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Nível de satisfação da imagem corporal em crianças com diferentes estágios de maturação

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA. NÍVEL DE SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS COM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇAO. RENATA POLIANE NACER DE CARVALHO DANTAS. NATAL - RN 2017.

(2) ii. NÍVEL DE SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS COM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇAO. RENATA POLIANE NACER DE CARVALHO DANTAS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção. do. grau. de. Mestre. em. Educação Física.. ORIENTADOR: PROF. DR. BRENO GUILHERME ARAÚJO TINOCO CABRAL.

(3) iii. RENATA POLIANE NACER DE CARVALHO DANTAS. NÍVEL DE SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS COM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇAO. COMISSÃO EXAMINADORA:. ___________________________________________________ Prof. Dr. Breno Guilherme Araújo Tinoco Cabral Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ___________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ___________________________________________________ Prof. Dra. Bruna Brandão Velasques Universidade Federal do Rio de Janeiro. ___________________________________________________ Prof. Dra. Terezinha Petrúcia da Nóbrega Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

(4) iv. AGRADECIMENTOS. Ao Deus criador de todas as coisas que permitiu que eu viesse a este mundo, e com seu imenso amor e graça concedeu-me mais um sonho. Tenho certeza de que sem Ele, não teria chegado até aqui. Não existem palavras para agradecer tamanho amor e cuidado. A minha família, presente de Deus! Vocês são meu bem mais precioso. Obrigada ao meu amado esposo Milton Dantas por seu amor e compreensão nos momentos em que precisei estar ausente. Aos meus lindos filhos, Isaac e Rebeca que viram minha luta e que a minha maior alegria é vê-los dizendo que querem ser professor de Educação Física.. Aos meus pais, em especial minha mãe Ivoneide Souza, por me dar força e dizer que sou capaz. Aos tios, primos e primas por todo amor e carinho. As minhas irmãs, Rayssa Nacer, Janaine e Isabela Pontes, obrigada “mowww” carinho e apoio. Vocês são presentes lindos e preciosos na minha vida. A minha sogra, Ana Rogéria, por cuidar dos meus filhos enquanto trabalho e estudo. Obrigada por me apoiar e acreditar no meu sonho.. Ao Dr (a) Fernando José Vieira de Sousa e Sanzia Lúcia Paulino de Sousa e toda a Clínica de Raios x e Ultra-Som, uma família que amo e levarei para todo o sempre em meu coração. Vocês fazem parte dessa conquista.. A família GEPMAC e AFISA vocês são lindos, presentes de Deus! Cada um de vocês contribuiu de uma forma muito significativa. Petrus Gantois, muito obrigada por tudo, por todo o tempo gasto ao meu favor. Você é uma pessoa muito especial. Thaisys Blanc, não tenho palavras para expressar o seu carinho e cuidado. Aprendi muito com você! Foi uma alegria te conhecer e levarei sua amizade para sempre em meu coração. Radamés, obrigada por tudo. Você tem um coração enorme! Que Deus te abençoe..

(5) v. A família Ministério da Restauração! Células, discípulos, amigos pastores e todo o M12, obrigada pelo carinho, compreensão e apoio.. Aos funcionários do Departamento de Educação Física, em especial Diego e Rafael, assistentes do Programa de Pós Graduação, que em todo o tempo estiveram dispostos a ajudar e nos dando força nessa jornada. Vocês são especiais!. Aos queridos professores do programa, vocês foram fundamentais em nossa formação. Cada um com a sua porção de conhecimento derramou de forma singular sobre nós os saberes e as competências necessárias. A caminhada de cada um para chegar onde estão hoje, nos inspira a prosseguir e nunca desistir.. A Universidade Potiguar, local onde fiz a minha graduação, a todos os professores do curso de Educação Física, dedico a cada um essa conquista. Obrigada por tudo! Vocês são muito especiais.. Ao meu orientador, Breno Cabral, o senhor é uma pessoa linda, humilde, gentil e sabe extrair o melhor de nós! Obrigada por acreditar e confiar em mim. Nossos laços de amizade serão eternos!. E por fim a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para essa conquista, muito obrigada. Não fazemos nada sozinho!. SUMÁRIO.

(6) vi. 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 18 3 OBJETIVOS........................................................................................................... 19 3.1 Geral ................................................................................................................ 19 3.2 Específicos ...................................................................................................... 19 4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 20 4.1 Crescimento, desenvolvimento e maturação ................................................... 20 4.2 Imagem corporal .............................................................................................. 23 4.2.1 História e conceito ..................................................................................... 23 4.2.2 Imagem Corporal na adolescência ............................................................ 25 4.2.3 Imagem Corporal e Educação Física......................................................... 27 5 MATERIAS E METODOS ...................................................................................... 28 5.1 Tipo de Estudo ................................................................................................. 28 5.2 Amostra ........................................................................................................... 28 5.3 Critérios de inclusão e exclusão ...................................................................... 28 5.4 Procedimentos e Instrumentos ........................................................................ 29 5.4.1 Avaliação Antropométrica .......................................................................... 29 5.4.2 Avaliação da Idade Óssea ......................................................................... 31 5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica ................................................................ 31 5.4.4. Avaliação do estágio maturacional ........................................................... 31 5.4.5. Somatotipo ............................................................................................... 32 5.4.6 Avaliação da Imagem Corporal ................................................................. 32 5.4.7 Avaliação do IMC....................................................................................... 33 6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... 33 7 RESULTADOS ...................................................................................................... 34 8 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 40 9 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44 10 RECOMENDAÇÕES ........................................................................................... 44 REFERENCIAS ........................................................................................................ 46 APÊNDICES ............................................................................................................. 54.

(7) vii. LISTA DE TABELAS.

(8) viii. TABELA 1 - Descrição da amostra ........................................................................ 34 TABELA 2 - Classificação dos estágios maturacionais .......................................... 34 TABELA 3 - Coparação das frequências dos índices de satisfação da imagem corporal ................................................................................................................... 35 TABELA 4 - Descrição dos componentes do Somatotipo por sexo e estágio maturacional ........................................................................................................... 35 TABELA 5 - Coeficiente de Correlação Intraclasse entre os métodos de estimativa da Imagem Corporal e IMC, em ambos os sexos com a classificação da maturação. ................................................................................................................................ 39 TABELA 6 - Associação da insatisfação com a imagem corporal com os indicadores de maturação a partir de regressão logística .......................................................... 39. LISTA DE FIGURAS.

(9) ix. Figura 1 - Comparação dos índices da imagem corporal de acordo com o estágio maturacional no sexo feminino ............................................................................... 37 Figura 2 - Comparação dos índices da imagem corporal de acordo com o estágio maturacional no sexo masculino. ............................................................................ 38. LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS.

(10) x. TCLE – Termo de Consentimento e Livre Esclarecido CEP – Comitê de Ética em Pesquisa UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ISAK – International Society for Advancement in Kinanthropometry TR. – Dobra Triciptal. PcB. – Perímetro Corrigido de Braço. DU. – Diâmetro de Úmero. DF. – Diâmetro de Fémur. DP. – Desvio Padrão. IC. – Imagem Corporal. RESUMO.

