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O que o reumatologista deve saber sobre as manifestações orofaciais das doenças reumáticas autoimunes.

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(1)

w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

de

revisão

O

que

o

reumatologista

deve

saber

sobre

as

manifestac¸ões

orofaciais

das

doenc¸as

reumáticas

autoimunes

Aline

Lauria

Pires

Abrão

a,∗

,

Caroline

Menezes

Santana

b

,

Ana

Cristina

Barreto

Bezerra

a

,

Rivadávio

Fernandes

Batista

de

Amorim

b

,

Mariana

Branco

da

Silva

c

,

Licia

Maria

Henrique

da

Mota

d

e

Denise

Pinheiro

Falcão

b

aProgramadePós-Graduac¸ãoemCiênciasdaSaúde,FaculdadedeCiênciasdaSaúde,UniversidadedeBrasília(UnB),Brasília,DF,Brasil bProgramadePós-Graduac¸ãoemCiênciasMédicas,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeBrasília(UnB),Brasília,DF,Brasil

cFaculdadedeCiênciasdaSaúde,UniversidadedeBrasília(UnB),Brasília,DF,Brasil dServic¸odeReumatologia,HospitalUniversitáriodeBrasília(UnB),Brasília,DF,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem4defevereirode2015 Aceitoem28deagostode2015 On-lineem11defevereirode2016

Palavras-chave:

Doenc¸asreumáticasautoimunes Manifestac¸õesorofaciais Saliva

Lesõesbucais Doenc¸aperiodontal

r

e

s

u

m

o

Manifestac¸õesorofaciaisocorremcomfrequêncianasdoenc¸asreumáticase,comumente, representamsinaisiniciais oude atividadeda doenc¸aqueaindasãonegligenciadosna prática clínica. Entre as doenc¸as reumáticasautoimunes compossíveis manifestac¸ões orais incluem-se artrite reumatoide(AR), miopatiasinflamatórias (MI), esclerose sistê-mica(ES),lúpuseritematososistêmico(LES),policondriterecidivante(PR)esíndromede Sjögren (SS). Sinaise sintomasorofaciais,comohipossalivac¸ão,xerostomia, disfunc¸ões temporomandibulares,lesõesnamucosabucal,doenc¸aperiodontal,disfagiaedisfonia, podem sera primeiraexpressãodessasdoenc¸asreumáticas.Esteartigorevisaas prin-cipaismanifestac¸õesorofaciaisdasdoenc¸as reumáticasquepodem serdeinteressedo reumatologista,paradiagnósticoeacompanhamentodasdoenc¸asreumáticasautoimunes. ©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC BY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

What

rheumatologists

should

know

about

orofacial

manifestations

of

autoimmune

rheumatic

diseases

Keywords:

Autoimmunerheumaticdiseases Orofacialmanifestations Saliva

Orallesions Periodontaldisease

a

b

s

t

r

a

c

t

Orofacial manifestationsoccur frequently inrheumatic diseases andusually represent earlysignsofdiseaseorofitsactivitythatarestillneglectedinclinicalpractice.Among theautoimmunerheumaticdiseaseswithpotentialfororalmanifestations,rheumatoid arthritis (RA), inflammatory myopathies (IM), systemic sclerosis (SSc), systemic lupus erythematosus(SLE),relapsingpolychondritis(RP)andSjögren’ssyndrome(SS)canbecited. Signs andsymptomssuchasoralhyposalivation,xerostomia,temporomandibularjoint

Autorparacorrespondência.

E-mail:alinelauria@hotmail.com(A.L.Abrão). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.08.011

(2)

disorders,lesionsoftheoralmucosa,periodontaldisease,dysphagia,anddysphoniamay bethefirstexpressionoftheserheumaticdiseases.Thisarticlereviewsthemainorofacial manifestationsofrheumaticdiseasesthatmaybeofinteresttotherheumatologistfor diagnosisandmonitoringofautoimmunerheumaticdiseases.

