• Nenhum resultado encontrado

Ferreira, Monaliza de Oliveira Estudo para a implantação de mercados futuros de manga e uva no Brasil usando métodos multicritérios para decisão

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ferreira, Monaliza de Oliveira Estudo para a implantação de mercados futuros de manga e uva no Brasil usando métodos multicritérios para decisão"

Copied!
144
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA DOUTORADO EM ECONOMIA. MONALIZA DE OLIVEIRA FERREIRA. ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DE MERCADOS FUTUROS DE MANGA E UVA NO BRASIL USANDO MÉTODOS MULTICRITÉRIOS PARA A DECISÃO. Recife-PE 2008.

(2) MONALIZA DE OLIVEIRA FERREIRA. ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DE MERCADOS FUTUROS DE MANGA E UVA NO BRASIL USANDO MÉTODOS MULTICRITÉRIOS PARA A DECISÃO. ORIENTADOR: YONY SAMPAIO. Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Economia (PIMES), nesta Universidade, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Economia.. Recife-PE 2008.

(3) Ferreira, Monaliza de Oliveira Estudo para a implantação de mercados futuros de manga e uva no Brasil usando métodos multicritérios para decisão / Monaliza de Oliveira Ferreira. – Recife : O Autor, 2008. 142 folhas : fig. tab. e quadro. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Economia, 2008. Inclui bibliografia e apêndice. 1. Mercado futuro – Brasil. 2. Processo decisório por critério múltiplo. 3. Fruticultura. 4. Frutas Comércio. 5. Frutas tropicais - Brasil. I. Título. 338.43 338.4. CDU (1997) CDD (22.ed.). UFPE CSA2008-028.

(4)

(5) Aos meus pais, Vidal e Socorro, meus grandes incentivadores..

(6) AGRADECIMENTOS. Aos meus pais, pelo carinho constante e o bom exemplo de vida, sempre com muita fé em Deus. Aos meus irmãos, Joel, Mirella e Jardel; amigos, Sonia desde os tempos de Mestrado; e à turma do PIMES, pelo consolo nas horas difíceis e pelas belas gargalhadas. Aos colegas mais próximos que se tornaram amigos, Cinthya, Luiz Honorato, Cleycianne, Natasha, Lea, Themis, Chiara, Maria Fernanda e Rodrigo Coutinho. Ao Professor orientador, Yony Sampaio, por sua dedicação, paciência e conselhos preciosos. Aos Professores Chico Ramos e Ricardo Chaves pelas contribuições, desde o período de Projeto de Tese. Aos demais professores do Programa, especialmente, àqueles com quem cursei disciplinas. Às meninas da Secretaria, Patrícia, Adriana, Lúcia e Elizângela, pela presteza e atenção sempre que solicitadas. A todos os especialistas que colaboraram com a pesquisa, respondendo os questionários por meio eletrônico. A todos os entrevistados no Vale do São Francisco, que dedicaram algum tempo do seu dia corrido para a entrevista. À CODEVASF, pelo apoio à pesquisa no Vale. Ao CNPq, pelo apoio financeiro..

(7) “A objetividade é o acordo da subjetividade” Thomas Saaty.

(8) LISTA DE FIGURAS Figura 2.1. Página Principais Países Produtores e Exportadores de Manga – 1000 toneladas ............................................................................................... 2.2. Principais Países Produtores e Exportadores de Uva – 1000 toneladas ............................................................................................... 2.3. 48. Composição das Importações Brasileiras de Uva por Origem Exportadora .......................................................................................... 2.6. 45. Composição das Exportações Brasileiras de Uva por Destino Consumidor .......................................................................................... 2.5. 41. Volatilidade Média Anual dos Preços dos Produtos no Mercado Spot ........................................................................................................ 2.4. 40. 49. Composição das Exportações Brasileiras de Manga por Destino Consumidor .......................................................................................... 50. 3.1. Correspondência das Alternativas no Espaço de Conseqüências ... 69. 4.1. Estrutura da Árvore Hierárquica ...................................................... 92. 4.2. Matriz Síntese de Comparação dos Critérios ................................... 94. 4.3. Matrizes de Comparação das Alternativas relativamente aos Critérios ................................................................................................ 94. 4.4. Obtenção da Prioridade Composta para as Alternativas ................ 95. 4.5. Gráfico das Prioridades para a Decisão de Implantação de Contratos Futuros das Frutas ............................................................ 4.6. Síntese das Preferências para a Decisão de Implantação de Contratos Futuros das Frutas ............................................................ 4.7. 96. Gráfico de Performance para a Decisão de Implantação de. 96.

(9) Contratos Futuros das Frutas ............................................................ 4.8. Gráfico Dinâmico para a Decisão de Implantação de Contratos Futuros das Frutas .............................................................................. 4.9. 97. 98. Gráfico das Diferenças para a Decisão de Implantação de Contratos Futuros das Frutas ............................................................ 99. 4.10. Análise de Sensibilidade (Gráfico de Performance – Cenário 1) ... 100. 4.11. Análise de Sensibilidade (Gráfico de Performance – Cenário 2) ... 101.

(10) LISTA DE QUADROS Quadro 1.1. Ranking das Dez Maiores Bolsas de Mercados Futuros do Mundo. Página 34. 3.1. Escala Fundamental de Saaty ............................................................ 72.

(11) LISTA DE TABELAS. Página. Tabela 2.1. Produção Brasileira de Manga por Estado ....................................... 46. 2.2. Produção Brasileira de Uva por Estado ............................................ 47. 2.3. Exportações Brasileiras de Uva ......................................................... 48. 2.4. Importações Brasileiras de Uva ......................................................... 49. 2.5. Exportações Brasileiras de Manga .................................................... 50.

(12) LISTA DE FIGURAS DO APÊNDICE Figura A.1.1. Página Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Alemanha ............................................................................................. A.1.2. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Argentina .............................................................................................. A.1.3. 120. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para o Reino Unido ......................................................................................... A.1.11. 119. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Noruega ................................................................................................ A.1.10. 119. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Itália ...................................................................................................... A.1.9. 118. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para Guadalupe ............................................................................................ A.1.8. 118. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para os Estados Unidos ..................................................................................... A.1.7. 117. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Espanha ................................................................................................ A.1.6. 117. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para o Canadá .................................................................................................. A.1.5. 116. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Bélgica .................................................................................................. A.1.4. 116. 120. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para a Suécia .................................................................................................... 121.

(13) A.1.12. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Uva para o Uruguai ................................................................................................. A.2.1. Janelas de Mercado das Importações Brasileiras de Uva originárias da Argentina ..................................................................... A.2.2. 126. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Espanha ................................................................................................ A.3.7. 125. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para o Chile ...................................................................................................... A.3.6. 125. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para o Canadá .................................................................................................. A.3.5. 124. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Bélgica .................................................................................................. A.3.4. 124. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Argentina ............................................................................................. A.3.3. 123. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Alemanha ............................................................................................. A.3.2. 123. Janelas de Mercado das Importações Brasileiras de Uva originárias dos Estados Unidos .......................................................... A.3.1. 122. Janelas de Mercado das Importações Brasileiras de Uva originárias da Espanha ....................................................................... A.2.4. 122. Janelas de Mercado das Importações Brasileiras de Uva originárias do Chile ............................................................................ A.2.3. 121. 126. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para os Estados Unidos ................................................................................ 127.

(14) A.3.8. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a França ................................................................................................... A.3.9. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Itália ...................................................................................................... A.3.10. 129. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para a Suíça ...................................................................................................... A.3.14. 129. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para o Reino Unido ........................................................................................... A.3.13. 128. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para Portugal ................................................................................................ A.3.12. 128. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para o Japão ..................................................................................................... A.3.11. 127. 130. Janelas de Mercado das Exportações Brasileiras de Manga para o Uruguai ................................................................................................. 130. B.1. Análise de Sensibilidade (Gráfico Dinâmico – Cenário 1) ............... 132. B.2. Análise de Sensibilidade (Gráfico das Diferenças – Cenário 1) ...... 132. B.3. Análise de Sensibilidade (Gráfico Dinâmico – Cenário 2) ............... 133. B.4. Análise de Sensibilidade (Gráfico das Diferenças – Cenário 2) ...... 133.