(11) xi. NÍVEL DE SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS COM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇAO. Autor: Renata Poliane Nacer de Carvalho Dantas Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme Araújo Tinoco Cabral. A maturação é considerada como um processo contínuo e implica no progresso em direção da maturidade. Com as mudanças biológicas no processo maturacional os adolescentes incorporam suas novas imagens corporais. O presente estudo tem como objetivo analisar a satisfação da imagem corporal nos diferentes estágios maturacionais em escolares. Foram avaliados 207 sujeitos, escolares, de ambos os sexos, com idades entre 10 a 12 anos. Foi utilizado os protocolos de predição de idade óssea (CABRAL, 2011) e para avaliação da Imagem Corporal foi utilizada a escala de silhuetas (KAKESHITA, 2008) Os parâmetros utilizados para o IMC foram os pontos de corte da distribuição por percentis, de acordo com a idade e sexo proposto pelo World Health Organization (2005) e o programa (software) SOMATOTYPE calculation and analysis®, 2001- Swet Techonolies para análise do somatotipo. Os testes estatísticos utilizados foram qui-quadrado, correlação intraclasse (CCI) e regressão logística (odds rattio) com os respectivos intervalos de confiança (IC de 95%). Em nossos resultados encontramos uma prevalência de insatisfação com a imagem corporal de 63,8% p<0,001, sendo maior no sexo masculino 67,1%.Em ambos os sexos os sujeitos que estão com a maturação acelerada possuem maior insatisfação com a Imagem corporal (meninas p=0,01-meninos p=0,04) desejando diminuir a sua escala de silhueta p<0,001. Ao reportarmos para a correlação intraclasse da Imagem corporal atual e desejada os sujeitos que estão com a maturação acelerada possui maior concordância quando comparado aos outros estágios e os sujeitos com a maturação acelerada têm 2,88 (IC: 1,03 – 8,05) mais chances de insatisfação da imagem corporal quando comparado com o estágio normal. Concluímos que os meninos estão mais insatisfeitos com a sua imagem corporal e que em todos os estágios.

(12) xii. maturacionais há insatisfação com a imagem corporal, porém no estágio atrasado e acelerado existe uma maior prevalência. Os sujeitos que possuem uma maturação acelerada tem maior concordância entre as respostas da Imagem atual e desejada e têm estatisticamente duas vezes mais chances de ser insatisfeito com a sua imagem corporal quando comparado com o estágio normal.. Palavras-chave: Idade óssea; Imagem corporal; Adolescência;. ABSTRACT.

(13) xiii. LEVEL OF SATISFACTION OF BODY IMAGE IN CHILDREN WITH DIFFERENT MATURITY STAGES. Author: Renata Poliane Nacer de Carvalho Dantas Advisor: Dr. Breno Guilherme Araújo Tinoco Cabral. Maturity is considered as a continuous process and implies progress towards maturity. With the biological changes in the maturational process adolescents incorporate their new body images. The present study aims to analyze body image satisfaction at different maturational stages in schoolchildren. We evaluated 207 subjects, schoolchildren, of both sexes, aged between 10 and 12 years. It was used the bone age prediction protocols (CABRAL, 2011) and for the evaluation of Body Image was used the scale of silhouettes (KAKESHITA, 2008). The parameters used for the BMI were the cutoff points of the percentiles distribution, according to The age and sex proposed by the World Health Organization (2005) and the software SOMATOTYPE calculation and analysis®, 2001- Swet Techonolies for somatotype analysis. The statistical tests used were chi-square, intraclass correlation (ICC) and logistic regression (odds rattio) with the respective confidence intervals (95% CI). In our results we found a prevalence of dissatisfaction with the body image of 63.8% p <0.001, being greater in the male sex 67.1%. In both sexes the subjects who are with the accelerated maturation have greater dissatisfaction with the Body image (Girls p = 0.01-boys p = 0.04) wishing to decrease their silhouette scale p <0.001. When we report to the intraclass correlation of the current and desired body image, subjects with accelerated maturation have higher agreement when compared to the other stages and subjects with accelerated maturation have 2.88 (IC: 1.03 - 8.05) More chances of body image dissatisfaction when compared to the normal stage. We conclude that boys are more dissatisfied with their body image and that in all maturational stages there is dissatisfaction with body image, but in the delayed and accelerated stage there is a higher prevalence. Subjects who have accelerated maturation have greater agreement.

(14) xiv. between the responses of the current and desired Image and are statistically twice as likely to be dissatisfied with their body image as compared to the normal stage. Keywords: Skeletal age; Body image; Teen;.

(15) 15. 1 INTRODUÇÃO. A adolescência é marcada por um período da vida em que os jovens passam por grandes transformações nos seus corpos durante seu crescimento e desenvolvimento. É marcado por grandes transformações de ordem somática, metabólica, neuromotora. Por se tratar de uma fase de grandes descobertas onde as mudanças físicas são rápidas e profundas. Uma busca por uma identidade começa a surgir e estes em todo momento começam a perceber as mudanças que ocorrem no corpo. Portanto, nesse processo o adolescente pode interiorizar um corpo perfeito em sua mente, gerando grandes conflitos (MALINA; BOUCHARD, 2002; MASSA; RÉ; SILVA, 2010; OLDS; PAPALIA, 2000; TAVARES, 2003). O grau de desenvolvimento de uma criança é avaliado através de indicadores que refletem nas mudanças físicas que acontecem durante o processo de maturação (CASANOVA et al., 2006). Essas alterações acontecem durante todo o processo de crescimento sendo mais acentuado na puberdade. A maturação é considerada como um processo e implica em progresso em direção da maturidade (MALINA; BOUCHARD, 2002). A duração do tempo de maturação relaciona o tempo biológico ao tempo do calendário. Uma criança pode ter uma idade biológica diferente da sua idade cronológica. Elas podem ser avançadas biologicamente em relação a sua idade cronológica outras podem ser atrasadas biologicamente. Embora duas crianças possam ter a mesma idade cronológica, elas podem não ter atingido o mesmo nível de maturidade biológica (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009). As medidas mais comuns de avaliação compreendem os indicadores de maturação sexual (estágios de Tanner) e avaliações do crescimento ósseo e fusão das epífises (avaliação da idade óssea). Na adolescência, a idade cronológica deixa de ser um parâmetro seguro para a caracterização biopsicossocial de um determinado indivíduo. Adolescentes de mesma idade frequentemente estão em fases distintas da puberdade, pois esta tem início e ritmo de progressão diferenciados em cada indivíduo. Portanto, podemos ter indivíduos com idade óssea diferente da sua idade cronológica (MALINA; BOUCHARD, 2002)..

(16) 16. Apesar da confiabilidade das diferentes formas de avaliação, a idade óssea merece destaque, sendo a mais confiável e eficaz, uma vez que as mudanças de forma e de densidade do osso permitem tornar mensuráveis os trajetos durante todo o período de crescimento. Além disso, apenas a maturidade esquelética abrange os anos pré-púberes e púberes, enquanto indicadores de maturidade sexual e pico de velocidade do crescimento são limitados à puberdade e adolescência (MALINA; BOUCHARD, 2002). Atualmente muitos pesquisadores têm criado a partir dessas avaliações, equações que facilitam a observação da classificação de maturação em crianças e adolescente. A busca por um método de identificação da maturação óssea menos invasiva tem sido uma constante. Tal método facilitará a identificação do estágio maturacional, evitando erros no processo identificação da maturação (CABRAL et al., 2013). Durante a fase de transição da criança para a adolescência estas costumam sentirem-se gordas, mesmo estando no seu peso ideal para a sua faixa etária. A falha em conseguir o ideal de magreza leva a insatisfação, que, por sua vez, motiva para perder peso gerando assim uma distorção da imagem corporal levando a perda da sua autoestima e à insegurança (CURY, 2005; FLEITLICH et al., 2000). As mídias eletrônicas, em especial a televisão são influências significativas sobre as preferências e os hábitos alimentares de crianças e adolescentes. Os pensamentos ou sentimentos (emoções) podem afetar a imagem resultante (KAKESHITA, 2008). A Imagem Corporal é um assunto muito abordado na área das ciências da saúde e o seu estudo é complexo e multifacetado. A pesquisa em imagem corporal deixa clara sua interdisciplinaridade, envolvendo campos como educação física, pedagogia, dança, ciências médicas, psicologia, filosofia e sociologia. Diversos estudos de revisão sistemática abordam um crescente aumento nesse tema demonstrando ser um assunto amplamente discutido nos dias atuais (TURTELLI, 2003). A mesma possui relação com aspectos fisiológicos, afetivos, sociais e passa por mudanças constantes. Ela envolve sensações que nos são dadas tanto da parte externado corpo, quanto da parte interna. Nossas experiências, nossa memória, assim como nossas intenções, aspirações e tendências. Nossa relação com o meio e com.

