Este resumo é algo pessoal. Apesar do empenho em fazê-lo, podem haver erros, interpretações inadequadas ou já ultrapassadas. Utilize como material de apoio e não como única fonte de informações. Os conteúdos podem ser encontrados também em vídeo no Canal “Onde Clica?”, no Youtube.
Um abraço! Heyder Vágner
DIREITO ADMINISTRATIVO
LER: CF art 37 ao 41 e Decreto 200/67Adm Publica no Brasil são 8 pessoas jurídicas do estado – Rol taxativo! Administração Pública em SENTIDO FORMAL.
4 pessoas políticas (ente político / entidade política / adm direta) UNIÃO
ESTADOS
DISTRITO FEDERAL MUNICÍPIOS
características
- trabalham em cooperação, não existe hierarquia ou subordinação. - os 4 são independentes, apesar disso um estado não pode se separar do país (secessão é vedada)
- obs: DF não pode ser dividido em municípios – tem competências pertinentes a estado e a município.
- Existem neles os poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. (com exceção do judiciário no município)
- Capacidade política: capacidade de legislar, somente essas 4 podem criar leis.
- Pessoas jurídicas de direito pública - exercem autonomia
OBS: República Federativa do Brasil é diferente de UNIÃO. RPF é uma pessoa juridica de direito publico EXTERNA. O presidente da republica pode ser por hora, CHEFE DE GOVERNO (quando representar a UNIÃO, ex: demitir um servidor) e por hora pode ser CHEFE DE ESTADO (quando representar RFB em relações internacionais) RPF não exerce autonomia, exerce SOBERANIA (capacidade que o estado tem de manter relações internacionais).
4 pessoas administrativas (ente administrativo / adm indireta) AUTARQUIAS (direito publico)
FUNDAÇÕES PUBLICAS (direito privado)
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (direito privado) EMPRESA PÚBLICA (direito privado)
AUTARQUIAS
podem ser comuns ou ordinárias, são autarquias:
- Fundação Pública de direito PÚBLICO é uma autarquia (fundação autárquica ou autarquia fundacional)
- Agencias reguladoras
- Territórios Federais (autarquia territorial) (portanto, esses 3 são adm pública indireta!)
Características da adm publica indireta - tem autonomia
- não tem capacidade política
ENTIDADE NAT.
JURIDIC CRIAÇÃO ESPECIF.
AUTARQUIA Publica (estatuto)
Criada diretamente
por lei
Ato constitutivo é a própria lei que cria.
FUNDAÇÃO PUBLICA Privado (estatuto) Autorizadas (somente pelo art. 175)
Precisa de LEI COMPLEMENTAR que especifique atuação. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Privado (CLT) Autorizadas (pode ser sob forma do art 173 ou 175 CF) Registrar atos na junta comercial (como qualquer empresa) CAPITAL 50% + 1 ação na mão do poder público (mista = controle acionario) FORMA SOCIAL Somente S/A EMPRESA PUBLICA Privado (CLT) Autorizadas (pode ser sob forma do art 173 ou 175 CF) Registrar atos na junta comercial (como qualquer empresa) 100% público Todas as formas admitidas
Apesar de as ultimas 3 serem fundamentalmente de direito privado, em algumas coisas elas tem que respeitar o interesse publico (por serem pessoas de da adm publica) ex: os bens da SEM e EP, quando afetos a serviços essenciais são considerados bens públicos, igualmente essas 2 não podem entrar em processo de falência (SEM e EP).
OBS: dizer que foi “criado atravez de autorização” é o mesmo que dizer que foi autorizado.
PESSOAS JURIDICAS – características
- P. jurídica direito publico: Supremacia do Interesse Publico e Indisponibilidade do Interesse Público (regido por estatuto)
- P. jurídica direito publico: Regido por normas de direito privado (regido pela CTL)
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA Podem ser constituídas de duas formas:
- art. 173 CF – Exploradoras de Atividades Econômicas - art. 175 CF – Prestadoras de Serviços Públicos (responde subjetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros)
FUNDAÇÃO PÚBLICA
- somente pelo art 175 CF – significa dizer que não existe fundação pública exploradora de atividade econômica.
RELAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA COM A INDIRETA Adm Direta recebe da CF obrigaçoes de fazer OBRA, ATIVIDADE
ADMINISTRATIVA e SERVIÇO PUBLICO, mas as vezes não quer fazer ou não comporta fazer, por isso cria leis para estabelecer a ADM INDIRETA.
ADM INDIRETA é autônoma, o que significa que não existe HIERARQUIA OU SUBORDINAÇÃO da adm direta sobre a indireta. O que existe é CONTROLE FINALÍSTICO ou SUPERVISÃO MINISTERIAL. Só haverá
intervenção quando ocorrer fuga de finalidade. = Esse controle recebe o nome de TUTELA ADMINISTRATIVA.
