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GRUPO DE TRABALHO 9 ESTUDOS SOCIOCULTURAIS DO ESPORTE ESPORTE, EMOÇÕES E INDÚSTRIA CULTURAL: A PROCURA PELO ESPORTE ATRAVÉS DAS EMOÇÕES

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GRUPO DE TRABALHO 9

ESTUDOS SOCIOCULTURAIS DO ESPORTE

ESPORTE, EMOÇÕES E INDÚSTRIA

CULTURAL: A PROCURA PELO ESPORTE

ATRAVÉS DAS EMOÇÕES

Bruno Barth Pinto Tucunduva

Marina Redekop Cassapian

Suélen Barboza Eiras

Talyta Danyelle Toledo

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ESPORTE, EMOÇÕES E INDÚSTRIA CULTURAL: A PROCURA PELO ESPORTE ATRAVÉS DAS EMOÇÕES

Bruno Barth Pinto Tucunduva1 Marina Redekop Cassapian1

Suélen Barboza Eiras1 Talyta Danyelle Toledo2

Resumo

Este trabalho, de caráter exploratório, tem como objetivo discutir a relação entre esporte, emoções e indústria cultural. Neste texto busca-se compreender a procura pelo esporte a partir das emoções; busca-se também entender a oferta no campo esportivo através do conceito de indústria cultural; por fim, através da Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu, elucidar a relação entre oferta e demanda que envolve o campo esportivo e midiático. Conclui -se que a oferta e a demanda devem ser vistas de forma relacional, onde as mesmas estão diretamente relacionadas com as estruturas sociais, os capitais e o habitus. Portanto, é de extrema importância que o campo esportivo não seja visto pelo profissional de Educação Física como fechado em si mesmo, mas numa perspectiva relacional, ou seja, permeado por diferentes campos, agentes e estruturas.

Palavras-chave: esporte; emoções; indústria cultural.

INTRODUÇÃO

Tendo uma grande inserção em nossas vidas, o esporte é considerado hoje um fenômeno sociocultural. Ao olharmos ao nosso redor nos deparamos com pessoas de diferentes contextos sociais e em diferentes espaços que se mobilizam para a prática esportiva e para o consumo do espetáculo esportivo; diferentes meios de comunicação incorporam o esporte nas suas transmissões e notícias; diversos profissionais e saberes envolvem o campo esportivo; inúmeras empresas vinculam sua marca a determinadas equipes, atletas, campeonatos esportivos, projetos sócio-esportivos; lojas oferecem os mais variados produtos esportivos. Ainda olhando ao nosso redor, podemos perceber uma reprodução de cortes de cabelo, tatuagens, roupas, calçados, expressões, gestos, apelidos de atletas famosos no dia -a-dia de praticantes do esporte. Vislumbradas com o sonho de se tornar um atleta famoso, inúmeras crianças se matriculam em escolinhas esportivas.

Mas afinal, porque as pessoas procuram o esporte seja como espectador ou como praticante? Porque escolhem determinado esporte? Porque alguns esportes ocupam espaço de

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Alunos do programa de Mestrado em Educação Física da Universidade Federal do Paraná.

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destaque no meio midiático? Essas foram algumas das perguntas que buscaram nortear o nosso trabalho.

Portanto, este trabalho, de natureza exploratória, busca num primeiro momento, através da leitura de Elias, analisar a procura pelo esporte no tempo de lazer, seja como espectador seja como praticante. Em seguida, procura entender a oferta do esporte pela indústria cultural, elucidando algumas relações entre a mesma e o esporte, relações estas que o apresentam como um espetáculo cada vez mais complexo. Por fim, baseando-nos na Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu, buscaremos compreender a relação entre a oferta e a demanda no campo esportivo, e sua ligação com o campo midiático.

O espaço dos esportes, apesar de ser relativamente autônomo, como um espaço que não é fechado em si mesmo, estando este inserido em um sistema de práticas e consumos (BOURDIEU, 1990). Portanto, se quisermos compreender o esporte, bem como porque determinados esportes são ofertados e procurados, é preciso transcender a leitura simplista de regras e sistemas táticos e estudá-lo através de sua totalidade, observando as inter-relações intrínsecas e extrínsecas ao campo esportivo.