(15) SUMÁRIO. Página. INTRODUÇÃO ............................................................................................. CAPÍTULO. I. –. FUNCIONAMENTO. E. ORGANIZAÇÃO. 17. DE. CONTRATOS FUTUROS .................................................................... 23. CAPÍTULO II - O MERCADO SPOT DE MANGA E UVA NO BRASIL .. 38. 2.1 Produção e Exportação de Manga e Uva no Brasil ............................... 40. 2.2 Características Macro do Modelo de Contratos Futuros de Frutas ... 43. 2.3 Características Micro do Modelo de Contratos Futuros de Frutas .... 52. 2.4 Bolsa de Cítricos de Valencia .................................................................. 56. CAPÍTULO III – METODOLOGIA E AGENTES DO PROCESSO DE DECISÃO. 59. 3.1 Revisão de Literatura sobre a Decisão Multicritério ............................. 60. 3.2 Procedimentos de Agregação Multicritério ........................................... 62. 3.2.1 Estrutura das Preferências ....................................................................... 63. 3.2.2 Problemáticas de Apoio à Decisão .......................................................... 65. 3.2.3 Etapas da Análise de Decisão Multicritério ............................................ 66. 3.3 Métodos de Apoio à Decisão Multicritério ............................................ 66. 3.3.1 Escola Americana ................................................................................... 67. 3.3.1.1 Teoria da Utilidade Multiatributo (MAUT) ......................................... 69. 3.3.1.2 Método de Análise Hierárquica (AHP) ............................................... 70. 3.3.2 Escola Francesa ....................................................................................... 73. 3.3.2.1 Métodos ELECTRE ............................................................................. 75. 3.3.2.2 Métodos PROMÉTHÉE ....................................................................... 77.

(16) 3.3.3 Método Híbrido ....................................................................................... 78. 3.4 Análise Comparativa dos Métodos de Apoio à Decisão ........................ 78. 3.5 O Modelo Utilizado: Método de Análise Hierárquica (AHP) .............. 82. 3.6 Fonte dos Dados e Definição das Variáveis ........................................... 85. 3.7 Área de Estudo ......................................................................................... 87. CAPÍTULO IV – PERSPECTIVAS PARA A FORMAÇÃO DOS. MERCADOS FUTUROS DE MANGA E UVA NO BRASIL .................. 89. 4.1 Aplicação do Procedimento Proposto .................................................... 90. 4.2 A Decisão sobre os Mercados Futuros das Frutas ................................ 95. CONCLUSÕES E SUGESTÕES .................................................................. 102. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 108. APÊNDICES ................................................................................................... 114. APÊNDICE A ................................................................................................. 115. APÊNDICE B ................................................................................................. 131. APÊNDICE C ................................................................................................. 134. APÊNDICE D ................................................................................................. 138.

(17) FERREIRA, M. O.; SAMPAIO, Y.B.S. Estudo para a Implantação de Mercados Futuros de Manga e Uva no Brasil usando Métodos Multicritérios para a Decisão. Recife, 2008, 142f. Tese (Doutorado em Economia), PIMES-UFPE, 2008.. RESUMO O presente estudo tem como objetivo geral analisar a tomada de decisão sobre a possibilidade de implantação de mercados futuros de frutas tropicais no Brasil. A gestão da empresa agrícola exige cada vez mais atenção à matriz de riscos, seja de produção ou de mercado e o uso de mercados futuros é importante para a administração do risco de preço. A escolha da uva e da manga para o estudo deu-se em razão do potencial para a exportação das mesmas. A decisão quanto à implantação de contratos futuros de frutas exige a consideração de critérios como perecibilidade, volatilidade dos preços, competição, atividade e tamanho do mercado. Existe um conjunto de métodos multicritérios que estruturam, analisam e oferecem suporte para auxiliar o processo de tomada de decisão. Dentre eles, o Método AHP (Método de Análise Hierárquica) foi escolhido. Foram entrevistados especialistas em mercados futuros, além de produtores e exportadores de manga e uva no Vale do São Francisco, principal área de produção para exportação dessas frutas no Brasil. Os potenciais usuários dos contratos futuros entrevistados mostraram-se dispostos a aderir a esse tipo de negociação. Após a aplicação do modelo, considerando a teoria do sucesso e do fracasso dos contratos futuros e a ferramenta de tomada de decisão, a partir do conjunto de preferências dos especialistas em mercados futuros, verificou-se que a fruta tropical que melhor se adequa a negociações nesses mercados é a uva e que esses mercados poderão ser eficientes para a redução de riscos de preço, desde que alguns entraves no processo de produção e comercialização das frutas brasileiras sejam removidos, tais como falhas na infra-estrutura de pós-colheita, dificuldades relativas à padronização, deficiências de informação de mercado e falta de cultura do produtor/exportador rural para a utilização de ferramentas de administração do risco de preço.. Palavras-chave: mercados futuros, análise multicritério, comercialização de frutas..

(18) FERREIRA, M. O.; SAMPAIO, Y.B.S. Study to Implementation of Future Markets of Mango and Grape in Brazil for Multicriteria Methods of Decision. Recife, 2008, 142f. Thesis (Doctorate in Economics), PIMES-UFPE, 2008.. ABSTRACT This study has the general objective of analyzing the decision making on the possibility for implementation of future markets for Brazilian tropical fruits. Management of the agricultural enterprise demands increasing attention to the risks matrix, whether the one of production or the one of market and the use of future markets is important for managing price risk. The choice of grape and mango for the study was due to their potential for exportation. Decision regarding the implementation fruits future contracts demands consideration of criteria such as perishability, price volatility, competition, activity and market size. There is a set of multicriteria methods which structure, analyze and offer support for the decision making process. Among them, AHP method (Hierarquical Analyzing Process) was chosen. Future markets experts were interviewed as well as producers and exporters of grape and mango in the São Francisco Valley, the most important production zone for exportation of these fruits in Brazil. The potential users of the future contracts interviewed showed themselves willing to adhere to this kind of negotiation. After applying the method, considering the success and failure theory of future contracts and the decision making tool and based on the set of preferences of the specialists in future markets, it was realized that the tropical fruit which best suits these markets is grape and these markets can become efficient in reducing price risks, given that some hinders in the production and trading process of Brazilian tropical fruits are removed, such as post-harvest infrastructure faults, difficulties regarding standardization, lack in market information and lack of rural producer/exporter culture for using price risk management tools.. Key-words: future markets, multicriteria analysis, marketing fruits..

(19) INTRODUÇÃO.

(20) 18. A gestão da empresa agrícola exige cada vez mais atenção à matriz de riscos com que se defronta a atividade agrícola nos diferentes espaços geográficos, seja pelas condições climáticas com forte impacto nesse tipo de produção, seja pelas mudanças no cenário macroeconômico que acabam afetando o funcionamento desses mercados. Desse modo, os países têm desenvolvido algumas formas de gestão de riscos que possibilitem uma compensação ou que minimizem os efeitos adversos sobre o rendimento dessa atividade.. Com o processo de abertura comercial e a transformação do papel do Estado, o elevado grau de risco de mercado e de produção agrícola passa a ser dividido entre o sistema agroindustrial e os produtores agrícolas. Nesse sentido, o mercado de futuros apresenta-se como uma importante ferramenta de administração de riscos de preços.. No Brasil, isso fica mais claro a partir de 1990, com a abertura econômica. A agricultura perde a proteção do Estado e aumenta sua exposição no mercado internacional, em um ambiente macroeconômico de maior risco. Nesse novo cenário, o setor público deu lugar ao setor privado, a partir de instrumentos alternativos como o uso de mercados futuros para a gestão de riscos de preços.. Os contratos futuros diferenciam-se dos contratos à vista (mercado spot) pelo fato de terem seus termos padronizados, serem negociados em mercados organizados e devidamente regulamentados e de não envolverem obrigatoriamente a entrega física do bem na maturidade do contrato..

