RevBrasAnestesiol.2014;64(5):369---372
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
INFORMAC
¸ÕES
CLÍNICAS
Anestesia
para
cesariana
em
gestante
com
síndrome
de
Guillain
Barré:
relato
de
caso
Thiago
Nobre
Queiroz
a,∗,
Flora
Margarida
Barra
Bisinotto
b,
Thaisa
Mara
da
Mota
Silva
ce
Laura
Bisinotto
Martins
daProgramadeResidênciaMédicaemAnestesiologia,HospitaldasClínicas,UniversidadeFederaldoTriânguloMineiro,Uberaba,
MG,Brasil
bUniversidadeFederaldoTriânguloMineiro,Uberaba,MG,Brasil
cProgramadeResidênciaMédicaemOftalmologia,HospitaldasClínicasdaUniversidadeFederaldeUberlândia,Uberlândia,MG,
Brasil
dUniversidadedeRibeirãoPreto,RibeirãoPreto,SP,Brasil
Recebidoem11dejulhode2012;aceitoem28defevereirode2013 DisponívelnaInternetem11denovembrode2013
PALAVRAS-CHAVE
Anestesiageral; Gestac¸ão; Doenc¸as; Relaxante neuromuscular; GuillainBarré
Resumo
Justificativaeobjetivos: AsíndromedeGuillainBarré(SGB)éumadoenc¸aneurológica autoi-munequesecaracterizaporumapolirradiculoneuritedesmielinizanteagudaousubaguda.Éum eventoincomumduranteagravidezeumdesafioparaoanestesiologistapelapossibilidadede comprometimentodafunc¸ãoneuromuscularedecomplicac¸õesrespiratóriasnopós-operatório. Oobjetivodestetrabalhoédiscutiromanejoanestésicodapacientegestanteafetadapela doenc¸a.
Relatodecaso: Pacientedosexofemininocom30anos,gestantede38semanas,com diagnós-ticodeóbitofetalhaviaumdiaeSGB.Foisubmetidaàcesarianasobanestesiageral,evoluindo semintercorrênciasnoperioperatório.
Conclusões: Apesardeserincomum,aSGBpodeacometergestanteseoanestesiologistapode sedepararcomessetipodepacientenasuapráticadiária.Éimportantecompreenderas pecu-liaridadesdaSGBparaseabordaradequadamenteapacientenoperioperatório,contribuindo paraasuamelhorevoluc¸ão.
©2013SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:thnobre@hotmail.com(T.N.Queiroz).
0034-7094/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
370 T.N.Queirozetal.
KEYWORDS
Generalanesthesia; Pregnancy;
Diseases; Neuromuscular relaxant; GuillainBarré
AnesthesiaforcesareansectioninpregnantwomanwithGuillainBarrésyndrome:
acasereport
Abstract
Backgroundandobjectives: GuillainBarrésyndrome(GBS)isanautoimmuneneurological dise-asecharacterizedbyanacuteorsubacutedemyelinatingpolyradiculoneuritis.Itisanunusual event during pregnancy and a challengefor the anesthesiologist,due to the possibility of impairmentofneuromuscularfunctionandoccurrenceofrespiratorycomplicationsinthe pos-toperativeperiod.Theobjectiveofthispaperistodiscuss theanesthetic managementofa pregnantpatientaffectedbythedisease.
Casereport: Femalepatient,30yearsold,38weeks’pregnant,diagnosedwithfetaldeaththat occurredaboutaday,andwithSGB.Cesareansectionwasperformedundergeneralanesthesia, progressingwithoutcomplicationsperioperatively.
Conclusions:Althoughitisuncommon,GBScanaffectpregnantwomenandthe anesthesiolo-gistmayencountersuchpatientsinhis(her)dailypractice.Itisimportanttounderstandthe peculiaritiesofGBStoadequatelyaddressthepatientintheperioperativeperiod,contributing toitsbetterevolution.