(17) 17. as imagens corporais dos outros, assim como as atitudes dos outros com seus próprios corpos e com relação a nós (TAVARES, 2003). Em ambos os sexos esses conflitos são reais, apesar das pesquisas sobre insatisfação com o corpo e imagem corporal no sexo masculino ser um pouco limitada dentro da comunidade científica. Para o sexo feminino, quanto mais “velhas” vão ficando, maior o desejo de reduzir o seu peso. Já com os meninos é o inverso, eles desejam ter um aumento da sua massa corporal (PINHEIRO; GIUGLIANI, 2006). As pesquisas indicam que a insatisfação com o corpo é conectado prospectivamente a comportamentos não saudáveis de controle de peso, compulsão alimentar, e níveis mais baixos de atividade física (FIELD et al., 2008). Há um consenso geral na literatura de que a prevalência de Distúrbio da Imagem Corporal é alta entre os adolescentes, média de 40% especialmente nas meninas. É possível que os maiores aumentos na prevalência BID entre as meninas do que meninos durante a puberdade são atribuíveis para o ganho de peso rápido (principalmente sob a forma de gordura) que ocorre nesta fase (MARKEY, 2010). Associadas. a. essas. mudanças. súbitas,. surgem. preocupações. dos. adolescentes com o corpo e as dúvidas sobre a normalidade dos eventos, dentre eles o excesso de peso, que apesar de não se apresentarem como condições patológicas, podem se tornar fatores de insatisfação e descontentamento. Existem também preocupações que são diferenciadas pelo sexo, ou seja, os rapazes estão voltados para a altura, a formação de pêlos no corpo, o timbre de voz e largura dos ombros; as meninas, por sua vez, preocupam-se com a feminilidade, aspectos que definem o corpo feminino, como a cintura fina e os quadris largos. Em sociedades como a nossa, em que o aspecto físico é atributo valorizado e idealizado, o culto ao corpo e a necessidade de desenvolver uma forma física perfeita se tornam mais significativos para os jovens (DE ALMEIDA; RODRIGUES; SIMÕES, 2007). Com as mudanças biológicas e o processo maturacional as adolescentes incorporam suas novas imagens corporais (SANTOS et al., 2009). Essas transformações morfológicas implicam na modificação da massa corporal magra e distribuição da gordura corporal (SIERVOGEL et al., 2003). Estudos em todo o Brasil e Europa têm mostrado excessiva preocupação com o peso corporal, a imagem corporal e interiorizarão de atitudes socioculturais voltados.

(18) 18. para aparência. Diante disso, os profissionais que trabalham na área da atividade física e movimento têm criado expectativas a respeito das possibilidades de intervenção para a promoção de uma identidade corporal integrada. Tais aspectos têm sido muito enfatizados entre os professores de Educação Física Escolar, uma vez que a escola é reconhecidamente um meio social relevante na formação do sujeito de acordo com CAMPBELL, HAUSENBLAS, (2009); CASH e SMOLAK (2011). Face ao exposto pela literatura e carência de estudos na área, o estudo em questão tem como principal objetivo investigar os níveis de satisfação da imagem corporal em meninos e meninas nos diferentes estágios maturacionais.. 2 JUSTIFICATIVA. É crescente o número de pesquisas dentro dessa temática, porém as variáveis de estudo não têm sido modificadas na tentativa de somar com aquelas já existentes. Diante das mudanças ocorridas na sociedade nas últimas décadas, observamos uma crescente aceleração no desenvolvimento das crianças e adolescentes e isso nos permite observar marcantes transformações que interferem de forma significativa no comportamento de crianças e adolescentes, levando à adoção de estilos divergentes dos padrões de saúde. É vasto na literatura estudos envolvendo o sexo feminino e a insatisfação com o seu corpo, por isso nosso estudo vem analisar ambos os sexos, pois diante das grandes mudanças na sociedade e o aumento da propagação da mídia com o culto ao corpo, o sexo masculino começa a se preocupar com a sua aparência e vem se igualando com as meninas. Atrelado a essa problemática temos uma variável de estudo que até o presente momento ainda não foi explorada que é a avaliação dos estágios maturacionais tendo como indicador maturacional a idade óssea. A importância dessa avaliação é porque podemos ter uma criança com uma idade biológica de apenas oito anos de idade, mas com uma maturação de uma criança de doze anos, que devido a essa alteração pode estar passando por conflitos na construção da sua imagem corporal, pois as transformações em seu corpo estão acontecendo de forma mais acelerada em relação a sua idade biológica. Por isso é muito relevante conhecer os estágios maturacionais e saber que os mesmos podem.

(19) 19. trazer muita influência na percepção da Imagem Corporal. Sendo assim os profissionais de Educação física atuantes em academias, escolas, apresentam-se como um instrumento de atuação dentro dessa temática. Os mesmos podem tornar com que os seus alunos tenham uma ótica diferente no constructo da sua imagem corporal e estimular a adoção de comportamentos de checagem corporal.. 3 OBJETIVOS. 3.1 Geral. Analisar a satisfação da imagem corporal nos diferentes estágios maturacionais em escolares.. 3.2 Específicos. Identificar os índices da imagem corporal em ambos os sexos; Identificar o estágio maturacional e somatotipo dos escolares; Comparar a satisfação da imagem corporal em ambos os sexos nos diferentes estágios maturacionais; Verificar o nível de concordância entre a imagem corporal atual e desejada de acordo com o IMC real e relativo; Analisar a razão de chance de satisfação da Imagem corporal nos diferentes estágios maturacionais..

(20) 20. 4 REVISÃO DE LITERATURA. 4.1 Crescimento, desenvolvimento e maturação. O crescimento bem sucedido depende de uma variação de fatores herdados e ambientais. A adolescência é uma etapa crucial e bem definida do processo de crescimento e desenvolvimento, É reconhecido que o atraso no aparecimento das características sexuais secundárias é fonte de grande preocupação para os adolescentes. Essa transformação indica que o corpo infantil começa a se despedir e o corpo juvenil, a emergir. Configura como uma etapa da vida resultante de transformações que acompanham o fenômeno da puberdade, no qual interagem os fatores psíquicos, socioculturais e as diversas realidades existenciais de cada adolescente (DE ALMEIDA; RODRIGUES; SIMÕES, 2007; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009). Esse processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano interfere diretamente nas relações afetivas, sociais e motoras. O crescimento inclui aspectos biológicos quantitativos (dimensionais), relacionados com a hipertrofia e a hiperplasia celular, enquanto a maturação pode ser definida como um fenômeno biológico qualitativo, relacionando-se com o amadurecimento das funções de diferentes órgãos e sistemas (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; MASSA; RÉ; SILVA, 2010). Para Gallahue; Ozmun; Goodway (2003), o crescimento pode ser definido como o aumento na estrutura corporal realizado pela multiplicação ou aumento das células; o desenvolvimento como um processo contínuo de mudanças no organismo humano que se inicia na concepção e se estende até a morte; por fim, ainda segundo Gallahue; Ozmun; Goodway (2003),. a maturação refere-se às mudanças qualitativas que. capacitam o organismo a progredir para níveis mais altos de funcionamento e que, vista sob uma perspectiva biológica, é fundamentalmente inata, ou seja, é geneticamente determinada e resistente à influência do meio ambiente. Por exemplo: a idade aproximada em que uma criança aprende a sentar, ficar em pé e caminhar é altamente influenciada pela maturação..

