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Método Pilates e sua importância na estabilização da condromalácia patelar: revisão bibliográfica.

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Método Pilates e sua importância na estabilização da condromalácia

patelar: revisão bibliográfica.

Deborah Cristina Leite de Lima1 Deborahh_leite@hotmail.com

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila

Resumo

O Objetivo do presente estudo é caracterizar o Método Pilates e verificar sua contribuição na estabilização da sintomatologia da condromalácia patelar. O Pilates é um sistema completo de exercícios, destacando-se pela integração do corpo e mente, buscando fortalecer o corpo como um todo, melhorar a capacidade respiratória, a consciência corporal e o alivio de dores. É livre de impacto e sobrecarga nas articulações, onde os exercícios irão proporcionar força e flexibilidade sem gerar danos nas articulações e coluna dos indivíduos. O método tem sido utilizado nas diversas disfunções por apresentar vários benefícios que visam à prevenção e redução dos riscos de lesões que possam vir a ocorrer. A condromalácia patelar é uma doença degenerativa que acomete a cartilagem da patela. Entre as possíveis causas, está o desalinhamento patelar, causado por desequilíbrios na musculatura do quadríceps e os micro traumatismos de repetição, presentes em esportes de impacto. Foi realizada uma pesquisa eletrônica para coletar os artigos disponíveis envolvendo o Pilates e sua importância na reabilitação, em especial da patologia em evidencia. Concluiu-se que o Pilates ajuda na estabilização do quadro da condromalácia patelar, atuando de forma eficaz em seus agentes etiológicos, porém, faz-se necessário a realização de mais estudos sobre o tema em questão.

Palavras-chave: Pilates; Condromalácia Patelar; Reabilitação.

1-Introdução

O Método Pilates pode ser aplicado para todos os tipos de condicionamento, idade e tipos físicos, com o objetivo de condicionar o corpo todo, estimulando a integração da mente e do corpo e ajudando a alcançar a precisão no controle dos músculos, a coordenação e a fluidez dos movimentos (STANMORE,2008).

O Método vai se diferenciar de outras atividades físicas e funcionar como um instrumento para o fisioterapeuta na área da reabilitação justamente por seguir uma gama de princípios, desenvolvidos pelo seu criador, Joseph Pilates. Por se tratar de uma atividade que não impõe desgaste articular, vai atuar na prevenção e no tratamento de patologias.

O termo condromalácia patelar é utilizado para definir a doença degenerativa que acomete a cartilagem da patela, amolecendo-a. Esse amolecimento pode resultar de diversos fatores, tais como: aumento do ângulo Q, desequilíbrio muscular, uso excessivo da articulação, patela alta, falta de flexibilidade dos ísquiostibiais, gastrocnêmio, sóleo e tracto íliotibial, pé calvo, pé valgo, displasia de tróclea e de patela (MONNERAT, JUNIOR et al., 2010).

O objetivo do presente trabalho foi identificar, através de uma revisão bibliográfica, a atuação e importância do Método Pilates nas diversas causas da condromalácia patelar e caracterizá-lo, de forma a contribuir para seu uso na reabilitação.

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1 Pós graduando em em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila. 2 Orientadora – Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e

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2- Método Pilates

O método Pilates foi criado pelo precursor da fisioterapia moderna e revolucionário Joseph Hubertus Pilates, que desenvolveu mais de 500 exercícios com o objetivo de proporcionar ganho de força, quietude mental e correção postural. É um sistema de treinamento onde o corpo, a mente e o sistema respiratório são trabalhados simultaneamente (RODRIGUES, 2009).

Joseph Pilates passou mais de 30 anos estudando o corpo humano. Ele argumentava a favor de seu sistema de exercícios e o disponibilizava para todos, no qual o individuo, por si só torna-se capaz de promover o aumento da longevidade e da prevenção de doenças degenerativas, afirmando comprovar sua eficácia nos mínimos detalhes, por experiência própria e longa prática (REYNEKE, 2009).