(21) 19. Esses contratos permitem ao agricultor a transferência do risco de preço para operadores que estão dispostos a aceita-lo em troca de potenciais ganhos futuros. O produtor, no início do ciclo de produção, estabelece um contrato futuro para venda de uma determinada quantidade a um determinado preço, com liquidação futura. O objetivo não necessariamente é a entrega do produto, mas sim a possibilidade de contrabalançar perdas. Assim, antes do final do período, o produtor deve adquirir um contrato futuro de posição contrária. O resultado dessas negociações contrabalanceará as perdas (e ganhos) que decorrerem no escoamento normal da produção.. Dessa forma, a introdução do mercado futuro de frutas tropicais no Brasil pode tornarse um instrumento adicional e inovador para a administração de riscos de preços para esse mercado. Ademais, facilitaria o processo de descoberta de preços (price discovery) pelos agentes econômicos, aumentando a eficiência e competitividade no processo de exportação, favorecendo a negociação de preços entre produtores/exportadores e consumidores de frutas.. O exemplo que se tem de negociação de frutas em bolsa é a Bolsa de Futuros de Cítricos y Mercadorias de Valencia, que negociou contratos envolvendo frutas cítricas, de 1995 a 1998, sendo o único mercado do mundo que negociou esse tipo de contrato. Os EUA, por exemplo, é um grande negociador de suco de laranja no mercado de futuros, mas não negocia frutas frescas. A experiência do preço negociado no mercado futuro espanhol, ainda que com duração limitada, apresentou-se como referência importante para outros países exportadores e importadores de frutas cítricas “in natura”.. Com base na teoria econômica e na literatura internacional sobre contratos futuros, seguem-se alguns pressupostos que fundamentam este estudo:.

(22) 20. Pressuposto 1 – os agentes são racionais e avessos ao risco. Ou seja, os indivíduos preferem uma renda garantida a um emprego de risco para a mesma renda esperada.. Pressuposto 2 – as características macro1 (características da commodity) exercem influência sobre o sucesso dos mercados futuros.. Pressuposto 3 – as características micro (características dos produtores) também exercem influência sobre o sucesso dos mercados futuros.. Destarte, o objetivo geral da tese é analisar a possibilidade de implantação de mercados futuros de manga e uva no Brasil.. Para tanto, pretende-se especificamente:. •. Eleger quais das características necessárias à implantação de negociações a futuro são mais relevantes dentro do processo de tomada de decisão;. 1 Na literatura internacional sobre sucesso e fracasso dos contratos futuros, há dois grupos de variáveis, denominadas macro e micro. Em Economia, entende-se por micro as características dos consumidores e das firmas, ou seja, do mercado; a macro preocupa-se com os conceitos agregados (poupança nacional, renda nacional, taxa de desemprego, investimento agregado.). Entretanto, na teoria dos contratos futuros as características do mercado da commodity e seus condicionantes são classificadas como macro; enquanto as características do produtor e da produção como micro. Em virtude desses termos já serem consagrados nessa teoria, aceita-se seu uso, ainda que haja discordância com os conceitos econômicos..

(23) 21. •. Identificar se as condições necessárias à implantação de um novo contrato futuro aplicam-se ao caso das frutas tropicais. Este objetivo apresenta os seguintes desdobramentos:. o Verificar se o tamanho do mercado brasileiro e a volatilidade de preços são fatores positivos que possam contribuir para o sucesso do contrato;. o Observar a existência de um balanço favorável entre os agentes compradores e vendedores dos contratos no mercado brasileiro, ou seja, atuação ativa dos participantes no mercado spot (à vista);. o Realizar análise exploratória do mercado futuro de frutas espanhol e observar possíveis entraves à introdução desses contratos no País;. o Identificar quais as perspectivas dos potenciais usuários do futuro de frutas tropicais como estratégia de gerenciamento de risco de preço;. o Determinar qual a fruta tropical que melhor se adequa a negociações a futuro, entre manga e uva.. O estudo dos mercados futuros permanece desafiador. Embora tratados como exemplo de mercado “ideal”, resultam de amplos esforços organizacionais para aproximarem-se dos padrões competitivos e promoverem uma contínua ação inovadora, como já colocava Coase (1988) citado por LAZZARINI (1997)..

(24) 22. Trata-se, portanto, de um vasto campo para investigações nas áreas de Economia de Empresas, Economia Internacional e Agronegócio. Sendo assim, avaliar a possibilidade de utilização de um novo contrato futuro, partindo-se da perspectiva de gerenciamento de risco, constitui-se o eixo motivador desta Tese. Dessa forma, pretende-se abrir esta discussão no Brasil, haja vista a reduzida literatura que possa servir de apoio para a tomada de decisão quanto ao uso de contratos futuros de frutas tropicais..

(25) 23. CAPÍTULO I FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE CONTRATOS FUTUROS.

(26) 24. 1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE CONTRATOS FUTUROS. A motivação acadêmica para um estudo na área de mercados futuros justifica-se por ser mais um elemento que possibilita a maior compreensão das diversas formas de comercialização e organização dos mercados. Neste capítulo, apresenta-se o funcionamento desses mercados, com base na teoria do sucesso e do fracasso dos contratos futuros, fundamentada na literatura internacional citada.. Os mercados futuros existem em resposta às incertezas de preços dos ativos e/ou mercadorias dos quais derivam, apresentando-se como um instrumento eficiente de transferência de riscos. LAZZARINI (1997) cita o exemplo de uma agroindústria que deseja proteger-se de uma eventual elevação do preço de sua matéria-prima:. “Ela poderá contatar certo produtor que deseja proteger-se justamente da variação inversa do preço do seu produto. As duas partes poderão simplesmente acertar um contrato onde o preço futuro é especificado. Mais ainda, se a agroindústria demandar a matéria-prima com características específicas de qualidade, localização, época de fornecimento etc., não apenas os padrões usuais encontrados no mercado, o preço estabelecido naquele contrato particular estará altamente correlacionado com o preço da sua matéria-prima específica, uma vez que esta especificidade estará detalhada no contrato e será garantida mediante a necessidade de que a entrega física seja efetivada” [LAZZARINI (1997:2)].. Esses contratos funcionam com um mercado centralizado. Isso significa que um produtor pode adquirir uma mercadoria negociada em qualquer parte do mundo sem perda de tempo e sem custo de pesquisa. Um outro fator importante é a criação de um mercado.

(27) 25. alternativo para o ativo-objeto, já que o detentor de uma posição vendida a futuro poderá entregar a mercadoria da forma pré-estabelecida para o caso de entrega ou liquidação física.. Um contrato futuro constitui-se de um compromisso de compra ou venda de um ativo por um determinado preço em uma data futura estipulada. Não obstante, são poucos os casos em que ocorre a entrega física da mercadoria. Isso se explica pelo fato de o agente, em geral, preferir encerrar sua posição, tomando uma posição inversa daquela adotada inicialmente. Ou seja, ele pode realizar um hedge de venda, assumindo uma posição vendida no mercado (long), garantindo assim o preço desejado para seu ativo [HULL (1996)].. Sendo assim, admitindo-se que os indivíduos são avessos aos riscos, pode-se utilizar o hedge como instrumento minimizador de perdas futuras, ainda que haja uma perda de ganhos futuros, provenientes de alterações favoráveis nos preços à vista. Convém ressaltar que o papel do especulador nesse processo de transferência de risco é fundamental.. Contudo, podem existir casos em que a mercadoria hedgeada não possua as mesmas características do objeto do contrato da Bolsa. Nesse caso, a operação de hedge é conhecida como cross hedge, prática bastante utilizada pelos negociadores nacionais, que buscam travar o preço do produto de interesse em Bolsas internacionais, cujos contratos futuros apresentam produtos com características diferentes daquelas apresentadas pela mercadoria hedgeada [SILVEIRA (2002)]..