A BUSCA PELAS EMOÇÕES NO ESPORTE

Para entendermos as relações entre emoções e esporte nos atentaremos para as formulações teóricas de Norbert Elias e Eric Dunning, mas especificamente para as suas contribuições feitas através do livro “A Busca da Excitação”. Mas antes de focarmos nossa atenção sobre o esporte, torna-se imprescindível a compreensão da teoria do processo civilizador, pois se queremos compreender as posições destes autores é preciso compreender o desenvolvimento das formas e dos significados do esporte moderno como parte do processo civilizador (GEBARA, 2002). Afinal, a compreensão do desporto deve estar atrelada com a compreensão da sociedade (ELIAS; DUNNING, 1992). Os autores declaram

Que espécie de sociedade é esta onde as pessoas, em número cada vez maior, e em quase todo mundo, sentem prazer, quer como actores ou espectadores, em provas físicas e confrontos de tensões entre indivíduos ou equipas, e na excitação criada por estas competições, realizados sob condições onde não se verifica derrame de sangue, nem são provocados ferimentos sérios nos jogadores? (ELIAS; DUNNING,1992 p.40).

Portanto, para Elias (1992), pensar no surgimento do esporte moderno implica necessariamente em analisar a consolidação dos Estados e o surgimento de novas formas de comportamento e participação na sociedade. Assim, não podemos realizar análises sobre os

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esportes pautados somente em aspectos econômicos, é preciso levar em consideração as condições históricas, políticas, sociais, culturais, administrativas.

Para Elias e Dunning (1992) a sociedade vem passando por um processo de longa duração empiricamente evidente, entretanto não planejado, que implica, entre outras coisas, no aumento do autocontrole em relação aos impulsos violentos (ELIAS, 1992). O processo civilizador, apesar de diferentes seqüências de desenvolvimento nos diversos países, parece seguir uma tendência semelhante em várias partes do mundo (BARBOSA, 2003), sendo considerado por Goudsblom (2001) como uma característica universal das sociedades humanas.

Elias mostrou como o controle das pulsões e das paixões dos indivíduos foi preciso para a vida em sociedade, pois a centralização política e administrativa e uma maior interdependência entre os indivíduos exigem modificações nos comportamentos dos mesmos (BARBOSA, 2003).

destruição do feudalismo, a formação dos Estados, a monopolização, a centralização dos impostos e da força física e sua pressão sobre os indivíduos, produzindo uma nova rede de configurações, exercendo um controle social mais intenso e com um aumento da interdependência das pessoas (BARBOSA, 2003, p. 02).

A aprendizagem do autodomínio passou então a ser condição fundamental para a vida em sociedade, e este autodomínio fica tão automático que se torna es trutura profunda de sua personalidade (ELIAS; DUNNING, 1992). Assim, há uma transformação global do código de conduta e um aumento do grau de sensibilidade em relação à violência nos indivíduos.

As soluções dos conflitos passaram então a serem dirigidas de maneiras distintivas em relação ao uso imediato da força/violência (GEBARA, 2002). Os conflitos são resolvidos através de regras concertadas entre ambas as partes e de uma forma não violenta. Segundo Elias e Dunning (1992, p. 59), “as técnicas militares deram lugar às técnicas verbais do debate feitas de retórica e persuasão.” Seria o processo de cortenização ou parlamentarização dos guerreiros medievais, quando a violência presente no cotidiano dos guerreiros medievais cede lugar à disputa e ao refinamento de conduta dos cortesãos (GEBARA, 2002).

Estritamente ligado à sociedade, o esporte também é influenciado por estas mudanças. Para Elias (1992, p. 59), “foi esta alteração, a maior utilização da sensibilidade quanto à utilização da violência, que, refletida nos hábitos sociais dos indivíduos, encontrou também expressão no desenvolvimento dos seus divertimentos.” Assim, todas estas alterações fazem

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com que a sociedade seja considerada monótona não sendo capaz de gerar excitações nos indivíduos.

Portanto, baseados na busca por uma excitação agradável é que Elias e Dunning (1992) desenvolvem suas assertivas sobre as atividades de lazer, e dentro disto o esporte.

Diferentemente do que é apresentado por outras formulações teóricas de um lazer como compensação para o trabalho, os autores atestam que o lazer está ligado com a criação de tensão ao invés do simples alívio da mesma. Para os autores, as atividades consideradas como de lazer são aquelas que são escolhidas livremente, não-remuneradas e agradáveis para si mesmo. Dentro desta categoria, existem as atividades “miméticas ou jogo”.

