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Implementação do partograma no processo do trabalho de parto na maternidade Dr. Araken Irerê Pinto

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE SAÚDE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA – REDE CEGONHA III

RAYZA RÉGIA MEDEIROS DOS SANTOS DE OLIVEIRA

IMPLEMENTAÇÃO DO PARTOGRAMA NO PROCESSO DO TRABALHO DE PARTO NA MATERNIDADE DR. ARAKEN IRERÊ PINTO

NATAL 2019

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RAYZA RÉGIA MEDEIROS DOS SANTOS DE OLIVEIRA

IMPLEMENTAÇÃO DO PARTOGRAMA NO PROCESSO DO TRABALHO DE PARTO NA MATERNIDADE DR. ARAKEN IRERÊ PINTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – Rede Cegonha III, da Escola de Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção de título de especialista.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Cláudia Medeiros Dantas de Rubim Costa

NATAL 2019

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RAYZA RÉGIA MEDEIROS DOS SANTOS DE OLIVEIRA

IMPLEMENTAÇÃO DO PARTOGRAMA NO PROCESSO DO TRABALHO DE PARTO NA MATERNIDADE DR. ARAKEN IRERÊ PINTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – Rede Cegonha III, da Escola de Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção de título de especialista.

Aprovado em ...de...2019.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

Profa. Dra. Maria Cláudia Medeiros Dantas de Rubim Costa Orientadora

___________________________________________________ Dra. Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho

Membro da banca

___________________________________________________ Dra. Ana Cristina Araújo de Andrade

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RESUMO

Introdução A assistência ao parto é objeto de medicalização e consequentemente o cenário do nascimento transformou-se em local desconhecido para as parturientes, porém, conveniente para os profissionais da saúde. A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam a utilização do partograma para o acompanhamento do trabalho de parto, com o objetivo de melhorar a assistência e reduzir a mortalidade materna e fetal. Objetivo Implementar o uso do partograma no processo de trabalho de parto na Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto, município de Natal-RN. Metodologia Trata-se de uma Intervenção caracterizada por etapas. Inicialmente foi realizado a sensibilização dos gestores, enfermeiros, técnicos em enfermagem e médicos acerca da temática. Posteriormente, foram realizadas oficinas de capacitação com a equipe multiprofissional sobre a importância do uso do partograma no processo de trabalho de parto. Resultados Foram capacitados 63,3 % da equipe de enfermagem, sendo elaborado o Procedimento Operacional Padrão sobre o preenchimento

do partograma, uma das estratégias de implementação do partograma. Realizado também aquisição de fichários e fixado um display na capa do prontuário para colocar o partograma dentro como forma de melhorar a visualização. Considerações Finais Pretende-se que essa intervenção estimule o aprendizado dos profissionais acerca do preenchimento do partograma na assistência clínica ao parto, sendo este um método simples e utilizado como indicador da qualidade da assistência no processo do parto, diminuindo assim as intervenções desnecessárias e melhorando a qualidade da assistência prestada.

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ABSTRACT

Introduction Maternity care is the subject of medicalization and, consequently, the setting of birth has become an unknown place for parturients, but convenient for health professionals. The World Health Organization and the Ministry of Health recommend the use of the partograph to monitor labor in order to improve care and reduce maternal and fetal mortality. Objective To implement the use of partograph in the labor process in the Maternity Dr. Araken Irerê Pinto, Natal-RN. Methodology This is an intervention characterized by stages. Initially, awareness was taken of managers, nurses, nursing technicians and doctors on the subject. Subsequently, training workshops were held with the multiprofessional team on the importance of using the partograph in the labor process. Results A total of 63.3% of the nursing staff were trained, and the Standard Operational Procedure was elaborated on the completion of the partograph, one of the strategies of implementation of the partograph. Also made acquisition of binders and fixed a display on the cover of the medical record to place the partogram inside as a way to improve the visualization. The aim of this intervention is to stimulate the professionals' learning about the completion of the partograph in the clinical assistance to the childbirth, being this a simple method and used as an indicator of the quality of care in the birthing process, thus reducing the unnecessary interventions and improving the quality of care.

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CEEO Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica CPN Centro de Parto Normal

CRO Centro de Recuperação Operatória IHAC Iniciativa Hospital Amigo da Criança

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PHPN Política de Humanização no Pré-Natal e Nascimento PNH Políticas Nacionais de Humanização

POP Procedimento Operacional Padrão

SUS Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 8 2 OBJETIVOS ... 11 2.1 Objetivo geral ... 11 2.2 Objetivos específicos ... 11 3 REVISÃO DA LITERATURA ... 12

3.1 Aspectos históricos da assistência ao parto ... 12

3.2 O Processo do Parto ... 16

3.3 O Partograma e seus benefícios ... 17

4 METODOLOGIA ... 20

4.1 Tipo de estudo ... 20

4.2 Aspectos éticos ... 20

4.3 Cenário do projeto de intervenção ... 20

4.4 Público-alvo ... 21

4.5 Etapas metodológicas ... 21

4.5.1 Sensibilização e aprovação da gestão ... 21

4.5.2 Sensibilização da equipe multiprofissional ... 22

4.5.3 Capacitação da equipe multiprofissional e elaboração do POP ... 22

4.5.4 Fase de monitoramento e avaliação ... 23

4.6 Desafios e potencialidades ... 23

5 RESULTADOS ... 25

6 DISCUSSÃO ... 26

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28

REFERÊNCIAS ... 29

APÊNDICE A – CONVITE DA CAPACITAÇÃO ... 33

APÊNDICE B – PLANO DE ENSINO PARA CAPACITAÇÃO SOBRE USO DO PARTOGRAMA NO TRABALHO DE PARTO NA MATERNIDADE DR ARAKEN IRERÊ PINTO ... 34

APENDICE C – PRÉ-TESTE ... 36

APENDICE D – FOLDER DA CAPACITAÇÃO EM PARTOGRAMA ... 38

APÊNDICE E – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ... 39

ANEXO A – PARTOGRAMA UTILIZADO NA MATERNIDADE DR. ARAKEN IRERÊ PINTO ... 41

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo da história, o cuidado prestado à mulher durante a assistência ao parto, foi desenvolvido por parteiras, cuja missão era conduzir o trabalho de parto e trazer o tão esperado bebê ao mundo. No decorrer dos tempos, médicos e enfermeiras assumiram esse papel, com a necessidade de qualificar a assistência. Essas mudanças levaram a várias modificações nos cuidados às parturientes no processo do parto, e estes deixaram de ser assistidos em domicílios e passaram a serem desenvolvidos em maternidades sob a atenção dos profissionais de saúde (FERREIRA et al., 2013).

