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Distribuição de indígenas residentes em áreas urbanas de duas macrorregiões do Brasil, segundo características dos setores censitários, Censo Demográfico de 2010

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Academic year: 2021

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1 Título: Distribuição de indígenas residentes em áreas urbanas de duas macrorregiões do Brasil, segundo características dos setores censitários, Censo Demográfico de 2010.

Resumo

Introdução: O Censo Demográfico é uma relevante fonte de dados que contribui para caracterização da realidade da população. Os resultados do Censo Demográfico 2010 quando comparados a 2000, mostraram uma tendência de crescimento anual de 1,1% da população indígena. (SANTOS; TEIXEIRA, 2011). Justificativa: A partir de análises dos resultados do Censo Demográfico de 2010 é possível um conhecimento mais amplo quanto à composição dos povos indígenas urbanizados. Até o momento, a partir dos dados censitários, foram realizadas poucas investigações acerca da distribuição da população indígena em áreas urbanas no Brasil. Objetivo: Analisar a distribuição de indígenas urbanos e suas características segundo setores censitários nas regiões Norte e Sul do Brasil, a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010. Métodos e sujeitos: Trata-se de um estudo transversal a partir do Censo Demográfico de 2010, utilizando-se a base de dados de “agregados dos setores censitários”. Foram selecionados todos os registros de indivíduos com cor/raça “indígena”, em setores censitários urbanos do Brasil, no ano de 2010. A análise descritiva dos dados foi realizada por frequências relativas e absolutas em tabelas de contingência com estratificação de número de indígenas por setor e porte do município. Em seguida, foram produzidas pirâmides etárias das frequências relativas de indígenas residentes em áreas urbanas. Resultados: No Norte, indígenas residem em setores censitários nos quais há uma maior quantidade de outros indígenas, com predomínio em municípios menores. No Sul, a relação é inversa, indígenas residem em setores censitários com poucos indígenas, com predomínio em municípios maiores. Nas pirâmides etárias há diferenças marcantes da população indígena segundo residência em setores com menos ou mais indígenas. Quanto menos indígenas nos setores censitários, mais envelhecida tende as ser os indígenas residentes. Conclusão: O presente estudo aponta achados importantes que fortalecem a importância de estudos que analisem a distribuição da população indígena nas áreas urbanas, que se mostra distinto a depender das regiões do país.

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2 Introdução

O uso de indicadores demográficos é fundamental para se conhecer a situação sanitária de uma população e sua evolução ao longo do tempo. Além de serem importantes para o delineamento de perfis epidemiológicos e planejamento em saúde (RIPSA, 2002). O Censo Demográfico é uma relevante fonte de dados que contribui para essa caracterização da realidade da população. O recenseamento de 2010 foi inovador por trazer novas perguntas no questionário nas questões relativas às populações indígenas, através da inclusão de perguntas sobre etnia e línguas faladas. (IBGE,2012)

Os resultados do Censo Demográfico 2010, quando comparados a 2000, mostraram uma tendência de crescimento anual de 1,1% da população indígena. (IBGE, 2012). Analisando o total da população, em 2000 foram registrados 734.127 indígenas já em 2010 houve um aumento para 817.963. Mas os padrões de crescimento anual das taxas médias geométricas foram diferentes para as áreas urbanas (decréscimo de -1,8) e as áreas rurais (aumento de 3,7) entre 2000 e 2010. (BASTOS et al., 2017)

Conhecer a distribuição da população indígena nas áreas urbanas é primordial para o aprimoramento do planejamento de infraestrutura e de saúde coletiva para essa população. A partir de análises dos resultados do Censo Demográfico de 2010 é possível um conhecimento mais amplo quanto à composição dos indígenas urbanizados. Até o momento, a partir dos dados censitários, foram realizadas poucas investigações acerca da distribuição da população indígena em áreas urbanas no Brasil.

Objetivo

Analisar a distribuição de indígenas urbanos e suas características segundo setores censitários nas regiões Norte e Sul do Brasil, a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010.

Métodos e sujeitos

Trata-se de um estudo transversal a partir do Censo demográfico de 2010, utilizando-se a base de dados de “agregados dos setores censitários”. O levantamento de dados secundários será realizado diretamente no site de

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3 downloads do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo envolveu a totalidade dos registros de indivíduos com cor/raça “indígena”, em setores censitários urbanos dos estados brasileiros das duas regiões investigadas em 2010. Ou seja, as análises não incluem os indivíduos que responderam “sim” para a pergunta “se considera” indígena.

