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Ensaio sobre o fluxo de Ricci e os buracos negros: fundamentação e estudo computacional

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Academic year: 2017

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Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas

Claudia Maria G. Gon¸calves Franchi

Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira Borges Neto

Ensaio sobre o Fluxo de Ricci e os Buracos Negros: Fundamenta¸c˜ao e Estudo Computacional

(2)

Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao

Departamento de Ciˆencia da Computa¸c˜ao e Estat´ıstica

Ensaio sobre o Fluxo de Ricci e os Buracos Negros: Fundamenta¸c˜ao e Estudo Computacional

Claudia Maria G. Gon¸calves Franchi

Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira Borges Neto

Disserta¸c˜ao como parte dos requisitos para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao, junto ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao, ´Area de Concentra¸c˜ao - Computa¸c˜ao Cient´ıfica, do Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas da Universidade Estadual Paulista “J´ulio de Mesquita Filho”, Campus de S˜ao

Jos´e do Rio Preto.

(3)

Ensaio sobre o fluxo de Ricci e os buracos negros: fundamenta¸c˜ao e estudo Computacional / Claudia Maria. G. Gon¸calves Franchi. - S˜ao Jos´e do Rio Preto: [s.n.], 2013.

126 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Manoel Ferreira Borges Neto

Disserta¸c˜ao (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas

1. Computa¸c˜ao - Matem´atica. 2. Relatividade geral (F´ısica) 3. Bu-racos Negros (Astronomia) 4. Fluxo de Ricci. I. Ferreira Neto, Manoel Borges. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas. III. T´ıtulo.

CDU - 519.67

(4)

Ensaio sobre o Fluxo de Ricci e os Buracos Negros: Fundamenta¸c˜ao e Estudo Computacional

Disserta¸c˜ao apresentada como parte dos requisitos para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao, ´area de Com-puta¸c˜ao Cient´ıfica junto ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao do Instituto de Biociˆencias, Letras e Ciˆencias Exatas da Universidade Estadual Paulista “J´ulio de Mesquita Filho”, Campus de S˜ao

Jos´e do Rio Preto.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Manoel Ferreira Borges Neto UNESP - S˜ao Jos´e do Rio Preto - SP Orientador

Prof. Dr. Carlos Roberto Valˆencio UNESP - S˜ao Jos´e do Rio Preto - SP

Prof. Dr. Wladimir Seixas

UFSCAR - Universidade Federal de S˜ao Carlos - SP

(5)

por quˆe.

“Somente nas misteriosas equa¸c˜oes do amor ´e que alguma l´ogica ou raz˜ao pode ser encon-trada”. S´o estou aqui agora por sua causa. Vocˆe ´e a raz˜ao de eu existir. “Vocˆe ´e toda a minha raz˜ao”.

(6)

Agradecimentos

`

A Deus, que me carregou quando me faltaram for¸cas.

Ao querido Vander Franchi, meu grande parceiro e incentivador, o qual n˜ao tenho palavras para agradecer tudo o que abdicou por mim.

Aos meus filhos adorados, Ana J´essica e Raul C´ezar, pelo carinho, paciˆencia e compreens˜ao, nunca se esque¸cam de que vocˆes sempre ser˜ao a minha maior cria¸c˜ao e o meu mais perfeito projeto.

Ao Prof. Dr. Borges, por ser minha inspira¸c˜ao, pela orienta¸c˜ao, pela oportunidade de trabalhar ao seu lado e pela confian¸ca em mim depositada, a qual guardarei com carinho pelo resto dos meus dias, jamais me esquecerei das nossas conversas.

Ao Renato Gomes dos Reis, meu grande amigo, pela contribui¸c˜ao no desenvolvi-mento deste trabalho, por n˜ao me deixar desistir e por acreditar em mim quando eu mesma n˜ao acreditei.

Aos meus alunos, por me permitirem partilhar da sua jornada e por me ensinarem tanto, quando deveriam apenas aprender.

Aos funcion´arios, docentes e discentes do Departamento de de P´os Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao da Unesp; `A Grazielle, `a Kelly e `a Maria Ang´elica, do Depar-tamento de Engenharia de Alimentos, pelas revis˜oes, pelas sugest˜oes e por todo o apoio durante o desenvolvimento do trabalho.

(7)

Ent˜ao Einstein estava errado quando disse: “Deus n˜ao Joga Dados”. Considerando os bu-racos negros, sugere n˜ao s´o que Deus joga da-dos, mas que `as vezes nos confunde jogando-os onde eles n˜ao podem ser vistjogando-os.

(8)

Resumo

A curvatura de Ricci desempenha um papel importante em relatividade geral, em que ´e o termo dominante nas equa¸c˜oes de campo de Einstein. Sendo assim, no presente trabalho pretende-se: (i) Desenvolver e aplicar t´ecnicas de fluxo de Ricci `a Teoria da Relatividade Geral (TRG); (ii) Discorrer sobre as propriedades do espa¸co-tempo utilizando superf´ıcies mergulhadas; (iii) Utilizar simula¸c˜oes computacionais em assuntos pertinentes `a teoria da Relatividade Geral, particularmente ao estudo dos Buracos Negros e sua evolu¸c˜ao. Para tal, utilizar-se-´a a plataforma Maple R para simula¸c˜oes utilizando elementos geom´etricos

do fluxo de Ricci, pois esta consiste numa importante ferramenta, j´a que ´e uma plataforma integrada, que pode realizar computa¸c˜ao simb´olica, num´erica e visualiza¸c˜oes no mesmo ambiente. Pode-se assim realizar todos os passos necess´arios para as simula¸c˜oes num´ericas no fluxo de Ricci utilizando o software Maple R. Esta aplica¸c˜ao pode se tornar uma

op¸c˜ao importante a ser adotada, constituindo assim numa base confi´avel para outros fu-turos trabalhos.

Palavras-chave: Computa¸c˜ao Matem´atica, Relatividade Geral, Fluxo de Ricci,

(9)

Abstract

The Ricci curvature plays an important role in general relativity, where is the dominant

term in Einstein’s field equations. Thus, the present work aims to : (i)Develop and apply Ricci flow techniques to the General Theory of Relativity (TRG); (ii) Discuss the pro-perties of spacetime using layered surfaces; (iii) Using computer simulations in matters pertaining to the theory of General Relativity, particularly the study of black holes and

their evolution. To this end, It will use the platform Maple R for simulations using

geometric elements of the Ricci flow, because this is an important tool, since it is an

inte-grated platform, that can perform symbolic computation, numerical and views in the same

environment. One can thus carry out all the steps necessary for numerical simulations in

Ricci flow using software Maple R . This application can become an important option

to be adopted, thus providing a reliable basis for other future work.

(10)

Sum´

ario

Lista de Figuras x

1 Introdu¸c˜ao Geral 1

1.1 Objetivos . . . 2

1.2 Descri¸c˜ao dos Cap´ıtulos . . . 2

2 Defini¸c˜ao e hist´orico dos Buracos Negros 4 3 Estrutura matem´atica dos buracos negros 14 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 14

3.2 Buraco negro de Schwarzschild . . . 15

3.3 Buraco negro de Kerr . . . 17

3.4 Espa¸co Tempo de Minkowski . . . 18

4 Termodinˆamica dos Buracos Negros 25 4.1 A mecˆanica dos buracos negros . . . 28

4.2 As leis da mecˆanica dos buracos negros . . . 28

4.2.1 Lei Zero . . . 28

4.2.2 Primeira Lei . . . 29

4.2.3 Segunda Lei . . . 30

4.2.4 Terceira Lei . . . 31

4.3 Conjectura da Censura C´osmica . . . 35

4.3.1 Vers˜ao F´ısica da Conjectura da Censura C´osmica . . . 36

4.3.2 Formula¸c˜ao F´ısica da Conjectura da Censura C´osmica . . . 36

4.4 Topologia dos Buracos Negros . . . 37

4.5 Teorema da ´Area . . . 37

(11)