As atividades miméticas, apesar de apresentaram uma grande diversidade, possuem características comuns. Ou seja, os autores se utilizam do termo “atividades miméticas” para designar as atividades que despertam emoções relacionadas com as emoções sentidas na chamada parte “séria” da vida. Seria uma espécie de transposição das emoções para um espaço em que estas não colocam em risco a ordem da vida social e não são perigosas. Segundo Dunning (1999, p. 33), “mesmo medo, horror, ódio e outros sentimentos, geralmente longe de agradáveis, podem ser associados a situações miméticas com sentimentos de prazer.” O despertar de excitação em público fora de contextos miméticos são rigidamente c ontrolados em nossa sociedade e pela nossa consciência, entretanto, dentro do contexto mimético esse despertar das emoções é permitido.

Portanto, para este referencial teórico, os indivíduos ao procurarem o esporte no seu tempo livre estão buscando um tipo específico de tensão. Ao invés de buscar o repouso ou a liberação das tensões, os indivíduos estão procurando no seu tempo de lazer uma excitação singular e agradável, onde a exteriorização das emoções pode ser desfrutada com aprovação social e de sua consciência.

Além disso, o despertar das emoções possui um espaço central nos esportes e no lazer, pois é capaz de proporcionar uma função de desrotinização (DUNNING, 1999). Entretanto, as atividades de lazer podem perder sua capacidade de gerar excitação, nã o tendo mais esta função. Se há um controle muito rígido, as atividades de esporte e lazer podem se tornar chatas e rotinizadas, e se esse controle se torna muito frouxo, o comportamento pode ultrapassar o que é considerado como civilizado. As atividades de lazer devem gerar um nível de insegurança, de risco, de tensão, de agitação da ansiedade e também de satisfação da expectativa das pessoas, para que haja um alívio emocional e um grau de excitação (ELIAS; DUNNING, 1992).

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Portanto, visto que a vida em sociedade proporciona uma vida sem emoções, exige um grau de rotinas e necessita de um autodomínio dos indivíduos, os autores acreditam que as atividades miméticas e/ou o jogo proporcionam um descontrole controlado das emoções e também a destruição da rotina, sendo assim um antídoto para as rotinas da vida (ELIAS; DUNNING, 1992).

Após a leitura de Elias e Dunning percebemos a existência de uma busca pela “quebra” da rotina e pelo descontrole controlado das emoções através da prática esportiva, percebemos uma demanda nos indivíduos. Entretanto, o que tem sido oferecido hoje no campo esportivo?

Encontrando na tecnologia um fortíssimo aliado, os espetáculos esportivos estão cada vez mais elaborados, mais espetaculares e, ao mesmo tempo, mais ajustados ao formato exigido pela mídia. Portanto, o que tem sido oferecido hoje no campo esportivo através da indústria cultural? Qual a relação da mídia com os esportes? No próximo capítulo buscaremos elucidar algumas relações da oferta do esporte através da indústria cultura l e o esporte.

A OFERTA ATRAVÉS DA INDÚSTRIA CULTURAL

Para iniciar o tema sobre indústria cultural faz-se necessário compreender que este conceito foi introduzido pela primeira vez em 1947 pelos teóricos Theodor W. Adorno e Max Horkheimer da escola de Frankfurt. A Escola de Frankfurt é o nome dado à institucionalização dos trabalhos de um grupo de filósofos e cientistas sociais de tendências marxistas não ortodoxas, que se encontram no final dos anos 1920.

O termo indústria cultural foi utilizado para substituir o termo de cultura em massa e tinha como objetivo evitar confusões entre a cultura produzida popularmente e a cultura produzida segundo os mecanismos industriais e baseados na comercialização de produtos (BASSANI; VAZ, 2005). Assim, este termo está relacionado com o processo de banalização e mercantilização da cultura e tem como objetivo a lucratividade e a manutenção do controle social sobre as pessoas.

Adorno e Horkheimer (1985) afirmam que a indústria cultural realiza uma reprodução constante dos seus produtos como também cria uma necessidade do uso destes. A indústria cultural possui a capacidade de produzir uma mercadoria com baixo custo, de forma padronizada e em grande escala, apresentado-as como inéditos para compra e consumo e capazes de satisfazer as necessidades de seus espectadores (MEZZAROBA, 2009).