Joseph teve sua infância marcada por uma frágil saúde, apresentando doenças como: asma,febre reumática e raquitismo. Por este motivo, ainda jovem se especializou na anatomia humana, fisiologia,cultura física, mergulho,esqui e ginástica. Aos 32 anos mudou-se para a Inglaterra e trabalhou como artista de circo, lutador de boxe e treinador de autodefesa de detetives ingleses (MARCHESONI,MARTINS et al,2010 apud CRAIG, 2003).

Logo que Joseph mudou-se para os Estados Unidos, os exercícios passaram a ser usados pelos bailarinos. O reconhecimento internacional do Método Pilates foi obtido na década de 80 e seu reconhecimento no campo da reabilitação na década de 90 (SILVA, MANNRICH, 2009 apud ANDERSON, MUSCOLINO, 2004).

Os exercícios que compõem o Método envolvem contrações isotônicas e, principalmente, contrações isométricas com ênfase no Power house ou Centro de força, que é composto pelos abdominais, glúteos e paravertebrais lombares, que são responsáveis pela estabilização estática e dinâmica do corpo humano. Na realização dos exercícios, a expiração é associada à contração do diafragma, do transverso abdominal, do multífido e dos músculos do assoalho pélvico (PIRES, 2005 apud MANNRICH, SILVA, 2009)

O Método Pilates configura-se pelo controle o mais consciente possível dos músculos envolvidos na movimentação (Contrologia) e se baseia em princípios da cultura oriental, sobretudo relacionado às noções de concentração, equilíbrio, percepção, controle corporal e flexibilidade e da cultura ocidental, enfatizando força e tônus muscular (MUSCOLINO e CIPRIANI, 2004).

Para que o método criado por Joseph Pilates atinja toda a sua eficácia, os seguintes princípios básicos devem ser rigorosamente seguidos (CAMARÃO,2009):

a) Relaxamento: Tem a função de libertar as tensões físicas e mentais e preparar o corpo para a execução correta do exercício.

b) Respiração: É a integração entre corpo e mente. A cada movimento, a respiração correta permite uma maior percepção do nosso corpo. Para oxigenar o corpo, deve-se respirar de forma eficaz, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Expirar na fase de maior esforço facilita a execução do exercício. A expiração ativa o transverso abdominal, que deverá se manter acionado durante todo o movimento.

c) Concentração: É a integração entre corpo e mente, que trabalham juntos. Manter-se consciente do espaço que está ocupando e do que está fazendo em cada parte do corpo.

d) Alinhamento: O alinhamento permite corrigir padrões posturais incorretos e estruturar o movimento respeitando o equilíbrio entre os ossos, músculos e articulações. Restaurando o equilíbrio com a postura correta, o corpo ganha mais mobilidade e um funcionamento mais saudável. O método restabelece e preserva a curvatura fisiológica da coluna.

e) Coordenação: É a perfeita comunicação entre a mente e o corpo. A mente deve ter total controle sobre o corpo, e os dois devem trabalhar simultaneamente. A coordenação permite gerar o movimento com as sinergias apropriadas. Os movimentos devem ser realizados de forma lenta e harmoniosa.

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f) Resistência: A força e a resistência aumentam à medida que os exercícios são executados com perfeição.

Existem duas formas fundamentais para o Método Pilates – o treinamento no solo e com aparelhos (STANMORE,2009):

a) Treinamento no solo: Envolve uma série de exercícios realizados deitado, sentado ou em pé. Os exercícios coordenam força e controle postural e envolvem o treinamento dos músculos do corpo todo. Eles se tornam mais desafiadores conforme a consciência, a força, a flexibilidade, a coordenação e a resistência se desenvolvem.

b) Treinamento com aparelhos: A aula com aparelhos pode ser individual ou em grupos pequenos, com instruções baseadas em um programa individual com objetivos específicos. Os exercícios envolvem o uso de equipamento especializado que age contra a resistência do corpo, além da resistência oferecida pelas molas, que podem ser ajustadas para diferentes tensões. Um sistema de roldanas oferece mais opções de exercícios.