4.5.1 Demonstra¸c˜ao do Teorema da ´Area dos Buracos Negros . . . 39

5 Aspectos quˆanticos dos buracos negros 42 5.1 Radia¸c˜ao de Hawking . . . 45

5.1.1 Processo de Emiss˜ao de Radia¸c˜ao . . . 47

6 O Fluxo de Ricci 52 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 52

6.2 O Fluxo de Ricci e outros Fluxos Geom´etricos . . . 53

6.3 Teorema de Gage-Hamilton . . . 54

6.4 Defini¸c˜ao matem´atica do fluxo de Ricci . . . 57

6.5 Fluxo de Ricci normalizado . . . 58

6.6 Exemplos de solu¸c˜oes exatas do Fluxo de Ricci - Variedades de Einstein . . 58

6.7 Fluxo de Ricci de forma geom´etrica . . . 60

6.7.1 Caso bidimensional . . . 60

6.7.2 Caso tridimensional: Neck Pinch . . . 60

6.7.3 Neck Pinch degenerado . . . 62

6.7.4 Defini¸c˜ao de ε-Neck . . . 64

6.7.5 S´oliton . . . 66

6.8 Generaliza¸c˜ao do fluxo de Ricci . . . 67

7 Visualiza¸c˜oes com o Maple R 70 7.1 Software Maple R . . . 70

7.2 Utiliza¸c˜ao do Maple R para visualiza¸c˜ao de variedades regulares . . . 71

7.2.1 Variedades regulares . . . 71

7.3 Visualiza¸c˜oes com o fluxo de Ricci . . . 75

8 Resultados e discuss˜oes 80 8.1 Buraco Negro de Schwarzschild . . . 80

8.1.1 M´etricas: Codifica¸c˜ao por Vierbein . . . 82

8.1.2 M´etricas Codificadas por Vierbein . . . 82

8.2 Exemplo de Solu¸c˜ao e Plotagem dos Gr´aficos . . . 84

(12)

8.3 Buraco Negro de Kerr . . . 90 8.3.1 Exemplo de Solu¸c˜ao e Plotagem dos Gr´aficos - Buraco Negro de Kerr 90 8.4 A esfera colapsante . . . 94

9 Considera¸c˜oes Finais 98

9.1 Sugest˜ao para Trabalhos Futuros . . . 99 9.2 Produ¸c˜ao de trabalhos . . . 99

(13)

Lista de Figuras

2.1 Diagrama HR te´orico mostrando as diversas fases da evolu¸c˜ao de uma estrela de 5 massas solares, a partir da seq¨uˆencia principal (SP), no extremo esquerdo inferior, e quanto tempo

a estrela leva em cada fase, segundo os c´alculos de Icko Iben Jr. (1931-) [19]. . . 8

2.2 Esquema de evolu¸c˜ao estelar, n˜ao em escala, para massas diferentes. A classifica¸c˜ao espec-tral de uma estrela na sequˆencia principal com 0,45 MSol´e M1V, 8MSol´e B2V, 10 MSol ´e B1V e 25MSol´e O7V [19]. . . 9

2.3 Ilustra¸c˜ao da Nasa mostra um buraco negro supermassivo no centro da gal´axia em espiral NGC 1365. Este buraco tem 2 milh˜oes de vezes a massa do Sol. [19]. . . 13

3.1 Diagrama Carter-Penrose do espa¸co tempo de Minkowski de [41]. . . 19

3.2 Representa¸c˜ao de um espa¸co tempo resultante do completo colapso gravitacional de um corpo esf´erico de [25], [33]. . . 20

3.3 Um diagrama de acordo com o mesmo espa¸co-tempo figura 3.2. Neste caso a regi˜aoαdo espa¸co tempo f´ısico est´a do lado de fora deJ−(I+) [43]. . . . 20

3.4 Outra poss´ıvel representa¸c˜ao do fecho de M do espa¸co tempo f´ısico que fora represen-tado pictoricamente na figura anterior. Como na figura 3.3, as dimens˜oes angulares s˜ao suprimidas, desta forma um ponto determinado deste diagrama representa uma 2-esfera (excetuando-ser= 0 ei0) - Diagrama de Penrose [45]. . . 21

3.5 Ilustra¸c˜ao: Em (a) :y≪xcurvas do tipo temporal. Em (b), pontos no cojunto aberto de b tamb´em est˜ao emI++ (x)I(y), em (c) de acordo com teorema 3.1 [43]. . . . 23

4.1 Ilustra¸c˜ao de uma singularidade nua e uma singularidade oculta por um horizonte de eventos (adaptada de [41]). . . 37

4.2 Ilustra¸c˜ao das hipersuperf´ıcies de Cauchy. . . 38

4.3 Representa¸c˜ao esquem´atica de pontos conjugados, de [25]. . . 39

4.4 Ilustra¸c˜ao dos pontos conjugados em um espa¸co-tempo bibimensional de [34]. . . 39

4.5 Ilustra¸c˜ao da forma¸c˜ao de um buraco Negro de colapso gravitacional esfericamente sim´etrico - diagrama de Finkelstein [25], [41], [58]. . . 40

4.6 Diagrama de Finkelstein ilustrando a colis˜ao de dois buracos negros [58]. . . 41

(14)

5.1 Ilustra¸c˜ao onde se observa que em (A) o par forma-se e desaparece sem atravessar o hori-zonte, em (B) o par forma-se do lado de fora e ambas as part´ıculas atravessam o horizonte e em (C) o par forma-se do lado de fora mas apenas uma das part´ıculas atravessa o horizonte. 46

5.2 Ilustra¸c˜ao representando a Linha de Corte no Plano-v Complexo. . . 49

6.1 Ilustra¸c˜ao de uma curva fechada parametrizada e seus respectivos vetores de curvatura (curvatura de Gauss) [79]. . . 54

6.2 Ilustra¸c˜ao que mostra um c´ırculo encolhendo sob o fluxo de redu¸c˜ao da curva (todos os c´ırculos s˜ao concˆentricos mas, est˜ao dispostos paralelamente para facilitar a visualiza¸c˜ao de [79]). . . 55

6.3 Ilustra¸c˜ao que mostra uma el´ıpse encolhendo sob o fluxo de encurtamento da curva e por fim, se tornando cada vez mais semelhante a um circulo de [79]. . . 55

6.4 Caso bidimensional da esfera S2, com uma ilustra¸c˜ao demonstrando que, regi˜oes onde K <0, tendem `a se expandir e regi˜oes ondeK >0, tendem `a colapsar [73]. . . 60

6.5 Caso tridimensional da esfera S2, com uma ilustra¸c˜ao demonstrando que, regi˜oes onde K <0, tendem `a se expandir e regi˜oes ondeK >0, tendem `a colapsar [73]. . . 61

6.6 Ilustra¸c˜ao de como a m´etrica evolui contraindo assim a sec¸c˜ao transversalS2 [73]. . . . . 62

6.7 Ilustra¸c˜ao da amplia¸c˜ao da curvatura, em que se pode observar oneck pinch se alongando e limitado por uma esfera S2 [73]. . . 62

6.8 Ilustra¸c˜ao apresentando uma 3-esfera assim´etrica em que, em L, a regi˜ao tende a se ex-pandir e emR, a regi˜ao tende a colapsar [73]. . . 62

6.9 Representa¸c˜ao de uma 3-esfera assim´etrica, ilustrando que R colapsou at´e se tornar um pequeno ponto que no fluxo do tempo tende a desvanecer [73]. . . 63