(21) 21. O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano interfere diretamente nas relações afetivas, sociais e motoras dos jovens; consequentemente, é necessário adequar os estímulos ambientais em função desses fatores. Primeiramente, é necessário esclarecer que o crescimento inclui aspectos biológicos quantitativos (dimensionais), relacionados com a hipertrofia e a hiperplasia celular, enquanto a maturação pode ser definida como um fenômeno biológico qualitativo, relacionando-se com o amadurecimento das funções de diferentes órgãos e sistemas (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; MASSA; RÉ; SILVA, 2010; OLDS; PAPALIA, 2000). Por sua vez, o desenvolvimento é entendido como uma interação entre as características biológicas individuais (crescimento e maturação) com o meio ambiente ao qual o sujeito é exposto durante a vida (FRISANCHO, 2009; GALLAHUE; OZMUN, 2006; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; OLDS; PAPALIA, 2000; ROGOFF; COSTA, 2005). Crescimento, maturação e desenvolvimento humano são processos altamente relacionados que ocorrem continuamente durante todo o ciclo de vida. Desse modo, as aquisições motoras de crianças e adolescentes não podem ser compreendidas de forma exclusivamente biológica ou ambiental; uma abordagem biocultural é essencial, reconhecendo a interação entre fatores biológicos e socioculturais presentes na vida do ser humano. A palavra puberdade origina-se de pubertas (latim), que significa idade fértil, e as modificações físicas que constituem a puberdade são caracterizadas por aceleração e desaceleração do crescimento físico, mudanças na composição corporal e eclosão hormonal. O início da puberdade é geralmente denominado pubescência, que é o período mais precoce da adolescência. Durante a pubescência, características sexuais secundárias começam a aparecer, como a maturação dos órgãos sexuais e mudanças no sistema endócrino, iniciando-se o estirão de crescimento pré-adolescente (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2003). A puberdade resulta da interação de fatores genéticos e ambientais, com características bem definidas, como aceleração do crescimento, aparecimento de pilosidade (pubarca e axilarca) e mamas (telarca), ativação funcional do sistema neuroendócrino (adrenarca e gonodarca), menstruação (menarca) e, finalmente, a ossificação dos discos epifisários das epífises..

(22) 22. A maturação biológica alcança níveis intensos de modificação durante a puberdade, definida por Marshall e Tanner (1970) como todas aquelas mudanças morfológicas e fisiológicas que acontecem durante o crescimento devido à transformação das gônadas de um estado infantil a um adulto. A puberdade, manifesta-se, basicamente, por um surto no crescimento, desenvolvimento das gônadas dos órgãos e características sexuais secundárias, mudanças na composição corporal e o desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório. Para Malina e Bouchard (2002), os indicadores mais comumente usados para determinar a maturação biológica nos estudos de crianças e jovens são a maturação esquelética e o desenvolvimento das características sexuais secundárias, ou seja, a maturação sexual. A estimativa da maturação biológica por meio da maturação sexual proposto por Tanner, 1962, utiliza as características sexuais secundárias - pêlos axilares, pêlos pubianos e desenvolvimento escrotal para o sexo masculino e, desenvolvimento mamário, pêlos pubianos e menarca para o sexo feminino. Segundo Malina e Bouchard (2002), a maturação, refere-se ao tempo e controle temporal do progresso pelo estado biológico maduro, diz respeito às mudanças qualitativas que capacitam o organismo a progredir em direção a níveis mais altos de funcionamento. Dessa forma, é um processo inato, geneticamente determinado e resistente à influência do meio ambiente, que se refere às transformações que ocorrem no corpo durante um determinado período de tempo. A maturação diz respeito ao momento e a evolução para o desenvolvimento dos vários sistemas, em direção ao estado biológico maduro e às alterações qualitativas que capacitam o indivíduo a progredir para níveis mais altos de atividade. O processo da maturação é utilizado para descrever os eventos que marcam o início e o fim do desenvolvimento humano, processo este que em condições normais deve ser contínuo até que se alcance a maturidade como seu produto (MASSA; RÉ; SILVA, 2010). Durante a infância e adolescência ocorrem importantes mudanças fisiológicas. Para o sexo feminino este período se dá num tempo menor do que para o sexo masculino. Idade e maturação óssea, acontecem ainda mudanças psicológicas que traduzem a passagem progressiva da infância para a adolescência; e embora a.

(23) 23. puberdade forneça a base para a adolescência, não deve ser interpretada como seu sinônimo (BARBANTI, 2003). A idade óssea pode ser realizada por meio de estudos radiográficos a partir de diversas regiões do corpo, como tornozelo, bacia e cotovelo, mas, no entanto, a mais utilizada é a da mão e punho, em virtude do baixo custo operacional e do tempo de exposição reduzido. Os métodos mais utilizados para verificação da idade óssea por meio de radiografias de mão e punho pelo atlas (GREULICH; PYLE, 1959), baseados no reconhecimento dos indicadores de maturidade, que são caracterizados por mudanças na aparência radiográfica das epífises dos ossos longos, a partir dos estágios mais iniciais da mineralização até a fusão dessas com as diáfises.. 4.2 Imagem corporal. 4.2.1 História e conceito. A história da Imagem Corporal está inicialmente inserida num caminho traçado pela medicina, e como tal teve sua realidade transformada à medida que as pesquisas foram se desenvolvendo. No Brasil, as pesquisas relacionadas à imagem corporal teve início na década de 90. Um dos estudos precursores foi o desenvolvido por Cordás e Castilho (1994) a partir desse estudo muitos estudos têm sido realizados sobre o tema, podendo ser classificadas de acordo com seus objetivos. A imagem é o modo pelo qual qualquer objeto é processado em nosso cérebro, por meio de nossa percepção. Para conceituar a imagem corporal é necessário ser cauteloso para que não venhamos a cair no erro de reduzir a um conjunto de palavras simples. O conceito de imagem corporal abrange os processos fisiológicos, psicológicos e sociais, num intercâmbio contínuo entre eles. É uma experiência que vivemos a cada instante (BARROS, 2005). A imagem que uma pessoa tem de si mesma é formada por três tipos de informações: A imagem ideal, a imagem representada por outras pessoas e a imagem.

(24) 24. objetiva. É justamente o valor que o atributo físico adquire na vida social do indivíduo que pode estigmatizá-lo. É a linguagem que reflete nas relações cotidianas que desempenha o norte orientador para a composição de uma imagem corporal no sujeito (BARROS, 2005; GIORDANI, 2006; OLIVIER, 1995). Schilder (1999, p. 125) afirma que “a imagem corporal, em seu resultado final, é uma unidade. Mas essa unidade não é rígida, e sim passível de transformações”. Schilder (1999) foi um dos maiores estudiosos sobre a Imagem Corporal. Ele desenvolveu a experiência na área da psiquiatria, neurologia e psicologia. Seus estudos foram além da fisiologia, do sistema orgânico e partiu também para a Sociologia. Deu grande ênfase no seu processo de transformação e relacionou a imagem corporal às interações do indivíduo com os outros e com o meio, às emoções, ao uso de roupas e objetos, às relações com o próprio corpo tanto na sua parte externa quanto na sua parte interna. Ele afirma que a preocupação com a dimensão corporal, apresentada pelas pessoas que cercam o indivíduo, interfere de modo fundamental na elaboração da imagem corporal desse indivíduo. Segundo o autor, as experiências e sensações obtidas em ações e reações às relações sociais também contribuem para a estruturação da imagem corporal. Schilder (1999) elenca importantes conceitos sobre essa construção que vai desde o ponto de vista fisiológico, social e psicológico. Ele afirma que do ponto de vista fisiológico a imagem corporal não é estática, ela é construída e adquirida em contato com o mundo. Ocorrem mudanças contínuas, estando relacionadas as ações do mundo externo, onde todos os sentidos participam desse processo de construção. A imagem do corpo não advém somente de impressões ou sensações táteis, mas relaciona-se à figurações e representações sobre o corpo. À figuração do corpo estão amarradas imagens que se sustentam sempre numa relação com alguma coisa. Através da imagem, o sujeito armazena uma relação, uma situação, ou seja, a imagem do objeto relaciona-se à forma como este foi percebido (TAVARES, 2003). O. desenvolvimento. da. imagem. corporal. estar. relacionada. com. o. desenvolvimento sensório motor. Le Boulch (1992) desenvolveu uma classificação de etapas que esclarece esse desenvolvimento: A primeira etapa é a do corpo vivido. Ocorre a partir dos três meses de idade e vai até os três anos. A criança torna-se receptora e emissora de acontecimentos emocionais. É “chamada de fase espelho”, a.