©2016ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

As doenc¸as reumáticas autoimunes são um grupo hete-rogêneo de condic¸ões caracterizadas pelo rompimento da tolerânciaimunológicaeproduc¸ãodeautoanticorposeuma série de substâncias responsáveis por lesões em diversas estruturasdoorganismo.Nessacategoriapodemser incluí-das:aartritereumatoide(AR),asmiopatiasinflamatórias(MI), aesclerosesistêmica(ES),olúpuseritematososistêmico(LES) easíndromedeSjögren(SS).1

Algumasdoenc¸asreumáticasapresentammanifestac¸ões mucocutâneas.Geralmente,asalterac¸õessãoconsequências dedistúrbiossistêmicosemanifestam-sedeformainsidiosa, podendoapresentarsinaisesintomasnacavidadeoral(tabela 1). Contudo, a abordagem bucal no contexto das doenc¸as autoimunes parece não ter despertado ainda o interesse científico.Serãodiscutidosalgunsachadosclínicos odonto-lógicosfrequentementeencontradosnospacientesatendidos noAmbulatóriodeReumatologiadoHospitalUniversitáriode Brasília(HUB-UnB),fundamentados numarevisãode litera-turanarrativa.Paraestarevisão,foraminseridososseguintes termos no banco de dados da PubMed Rheumatic Autoim-muneDisease[all fields]ANDdentistry [allfields].Limitou-se aosestudosfeitosemhumanos.Verificou-seaexistênciade somente68artigospublicadosaté21dejunhode2015.Alguns estudosapontamdadosepidemiológicosdeinteresse médico--odontológico.Nessecontexto,percebe-seclaramenteapouca abordagemdoassunto.Contudo,osartigosevidenciamqueo cirurgião-dentistapodeedeveatuarnodiagnósticoprecoce emanejodessasdoenc¸as,umavezqueessespacientes apre-sentamnecessidadesespecíficas.

Assim, esta revisão narrativa se propõe a abordar as principaismanifestac¸õesorofaciaisnasdoenc¸asreumáticas autoimunesque podemserdeinteresse doreumatologista paradiagnósticoeacompanhamentoclínico.

Revisão

de

literatura

Artritereumatoide

Aartritereumatoide(AR)éumadoenc¸ainflamatóriacrônica, autoimune ede etiologia desconhecida.2 As características

clássicas dessa doenc¸a são poliartrites crônicas, bilaterais e simétricas, dores e inflamac¸ões articulares que podem resultar em deformidade, instabilidade e destruic¸ão das articulac¸ões sinoviais.3,4 Acomete, com mais frequência, a

membrana sinovial das pequenas articulac¸ões das extre-midades, origina tumefac¸ão, edema e dor, pode levar à destruic¸ãoósseaecartilaginosa,incapacidadegravee mor-talidadeprematura.3

As manifestac¸õesorofaciais maiscomuns empacientes comARsão:

Disfunc¸ãotemporomandibular

A articulac¸ãotemporomandibular (ATM) éumaarticulac¸ão sinovial e pode ser acometida por desordens nos tecidos nãoarticularestaiscomo:espasmosmusculares, fibromial-gia, distrofia miotônica,dentre outras.Contudo, os tecidos articulares da ATM também podem ser afetados por trau-mas mecânicos, infecc¸ões, iatrogenias, gota, bem como por doenc¸asreumáticasautoimunes,como ARepsoríase.5

Observa-sepresenc¸ademediadoresinflamatóriostípicosda osteoartrite, incluindo o fator de necrose tumoral (TNF)

-␣, interleucina (IL) -1␤, IL-6 e a IL-8. Tais achados estão correlacionados com a extensão da doenc¸a, isto é, sinto-masclínicos,quantidadedederramearticularoualterac¸ões morfológicas.6,7

Asdisfunc¸õestemporomandibulares(DTMs)são conside-radasascondic¸õesmaiscomunsdedororofacialdeorigem não dental eéfunc¸ão do cirurgião-dentistafazer o exame clínicodaATMesolicitarexamesporimagemdessaregião anatômica.ADTM podemanifestar sintomascomo dorde ouvido,dordecabec¸a,neuralgiasinespecíficasedordedente. Seu diagnóstico requer abordagem de natureza odontoló-gicaemédica,oquefazaavaliac¸ãodaprevalênciadeDTM uma questão complexa. Observa-se que seu estudo é fre-quentemente negligenciado naprática clínicadas doenc¸as autoimunesreumáticas.8,9

As DTMs podem ocorrer tanto em adultos como, mais comumente, em crianc¸ascom AR.Um estudo que avaliou 223crianc¸asportadorasdeartriteidiopáticajuvenilrevelou que38,6%apresentaramenvolvimentodaATM(dor,inchac¸o e/ou limitac¸ão na amplitude de movimento).10 Quando o

envolvimento da ATM se manifesta durante o desenvolvi-mentodacrianc¸a,podeocorrerrestric¸ãodocrescimentoda mandíbulaqueresultaemmicrognatiae/ouanquilose.11