6.10 Ilustra¸c˜ao onde se pode observar a forma¸c˜ao de uma singularidade [73]. . . 63

6.11 Ilustra¸c˜ao onde se pode observar a forma¸c˜ao de um neck pinch degenerado [73]. . . 63

6.12 Ilustra¸c˜ao da amplia¸c˜ao do neck pinch degenerado, onde se pode observar um soliton de Bryant [73]. . . 64

6.13 Ilustra¸c˜ao da sec¸c˜ao transversal de uma 2-esfera com curvatura escalar pr´oxima a 1 [2]. . 65

6.14 Ilustra¸c˜ao onde observa-se a evolu¸c˜ao doε-neck[2]. . . 65

7.1 Ilustra¸c˜ao da tela de abertura do MapleR - vers˜ao 13. . . 71

7.2 Gr´afico de uma semicircunferˆencia constru´ıda utilizando-se o software Maple. . . 72

7.3 Gr´afico uma esfera constru´ıda utilizando-se o software Maple. . . 73

7.4 Curva Espacial constru´ıda utilizando-se o software Maple. . . 73

7.5 Gr´afico de um paraboloide constru´ıdo utilizando-se o software Maple. . . 74

7.6 Gr´afico de uma circunferˆencia constru´ıda utilizando o software Maple. . . 75

7.7 Gr´afico de um toro constru´ıdo utilizando-se o software Maple . . . 75

(15)

8.2 Paraboloide de Flamm, com a topologia com topologia R×S1, (cilindro topol´ogico). O buraco negro de Schwarzschild ´e um reflexo da geometria de Schwarzschild normal. N˜ao

h´a buraco branco, apenas um buraco negro e seu reflexo [95]. . . 89

8.3 Gr´afico do Buraco negro de Schwarzschild, gerado pelo software Maple. . . 89

8.4 Gr´afico do buraco negro de Kerr, gerado pelo software Maple. . . 94

8.5 Gr´afico ilustrando uma 2-Esfera Colapsante, vista em corte [93]. . . 96

(16)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao Geral

Richard Hamilton, nascido em 1943, investigava a natureza intr´ınseca de variedades em trˆes dimens˜oes, desenvolveu o fluxo de Ricci, que ´e utilizado pelos matem´aticos para entender a topologia de variedades em dimens˜ao trˆes [1], [2], e pode ser aplicado no estudo de teorias geom´etricas, como a Teoria da Relatividade Geral. Hamilton, utilizou os trabalhos de Eells e Sampson [3] sob os quais se edifica um estudo sobre problemas pertinentes `as Conjecturas de Poincar´e e Smith, culminando posteriormente na completa elabora¸c˜ao do programa de Geometriza¸c˜ao de Thurston [4], utilizada para descrever os modelos cosmol´ogicos.

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um m´etodo quantitativo, a partir de simula¸c˜oes utilizando m´etodos geom´etricos aproveitando as caracter´ısticas geom´etricas do fluxo de Ricci, realizadas com adjut´orio do software MapleR, que relacione

o fluxo de Ricci `a teoria da Relatividade Geral, particularmente ao estudo dos buracos negros e sua evolu¸c˜ao. Definida uma variedade riemanniana com tensor m´etrico gij,

(M, gij) pode-se calcular o tensor de Ricci Rij, que cont´em informa¸c˜oes sobre as m´edias

das curvaturas seccionais em uma esp´ecie de ”tra¸co” do tensor de curvatura de Riemann. Considerando-se o tensor m´etrico e o tensor de Ricci associados, fun¸c˜oes da vari´avel tempo, o fluxo de Ricci pode ser definido pela equa¸c˜ao de evolu¸c˜ao geom´etrica.

∂tgij =−2Rij. (1.1)

O fluxo de Ricci normalizado faz sentido para variedades compactas e ´e dado pela equa¸c˜ao:

∂tgij =−2Rij +

2

(17)

1.1

Objetivos

Visando evidenciar a aplicabilidade ao estudo dos buracos negros, considera-se a variedade riemanniana assintoticamente plana e tridimensional. Definem-se os buracos negros como as regi˜oes do espa¸co-tempo a partir da qual escapar para o infinito ´e impos-s´ıvel e, portanto, referem-se a uma estrutura assint´otica. Exige-se que a m´etrica tenda a uma m´etrica plana fixaδij no infinito,

gij → δij + 0 (1/r). (1.3)

Dada a m´etrica inicial gij, o fluxo de Ricci evolui com a m´etrica, consoante ao

seu tensor de Ricci. A evolu¸c˜ao do parˆametro t e da fam´ılia de m´etricas em (M, gij(t))

satisfazem a equa¸c˜ao de fluxo de Ricci, Equa¸c˜ao 1.1. O problema de simula¸c˜oes utilizando m´etodos geom´etricos e visualiza¸c˜oes com o fluxo de Ricci em variedades de dimens˜oes trˆes decorrem naturalmente da natureza geom´etrica deste fluxo, que atua diretamente sobre a m´etrica da superf´ıcie, tendendo a n˜ao preservar o mergulho. Joachim Hyam Rubinstein e Robert Sinclair [5] obtiveram uma s´erie de resultados atrav´es da restri¸c˜ao `as classes das m´etricas de revolu¸c˜ao, pois tais simetrias s˜ao preservadas sob a a¸c˜ao do fluxo de Ricci e a m´etrica depende consideravelmente de um n´umero menor de parˆametros em tais casos. Estas superf´ıcies tendem a permanecer mergulhadas emR3 tornando a visualiza¸c˜ao direta

poss´ıvel. ´

E poss´ıvel tamb´em utilizar simula¸c˜oes num´ericas j´a constante em outros traba-lhos e realizadas com adjut´orio de softwares, fazer uso de mecanismos j´a utilizados na Relatividade Num´erica, uma vez que as simula¸c˜oes num´ericas para o fluxo de Ricci s˜ao an´alogas.

1.2

Descri¸c˜

ao dos Cap´ıtulos

Objetivando clareza na exposi¸c˜ao dos assuntos, o presente trabalho encontra-se dividido em nove cap´ıtulos.

No segundo cap´ıtulo, sucintamente, ser˜ao expostos alguns conceitos sobre a hist´oria dos buracos negros, desde as primeiras teorias at´e os trabalhos finais envoltos nesta teoria t˜ao fascinante.

(18)

o buraco negro de Schwarzschild, o buraco negro de Kerr, cujas m´etricas ser˜ao posterior-mente utilizadas para a visualiza¸c˜ao.

O quarto cap´ıtulo ´e dedicado `a termodinˆamica dos buracos negros, as lei da mecˆanica dos buracos negros e sua analogia com a termodinˆamica s˜ao o principal en-foque do cap´ıtulo.

Em seguida, no quinto cap´ıtulo, ser˜ao tratados os aspectos quˆanticos dos buracos negros e a radia¸c˜ao de Hawking.

O sexto cap´ıtulo ser´a dedicado ao fluxo de Ricci, inicialmente ser´a tratado do fluxo de Ricci e demais fluxos geom´etricos, defini¸c˜ao do fluxo de Ricci e exemplos de solu¸c˜oes exatas do fluxo de Ricci, finalizando com as variedades de Einstein em seguida o fluxo de Ricci ser´a tratado em sua forma geom´etrica. Ser˜ao tratados os casos bidimensional e tridimensional, Neck Pinch,ε-Neck, e sobre os s´olitrons; culminando com a generaliza¸c˜ao do fluxo de Ricci.

No cap´ıtulo sete faz-se uma introdu¸c˜ao sobre o software Maple R e sua utiliza¸c˜ao

para visualiza¸c˜ao de superf´ıcies mergulhadas.

O cap´ıtulo oito ´e reservado aos resultados e discuss˜oes sobre as m´etricas dos buracos negros de Schwarzchild e de Kerr.