Adorno e Horkheimer (1985) também apontam que diante deste processo de mercantilização não há possibilidade dos espectadores terem uma consciência crítica e autônoma, recebendo as informações de forma passiva. Afirmam que

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O espectador não deve ter necessidade de nenhum pensamento próprio, o produto prescreve toda reação: não por sua estrutura temática – que desmorona na medida em que exige o pensamento – mas através de sinais. Toda ligação lógica que pressuponha um esforço intelectual é escrupulosamente evitada. Os desenvolvimentos devem resultar tanto quanto possível da situação imediatamente anterior, e não da idéia do todo (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p.128-129).

A indústria cultural é composta pelos meios de produção e difusão como os livros, cinema, imprensa, rádio, fotografia, reprodução da arte e outros meios de comunicação que vão surgindo com a inovação tecnológica.

A mídia, entretanto, é a principal operadora da Indústria Cultural, transmitindo símbolos e significados sociais compartilhados na cultura contemporânea, que geram uma maneira homogenia de agir. A mesma pode ser entendida como qualquer, “veículo de transmissão de conhecimentos, informações, divertimentos, etc., de um número relativamente pequeno de pessoas ou emissores, para um número significativamente maior de receptores (DOMINGUES, 2006, p. 63)”. Um exemplo disto é a televisão.

Em seu livro “Sobre a televisão”, Bourdieu (1997) afirma que a televisão tende a tornar -se dominante, e que a mesma pode mostrar fatos diferentes da realidade, dramatizar ou aumentar a importância destes. Assim conforme Bourdieu

a televisão procura espetacularizar todas as suas imagens veiculadas, age desta forma, para poder vendê-las, ou seja, para ter um retorno financeiro para as suas ações. Esse meio comunicacional expressa-se através da imagem, os textos são auxiliares na compreensão da mensagem e desta forma cria o impacto através da imagem espetacular para conseguir grandes audiências e depois dar continuidade ou concluir a mensagem veiculada (BOURDIEU, 2001, p. 93).

Capaz de fascinar e penetrar no imaginário social, a televisão é considerada o maior instrumento de socialização, ocupando horas no dia-a-dia das pessoas (FERRÉS, 1998).

Contudo, não há mais como se falar em esporte sem citar a mídia, principalmente a televisão, que faz com que a audiência global atinja 4,2 bilhões de espectadores, como foi o caso dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004; e ainda superado pelos Jogos Olímpicos de Peq uim, que renderam uma audiência televisiva recorde de 4,7 bilhões de telespectadores, ou seja, cerca de 70% da população da Terra (FOLHA ONLINE, 2008).

Sobre isso, Bourdieu (1983, p. 144), afirma que “o esporte espetáculo apareceria mais claramente como uma mercadoria de massa e a organização de espetáculos esportivos como um ramo entre outros do show business” (BOURDIEU, 1983, p. 144).

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A ligação do esporte com a televisão iniciou na década de 70, entretanto, a relação do esporte com a indústria cultural é antiga. A massificação dos esportes teve alguns marcos durante a história: na década de 50 com a união do futebol de campo com o rádio; na década de 70 com a televisão; e na década de 90 com a internet (CAMARGO, 2001) .

Assim, a televisão e o esporte não podem ser vistos de maneira separada, havendo uma relação de interdependência entre eles pelos aspectos mercadológicos, políticos e sociais que permeiam esses dois objetos (CAMARGO, 2001).

A relação da mídia e do esporte é evidente, entretanto como ela se dá não é desta maneira. Poderíamos nos questionar porque tal esporte é divulgado e outros não, porque determinados esportes constantemente modificam suas regras, porque um esporte é transmitido em um determinado horário e não em outro, entre outras perguntas.

Diante da leitura de Adorno e Horkheimer podemos perceber que os autores apontam a mercantilização e padronização dos bens culturais e não discutem as disputas que envolvem a indústria cultural. Assim, entendemos que o conceito introduzido por Adorno e H orkheimer não é suficiente para compreendermos a relação do esporte e da indústria cultural.

Portanto, buscaremos nos basear na teoria dos campos, formulada por Pierre Bourdieu, para compreender a relação entre agentes e estrutura, entre oferta e demanda que envolve o campo esportivo e midiático.