(28) 26. Dessa forma, esses mercados são importantes na medida em que visam à lisura do processo de comercialização, estabelecendo as condições ou regras da negociação para que compradores e vendedores tenham a noção exata do que estão comercializando; às bolsas cabe a divulgação diária dos resultados das transações, mantendo a transparência frente aos participantes do mercado [SANTOS (2001)].. Nesse sentido, LAZZARINI (1997) apresentou quatro linhas teóricas para explicar a existência de mercados futuros organizados em bolsa: (a) o enfoque da transferência de riscos, que enfatiza a necessidade de bolsas com o objetivo exclusivo de proporcionar a alocação dos riscos na sociedade; (b) o enfoque dos custos e benefícios, revela que as bolsas trazem liquidez para o mercado, porque os contratos futuros funcionam como moeda; (c) o enfoque institucional parte da premissa de que os contratos são incompletos e por isso necessitam das instituições para fortalecê-los, de forma que se busque a redução nos custos de transação; (d) o enfoque inovacional busca os fatores que possam conduzir ao sucesso dos contratos negociados em bolsa. De forma que, em qualquer uma das correntes teóricas, fica evidenciada a importância dos contratos futuros para fortalecer o processo de comercialização dos produtos.. Já SILBER (1981), argumenta que as bolsas têm incentivos para inovar à medida que aumenta a competição entre elas, nos moldes de uma indústria oligopolística. O autor ressalta que se pode conceber modificações de um contrato já existente ou desenhar novos contratos, o que é cerca de três vezes mais custoso. Nessa linha, apresenta a análise desenvolvida por.

(29) 27. Black (1986) sobre os fatores micro e macro que devem ser analisados ex ante para avaliar qual o potencial de êxito de uma dada inovação contratual.. Os primeiros estudos sobre o sucesso ou fracasso de novos contratos futuros, tais como POWERS (1967), MARTELL e WOLF (1987) analisavam as características particulares das mercadorias e de seus mercados físicos subjacentes, a partir de contratos que já existiam no mercado. Para tal, observavam variáveis como volume de comércio e número de posições em aberto, ou seja, análises puramente ex post, fundamentadas no desempenho de mercados já existentes. O trabalho de SILBER (1981) destaca-se pelo fato de relacionar a implantação de um contrato futuro com o lançamento de novos produtos.. O volume de comércio é o número de contratos negociados em dado período de tempo e as posições em aberto indicam o total de negociações que ainda não foram encerradas. Tais fatores são analisados pelo fato de estarem fortemente relacionados à composição dos custos de transação dos contratos futuros. Esses custos tendem a cair quando o número de participantes das negociações a futuro eleva-se, o que leva o mercado a ter maior liquidez [SOUZA (1996)].. Só a partir de Black (1986) citado por PENNINGS e LEUTHOLD (2000a) iniciaramse pesquisas mais aprofundadas sobre a teoria do sucesso e do fracasso de novos contratos futuros. Destarte, o grande questionamento que existe entre os estudiosos de mercados futuros é por que alguns contratos obtêm sucesso nas bolsas e outros não. Ou seja, quais os elementos definidores do sucesso e/ou do fracasso dos contratos futuros?.

(30) 28. Entre as discussões acerca do tema, existem alguns elementos já consolidados na literatura como inerentes ao sucesso dos contratos futuros, tais como: (a) atomização do mercado (grande número de produtores e consumidores para assegurar um mercado competitivo); (b) ausência de controle governamental (para a livre formação de preços); (c) volatilidade de preços do ativo-objeto (para justificar a necessidade de reduzir os riscos de mercado); (d) facilidade de padronização (qualidade, quantidade, peso etc.); (e) atuação ativa dos participantes do mercado spot (para possibilitar a convergência entre preços à vista e preços futuros).. Em síntese, a literatura internacional e nacional citada justifica a importância do uso de mercados futuros a partir da garantia de preços futuros (hedging), facilitando o processo de comercialização de produtos; atração de capital de risco; maior transparência nos preços das mercadorias e; redução do custo de financiamento. Neste estudo, no entanto, o foco é sobre a administração do risco de preço.. O processo de cobertura do risco contempla o uso simultâneo do mercado spot e do mercado de futuros, envolvendo dois tipos de hedgers: os descobertos – short hedgers – são produtores (ou especuladores) que adquirem mercadorias no mercado spot e as vendem no mercado de futuros (estão cobertos no mercado spot, mas descobertos no mercado de futuros. Essa operação também é chamada de hedge de compra); já os cobertos – long hedgers – são produtores (ou especuladores) que se comprometeram a entregar uma mercadoria em data futura, mas que ainda não têm como cumprir o contrato (essa operação também é chamada de hedge de venda)..

(31) 29. Convém ressaltar que a opção de investir em mercadorias ou commodities, como em qualquer outro investimento, depende de duas variáveis, retorno e risco. Quanto maior a possibilidade de retorno, mais atrativo o investimento, mas essa possibilidade é limitada pelo risco ou incerteza sob a opção do investimento e terá mais ou menos peso dependendo do grau de aversão do produtor ao risco.. Enfim, ao desenvolver um novo contrato, a bolsa deve especificar a natureza exata do acordo entre as partes. Isso significa especificar o ativo-objeto da transação, o tamanho do contrato, a forma como os preços serão cotados, o procedimento de entrega etc. [HULL (1998)].. Com grande escassez da mercadoria os custos de carregamento poderão desaparecer ou até mesmo serem negativos, caracterizando o mercado invertido, onde o próprio mercado pagará um prêmio pela entrega imediata em função dessa escassez [SOUZA (1996)]. No caso das frutas, é de se esperar que o preço futuro do produto esteja no início do ano agrícola abaixo do preço do ano anterior e o tamanho dessa inversão dependerá da expectativa do volume da nova safra.. Assim, a análise dos custos de carregamento, as expectativas de oferta e demanda do produto nos meses seguintes e a direção do mercado (normal ou invertida) são elementos essenciais para a tomada de decisão quanto à opção pela utilização do hedge nos mercados futuros..

(32) 30. Outro aspecto muito importante é a base, que consiste na diferença entre o preço à vista da mercadoria e o seu preço futuro. A base para bens estocáveis é formada pelos custos de carregamento, que englobam transporte e armazenagem (gastos com aluguel do armazém, carga e descarga, juro e seguro). Tais custos variam de acordo com as condições de oferta e demanda do produto em questão, e quanto maior o tempo para o vencimento do contrato, maiores serão os custos do carregamento. Com o passar do tempo os custos diminuem, chegando ao ponto em que a diferença entre o preço à vista e o futuro reflete apenas os custos de transportes entre as diferentes localizações da negociação e os pontos de entrega da Bolsa [MARQUES e MELLO (1999)].. Destarte, mesmo que o hedge não seja capaz de eliminar completamente os riscos de variações de preços, limita-os ao risco de base2. Para a comercialização das frutas brasileiras exportáveis, em grande parte produzidas no Vale do São Francisco, haveria certamente um risco de base, já que seriam produzidas no Nordeste e negociadas em São Paulo. Ademais, poderia haver dificuldades dos ajustes diários de preços, em razão da distância entre o preço no mercado spot e o preço operado no bolsa. Não obstante, uma solução para esse problema seria a Bolsa Brasileira de Mercadorias e Futuros (BM&F) construir armazéns, de sua propriedade e sob sua fiscalização, no Nordeste e em outras regiões. Assim, a comercialização poderia ocorrer via pregão, mas as frutas poderiam estar em armazéns nos estados onde são produzidas, reduzindo assim o risco de base. Essa foi a solução encontrada pela Bolsa de Valencia quando negociou frutas cítricas em bolsa.. 2 A base é formada pela diferença entre os preços à vista e futuros. A teoria dos contratos futuros coloca que esses preços convergirão para um valor muito próximo até a data de liquidação do contrato futuro. Contudo, as diferenças entre esses preços não são constantes, nem tão previsíveis. De forma que, à medida que esses preços distanciam-se um do outro, ocorre o chamado risco de base..