(19)

Cap´ıtulo 2

Defini¸c˜

ao e hist´

orico dos Buracos

Negros

Segundo Laplace (1798),“In´umeras estrelas apresentam em sua colora¸c˜ao e em seu brilho varia¸c˜oes peri´odicas muito not´aveis; existem algumas que aparecem de s´ubito

e outras que desaparecem, depois de terem, durante algum tempo, emitido uma luz muito

viva. Que prodigiosas mudan¸cas devem se operar na superf´ıcie desses corpos, para que eles

sejam t˜ao sens´ıveis `a distˆancia que nos separa; de quanto eles devem ultrapassar

aque-las que n´os observamos na superf´ıcie do Sol! Todos esses corpos se tornam invis´ıveis no

mesmo lugar onde foram observados, pois eles em nada mudaram durante o seu

apareci-mento; existem, portanto, nos espa¸cos celestes, corpos obscuros t˜ao consider´aveis, e talvez

t˜ao grandes em n´umero, como as estrelas. Um astro luminoso de mesma densidade que a

Terra, e cujo diˆametro fosse o do Sol, n˜ao deixaria, em virtude de sua atra¸c˜ao, que

nen-hum de seus raios luminosos nos atingissem; ´e poss´ıvel que os maiores corpos luminosos

do universo sejam por isso mesmo invis´ıveis. Uma estrela que, sem possuir tal grandeza,

ultrapasse consideravelmente o Sol, provocaria uma sens´ıvel redu¸c˜ao na velocidade da luz

e aumentaria assim a extens˜ao de sua aberra¸c˜ao”. [6]

(20)

corretas, sendo que, a luz pode ser considerada tanto onda como part´ıcula. Segundo a teoria de que a luz ´e formada por ondas, n˜ao fica estabelecido o fato de ela responder `a gravidade. Mas se a luz ´e composta por part´ıculas, pode-se esperar que ela seja afetada pela gravidade. Inicialmente, acreditava-se que as part´ıculas da luz se deslocavam em velocidade infinita, de tal modo que a gravidade jamais seria capaz de atra´ı-las. Por´em, a descoberta de Ole Roemer, um astrˆonomo dinamarquˆes, de que a luz se propaga em velocidade finita, implica num efeito importante [7].

Com base nessa suposi¸c˜ao em 1783, John Michell, postulou que,“uma estrela com massa suficientemente compacta poderia ter um campo gravitacional t˜ao forte que a luz

n˜ao poderia escapar. Qualquer luz emitida pela superf´ıcie da estrela seria puxada de volta

por uma atra¸c˜ao gravitacional antes que conseguisse se afastar”. Michell sugeriu ainda que deveria haver um grande n´umero de estrelas nessa situa¸c˜ao. Ainda que n˜ao fosse poss´ıvel observ´a-las, pois sua luz n˜ao atingiria os olhos humanos, poder´ıa-se sofrer uma atra¸c˜ao gravitacional [7]. Esses objetos s˜ao os chamados atualmente de buracos negros, pois s˜ao v´acuos escuros no espa¸co. Decerto n˜ao ´e consistente tratar a luz com a teoria de Newton sobre a gravidade, uma vez que a velocidade da luz ´e fixa. No entanto, uma teoria adequada que justifique como a gravidade atua sobre a luz s´o foi sugerida por Einstein [8, 9, 10] em 25 de novembro de 1915, em um semin´ario onde, comunicou as equa¸c˜oes finais da Teoria da Relatividade Geral para a Academia de Berlim. Mesmo assim, decorreu um longo per´ıodo antes que as implica¸c˜oes da teoria para estrelas compactas fossem compreendidas.

Em 1915, Karl Schwarzschild [11] encontrou entre 08 de novembro e o fim do ano, um mˆes ap´os a publica¸c˜ao da “Teoria da Relatividade Geral” de Einstein, a ”Solu¸c˜ao de Schwarzschild”. Foi a primeira solu¸c˜ao exata para as equa¸c˜oes de campo de Einstein executando-se a solu¸c˜ao trivial para o espa¸co plano. Nas coordenadas de Schwarzschild, a m´etrica poderia ser expressa como [11]:

ds2 =c2

12GM

c2r

dt2

1 2GM

c2r

−1

dr2r2dΩ2, (2.1)

em que, Gcorresponde a constante de gravita¸c˜ao universal,M ´e entendida como a massa do objeto e, dΩ2 = 2 + sin2ε2, corresponde a um elemento de ˆangulo s´olido. A

(21)

importante na solu¸c˜ao de Schwarzschild.

A m´etrica de Schwarzschild ´e a solu¸c˜ao para as equa¸c˜oes de campo gravitacional no v´acuo, v´alida apenas externamente ao corpo em quest˜ao. Portanto, em um corpo esf´erico de raio R, a solu¸c˜ao ´e v´alida para r > R. Se R for menor que o raio de Schwarzschildrs,

ent˜ao a solu¸c˜ao descreve o que seria um buraco negro. Para determinar o campo gravita-cional dentro ou fora do corpo em quest˜ao, deve-se descobrir a solu¸c˜ao de Schwarzschild parar =R.

Adotando-se M 0 ou r → ∞, obt´em-se a m´etrica de Minkowski [12],

ds2 =c2dt2dr2r2dΩ2. (2.2) Em 1917, Willem de Sitter [13] encontrou a ”Solu¸c˜ao de Sitter”,

gtt−1−

Λr2

3

. (2.3)

Einstein ent˜ao, estudou a m´etrica sob a forma: dS2 = cos2¯r

R

dt2 +d¯r2 +

sen2r¯

R

dΩ22 para que

Λ

3r = sen

r¯

R

com R

Λ

3, em que r ´e a coordenada radial

padr˜ao. Verificou tamb´em que a origem, ¯r = 0, ´e uma singularidade de coordenadas, e que r¯

R =

πR

2 , isto ´e, r =

Λ

3 tamb´em ´e uma singularidade, mas falha na inten¸c˜ao de

encontrar uma transforma¸c˜ao que a elimine. Em 1922, Cornelius Lanczos [14] eliminou a singularidade de Sitter em

r =

Λ

3, (2.4)

escrevendo a m´etrica como [14]:

ds2 =dt2+ cosh2HtdΩ23. (2.5) Em 1924, Sir Arthur Stanley Eddington [15] introduziu as coordenadas de Edding-ton e reescreveu a m´etrica de Schwarzschild como [15]:

ds2 =ds2M4 +

2m r

(dtdr)2. (2.6)

Em 1925, George Lame´ıtre em Cambridge, escreveu a m´etrica de Sitter [13], como

ds2 =d˜t2+e2˜Rtdx2. (2.7)

(22)

maior que a observada anteriormente. Ent˜ao, Wilhem Anderson [17], postulou que os el´etrons s˜ao relativistas e que a densidade ´e consideravelmente pequena. Em verdade, Anderson encontrou uma massa cr´ıtica, quando a densidade tornou-se infinita. Stoner descreveu ent˜ao, o que ´e conhecido agora, como a equa¸c˜ao de estado de Anderson-Stoner para an˜as brancas, uma equa¸c˜ao relativista de estado para um g´as de el´etrons degenerado (zero de temperatura), cuja express˜ao para o ´ındice adiab´aticoγ(δ), varia de 5/3 - limite n˜ao relativista - a 4/3. Stoner confirmou ent˜ao, a existˆencia de uma massa limitante, ou seja, 1,7 vezes a massa solar [7].

No entanto, Chandrasekhar [18] postulou que havia um limite para a repuls˜ao que o princ´ıpio da exclus˜ao pode prover. A teoria da relatividade limita a diferen¸ca m´axima nas velocidades das part´ıculas de mat´eria da estrela `a velocidade da luz. Isto significa que, quando a estrela se torna suficientemente densa, a repuls˜ao causada pelo princ´ıpio da exclus˜ao ser´a menor que a atra¸c˜ao da gravidade - “Limite de Chadrasekhar” [18]

MCh=

ω0 3

2

c G

32 1 (μemH)2

, (2.8)

em que, ´e a constante de Planck reduzida, c ´e a velocidade da luz, G ´e a constante

gravitacional universal, mH ´e a massa do ´atomo de hidrogˆenio, μe ´e a massa molecular

m´edia do el´etron e Ω0

3 ∼= 2.018236 ´e a constante matem´atica relacionada `a equa¸c˜ao de

Lane-Emden [20].