Em adultos, os estudos sobre a prevalência de DTM na AR têm valores díspares de 5% a 86% a depender da populac¸ãoestudada,docritériodediagnósticoedosmeiosde avaliac¸ão.4,5Constituiamanifestac¸ãoorofacialmaiscomum

na AR. O paciente pode referir dor aguda, bilateral, pro-fundaedifusa,exacerbadaduranteafunc¸ão.Oexameclínico pode revelar: má-oclusão, sensibilidade e inflamac¸ão das regiões pré-auriculares, rigidez da articulac¸ão ao acordar, limitac¸ãodomovimentomandibular,ruídosintracapsulares (crepitac¸ão ou estalido) e dor nos músculos mastigatórios e/ou cervicais.4,12 Exames por imagem podem evidenciar

(3)

Tabela1–Manifestac¸õesoraisdasdoenc¸asreumáticasautoimunesesuasimplicac¸õesclínicas

Manifestac¸õesorais Doenc¸asreumáticasautoimunes

AR MI ES LES SS Implicac¸õesclínicas

PM DM

Doenc¸aperiodontal X X X • Fatordeagravoparadiabetes,doenc¸asreumáticase

cardíacas

Lesãodecárie X X X • Adependerdaextensãodalesão,podecausardor,

prejudicaramastigac¸ãoecausarfocosdeinfecc¸ãoque podemagravaradiabetes,doenc¸asreumáticas ecardíacas

Candidose X X • Pruridoe/ouqueimac¸ãonamucosa

• Riscodeinfec¸ãoesofágica • Inapetência

Hipossalivac¸ão X X X X • Disfonia

• Disfagia

• Aftaseúlcerasnamucosabucal

• Maiorpropensãoainfecc¸õesbucaisedaorofaringe30 • Esofagitesrecorrentes

• Sonointerrompidoparaingestadeáguaeparaurinar

Xerostomia X X X X X • Diminuic¸ãonaqualidadedevida

Halitose X • Diminuic¸ãonaqualidadedevida

Ardênciabucal X X X X • Disgeusia

• Dificuldadenaalimentac¸ão • Cancerofobia

Úlcerasorais X X X • Dor

• Dificuldadenaalimentac¸ãoehigienizac¸ãobucal

DTM X X X X • Cefaleia

• Otalgiae/ouzumbido

• Sensac¸ãodetamponamentodoouvido • Dorcervicalirradiada

• Dordecabec¸acrônica • Limitac¸ãonaaberturabucal • Dificuldadesparamastigarefalar12

Microstomia X • Limitac¸ãonaaberturabucal

• Dificuldadenaalimentac¸ãoehigienizac¸ãobucal46

Reabsorc¸ãoregionaldoossoda mandíbula/ATM

X • Limitac¸ãonaaberturadaboca

Disfagia X X X • Desidratac¸ão

• Desnutric¸ão

• Aspirac¸ãodesecrec¸õese/oualimentosparaopulmão –pneumoniaaspirativa

Disfonia X X X X • Diminuic¸ãodaqualidadedevida

Alterac¸õesnalíngua X X X • Dificuldadenapercepc¸ãodosalimentos,fonac¸ão

edeglutic¸ão.

Queliteangular X • Dorelimitac¸ãonaaberturadaboca

Alterac¸õesmorfológicasdentárias X • Alterac¸ãodaestéticafacialedafunc¸ãomastigatória

Alterac¸õespatológicas nasglândulassalivares

X X • Hipossalivac¸ão,disfagiaedisfonia

Alterac¸õesnosmúsculos damímica,mastigatórios efaringe

X • Disfagia

• Disfonia

• Dificuldademastigatória

Neuralgiadonervotrigêmeo • Episódiosdedorintensanosolhos,lábios,nariz,couro

cabeludo,testae/oumandíbula

(4)

Figura1–Tomografiacomputadorizadadaarticulac¸ãotemporomandibulardepacientecomartritereumatoideequeixa deestalidodurantefunc¸ãomastigatória.Observa-sepresenc¸adecistosubcondralnaporc¸ãosuperiordacabec¸amandibular direita(a),desgastedaporc¸ãolateraldacabec¸amandibularesquerda(b)eaplainamentodaseminenciasarticulares(c).