(25) 25. criança passa a ter uma imagem visual do seu próprio corpo. Fase muito importante, pois contribui na compreensão, descoberta do seu mundo interno e externo (LE BOULCH, 1992). A próxima etapa é a da “discriminação perceptiva” ocorrida a partir dos três até os sete anos de idade. Nessa fase ocorre o período transitório e de preparação para o desprendimento de sua subjetividade. A terceira etapa trata-se da evolução da percepção desse corpo próprio. É o período de discriminação das partes do corpo. Até então, a criança não tinha consciência exata do corpo. É fácil percebermos nos desenhos infantis em que as crianças não conseguem desenhar a si mesmas. Seus corpos são desproporcionais, os braços eram colocados próximos às pernas, os olhos grandes em relação ao rosto, etc. É claro que pode haver justificativas para os desenhos saírem desta forma. Isso reflete o conhecimento e a experiência que elas têm de sua imagem corporal.. 4.2.2 Imagem Corporal na adolescência. A adolescência nas últimas décadas vem se tornando objeto de estudos de diferentes pesquisadores das áreas da saúde e educação. Da mesma forma pais, educadores e instituições governamentais ou não, têm discutido a adolescência na busca de maiores conhecimentos sobre esta fase da vida, no sentido de melhor orientar a formação dos jovens na atual sociedade (COUTINHO, 2013). Tais alterações provocam mudanças rápidas na aparência física e no tamanho do corpo, decorrentes da interação entre vários fatores que pode interferir na forma que percebem e imaginam seus corpos (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2003; PELEGRINI et al., 2011). Levando em consideração que do ponto de vista do mundo, o adolescente é uma ser em desenvolvimento e em conflito este atravessa uma crise que se origina basicamente em mudanças corporais, fatores pessoais e conflitos familiares. E por isto, é considerado maduro ou adulto, quando é adaptado à estrutura da sociedade (BECKER, 1985). No seu processo de amadurecimento, o adolescente vive uma serie de perdas. Uma das perdas mais relevantes nessa fase ocorre na esfera corporal, é a perda do.

(26) 26. corpo de criança. Com essa perda surgirá a necessidade de adaptar-se ao novo corpo e reconstruir a sua imagem corporal, e que certamente levará tempo, já que as modificações corporais não ocorrem todas de uma vez só em um curto período de tempo (CARVALHO, 2002). A condição de saúde é influenciada por atitudes e comportamentos e estes são cofatores diretamente relacionados a formação do corpo físico e a percepção da imagem corporal. O aumento do número de transtornos ligados à imagem corporal principalmente. na. adolescência. segundo. as. últimas. pesquisas. aumentou. consideravelmente. As associações entre a imagem corporal, insatisfação e índice de massa corporal é preocupante e evolui em toda a adolescência em meninas e meninos. Os resultados têm demonstrado grandes implicações na saúde pública, pois esses transtornos costumam ocorrer na sua fase inicial até o final dela (KAKESHITA, 2008; TIGGEMANN, 2004). Dentre os componentes da imagem corporal, destaca-se a insatisfação corporal, que pode ser definida como a avaliação negativa do próprio corpo, considerado um importante preditor de diversos agravos à saúde de adolescentes (NEUMARK-SZTAINER et al., 2006). De acordo com Veggi et al. (2004), a auto percepção do peso corporal é um aspecto importante da imagem corporal e reflete a satisfação e as preocupações sobre o peso corporal. A percepção da imagem corporal pode ser definida como uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, imagem e forma do corpo (COQUEIRO et al., 2008). A satisfação ou insatisfação com a imagem corporal na adolescência pode gerar inconstância e incerteza, pois “é uma fase onde as mudanças físicas são rápidas e profundas, atinge-se a maturidade reprodutiva, a capacidade de pensar abstratamente e o pensamento científico se desenvolve, a busca pela identidade tornase fundamental, os grupos de amigos ajudam a desenvolver e testar a autoimagem” (SILVA; TAQUETTE; COUTINHO, 2014). É comum observar que, nesta fase da vida, se afastam cada vez mais da concepção do seu corpo real buscando um ideal de beleza imposto pela sociedade, cuja não aceitação pode levá-los a um sentimento de exclusão por parte da sociedade (SMOLAK, 2004)..

(27) 27. O corpo, portanto, transforma-se em um palco de imagens corporais construídas. E as descobertas que temos de nós mesmos vão se revelando a partir do instante em que nos reconhecemos como um ‘ser’ que reage às diversas inter-relações estabelecidas pelos mesmos corpos que tentam realizar a busca pela compreensão da existência de imagens – a busca por sua própria existência (BARROS, 2005). A construção da Imagem corporal é multifacetada não existindo um único fator que possa justificar essa distorção ou insatisfação. Sabe-se que as transformações ocorridas no processo de crescimento e desenvolvimento sofrem grandes alterações durante o período da puberdade. Portanto, torna-se fundamental a história e as experiências de vida da pessoa, para este processo. Quanto aos aspectos internos, podemos fazer referenda ao corpo em si e a subjetividade do indivíduo. Todas estas forças internas e externas influenciam nas nossas percepções, movimentos e relações afetivas, transformando nossa visão de corpo constantemente.. 4.2.3 Imagem Corporal e Educação Física. Os benefícios que a prática de atividade física regular traz para os adolescentes são essenciais para o processo biológico de crescimento e desenvolvimento humano. É um fator relevante e pode influenciar na satisfação corporal em ambos os sexos. A prática regular pode ser motivada pela busca incessante em se alcançar uma forma física desejada. Um recurso encontrado pelo sujeito para conter uma insatisfação excessiva com a imagem que se tem do próprio corpo, por isso alguns autores acreditam que uma imagem corporal negativa possa ter alguma relação com o nível de atividade física (DAMASCENO et al., 2005). Apesar de estudos na área demonstrarem que a atividade física não se mostrou um fator determinante na percepção da imagem corporal, independentemente da prática ou não de atividade e do tipo de atividade praticada (MOTA et al., 2012). Essa prática necessita ser incentivada aos adolescentes de maneira prazerosa, evitando assim possíveis desistências, para que dessa forma possam alcançar as recomendações básicas de prática de atividade física para estas faixas etárias..

(28) 28. Para Tavares (2003) as atividades artísticas, vivências corporais individuais ou em grupo, esportes, ginástica e práticas sistemáticas de atividade física, entre outras, ampliam as possibilidades de novas percepções e movimentos, novas alternativas para optar em cada circunstância da vida, implicando no dinamismo do processo de desenvolvimento da imagem corporal.. 5 MATERIAS E METODOS. 5.1 Tipo de Estudo. O presente estudo caracteriza-se como descritivo, de tipologia transversal, com amostra não probabilística intencional. Onde segundo Thomas, Nelson e Silverman (2012) a pesquisa descritiva explora as relações das variáveis e a predição existentes delimitando dessa maneira a coleta de dados nos mesmos sujeitos não havendo manipulações.. 5.2 Amostra. A amostra foi composta por 207 sujeitos de ambos os sexos com idade entre 10 e 12 anos de escolas públicas no município de Natal/RN.. 5.3 Critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão dessa pesquisa respeitam o princípio da seletividade para o sujeito que estivesse dentro da faixa etária 10 a 12 anos, residente no RN, e que concordasse em participar assinando o Termo de Consentimento Livre e.