Dessa forma, o modelo de atenção ao parto evoluiu historicamente, passando da assistência pautada no saber popular, realizada pelas parteiras, para uma assistência pautada no conhecimento técnico e científico, medicalizada, intervencionista e hospitalocêntrica (BRASIL, 2010).

A passagem da vivência do parto no domicílio para os hospitais refletiu em mudanças na posição de parir, na utilização indiscriminada de intervenções e de medicamentos indutores do trabalho de parto. Este processo sujeitou as mulheres a práticas desumanizadas, desrespeitando a sua autonomia e a privando de apoio familiar e conforto (BRASIL, 2010).

Na perspectiva de melhorar a assistência obstétrica, e reduzir os índices de mortalidade materna e neonatal, o Ministério da Saúde, instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, a Rede Cegonha, através da Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, cujos alguns dos objetivos são assegurar à mulher o direito à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério. Essa iniciativa objetiva reduzir a mortalidade materna e neonatal, pela adoção e o compromisso com as práticas de atenção à saúde baseadas em evidências científicas, ou seja, pela garantia das boas práticas e da segurança na atenção ao parto e nascimento (BRASIL, 2011).

São recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto as Boas Práticas Obstétricas, classificadas como categoria A e definidas como práticas úteis que devem ser estimuladas durante o trabalho de parto tais como: a privacidade no local do parto; presença de acompanhante; oferta de líquidos por via oral; liberdade de posição, movimento e estímulo a posições não supinas; contato pele-a-pele direto precoce entre mãe e filho, início da amamentação na primeira hora; o uso de métodos não farmacológicos de alívio da dor e o uso do partograma para o monitoramento do progresso do parto (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1996).

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Entre as técnicas incluídas na categoria A, que são consideradas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas, encontra-se o monitoramento cuidadoso do trabalho de parto por meio do uso do partograma (ROCHA et al., 2009).

O partograma consiste na representação gráfica do trabalho de parto, sendo considerado um excelente recurso visual para analisar a dilatação cervical e a descida da apresentação, em relação ao tempo. Essa ferramenta de registro surgiu com Emanuel Friedman, em 1951, ao analisar a evolução do trabalho de parto em primíparas, e observou uma relação entre o tempo do trabalho de parto e dilatação cervical (VASCONCELOS et al., 2009).

O Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) inclui o uso rotineiro do partograma, instrumento utilizado no acompanhamento da parturiente, no qual se registra graficamente o trabalho de parto e, assim, permite acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios de trajeto e evitar intervenções desnecessárias (BRASIL, 2006).

Desde 1994, a OMS torna obrigatório o uso do partograma nas maternidades e o aponta como uma forma objetiva de acompanhar o trabalho de parto, como também, um indicador da qualidade da assistência no processo do parto visando reduzir a morbidade e mortalidade materna-fetal (ROCHA et al., 2009).

O partograma tem sido reconhecido como um dos avanços importantes da assistência obstétrica moderna e sua utilização considerada fundamental na prevenção da mortalidade materna e perinatal, no qual as observações do trabalho de parto são registradas, com o objetivo de alertar parteiras e obstetras para alterações e complicações decorrentes do trabalho de parto, bem como o bem estar materno ou fetal. (LAVENDER; TSEKIRI; BAKER, 2008; AGARWAL et al., 2013; YISMA et al., 2013; ASIBONG et al., 2014; ALEXANDRE; MAMEDE; PRUDÊNCIO, 2016).

Percebe-se que, na prática, médicos e enfermeiros obstetras exercem com qualidade a assistência obstétrica. No entanto, a compreensão do uso sistemático e a habilidade para utilização do partograma é uma necessidade e deve ser meta daqueles profissionais que pretendem ter uma atuação competente, humanizada e segura no processo do parto. (VASCONCELOS, 2009).

Partindo deste conhecimento e vivenciando na prática que o impresso do partograma está inserido no prontuário da instituição e encontra-se parcial ou totalmente não preenchido, apesar de ser altamente incentivado no âmbito das políticas públicas de atenção à saúde

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materna e neonatal, surgiu uma inquietação/necessidade por parte da especializanda de implementar o partograma no processo de parto na Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto.

Embora o serviço tenha implantado algumas das diretrizes da Rede Cegonha, como o cumprimento da lei do acompanhante, o acolhimento com classificação de risco, o contato cutâneo direto precoce entre mãe e filho e o apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto, o preenchimento do partograma não é visto como uma rotina, e sim, apenas como uma prática de uma minoria dos profissionais que lá assistem a mulher em trabalho de parto.

O desenvolvimento deste estudo foi importante para o aperfeiçoamento da equipe que assiste diretamente a mulher em trabalho de parto. Sendo assim, esta intervenção propôs implementar o partograma no processo de trabalho de parto, visando à melhoria da qualidade da assistência e a redução de intervenções desnecessárias. Torna-se também relevante para a Secretaria Municipal de Saúde, pois permitiu o aperfeiçoamento da equipe de médicos e enfermeiros para a melhoria da implementação das boas práticas. No âmbito científico, o estudo contribui para a disseminação de experiências exitosas, além de servir de base para a continuidade de pesquisas na maternidade.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

● Implementar o uso do partograma no processo de trabalho de parto na Maternidade Dr.

Araken Irerê Pinto.

2.2 Objetivos específicos

● Sensibilizar gestores quanto a importância do uso do partograma no processo de trabalho de parto da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto;

● Sensibilizar a equipe multiprofissional quanto a importância do uso do partograma no processo de trabalho de parto da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto;

● Capacitar enfermeiros obstetras e médicos obstetras sobre o uso do partograma;

● Construir o protocolo operacional padrão (POP) para o uso do partograma no processo de trabalho de parto da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto;

● Monitorar a utilização do partograma no processo de trabalho de parto da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Aspectos históricos da assistência ao parto

A gravidez e o parto são momentos significativos na vida das mulheres. Apesar de seu corpo estar programado para a reprodução humana desde o início dos tempos, os métodos e costumes que abrangem o parto têm se transformado no decorrer dos anos e nas diferentes culturas (MALDONADO, 2002; MOTT, 2002).