Surgiram assim, algumas implica¸c˜oes sobre o destino final das estrelas compactas. Se a massa de uma estrela for menor que o limite de Chandrasekhar ela pode, eventual-mente parar de se contrair, e se estabelecer num poss´ıvel estado final, como por exemplo, uma ”an˜a branca”, com raio de alguns milhares de quilˆometros e densidade de milhares de toneladas por cent´ımetro c´ubico. Uma an˜a branca ´e sustentada pela repuls˜ao do princ´ıpio da exclus˜ao entre os el´etrons de sua massa, pode-se observar nas figuras 2.1 e 2.2.

(23)

Figura 2.1: Diagrama HR te´orico mostrando as diversas fases da evolu¸c˜ao de uma estrela de 5 massas solares, a partir da seq¨uˆencia principal (SP), no extremo esquerdo inferior, e quanto tempo a estrela leva em cada fase, segundo os c´alculos de Icko Iben Jr. (1931-) [19].

poss´ıvel de observa¸c˜ao das estrelas de nˆeutrons, que s´o foram detectadas muito mais tarde. Estrelas com massa acima do limite de Chandrasekhar enfrentam um grande pro-blema quando esgotam seu combust´ıvel. Em alguns casos, elas podem explodir; ou ent˜ao se orientar de forma a se livrar de mat´eria suficiente a fim de reduzir sua massa at´e abaixo do limite e, assim, evitar o colapso gravitacional. Isto contrariava as opini˜oes de v´arios cientistas, inclusive Einstein que, anos antes escrevera um trabalho em que afirmava que as estrelas n˜ao deveriam se contrair at´e o ponto zero. Chandrasekhar demonstrou que o princ´ıpio da exclus˜ao pode n˜ao sustar o colapso de uma estrela cuja massa ultrapasse o limite que estabelecera, o problema da compreens˜ao do que aconteceria com tal estrela, de acordo com a relatividade geral, foi resolvido pela primeira vez por Robert Oppenheimer [23], em 1939. Seus resultados, entretanto, sugeriram que n˜ao deveria haver consequˆen-cias emp´ıricas pass´ıveis de serem detectadas pelos telesc´opios da ´epoca, pode-se observar o destino final de estrelas de diferentes massas na figura 2.2.

(24)

extremi-Figura 2.2: Esquema de evolu¸c˜ao estelar, n˜ao em escala, para massas diferentes. A classifica¸c˜ao espectral de uma estrela na sequˆencia principal com 0,45MSol´e M1V, 8MSol´e B2V, 10MSol´e B1V e 25MSol´e O7V [19].

dades s˜ao curvados ligeiramente para dentro, perto da superf´ıcie da estrela. Isto pode ser visto nas curvaturas de luz das estrelas distantes observadas durante um eclipse do Sol.

`

A medida que a estrela se contrai, o campo gravitacional em sua superf´ıcie se torna mais forte e os prismas de luz se curvam mais para dentro. Consequentemente torna-se mais dif´ıcil o mecanismo de escape da luz da estrela, fazendo com que ela pare¸ca mais opaca e avermelhada a um observador que se encontre `a distˆancia. Quando a estrela se encolher at´e um determinado raio cr´ıtico, o campo gravitacional de sua superf´ıcie se torna t˜ao forte que os prismas de luz se curvam para dentro, de tal modo que a luz n˜ao pode mais escapar. De acordo com a teoria da relatividade, nada pode se deslocar mais rapidamente do que a luz. Assim, tem-se um conjunto de eventos e uma regi˜ao de espa¸co-tempo, da qual n˜ao ´e poss´ıvel escapar para atingir um observador distante. Esta regi˜ao ´e chamada de buraco negro. Seu limite ´e chamado de horizonte de eventos e coincide com as trajet´orias dos raios de luz que n˜ao conseguem escapar do buraco negro [24].

(25)

buraco negro, ´e importante lembrar que na teoria da relatividade n˜ao existe o tempo absoluto e que cada observador tem sua pr´opria medida. O tempo para algu´em na estrela ser´a diferente daquele de algu´em `a distˆancia, devido ao campo gravitacional da estrela. A gravidade se torna mais fraca quanto mais afastado se estiver da estrela.

Roger Penrose e Stephen Hawking [25], demonstraram que, de acordo com a rela-tividade geral, deve haver uma singularidade de densidade infinita e curvatura do espa¸co tempo dentro de um buraco negro. Isto ´e quase igual `a grande explos˜ao no come¸co do tempo; seria apenas um fim do tempo para o corpo em colapso. Nessa singularidade, as leis cient´ıficas falhariam. Entretanto, qualquer observador que permanecesse fora do buraco negro n˜ao seria afetado por esta falha de previsibilidade, porque nem a luz, nem qualquer outro sinal poderia atingi-lo a partir da singularidade. As singularidades pro-duzidas pelo colapso gravitacional ocorrem apenas em lugares como os buracos negros, onde elas podem ser escondidas da vis˜ao externa por um horizonte de eventos [7].

O horizonte de eventos, limite da regi˜ao do espa¸co-tempo do qual n˜ao ´e poss´ıvel escapar, age quase como uma membrana de dire¸c˜ao ´unica em volta do buraco negro; em que objetos podem cair dentro dele, mas nada, jamais, poder´a sair de l´a pelo mesmo caminho. O horizonte de eventos ´e a trajet´oria, atrav´es do espa¸co-tempo, percorrida pela luz que est´a tentando escapar do buraco negro.

Em 1967, o estudo dos buracos negros foi revolucionado por Werner Israel [26]. Israel demonstrou que, de acordo com a relatividade geral, buracos negros est´aticos de-veriam ser muito simples: perfeitamente esf´ericos, seu tamanho dependendo apenas de sua massa. Sugeriu tamb´em que quaisquer dois buracos negros com massas equivalentes seriam idˆenticos. Poderiam na verdade ser descritos por uma determinada solu¸c˜ao das equa¸c˜oes de Einstein conhecida desde 1917, encontrada por Karl Schawrzschild pouco depois da descoberta da relatividade geral.

(26)

perfeitamente esf´erico, cujo tamanho dependeria apenas da massa da estrela em quest˜ao. C´alculos posteriores sustentaram este argumento, que passou, em pouco tempo a ser ado-tado genericamente.

O resultado de Israel dizia respeito apenas aos buracos negros formados exclusi-vamente por corpos estacion´arios. Em 1963, Roy Kerr [28], encontrou um conjunto de solu¸c˜oes para as equa¸c˜oes da relatividade geral que descreviam buracos negros rotativos. Estes buracos negros giravam a uma raz˜ao constante, sua forma e tamanho dependeriam apenas de sua massa e dessa raz˜ao de rota¸c˜ao. Se a rota¸c˜ao for zero, o buraco negro ´e perfeitamente redondo e a solu¸c˜ao ´e idˆentica `a de Schwarzschild. Se a rota¸c˜ao for n˜ao-zero, o buraco negro se arqueia extremamente na dire¸c˜ao de seu equador e quanto mais aceleradamente ele girar, mais se arquear´a. Assim, para aplicar o resultado de Israel incluindo os corpos rotativos, foi conjeturado que, qualquer corpo rotativo, que tivesse sofrido um colapso e formado um buraco negro, poderia eventualmente se estabelecer no estado estacion´ario descrito pela solu¸c˜ao de Kerr [28, 26, 27].

