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Religião e Movimentos Sociais

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Academic year: 2021

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Religião e Movimentos Sociais

A linha de pesquisa Religião e Movimentos Sociais reúne projetos referentes a fenômenos religiosos na sua imbricação com o "não-religioso", ou seja, aos diversos entrelaçamentos entre discurso e práticas religiosas, envolvendo temáticas como política, pobreza, etnia, violência e meio-ambiente, e incluindo contextos sociais considerados mais seculares.

Centro de Estudos Latino Americanos de Pentecostalismo Coordenadora: Cecilia Mariz

Financiamento: PCIR University Southern California http://crcc.usc.edu/initiatives/pcri/center-brazil.html

O projeto "Centro de Estudos Latino Americanos de Pentecostalismo” é composto por três sub-projetos intitulados: (1) “Líderes Pentecostais na América Latina: atitudes políticas e sócio-econômicas”, (2) “Exportação do pentecostalismo e da Renovação Carismática Católica latino-americanos e a ‘re-cristianização’ da Europa”, (3) “Católicos Carismáticos e protestantes pentecostais: uma relação de amor e ódio?”. Cada subprojeto pretende analisar e fomentar debates sobre respectivametne (1) os discursos de liderança pentecostais e carismáticas latino americanas, mas especialmente brasileiras, tanto protestantes quanto católicas, a respeito de uma ampla variedade de temas; (2) projetos de missões

internacionais desses diferentes grupos religiosos visando recristianização da Europa; (3) práticas e discursos ecumênicos e inter-religiosos.

Memória Dissidente: cristianismo pentecostal, memória e Estado Nacional Coordenadora: Clara Mafra

Financiamento: CAPES, Faperj e CNPq

No Brasil, mesmo que o crescimento pentecostal continue a depender da conversão de pessoas anteriormente vinculadas a outras religiões, não se pode ignorar que a continuidade de sua expansão também se relaciona com o acúmulo e a familiarização da mensagem entre pessoas “nascidas no evangelho”. A metáfora das diferentes ondas pentecostais

freqüentemente citada na literatura especializada remete a um trabalho de persistência do cristianismo: entre outros aspectos, estabelece-se uma diferença crucial no exercício do proselitismo, entre a recepção do neófito em uma comunidade de irmãos minoritária, amedrontada e perseguida ou diante de uma minoria visível, orgulhosa de si e atuante no espaço público.

Neste plano de trabalho, proponho compreender as transformações do pentecostalismo em seu duplo movimento, de ruptura e renovação cultural e social. Tendo por base uma etnografia entre três gerações de pentecostais que se estabeleceram no noroeste do Estado do Rio de Janeiro, buscarei os referenciais nativos de ruptura e continuidade cultural. A questão de fundo, que garante o aporte comparativo do plano de trabalho, indaga sobre a integridade do cristianismo em suas diferentes versões.

Caminho de Santiago: o protagonismo das associações de amigos do caminho no processo de construção da peregrinação jacobea

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Coordenação: Sandra de Sá Carneiro (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Brasil) e Nieves Herrero (Universidad de Santiago de Compostela- Espanha)

Financiamento: bolsa de estágio pós-doutoral Capes/Fundação Carolina

Em 1987 o Caminho de Santiago foi proclamado o Primeiro Itinerário Cultural Europeu pelo Conselho de Europa e, em 1993, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Neste processo de luta e de reconhecimento desta rota de peregrinação milenar foram protagonistas as associações dos amigos do Caminho, criadas inicialmente na França e Espanha. Hoje elas são fundamentais na construção de sentido da moderna peregrinação, tornando-se uma espécie de “guardiãs” da memória da peregrinação tradicional, que se por um lado teve alargado o seu sentido original, puramente religioso, por outro, não pode perder seu sentido simbólico de “transformação interior”, “de auto conhecimento” ou seja, do seu poder transformador associado à viagem interior.

