) 111,7 ± 21,2 114,8 ± 13,0 p = 0,35

(52)

6.4 COMPARAÇÃO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA DOS ESCORES IKS E FUNÇÃO

Foram observados 81 casos de resultados ruins, 33 casos regulares, 21 bons e seis excelentes considerando o escore IKS antes das ATJ. Ao final do acompanhamento após as ATJs, 10, 10, 13 e 106 casos foram considerados ruins, regulares, bons e excelentes, respectivamente (gráfico 18). Em relação ao escore Função antes das ATJ observamos 55, 28, 32 e 26 casos ruins, regulares, bons e excelentes respectivamente e ao final do acompanhamento este número passou para 26, 10, 23 e 80 casos considerados ruins, regulares, bons e excelentes, respectivamente (gráfico 19).

Gráfico 18- Comparação dos valores totais e entre grupos entre os escores IKS pré e pós-operatórios IKS pré-op IKS pós-op 0 50 100 150 Ruim Regular Bom Excelente N

Ruim Regular Bom Excelente

IKS pré-op 81 33 21 6

IKS pós-op 10 10 13 106

(53)

Gráfico 19- Comparação entre os grupos dos valores IKS Função do pré e pós-operatório

Observando o grupo das osteotomias de adição antes da realização das ATJs, encon-tramos 11, oito, cinco e nenhum caso considerado ruim, regular, bom e excelente respectiva-mente. Ao final do acompanhamento após as ATJs, dois, três, quatro e 15 casos foram consi-derados ruins, regulares, bons e excelentes, respectivamente (gráfico 20). Antes da realização das ATJs, observamos o escore Função neste grupo e notamos 15, um, seis e três casos consi-derados ruins, regulares, bons e excelentes respectivamente e ao final do acompanhamento após as ATJs, este resultado passou para três, nenhum, sete e 14 casos considerados ruins, regulares, bons e excelentes respectivamente (gráfico 21).

Função pré-op Função pós-op 0 50 100 Ruim Regular Bom Excelente N

Ruim Regular Bom Excelente

Função pré-op 55 28 32 26

Função pós-op 26 10 23 80

(54)

Gráfico 20- Comparação entre o escore IKS pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de adição

Gráfico 21- Comparação entre os valores do IKS Função pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de adição

No grupo das osteotomias de subtração, o escore IKS antes das ATJs mostrou 70, 25, 16 e seis casos de resultados ruins, regulares, bons e excelentes respectivamente. Ao final do segmento, após as ATJs, encontramos oito, sete, nove e 91 casos considerados ruins, regula-res, bons e excelentes respectivamente (gráfico 22). O escore Função neste grupo, antes das ATJs mostrou 41, 27, 26 e 23 casos considerados ruins, bons, regulares e excelentes,

respecti-Adição IKS Pré-op Adição IKS Pós-op 0 5 10 15 Ruim Regular Bom Excelente N

Ruim Regular Bom Excelente

Adição IKS Pré-op 11 8 5 0

Adição IKS Pós-op 2 3 4 15

IKS Adição pre/pós op

Adição Função Pré-op Adição Função Pós-op 0 5 10 15 Ruim Regular Bom Excelente N

Ruim Regular Bom Excelente

Adição Função Pré-op 14 1 6 3

Adição Função Pós-op 3 0 7 14

(55)

vamente e após as ATJs esses casos passaram a 23, 10, 16 e 66 considerados ruins, regulares, bons e excelentes respectivamente (gráfico 23).

Gráfico 22- Comparação entre os escores IKS pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de subtração

Gráfico 23- Comparação dos escores IKS Função no pré e pós-operatório no grupo das osteotomias de subtração

Subtração IKS Pré-op Subtração IKS Pós-op 0 50 100 Ruim Regular Bom Excelente N

Ruim Regular Bom Excelente

Subtração IKS Pré-op 70 25 16 6

Subtração IKS Pós-op 8 7 9 91

IKS Subtração pré/pós-op

Função pré-op subtração Função pós-op subtração 0

50 100

N

Ruim Regular Bom Excelente

Função pré-op subtração 41 27 26 23

Função pós-op subtração 23 10 16 66

(56)

A média do escore IKS e Função, ao final de um seguimento de 2 anos, aumentou de 87,0 ± 15,2 e 79,5 ± 20,9 respectivamente. Ambos tiveram um aumento significativo em relação ao pré-ATJ (p<0,0001).