SOBRE A RELAÇÃO ENTRE ESPORTE, EMOÇÕES E INDÚSTRIA CULTURAL

Ao retomarmos a idéia de Elias e Dunning apresentada neste trabalho podemos perceber que há uma procura pelo esporte no lazer, porém, neste modelo teóri co, não podemos identificar como se dá a escolha por uma determinada prática esportiva. Diante disso alguns questionamentos levantados por Bourdieu (1983) nos levam a refletir

como se produz a demanda dos „produtos esportivos‟, como as pessoas passam a ter gosto pelo esporte e justamente por um determinado esporte mais do que por outro, enquanto prática ou enquanto espetáculo? Mais precisamente, segundo que princípios os agentes escolhem entre as diferentes práticas ou consumos esportivos que lhes são oferecidos como possibilidade em um dado momento? (BOURDIEU, 1983, p. 136).

Da mesma forma, ao retomarmos o conceito de indústria cultural de Adorno e Horkheimer e diferentemente do apresentado pelos autores, Bourdieu (1983) indica que não trata apenas de uma relação unilateral entre estrutura e agentes.

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Portanto, retomamos as perguntas iniciais de nosso trabalho: porque as pessoas procuram determinados esportes? Porque a mídia oferta determinados esportes? Mas antes de discutirmos a relação do esporte, emoções e indústria cultural, torna-se necessário entender alguns conceitos apresentados por Pierre Bourdieu.

CONCEITOS DA TEORIA DOS CAMPOS

Começaremos com o conceito de campo que segundo Bourdieu, pode ser entendido como um espaço social estruturado que possui autonomia relativa e leis próprias. Não considerados como estruturas fixas, esses microcosmos da sociedade se caracterizam por agentes dotados de um mesmo habitus, onde o campo estrutura o habitus e o habitus constitui o campo. A existência de um campo e de seus limites é determinada pelos interesses específicos, os investimentos feitos pelos agentes dotados de um habitus e pelas instituições. O que dá vida ao campo são as relações de força dos agentes e grupos cujo retorno é específico de cada campo (THIRY-CHERQUES, 2006). O campo está em constante processo de estruturação (MARCHI JR., 2004) e em constante conflito. Bourdieu também afirma que a relação entre os campos se dá por uma rede de relações que são feitas entre os diferentes agentes sociais como também pelas diferentes estruturas.

Por habitus, Bourdieu entende como percepções, pensamentos, ações adquiridas e que se traduzem por predisposições duráveis. O habitus é considerado como uma segunda natureza humana, cujo conjunto de referências e disposições sociais guia as ações dos sujeitos. Este conceito se refere tanto ao individual quanto ao coletivo. Thiry-Cherques (2006, s/p) afirma que o habitus, “é um sistema de disposições, modos de perceber, de sentir, de fazer, de pensar, que nos levam a agir de determinada forma em uma circunstância dada”. O habitus é adquirido mediante a interação social ao mesmo tempo em que organiza esta interação. É condicionante e condicionador, é estrutura e estruturante, conjunto de disposições flexíveis, e uma interiorização da objetividade social capaz de produzir uma exteriorização do que é interiorizado (THIRY-CHERQUES, 2006). Assim habitus e campo estão intimamente relacionados.

Outro conceito utilizado por Bourdieu é “capital”. O mesmo se refere a um conjunto de referências conquistadas e necessárias para a inserção em um determinado campo. O capital pode ser, por exemplo, econômico, social, simbólico, físico, cultural, sendo que as formas de capital podem se converter umas nas outras. Em todo campo a distribuição do capital é desigual, o que geram os conflitos dentro dos campos. Assim, há uma dominação, não evidente e nem explícita, entre os agentes que monopolizam o capital específico do campo. Portanto,

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para Bourdieu, mais do que o conflito entre dominados e dominadores, a dominação é o resultado de um conjunto de ações infraconscientes de cada agente e de cada instituição (THIRY-CHERQUES, 2006).

Bourdieu também fala sobre a relação entre oferta e demanda, sendo estes considerados mecanismos sociais de constituição e de geração de necessidades e consumos. A oferta e a demanda estão diretamente relacionados com as estruturas sociais, os capitais e o habitus. De acordo com Silva e Marchi Jr. (2007, p. 04), “este espaço define, cria e comercializa não somente produtos, mas também representa a concretização de idéia, perfis e gostos.” Assim, o gosto simboliza o encaixe dos interesses de quem consome e de quem produz.