A assistência obstétrica entre os séculos XVI e XIX era atribuída às parteiras e comadres, o acesso ao quarto da parturiente era restrito, sendo proibida a entrada do homem em seus aposentos. Se utilizavam de rezas, talismãs, ervas, compressas, intuições, práticas em geral auxiliadas por mulheres mais velhas, para alívio das dores de parto. No entanto, desde o final do século XIV médicos e teólogos questionavam as práticas das mulheres quanto ao uso de porções e seus cuidados ao longo da gravidez, parto e puerpério (GUALDA, 1998).

Após a Segunda Guerra Mundial surgiu a necessidade de realizar o parto em hospitais devido às altas taxas de mortalidade materno-infantil, deixando assim, de ser realizado no domicílio da parturiente. Nos hospitais, além das mulheres passarem pela medicalização eram obrigadas a dividir as enfermarias com outras gestantes, sem privacidade, tornaram-se passivas diante das regras e foram privadas da presença de uma pessoa de sua confiança para apoiá-las (BRUGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).

Com a hospitalização do parto houve o afastamento dos familiares no processo do nascimento, pois o espaço físico e o processo de trabalho não foram pensados para assistir as parturientes, mas sim, para atender as necessidades dos profissionais de saúde (DINIZ, 2001).

A assistência obstétrica médica se expande ao Brasil com a criação das Escolas de Medicina e cirurgia nos estados da Bahia e Rio de Janeiro, no século XIX, acarretando em um decaimento na profissão de parteira, colaborando para os cuidados masculinos à mulher e a hospitalização do parto em nome da diminuição da mortalidade materno-infantil. A celebração a vida passa a ser tratada como uma condição de risco à saúde materno-infantil (MOURA, 2004).

Mais adiante em meio às pressões internacionais, no que diz respeito ao controle do crescimento populacional, pressões internas por mudanças na política nacional de saúde e o movimento de mulheres desejosas ao exercício da plenitude de seus direitos, incluindo a atenção a sua saúde como um todo e não apenas como uma mãe em potencial, surge o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1984. Caracterizado pela

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integralidade da assistência obstétrica e afirmação dos direitos da mulher, objetivando ampliar o acesso das mulheres aos serviços de saúde e garantir a qualidade da assistência com um conjunto mínimo de procedimentos (PIMENTEL, 2016).

Em 1996, a Organização Mundial de Saúde, produziu um relatório que recomenda que o objetivo da assistência obstétrica é viabilizar uma mãe e uma criança saudáveis com o mínimo possível de intervenção que seja compatível com a segurança. Este comportamento demanda que no parto normal deve haver uma razão aceitável para intervir sobre o processo natural (SILVA, 2011; OMS, 1996).

Neste documento, as práticas utilizadas na assistência ao parto normal foram classificadas em quatro categorias:

● Categoria A- práticas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas; ● Categoria B- práticas demonstradamente prejudiciais ou ineficazes e que

devem ser eliminadas;

● Categoria C- práticas em relação as quais não existem evidências científicas suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela, até que mais pesquisas esclareçam a questão;

● Categoria D – práticas frequentemente utilizadas de modo inadequado (Organização Mundial de Saúde, 1996).

Em 2000, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa de Humanização no Pré- Natal e no Nascimento (PHPN), através da Portaria n.° 569/ GM, de 1 de junho de 2000 (BRASIL, 2000). Foram estabelecidos os princípios e diretrizes para a estruturação desse programa, que ditam os direitos da gestante como: acompanhamento pré-natal, escolha da maternidade onde será atendida no parto, atendimento humanizado no parto e puerpério além da adequada assistência neonatal ao recém-nascido. O MS responsabiliza as autoridades sanitárias no âmbito Municipal, Estadual e Federal pela garantia destes direitos com o objetivo de oferecer um atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério (BRASIL, 2004).

Este programa teve como base o Guia Prático: Assistência ao Parto Normal da OMS, que foi criado em 1996, onde além dos conceitos de parto normal e humanização do parto, cita-se todos os cuidados que devem ser prestados à parturiente em todo processo do parto. O guia coloca o enfermeiro obstetra como um personagem de destaque, sendo este profissional qualificado para assistir a mulher em todos os estágios do parto, contribuindo para a Humanização da assistência (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1996).

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Essas mudanças devolvem a mulher um papel mais participativo no nascimento, assim como os familiares, eliminando e criticando as práticas rotineiras e intervencionistas, o direito de escolha de posições durante o parto, procurando chamar a atenção dos profissionais sobre os benefícios e malefícios das mesmas, os procedimentos antes usados como rotina, são categorizados pela OMS como instrumentos de mudança para o modelo de assistência ao parto, por desestimular técnicas intervencionistas e prejudiciais à mulher e ao recém-nascido (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1996).

Ao considerar em diversos setores a saúde da mulher uma prioridade, em 2004 é elaborada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, implementando ações de saúde que garantissem os direitos humanos das mulheres e reduzissem a morbimortalidade por causas evitáveis. Individualizar assistência, entender a gestação, o trabalho de parto, o parto e o nascimento como movimentos naturais e fisiológicos em detrimento do patológico, tornando a mulher protagonista e os profissionais de saúde coadjuvantes do processo, entre outras práticas é humanizar o atendimento (BRASIL, 2004).

O termo “Humanização” ganha a cada dia destaque e interpretações, nos meios científicos, políticos e assistenciais. Como fortalecimento de trabalho em equipe e da transversalidade, construção de autonomia e protagonismo do sujeito, compromisso com a democratização das relações de trabalho, estímulo aos processos de educação permanente, construção de redes cooperativas, solidárias, no Sistema Único de Saúde (SUS) (BARROS, 2009).

Em 1999, conforme a Portaria nº 985/GM de 5 de agosto do Ministério da Saúde foram criados os Centros de Parto Normal (CPN), como forma de retomar o protagonismo da parturiente no processo do trabalho de parto, como também de resgatar a privacidade e a familiaridade desse momento. São unidades que funcionam fora do Centro Obstétrico tradicional (BRASIL, 2001).