EXEMPLOS
- AUTARQUIA
INSS / Banco Central - F. PÚBLICA
Biblioteca Nacional - S. ECONOM. MISTA
Banco do Brasil, Petrobrás - EMP. PUBLICA
Caixa economica federal, Correios
Autarquia e Fundações Públicas são regidas por estatuto
S. Econom. Mista e Empresas Públicas são regidas pela CLT (com exceção dos dirigentes, estes são estatutários [por serem cargos em comissão), não podem falir e em regra os bens não são públicos, mas serão tratados como publicos se estiverem AFETADOS A SERVIÇOS ESSENCIAIS.
COMPETÊNCIA (no âmbito da UNIÃO)
A única de competência estadual (e se tiver lide, é julgada pela justiça do trabalho) é a Sociedade de Econom. Mista, as demais são de competência Federal e não tem justiça do trabalho (lides vão direto pra justiça federal).
TEORIA DO ÓRGAO
Existem as teorias “do mandato” e “da representação” para explicar os órgãos públicos, mas a teoria adotada pela CF é a “teoria do orgão”. Caracerísticas do órgão público
- compoem a estrutura da pessoa jurídica (adm direta e indireta) - não possuem personalidade jurídica (não é pessoa jurídica) órgãos são meros feixes despersonalizados ou centros de competência
- não existe órgão pra particular
- são fruto de desconcentração administrativa
- Não tem autonomia (salvo p/ garantir prerrogativas funcionais = orgão pode entrar com mandado de segurança [somente orgãos
independentes e autônomos)
- Não possuem patrimônio próprio
- Os agentes estão em imputação à pessoa jurídica a que estão ligados (responsabilidade civil do estado) pessoas juridicas respondem objetivamente por danos que seus agentes causarem a terceiros.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
CLASSIFICAÇÃO DO ÓRGÃO SEGUNDO A POSIÇÃO ESTATAL No órgão sim há hierarquia e subordinação
INDEPENDENTES > AUTONOMOS > SUPERIORES > SUBALTERNOS INDEPENDENTES
mais alto escalão, sem hierarquia, geralmente são eleitos, são agentes políticos
AUTONOMOS
Ministérios (se for na UNIÃO) Secretarias (se estados ou municípios) SUPERIORES
Chefia, direção e controle (ou assessoramento) SUBALTERNOS
Reduzido poder decisório Órgão de mera execução
MANDADO DE SEGURANÇA = SOMENTE ORGÃOS INDEPENDENTES OU AUTONOMOS
SE CITOU MINISTÉRIO OU SECRETARIA É ÓRGAO AUTONOMO ORGÃO SIMPLES E COMPOSTO
SIMPLES (somente 1 centro de competência = não se divide em órgãos menores)
COMPOSTO (vários centros de competência = Desconcentração = técnica administrativa de divisão de órgãos)
ORGÃO COLEGIADO E SINGULARES
COLEGIADOS (várias pessoas tomando decisão = pluripessoais) SINGULARES (somente uma pessoa toma decisão)
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Administração publica (com A maiusculo) = sentido formal = administração publica propriamente dita = não importa o que a pessoa desenvolve, importa quem ela é e como ela foi constituída. (adm direta e indireta) – essa foi adotada pela CF.
Administração publica (com a minúsculo) = sentido material
Quem desenvolve serviço ou atividade publica mas não é considerada adm publica. Ex: escola / permissionária ou concessionaria de atividade publica. Privado exercendo função pública. Leva em conta o serviço desempenhado.
CENTRALIZAÇÃO
Quando os orgaos e agentes da adm publica direta estão trabalhando diretamente para a pessoa política.
DESCON
CENTRAÇÃOMera técnica administrativa de DIVISÃO DE ÓRGÃOS. Ex: um orgão maior se dividir em menores como várias delegacias em estados diferentes. Isso quer dizer que pode haver DESCONCENTRAÇÃO dentro do serviço CENTRALIZADO.
DESCEN
TRALIZAÇÃOQuando Adm Direta não quer ou não pode efetuar um serviço determinado pela Constuição federal, ela descentraliza o serviço.
Pode ser por OUTORGA LEGAL – cria ou autoriza (por lei) a Adm indireta, dando a TITULARIDADE e a EXECUÇÃO DO SERVIÇO (autonomia).
através de LICITAÇÃO (obrigatoriamente) aos PERMISSIONÁRIOS, AUTORIZATÁRIOS (exceção) e CONCESSIONÁRIOS de serviços públicos. É dada somente a EXECUÇÃO.
Obs: se a união pune um particular que recebeu delegação por colaboração, não é poder de polícia, apesar de ser adm punindo particular. É uma exceção, sendo considerado PODER DISCIPLINAR. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS E FUNDAMENTAIS DA ADM PUBLICA L – LEGALIDADE I – IMPESSOALIDADE (FINALIDADE) M – MORALIDADE P – PUBLICIDADE E – EFICIENCIA LEGALIDADE – (2 vertentes)
- LATO SENSU (vale pra todos os particulares): Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
- ESTRITO SENSU (vale pra toda administração pública): Só pode fazer o que a lei manda ou autoriza.