Doenc¸aperiodontal

Adoenc¸a periodontal(DP) éumadoenc¸a infecciosacrônica causadapor bactériasGram-negativas anaeróbias que aco-mete os tecidos de protec¸ão e suporte do dente, como a gengiva,oligamentoperiodontal,ocementoeoossoalveolar. Adesignac¸ãoDPincluitantoprocessosreversíveis(gengivite) quanto irreversíveis (periodontite). Quando não diagnosti-cadaetratadapoderácausardestruic¸ãoprogressivadoosso alveolar,causarmobilidadeesubsequenteperdadodente.14

SegundodadosdaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde,adoenc¸a periodontalafetade10a15%dapopulac¸ãomundial.14Dados

oficiaisbrasileirosmostramque19,4%dapopulac¸ãoadulta, nafaixade35a44anos,possuemessadoenc¸a.15

Algunsestudosrecentestambémsugeremumaassociac¸ão significativa entre AR e DP.13,16–18 A relac¸ão entre AR e a

progressãodecondic¸ões inflamatóriascomo aperiodontite nãoestáclara.Arazãoprincipaléafaltadeuniformizac¸ão naclassificac¸ão das várias formas de ambas asdoenc¸as.19

Estima-sequeaprevalênciadaDPaumenteemduasvezes nospacientescomARemcomparac¸ãocomapopulac¸ãoem geral.17 Assimcomo a presenc¸a de ARmoderada a severa

tambémaumentamaisdeduasvezesoriscodedesenvolver formasdeperiodontitemoderadaagravecomparativamente aindivíduossemAR.17–19

Alémdisso,háevidênciasdasemelhanc¸anapatogênese da AR e da DP. Microrganismos, tais como Porphyromonas gingivalis, podem desempenhar um papel em ambas as condic¸ões.16 Verificou-se que tal espécie bacteriana pode

invadiroscondrócitoshumanosisoladosdearticulac¸õesdo joelho,interferemnociclocelulareinduzemaapoptose des-sascélulas.20OutrofatorimportanteseriaqueaP.gingivalis

expressaopeptídioargininadeiminase(PAD),queconverte aangininaemcitrulina,peloprocesso decitrulinac¸ão.Esse processo,queécomumaalgumasproteínashumanas,está associadoàfisiopatologiadaAR.Apresentaumabaixa imuno-tolerânciaàsproteínascitrulinadasnolíquidosinovial,oque desencadeiao desenvolvimentode imunoglobulinascontra essas proteínas presentes nas articulac¸ões e tendões.21,22

Além disso, estudosdemonstrarampresenc¸ade anticorpos emrespostaabactériasanaeróbiasbucaisemtecidosinoviale nosoro.Observou-se,também,apresenc¸adeDNAbacteriano oralnofluidosinovialdepacientescomAR.18Naverdade,aAR

eaDPapresentamumadiversidadedecaracterísticasclínicas efisiopatológicasmarcadamentesemelhantes(tabela2).23,24

(5)

Tabela2–Semelhanc¸asnascaracterísticas patofisiológicasdaAReDP.23,24

Características patofisiológicas

Artritereumatoide Doenc¸aperiodontal

Infiltradocelular Macrófagos, linfócitosT, PlasmócitosePMN

Idem

Fenômenoimune Deposic¸ãode complexoimune, fixac¸ãode complemento

Idem

Citocinas IL-1␣,IL-1␤,IL-6, IL-8,TNF-␣eTGF-␤

Idem

Célulaslocais afetadas

Condrócitose sinoviócitos

Fibroblastogengival, osteoblastoe queratinócitos Induc¸ãode

reabsorc¸ãoóssea

PGE2,TNF-␣,IL-1␤ PGE2,TNF-␣,IL-1␤, LPS

Destruic¸ãotecidual Metaloproteinase, fosfolipasee elastase

Idem

Tecidode granulac¸ão

Presentena interface cartilagem/osso

Presentena interface cemento/osso

AR,artritereumatoide;DP,doenc¸aperiodontal;IL-1,interleucina-1 alfa;IL-1,interleucina-1beta;IL-6,interleucina-6;IL-8, interleucina-8;LPS,lipopolissacarídeo;PGE2,protaglandinaE2;PMN,leucócitos polimorfonucleares;TNF␣,fatorde necrosetumoralalfa; TGF␤, fatordetransformac¸ãodecrescimentobeta.

crônicas,apesardasemelhanc¸anascaracterísticas patofisio-lógicasdaAReDP.Verifica-sequeseismesesapósaterapia

periodontal a melhoria da condic¸ão bucalestá fortemente

associada com amelhoria da func¸ão endotelial, reduzindo

processosinflamatórioslocaisesistêmicos.25

Hipossalivac¸ão/Xerostomia

Dentreasalterac¸õesbucais,verifica-sequeahipossalivac¸ão (baixofluxosalivar)eaxerostomia(sensac¸ãodebocaseca) sãocomunsnasdoenc¸asreumáticasautoimunessendoque axerostomiaacomete1%dosportadoresdeAR.26 Cercade

umterc¸odospacientescomARapresentaSSsecundária.27

Estudocom604pacientescomARindicouumadiminuic¸ão dofluxosalivarem43%dosindivíduos.28 Oriscode

desen-volverhipossalivac¸ãoaumentacom agravidadeda doenc¸a. Interessantemencionarqueestudoconduzidoem483 pacien-tesinternados,devidoacomplicac¸õesdedoenc¸asreumáticas, constatouqueapenas17,7%dospacientescom xerostomia-realizaram tratamento para tal queixa. Em contrapartida, 84,8%dospacientescomxeroftalmiareceberamtratamento paraxeroftalmia.Observou-seaindaqueasmodalidadesde tratamentoadministradasparaxerostomianãoforam efeti-vasenemestavamdeacordocomasrecomendac¸õesatuais encontradosnaliteraturamédica.29