(29) 29. Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram aplicados para os sujeitos que não concluíram todas as avaliações (Idade Óssea, Maturação e Imagem Corporal) e que apresente qualquer tipo de doença ou que esteja fazendo uso de algum medicamento que possa interferir nos testes aplicados. A pesquisa seguiu rigorosamente os protocolos escolhidos para avaliação antropométrica, Escala de silhuetas e maturação, respeitando as normas de ética em pesquisa, onde os procedimentos realizados foram previamente autorizados pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP- UFRN), sob o parecer (n°1.658.657/2016), atendendo aos itens propostos pela resolução 466/2012 do CNS-Brasil, assim como respeitando as normas internacionais de experimentação com humanos conforme declaração de Helsinque (2000).. 5.4 Procedimentos e Instrumentos. 5.4.1 Avaliação Antropométrica. Os indivíduos foram avaliados descalços e usando roupas leves. Toda antropometria seguiu a padronização da International Society for Advancement in Kinanthropometry– ISAK (MARFELL-JONES; STEWART; DE RIDDER, 2006). Para o estudo da idade cronológica, massa, estatura corporal, e idade óssea foram verificados de acordo na sequência descrita abaixo. Massa corporal: O sujeito posicionou-se em pé no centro da plataforma da balança, procurando não movimentar-se. A massa foi registrada em quilogramas, com precisão de 100 gramas. Utilizou-se uma balança de plataforma digital da marca Toledo Prix BL2097® calibrada, graduada de zero a 200 kg e com precisão de 0,1 kg. Estatura Corporal: É a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto mais alto da cabeça (vértex). O indivíduo ficou descalço ou usando meias finas. A postura padrão recomenda ângulo reto com o estadiômetro, procurando colocar em contato com o aparelho de medida os calcanhares, a cintura pélvica, a cintura.

(30) 30. escapular e a região occipital. A cabeça ficou orientada no plano de Frankfurt. A medida registrada em cm, estando o indivíduo em apneia, após inspiração profunda. Para a aferição da estatura foi empregado um estadiômetro vertical SANNY ES2060®, com 210 cm de comprimento e precisão de 0,1 cm. Perímetro corrigido do Braço (Pcb): Se refere ao perímetro do braço em centímetros, subtraído pelo valor da dobra cutânea tricipital (TR) transformado em cm. As medidas de dobras cutâneas foram realizadas no lado direito dos sujeitos e repetidas três vezes sucessivas em cada local. Foi utilizada a média como valor da medida ou dois valores coincidentes. O compasso de dobras cutâneas Harpenden® (John Bull Indicators Ltda), foi utilizado para aferir as dobras. Dobra Cutânea Tricipital (TR): O local da mensuração foi determinado através da medida da distância entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a borda inferior do olecrano da ulna, pelo uso de uma fita métrica, estando o cotovelo flexionado a 90°. O ponto médio foi marcado na parte lateral do braço. A dobra foi mensurada na linha média do bordo posterior do braço, sobre o músculo tríceps, no ponto médio entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a margem inferior do olecrano. Diâmetro Biepicondiliano do Úmero (DU): Esta medida é a distância entre as bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero. O indivíduo ficou em pé. O braço, posicionado horizontalmente, com cotovelo e ombro em flexão próxima a 90°. O examinador ficou de pé, em frente ao avaliado e apalpou os epicôndilos medial e lateral do úmero, com os dedos indicadores e polegar da mão esquerda. As hastes do paquímetro foram colocadas em ângulo próximo a 45°. Diâmetro Biepicondiliano do Fêmur (DF): Esta medida é a distância entre a borda medial e lateral dos côndilos do fêmur. Estes pontos são conhecidos como os epicôndilos medial e lateral. O sujeito sentou-se com flexão do joelho próximo a 90°. O ponto aparente mais lateral do côndilo femoral foi apalpado com os dedos indicador e/ou médio da mão esquerda, enquanto os correspondentes dedos da mão direita apalparam o ponto aparente mais medial do côndilo femoral. As hastes do paquímetro foram colocadas a 45° para baixo..

(31) 31. 5.4.2 Avaliação da Idade Óssea. Foi utilizado o modelo preditor de idade óssea proposto por Cabral (2011) no qual, a idade óssea é determinada a partir das variáveis antropométricas conforme a equação abaixo.. Idade Óssea = -11,620 + 7,004(estatura) + 1,226.Dsexo + 0,749(idade) – 0,068(Tr) + 0,214(Pcb) – 0,588(Du) + 0,388(Df).. Onde: Tr= dobra cutânea tricipital, Pcb= perímetro do braço DU= diâmetro ósseo do úmero, Df= diâmetro ósseo do fêmur e Dsexo = 0 para o sexo masculino e Dsexo = 1, para o sexo feminino.. 5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica. A idade cronológica em anos foi determinada pela soma dos meses de vida do indivíduo, a partir de sua data de nascimento dividida por 12, resultando, assim, em sua idade cronológica em anos (MALINA; BOUCHARD, 2002).. 5.4.4. Avaliação do estágio maturacional. Malina e Bouchard (2002) classificam a maturação em atrasado, normal ou acelerado. A classificação é obtida através da subtração entre o valor da idade óssea em meses pela idade cronológica em meses. Após a subtração caso o indivíduo esteja.

(32) 32. entre +12 e -12 em relação à idade cronológica em meses ele é classificado como normal, acima do +12 encontra-se em classificação acelerado e caso o valor seja inferior a -12 o indivíduo tem classificação maturacional atrasada.. 5.4.5. Somatotipo. Foi utilizado o procedimento descrito por Carter (2002). Circunferências de braço, perna e coxa: utilizando uma trena antropométrica metálica da marca Sanny®.Diâmetro de Úmero e Fêmur: utilizando um paquímetro antropométrico da marca Cescorf®.Dobras cutâneas tricipital, sub-escapular, supra-ilíaca e perna: utilizando um compasso de dobras cutâneas da marca Harpenden® (John Bull Indicators Ltda). Para determinação dos componentes do somatotipo entre os gêneros foi utilizado o programa (software) SOMATOTYPE calculation and analysis®, 2001Swet Techonolies. 5.4.6 Avaliação da Imagem Corporal. Para análise da imagem corporal atual e ideal foi utilizada a escala de silhuetas proposta por Kakeshita (2008) adaptada para crianças. A escala de silhuetas foi mostrada ao sujeito da pesquisa e feito a pergunta: Qual a silhueta que melhor representa a sua aparência física atual? Logo após foi perguntado qual é a silhueta que você gostaria de ter? O avaliador estará isento de opiniões na hora da escolha das silhuetas. Para a avaliação da insatisfação corporal subtraiu-se da imagem corporal atual a imagem corporal ideal. Se o resultado da subtração fosse igual a zero, o indivíduo classificava-se como satisfeito com sua imagem corporal, e se a diferença fosse diferente de zero, classificava-se como insatisfeito (ARAÚJO; GRAUP; PEREIRA, 2007)..