©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Pacientes com doenc¸as neurológicas preexistentes repre-sentamumdesafio paraoanestesiologistaem relac¸ãoaos bloqueios espinhais. Historicamente umaabordagem mais conservadoraéanãofeituradebloqueiosnoneuroeixo nes-sespacientes,oquepoderiaagravaroquadroneurológico.1 A presenc¸a de uma gestac¸ão em curso torna o desafio ainda maior,por causada preocupac¸ão com o bem-estar fetal.
AanestesiaparapacientesportadoresdaSGBéevento incomum na prática anestésica diária e ainda apresenta algumascontrovérsiasnaliteratura.Oobjetivodesterelato édescreveromanejoanestésicodeumapacientegestante como diagnóstico deSGB que foi submetida acesariana. Serão enfocadas as implicac¸ões anestésicas da SGB e as considerac¸ões que devem ser feitas ao se escolher uma determinadatécnicaanestésica.
Relato
de
caso
Pacientefeminina, 30 anos,83kg, 170cm de altura,com diagnóstico degestac¸ão de 38semanas, óbito fetalhavia aproximadamenteumdiaesíndromedeGuillainBarré.Foi internadapara feiturade cesarianaem caráter de urgên-cia, por indicac¸ão obstétrica. Relatava que havia 20 dias iniciara quadro detetraparesia flácida aguda,com pioria nosúltimosquatrodias.Oiníciofoisimétricoemmembros inferiores,evoluindoposteriormenteparaosmembros supe-riores.Referiaaindaparestesianosquatromembrosenão relatavaalterac¸õesesfincterianas.Comohistóriapregressa haviarelatodeanemiaeinfecc¸ãodotratourináriodurantea gestac¸ãoatual.Osexameslaboratoriaisnãoestavam dispo-níveiseaultrassonografiaobstétricarelatavamalformac¸ão e óbitofetal. Foiadmitida nocentro cirúrgico hemodina-micamenteestável, eupneica e com jejumde oitohoras. Aoexamefísicoobservava-setetraparesiaflácida,arreflexia
depredomíniodistaledemembrosinferioreseausênciade nívelsensitivo.Amonitorac¸ãoconstoudecardioscópioem DIIeV5,oximetriadepulso,pressãoarterialnãoinvasiva, capnografia e monitorac¸ão da transmissão neuromuscular poraceleromiografia (TOFWatch SX®),do músculoadutor
dopolegar,comaestimulac¸ãodonervoulnarpormeioda sequênciadequatroestímulos(SQE)a cadaquinze segun-dos.Apressão arterialinicialerade115×75mmHg,ritmo sinusal,comfrequênciacardíacade100bpmesaturac¸ãode pulso deoxigênio de96%. Foifeitaa venóclisecom cate-ter18G,prosseguindo-secomaadministrac¸ãode10mgde metoclopramidae50mgderanitidina30minutosantesda induc¸ãoanestésica.Apósaadministrac¸ãodeoxigênioa100% portrêsminutosatravésdemáscarafacial,foiadministrado midazolam(3mg)einiciadaainfusãocontínuade remifen-tanil(0,5g.kg−1.min−1)durantetrês minutos,seguidode
lidocaína (80mg),etomidato (20mg)e rocurônio (80mg). Feita aintubac¸ão orotraqueal, em sequência rápida, sem intercorrências.Aanestesiafoimantidacomsevofluranoa 2%eremifentanileminfusãocontínua(0,2g.kg−1.min−1).
Oprocedimentotevedurac¸ãodeduashoras.Nessemomento já se observava T2 na SQE e foram administrados neos-tigmina (3,0mg) e atropina (1,5mg). Após 30 minutos a paciente se encontrava com bom padrão respiratório, relac¸ão T4/T1 maior do que 90% e cooperativa. Fez-se a extubac¸ão traquealsem intercorrências. A paciente foi levadaparasaladerecuperac¸ãopós-anestésica,onde per-maneceu sob monitorac¸ão contínua. No dia seguinte foi transferidaparaaunidadedeterapiaintensiva.