Portanto,odiagnósticooportunoeomonitoramento apro-priadoda SSassociadaàARsãoimportantesmedidaspara promoverganhosnaqualidadede vidadospacientes (con-formeseráabordadonaSS),umavezqueasalivadesempenha

func¸õesdeinteressesistêmicocomogustac¸ão,reparac¸ão epi-telial da orofaringee esôfago,tamponamento doconteúdo ácidoesofágico,dentreoutrasfunc¸ões.30

Miopatiasinflamatórias

Polimiosite(PM)edermatomiosite(DM)sãodoenc¸as autoimu-nesclassificadascomomiopatiasinflamatóriasidiopáticase caracterizam-seporinflamac¸ãonamusculaturaestriada.31

APMéumadoenc¸asistêmicadotecidoconjuntivo,cujo achadoclínicopredominanteéfraquezamuscularproximal, bilateralesimétrica.Acometemúsculosdacinturaescapulare pélvicaeprogrideparaamusculaturaproximaldosmembros. Oinícioéfrequentementegradualeprogressivo.Tem incidên-ciavariávelgeograficamente,comcercadeumcasoparacada 100milhabitantes,predominanogênerofeminino.32

O comprometimento da musculatura esquelética da parede posteriordafaringeedoterc¸oproximal doesôfago podedarorigemàdisfagiaalta,comrefluxodealimentospara vias aéreasaltasedisfonia.Consequentemente,o paciente podeapresentarqueixadehipersalivac¸ão.Essa,porém,será decorrentedaatividadefuncionaldeficientedosmúsculosda deglutic¸ão,associadaaoreflexosalivarcausadopelorefluxo. O comprometimento do flexor dopescoc¸o ocorre em dois terc¸os dos casos, o que pode ocasionar dificuldade para sustentá-lo. Os sintomas constitucionais incluem: fadiga, febrebaixa,perdadepeso,artralgiaouartritedepequenas emédiasarticulac¸ões.33

Há raros casos de relatos que envolvem ulcerac¸ões em toda aextensãodalíngua,de aspectolinear,comsecrec¸ão esbranquic¸adanasbordaseatrofiadehemilínguaemquea mucosaseapresentahiperemiada.34

ADMéumadoenc¸aautoimunedeetiologiadesconhecida, quesecaracterizaporumavasculopatiasistêmicade peque-nosvasoscomenvolvimentopredominantementemuscular ecutâneo.Acaracterizac¸ãodaDMsebaseia,alémdo envol-vimentocutâneo,nopadrãodeenvolvimentomuscularena presenc¸a demanifestac¸ões clínicas associadasealterac¸ões histopatológicas.35

A prevalênciadeenvolvimento oralnaDM é desconhe-cida.Amaioriadasinformac¸õesdisponíveisvemderelatos de casosindividuaisoudepequenassériesde casossendo quealgunsrelatosdecasosiniciaisnãoseparamclaramente aDMdaPM.36

Pode ocorrer envolvimento dosmúsculos da mímica, o quelevaaumadiminuic¸ãoda expressãofacial. Damesma forma, o acometimento dos músculos mastigatórios e da faringepodemresultaremdisfagia,disfoniaehipersalivac¸ão. Oenvolvimentodomúsculoestriadonafaringeouesôfago proximal também contribui para a disfagia. A disfagia na DM atinge18% a50% dospacientes ecorrelaciona-se com a severidade da doenc¸a.36,37 Ademais, aumenta a risco de

pneumoniaporaspirac¸ão.Astaxasdemortalidadesãode1a 5anosem31%dospacientescomDMedisfagia.37Entretanto,