(33) 33. 5.4.7 Avaliação do IMC. Os parâmetros utilizados para o IMC foram os pontos de corte da distribuição por percentis, de acordo com a idade e sexo proposto pelo World Health Organization (2005) e adotado pela OMS como referência internacional. O IMC relativo da Imagem corporal foi avaliado conforme escala proposta por Kakeshita (2008) na qual seguiu os mesmos parâmetros utilizados pelo World Health Organization (2005).. 6 ANÁLISE ESTATÍSTICA. Inicialmente, foi realizada a estatística descritiva para caracterização dos dados e o teste de Kolmogorov-Sminorv para verificar a normalidade dos mesmos. A análise.

(34) 34. dos níveis de concordância entre os resultados de Imagem Corporal (atual e desejada) e IMC (real e relativo) foi realizada através do coeficiente de correlação intraclasse (CCI), com os respectivos intervalos de confiança (IC de 95%) Para comparar as frequências relativas aos índices da imagem corporal, recorreu-se ao teste de quiquadrado. Foi utilizada a regressão logística para análise da associação da insatisfação da Imagem corporal e razão de chance (Odds rattio) O nível de significância estabelecido foi de p<0,05 para todas as análises. As análises foram realizadas através do software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS versão 20.0.. 7 RESULTADOS Os resultados da tabela 1 reporta que a maioria dos sujeitos está com idade cronológica e idade óssea, próximas uma da outra com um pequeno aumento no sexo feminino. Na tabela 2, o percentual de acelerados é maior nas meninas do que nos meninos. O que confirma o fato da idade óssea estar um pouco mais avançada do que a cronológica (tabela 1) Na amostra total e por sexo, a maioria dos sujeitos estão no estágio normal.. TABELA 1 - Descrição da amostra. VARIÁVEIS. TOTAL. MASCULINO. FEMININO. (n=207). (n=82). (n=125). Média e Desvio Padrão Idade Cronológica. 10,83+0,73. 10,83+0,75. 10,83+0,80. Idade Óssea. 10,69+1,38. 10,17+1,32. 11,02+1,31. Massa Corporal (kg). 39,95+11,20. 40,43+10,51. 39,63+11,66. Estatura (m). 1,44+0,07. 1,44+0,06. 1,44+0,08. TABELA 2 - Classificação dos estágios maturacionais.

(35) 35. VARIÁVEIS. TOTAL. MASCULINO. FEMININO. (n=207). (n=82). (n=125). Frequência relativa Atrasado. 15%. 34,1%. 2,4%. Normal. 72,5%. 61%. 80%. Acelerado. 12,6%. 4,9%. 17,6%. TABELA 3 - Comparação das frequências dos índices de satisfação da imagem corporal. TOTAL. MASCULINO. (n=207). (n=82). 36,2%. 32,9%. 38,4%. Insatisfeito. 63,8%. 67,1%. 61,6%. p valor. <0,001. 0,002. 0,009. Deseja Aumentar. 35,6%. 36,4%. 35,1%. Deseja Diminuir. (64,4%). 63,6%. (64,9%). p valor. 0,004. 0,043. 0,009. VARIÁVEIS. FEMININO (n=125). IMAGEM CORPORAL Satisfeito. O resultado da tabela 3 demonstra que tanto as meninas quanto os meninos estão insatisfeitos com a I.C, p<0,001 com o desejo de diminuir a sua escala de silhueta, porém há uma maior insatisfação com a Imagem corporal no sexo masculino, havendo diferença significativa em ambos os sexos.. TABELA 4 - Descrição dos componentes do Somatotipo por sexo e estágio maturacional. FEMININO.

(36) 36. VARIÁVEIS. NORMAL. ATRASADO. ACELERADO. (Média e Desvio Padrão) Componentes Endormorfia. 3,80+ 1,76. 3,56+ 1,12. 5,25+ 1,63. Mesomorfia. 3,18+ 1,36. 3,96+ 0,25. 3,72+ 1,36. 2,36+ 0,75. 1,99+ 1,44. 16,89+ 1,41. 22,42+ 5,06. Ectomorfia IMC (kg/m2). 3,13+ 1,61. 18,06+ 3,47. MASCULINO VARIÁVEIS. NORMAL. ATRASADO. ACELERADO. (Média e Desvio Padrão) Componentes Endormorfia. 4,25+ 1,92. 2,81+ 1,41. 7,25+ 1,92. Mesomorfia. 4,12+ 1,24. 3,57+ 1,23. 6,40+ 2,49. Ectomorfia. 2,53+ 1,54. 3,66+ 2,05. 0,67+ 0,96. 19,66+3,26. 16,95+3,25. 28,41+4,97. IMC. (kg/m2). *Nota: IMC= índice de massa corporal. Ao reportarmos para a classificação do somatótipo dentro dos estágios maturacionais este demonstra que as meninas com a maturação acelerada têm como componente predominante a endomorfia. Nos outros estágios as mesmas encontramse dentro de um padrão balanceado. Isso se dá também de igual modo para os meninos que se encontram dentro desse estágio, porém o componente da endomorfia é maior quando comparado com as meninas. No estágio normal os meninos classificam-se como mesoendomorfos e no estágio atrasado, a ectomorfia. Ao analisar o IMC em todos os estágios maturacionais estes vem corroborar com os componentes do somatotipo..

(37) 37. Frequência Relativa (%). Índices da Imagem Corporal e Maturação Meninas 150. *. 100. #. *. Satisfeito Insatisfeito Deseja Aumentar Deseja Diminuir. 50. _ 0 Atrasado. Normal. Acelerado. Figura 1 - Comparação dos índices da imagem corporal de acordo com o estágio. maturacional no sexo feminino *Nota: *p = 0,01 e #p <0,001*= diferença entre a satisfação e insatisfação; #=diferença entre o desejo de aumentar ou diminuir. Ao analisarmos a figura 1 observamos que existem 100% insatisfação de I.C nos sujeitos que se encontram com uma maturação atrasada. No estágio acelerado também há insatisfação p=0,01 e desejam diminuir a sua escala de silhueta p<0,001..

(38) 38. Frequência Relativa (%). Índices da Imagem Corporal e Maturação Meninos 150 #. *. 100. Satisfeito Insatisfeito Deseja Aumentar Deseja Diminuir. * 50. _. _. 0 Atrasado. Normal. Acelerado. Figura 2 - Comparação dos índices da imagem corporal de acordo com o estágio. maturacional no sexo masculino. *Nota: *p =0,048 e #p<0,001;*= diferença entre a satisfação e insatisfação; #=diferença entre o desejo de aumentar ou diminuir O resultado da figura 2 chama-se atenção para o estágio acelerado onde há 100% de insatisfação da Imagem Corporal p=0,04 com o desejo de diminuir a escala de silhueta p<0,001. No estágio normal também apresentou insatisfação com a I.C, mas não houve diferença significativa entre o desejo de aumentar e diminuir. Apesar de não ter diferença significativa no estágio atrasado, percebemos que nesse estágio há uma insatisfação com o desejo de aumentar a sua escala de silhuetas.

(39) 39. TABELA 5 - Coeficiente de Correlação Intraclasse entre os métodos de estimativa da. Imagem Corporal e IMC, em ambos os sexos com a classificação da maturação. Maturação. CCI. IC 95%. Atrasada. 0,460. - 0,094 - 0,733. Normal. 0,365. 0,125 – 0,539. Imagem Corporal. IMC. Acelerada. 0,702. 0,283 – 0,876. Atrasada. 0,798. 0,591 – 0,900. Normal. 0,831. 0,768 – 0,878. Acelerada. 0,793. 0,501 – 0,914. *Nota: CCI=Coeficiente de correlação intraclasse; IMC=Índice de massa corporal. Os resultados da correlação intraclasse demonstra que o nível de concordância é maior no estágio acelerado. Onde existe uma aproximação entre o que eles são e o que desejam ser, porém isso não significa que eles estão satisfeitos com a sua imagem corporal. Ao reportarmos para o IMC em todos os estágios maturacionais há concordância pelo fato do IMC ser um dado real.. TABELA 6 - Associação da insatisfação com a imagem corporal com os indicadores. de maturação a partir de regressão logística. Distribuição Indicadores. Satisfeito. Insatisfeito. (%). (%). Razão de Chance* OR (IC 95%). OR** (IC 95%). Maturação Normal. 29%. 71%. 1. 1. Atrasado. 40,7%. 59,3%. 1,68 (0,72 – 3,89). 1,78 (0,68 – 4,66). Acelerado. 19,2%. 80,8%. 2,88 (1,03 – 8,05). 2,05 (0,69 – 6,07). * A categoria de referência para a Regressão Logística foi de satisfação com a imagem corporal. * IC = Intervalo de Confiança; OR = odds ratio; OR** = odds ratio ajustado para todas as variáveis (Maturação, IMC e sexo)..