Os aparelhos são descritos a seguir (DALTRO e FERNANDES,2004):

a) Reformer: O primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser em forma de cama e é composto por um carrinho deslizante e cinco molas (duas vermelhas nas extremidades, uma azul, verde e amarela no meio), barra alta e baixa podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos pés ou nas mãos; acessórios (caixa longa, meia-lua, plataforma).

b) Cadeira: É um aparelho em forma de cadeira com duas molas de mesma intensidade, pedal antiderrapante e três pares de parafusos em escalas (alavancas) que favorecem o controle de carga.

c) Cadillac: Possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis – uma vertical e outra horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.

d) Barrel: É um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia lua fixa á frente.

e) Wall Unit: É um aparelho de ferro fixo na parede e um colchão. Contém um par de molas, alças de pés e de mãos, barra móvel,cinto de segurança e dez pares de ganchos que quanto mais altos maior a intensidade impressa no exercício.

f) Combo Chair: É um equipamento semelhante a Cadeira, mas que possui pedais separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contém dois apoios laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam em um único pedaço.

Segundo Marchesoni e Martins et al, 2010, acredita-se que o Método Pilates, como atividade física regular, possa ser reconhecida como medida capaz de diminuir os níveis de riscos de diversos problemas, aumentando a capacidade funcional, e consequentemente, melhorando a qualidade de vida.

O Método é recomendado para ganho de flexibilidade, de definição corporal e para o aumento da saúde. Recentemente ganhou espaço e popularidade no tratamento de atletas de elite na reabilitação; sendo também empregado no tratamento de desordens neurológicas, dor crônica, problemas ortopédicos e lombalgia (SILVA, MANNRICH, 2009, apud LATEY,2001).

De acordo com Abrami e Browne 2003, apud Miranda e Morais 2009, o interesse é que a atividade possa ser desenvolvida atendendo as necessidades específicas de cada praticante. Os exercícios são adaptados conforme as condições físicas de cada praticante, não havendo contra-indicações. Há os exercícios que podem ser evitados, mas existem outros que se encaixam nas necessidades físicas do praticante.

Segundo Camarão 2004, apud Marchesoni, Martins et al, 2010, independentemente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada com este Método que melhora a qualidade de vida e

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oferece resultados rápidos. Mas, para obter os benefícios do Pilates é preciso ser disciplinado. Esses só dependem da execução dos exercícios com

fidelidade aos seus princípios. Tais benefícios ajudam a prevenir lesões e proporcionar um alívio de dores crônicas.

3- O Joelho

De acordo com Ficher 2009, o joelho é uma das maiores articulações do corpo humano e também uma das que mais sofre lesões. O joelho é formado pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia, patela, ligamentos e tendões de músculos que o cruzam. O joelho pode ser lesionado de várias formas por ser muito vulnerável ao trauma direto (pancadas) ou indireto (entorses), além de ser lesionado, principalmente, pelo excesso de uso ou uso inadequado.

O joelho é uma unidade funcional primária nas atividades de andar, subir e descer escadas e sentar, suportando, juntamente com o quadril e o tornozelo, o corpo na posição ortostática. Essa articulação é projetada para mobilidade e estabilidade, elevando e abaixando funcionalmente o membro inferior para levantar ou abaixar o corpo, ou para mover o pé no espaço (COLBY E KISNER, 2005).

3.1 – Estrutra Óssea

Segundo Moreira e Russo 2005, a articulação do joelho é formada por quatro ossos: o fêmur, a tíbia a patela e a fíbula, sendo a patela o único osso exclusivo de joelho, já que o fêmur também se relaciona com o quadril e a tíbia e a fíbula com o tornozelo.

Existem alguns acidentes anatômicos inerentes e importantes ao joelho. Côndilos medial e lateral são proeminências ósseas que estão localizadas na porção distal do fêmur, mais precisamente nas porções inferiores das epífises; bem próximo aos côndilos femorais temos os epicôndilos do fêmur, que têm sua localização na extremidade distal do fêmur, mais precisamente nas porções laterais das epífises; e, por último, temos a superfície patelar, que está localizada entre os côndilos medial e lateral do fêmur, e é considerada área de contato da patela com o fêmur (MOREIRA e RUSSO, 2005).