(33) 31. É necessário observar que se o preço futuro exceder o preço à vista em um montante maior que o custo de carregamento, será aberto espaço para a arbitragem. O arbitrador compra o produto no mercado físico, faz um hedge de venda e liquida seu contrato pela entrega. Com isso haverá elevação do preço à vista e redução do preço futuro, o que garantirá a convergência de preços. Quanto ao grupo das mercadorias não estocáveis (caso do boi gordo), há ainda muito que se estudar. Como a oferta não é fixa e a formação de estoques é difícil de ocorrer, há certa instabilidade na relação entre os preços à vista e futuro [SIQUEIRA (2004)]. Mesmo assim, os contratos futuros de boi gordo estão entre os mais negociados na bolsa brasileira [BM&F (2007)]. Em geral, espera-se que os preços à vista e futuro se movam na mesma direção, ainda que não na mesma intensidade, reduzindo assim o risco relativo à variação nos preços.. Além desse, outro benefício desses contratos refere-se à informação de preços. Esses mercados coletam, processam e disseminam informações, tornando-se referência para a fixação dos preços correntes nas relações de trocas nacionais e internacionais.. Nos últimos anos, os contratos de futuros e de opções têm experimentado uma grande expansão em todo o mundo, em razão de elementos como inflação, liberalização e globalização de mercados, que acabaram aumentando substancialmente a volatilidade de preços. Na década de 1990, esse processo intensifica-se nos países em desenvolvimento, tendo em vista o maior acesso às tecnologias de telecomunicação e informática que possibilitaram a expansão das bolsas eletrônicas também nesses países [SOUZA (1998)]..

(34) 32. Os mercados futuros das commodities agrícolas têm chamado a atenção das corporações financeiras, instituições de pesquisas e governo. Isso se tem dado haja vista a crescente volatilidade dos preços agrícolas. Esses mercados, no entanto, não são um fenômeno recente. Sua existência é anterior ao século XVII. O primeiro mercado futuro organizado com obrigação de liquidação futura é o da commodity agrícola do arroz no Japão, nesse mesmo século. Mas a primeira grande organização dos mercados futuros deu-se com a criação da Chicago Board of Trade – CBOT, em 1848 [LOZARDO (1998)].. Em nível mundial, as operações de compra e venda de commodities agrícolas são realizadas em grandes bolsas internacionais. Os volumes transacionados mostram que os mercados futuros vêm servindo como instrumento eficaz para o aperfeiçoamento da comercialização de mercadorias agropecuárias, que superam largamente a produção agropecuária americana [SOUZA (1996)].. Na verdade, os mercados futuros possibilitam oportunidades de segurança a atacadistas, produtores e compradores, ainda que a maior parte das transações em bolsa seja realizada por especuladores. Nesse sentido, a proteção contra o risco de variação de preços é o aspecto que mais interessa aos agentes econômicos, especialmente compradores e vendedores. Contudo, a alavancagem de recursos para financiamento de safras também deve ser considerada ainda que não seja objetivo deste estudo.. No Brasil, a primeira experiência com negociações em bolsa deu-se com a Bolsa de Mercadorias de São Paulo em 1917 (para negociar commodities agrícolas). Nas décadas de.

(35) 33. 1970 e 1980 negociou-se, especialmente, o algodão (famoso ouro branco brasileiro). Apenas nos anos 1980 iniciaram-se as negociações com ativos financeiros. Em 1983 surge a Bolsa Brasileira de Futuros no Rio de Janeiro. Em 1985 é implantada a Bolsa de Valores de São Paulo que se unirá em 1991 à Bolsa de Mercadorias & Futuros, dando origem a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) tal como é conhecida nos dias atuais [TEIXEIRA (1992)]. Dessa forma, a BM&F acabou se tornando o principal mercado de negociação de derivativos no Mercosul [MARQUES e MELLO (1999)].. O sucesso atual da BM&F é demonstrado pela sua posição como a quinta maior bolsa de mercados futuros do mundo, em termos de volume negociado de contratos (Quadro 1.1). Ressalte-se que se forem consideradas as transações com opções, esse ranking modifica-se e o Brasil passa para a décima primeira posição..

(36) 34. Quadro 1.1 Ranking das Dez Maiores Bolsas de Mercados Futuros do Mundo Bolsas. Volume 2004. Volume 2005. Variação. 1. Chicago Mercantil Exchange. 664.884.607. 883.118.526. 32,8%. 2. Eurex. 684.630.502. 784.896.954. 14,6%. 3. Chicago Board of Trade (CBOT). 489.230.144. 561.145.938. 14,7%. 4. Euronext.liffe. 311.053.230. 343.829.658. 10,5%. 5. Bolsa de Mercadorias e Futuros. 173.533.508. 187.850.634. 8,3%. 6. New York Mercantil Exchange. 133.284.248. 166.608.642. 25,0%. 7. National Stock Exchange of Índia. 67.406.562. 116.286.968. 72,5%. 8. Mexican Derivatives Exchange. 210.355.031. 107.989.126. -48,7%. 9. Dalian Commodity Exchange. 88.034.153. 99.174.714. 12,7%. 10. London Metal Exchange. 67.171.973. 70.444.665. 4,9%. (BM&F). Fonte: Revista da Adeval (2005).. Hoje, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) contempla contratos futuros dos seguintes produtos agropecuários: açúcar, álcool, algodão, bezerro, boi gordo, café arábica, café robusta conillon, etanol, milho e soja, conforme as informações disponibilizadas no site da BM&F.. Dessa forma, entender quais os fatores que levam ao sucesso ou ao fracasso de contratos significa, também, responder por que alguns países apresentam mercados organizados altamente desenvolvidos e por que outros lutam insistentemente em expandir seus mercados [LAZZARINI (1997)]. É o caso do Brasil, que mesmo tendo uma participação importante na produção das commodities agrícolas mundiais mais comercializadas, apresenta baixo volume negociado de contratos futuros relativamente à produção, ainda que outros.

(37) 35. mercados mostrem-se altamente desenvolvidos, como os de taxa de juros, câmbio e índice de ações.. A inoperância da Política de Preços Mínimos e a conhecida variabilidade dos preços agrícolas revelam a necessidade de administração financeira para promover a competitividade não só no âmbito das empresas agrícolas, mas também dos sistemas agroindustriais como um todo, o que justifica o uso de contratos futuros no Brasil [LAZZARINI (1997)].. Na primeira metade da década de 1990, os mecanismos de controle do acentuado processo inflacionário culminaram com dois planos econômicos que afetaram sobremaneira o mercado de derivativos. O Plano Collor I bloqueou cerca de 70% dos recursos financeiros do setor privado; já o Plano Collor II liquidou compulsoriamente todos os contratos negociados na Bolsa Mercantil & de Futuros, ainda que o mercado tenha regressado aos padrões anteriores ao final de um mês [SIQUEIRA (2004)].. Já a abertura econômica, consolidada na segunda metade da década, foi importante para o desenvolvimento do mercado de derivativos no Brasil, na medida em que possibilitou o aumento no volume financeiro e no número de contratos negociados. Entretanto, as crises financeiras que abalaram o País no pós 1995 afetaram negativamente esses mercados.. É interessante considerar que qualquer mecanismo que iniba a dinâmica competitiva dos mercados torna-se uma restrição à adoção de instrumentos de gerenciamento de riscos, já.