(40) 40. Os resultados demonstram no modelo simples que os sujeitos com a maturação acelerada possuem 2,88 (1,03 – 8,05 IC 95%) mais chances de ter insatisfação da imagem corporal quando comparado com o estágio normal, quando reportamos para o modelo ajustado esses valores permanecem associados.. 8 DISCUSSÃO. O objetivo do nosso trabalho foi analisar a satisfação da Imagem corporal nos diferentes estágios maturacionais em escolares. Na tabela 1 vimos que os sujeitos têm a idade óssea e a idade óssea cronológica próxima uma da outra. Isso se dá em virtude dos indivíduos do presente estudo estar no estágio de maturação normal o que se confirma na tabela 2 onde 72,5% encontram-se no estágio normal. Existe uma diferença de um ano quando olhamos a idade óssea com a cronológica entre os gêneros. As meninas possuem uma maturação mais acelerada do que os meninos, (tabela 2). Nos meninos, o pico de crescimento em estatura ocorre aproximadamente aos 14 anos de idade, com grandes variações individuais, sendo normal sua ocorrência entre os 12 e os 16 anos de idade. Nas meninas, o pico de crescimento em estatura ocorre por volta dos 12 anos de idade e apresenta consideráveis variações em relação à idade cronológica, podendo ocorrer entre os 10 e os 14 anos o que justifica os nossos achados (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009). Há uma prevalência de 68,3% de insatisfação com a Imagem corporal em ambos os sexos p<0,001. Porém os meninos estão mais insatisfeitos (67,1%) com o desejo de diminuir a sua escala de silhuetas, quando comparado com as meninas (61,6%) havendo diferença significativa em ambos os sexos. O que nos chama bastante atenção, pois vemos que os meninos tem estado preocupados com a sua aparência. Vemos atualmente um crescente aumento no número de academias consequência da grande procura de jovens e adolescentes por um corpo forte e nos padrões exigidos pela sociedade ou vendido pela grande mídia. As seleções esportivas que não levam em consideração outras variáveis no ato da seleção e sim o biótipo do atleta e somente depois analisam as demais variáveis refletindo de forma negativa na construção da imagem corporal desses adolescentes, pois acabam.

(41) 41. desejando um corpo não para se sentirem bem e sim para atender a uma seleção esportiva ou para estar igual ao que a mídia impõe como um corpo perfeito sendo ele magro, forte e musculoso a exemplo dos corpos dos atletas olímpicos que usam seu corpo como instrumento de trabalho. Os desenhos infantis, brinquedos e novelas tem passado essa imagem de que o corpo forte é o corpo perfeito e tem estimulado esses adolescentes cada vez de forma mais precoce a gerar uma insatisfação de imagem corporal. Tais padrões parecem ser a cada dia inalcansáveis, pois a cada dia vemos novidades no mundo da moda e do esporte, fazendo com essa busca seja intensa. Tal fato corrobora com os estudos de Petroski, Pelegrini,Glaner (2009) o qual encontrou elevada insatisfação de I.C no sexo masculino (72,6%) em relação ao feminino (61,8%). Apesar de pouquíssimos estudos apontarem para uma insatisfação maior de Imagem corporal no sexo masculino a tendência é de que essa Insatisfação com o corpo nos meninos venha a se aproximar do que antes era esperado para as meninas. Ao analisar as últimas pesquisas publicadas dentro dessa temática verificamos que a insatisfação com a Imagem corporal é vista em maior percentual nas meninas (CARMO et al., 2015; DA COSTA; MACHADO, 2014; GLANER et al., 2013) Porém, ao longo do tempo essa realidade vem mudando em acordo com a evolução social, campanhas midiáticas e propagação do esporte olímpico. Estudos comprovam que essa prevalência em proporções elevadas de insatisfação em ambos os sexos, são explicadas pela alta influência da mídia e sociedade que através dos meios de comunicação influenciam os padrões de beleza, sugerindo como ideal um corpo magro e atlético, não levando em consideração os aspectos da saúde e diferenças culturais de cada população. Portanto, isso acarreta uma Imagem Corporal negativa representada por altos níveis de insatisfação com a percepção do corpo (GLANER et al., 2013; VAN DEN BERG; COETZEE; PIENAAR, 2012). Conforme evidenciado por outros autores (QUICK et al., 2014; SCHERER et al., 2010) e mais apoiado por nossos achados, o que percebemos é que a insatisfação com o corpo é crescente e tem se tornado um problema de saúde pública. Não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Shim e Yang (2014) com seu estudo na Korea em crianças na fase da pré-adolescência, demonstrou insatisfação com o a imagem.

(42) 42. corporal antes da puberdade mostrando associação com excesso de peso e obesidade. Ao reportarmos para o somatótipo este demonstra que os indivíduos estão dentro de uma classificação de endomesomorfia para aqueles que estão com a maturação acelerada tanto no sexo masculino, quanto no feminino o que se confirma quando analisamos com os resultados do IMC. Esses resultados são importantes, pois podemos ver que os sujeitos estão reportando uma imagem correta que tem de si mesmo, não havendo, portanto distorção de Imagem corporal na população estudada. Esse nosso achado veio fortalecer os estudos de Kakeshita e de Sousa Almeida (2006) baseado em estudos do IMC real e relativo uma vez que o mesmo é baseado em avaliações de Imagem corporal autoanalisadas. Ao analisarmos a satisfação da imagem corporal separados por sexo com os estágios maturacionais, foi observado no sexo feminino insatisfação da Imagem Corporal nos estágios atrasado e acelerado p<0,001. Chama-se atenção para os sujeitos que se encontram com uma maturação atrasada, onde há 100% de insatisfação com o desejo de diminuir a sua escala de silhueta. Já era esperada uma insatisfação com a I.C no estágio atrasado, mas essa insatisfação seria com o desejo de aumentar a sua escala de silhueta, visto que, quando uma adolescente encontra-se dentro desse estágio, a forma do seu corpo é mais voltada para um corpo esguio. Mesmo estando com um corpo magro, ainda assim sentem o desejo de serem mais magras. O que explica esse fenômeno é o que já discutimos acima, onde a pressão exercida da sociedade e midiática é muito forte em relação a padrões de beleza reforçando que o corpo magro é o corpo perfeito. Um estudo feito na Alemanha por Schneider et al. (2013) relata insatisfação com a I.C em adolescentes e alerta que devem ser informados dentro das escolas e aos pais sobre os efeitos negativos que os comentários relacionados ao peso e à dieta têm sobre as imagens corporais dos seus filhos. No estágio acelerado há um nível significativo de insatisfeitos e também desejam diminuir a sua escala de silhueta. Ao analisar a classificação do somatotipo dentro desse estágio maturacional percebemos que as mesmas estão dentro de uma classificação de endomesomorfia o que explica o fato de querer diminuir a sua escala de. silhuetas.. Nossos. achados. corroboram. com. outros. estudos. (DE.

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