3.2 – Estrutura Articular

O complexo do joelho é a mais clássica articulação sinovial do tipo dobradiça. Para que seus movimentos de flexão e extensão ocorram de forma adequada, ele é composto por três articulações que funcionam em conjunto: femorotibial, patelofemoral e tibiofibular distal. (MOREIRA e RUSSO, 2005).

3.2.1- Articulação Patelofemoral

De acordo com Moreira e Russo 2005, esta articulação se concentra entre a patela e o sulco troclear do fêmur. A movimentação básica desta articulação é o deslizamento da patela sobre o fêmur. A superfície posterior da patela está coberta com a cartilagem mais espessa que se tem no corpo humano. Dentro os benefícios que a patela oferece à articulação e ao joelho como um todo, podemos destacar:

 Aumenta a vantagem mecânica do músculo quadríceps femoral;

 Em grandes flexões do joelho a patela chega a prevenir compressões lesivas ao tendão quadriciptal;

 Possibilita diminuição das pressões e faz melhor distribuição de forças sobre o fêmur. Mecânica: à medida que o joelho flexiona, a patela entra na fossa intercondilar com sua margem inferior fazendo o primeiro contato, e depois desliza caudalmente ao longo da fossa. Com a extensão, a patela desliza cranialmente. Se o movimento patelar é restringido, ele

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interfere na amplitude de flexão do joelho e pode contribuir para uma folga extensora durante a extensão ativa do joelho (COLBY e KISNER, 2005).

Os músculos que participam nos movimentos da articulação do joelho são:

 Na flexão do joelho: bíceps femoral, semimenbranoso, semitendinoso, sartório,grácil, gastrocnêmios (auxiliam), poplíteo (auxilia);

 Na extensão do joelho: quadríceps femoral – reto femoral, vasto lateral, vasto medial obliquo, vasto intermédio, tensor da fáscia lata (auxilia), glúteo máximo (auxilia);

 Na rotação interna do joelho: semitendinoso, semimembranoso, sartório, grácil, poplíteo;

 Na rotação externa do joelho: bíceps femoral, tensor da fáscia lata (auxilia), fibras laterais do glúteo máximo (RODRIGUES e SILVA, 2003).

O perfeito funcionamento femoropatelar será influenciado vigorosamente pelos estabilizadores estáticos (estruturas não contráteis) e dinâmicos (estruturas contráteis) da articulação (HUNGERFORG apud MONNERAT, JUNIOR et al, 2010). A patela se desloca constantemente nos movimentos ativos de joelho, movimentando-se, em um padrão com um formato de “C”. No plano frontal em extensão do joelho a 0 graus começa súpero-lateral, a partir dos primeiros 40 graus de flexão a patela torna-se mais inferiorizada e medializada. No plano sagital, a patela sofre uma flexão de 65 a 75 graus, que ocorre depois da flexão da tíbia. A partir de 90 graus de flexão no plano frontal a patela não só está sendo medializada como também sofre uma lateralização quando o joelho estiver hiperfletido (KOH, GRABINER et al, apud MONNERAT, JUNIOR et al, 2010).

3.2.2 – Meniscos

Também conhecidos como cartilagens semilunares em virtude de seus formatos de meia-lua, os meniscos são fibrocartilagens aderidas ao platô superior da tíbia pelos ligamentos coronários e pela cápsula articular, permanecendo unidos entre si pelo ligamento transverso. Eles são mais espessos em suas bordas periféricas, onde as fibras da cápsula articular os ancoram à tíbia. São responsáveis pela absorção dos choques ao nível do joelho, além de aprofundarem as depressões articulares dos platôs tibiais (HALL, 2005). São quase que totalmente avasculares, possuindo um pequeno aporte sanguíneo em suas porções externas e nenhum suprimento sanguíneo nas porções internas (MOREIRA e RUSSO, 2005).

3.2.3 – Ligamentos

Os ligamentos são os estabilizadores primários para a translação anterior e posterior, angulação vara e valga, e para a rotação interna e externa da articulação do joelho.

Segundo Moreira e Russo,2005, os ligamentos sao:

 Ligamento cruzado anterior: Sua principal função é evitar a anteriorização da tíbia em relação ao fêmur; secundariamente, ele é um dos principais responsáveis pela limitação de movimentos rotacionais do joelho.