Discussão
AnestesiaparacesarianaemgestantecomsíndromedeGuillainBarré:relatodecaso 371
Historicamente,considera-seprudenteevitaraanestesia regionalempacientescomdoenc¸asneurológicas preexisten-tes. Essaconduta baseia-se nofatode que essasdoenc¸as podem piorar ou um novo déficit pode se desenvolver no período perioperatório.1 Qual seria a importância da existência de uma doenc¸a neurológica e da anestesia no neuroeixo? A presenc¸a de um comprometimento neuroló-gico preexistente, clínicoousubclínico, podeaumentaro risco paranovaslesões oupiorarasjá existentesdurante o perioperatório. Essa síndrome, conhecidacomo double-crush,2foidescritapelaprimeiravezem1973porUptone McComasesugerequeumnervojácomprometidosetorna maissusceptívelalesãoemoutrolocal.1,2Assim,adoenc¸a neurológicapréviaseriaconsideradacomooprimeirofator derisco(firstcrush)eoutraagressão(secondcrush) esta-riarelacionadaàanestesia,decorrentedetraumamecânico pelaagulhadepunc¸ãooucateteres,isquemiacausadapor vasoconstrictoresou lesãoquímica (neurotoxicidade) pro-duzidapelopróprioanestésicolocal.
Tantoasdoenc¸asdosistemanervosocentral,aexemplo da esclerose múltipla e outras, como também as do sis-temanervosoperiférico,hereditáriasounão,sãopassíveis decomplicac¸ãoapósumaanestesiaregional.Asíndromede GuillainBarré(SGB)éumaneuropatiaperiféricaadquirida, autoimune,quesecaracterizaporumapolirradiculoneurite desmielinizante aguda ou subaguda. Acomete principal-mente os nervos periféricos, porém as raízes nervosas proximaisedenervoscranianostambémpodemestar com-prometidas.Suaetiologiaaindapermanecedesconhecida. Geralmente é precedida por infecc¸ão, principalmente de viasrespiratóriasaltasegastrointestinais.Provavelmenteo mecanismoimplicadoéodemimetismomolecular.Porém, emalgunscasosessaassociac¸ãoentreinfecc¸ãopréviaeSGB nãoéevidenteoumesmorelatada.Caracteriza-se principal-menteporumaparalisiaprogressivadecaráterascendente comarreflexia edissociac¸ão albuminocitológicanoexame delíquidocefalorraquidiano.Afraquezapodeserleve,como dificuldade para caminhar, ou grave, como tetraplegia e insuficiênciarespiratóriatotal.3---5
A SGB que complica uma gravidez é evento raro e de granderisco.AincidênciaanualdaSGBnapopulac¸ãogeral éde0,75adoiscasospor100.000habitantes.6Oshomens são1,5vezmaisacometidosdoqueasmulheres.3A incidên-ciaaumentacomaidade3eparecesermenoremgrávidas, nasquaissurgeprincipalmentenostrêsmesesapósoparto.7 O fim da gestac¸ão não acelera a recuperac¸ão da paci-ente,pelocontrário, ocorreumapioriadossintomasapós o parto (tanto vaginal quanto cirúrgico).7 Observa-se um desfechofavorávelnamaioriadoscasos,comumataxade sobrevivêncianeonatalde95,7%.8 Apesar do comprometi-mentoneurológicodapaciente,ascontrac¸õesuterinasea dilatac¸ãocervicalsãomantidas,oquetornaopartovaginal possível.8
Adisfunc¸ãoautonômicaeapresenc¸adelesãodo neurô-nio motor inferior devem sempre ser lembradas quando se faz um ato anestésico em um paciente acometido pela SGB. A hipotensão arterial profunda em resposta à simples mudanc¸a de posic¸ão, à perda sanguínea ou à pressão positiva nas vias aéreas reflete o comprometi-mento das respostas compensatórias cardiovasculares.9,10 Por outro lado, estímulos nociceptivos, como a larin-goscopia, podem desencadear aumento exagerado da