O CPN é referência na assistência a gestante de baixo risco e em condições clínicas de ter o parto normal, onde as parturientes são assistidas por enfermeiras obstétricas. Ficam localizados de maneira intra, peri ou extra-hospitalar, devendo ter referência hospitalar a uma distância que permita transferências no período máximo de uma hora (BRASIL, 1999).

Os CPN também são conhecidos como Casas de Parto. A primeira Casa de Parto de São Paulo, a Casa do Parto de Sapopemba, foi inaugurada em 1998, respeitando os moldes da OMS (SILVA, 2011).

Com o objetivo de mudar o modelo de assistência ao parto e nascimento, fundamentada nos princípios da Humanização e em consonância com o documento da OMS,

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de 1996, o Ministério da Saúde lança em 2011, de acordo com a Portaria nº 1.459, a Rede Cegonha (BRASIL, 2013).

A Rede Cegonha tem como objetivos: fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses; organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal (BRASIL, 2011).

É organizada de maneira a possibilitar o provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população de determinado território, mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de apoio, do sistema logístico e da governança da rede de atenção à saúde em consonância com a Portaria nº 4.279/GM/MS, de 2010, a partir das seguintes diretrizes: garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses com qualidade e resolutividade; e garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo (BRASIL, 2011).

A Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro Componentes, quais sejam: Pré-Natal, Parto e Nascimento, Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança, Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação.

As práticas que caracterizam o modelo tecnocrático ainda se fazem presentes na maioria dos serviços brasileiros e foram retratadas na pesquisa “Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento”. A pesquisa em questão foi um estudo coordenado pela Fundação Osvaldo Cruz, que contemplou maternidades com 500 ou mais partos por ano, representando 83% dos partos do país, distribuídos em 191 municípios, em 266 hospitais públicos, privados e mistos. Totalizou 23.940 mulheres entrevistadas entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012.

Leal et al. (2014) avaliou os resultados da referida pesquisa e constatou a realidade da assistência nos serviços brasileiros no que se refere ao uso das boas práticas e das intervenções obstétricas na atenção ao parto de mulheres de risco obstétrico habitual, demonstrando que menos de 50% das mulheres tiveram seus partos conduzidos com boas práticas. As intervenções observadas no referido estudo indicam o uso de ocitocina e

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amniotomia em 40% das parturientes, posição litotomica empregada em 92%, manobra de Kristeller (37%) e episiotomia (56%) nas parturientes de risco habitual.

As "Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento" também são quesitos fundamentais aos serviços que buscam habilitação ao título de Hospital Amigo da Criança e Cuidados Amigo da Mulher, segundo a Portaria Ministerial nº 1.153 (BRASIL, 2014). A referida portaria, redefine os critérios quanto a habitação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), no seu Art. 4º, resolve que os Hospitais Amigos da Criança adotarão ações educativas articuladas com a Atenção Básica, de modo a informar à mulher sobre a assistência que lhe é devida, do pré-natal ao puerpério, visando ao estímulo das "Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento", na forma da Recomendação da Organização Mundial da Saúde no Atendimento ao Parto Normal.

3.2 O Processo do Parto

O processo de parto, compreendido como o trabalho de parto e o parto, é complexo e envolve a equipe de saúde com a mulher e sua família, em um momento intenso de transformações em suas vidas – o nascimento de um filho.

Há evidências científicas de que várias práticas na assistência à gestação e ao parto são fomentadoras de melhores resultados obstétricos e são positivas para a redução de resultados perinatais negativos. Os fatores da saúde materna que atuam durante a gestação influenciam os resultados da gravidez, e a assistência pré-natal de qualidade colabora para a redução de danos à gestante e ao recém-nascido.

Do mesmo modo, uma parcela importante das complicações que podem ocorrer ao longo do trabalho de parto e no momento do parto pode ser reduzida por cuidado obstétrico adequado, realizado com o uso correto da tecnologia. No entanto, o uso inadequado de tecnologias ou a realização de intervenções desnecessárias pode trazer riscos para a mãe e seu bebê (LEAL et al., 2014).

O termo parto normal é definido pela OMS, (1996) como de início espontâneo, baixo risco no início do trabalho de parto, permanecendo assim durante todo o processo, até o nascimento. O bebê nasce espontaneamente, em posição cefálica, entre 37 e 42 semanas completas de gestação. Após o nascimento, mãe e filho evidenciam boas condições.

O trabalho de parto (TP) compreende o conjunto de fenômenos fisiológicos que conduz a dilatação do colo uterino, a progressão do feto através do canal de parto e a sua expulsão para o exterior. O TP começa com contrações uterinas fracas pouco frequentes.

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Estas contrações tornam-se cada vez mais frequentes e dolorosas, até que o intervalo entre elas sejam aproximadamente de 2 a 3 minutos (BRASIL, 2011).

O parto normal é dividido em quatro estágios: dilatação, expulsão, dequitação e Greenberg. O período de dilatação é dividido em duas fases, sendo a fase latente a fase inicial do trabalho de parto e mais lenta deste período, e culmina com a dilatação do colo até os 3 cm, porém é variável de uma mulher para outra. A fase latente estende-se desde o início das contrações uterinas regulares até o início da fase ativa, onde as contrações tornam-se mais frequentes e dolorosas e termina com a dilatação completa do colo uterino.

O período expulsivo (segundo estágio), inicia-se com a cérvice completamente dilatada (10 cm) e termina com a expulsão fetal; a dequitação (terceiro estágio) compreende o descolamento, descida e expulsão da placenta e membranas entre 5 a 30 minutos após termino do período expulsivo, por fim, o quarto estágio, conhecido por período de Greenberg, corresponde à primeira hora depois da saída da placenta, onde o controle da hemorragia é de fundamental importância (PRATA, 2015; REZENDE; MONTENEGRO, 2018).

Assim, o trabalho de parto é um mecanismo fisiológico desencadeado por ações neuro-hormonais e mecânicas, onde parte das contrações expulsivas é voluntária, podendo a parturiente controlá-las, intensificando-as ou abrandando-as. Com isso verifica-se o parto como ato motor intencional, que pode ser treinado, aprendido, sem se dissociar dos aspectos cognitivos e afetivos (REZENDE; MONTENEGRO, 2018).