Podemos dizer que no intenso processo de revitalização e de recuperação da rota jacobea, em que teve um peso decisivo sua própria patrimonialização, foi sendo mapeado um campo de disputa em torno dos significados, valores e pertencimento da peregrinação. De fato, na progressiva recuperação da peregrinação e do seu traçado foi possível observar a intervenção de vários atores políticos: os governos (locais, municipais, estaduais e nacionais), o mercado e a sociedade civil, além da própria Igreja, que foi perdendo pouco a pouco o seu papel hegemônico no processo. A convivência entre estes atores nunca foi fácil, entre eles se produzem relações de cooperação, negociação e de conflito permanentes, num jogo de aproximações e distanciamentos bastante peculiar. O certo é que todos eles contribuíram com suas iniciativas para a recuperação e manutenção do Caminho, que hoje assume cifras inimagináveis, apontando para a sua universalização e, ao mesmo tempo, destradicionalização. Nesta medida, estes atores enfrentam conflitos que surgem de suas diferentes interpretações, interesses e propostas.

Neste trabalho nos detivemos em analisar as propostas das Associações de Amigos do Caminho de Santiago que tiveram e tem um papel fundamental na promoção da peregrinação, sendo causa e conseqüência do seu processo de revitalização desde o final dos anos 1980. Atualmente elas se destacam em suas denuncias da mercantilização e turistização do Caminho, na defesa e salvaguarda de um patrimônio que se universalizou e se destradicionalizou. Do ponto de vista das associações, isto é resultado das atuações das administrações excessivamente orientadas pelos interesses do mercado e da própria Igreja católica que parece viver a perda do controle sobre o fenômeno, mantendo uma posição de só reconhecer como “legítima” a peregrinação realizada por motivos religiosos.

Neste campo de disputas, as associações que embora aceitem como legítimos a diversidade de sentidos espirituais e/ou culturais que outorgam muitos peregrinos atuais a sua experiência, centram suas atividades em promover “a prática da peregrinação de modo tradicional”, em continuidade com o passado. Entendem também que os hospitaleiros e os albergues tem um papel fundamental na performance de criação de um ambiente próprio, propício a um “renascer” do peregrino, que é a “busca interior”, fruto de um processo de reflexividade que ele vive durante o exercício da peregrinação, que é uma forma de aprendizado.

Nos perguntamos então como esta experiência é construída dialogicamente no texto das múltiplas e variadas relações sociais que são estabelecidas entre os diferentes atores sociais. Consideramos que a análise da proposta das associações e de sua influência na configuração da peregrinação atual é importante na reflexão acerca dos modos e

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procedimentos empregados para a elaboração de um “sentido mais universal” nas construções do caminho de Santiago como patrimônio da humanidade tanto no seu aspecto material (itinerário e monumentos) quanto simbólico e imaterial (a própria peregrinação como um ritual e os valores que lhe são agregados).

Religião, Política e Educação: novas interfaces

Sub-projeto: Religião, Política e Educação: em questão a implantação do ensino religioso no Rio de Janeiro

Coordenadora: Sandra de Sá Carneiro Financiamento: Prociência

Este projeto situa-se dentro da temática mais ampla da pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos anos: a das relações entre religião e política na sociedade brasileira contemporânea, tendo como horizonte o diálogo entre tradição e modernidade. Inúmeros estudiosos têm apontado para as evidências de referências à religião ou ao "religioso" como dimensão

significativa da contemporaneidade, o que parece contrariar com a imagem que por muito tempo predominou desde o fim do séc. XVIII que preconizava o "fim da religião. Essa imagem está associada ao que podemos genericamente

chamar de laicização do Estado, que engloba dois aspectos: a desvinculação entre o aparato estatal e as instituições religiosas e a eliminação de toda referência a valores e conteúdos religiosos nas áreas reguladas por leis civis. O que poderia ser traduzido ainda pela perda da relevância política de todas as identidades de base religiosa. O objetivo mais geral é discutir as relações entre religião e Estado, laicidade e liberdade religiosa. Para isso, buscamos

acompanhar o debate a respeito da laicidade garantida pela Constituição brasileira e do papel do Estado e da sociedade na construção dos indivíduos como membros da sociedade nacional. O ponto de partida é a análise das tensões, negociações e controvérsias que vêem sendo travadas em torno da polêmica implantação do ensino religioso nas escolas públicas, tendo por objeto empírico o caso do Rio de Janeiro. Pretende-se assim analisar os principais argumentos e estratégias dos diferentes atores sociais envolvidos na discussão sobre a implantação do ensino religioso, buscando contextualizá-los no quadro social, político e religioso do Rio de Janeiro. Neste caso específico, o campo de disputa foi instaurado com a aprovação da lei estadual (3459/00) que estabelece que o ensino religioso será oferecido na forma confessional nas escolas estaduais.