Em 1970, Brandon Carter [29] demonstrou que, desde que um buraco negro rotativo estacion´ario tenha um eixo de simetria, como um ponto de rota¸c˜ao, seu tamanho e forma s´o depender˜ao de sua massa e da raz˜ao de rota¸c˜ao. Ent˜ao, em 1970, Hawking [7] provou que qualquer buraco negro rotativo estacion´ario tem, de fato, tal eixo de simetria. Finalmente em 1973, David Robinson [30] utilizando resultados de Hawking e Carter demonstrou que a conjetura era correta: um buraco negro deste tipo seria de fato a solu¸c˜ao de Kerr. Assim, depois de um colapso gravitacional, um buraco negro deve se estabelecer num estado no qual ele pode girar mas n˜ao pulsar. Mas ainda, seu tamanho e forma v˜ao depender apenas de sua massa e da raz˜ao de rota¸c˜ao e n˜ao da natureza do corpo que teria entrado em colapso para forma-lo. John Wheeler [6, 7] referindo-se a esse resultado disse que “Um buraco negro n˜ao tem cabelo”. O Teorema da ausˆencia de cabelos ´e de grande importˆancia pr´atica porque restringe amplamente os tipos poss´ıveis de buracos negros. Pode-se portanto, construir modelos detalhados de objetos que possam conter buracos negros, e comparar as previs˜oes destes modelos com as observa¸c˜oes. Tamb´em implica que uma quantidade de informa¸c˜oes sobre o corpo que entrou em colapso deve se perder quando o buraco negro se forma, porque posteriormente tudo o que ser´a poss´ıvel medir do corpo ´e sua massa e a raz˜ao de sua rota¸c˜ao.

(27)

desenvolvida detalhadamente enquanto modelo matem´atico antes que houvesse qualquer evidˆencia observ´avel indicando que estivesse correta. Na verdade, este foi o argumento principal utilizado pelos contestadores dos buracos negros; n˜ao era poss´ıvel de se acreditar em objetos cuja ´unica evidˆencia eram c´alculos baseados na teoria da relatividade geral. Em 1963, Marten Schmidt [31], mediu o desvio para o vermelho de um p´alido objeto, semelhante a uma estrela, na dire¸c˜ao das fontes de ondas de radio chamada 3C273. Ele descobriu que era muito grande para ser provocada por um campo gravitacional; se fosse um desvio gravitacional para o vermelho, o objeto teria que ser t˜ao compacto e estar t˜ao pr´oximo da Terra que afetaria as ´orbitas dos planetas do Sistema Solar.

Isso sugeriu que o desvio para o vermelho era, ao contr´ario, provocado pela expan-s˜ao do universo, o que, por sua vez, indicaria que o objeto estava muito distante. E, para ser vis´ıvel a tamanha distˆancia, o objeto deveria ser muito brilhante; estaria emitindo uma imensa quantidade de energia. O ´unico mecanismo que se podia pensar ser capaz de produzir tamanha quantidade de energia parecia ser o colapso gravitacional n˜ao de uma simples estrela, mas de toda a regi˜ao central de uma gal´axia. In´umeros outros objetos equivalentes foram descobertos, sempre com um grande desvio para o vermelho. Mas todos estavam distantes, apresentando portanto, grande dificuldade de observa¸c˜ao para prover evidˆencia conclusiva dos buracos negros.

Em 1967, Jocelyn Bell e seu orientador Antony Hewish [32] observaram objetos celestes que emitiam ondas de r´adio, concluindo-se que estes objetos eram, de fato, estrelas de nˆeutrons rotativas, emitindo vibra¸c˜oes de ondas de r´adio devido a uma complexa intera¸c˜ao entre seus campos magn´eticos e a mat´eria `a sua volta. Tratava-se da primeira evidˆencia positiva da existˆencia das estrelas de nˆeutrons. Uma estrela de nˆeutrons tem um raio de aproximadamente 16 km, apenas um pouco maior que o raio cr´ıtico no qual uma estrela se transforma em buraco negro. Se uma estrela poderia se contrair at´e este tamanho t˜ao pequeno, n˜ao seria irracional esperar que outras estrelas pudessem fazˆe-lo at´e tamanhos ainda menores e se transformar em buraco negro [7].

(28)

´e provavelmente muito maior do que se imagina; podendo ser muito maior do que o de estrelas vis´ıveis, que chegam aproximadamente a cem bilh˜oes, apenas em nossa gal´axia, na figura 2.3 a ilustra¸c˜ao de um buraco negro supermassivo.

(29)

Cap´ıtulo 3

Estrutura matem´

atica dos buracos

negros

3.1

Introdu¸

ao

A forma¸c˜ao de um buraco negro est´a relacionada ao ciclo de vida de uma estrela. Forma-se uma estrela quando uma grande quantidade de g´as, geralmente hidrogˆenio, come¸ca a colapsar devido `a sua atra¸c˜ao gravitacional. `A medida que se contraem, os ´atomos do g´as colidem entre si com frequˆencia e velocidade crescentes causando o aque-cimento do g´as. O g´as poder´a estar t˜ao quente que, quando os ´atomos de hidrogˆenio colidirem, n˜ao ir˜ao mais chocar-se uns nos outros mas, se amalgamar formando o h´elio. Esse calor adicional tamb´em causa o aumento na press˜ao do g´as, at´e que seja suficiente para equilibrar a atra¸c˜ao gravitacional e pare de se contrair. Assim, as estrelas per-manecer˜ao est´aveis por muito tempo, com a energia das rea¸c˜oes nucleares equilibrando a atra¸c˜ao gravitacional. Eventualmente, a estrela poder´a esgotar seu hidrogˆenio e out-ros combust´ıveis nucleares. Quanto maior a quantidade de combust´ıvel que d´a origem `a estrela, mais rapidamente ela ser´a consumida. Isso ocorre pois quanto mais compacta a estrela estiver, mais calor necessitar´a para equilibrar sua atra¸c˜ao gravitacional. E quanto mais aquecida, mais rapidamente gastar´a seu combust´ıvel [7, 33, 34, 35, 36].

(30)

3.2

Buraco negro de Schwarzschild

O buraco negro mais simples ´e descrito pela geometria do espa¸co-tempo de Sch-warzschild que corresponde ao elemento de linha e que pode ser observada na equa¸c˜ao 3.1 abaixo,

ds2 =x2dt2+ 1

x2dr

2+r2(+ sin2εdφ2), (3.1)

em que, x = 12M/r ´e denominado de fator de deslocamento gravitacional para o vermelho e M ´e a massa do buraco negro. Trata-se da solu¸c˜ao das equa¸c˜oes de Einstein no v´acuoRab = 0, em queRab´e o tensor de Ricci sob condi¸c˜oes de estaticidade e simetria

esf´erica que, fisicamente descreve o estado final de uma estrela colapsada anteriormente sem rota¸c˜ao e sem carga el´etrica [36].

As condi¸c˜oes mencionadas para se obter tal solu¸c˜ao merecem algumas considera-¸c˜oes. Inicialmente, este espa¸co-tempo ´e estacion´ario, j´a que ´e invariante por transla¸c˜oes temporais, fato que decorre da existˆencia de um campo vetorial de Killing 1 tipo-tempo

ta= (

t)a, de componentes (1,0,0,0) no sistema particular de coordenadas de

Schwarzs-child. Em adi¸c˜ao a esta caracter´ıstica, inclui-se a invariˆancia rotacional daquele elemento de linha. Pelas coordenadas de Schwarzschild, isso implica na existˆencia de um campo vetorial de Killing tipo-espa¸co φa = (

φ)a, cujo as componentes s˜ao (0,0,0,1) [36].

O fato do espa¸co-tempo de Schwarzschild possuir tais campos vetoriais, permite a defini¸c˜ao da conserva¸c˜ao de energia, vinculada a ta, e de momento angular vinculada a

φa [34]. O elemento de linha acima ´e singular sobre o raio de Schwarzschild r= 2M, pois

os dois primeiros termos desta m´etrica assumem os seguintes valores: gtt = 0 e grr =∞.