3.3 O Partograma e seus benefícios

O partograma é uma tecnologia utilizada na área da obstetrícia que auxilia na atenção e acompanhamento da evolução do trabalho de parto. A OMS, no ano de 1994, recomendou o seu uso durante o trabalho de parto, com o objetivo de reduzir a morbidade e mortalidade materna e fetal. Dessa forma, o MS preconiza a adoção dos indicadores de qualidade no período gravídico-puerperal, em que se insere o partograma como forma de acompanhar e avaliar o processo de parturição (VASCONCELOS et al., 2013).

O monitoramento cuidadoso do progresso do parto através do partograma é classificado dentro das boas práticas relacionadas à atenção ao parto como categoria A, ou seja, como prática útil e que deve ser estimulada, pois o seu uso incorreto ou incompleto pode modificar o processo do trabalho de parto e parto de forma negativa, provocando assim mortes desnecessárias (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1996)

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Na assistência obstétrica o enfermeiro obstetra deve compreender a importância do uso sistemático e possuir habilidade na utilização e preenchimento do partograma, pois, é necessário para os profissionais que pretendem ter uma atuação competente, humanizada, segura e assertiva à parturição. Todavia, essa tecnologia ainda é pouco explorada no cotidiano da prática do enfermeiro obstetra (VASCONCELOS et al., 2009).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, recomendam a utilização do partograma para o acompanhamento do trabalho de parto, com o objetivo de melhorar a assistência e reduzir a morbidade e mortalidade materna e fetal (ROCHA et al., 2009).

O Ministério da Saúde recomendou a introdução do partograma pela primeira vez em 1991 como parte da iniciativa para a “Maternidade Segura”, a OMS, em 1994, torna obrigatório o seu uso nas maternidades para o acompanhamento do trabalho de parto. Dois anos após, em 1996, publica “Assistência ao parto normal: um guia prático, que foi elaborado por um grupo de especialistas de diversos países, com base nas melhores evidências científicas no qual classificou as práticas obstétricas em quatro categorias assistenciais (BRASIL, 2001).

O partograma consiste na representação gráfica do trabalho de parto e pode ser considerado um excelente recurso visual para analisar a dilatação cervical e a descida da apresentação em relação ao tempo. É um instrumento de comunicação que facilita tomar conhecimento imediato da evolução do trabalho de parto (ROCHA et al., 2009).

Segundo Paula et al. (2001), foi Emanuel Friedman, em 1951, que transformou a avaliação subjetiva em ciência preditiva – análise gráfica e estatística do trabalho de parto, dando o nome de Partograma. Friedman ao analisar a evolução do trabalho de parto em primíparas, observou uma relação entre o tempo do trabalho de parto e a dilatação cervical. Ele se baseou em extenso estudo da dilatação da cérvice uterina no trabalho de parto, estabelecendo curva padrão de normalidade, amplamente aceita nos nossos dias. E concluiu que essa relação descrevia graficamente uma curva com características próprias.

Na construção do partograma, existem duas linhas paralelas denominadas linhas de alerta e de ação. Quando a dilatação atinge ou cruza a linha de alerta, isso significa a necessidade de melhor observação clínica, somente quando a curva da dilatação cervical atinge a linha de ação é que a intervenção médica torna-se necessária, na tentativa de melhorar a evolução do trabalho de parto e corrigir possíveis distócias que possam estar se iniciando. Isto não significa necessariamente conduta cirúrgica (REZENDE; MONTENEGRO, 2018).

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No partograma, cada divisória corresponde à 1 hora na abscissa (eixo X) e 1cm de dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada (eixo Y). Inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto. Os toques vaginais são realizados a cada 2 horas, deve-se anotar a dilatação cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da bolsa das águas e do líquido amniótico, quando a bolsa estiver rompida, por convenção, registra-se a dilatação cervical com um triângulo e a apresentação e a respectiva variedade de posição são representadas por uma circunferência (REZENDE; MONTENEGRO, 2018)

Segundo Friedman 1978, a fase ou divisão funcional de interesse na aplicação do partograma é a de dilatação ou fase ativa com velocidade de dilatação cervical mínima de 1 cm/hora. Para evitar intervenções desnecessárias não é recomendado a abertura do partograma na fase latente ou no início da dilatação, menor que 3 - 4 cm (BRASIL, 2001).

O padrão das contrações uterinas e dos batimentos cardio fetal, a infusão de líquidos, fármacos e o uso de analgesia devem ser devidamente registrados. A dilatação cervical inicial é marcada no ponto correspondente do gráfico, traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha de alerta e, em paralelo, 4 horas após, sinaliza-se a linha de ação, desde que a parturiente esteja na fase ativa de parto (REZENDE; MONTENEGRO, 2018).

Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação, quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de parto disfuncional. A construção correta da linha de alerta e de ação é fundamental para que se evitem erros na interpretação do parto (BRASIL, 2001).

Sua utilização é recomendada pela OMS, pois pode indicar claramente desvios no progresso do trabalho de parto, possibilitando intervenções antes que ocorram complicações.

Apesar do partograma ser uma representação gráfica do trabalho de parto que permite visualizar e acompanhar a evolução do parto, bem como diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção de desvios, ajudando a intervir em momento oportuno na redução de distócias e sofrimento fetal, o país caminha lentamente na implementação das recomendações da OMS e pelo Ministério da Saúde, no que concerne ao estabelecimento ao uso dessa prática.

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4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

O Estudo caracteriza-se como uma Intervenção, objetivando a implementação do Partograma como ferramenta de qualidade no acompanhamento do trabalho de parto e parto realizada em uma Maternidade Pública.

4.2 Aspectos Éticos

Considerando o tipo de estudo caracterizado por intervenção (implementação de rotina) não houve necessidade de entrevistas com seres humanos. Durante a fase de sensibilização e capacitação todas as pessoas envolvidas foram esclarecidas e avisadas com antecedência para participar dos momentos.

4.3 Cenário do projeto de intervenção

A intervenção teve como cenário a Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto, onde a especializanda desenvolve sua função de Enfermeira atualmente. Foi inaugurada em 08 de março de 2016, encontra-se localizada na Rua Cel. Juventino Cabral, 1735, bairro Tirol, Natal, Rio Grande do Norte. Pertence a Secretaria Municipal de Saúde do município de Natal -RN, fazendo parte do Distrito Sanitário Sul, sendo referência para parturientes em risco habitual das zona Leste, Oeste e Sul da cidade, mas recebe todas as usuárias do Sistema Único de Saúde que residem no Município de Natal.