Religião e Violência na perspectiva neo-liberal Coordenadora: Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros

Pesquiso as formas de vivências do campo religioso, partir das novas abordagens do fenômeno. As romarias de Juazeiro do Padre Cícero, vistas como objeto do turismo religioso, desafiam o entendimento das práticas dos romeiros, tanto em suas relações com a hierarquia da Igreja Católica, quanto em relação ao assédio da catequese das novas denominações religiosas que atuam na sociedade. Estudo também os conflitos familiares nascidos da ruptura decorrente da migração de membros de grupos familiares,

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tradicionalmente romeiros, para as chamadas Igrejas Eletrônicas. Discursos Étnico-Religiosos, Subjetividade e Espaço Urbano. Coordenadora: Márcia Contins

Ao longo dos últimos anos venho realizando pesquisas sobre etnicidade e religião no contexto das chamadas religiões afro-brasileiras, do

pentecostalismo e do catolicismo popular. Mais recentemente tenho ampliado essa reflexão focalizando as relações entre religião e discursos sociais

especialmente no âmbito dos movimentos negros e dos discursos e políticas sobre a ação afirmativa. Desde a obra de autores clássicos, tais como Max Weber e Ernst Troeltsch, o paralelo entre os mundos católico e protestante e suas respectivas relações com a modernidade tem sido um tema recorrente na sociologia da religião e que permanece nas discussões contemporâneas. Mudanças recentes nesses universos religiosos, assim como suas adaptações a diferentes contextos sociais e históricos sugerem que esse tipo de

comparação requer uma atualização constante. Neste projeto, pretendo explorar as relações de identidade e diferença que o protestantismo e o catolicismo mantêm entre si em contextos urbanos contemporâneos. Embora pouco estudadas na maioria das pesquisas realizadas sobre o pentecostalismo e sobre as versões carismáticas do catolicismo popular, as categorias da “pessoa” e da “possessão” desempenham papel central no entendimento dessas experiências religiosas. Nosso propósito será investigar as mudanças ocorridas nessas experiências, focalizando os modos pelos quais elas se expressam simbolicamente. Nesse sentido, ao focalizar o que estamos chamando de “conexões urbanas”, estamos, na verdade, explorando os vínculos de natureza total que são exercidos nas relações desses grupos não somente com outros grupos sociais e instituições no espaço da cidade, mas igualmente, e não menos importante, seus vínculos com a ordem cósmica, relações expressas por categorias de natureza mágico-religiosa.

Religião e deslocamentos em contextos de violência Coordenadora: Márcia da Silva Pereira Leite

O objetivo desta pesquisa é a análise das modalidades através das quais símbolos, valores, categorias e rituais religiosos possibilitam que diferentes atores sociais promovam deslocamentos espaciais, simbólicos e políticos em contextos de violência.

Religiosos na Esfera Pública Coordenadora: Patrícia Birman

Visa analisar as formas pelas quais religião e política se entrelaçam em espaços públicos brasileiros contemporaneamente. O seu intuito é de compreender como religiosos e leigos objetivam, definem e redefinem as fronteiras entre religião e outras dimensões da vida social, como cultura, patrimônio e política, por exemplo, de acordo com seus projetos, estatutos e interesses. Dois eixos argumentativos se entrelaçam. Um relativo à importância

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que adquiriu na esfera pública a identidade evangélica. Busco compreender os discursos e as práticas religiosas evangélicas, sobretudo nas suas relações com a esfera pública, considerando também a importância da mídia nas suas construções religiosas. Outro eixo, em continuidade com este e, em parte, seu lugar de aplicação, é relativo as formas pelas quais religiosos se relacionam (e eventualmente se transformam em mediadores importantes e interlocutores fundamentais) no plano social e político com outros grupos e agências

governamentais e não-governamentais, guiados por princípios conflitivos e/ou concorrentes com os seus em territórios específicos.

Referências

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