(6)

fonac¸ão.38Oacometimentodamembranamucosaérelatado

emcercade10-20%doscasos.39Edemanamucosa,eritema

etelangiectasiasãoasalterac¸õesoraismaiscomuns.38

Apesar de 27,5% dos pacientes com DM apresentarem artrite,oacometimentodaATMéraro,comapenasumcaso descritonaliteratura.Emalgunsrelatosforamdescritosvasos sanguíneosproeminentesemtodamucosaoralelesões simi-laresaestomatitesaftosaseúlceras.40Cercade10a46%dos

pacientesdesenvolvemúlcerasoraisegengivaisdolorosas.41

Osdentesapresentamraízescurtasebojudas,comobliterac¸ão doscanaisradiculares,bemcomocalcificac¸ãodacâmara pul-par.A xerostomiatambém seapresentacomo umaqueixa comum.42

Esclerosesistêmica

Aesclerosesistêmica(ES)éumadoenc¸aautoimunequese caracteriza por inflamac¸ão e hiper-reatividade vascular da micro e macrocirculac¸ão associadas à deposic¸ão excessiva de colágeno nos tecidos, com consequente fibrose da pele e/ouórgãos internos.43 Tempredilec¸ão pelo sexofeminino

esuaincidênciaéde2a10paracada1.000.000 indivíduos napopulac¸ãoemgeral.44Alémdisso,existeumreconhecido

aumentode morbidadeemortalidade, com sobrevida esti-madade66%em10anos.45

Asmanifestac¸õesoraissãopoucoestudadasemuitasvezes negligenciadaspelosclínicos,apesardeacarretargrande inca-pacidade funcional. Amicrostomia éo achado bucal mais frequente esedesenvolve devido à deposic¸ãode colágeno nostecidos periorais,causalimitac¸ãoda aberturada boca, enrugamentodossulcosperiorais,rigidezdopalatomole,da laringeedamucosaoral.46Alémdisso,ahipossalivac¸ãoea

xerostomiasãomanifestac¸õessecundáriasdadoenc¸a.Podem ocorrer,também,DTMcomgrausvariáveisdereabsorc¸ão pos-teriordoramoda mandíbula,processo coronoide,mento e côndilo.5Acredita-sequeessasáreassãoreabsorvidasdevido

à deposic¸ão crônica de colágeno. O câncer da língua tem frequênciasignificativamenteaumentadaempacientescom ESecomumaaberturadebocainferiora30mm.47

A reabsorc¸ão de alguns dentes também tem sido rela-tadacomcertafrequêncianessespacientes.Podeocorrerum aumentoanormaldafrequênciadedentescariadoseerupc¸ão dentáriaatípica.Parece, também,haverpredisposic¸ãoà DP devidoaomaioracúmulodeplacabacteriana.Issodecorreda dificuldadedehigienizac¸ãodabocacausadapeladiminuic¸ão da abertura de boca e dificuldade de manuseio da escova dental.Essa últimaécausada pelasalterac¸ões escleróticas nosdedos enasmãos. Ademais,o usode corticosteroides sistêmicosporlongosperíodosatuanareduc¸ãodaresposta inflamatória periodontal, torna seu processo progressivo e muitasvezesdeformainsidiosa.48

Lúpuseritematososistêmico

LES é uma doenc¸a autoimune, de etiologia desconhecida, influenciada por fatoresambientais e genéticos, que afeta principalmentemulheresnassegundaeterceiradécadasde vida.49 Aprevalência das lesões bucaisnos pacientes com

LESvariaentre6,5%a21%.Acometeprincipalmentelíngua, mucosajugal,lábiosepalato.Poressemotivo,asúlcerasorais

sãoconsideradaseventosprimáriosqueestãoincluídosnos seguintesíndicesdeatividadedadoenc¸a:Bilag(BritishIsles LupusAssessmentGroup),50Sledai(SystemicLupus

Erythe-matosus DiseaseActivity Index),51 Selena-Sledai (Safety of

Estrogens in Lupus Erythematosus National Assessment), Slam(SystemicLupusActivityMeasure)52eEcalm(European

ConsensusLupusActivityMeasurement).53

Aslesõessemanifestamdeformavariada,comomáculas eplacasnamucosa.Aslesõespodemsereritematosas, ulce-radas,estomatitesaftosasrecorrenteselesõessemelhantes alíquenplanoouleucoplasia(fig.2).Otamanhodaslesões também é variável eas úlceras apresentam-sedesde uma pequenaerosa˜osuperficialatéumaárealargaeextensa.54,55

OspoucosestudossobrelesõesbucaisempacientescomLES demonstram,microscopicamente,paraouortoceratose, acan-tose, atrofia epitelial, degenerac¸ão vacuolar da membrana basalcomnecrosedosqueratinócitosbasais,espessamento damembranabasal,infiltradomononuclearliquenoidee vas-culitenostecidosconectivosprofundos.Lesõesnovermelhão doslábios,principalmentenolábioinferior,merecematenc¸ão especial dosprofissionais,pois podemestarrelacionadas à queilitelu ´pica,comousemdisplasiaepitelial.54,56

