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Associação forética entre larvas de Rheotanytarsus (Chironomidae, Tanytarsini) e adultos de Elmidae (Coleoptera), coletados em córregos no Parque Estadual de Campos do Jordão, São Paulo, Brasil.

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Academic year: 2017

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Revista Brasileira de Zoologia 24 (2): 503–504, junho 2007

A foresia ocorre como estratégia adaptativa entre os

invertebrados, sendo adotada por diferentes táxons. Entre os insetos aquáticos esta relação é uma associação comensal, em geral, entre larvas de algumas espécies, neste caso particularmente de dípteros, que constroem casulos e vivem sobre o exoesqueleto de insetos maiores como Ephemeroptera, Megaloptera, Plecoptera, Odonata e Trichoptera e por eles são transportados. Dentre os dípteros, os Chironomidae são, sem dúvida, o grupo mais reportado em associação forética com diferentes gê-neros e espécies relacionando-se com: Diptera (STEFFAN 1967a); Ephemeroptera (CALLISTO & GOULART 2000), Hemiptera (ROBACK

1977); Megaloptera (DE LA ROSA 1992, HAYASHI 1998, PENNUTO 2003,

CALLISTOet al. 2006), Plecoptera (STEFFAN 1967b, DORVILLÉet al.

2000); Trichoptera (STEFFAN 1967a, VINIKOUR & ANDERSON 1981) e

Odonata (ROSENBERG 1972, WHITE & FOX 1979, DUDGEON 1989, FERREIRA-PERUQUETTI & TRIVINHO-STRIXINO 2003).

Este é o primeiro registro de foresia entre larvas de Chironomidae e adultos de Coleoptera na Região Neotropical.

Os exemplares de Elmidae foram coletados em maio de 2005 no córrego Campo do Meio no Parque Estadual de Cam-pos do Jordão (PECJ), São Paulo, Brasil (22º41’51”S; 45º29’20”W), em áreas de corredeiras, utilizando-se amostrador tipo Surber (0,09 m2). O PECJ encontra-se a 1628m de altitude, na Serra da

Mantiqueira e a Mata de Araucária é vegetação predominante. De maneira geral o córrego pode ser caracterizado como

pouco profundo (profundidade média: 14,8 cm), com águas trans-parentes e límpidas, com substrato rochoso formado principal-mente por muitas pedras, seixos e areia grossa. As águas são bem oxigenadas (oxigênio dissolvido: 8,65 mg.L-1), com baixa condutividade (16,3 µS.cm-1)e pH próximo da neutralidade

(pH: 6,58).

Os espécimes coletados foram fixados em etanol a 70% e estão depositados na Coleção de Insetos Aquáticos do Laborató-rio de Entomologia Aquática, do Departamento de Hidrobiologia da Universidade Federal de São Carlos, Brasil.

De 86 exemplares de Elmidae coletados, nove carregavam casulos de Rheotanytarsus Thienemann & Bause, 1913,o que re-presenta 8% dos organismos coletados.

As larvas de Rheotanytarsus constroem tubos fixando-os em substratos duros, neste caso os tubos estavam aderidos aos élitros de Hexacylloepus Hinton, 1940 (oito exemplares) e Microcylloepus Hinton, 1935 (um exemplar), em geral cada coleóp-tero, com somente um casulo contendo uma larva (Fig. 1).

Hexacylloepus e Microcylloepus vivem preferencialmente em pacotes de folhas retidos em áreas de correnteza, isto pode estar relacionado com maior disponibilidade de alimento e abrigo (BROWN 1987).Estes locais de águas correntes, também

são habitados pelas larvas de Rheotanytarsus, as quais por se-rem filtradoras, necessitam ficar expostas à corredeiras (COFFMAN

& FERRINGTON 1996).

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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Melissa O. Segura; Alaíde A. Fonseca-Gessner & Twiggy C. A. Batista

Laboratório de Entomologia Aquática, Departamento de Hidrobiologia, Universidade Federal de São Carlos.

Caixa Postal 676, 13565-905 São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: m_ottoboni@yahoo.com.br

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Rheotanytarsus

Thienemann & Bause, 1913 (Chironominae, Tanytarsini) and adult of

Hexacylloepus

Hinton, 1940 and

Microcylloepus

Hinton, 1935 (Coleoptera, Elmidae). The specimens had been collected in streams from State Park Campos do

Jordão, São Paulo State, Brazil.

KEY WORDS. Aquatic insect; neotropics; phoresy.

RESUMO. Esta nota registra a ocorrência de foresia entre larvas de

Rheotanytarsus

Thienemann & Bause, 1913

(Chironomidae, Tanytarsini) e adultos de

Hexacylloepus

Hinton, 1940 e

Microcylloepus

Hinton, 1935 (Coleoptera,

Elmidae). Os exemplares foram obtidos em córregos no Parque Estadual de Campos de Jordão, Estado de São

Paulo, Brasil.

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504

M. O. Segura

et al.

Revista Brasileira de Zoologia 24 (2): 503–504, junho 2007

Latreille (Megaloptera, Corydalidae) in Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 23 (2):569-572.

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In: R.W. MERRIT & K.W.CUMMINS (Eds). An introduction to the aquatic insects of North America. Dubuque, Kendall/ Hunt Publishing, 862p.

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(Diptera) on Corydalidae (Megaloptera) in northwestern Costa Rica streams. Journal of the North American Benthological Society 11: 316-323.

DORVILLÉ, L.F.M.; J.L.NESSIMIAN & A.M. SANSEVERINO. 2000. First record

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Esta associação forética entre espécies de Chironomonidae e outros invertebrados proporciona aos primeiros maior mobili-dade com isto; aumenta as oportunimobili-dades de explorar o ambi-ente na busca de alimento; evita micro-hábitats inóspitos em termos de suprimento alimentar e concentração de oxigênio e reduz o nível de predação (STEFFAN 1967b).

Embora alguns autores consideram as associações foréticas entre os insetos aquáticos sejam relativamente comuns (ROBACK

1977), ROQUEet al. (2004) relatam que não encontrou

associa-ções entre dípteros e coleópteros, provavelmente porque o élitro é muito liso dificultando a instalação dos casulos. Este trabalho é o primeiro registro onde adultos de Elmidae (Coleoptera) fo-ram encontrados com casulos com larvas de Chironomidae.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq (processo nº 135389/2005-4); ao Programa BIOTA/FAPESP; e a Lívia Maria Fusari, Márcia Thais Suriano e Márcia Regina Spies pelos auxílios prestados durante a coleta e na identificação das larvas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Does predator benefits prey? Commensalism between Corynoneura Winnertz (Diptera, Chironomidae) and Corydalus Figura 1. Casulo de Rheotanytarsus sp. aderidas ao corpo de

Hexacylloepus sp. Escala: 1 mm.

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