IMPESSOALIDADE (FINALIDADE) – (2 vertentes)
- FINS PUBLICOS: tudo que o adm faz tem fins coletivos. - PROIBIÇÃO DE PROMOÇÃO PESSOAL
- não pode ter vinculação pessoal - não pode ter sigla partidária MORALIDADE (nem tudo que é legal é moral) Art. 37 = legalidade + moralidade
PUBLICIDADE (2 VERTENTES)
- PUBLICAR (precisa ser publicado no Diário Oficial) - TORNAR ACESSÍVEL (publicar na internet)
EFICIÊNCIA (EC 19/98 – Reforma Administrativa)
exonerar servidor estável. Depois do princípio da eficiência, surgiu a exoneração de serv. Estável, por I - falta de desempenho, II - excesso de despesa com pessoal.
- Art. 37 § 8 – Contratos de Gestão (ou de eficiencia) quem
assina tem obrigação de ser eficiente.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS E FUNDAMENTAIS DA ADM PUBLICA
I - RAZOABILIDADE
e II - PROPORCIONALIDADE
as duas se confundem, lembrar que: Raozabilidade: Teoria do homem médio (o que a maioria das pessoas faria naquela situação) Proporcionalidade: Força vs Falta (usar a força proporcional à falta praticada)
III – SEGURANÇA JURÍDICA
(serve para impedir pra que nova norma ou ato administrativo retroaja para prejudicar direito adquirido pela pessoa)
IV – AMPLA DEFESA
V – SUPREMACIA DO INTERESSE PUBLICO SOBRE O PRIVADO VI – AUTO TUTELA (desfazimento do ato administrativo)
SUMULA 473: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
Razoabilidade
Proporciorevogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
ANULAÇÃO / para ato ILEGAL (efeito ex-tunc: retroativo) administração e poder judiciario podem anular
REVOGAÇÃO / para ato LEGAL (efeito ex-nunc: prospectivo [dali p frente]) Somente administração pode revogar seus atos
Lembrar de diferenciar auto-tutela de tutela (que é a adm direta
exercendo controle sobre a adm indireta quando houver fuga de finalidade = controle finalístico = controle ministerial)
PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DISCRICIONÁRIO (a lei autoriza margem de escolha) PODER VINCULADO (sem margem de escolha)
PODER DISCIPLINAR PODER REGULAMENTAR PODER DE POLÍCIA
Quem autoriza o poder discricionário a agir? A lei (os conceitos jurídicos indeterminados também, de acordo com a doutrina [anyway, esses conceitos precisam estar dentro de uma lei])
PODER HIERARQUICO (níveis de comando) [não se confunde com poder disciplinar, disciplinar é quando há punição interna]
Hierarquia e subordinação ~ cadeia de comando
Deste poder derivam DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO (medica excepcional) de competências.
- DELEGAÇÃO: superior passa a competência para um subordinado. Obs: não pode se delegar competencia exclusiva, apenas competência privativa [Privativa Pode].
- AVOCAÇÃO: competência é do subordinado e o superior pega pra si.
3 coisas que não podem ser delegadas: - competencia de natureza exclusiva
- competencia pra recurso administrativo - ato de caráter normativo
PODER DISCIPLINAR Age de duas formas:
1) Punição interna (ex: demissão)
2) Punição de particulares que mantenham vínculo jurídico específico com a administração.
PODER DE POLÍCIA (administração punindo o particular [regra])
PODER REGULAMENTAR
- DECRETO (decreto de execução)
Quem pode editar: chefes do executivo (presidente, governador [estados e df] prefeito). É de compentencia exclusiva [ñ pode delegar].
Pode restringir ou ampliar direitos de uma lei. (ex: licença gestante: pode ampliar o prazo de 120 dias por mais 60 dias [se pedir, não trabalhar e ñ colocar filho em creche])
Serve para explicar o funcionamento da lei. Não tem força pra mudar lei.
- DECRETO-LEI
Pode estar em vigor mas não pode mais ser editado (lançar novo decreto-lei).
- DECRETO AUTÔNOMO (Criado em 2001)
Pode ser delegado / é de competência privativa
Competência de SOMENTE PRESIDENTE DA REPUBLICA Quando pode ser editado:
- Organização e funcionamento da adm federal, quando não implicar aumento de despesas nem criação ou extinção de orgãos publicos.
PODER DE POLÍCIA
(em regra – adm publica punindo particular) Particular NÃO TEM poder de polícia.
Poder dado a adm publica para condicionar ou restringir o uso ou gozo dos bens, atividades e direitos individuais, com finalidade publica.
Todo policial tem poder de polícia, mas nem todo poder de polícia é exercido por um policial (lato sensu / administrativo).
- Adm pode ter ou ñ poder de polícia, de acordo com o que faz (se restringir o us ou gozo dos bens com finalidade publica)
ATRIBUTOS DO PODER DE POLICIA
DISCRICIONARIEDADE – conveniencia e oportunidade (baseado na lei)
AUTO-EXECUTARIEDADE – poder exercer sem passar pelo judiciário COERCIBILIDADE – uso da força.