Esta singularidade n˜ao reflete um erro do espa¸co-tempo em quest˜ao, e sim do sistema de coordenadas de Schwarzschild empregado. Tal fato pode ser entendido imaginando-se que quando um observador a uma distˆancia finita do buraco negro, por exemplo em r = r0,

move-se geodesicamente e radialmente em sua dire¸c˜ao a partir do repouso, pode alcan¸car o raio de Schwarzschild (r = 2M) num tempo pr´oprio finito [37],

τ = 4M 3

r

0

2M

32

2rM 3 2

, (3.2)

que ´e a quantidade fisicamente relevante [33].

1Campo vetorial de Killing: nome devido `a Wilhelm Killing, ´e um campo vetorial em uma variedade

(31)

O raio de Schwarzschild ´e essencial para a caracteriza¸c˜ao do buraco negro. Ele de-fine uma superf´ıcie bidimensional denominada horizonte de eventos - limite de um buraco negro. O horizonte de eventos, ´e formado pelas trajet´orias, no espa¸co-tempo, dos raios de luz que n˜ao conseguem se afastar dele, flutuando para sempre em sua margem. As trajet´orias desses raios de luz n˜ao podem jamais se aproximar umas das outras [38]. Se o fizessem, entrariam eventualmente em colis˜ao. Tudo o que passa al´em dessa fronteira n˜ao pode retornar ao mundo exterior2 [36].

Se os raios de luz que formam o horizonte de eventos, limita¸c˜ao do buraco negro, jamais se aproximam uns dos outros, sua ´area pode permanecer a mesma, ou aumentar com o tempo, mas jamais poder´a diminuir, porque isto significaria que pelo menos alguns raios de luz da periferia teriam se aproximado uns dos outros. De fato, a ´area aumen-taria sempre que a mat´eria ou radia¸c˜ao ca´ısse no buraco negro. Se dois buracos negros colidissem e se fundissem num ´unico, a ´area do horizonte de eventos, ou do buraco negro final, seria igual ou maior do que a soma das ´areas dos horizontes de eventos dos buracos negros originais [7].

Esta propriedade n˜ao decrescente da ´area do horizonte de eventos apresenta uma importante restri¸c˜ao no poss´ıvel comportamento do buraco negro, cujas periferias de acordo com as duas defini¸c˜oes, seriam as mesmas, e assim tamb´em suas ´areas, uma vez que o buraco negro tivesse se estabelecido num estado em que n˜ao mudaria ao longo do tempo. A ´area do horizonte de eventos que pode ser associdada `a ´area de um buraco negro, ´e dada pela equa¸c˜ao 3.3 [36],

As=

r=2M,t=cte

|gθθgφφ|dεdφ, (3.3)

ou seja,

As = 16πM2, (3.4)

em que, as vari´aveis εeφs˜ao definidas nos respectivos intervalos: 0< ε < πe 0 < φ <2π

[36].

De acordo com a equa¸c˜ao (3.1), o espa¸co-tempo de Schwarzschild possui um car´ater assintoticamente plano, quando a mesma se aproxima da m´etrica do espa¸co-tempo de Minkowski [12] em coordenadas esf´erico-polares para uma distˆancia radial suficentemente

2O raio de Schwarzschild de um buraco negro com uma massa igual a da Terra ´e de apenas 1 cm,

(32)

grande. A no¸c˜ao de buracos negros depende da existˆencia do conceito de regi˜ao-assint´otica, sem o qual afirma¸c˜oes do tipo “nada pode escapar” seriam mal definidas [39].

3.3

Buraco negro de Kerr

O colapso gravitacional de uma estrela com momento angular (relativistica) e carga el´etrica, produz um burago negro diferente daquele tratado at´e o momento. Este buraco negro emerge como a solu¸c˜ao mais geral das equa¸c˜oes de Einstein sob condi¸c˜oes de estacionariedade, simetria axial e ausˆencia de mat´eria, sendo completamente caracterizado pela sua massa (energia) M, momento angular J e carga el´etrica Q. Somente estes parˆametros possuem significado f´ısico, pois podem ser medidos `a distˆancia. Dois buracos que possuam o mesmo valor para os parˆametros M, J e Q ser˜ao considerados iguais segundo observadores externos. O elemento de linha associado, nas coordenadas de Boyer-Lindquist, ´e

ds2 =

j2sen2ε

dt2

2jsen2ε(r2+j2∆)

dtdφ+

+

(r2+j2)2 j2sen2ε

sen2εdφ2+

∆dr

2+

dε2, (3.5)

em que,

=r2+j2cos2ε, ∆ =r2+j2+Q22M

rej =J/M. A equa¸c˜ao (3.5) representa

a geometria do espa¸co-tempo de Kerr-Newman (KN)3. No limite em queQ=J = 0,

reca´ı-se na solu¸c˜ao de Schwarzschild [36].

Este espa¸co-tempo tamb´em possui a propriedade de ser assintoticamente plano, no entanto, aparentemente ele possui duas singularidades:

= 0 e ∆ = 0. A primeira delas ´e a singularidade f´ısica deste espa¸co-tempo, enquanto que a segunda ´e fict´ıcia e de mesma natureza daquela representada porr = 2M no espa¸co-tempo de Schwarzschild. As ra´ızes da equa¸c˜ao ∆ = 0 s˜ao:

3Buraco negro de Kerr-Newman (KN), refere-se a um buraco negro com massa, momento angular e

(33)

r±=M2j2Q2, (3.6)

sendo que a superf´ıcie bidimensional caracterizada porr=r+et=cte, define o horizonte

de eventos do buraco negro de KN. Observa-se que no limite j,Q0, tem-se r+→2M,

como esperado.

A ´area deste horizonte ´e calculada da seguinte maneira [36], [37]:

AKN =

r=r+,t=cte

|gθθgφφ|dεdφ = 4π (r+2 +j2) =

= 4π (2M2Q2+ 2MM2j2 Q2). (3.7)

A existˆencia de um horizonte de eventos no espa¸co-tempo deKN fica condicionada `a satisfa¸c˜ao da hip´otese adicionalM2 j2+Q2. Caso contr´ario, teria-se uma singularidade

“nua”, isto ´e, n˜ao “vestida” por um horizonte de eventos. O fato de singularidades nuas levarem `a impredictabilidade dos eventos de seu futuro causal, levou Penrose a conjecturar aquilo que ficou conhecido comocensura c´osmica [40], que em sua vers˜ao f´ısica afirma que o completo colapso gravitacional de um corpo sempre resulta num buraco negro em vez de uma singularidade nua [34]. O quadrado da norma do campo de Killing ta, tat

a=gu,

torna-se positivo na regi˜ao denominada ergosfera,r+ < r < r(ε), em que

r(ε) = M +M2Q2j2cos2ε (3.8)

define a superf´ıcie de limite estacion´ario. A denomina¸c˜ao ergosfera prov´em da mudan¸ca de orienta¸c˜ao deta, de tipo-tempo para tipo-espa¸co, implicando numa n˜ao estacionariedade

intr´ınseca de qualquer observador situado nesta regi˜ao, que ´e obrigado a rodar na mesma dire¸c˜ao do buraco negro conforme visto por observadores assint´oticos4 [36].

3.4

Espa¸co Tempo de Minkowski

O espa¸co-tempo de Minkowski apresenta um diagrama de Carter/Penrose, com uma forma triangular, conforme ilustrado na figura 3.1. Correspondem os dois lados da diagonal ao passado e o futuro nulo infinitos.

(34)

Est˜ao realmente no infinito, ent˜ao, todas as distˆancias s˜ao reduzidas por um fator con-forme quando se aproxima do infinito nulo - passado ou futuro. Cada ponto deste triˆangulo corresponde a uma 2-esfera de raio r. Na linha vertical `a esquerda, r = 0 no que repre-senta o centro de simetria e r → ∞ na direita do diagrama. Pode-se facilmente avistar a partir do diagrama que cada ponto no espa¸co-tempo de Minkowski est´a no passado do infinito nulo futuro I+, significando que n˜ao h´a buraco negro e nem horizonte de eventos

[41].

Figura 3.1: Diagrama Carter-Penrose do espa¸co tempo de Minkowski de [41].

