CIÊNCIA & FILOSOFIA
C f
Revisaremos alguns conteúdos sobre Ciência na Filosofia de forma que possamos:
- Distinguir Ciência de mito ou religião e quais as características compartilha com a Filosofia
El b fl ã b t iti ti d
- Elaborar uma reflexão sobre os pontos positivos e negativos da ciência. Relembrar Doxa e Episteme. “Teorias científicas”
- Métodos Cartesiano e Científico
- Entender os métodos bem como suas utilidades para a ciência.
- Articular os objetos de estudos científicos e pensar em que medida somos influenciados por eles
medida somos influenciados por eles
CIÊNCIA & FILOSOFIA
CIÊNCIA & FILOSOFIA
CIÊNCIA & FILOSOFIA
CIÊNCIA & FILOSOFIA
Ciência
(do latim
scientia) → É toda atividade
Ciência
(do latim,
scientia) → É toda atividade
intelectual humana que resulta em conhecimento e
tecnologias com vistas ao aperfeiçomento da vida
tecnologias com vistas ao aperfeiçomento da vida
humana. Possui regras e sistemas investigativos que
procuram definir aprender sistematizar testar verificar
procuram definir, aprender, sistematizar, testar, verificar
e reproduzir conhecimentos
.
Método Cartesiano
Método Cartesiano
Relembrando do Sr. René Descartes (1596 – 1650)
e seu objetivo de criar um método, um sistema muito
coerente e que, segundo o filósofo, jamais levaria a
pessoa ao engano ou erro de raciocínio.
p
g
Este método que Descartes propôs é o fundamento
q
p p
para o método científico!
1°Passo: a dúvida e busca por providência Æ Evitar
1 Passo: a dúvida e busca por providência Æ Evitar
preconceitos, precipitação em afirmar ou negar qualquer
coisa a respeito do objeto
coisa a respeito do objeto.
2° Passo: racionalizar Æ dividir os problemas em partes
pequenas para melhor resolvê‐los.
pequenas para melhor resolvê los.
3° Passo: Ordenar as ideias Æ Direcionar o pensamento
a partir do raciocínio mais simples para chegar ao
p
p
p
g
complexo.
4° Passo: Revisar Æ Elaborar e executar revisões sólidas
e aplicadas distintas vezes para evitar quaisquer erros ou
problemas no pensamento.
Expandindo o método cartesiano
O método científico contemporâneo se inspirou na
proposta cartesiana e hoje, a ciência segue igualmente os 4
passos, mas da seguinte maneira:
Observação (1°): É a visualização de um fato
(ou fenômeno). Deve ser repetida várias
(ou fenômeno). Deve ser repetida várias
vezes e por várias pessoas, buscando obter o máximo possível
de detalhes.
Problematização (2°) Levantamento de questionamentos
sobre o fato observado lembrnado sempre que para a ciência,
um problema bem formulado é mais importante que a sua
l ã
i
b
i h
di
i
Hipótese (3°): É a tentativa de explicação
para um problema. A hipótese é uma
para um problema. A hipótese é uma
pressuposição passível de comprovação mediante
fatos
apresentados e ela jamais será a “última palavra” em ciência.
p
j
p
Pelo contrário, ela é o primeiro enunciado para uma questão!
Experimentação (4°): : Etapa em que são realizadas
experiências para provar (ou negar) a veracidade de sua(s)
fi
õ
ó
ã
id
d
afirmações. Se, após a execução por repetidas vezes da
experiência, os resultados obtidos forem os mesmos, a
hipótese é considerada verdadeira
TEORIAS
TEORIAS
As teorias em ciência possuem um significado distinto do
senso comum. Para início, vamos voltar em Platão para
di ti
i
i iõ
(d
δό
) d
iê i
(
i t
distinguir opiniões (doxa ‐ δόχα) de ciência (episteme –
επηστέμη). Assim, tudo o que envolve ciência, evolve a
espisteme E a área que estuda a própria ciência é a
espisteme. E a área que estuda a própria ciência é a
Epistemologia.
A
ciência
é
universal
bem
fundamentada
em
A
ciência
é
universal,
bem
fundamentada
em
comprovações lógicos/racionais com testes que estão
acessíveis a quaisquer pesquisador que queira testar a
q
q
p q
q
q
hipótese, os experimentos ou um projeto. Além disso, não é
dogmática e as críticas, quando bem fundamentadas, são
g
úteis para o avanço científico. É objetiva.
Doxa é uma opinião simples, ou “senso comum”. O
saber sem base, pautado em tradições e saberes
culturais,
populares
e/ou
hereditária.
Não
tem
fundamento e é
dogmático
, não aceita críticas, dúvidas
É
ou contestações. É subjetivo.