(57)

6.5 RESULTADOS DE SOBREVIDA DAS OSTEOTOMIAS

Considerando ambos os grupos de OTA, a média de tempo até a realização de uma ATJ foi de 146,3 meses (entre 18,0 e 413,0 – DP.: 76,31623).

Os resultados do teste t mostraram diferença significativa (p<0,0001) em relação à sobrevida entre as OTA de adição e subtração (Tabela 4). No grupo das osteotomias de adição, a média de tempo até a realização de uma ATJ foi de 88,6 meses (entre 18,0 e 253,0 – DP: 56,5). Já no grupo das OTA de subtração, este tempo foi de 158,5 meses (entre 40,0 e 413,0 – DP: 74,50731) (tabela 4), (gráfico 24).

Tabela 4- Tempo entre as osteotomias tibiais e a realização da artroplastia total de joelho nos dois grupos

Tipo de osteotomia

Adição Subtração Valor de p

Tempo entre OTA e ATJ (meses) 88,62 (56,55) 158,55 (74,51) 0,0001 AD SUB Tipo.de.osteotomia 0 100 200 300 400 Tem po. ent re.cir

Gráfico 24- Boxplot. Tempo entre os grupos de osteotomia e a realização da artroplastia total de joelho

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O gráfico abaixo representa as curvas de sobrevida para cada um dos dois tipos de os-teotomia. Pacientes que foram submetidos a osteotomia de adição apresentaram maior proba-bilidade de serem operados de uma ATJ em um certo periodo de tempo (gráfico 2). Uma ATJ após uma osteotomia de adição é quase 3 vezes mais provável de acontecer (RR=2,91) com-parado ao grupo da osteotomia de subtração, o que é estatisticamente significativo (p=4,2 e-006 = 0,0000042). Além disso, e confirmando esses resultados, o log-rank test nos permite concluir que as curvas de sobrevida desses pacientes (adição e subtração) são significativa-mente diferentes (p=0,00000151) (gráfico 25).

Time S u rv iv a l 0 100 200 300 400 0 .0 0 .2 0 .4 0 .6 0 .8 1 .0 Tipo.de.osteotomia=AD Tipo.de.osteotomia=SUB

Gráfico 25- Regressão de Hazard. Tipo de osteotomia X Risco de realização de artroplastia total de joelho

Foi observada também a existência de uma significativa relação linear (p=0,0025) en-tre a idade dos pacientes no momento das osteotomias e o tempo decorrido até uma artroplas-tia. Quanto menor a idade, maior o tempo de sobrevida da osteotomia, por outro lado, quanto mais idoso for o paciente, menor tempo até a realização de uma ATJ (r=-0,2588318). (gráfico 26).

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30 40 50 60 70 80 90 Idade 0 100 200 300 400 Tem po. ent re.cir

Gráfico 26- Idade dos pacientes X Sobrevida das osteotomias. Círculos: Osteotomias de subtração. Triângulos: Osteotomias de adição

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7 DISCUSSÃO

Estudos prévios descrevendo os resultados das ATJs após OTA mostram resultados piores nos pacientes que foram submetidos à osteotomia prévia quando comparados a pacientes submetidos a ATJ sem osteotomia anterior8,64,65. Maiores taxas de complicações intra-operatórias foram observadas nesta população. Porém, não temos conhecimento de nenhum estudo comparando os resultados de ATJs após osteotomias de adição com os resultados de ATJs após realização de osteotomia de subtração.

Os resultados do estudo foram separados e analisados em parâmetros pré-artroplastia total de joelho, resultados intra-operatórios, medições pós-artroplastia total de joelho e resultados da sobrevida das osteotomias.