(38) 36. que reduz a demanda por hedging, como aconteceu em diversos momentos da economia brasileira, quando das políticas governamentais de proteção a agricultura na década de setenta [Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), com o uso de AGFs (Aquisições do Governo Federal) e EGFs (Empréstimos do Governo Federal)]; combate à inflação (década oitenta até 1994); além das políticas de proteção setorial do início da década de noventa.. Contudo, a aceleração do processo de abertura econômica, a desregulamentação de determinados setores e a crescente escassez de recursos financeiros voltados para o setor rural, tornou necessária a utilização de um instrumento mais eficaz de transferência de riscos, tais como os mercados futuros.. Como é de conhecimento geral, a agricultura caracteriza-se por ser um setor dinâmico, competitivo e arriscado. Este último deve-se, em parte, ao pouco conhecimento dos produtores rurais quanto às situações de risco de mercado. Dessa forma, entender e acompanhar as mudanças estruturais do setor agrícola, como arranjos de negócios, com intuito de melhorar a renda do produtor e viabilizar o investimento com mínimo risco possível é de vital importância para a empresa rural, pois possibilita assegurar a disponibilidade de capitais para cumprir as obrigações financeiras relacionadas à empresa [MARQUES (2001)].. Embora os estudos de Perry e Johnson (2000) citado por MARQUES (2001) mostrem que os produtores tendem a ser avessos ao risco, a observância da realidade, em diversas partes do mundo, sugere certa relutância por parte dos produtores no uso de mercados futuros.. Quanto à desconfiança com que o produtor rural vê esse tipo de mercado, SOUZA (1996) realizou uma pesquisa questionando as opiniões desses produtores a respeito da.

(39) 37. viabilidade de introdução de um possível contrato futuro de milho e obteve como resposta que um dos principais entraves da utilização desse tipo de contrato seria o baixo nível de conhecimento deles sobre o uso de contratos futuros. Contudo, há que se tomar cuidado com tal resultado. No Vale do São Francisco, por exemplo, a maior parte das frutas exportadas é comercializada por organizações de maior porte. Ademais, também existem as cooperativas e agroindústrias.. A literatura tem apontado variáveis como renda bruta, idade do produtor e nível de escolaridade como relevantes para o uso de mercados futuros. Nesse contexto, MARQUES (2001) realizou uma pesquisa com prováveis usuários desse mercado no meio rural e chegou aos seguintes resultados: os produtores com maior renda bruta possuem operações agrícolas maiores e precisam garantir um nível de renda adequado para cobrir as despesas empresariais, o que os leva a conhecer e entender instrumentos de gerenciamento de riscos que visam à proteção de seu produto contra possíveis oscilações negativas de preço; quanto à idade do produtor, os estudos mostram que fazendeiros acima de 60 anos preferem os meios mais tradicionais de comercialização; por fim, produtores com maior nível educacional apresentam maior abertura para o uso dos contratos futuros.. Dentro dessa perspectiva, foi realizada uma pesquisa no Vale do São Francisco com os possíveis usuários de contratos futuros de frutas, no intuito de observar a disposição desses agentes econômicos de realizarem a comercialização de frutas através de bolsas de mercadorias..

(40) 38. CAPÍTULO II O MERCADO SPOT DE MANGA E UVA NO BRASIL.

(41) 39. 2 O MERCADO SPOT DE MANGA E UVA NO BRASIL. No agronegócio brasileiro, o setor frutícola constitui-se um dos mais importantes segmentos. Além da rentabilidade e utilização intensiva de mão de obra, a fruticultura representa uma valiosa alternativa para a alavancagem das exportações brasileiras de produtos agrícolas, sendo um segmento estratégico dentro da perspectiva de desenvolvimento econômico e social do País [FIORAVANÇO e PAIVA (2002)]. Dessa forma, apresenta-se neste capítulo as condições do mercado spot de frutas.. O Brasil apresenta-se como grande produtor das frutas tropicais tradicionais, como abacaxi, banana, manga, melão, mamão papaia, tendo condições de aumentar sua participação na produção mundial de outras frutas tropicais, como uva, figo, laranja de mesa, limão e melancia [SILVA (1999)].. A capacidade crescente de produção extende-se às áreas capazes de produzir o ano inteiro, o que assegura níveis de oferta quando o mercado está desabastecido. Ademais, as condições climáticas favoráveis e a tecnologia empregada permitem a variedade de espécies com a qualidade requerida pelo mercado internacional. Contudo, o volume exportado ainda está muito aquém do total produzido, cerca de menos de 2% [FIORAVANÇO e PAIVA (2002)]. Para os objetivos deste estudo, no entanto, analisam-se apenas duas frutas tropicais, manga e uva, no intuito de inferir qual se adequal melhor à negociação a futuro..

(42) 40. A escolha dessas frutas deu-se em razão do potencial para a exportação. De acordo com CAMARGO FILHO, ALVES e MAZZEI (2004), o potencial de exportação é baixo para laranja; médio para tangerina, uva e melão; e alto para manga e lima/limão. Com relação à manga, o País passou de 6º exportador para 2º, perdendo apenas para o México. A uva, apesar de não se destacar tanto nas exportações brasileiras, apresenta boa aceitação no mercado internacional, maior rentabilidade e taxas crescentes de produção e exportação.. 2.1 Produção e Exportação de Manga e Uva no Brasil. A produção de manga é dominada pela Índia, com cerca de 40% da fatia do mercado, conforme as últimas estimativas da FAO - Food Agriculture Organization (Figura 2.1). Em seqüência, tem-se a China com 13%, seguido de Paquistão e Tailândia com 6%, México com 5% e Brasil com 3% da produção mundial. Em razão da grande participação da Índia no mercado, cerca de 73% da produção distribui-se entre os seis principais produtores.. Principais Países Produtores de Manga - em toneladas (2005) 27%. 40%. 1% 12%. 13%. 6%. 7%. 6% Índia. China. Tailândia. Paquistão. México. Brasil. Outros. 23% 48%. 3% 5%. Principais Países Exportadores de Manga - em 1000 toneladas (2004). 9%. México. Índia. Brasil. Paquistão. Peru. Outros. Fonte: FAOSTAT Statistics Database (2006). Figura 2.1 Principais Países Produtores e Exportadores de Manga – 1000 toneladas.

(43) 41. Apesar de uma produção pouco expressiva a nível mundial, o Brasil é o segundo exportador de manga do mundo, com 12% desse mercado, antecedido apenas pelo México (23%).. Entre os maiores produtores de uva (Figura 2.2) situam-se a Itália (14%), França e Estados Unidos (10%), Espanha (9%), Turquia (6%) e Brasil (2%), de forma que os seis maiores produtores concentram cerca de 51% da produção mundial dessa fruta.. O Chile lidera o volume exportado de uva, com 23% do mercado. Em seguida, aparecem Itália (15%), EUA (13%) e África do Sul (8%). As exportações brasileiras dessa fruta representam apenas 1%, mas os estudiosos da fruticultura brasileira apontam para seu potencial de crescimento, em razão da crescente demanda no mercado internacional. Contudo, o Brasil precisa preocupar-se com a concorrência de países como a África do Sul, que produz menos de 2% e, ainda assim, apresenta-se na quarta posição no ranking das exportações dessa fruta.. Principais Países Exportadores de Uva - em 1000 toneladas (2004). Principais Países Produtores de Uva 1000 toneladas (2005). 23%. 35%. 14% 10%. 49%. 10%. 15%. 1% 5%. 2% Itália Espanha Outros. França Turquia. 6%. 9% Estados Unidos Brasil. Chile África do Sul Outros. 8%. 13% Itália Turquia. Estados Unidos Brasil. Fonte: FAOSTAT Statistics Database (2006). Figura 2.2 Principais Países Produtores e Exportadores de Uva – 1000 toneladas. Apesar da possibilidade de produção durante todo o ano, são poucas as frutas brasileiras que são exportadas ao longo do ano todo. As exportações dependem da.