Mas, de que forma podemos relacionar os conceitos apresentados por Bourdieu com o esporte, as emoções e a indústria cultural? No próximo tópico buscaremos relacionar o campo midiático com o campo esportivo através dos conceitos apresentados por Bourdieu.

A RELAÇÃO DO CAMPO MIDIÁTICO COM O CAMPO ESPORTIVO

Ao nos atermos para o conceito de campo utilizado por Bourdieu podemos reconhecer o espaço dos esportes enquanto um campo, e assim o esporte não pode ser reduzido a um simples ritual ou ao divertimento festivo. Segundo Bourdieu (1983)

O campo das práticas esportivas é o lugar que, entre outras coisas, disputam o monopólio de imposição da definição legítima da prática esportiva, amadorismo contra profissionalismo, esporte-prática contra esporte-espetáculo, esporte distintivo – de elite – e esporte popular –de massa – etc. (BOURDIEU, 1983, p. 142).

A mídia ou o jornalismo também são considerados como campo e, Bourdieu (1997) afirma que este é mais dependente das forças externas que outros campos de produção cultural, pois depende diretamente da demanda, além de estar sujeito ao mercado e ao índice de audiência. O campo midiático busca trazer informações políticas, esportivas, econômicas entre outras, necessitando assim de conteúdos diversificados para atrair os consumidores.

Em relação ao esporte, o campo de oferta, e nisso podemos falar da indústria cultural, contribui para gerar a necessidade de suas práticas e consumo de produtos, no entanto, é preciso compreender de que forma os agentes adotam determinadas práticas esportivas e determinadas maneiras de fazê-las, levando em consideração as disposições dos agentes para tal prática.

Assim, para Bourdieu (1990) o universo das práticas esportivas é resultante da relação entre uma oferta historicamente produzida e uma procura inscrita nas disposições. Pois, ainda

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segundo o autor, o conjunto de práticas esportivas ofertadas está destinado a encontrar certa demanda social.

Supor que a probabilidade de praticar diferentes esportes depende, em graus diversos para cada esporte, do capital econômico e, de forma secundária, do capital cultural e do tempo livre; isto por intermédio da afinidade que se estabelece entre as disposições éticas e estéticas associadas a uma posição determinada no espaço social e os lucros em função destas disposições parecem prometidos para os diferentes esportes (BOURDIEU, 1983, p. 150).

Encontramos então a oferta, ou seja, o revestimento de uma prática ou consumo esportivo, e a demanda, ou seja, as expectativas, interesses e valores dos praticantes. Assim as transformações ocorridas nas práticas e consumos esportivos estão relacionadas com as transformações da oferta e da demanda. Marchi Jr. (2006), ao estudar o desenvolvimento da modalidade do voleibol no Brasil, conclui que

estruturas estruturadas que originariamente comportavam-se como estruturadas passaram, em benefício dos interesses e disposições (habitus) de determinados agentes sociais, a intervir no conjunto das relações sociais, econômicas e culturais como estruturantes na forma de pensar, agir e, principalmente consumir. (MARCHI JR., 2006, p. 180).

Ainda o mesmo autor declara que as modificações ocorridas no voleibol buscavam constituir a modalidade num produto televisivo direcionados para telespectadores com potencial de consumo.

Ainda utilizando o exemplo do voleibol, Santos Neto (2004) relata que

Em 1947 surge a FIVB que, começa a vislumbrar o voleibol como um espetáculo rentável e, com isso, visa tornar o jogo mais dinâmico. A partir da década de 80 o voleibol torna-se rentável financeiramente através das parcerias com a TV e, a FIVB começa a se preocupar em tornar o voleibol mais adequado ao formato televisivo e, assim, garantindo a popularização do esporte perante as grandes massas (SANTOS NETO, 2004, s/p.).

Outro exemplo é o futebol. Após sua transmissão pela televisão, várias foram as mudanças incorporadas pelo futebol, e assim Escher (2007, p. 43) aponta que o futebol, “deixa de ser prioritariamente voltado para os espectadores que estão dentro dos estádios para voltar-se aos telespectadores que estão em casa”. Ou seja, o espetáculo esportivo transmitido pela televisão é muito mais amplo do que a competição em si. O público presente ao estádio, na perspectiva do telespectador, também faz parte do conjunto do espetáculo (KENSKI, 1995).