A análise descritiva dos dados foi realizada por frequências relativas (percentual) e absolutas em tabelas de contingência com estratificação por número de indígenas por setor (0; 1; 2; 3-5; 6-10; 11-14;15-19;20-30;30-50; >=50) e porte do município(1,2,3,4,5,6 e 7). Em seguida, foram produzidas pirâmides etárias das frequências relativas de indígenas residentes em áreas urbanas. Para a análise das variáveis citadas foi utilizado o software estatístico R (versão 3.2.2).

Resultados

Na região Norte do Brasil, totalizaram 61.474 indígenas residindo em área urbana. Sendo 41,5% destes indígenas residentes de estratos com menos de 20 indígenas. Alem disso somente 2,8% dos indígenas vivem no estrato com somente 1 indígena (Figura 1). Já na região Sul, totalizaram 33.740 indígenas residindo em área urbana. Destes 84,1% dos indígenas residem em estratos com menos de 20 indígenas (resultados não mostrados). A maior frequência de indígenas foi observada no porte 6. Em contrapartida, 12,0% dos indígenas vivem no estrato com somente 1 indígena. 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 1-2 3-5 6-14 15-29 30-49 50 ou mais

%

Nº de residentes indígenas

Figura 1: Distribuição de residentes indígenas em áreas urbanas, segundo porte do município, na Região Norte,Censo 2010.

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4 Nas pirâmides etárias há diferenças marcantes da população indígena segundo residência em setores com menos ou mais indígenas. Quanto menos indígenas nos setores censitários, mais envelhecida tende as ser os indígenas residentes. Em todos os recortes analisados, chama atenção a baixa proporção de crianças < 10 anos e, em diversos casos, a expressiva concentração na faixa de 10-19 anos. Uma exceção é a população indígena residente em setores censitários com 20 ou mais indígenas na região Norte, cuja pirâmide apresenta uma base substancialmente mais alargada que as demais, mais semelhante ao observado para indígenas em situação rural.

Figura 2: Pirâmide etária de indígenas residentes em setores censitários urbanos por estrato da quantidade de moradores indígenas, Macrorregião Norte, Censo de 2010.

Figura 3: Pirâmide etária de indígenas residentes em setores censitários urbanos por estrato da quantidade de moradores indígenas, Macrorregião Sul, Censo de 2010.

-20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 Norte 1 2 3-5 6-10 11-19 >=20 Rural Masculino Feminino 70 e mais 60 - 69 50 - 59 40 - 49 30 - 39 20 - 29 10 - 19 0 - 09 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 Fa ix a et ár ia e m an os % de residentes indígenas Sul 1 2 3-5 6-10 11-19 >=20 Rural Masculino Feminino 70 e mais 60 - 69 50 - 59 40 - 49 30 - 39 20 - 29 10 - 19 0 - 09

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5 O presente estudo evidenciou importantes diferenças na distribuição de indígenas segundo porte dos municípios e de composição etária (e possivelmente de outras características sócio-demográficas, ainda a serem exploradas) a depender da concentração de população indígena nos setores censitários. Essa marcada espacialização da distribuição dos indígenas, que possivelmente se relaciona estreitamente a questões ligadas à composição de domicílio, entre outras, precisa ser melhor conhecida para o país como um todo, uma vez que pode ser relevante em investigações sobre os padrões de desigualdades socioeconômicas e em saúde segundo recortes territoriais.

Referências

AZEVEDO MM. O censo 2010 e os povos indígenas. In: Ricardo CA, Ricardo F, editores. Povos indígenas do Brasil 2006/2010. São Paulo: Instituto Socioambiental; 2011. p. 25-45. BASTOS JL et al. Características sociodemográficas de indígenas nos censos

brasileiros de 2000 e 2010: uma abordagem comparativa. Cad. Saúde Pública 2017; 33

CARDOSO AM; SANTOS, RV; COIMBRA Jr, CEA. Mortalidade infantil segundo raça/cor

no Brasil: o que dizem os sistemas nacionais de informação? Cad. de Saúde Pública,

21 (5): 1602-1608, 2005.

CNDSS (Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde). As causas sociais das

iniqüidades em saúde no Brasil. Relatório Final. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008.

COIMBRA Jr CEA. & SANTOS RV. Saúde, minorias e desigualdade: algumas teias de

inter-relações, com ênfase nos povos indígenas no Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva, 5 (1):

125-132, 2000.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Os indígenas no Censo

Demográfico 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Rio de

Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2012.

PAGLIARO H, AZEVEDO MM, SANTOS RV, organizadores. Demografia dos povos

indígenas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Associação Brasileira de Estudos

Populacionais; 2005.

SANTOS, RV. ; TEIXEIRA, P. O “indígena” que emerge do Censo Demográfico de 2010. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, v. 27, n. 6, p. 1048-1049, jun. 2011

Referências

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