Outros sinais/sintomas orofaciais secundários incluem: ardência bucal, hipossalivac¸ão, xerostomia, doenc¸as das glândulas salivares (como necrose focal da glândula paró-tida), DTM, gengivitedescamativa eDP.54 A hipossalivac¸ão

pode levar ao aumento da ocorrência de lesões de cárie e à predisposic¸ão de candidose, especialmente se estive-remsendoadministradosagentesimunossupressores,como corticoesteroides.56

SíndromedeSjögren

A SS é umadoenc¸a autoimune inflamatória de curso crô-nicofrequentenaqualháinfiltrac¸ãolinfocitárianasglândulas exócrinas, principalmente emglândulaslacrimais e saliva-res,prejudicandosuafunc¸ãosecretora.55Simultaneamente,

podemocorrermanifestac¸õessistêmicasdenaturezacutânea, respiratória,renal,hepática,neurológicaevascular.Existem duasformasdistintas:aSSprimária–quenãosemanifesta associadaaoutradesordem–eaSSsecundária–emqueo paciente manifestaasíndrome associadaaoutras doenc¸as autoimunes.57,58

Calcula-sequeafete0,2%dapopulac¸ãomundial, principal-mentemulheresnarazãode9:1.57,58NoBrasil,pelaausência

deestimativasoficiaisoucientificamenteconfirmadassobre suaincidência,nãosesabeonúmeroexatodeindivíduoscom SS.Porém,existeareferênciaquantoàmaioriadoscasos diag-nosticadoscontemplarmulheresnamenopausaouemidade maisavanc¸ada.59

A SS tem curso variável e um amplo espectro de manifestac¸õesclínicas.Alémdisso,muitosdossintomassão inespecíficos,oquetornaodiagnósticodifíciletardio.Oitenta porcentodospacientescomSSapresentamoinícioinsidioso dossintomasdesecuraqueevoluemaolongodeumperíodo deváriosmesesaanos.58

(7)

Figura2–Pacientecomlúpuseritematososistêmicoequeixadesensibilidadedentáriagengival.Observa-sepresenc¸a dedoenc¸aperiodontalcomextensaperdadegengivainserida(a)eregiõescomexudatopurulento(b).Verifica-se manifestac¸ãodelíquenplanoreticularcomestriasdeWickhamemgengiva(c)emucosa(d).Ocirurgião-dentista

encaminhouparaoreumatologista,poissuspeitavaqueolúpusencontrava-seemfaseativaetalsuspeitafoiconfirmada.

aumentonaincidênciade infecc¸ãooral/dental,friabilidade damucosaesintomasdeirritac¸ãoeardênciabucal(fig.3).57

Poroutrolado,algunspacientesreferemxerostomiaquepode nãoestaracompanhadapeladiminuic¸ãodataxadesecrec¸ão salivar.30 No entanto, observa-se que no estágio inicial da

doenc¸a,momentoemqueodiagnósticoaindanãoseencontra bemestabelecido,ospacientespodemapresentarqueixasde xerostomiadecorrentesdemudanc¸asnacomposic¸ãodasaliva oupelareduc¸ãodasecrec¸ãosalivarprovenientedasglândulas salivaresmenoresdamucosalabialepalato.Ouseja,a sia-lometriapodeevidenciarqueopacienteapresentaumfluxo salivarnormal,porémexamesdacomposic¸ãodasaliva apon-tarãoalterac¸õesqualitativas.60

Comumente são notadas lesões de cárie dentária e infecc¸õesfúngicasnasmucosas(principalmentecandidose), quepodemsemanifestarcomolesõespseudomembranosas oueritematosas.Afriabilidadedamucosaempacientescom SSmuitasvezes levaalesõesdetecidosmoles.Tais sinais incluemlábiossecoserachados,glossiteromboidemediana oulínguafissurada,língua despapilada,estomatite, quelite angular,lesõesaftosas,úlcerasemmucosalabial,dificuldade nadeglutic¸ãodealimentossólidoseodinofagia.57

Observa-sequeindivíduoscomSSfrequentemente apre-sentam distúrbios da voz e sintomas correlacionados que estão associados com reduc¸ãoda qualidade de vida. Sabe--sequealubrificac¸ãodascordasvocaiséfeitapelasaliva.61

Portanto, essefluidobiológicoéimportante paraadequada fonac¸ão.