Realiza em média 210 partos por mês, 55% normais e 45% por intervenção cirúrgica. Tendo como referência para partos de alto risco ou pacientes que evoluem com alguma complicação a Maternidade Escola Januário Cicco.

A estrutura física da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto é verticalizada, contando com 5 pavimentos. É formada por um pronto-atendimento com 04 leitos e a classificação de risco, 01 sala de parto com 07 leitos de pré-parto, centro cirúrgico com 01 sala cirúrgica e 01 leito no centro de recuperação operatória (CRO) e o alojamento conjunto com 23 leitos. Totalizando 34 leitos de internação obstétrica.

Sua equipe multiprofissional é composta por médicos obstetras, neonatologistas, enfermeiros (sendo 35 enfermeiros assistenciais, destes 11 são enfermeiros obstétricos e 4

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estão em formação), nutricionistas, assistentes sociais, fonoaudiólogos, farmacêuticos, bioquímicos, técnicos de enfermagem, técnicos de laboratório, auxiliar de farmácia e toda uma equipe de apoio, como auxiliar administrativo, recepcionista, vigilante, maqueiro, auxiliares de serviços gerais, copeiro, cozinheiro e auxiliar de cozinha. Todos contribuindo de forma direta e indireta para a assistência das parturientes, puérperas, recém-nascidos e mulheres em processo de abortamento nos 34 leitos distribuídos na Maternidade.

No subsolo estão localizados o laboratório, a farmácia, o serviço de nutrição, o refeitório e o serviço de rouparia. No térreo tem a recepção, direção geral, gerência de enfermagem, serviço social, fonoaudiologia, núcleo de vigilância epidemiológica, comissão de controle de infecção hospitalar, sala de vacinas e o pronto atendimento com classificação de risco. No primeiro andar encontram-se a sala de parto, centro cirúrgico e central de material. No segundo andar o alojamento conjunto e o cantinho do peito. No terceiro andar o auditório e o repouso dos funcionários.

O cenário das transformações decorrentes desta intervenção foi o setor de pré-parto, sendo este o local que ficam as parturientes em acompanhamento do trabalho de parto e consequentemente, ocorre o preenchimento do partograma.

4.4 Público-alvo

Como a intervenção é uma proposta de ação feita para resolução de um problema observado no serviço, e que objetiva implementar o partograma no processo de parto conforme preconiza o Ministério da Saúde, o público alvo direto foi à equipe multiprofissional inserida no processo de trabalho de parto, com ênfase nos enfermeiros obstetras e assistenciais e médicos obstetras da equipe.

E indiretamente as parturientes que forem admitidas e assistidas na instituição terão uma assistência mais segura com menos intervenções desnecessárias.

4.5 Etapas metodológicas

4.5.1 Sensibilização e aprovação da gestão

Foi realizada reunião no mês de novembro de 2018 com a gestão da Maternidade, estando presentes a Diretora Geral da Maternidade, a Diretora Técnica e a Gerente de Enfermagem. Nesta oportunidade foi apresentada a necessidade da implementação do uso do

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partograma na instituição e os reais benefícios para as parturientes no processo do parto,com base nas evidências científicas e políticas de saúde já instituídas. No momento também foi apresentado o projeto da intervenção e quais as estratégias que seriam utilizadas para obter sucesso com o projeto de intervenção.

4.5.2 Sensibilização da equipe multiprofissional

Caracterizou-se pela sensibilização da equipe multiprofissional sobre a implementação do partograma, sendo realizadas rodas de conversas durante os plantões no posto de enfermagem com a equipe de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que estavam no plantão, nos diferentes turnos de trabalho. Nesse modelo de intervenção, os sujeitos/profissionais passam pelo processo formativo, aumentando a sua capacidade de análise, sua condição de autonomia e protagonismo.

4.5.3 Capacitação da equipe multiprofissional e elaboração do POP

Por fim, foram realizadas capacitações para a equipe multiprofissional com ênfase nos Enfermeiros obstetras e assistenciais e Médicos Obstetras da Instituição. O convite das capacitações (Apêndice A) foi afixado nos murais da instituição com datas e horários. Foi disponibilizado lista de inscrições para o evento e divulgado convite por meio digital nos grupos dos profissionais da maternidade. A capacitação foi planejada em dias com datas pré-estabelecidas e em diferentes turnos, visando capacitar o maior número de profissionais possíveis.

Foi elaborado um plano de aula (Apêndice B), com os assuntos que seriam abordados na capacitação, sendo utilizado algumas referências sobre a temática. O plano de aula teve a finalidade de contribuir com a condução do processo de aprendizagem.

A capacitação foi realizada nos dias 14 e 15 de março e teve participação de 63,3% dos 109 profissionais da enfermagem, 1 nutricionista e 2 assistentes sociais que atuam na unidade. Essa fase inicial da capacitação, contou com a participação dos quatro especializandos do CEEO-III que atuam na unidade cuja abordagem tratava de temas diferentes, mas todos relacionados às boas práticas no Parto e Nascimento. A princípio através de exposição verbal foi feita explanação das recomendações da OMS para o parto normal, enfatizado o papel da Rede Cegonha nesse contexto. No início da capacitação foi aplicado um pré-teste (Apêndice C)com o objetivo de identificar o conhecimento prévio dos profissionais

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envolvidos sobre a temática a ser abordada e durante a capacitação foi distribuído um folder (Apêndice D) sobre o partograma.

Como forma de melhorar a visualização do partograma e estimular o seu uso rotineiramente, foi realizado mudanças nos prontuários do pré-parto. Realizado aquisição de fichários e fixado um display na capa do prontuário para colocar o partograma dentro. O partograma utilizado foi o do Ministério da Saúde (Anexo A), já utilizado na maternidade, tendo sido adaptado, inserido no verso os métodos não farmacológicos de alívio da dor para o profissional assinalar os métodos utilizados durante o trabalho de parto.

Nos dias das capacitações foi elaborado o Procedimento Operacional Padrão (POP) institucional (Apêndice E) sobre o uso do partograma no processo de trabalho de parto da Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto, para posteriormente ser avaliado e aprovado junto à gestão e diretores médicos e de enfermagem.