(44) 42. competitividade da produção nacional de determinada fruta em relação aos seus concorrentes, restringindo-se a comercialização a determinadas “janelas de mercado”, como é o caso da uva, que ainda apresenta uma tímida participação nas exportações de frutas, apesar da demanda crescente [NACHREINER, SANTOS e BOTEON (2002)]. Isso só evidencia a importância dos estudos sobre comercialização das frutas tropicais.. Entretanto, apesar das vantagens comparativas da fruticultura tropical, tais como, clima, solo, água e proximidade do mercado internacional, o País precisa criar condições para obter vantagens competitivas. Para isso, precisa superar alguns entraves, como as falhas na infra-estrutura de pós-colheita (logística); dificuldades relativas à padronização e classificação das frutas; deficiências de informação de mercado por parte dos produtores etc. [MARTINS e FERNANDES (2000)]. Convém ressaltar, todavia, que esses problemas são minorados no Vale do São Francisco, o que torna a fruta nordestina mais valorizada que a do Sudeste.. Dessa forma, a maior inserção internacional do País no mercado mundial de frutas exige a superação dos pontos de estrangulamento mencionados. Nesse aspecto, o uso de mercados futuros poderá constituir-se em um instrumento viável para a solução de problemas relativos ao gerenciamento do risco de preço, objeto de estudo desta Tese.. Para entender os processos básicos da cadeia de comercialização das frutas há que se atentar para o seguinte processo: primeiro, tem-se a colheita (que inclui o transporte até a packing house3); em seguida, a pós-colheita, que se inicia com o recebimento da fruta para inspeção, tratamento fitossanitário, embalagem/rotulagem; e, por fim, a cadeia do frio, que inclui a paletização, pré-resfriamento, armazenagem e transporte [SILVA (1999)]. Dessa. 3 Local onde as frutas são embaladas, rotuladas e armazenadas..

(45) 43. forma, segue-se a análise dos fatores que levam ao sucesso dos contratos futuros, a partir da observação dos dados da pesquisa.. 2.2 Características Macro do Modelo de Contratos Futuros de Frutas. Nesta seção são apresentadas as características macro relacionadas à teoria do sucesso e do fracasso dos contratos futuros, ou seja, características das commodities, tais como perecibilidade e capacidade de armazenagem, homogeneidade e capacidade de mensuração, volatilidade dos preços, competição, atividade e tamanho do mercado, explorando os fatores favoráveis e desfavoráveis de cada uma das caracterísiticas para o sucesso da negociação em mercados futuros.. Quanto à perecibilidade e capacidade de armazenagem, ressalta-se que os produtos perecíveis não suportariam o translado necessário para a comercialização, dado que as distâncias não são curtas e os imprevistos não tão raros. Daí a importância das técnicas de armazenagem, através da cadeia do frio, que minimizam a intensidade da degeneração das frutas, introduzindo as condições ideais de temperatura para o transporte, o que possibilita uma redução do metabolismo normal sem alterar a fisiologia do produto.. Frutas como uva e manga requerem disponibilidade de frio nas packing houses. Em geral, a uva necessita de uma temperatura entre 1º e 5º negativos; enquanto a manga necessita de aproximadamente 13º no transporte até o ponto de comercialização. Respeitando essas especificidades, a uva pode ser armazenada de 01 a 06 meses; já a manga, apenas de 02 a 03 semanas. Vê-se, portanto, que a variável perecibilidade é determinante para o sucesso da comercialização e sob esse aspecto a exportação da uva é mais favorecida..

(46) 44. No quesito homogeneidade e capacidade de mensuração, observa-se que, em geral, as frutas devem seguir as exigências da cadeia da comercialização, com alguma alteração dependendo do destino final, se União Européia, EUA ou Ásia. A uva quando do fechamento da embalagem passa por um processo que inclui o ensacamento do cacho; colocação na caixa; observação de tamanho, qualidade e cor; resfriamento e transporte. Para a manga, após ser selecionada, classificada e pesada; a rotulagem deve incluir nome do produto/cultivar, número de frutas na embalagem e peso. Observa-se que, em geral, as frutas não possuem grandes problemas com as características de homogeneidade e capacidade de mensuração, mas aquelas que não se encaixam nos padrões exigidos pelo demandante são descartadas do processo de comercialização.. O cálculo da volatilidade de preço (desvio-padrão) foi realizado com base nos preços diários de uva e manga, coletados no Centro de Abastecimento de Pernambuco, tendo em vista ser um dos maiores produtores dessas frutas para efeito de exportação.. Na Figura 2.3, apresentam-se duas tabelas, a primeira com os indicadores de volatilidade média anual dos preços de manga e uva; e a segunda com a volatilidade dos preços de outros produtos no mercado spot, de forma que se pode fazer uma comparação da volatilidade da manga e da uva com a de outros produtos negociados na BM&F..

(47) 45. Produto. Volatilidade (%). Manga. 6,62. Uva. 8,02. Fonte: Elaboração própria.. Produto Café arábica Soja Açúcar Milho Álcool Boi gordo Algodão. Volatilidade (%) 33,56 17,39 10,25 9,95 8,74 6,55 4,06. Fonte: AGUIAR (2002a) citado por SIQUEIRA (2004).. Figura 2.3 Volatilidade Média Anual dos Preços dos Produtos no Mercado Spot. Observa-se que os preços das frutas apresentam certa volatilidade, comparando-se com as outras commodities negociadas na BM&F, já que não há um padrão pré-definido para o valor da volatilidade. Todavia, entre manga e uva, esta última apresenta-se com maior volatilidade, justificando mais a necessidade de um instrumento de administração de riscos de preço.. Em termos de tamanho do mercado, a manga ainda é superior à uva, como ficou evidenciado anteriormente, através dos dados de produção e exportação mundiais, ainda que a demanda por uva seja crescente.. Quanto à distribuição regional, o Nordeste brasileiro constitui-se na maior área de produção e exportação, como demonstram as tabelas abaixo relacionadas. Na Tabela 2.1, pode-se observar que a Bahia e Pernambuco, juntos, são responsáveis por cerca de 54,81% da produção nacional de manga. Portanto, o Vale do São Francisco concentra a maior produção..

(48) 46. Tabela 2.1: Produção Brasileira de Manga por Estado (2005) Estados Bahia Pernambuco São Paulo Minas Gerais Rio Grande do Norte Sergipe Ceará Paraíba Piauí Paraná Espírito Santo Rio de Janeiro Maranhão Alagoas Rodônia Goiás Mato Grosso Tocantins Distrito Federal Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Amazonas Acre BRASIL Fonte: IBGE (2007).. Volume(Ton) 396.662 152.694 204.607 62.406 38.775 26.277 38.181 23.064 15.517 8.338 5.791 4.737 3.278 8.477 2.432 1.770 2.508 2.057 2.251 706 360 918 405 1.002.211. Valor (R$ Mil) 201.003 63.768 61.677 31.475 20.921 11.667 10.634 5.762 4.211 3.686 3.003 2.203 1.727 1.413 1.147 1.016 934 791 716 688 202 117 50 428.811. Com relação à produção de uva, o Rio Grande do Sul representa 49,64% da produção nacional; enquanto Bahia e Pernambuco são responsáveis por cerca de 21,11% (Tabela 2.2) . Não obstante, há que se ressaltar que dentro do mercado internacional, o Pólo de produção de uva de mesa que merece destaque é o Sub-médio São Francisco, dado que a produção do Rio Grande do Sul é voltada para a vitivinicultura (produção de vinhos).. A vantagem da produção do Vale está no fato de que o clima favorável aliado à irrigação, que favorece a produção da uva, torna possível a produção durante qualquer época do ano, possibilitando a ocupação das janelas deixadas por outras regiões concorrentes (ver as janelas de mercado no APÊNDICE A). A significância da exportação de uva dessa região é tão expressiva que no exterior a uva brasileira é conhecida como uva do São Francisco..