Outroaspectorelevanterefere-seàquedanaqualidadede vidadospacientescomSSdevidoamudanc¸asdoshábitos ali-mentarescausadaspelabocaseca.62Verifica-se, ainda,que

a secura bucalestá fortemente correlacionadacom fadiga, dor, sofrimento psíquico, danos à qualidade do sono e é consideradafatorderiscovascular.63Nesteestudo,os

auto-resconcluíramqueaabordagemterapêuticamultidisciplinar podeseramelhormaneirademinimizarasecurabucalesuas consequênciasempacientescomSSprimária.63

Finalmente, outra manifestac¸ão bucal bastante comum é o aumento assintomático e autolimitado das glândulas parótidasououtrasglândulassalivaresmaiores,55quepode

sinalizaroestágioinicialdaSS.

Portanto,oestabelecimentododiagnósticoprecocedaSS éfundamentalparaainstituic¸ãodotratamentocorreto,que consistenoalíviodossinaisesintomas,afimdequesejam

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minimizadasouevitadassequelasquepossamrepercutirna saúdeenaqualidadedevidadospacientes.64

Sialogogos gustatórios, mecânicos e químicos têm sido usados para estimular a produc¸ão de saliva. Entretanto, a efetividadedessesrecursosébaixa,poisfornecemapenas alí-viopassageiroerequerendoaplicac¸õesfrequentes.65Muitos

tratamentostópicoscomosprays,pastilhas,colutórios,géis, óleosoucremesdentaistêmsidoavaliados,masnãoexiste qualquerevidênciafortedequeotratamentotópicosejaeficaz paraaliviarasensac¸ãodebocaseca.66Lubrificantesàbasede

triéstergliceroloxigenadosãomaiseficazesdoquespraysde eletrólitosàbasedeágua.Mascarchicleteaumentaaproduc¸ão desaliva,masnãoháevidênciadequeagomasejamelhorou piordoquesubstitutosda saliva.Contudo, devem-seevitar sialogogosácidoseosquecontêmac¸úcar,66poisreduzemopH

bucal.Alémdisso,promovemmaiordesmineralizac¸ão dentá-riaeirritamumamucosajámuitosensível.Deve-seoptarpelo usodegomasdemascarsemac¸úcar,mascomflúore bicarbo-natoemsuacomposic¸ão.TaiscomponentesaumentamopH salivareauxiliamnaprevenc¸ãodacáriedentária.67,68

Os sialogogosquímicos, como pilocarpina ecevimelina, sãoeficazesnoalíviodahipossalivac¸ão,mastêmpotencial paracausarefeitosadversos.65Aeletroestimulac¸ãoaplicada

nas vias aferentes, através da mucosa bucal ou na pele, emregiões de glândulas salivares,evidenciou aumento da produc¸ãosalivarealíviodaxerostomiaempacientescomSS65

eempacientessubmetidosàradioterapiaemregião cérvico--encefálica.69

Umarevisãosistemática foi feitapara reunir evidências sobreaterapiamedicamentosaemSSprimáriadeensaios clí-nicosrandomizados.Osautoressugeriramqueprodutosde substituic¸ãodesalivaegomasdemascarsemac¸úcarpodem sereficazesquandohábocasecadeleveamoderada.Devem serevitadosoconsumodeálcooletabagismoeéessencialo estabelecimentodehigienebucalminuciosa.Otratamentode escolhaparapacientescomfunc¸ãoresidualdaglândula sali-varéapilocarpinaoraleacevimelina.Noentanto,aeficácia dasduasdrogasnãofoicomparada.Asdosesque comprova-rammelhoresefeitosdeeficáciaeseguranc¸aforamde5mgde pilocarpinaacada6horasede30mgdecevimelinaacada8 horas.AN-acetilcisteínapodeserumaalternativaem paci-entescom contraindicac¸ões ou intolerânciapara agonistas muscarínicos.70

Conclusão

Asmanifestac¸õesorofaciaisempacientescomdoenc¸as reu-máticas autoimunes são problemas comuns, mas pouco abordadospeloreumatologistaemsuapráticaclínicadiária. Esteartigotrouxeumresumodasprincipaismanifestac¸ões observadas,afimdefamiliarizaroreumatologistacomseu diagnósticoealertarparaapossívelnecessidadede encami-nhamentoprecoceparaocirurgião-dentista.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

À Nathalya Lopes Silva,Rafaelly Stavale, TalithaGiovanna da Silva e Francisca Iresdania Alves Macêdo pela grande cooperac¸ão no levantamento bibliográfico. A segunda e últimaautorastambémsãogrataspeloapoio financeiroda Capes(Coordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoaldeNível Superior).

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