O processo de capacitação continua ocorrendo durante os plantões com o intuito de capacitar os médicos, através de rodas de conversa e estudo de caso das parturientes internadas.

4.5.4 Fase de monitoramento e avaliação

O acompanhamento desta intervenção será realizado através da coleta de dados no impresso do partograma presente no prontuário da instituição, no arquivo dos prontuários, a cada três meses onde será observado o seu preenchimento ou não e as falhas do preenchimento, como também será identificado os profissionais mais adeptos a esta ferramenta de qualidade da assistência ao parto.

Esta etapa apenas será possível quando for submetido ao Comitê de ética em pesquisa a realização de estudo retrospectivo nos prontuários (número de prontuários preenchidos) e dos indicadores de preenchimento para a possibilidade de comparação.

4.6 Desafios e potencialidades

Durante todo o processo de implementação da intervenção foi possível observar fatores dificultadores/limitadores, dentre os quais podemos citar:

● Falta de uma gestão que envolva a participação efetiva dos profissionais nas implementações de práticas que assegurem a qualidade da assistência;

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● Práticas institucionais engessadas com base na figura do médico, em relação ao a abertura e preenchimento do partograma;

● Déficit de recursos humanos, em relação ao número de enfermeiros obstetras no serviço, dificultando a elaboração da escala da sala de parto só com enfermeiros obstetras, impactando no empoderamento do enfermeiro no processo de trabalho, uma vez que o cuidado se torna descontinuado.

No entanto, em meio às dificuldades vivenciadas, também foram identificados fatores facilitadores/favoráveis, a saber:

● Atuais legislações na área do cuidado materno- infantil incentivando a adequação das instituições aos princípios e diretrizes do cuidado humanizado;

● Algumas boas práticas já implantadas no serviço como a garantia da presença do acompanhante, o uso do balanço pélvico, o uso da bola de Bobath, o uso da Escada de Ling e Cromoterapia;

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5 RESULTADOS

A capacitação seguiu o plano de aula (Apêndice B) e a discussão foi direcionada inicialmente ao contexto das boas práticas na assistência ao parto, com o objetivo de estimular os profissionais sobre esta temática com ênfase no preenchimento do partograma e os seus benefícios no trabalho de parto.

A meta foi capacitar 100% da equipe de enfermeiros assistenciais e obstetras e dos médicos obstetras. Foram capacitados 63% da equipe de enfermagem. Por dificuldades de agenda os médicos não foram capacitados nesta data. A capacitação referente a equipe médica está acontecendo durante os plantões, através de rodas de conversa e estudo de caso das pacientes internadas.

Ainda observou-se a participação de 02 assistentes sociais e uma nutricionista.

No entanto, constatou-se que os encontros proporcionaram um aprendizado significativo, uma vez que foi possível discutir e analisar as práticas vivenciadas no serviço, servindo como embasamento para mudanças na assistência no que se refere às boas práticas do parto e nascimento.

Espera-se que a médio e longo prazo seja possível sensibilizar e inserir mais profissionais nas capacitações e que a gestão incentive e viabilize mais treinamentos para toda a equipe envolvida no processo do trabalho de parto da maternidade.

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6 DISCUSSÃO

Na perspectiva de mudança de modelo assistencial na obstetrícia com o foco na qualidade dos processos de nascimento, é visível a preocupação dos cursos de especialização em enfermagem obstétrica com o impacto na formação. Esta se constrói a partir de experiências práticas do aluno, aliados ao processo de reflexão, tendo como consequência o processo de transformação. Neste caminho, várias estratégias pedagógico-metodológicas são importantes para o alcance dos objetivos.

Durante todo o curso foi disponibilizado orientações, através das práticas pedagógicas, seminários, discussões e troca de saberes, que muito contribuíram para o processo de formação de todos os especializandos, concretizando o foco 1 desse referencial de formação-intervenção.

O caderno do curso de Aprimoramento da Enfermagem Obstétrica traz este direcionamento quando fala que os cursos adotaram o referencial da formação-intervenção, referencial articulado em diferentes produções e marcos teórico institucionais de políticas do SUS/Ministério da Saúde, entre elas as Políticas Nacionais de Humanização (PNH) e de Saúde da Mulher/Rede Cegonha (HECKERT; NEVES, 2007; SANTOS FILHO, 2010; BRASIL, 2010, 2014).

Através da repercussão do foco 1, a especializanda desenvolveu habilidades para conduzir suas atividades em sala de aula como também no cenário dos estágios e na sua prática profissional influenciando na inclusão dos trabalhadores no processo de trabalho da sua instituição, facilitando as mudanças propostas por esta intervenção, concretizando o foco 2.

A adoção deste modelo de formação-intervenção se faz com a perspectiva de ampliar a rede de sujeitos com maior capacidade de intervir nos modos de gerir e de cuidar em saúde, tendo como foco o cuidado no campo obstétrico (SANTOS FILHO; SOUZA, 2018).

Quanto a implementação do partograma em uma maternidade no município de Natal, a sensibilização e capacitação de gestores e trabalhadores; além da construção do POP e a preocupação com o Monitoramento são essenciais para almejar a transformação (Foco 1). Esta se concretiza a partir da participação ativa dos integrantes, da reflexão contínua e do sentimento de pertencimento do trabalhador no processo. Sendo assim, o caminho construído no projeto de intervenção foi caracterizado por idas e vindas e estímulo aos processos de reflexão-ação-avaliação. Neste sentido, o especializando torna-se capaz de se transformar e transformar a sua realidade, tornando-se ativo e protagonista no processo de construção (Foco

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2). A reflexão sobre o seu processo de trabalho se traduz como uma necessidade constante. A partir da referida intervenção, a especializanda sentiu em suas ações o fortalecimento das boas práticas e descobriu a importância de sua autonomia no ser e fazer em saúde (Foco 2).

Não menos importante as pessoas envolvidas/contaminadas, como os gestores e trabalhadores são o público alvo para a continuidade das mudanças que trarão benefícios aparentes aos usuários do sistema. O foco 3 contemplado neste modelo de intervenção põe em questão as repercussões da formação para a dinâmica dos serviços e suas práticas de atenção e gestão, neste caso tendo no horizonte as mudanças geradas para os usuários (SANTOS FILHO, 2010).