(49) 47. Tabela 2.2: Produção Brasileira de Uva por Estado (2005) Estados Rio Grande do Sul Pernambuco São Paulo Bahia Paraná Santa Catarina Minas Gerais Mato Grosso Ceará Mato Grosso do Sul Paraíba Espírito Santo Goiás Distrito Federal Rondônia Tocantins Piauí BRASIL Fonte: IBGE (2007).. Volume(Ton) 611.868 150.827 190.660 109.408 99.253 47.971 14.389 2.080 1.831 629 630 504 2.015 119 228 72 80 1.232.564. Valor (R$ Mil) 579.262 315.469 247.441 185.728 92.238 34.157 30.524 5.389 3.213 1.330 1.260 1.130 937 238 185 158 120 1.498.779. O Pólo do Sub-médio São Francisco é responsável por aproximadamente 80% das exportações brasileiras de uva de mesa [EMBRAPA (2004)]. Os maiores destinos internacionais das frutas selecionadas são Reino Unido e Estados Unidos, no caso da uva; e, além dos citados, Portugal para a manga [MDIC, Alice Web (2007)].. Os dados das Tabelas 2.3 e 2.4 demonstram que o volume negociado da uva brasileira é crescente. Até outubro de 2007, já foram exportados 32.174.305 (Kg) de uvas, especialmente para o Reino Unido (49%) e Estados Unidos (33%), como demonstrado na Figura 2.4..

(50) 48. Tabela 2.3: Exportações Brasileiras de Uva US$ FOB PESO LÍQUIDO (kg) Destino 2005 2006 2007 2005 2006 2007 Alemanha 1.081.713 1.224.745 3.680.367 889.941 818.528 1.583.281 Argentina 428.773 492.057 491.565 299.444 336.434 309.528 Bélgica 76.420 1.074.832 3.455.493 41.018 707.707 1.405.030 Canadá 778.824 2.211.749 3.281.887 410.701 822.638 1.232.431 Espanha 272.915 137.914 48.166 172.554 76.038 45.900 EUA 12.989.605 27.736.281 21.857.307 5.419.388 13.822.334 10.481.803 Guadalupe 176.188 66.137 30.151 92.100 32.640 15.300 Hong Kong 37.502 15.640 Itália 248.258 229.560 303.668 121.280 109.500 91.450 Noruega 2.154.385 2.603.197 4.392.878 696.600 954.200 1.278.050 Reino Unido 24.216.176 22.014.947 36.098.435 9.929.293 10.149.844 15.529.367 Suécia 957.432 163.225 408.577 372.270 66.000 146.125 Uruguai 22.019 20.060 18.863 52.251 47.555 40.400 TOTAL 43.402.708 57.974.704 74.104.859 18.496.840 27.943.418 32.174.305 Fonte: MDIC – Alice Web (2007).. Exportações de Uva (2007). Alemanha Argentina Bélgica. 0% 5% 1%4%. Canadá Espanha. 4% 0%. EUA Guadalupe. 49% 33% 0% 4% 0%. Hong Kong Itália Noruega Reino Unido Suécia Uruguai. Fonte: MDIC – Alice Web (2007). Figura 2.4 Composição das Exportações Brasileiras de Uva por Destino Consumidor. A demanda por uva é tão grande que mesmo com produção crescente o País tem importado cada vez mais, especialmente da Argentina (52%) e do Chile (47%), indicados na Figura 2.5..

(51) 49. Tabela 2.4 Importações Brasileiras de Uva US$ FOB Destino 2005 2006 2007 Argentina 2.211.505 4.708.157 7.053.671 Chile 4.251.604 5.925.673 7.288.258 Espanha 123.893 451.525 185.310 EUA 4.134 114.408 120.562 TOTAL 6.591.136 11.199.763 14.647.801 Fonte: MDIC – Alice Web (2007).. PESO LÍQUIDO (kg) 2005 2006 2007 3.357.125 5.891.839 8.026.090 4.926.533 5.816.658 7.122.019 102.471 315.141 111.689 1.224 43.696 52.616 8.387.353 12.067.334 15.312.414. Im portações de Uva (2007). 1% 0% Argentina Chile. 47% 52%. Espanha EUA. Fonte: MDIC – Alice Web (2007). Figura 2.5 Composição das Importações Brasileiras de Uva por Origem Exportadora. As exportações de manga (Tabela 2.5), apesar de maior peso no mercado internacional de exportação de frutas, não apresentaram grandes valores em 2007. Isso porque tem uma janela de mercado definida (outubro, novembro e dezembro) e ainda não estão computados no sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)..

(52) 50. Tabela 2.5: Exportações Brasileiras de Manga US$ FOB PESO LÍQUIDO (kg) Destino 2005 2006 2007 2005 2006 2007 Alemanha 1.138.975 1.191.822 1.051.405 1.796.012 1.160.436 642.534 Argentina 548.846 504.842 275.154 983.780 653.760 310.464 Bélgica 118.959 293.575 52.076 350.200 418.460 69.624 Canadá 2.180.852 2.932.942 3.177.785 3.645.728 3.837.015 240.768 Chile 130.150 106.156 217.238 153.022 131.328 4.227.978 Espanha 3.551.993 5.015.824 4.844.206 5.546.318 6.910.252 5.122.674 EUA 14.652.009 17.324.304 14.643.772 26.339.539 23.370.773 23.092.703 França 1.364.706 2.639.232 1.697.682 1.474.530 2.058.347 1.547.092 Guiana Francesa 1.961 1.220 Itália 528.457 555.348 454.785 593.790 911.994 616.366 Japão 57.444 890.627 561.986 30.956 340.829 252.042 Portugal 9.844.024 9.256.267 7.000.585 11.319.895 10.371.545 7.044.426 Reino Unido 5.408.962 7.774.290 4.508.541 8.500.076 11.234.664 6.223.735 Suíça 33.443 48.066 80.414 34.748 35.869 38.880 Uruguai 24.301 25.621 25.738 57.725 72.796 57.998 TOTAL 39.583.121 48.558.916 38.593.328 60.826.319 61.508.068 49.488.504 Fonte: MDIC – Alice Web (2007).. De qualquer forma, até o mês de outubro, o Brasil exportou manga especialmente para EUA (47%), Portugal (14%) e Reino Unido (13%), como indicado na Figura 2.6.. Exportações de Manga (2007). Alemanha Argentina Bélgica Canadá. 13%. 0% 1% 10% 0% %. Chile. 9% 10%. 14%. Espanha EUA França. 1% 1% 0% 3%. Guiana Francesa Itália 47%. Japão Portugal Reino Unido Suíça. Fonte: MDIC – Alice Web (2007). Figura 2.6 Composição das Exportações Brasileiras de Manga por Destino Consumidor.

Referências

Documentos relacionados

Dos docentes respondentes, 62,5% conhe- cem e se sentem atendidos pelo plano de carreira docente e pelo programa de capacitação docente da instituição (que oferece bolsas de

There a case in Brazil, in an appeal judged by the 36ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (São Paulo’s Civil Tribunal, 36th Chamber), recognized

As análises serão aplicadas em chapas de aços de alta resistência (22MnB5) de 1 mm de espessura e não esperados são a realização de um mapeamento do processo

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como

The challenges of aging societies and the need to create strong and effective bonds of solidarity between generations lead us to develop an intergenerational

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no