pressão arterial sistêmica. Por causa desse compor-tamento imprevisível, seria prudente a monitorac¸ão contínua com cateter intra-arterial da pressão arte-rial sistêmica, principalmente em procedimentos cirúr-gicos mais complexos ou que envolvam grande perda sanguínea.9,10
No presente caso, a opc¸ão pela anestesia geral foi baseada em relatos de pioria do quadro clínico após anestesias espinhais e por se tratar de uma gestac¸ão com feto morto. A anestesia geral foi induzida com a técnica de sequência rápida por causa do risco de broncoaspirac¸ão, tanto pela SGB quanto pela gravidez. OusodesuccinilcolinanaSGBécontraindicadopeloriscode hipercalemiaacentuadae potencialmentefatal.9---13 Existe um aumento (up-regulation) dos receptores musculares nicotínicosdeacetilcolinaextrajuncionais,11,14 quequando sofremdespolarizac¸ãopelaac¸ãodasuccinilcolinalevama umgrandeefluxodepotássiodointracelularparaoplasma. Éprudenteonãousodasuccinilcolinaapós48-72horasdo iníciodequadros daSGB12 e deve-se evitar oseu uso em pacientescomhistóriarecentedasíndrome,poisoretorno ànormalidadepodelevardesemanasaanosapóscessada acausainicial.12Quandonecessário,osrelaxantes muscula-resadespolarizantespodemserusados10edeve-seinstituir monitorac¸ãocuidadosadobloqueioneuromuscular.
Idealmente,antesdeprocedimentoscirúrgicos,os paci-entesdevemser investigadosquanto à func¸ãopulmonar,7 pois,apesardeassintomáticos,podemapresentar compro-metimentoimportantedafunc¸ãoventilatória,quepodeser exacerbadonopós-operatório,eosuporteventilatóriodeve estarsempredisponível.9,10
Não há discussão quanto aos benefícios em pacien-tes submetidas a cesarinas do bloqueio espinhal, que representa a técnica de escolha. A anestesia geral é associada a maiormortalidade materna, decorrente prin-cipalmente de falhas na intubac¸ão traqueal, dificuldades para ventilar e oxigenar e aspirac¸ão pulmonar do con-teúdogástrico.NaSGBaanestesiaregionalpodeapresentar benefícios pela grande labilidadeautonômica existente.15 Entretanto,há relatosde desenvolvimentodasíndrome e tambémdepiorianeurológicadossintomasapósanestesia peridural.7---9,16,17 Como a SGB pode ter seu curso agra-vado durante o período perioperatório,8,16 torna-se difícil a avaliac¸ão dessas associac¸ões. Há também vários casos dedesfechosfavoráveisapósanestesiaregional8,18---20enão há evidênciasde que a anestesia regionalpossa desenca-dearadoenc¸a.16 Portanto,aSGBnãodeveserconsiderada uma contraindicac¸ão absoluta à feitura de anestesias no neuroeixo.8,9,18 Háumaumentodasensibilidadeaos anes-tésicoslocais,portantoadosedeveserreduzidaesempre que possível fracionada, objetivando-se evitar bloqueios extensos.15
Aanestesiageral,apesardetodasasressalvas,ésegura na SGB9 e deve ser preferida nos casos com compro-metimento ventilatório.15 Dá-se preferência aos agentes anestésicosdemetabolismorápidoecompoucarepercussão hemodinâmica.
372 T.N.Queirozetal.
Concluímosque qualquerquesejaatécnicaanestésica escolhida pelo anestesiologista, deve ser discutida com a equipecirúrgica, com a paciente e seusparentes,8,16,18,19 paraseexplicaremosriscosinerentesacadatipode proce-dimento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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