As medições pré-ATJ

Demonstraram que os grupos de osteotomia (adição e subtração) não apresentavam diferenças significativas em relação a diversos fatores (idade na época das OTAs e na época das ATJs, sexo, altura, IMC, altura patelar, escores IKS e IKS Função, ângulo QJT, alinhamento do membro, déficit de extensão e de flexão). Este acgado tem importância principalmente ao levarmos em consideração os escores IKS e IKS Função. Todos os pacientes dos dois grupos apresentavam valores estatisticamente semelhantes dos escores mostrando um pareamento funcional e objetivo no momento da indicação da realização das ATJs.

As osteotomias de subtração teoricamente deixam a interlinha articular em uma posição mais distal aumentado a altura patelar15, 16. Apesar disso, evidências clínicas indicam que patela baixa é mais comumente observada após este procedimento36, 66,67. Estes achados podem ser consequência da imobilização pós-operatória e consequente fibrose do tendão patelar nesta população. As osteotomias de adição também ocasionam patela baixa, como demonstrado em diversos artigos14,16. Estes achados são confirmados em nosso estudo. Ambos os grupos apresentaram diminuição da altura patelar pré-ATJ.

Resultados intra-operatórios:

Os procedimentos de osteotomia da TAT ou snip do tendão quadriciptal são procedimentos realizados quando o cirurgião prevê ou encontra intra-operatóriamente uma maior dificuldade de exposição articular para a realização de uma ATJ. Observarmos uma

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maior necessidade da realização de osteotomia da tuberosidade anterior da tíbia ou de snip do quadríceps para a exposição articular no grupo das osteotomias de subtração (26 casos, 22% de osteotomia da TAT e 3 casos, 2,56% de snip quadriciptal). Podemos observar, portanto, que as articulações de pacientes submetidos a uma osteotomia de subtração prévia apresentam uma exposição mais difícil no momento da artroplastia. Porém, este fato não alterou significativamente o tempo operatório ou taxa de complicação nesse grupo. Acreditamos que são procedimentos de fácil execução e que, se previamente planejados, facilitam a exposição em articulações de difícil acesso cirúrgico.

Notamos que, durante a ATJ, existiu uma maior necessidade de realização de liberação de partes moles (release) medialmente quando esta cirurgia foi precedida de uma osteotomia de adição. Por outro lado, encontramos uma maior necessidade da realização de uma liberação ligamentar lateral mais ampla quando uma osteotomia de subtração prévia foi realizada. A maior necessidade de release medial no grupo de osteotomia de adição observada no estudo não é surpreendente. As estruturas de partes moles mediais ficam tensionadas quando realizada uma osteotomia de adição e também ficam mais sujeitas à formação de tecido fibroso após esta cirurgia, ambos os fatores contribuem para uma maior necessidade de liberação. Além disso, na nossa casuística, 58% dos pacientes do grupo de osteotomia de adição tinham uma deformidade em varo no pré-operatório das ATJs, o que potencialmente poderia contribuir também para a maior incidência de necessidade de release medial neste grupo. Da mesma forma, maiores taxas de release lateral nas ATJs após osteotomias de subtração ocorrem provavelmente devido a fibrose desenvolvida na região lateral do joelho após a osteotomia e devido também a um maior número de casos de deformidades em valgo (50%) no grupo das osteotomias de subtação quando comparados ao grupo das osteotomias de adição (42%).

Não observamos diferenças significativas entre os valores do corte femoral em valgo, com média de 6,5 graus e com valor mais prevalente de 7 graus de valgo. Porém, observamos uma diferença significativa na espessura do corte tibial. Notamos uma maior necessidade de um corte tibial de maior espessura no grupo das osteotomias de adição (média de 8,7mm) quando comparadas as osteotomias de subtração (média de 6,9). Este valor foi significativo e não conseguimos elaborar uma justificativa para tal observação.

O índice de complicações per-operatórias não foi significativo entre os grupos (três no grupo das osteotomias de subtração e 1 no grupo das osteotomias de adição. Dentre as

Referências

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