 Ligamento cruzado posterior: Sua principal função é limitar a posteriorização da tíbia sobre o fêmur.

 Ligamento colateral medial: Tem como principal função suportar o joelho contra ualquer força em valgo; secundariamente, oferece alguma resistência para as rotações interna e externa.

 Ligamento colateral lateral: Sua principal função é suportar o joelho contra qualquer força em varo.

3.2.4 – Capsula articular e bolsas

A fina cápsula articular ao nível do joelho é grande e frouxa, englobando tanto a articulação tibiofemoral como a patelofemoral. Inúmeras bolsas (bursas) estão localizadas dentro e ao redor da cápsula com a finalidade de reduzir o atrito durante os movimentos do joelho. A

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bolsa suprapatelar, posocionada entro o fêmur e o quadríceps femoral, é a maior bolsa do corpo (HALL, 2005).

Fonte: Instituto Osmar de Oliveira, 1999. Figura 1 – Anatomia do joelho

A articulação femoropatelar é sede de inúmeras patologias, principalmente pelas suas características anatômicas. É uma articulação que centraliza as forças do quadríceps no comando de grande alavanca responsável pela posição ereta. Seu equilíbrio estrutural é frágil, e qualquer distúrbio na sua estabilidade pode representar alteração funcional capaz de produzir sintomas, às vezes incapacitantes.

4- Condromalácia patelar

No passado, os pacientes com reclamações de quadro álgico na região anterior do joelho possuíam o diagnóstico de condromalácia patelar. Porém, este termo deve ser usado somente para descrever um possível amolecimento patológico da cartilagem articular, não utilizando-o de forma vaga.(The International Patellofemoral Study Group 1997, apud MACHADO e AMORIM 2005).

Segundo Moreira e Russo 2005, a condromalácia patelar consiste em um processo degenerativo da cartilagem articular da patela, tornando-se amolecida, tumefeita e esponjosa. Clinicamente, durante a movimentação do joelho nota-se a presença de creptações articulares, em geral associadas à dor, localizada profundamente de forma difusa na região anterior do

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joelho. Como as cargas sobre a articulação patelofemoral são muito grandes, algumas áreas da cartilagem ficarão sobrecarregadas, tornando-se moles e edemaciadas (DANDY 2000.)

A condromalácia é produzida pela ação compressiva anormal repetida sobre a cartilagem articular. Esta compressão anormal é derivada da não congruência e da diminuição da área de contato da articulação patelofemoral quando uma subluxação ou deslocamento patelar for causado por um relacionamento anatômico e/ou biomecânico anormal (PAAR e RIEL 1982; GUO et al., 1996 apud MACHADO e AMORIn, 2005), podendo também ser causada por radiculopatia lombar e pinçamentos de nervos periféricos. A classificação mais utilizada dessa doença foi proposta por Outerbridge:

GRAU CARACTERÍSTICA

I Amolecimento da cartilagem e edema

II Fragmentação e fissuras numa área de 0,5 polegada ou menor III Fragmentação e fissuras numa área de 0,5 polegada ou maior IV Erosão da cartilagem até chegar ao osso

Fonte: Outerbridge, 1961.

Tabela 1 – Classificação dos graus da condromalácia patelar

Fonte: http://www.infoescola.com/doencas/condromalacia-patelar/ Figura 2 – Graus ilustrativos da condromalácia patelar 4.1- Etiologia

Destacam-se como possíveis causas da condromalácia patelar o mau alinhamento e a disfunção patelar, assim como os traumas esportivos e o excesso de atividade física, como a

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sobrecarga de peso ou corridas excessivas, acometendo principalmente as mulheres e jovens (MOORE e DALLEY, 2001, apud MACHADO e AMORIM 2005).

Vários grupos musculares contribuem para a dor patelofemoral. A diminuição da flexibilidade dos músculos ísquiostibiais pode contribuir para a dor femoropatelar por exigir maior força de contração do quadríceps para estender o joelho contra um ísquiotibial inflexível. A diminuição de flexibilidade do reto femoral pode alterar a mecânica da marcha. Durante a fase da marcha de um pé pronado, ocorre uma rotação interna da tíbia favorecendo assim na semiflexão do joelho e, consequentemente, pode aumentar a pressão da patela sobre a tróclea (SILVA, FILHO et al., 2008).