Entendemos assim que a televisão é o veículo operacional da indústria cultural, o esporte seu “produto”, que é “consumido” através da emoção e a tecnologia, sua aliada. Em função

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disso, além das alterações nas regras, outros recursos são utilizados a fim de exacerbar essa emoção.

Para prender a atenção dos telespectadores é preciso dinamismo não só nos jogos e competições, mas também nas transmissões e, para isto, a televisão se renova a todo tempo. Kenski (1995, p. 130) afirma que dia após dia “surgem ângulos novos para captação de imagens como, por exemplo, as tomadas realizadas pelas câmeras nas mais diversas posições, impossíveis de serem observadas pelo espectador concretamente presente.” Isto porque a lente da câmera tenta reproduzir a dinâmica do olho humano, mas, é claro, não é igual (HATTING3 apud PIRES, 2006, p.03).

Ao tratar dos Jogos Olímpicos, Bourdieu (1997, p.125) expõe que, “as pressões da difusão televisiva afetam também cada vez mais a escolha dos esportes olímpicos, dos lugares e dos momentos que lhes são concedidos, e o próprio transcurso das provas e das cerimônias”.

Seguindo o mesmo raciocínio Betti (1998) relata que a televisão, ao propor uma nova associação entre a imagem e a linguagem, molda também novas maneiras de percepção. Betti (1998, p. 34) declara que, “esporte, por sua vez, molda-se perfeitamente à forma dessa nova linguagem das imagens; tudo é instantaneidade, ação e velocidade”.

Portanto, tanto a autonomia do campo esportivo e da mídia estão ameaçados em relação à cultura, já que a lucratividade é o que rege a transmissão dos eventos esportivos. Domingues (2006, p. 40) ainda afirma que, “os efeitos gerados pelo campo econômico traduzem condutas e adaptações dos agentes sociais, na mesma medida em que as leis de funcionamento destes campos possibilitam (ou exigem) a reestruturação dos outros campos e do habitus de seus agentes.”

Assim os bens culturais são transformados em objetos de consumo e submetidos às leis de lucro. Bourdieu afirma que

As novidades tecnológicas e as inovações econômicas que as exploram só irão aumentar a quantidade e a qualidade dos bens culturais oferecidos, e, portanto a satisfação dos consumidores, evidentemente sob a condição de que tudo aquilo que os novos grupos de comunicação tecnológica e economicamente integrados colocam para circular, ou seja, tanto mensagens televisadas como livros, filmes ou jogos, global e indistintamente assimilado sob o nome de informação, seja considerado como uma mercadoria qualquer, portanto tratado como qualquer produto e submetido às leis do lucro (BOURDIEU, 2001, p. 82).

A relação esporte-mídia se dá de tal forma a não saber-se mais quem está em função de quem. Fato este explícito nas mudanças dentro dos esportes, que vão desde as regras até seu ideal, em função da adequação do jogo aos padrões televisivos.

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HATTING, Fritz. Broadcasting sports events in television. Seminário Brasileiro de Pedagogia do Esporte. Santa Maria: UFSM, p. 89-98, set.,1998 (Anais).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se de um lado temos os que conhecem o esporte na prática, mas não sabem falar dele; do outro, temos os que não o conhecem na prática, mas sabem falar dele. Contudo, buscamos através deste trabalho conhecer mais sobre a inserção do esporte em nossa sociedade.

Baseado-nos em Elias e Dunning (1992) compreendemos a busca pelo esporte no tempo de lazer como uma forma de quebra de rotina e também pelo descontrole controlado das restrições das emoções. A oferta do esporte pela indústria cultural pode ser entendida pelo processo de mercantilização do mesmo, onde o lucro é a lógica do mercado. Entretanto, entendemos que faz-se necessário relacionar a busca pelo esporte - a demanda - à veiculação do mesmo pela mídia, ou seja, a oferta, com as estruturas e os agentes envolvidos. Pois dessa forma, se tornam claros determinados caminhos tomados pelo esporte moderno e algumas de suas influências na sociedade.

Sendo assim, é de extrema importância que o profissional de Educação Física conheça os sistemas sociais presentes no esporte, percebendo o campo esportivo não como fechado em si mesmo, mas numa perspectiva relacional, permeado por diferentes campos, agentes e estruturas.

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Referências

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