É inegável a importância da tríade gestor-trabalhador-usuário nos contextos de melhoria dos processos assistenciais obstétricos que tornam-se sólidos para cada vez mais alcançar objetivos inovadores, qualificados e prazerosos. Nesta experiência foi identificado a mudança de postura dos gestores, a reflexão da prática pelo especializando e a viabilidade de transformação de modelo embasado na construção coletiva.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica (CEEO-III) – Rede Cegonha, resgatou na especializanda o entusiasmo na prática obstétrica onde ela desenvolve suas atividades há 12 anos, uma vez adormecido, por falta de espaço do enfermeiro no processo de trabalho do parto nas maternidades. Através de encontros teóricos e práticos durante todo o curso, foi despertado o interesse de colocar em prática os conhecimentos adquiridos e de exercer a autonomia profissional do enfermeiro obstetra no cenário do trabalho de parto, tão bem repassado para nós especializandos.

Durante o desenvolvimento dos estágios, aliado ao conhecimento teórico adquirido nas aulas do curso houve o interesse de implementar o partograma no cenário da maternidade de atuação.

Esta intervenção resgatou nos profissionais envolvidos no processo o seu compromisso com a qualidade da assistência prestada, por muitas vezes adormecido pela falta de estímulos e falta de conhecimento das boas práticas na assistência ao parto.

Observou-se já a curto prazo um impacto desta intervenção no que se refere a sensibilização dos gestores e profissionais envolvidos no processo do parto no tocante ao envolvimento e as trocas de experiências compartilhadas o que poderá facilitar o desenvolvimento desta intervenção a médio e a longo prazo.

É necessário que haja continuidade da capacitação para toda a equipe que assiste o parto na maternidade para que o uso do partograma como ferramenta seja uma rotina no serviço. E que a gestão permaneça aliada à essas mudanças, em busca de institucionalidade, uma vez que apenas o embasamento técnico-científico-idealizador não é suficiente para sustentar uma implementação de uma ação ou prática.

Portanto, espera-se que esta intervenção atinja seus objetivos a longo prazo fazendo com que o uso do partograma no processo de trabalho de parto na maternidade Dr. Araken Irerê Pinto realmente venha a diminuir as intervenções desnecessárias e melhorar a qualidade da assistência prestada.

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Mulher: contextualização histórica da saúde e o processo do parto. Centro Universitário

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http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/view/5509. Acesso em: 29 mar. 2019.

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APÊNDICE B – PLANO DE ENSINO PARA CAPACITAÇÃO SOBRE USO DO PARTOGRAMA NO TRABALHO DE PARTO NA MATERNIDADE DR ARAKEN IRERÊ PINTO

I. Plano de Aula

Data: 14 e 15 de Março de 2019 Período: Manhã, tarde e noite

II. Dados de Identificação:

Local: Maternidade Dr Araken Irerê Pinto

Facilitador: Especializanda do Curso de Enfermagem Obstétrica - Rede Cegonha III – Rayza Oliveira

III. Tema:

- Partograma

- Conceitos e aplicabilidade do partograma

IV. Objetivos:

Objetivo geral: Estimular o uso do partograma Objetivos específicos:

Reconhecer a importância do uso do partograma

Identificar os desvios de normalidade do trabalho de parto através do partograma Evitar intervenções desnecessárias durante o trabalho de parto

V. Conteúdo:

Histórico do Partograma

Implantação do Partograma pelos órgãos federativos

Revisão do mecanismo do trabalho de parto, variedades de posição e planos de Hodge e De Lee

Preenchimento do partograma

VI. Desenvolvimento do tema:

Explanação do tema Estudo de caso

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VII. Recursos didáticos:

Retro-projetor Impressos

VIII. Avaliação:

Será aplicado um pré-teste e pós-teste sobre o tema abordado.

XIX. Bibliografia:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único da Saúde (SUS) a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília, DF: Ministério da Saúde. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2001.

Organização Mundial de Saúde (OMS). Assistência ao parto normal: um guia prático. Brasília, DF: Organização Mundial de, 1996.

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APÊNDICE C – PRÉ-TESTE

QUESTÃO 1 - A amamentação é fundamental para o crescimento do bebe. Uma das vantagens da amamentação nas primeiras horas após o parto é:

a) O leite é rico em nutrientes e anticorpos que auxiliaram na imunidade do recém-nascido. b) O leite é fornecido na quantidade certa.

c) Está isento de germes patogênicos. d) Possui temperatura regulável.

QUESTÃO 2 - Em relação ao manejo da dor no parto humanizado, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A deambulação deve ser restrita, pois não contribui com o alívio da dor e aumenta o risco do nascimento do bebê fora do centro obstétrico.

b) Quando for constatada a necessidade, ou houver solicitação da mulher, os métodos farmacológicos de alívio da dor devem ser utilizados.

c) As massagens corporais também devem ser utilizadas para alívio da dor.

d) Os banhos, de chuveiro ou imersão, também devem ser utilizados para o alívio da dor.

QUESTÃO 3 - Quanto aos estágios do trabalho de parto, assinale a alternativa correta.

a) O primeiro estágio do trabalho de parto compreende todo o período de dilatação, que vai do início da dilatação cervical até 10 cm e consiste em 3 fases: fase latente, fase ativa e fase de transição.

b) O primeiro estágio do trabalho de parto compreende todo o período de dilatação, que vai de 0 cm até 10 cm e consiste em 2 fases: fase latente e fase ativa.

c) O segundo estágio do trabalho de parto compreende a fase de transição, iniciando com a dilatação total e terminando com a expulsão do feto/bebê.

d) O terceiro estágio do trabalho de parto compreende a fase de transição, iniciando com a expulsão do feto/bebê e terminando com a separação e saída da placenta.

QUESTÃO 4 – B.R.R., 24 anos, gestante deu entrada em uma unidade hospitalar. Ela se encontra no 3° período do trabalho de parto, o que corresponde a um período:

a) Expulsivo b) Dequitação

c) De rotação externa d) De dilatação

QUESTÃO 4 - O partograma é a representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar as alterações e indicar a adoção de condutas apropriadas para a correção de desvios, ajudando, ainda, a evitar

Referências

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