O sintoma mais comum é a dor, sendo descrita de forma profunda, localizada atrás da patela, principalmente em subidas, descidas ou durante longas pedaladas e agachamentos. Ainda é possível a presença de creptações audíveis ou edema, ocasionado pelo acúmulo excessivo de líquido sinovial formado no processo inflamatório. Na ausência de alterações anatômicas que justifiquem o desenvolvimento da doença, entende-se como causa idiopática (Revista Pilates, 2010.).

A retração do gastrocnêmio não permite a dorsiflexão necessária para uma marcha normal, pois produz um movimento excessivo na subtalar, aumenta a rotação interna da tíbia e aumenta o vetor de força em valgo (XAVIER 2001, apud SILVA, FILHO et al., 2008).

5- Metodologia

Foi realizada uma pesquisa eletrônica para coletar os artigos disponíveis envolvendo o Método Pilates e sua importância na reabilitação, em especial da condromalácia patelar, juntamente com o uso da literatura disponível.

6 – Resultados e Discussão

Segundo Rodrigues 2006, com a utilização do Método Pilates busca-se promover o alongamento ou relaxamento dos músculos encurtados ou tensionados demasiadamente e o fortalecimento do tônus daqueles que estão estirados ou enfraquecidos. Portanto, diminuem-se os desequilíbrios musculares que ocorrem entre agonistas e antagonistas que são responsáveis por certos desvios posturais e problemas ortopédicos e reumatológicos. Por se tratar de uma atividade que não impõe desgaste articular e cujo número de repetições de cada exercício é reduzido, promove-se a prevenção e/ou tratamento de certas patologias, especialmente as ocupacionais.

Segundo Bertolla et al, 2007, em pessoas com patologias, os processos inflamatórios presentes, a redução na quantidade de líquido sinovial, a presença de corpos estranhos nas articulações e as lesões cartilaginosas podem agravar a amplitude articular. Esta limitação funcional pode prejudicar o desempenho esportivo, laboral ou de atividades de vida diária, além de provocar movimentos compensatórios em outras articulações. A falta de flexibilidade aumenta as chances de lesões tais como as distensões musculares; a flexibilidade excessiva pode provocar a instabilidade da articulação, gerando entorses e dores articulares.

De acordo com a Revista Pilates 2010, tendo em vista que um dos principais objetivos do Método é o fortalecimento e a estabilização dos músculos centrais do corpo juntamente com as técnicas que potencializam a respiração e seus benefícios, ele ajuda no alinhamento patelar, ajudando no quadro de estabilização da condromalácia patelar. Para atingir esse objetivo, é necessário uma avaliação detalhada quanto ao nível de força e flexibilidade dos músculos do indivíduo, para que se dê inicio à correta prescrição do programa de exercícios.

A prática frequente da técnica de Pilates traz os seguintes benefícios (Costa, 2008):

 Fortalece o corpo, especialmente a musculatura abdominal; alonga;

 Desenvolve a consciência corporal e melhora a coordenação;

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 Deixa as articulações mais móveis;

 Desenvolve os músculos que suportam a coluna, aliviando dores crônicas na região;

 Eleva a capacidade de contração muscular;

 Aumenta a densidade óssea;

 Auxilia no tratamento de complicações nos joelhos, ombros e panturrilhas;

 Melhora a postura;

 Aumenta a flexibilidade;

 Melhora a resistência;

 Melhora o bem-estar e a qualidade de via.

A promoção de maiores níveis de flexibilidade ocorre pelo emprego sistematizado de estímulos denominados alongamentos, que são solicitações de aumento da extensibilidade do músculo e de outras estruturas, mantidas por um determinado tempo (MIRANDA; MORAIS,2009).

No método Pilates, as formas de alongamento são realizadas de forma simultânea (alongamento passivo, ativo, estático e dinâmico) e, provavelmente, seus efeitos se somem. O alongamento ativo aumenta a flexibilidade dos músculos encurtados e melhora a função da musculatura antagonista, o que vai resultar em um trauma de tecido diminuído (TREVISOL; SILVA, 2009).