É o conhecimento que está no domínio do povão, mas
É
é superficial e não visa explicar nada: é o famoso “É assim
porque sempre foi” ou o “chazinho da vovó que cura
”
tudo”.
f
ã
ã
“
”
Por
fim,
as
teorias
não
são
“crenças”,
aleatoriedades
d
epensamentos
ou
opiniões
individuais dos cientistas, mas modelos explicativos
fundamentados em diversos estudos e ocorrências
traduzidas e compartilhadas por cientistas ao redor
do globo!
g
As teorias são “esquemas” que explicam um
As teorias são
esquemas
que explicam um
Dogmatismo vem da palavra grega dogma que significa: uma opinião Dogmatismo vem da palavra grega dogma, que significa: uma opinião
estabelecida por decreto e ensinada como uma doutrina, sem contestação.
O dogmatismo é uma atitude autoritária e submissa. Autoritária porque não admite dúvida, contestação e crítica. Submissa porque se curva a opiniões estabelecidas. A ciência distingue‐se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos preconceitos tradições este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a ciência baseia‐se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam
(
internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. (Marilena Chaui. Convite à filosofia, 1994. Adaptado.)
Do ponto de vista da objetividade, explique por que o conhecimento científico é superior ao senso comum.
DEFINIÇÕES FILOSÓFICAS
DEFINIÇÕES FILOSÓFICAS
Vamos relembrar de algumas escolas
filosóficas que propuseram definições sobre
q
p p
ç
ciência e seus métodos? A primeira delas é
fácil
Representacionismo
Empirismo
O conhecimento é posto
em termos de proposições
Empirismo
Escola
filosófica
que
defende a ideia de que o
p p
ç
simbólicas ou por figuras,
representações. O objeto em
defende a ideia de que o
conhecimento se origina nos
sentidos do corpo e, portanto,
si jamais pode ser alcançado
e, no lugar, trabalha‐se com
p
, p
,
a
ciência
deveria
ser
experimental.
representações
sobre
o
objeto de estudo.
*Lembram
das
três
palavrinas “mágicas”?
Filósofos
principais:
Ludwig
Wittgenstein
e
Filósofos principais: John
L
k D id H
Ludwig
Wittgenstein
e
Gottlob Frege.
Falibilismo
Positivismo
Compartilha das mesmas
características
do
Positivismo
É a ideia de ciência que
“progride”, levando em conta
positivismo, mas ressalta o
valor da falibilidade, isto é, da
progride , levando em conta
sua história que não pode ser
esquecida. A ciência evolui e se
probabilidade
de
erro.
Pesquisas científicas devem
q
torna
complexa
e
especializada.
sempre
estar
sujeitas
à
testes
para
sua
ã
Filósofos
principais:
Logicistas e positivistas como
comprovação.
Principal filósofo: Tomas
Augusto Comte.
Principal filósofo: Tomas
Para uma atividade ser considerada “ciência”,
haveria, segundo os positivistas, três características
que permitem, a nós, identificar um autêntico
conhecimento de um senso comum, ou “fofoca”.
O
Falibilismo,
também
concorda
com
os
positivistas, mas adicionam uma característica além
das outras três. Vejamos a seguir:
Î É empiricamente comprovável
Î É empiricamente comprovável
Î Intersubjetivamente partilhável
Î Acumulativa
Î Acumulativa
(POSITIVISMOPOSITIVISMO)Î Através de novos questionamentos, a ciência pode
alterar ou mudar suas hipóteses, explicações, princípios
a e a ou
uda
ua
pó e e , e p caçõe , p
c p o
ou paradigmas.
LEMA DO POSITIVISMO
LEMA DO POSITIVISMO
ORDEM
ORDEM
E
E
PROGRESSO
PROGRESSO
“O AMOR POR PRINCÍPIO, A ORDEM POR BASE E O
Vestibular?
Vestibular?
( ) d
(ENEM 2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores
D t B i l i d l Il i i ã i como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física ep ç q , culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4, 2004
(adaptado) (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
(A) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
(B) f últi l d i i t
(B) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
(C) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do (C) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
(D) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
(E) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos
(Ueg) A ciência desconfia da veracidade de
(Ueg) A ciência desconfia da veracidade de
nossas certezas, de nossa
adesão
imediata
às
coisas
da ausência de crítica e da falta de
coisas, da ausência de crítica e da falta de
curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e
acontecimentos a atitude científica vê problemas e
acontecimentos, a atitude científica vê problemas e
obstáculos, aparências que precisam ser explicadas.
C
il
C
i
à fil
fi Sã
l Á i
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
p. 218.
Com base na afirmação precedente pode‐se afirmar que:
a) a ciência, ao contrário do senso comum, é um conhecimento objetivo,
tit ti li d õ át d áti bj ti
quantitativo e generalizador, que se opõe ao caráter dogmático e subjetivo do senso comum.
b) a ciência domina o imaginário contemporâneo Isso significa que cada b) a ciência domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, cada vez mais, confiamos no testemunho de nossos sentidos que promovem uma adesão acrítica à realidade dada.
c) a ciência existe para confirmar nossas certezas cotidianas, utilizando um pensamento assistemático que despreza o trabalho da razão.
d) a rigor a ciência complementa o senso com m mas banindo os d) a rigor, a ciência complementa o senso comum, mas banindo os obstáculos e problemas observados por nossa percepção imediata das coisas.