Em um estudo realizado por Segal, Hein e Brasford 2004, onde 47 pessoas foram avaliadas quanto à composição corporal, flexibilidade e percepção da saúde, embora as outras variáveis não tenham se modificado de forma considerável, o Pilates mostrou-se eficaz no ganho de flexibilidade. Durante dois meses, os participantes realizaram exercícios básicos de Pilates uma vez por semana. O teste conhecido como distância dedo-chão foi usado para avaliar o critério de flexibilidade, com média de aumento de 4,1 cm (COMUNELLO, 2011).

Um estudo de caso realizado por Lara, Moraes et al., 2009, na prescrição do Método Pilates na reabilitação da tendinite patelar, considerando a flexibilidade, o método foi muito eficaz, tendo o sujeito uma melhora significativa.

De acordo com os estudos de Bertolla et al, 2007, o método Pilates mostrou-se eficaz no ganho de flexibilidade de 11 atletas juvenis de futsal no Rio Grande do Norte. Os atletas realizaram exercícios no solo, três vezes por semana, durante 25 minutos e tiveram a flexibilidade analisada pelo banco de Wells.

A pesquisa realizada por Levine et al, 2007, mostrou que o método Pilates pode ser utilizado como forma de reabilitação precoce. Segundo sua pesquisa, o Pilates pode ser usado nos períodos pré e pós-operatório de artroplatia de quadril e joelho, ajudando a aumentar a amplitude de movimento e força das articulações acometidas e manutenção da flexibilidade em ambos os períodos, permitindo exercícios precoces, sempre respeitando os limites de movimentação.

A maior parte das contra-indicações para a utilização do método Pilates estão ligadas aos cuidados que devem ser tomados durante sua aplicação. Os pacientes que apresentam alguma restrição quanto à realização de exercícios convencionais se encontrariam aptos para realizar exercícios desenvolvidos pelo Método, que podem ser realizados de acordo com o nível e evolução de cada paciente, respeitando e seguindo todos os princípios básicos do Pilates (MALLERY et al, 2003).

Outra contra-indicação do Método é para os casos de lesões no sistema músculo-esquelético, em processo de dor aguda, sendo indicado o uso do Pilates após terminada esta fase, com o objetivo de trabalhar força muscular, flexibilidade e o ganho ou recuperação do movimento (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 2000).

É de se perceber a importância do Método Pilates na reabilitação, em especial, da condromalácia patelar, visto que seus exercícios visam ao alinhamento patelar, potência e

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força da musculatura envolvida, além dos alongamentos, de maneira que os exercícios sejam realizados da melhor forma para o paciente, sem a possibilidade de uma nova lesão.

6- Conclusão

O método Pilates é uma ferramenta forte para a reabilitação em geral, apresentando-se como uma ferramenta com poucas contraindicações relativas, o que não impede sua aplicação e que propõe inúmeros benefícios, contudo, faz-se necessário elaborar parâmetros fidedignos em relação aos programas de reabilitação e suas variáveis, como o tempo e frequência de aplicação do Pilates.

Esta revisão bibliográfica mostra o Método Pilates como uma ferramenta eficiente para a estabilização do quadro sintomatológico da condromalácia patelar, pois, além de não apresentar contra-indicações absolutas, o Pilates mostrou-se efetivo no ganho de flexibilidade dos ísquiostibiais implicando em um menor atrito da patela com o fêmur durante a marcha e no ganho de força muscular, os exercícios são livres de impacto e sobrecarga e podem ser realizados por qualquer tipo de pessoa, respeitando suas condições individuais e os princípios estabelecidos pelo Método Pilates.

O paciente necessita sempre estar acompanhado por um profissional habilitado, o que vai contribuir para a inexistência de risco de lesões ou piora do quadro sintomatológico. Entretanto, ainda é grande a carência de estudos sobre o Método e sua aplicação nas diversas áreas da reabilitação, fazendo-se necessário um maior número de pesquisas que englobem mais amostras e mais variáveis.

Referências

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