Entretanto, se existir um corpo esf´erico em colapso o diagrama ir´a diferir [25], [41]. Parece o mesmo no passado, mas agora o topo do triˆangulo foi cortado como pode ser visualizado na figura 3.2, e ´e substitu´ıdo pelo limite horizontal. Esta ´e a singularidade que prevˆe o teorema de Hawking-Penrose 5.

Em seguida, pode-se verificar que existem pontos no ˆambito desta linha horizontal

5Teorema (Hawking e Penrose (1970)) [42] Incisos:

I.RabKaKb ≥ 0 para todo vetor do tipo n˜ao-espacial K;

II. M n˜ao cont´em curvas fechadas do tipo temporalRabKaKb<0;

III. Cada geod´esica do tipo n˜ao-espacial, com vetor tangente K, cont´em um ponto em que

K[a Rb] [cd] [e Kf]Kc Kd= 0;

IV. Existe pelo menos uma das seguintes op¸c˜oes: (i) um conjunto compacto atemporal sem bordo; (ii) uma superf´ıcie fechada confinada;

(35)

que n˜ao est˜ao no passado do infinito nulo futuro I+, conforme se observa na figura 3.1.

Expressando-se de outra maneira, existe um buraco negro. O horizonte de eventos ´e uma linha diagonal que desce a partir do canto superior direito e intercepta a linha vertical correspondente ao centro de simetria, como observado na figura 3.2. Pode ser evidenciado tamb´em na figura 3.3 [25]. Na figura 3.4, pode-se observar uma descri¸c˜ao com outra poss´ıvel representa¸c˜ao do fecho de ˜M [43].

Figura 3.2: Representa¸c˜ao de um espa¸co tempo resultante do completo colapso gravitacional de um corpo esf´erico de [25], [33].

Figura 3.3: Um diagrama de acordo com o mesmo espa¸co-tempo figura 3.2. Neste caso a regi˜aoαdo espa¸co tempo f´ısico est´a do lado de fora de J−(I

+) [43].

De acordo com as ilustra¸c˜oes das figuras 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, o passado causal do futuro nulo infinito, J− (I+), ´e n˜ao singular e n˜ao inclui todo o espa¸co-tempo f´ısico. A

(36)

J− (I+), que inclui todo o espa¸co-tempo f´ısico. A ideia do comportamento adequado de

J−(I+), n˜ao inclui todo o espa¸co-tempo, remetendo-se `a defini¸c˜ao de buracos negros [44].

Figura 3.4: Outra poss´ıvel representa¸c˜ao do fecho deM do espa¸co tempo f´ısico que fora representado pictoricamente na figura anterior. Como na figura 3.3, as dimens˜oes angulares s˜ao suprimidas, desta forma um ponto determinado deste diagrama representa uma 2-esfera (excetuando-ser= 0 ei0) - Diagrama de

Penrose [45].

Defini¸c˜ao: Espa¸co-tempo fortemente previs´ıvel assintoticamente

Seja, (M, gij), um tempo assintoticamente plano associado a um

espa¸co-tempo n˜ao-f´ısico ( ˜M ,g˜ij). Diz-se que (M, gij) ´e fortemente previs´ıvel assintoticamente se,

no espa¸co-tempo n˜ao-f´ısico existe uma regi˜ao aberta ˜V M˜ com M J−(I+) V˜ tal

que, ( ˜V ,g˜ij) ´e globalmente hiperb´olica 6 [41, 40].

Defini¸c˜ao Topol´ogica: Horizonte de eventos do buraco negro

A regi˜ao do buraco negro B, deste espa¸co-tempo, define-se comoB = [MJ−(I+)].

Denomina-se a fronteira de B em M, H =J−(I+)M como horizonte de eventos [44],

[43]. Assim, de acordo com os trabalhos de Chandrasekhar [44] e Penrose [43], ´e necess´ario que ( ˜V ,g˜ij) seja uma regi˜ao globalmente hiperb´olica de um espa¸co-tempo n˜ao-f´ısico e

im-plica que, (M V , g˜ ij) seja uma regi˜ao globalmente hiperb´olica do espa¸co-tempo f´ısico.

6Toma-se aqui o fecho deMV , g˜

(37)

Escolhendo-se ent˜ao, coordenadas normais de Minkowski para N com origem em

p e ε > 0, suficientemente pequeno para que todas as coordenadas normais da bola B

dadas por t2 +x2 +y2 +z2 ǫ2 estejam contidas em Q e uma curva tipo temporal

suficientemente pequena seja tamb´em “temporal” com respeito a m´etrica “planificada de Minkowski” 4dt2dx2dy2dz2, sendo u em (1

2 ǫ,0,0,0) ev em ( 1

2 ǫ,0,0,0). Ent˜ao,

qualquer geod´esica do tipo temporalγ de um estende-se ao futuro deN at´e que encontre o “hemisf´erio” definido port2+x2+y2+z2 = ε2, t >0.

Deve-se, portanto, cruzar o cone de luz de geod´esicas nulas com ponto limite futuro

v, sendo esta a descri¸c˜ao de uma hipersuperf´ıcie e que se estende ao passado em B at´e que se encontre o hemisf´erio oposto por t2+x2 +y2+z2 = ε2, t 0. Se q ´e um ponto

de intersec¸c˜ao deγ com este cone, ent˜ao, qv´e um futuro nulo, assim, n˜ao h´a pontos r no futuro deq sobreγ, pode-se ter rvno futuro tipo temporal. Supondo-se queaw ǫ u, vN.

Ent˜ao, as geod´esicas uw e wv s˜ao futuro do tipo temporal. Denotando-se uw, por γ, pode-se verificar pelo supra argumento que w n˜ao pode estar no futuro de q sobre γ, da´ı

w ǫ B. Ent˜ao,u, vN ⊂B ⊂Q.

´

E denominado espa¸co topol´ogico Hausdorff se quaisquer dois pontos dados pos-sam ser isolados uns dos outros por conjuntos disjuntos. Mais precipos-samente, um espa¸co topol´ogicoX´e de Hausdorff se houver dois conjuntos abertosU1,U2 comp1 ǫ U1 ep2 ǫ U2,

com U1 ∩ U2 = ⊘ [43].

Pode-se ainda, introduzir o seguinte teorema mostrando que a Topologia de Alexan-drov ´e Hausdorff:

3.1 Teorema

As trˆes seguintes restri¸c˜oes em um espa¸co-tempo M s˜ao equivalentes:

(a) M ´e fortemente causal; [34]

(b) A topologia de Alexandrov concorda com a topologia da variedade; (c) A topologia de Alexandrov ´e Hausdorff [43].

(38)

Figura 3.5: Ilustra¸c˜ao: Em (a) :yxcurvas do tipo temporal. Em (b), pontos no cojunto aberto de

b tamb´em est˜ao emI++ (x)I(y), em (c) de acordo com teorema 3.1 [43].

causalidade forte em p e P ´e um conjunto aberto, na topologia de variedade, contendo

p. Tem-se que mostrar que uma vizinhan¸ca de Alexandrov contendo p existe emP. Seja

N uma regi˜ao simples em P contendo p e seja Q p um conjunto convexo causalmente aberto, contido emN, que existe por causa da causalidade forte. Da proposi¸c˜ao,

3.2 Proposi¸c˜ao

Os conjuntosx, y s˜ao abertos; d´a-se o mesmo com x, yQ seQ for aberto, com

x, y ǫ Q[43].

tem-se u, v ǫ Q, tal queP ǫu, vN ⊂Q. Mas, seu, vN =u, v, isso s´o pode ser devido

`a existˆencia de uma viagem de u para v, que deixa e reentra N. Assim, teria tamb´em que sair e reentrar Q, violando a convexidade causal de Q. Assim, p ǫ u, vQ ⊂Q ⊂P,

conforme necess´ario [43].

O fato de que (b)(c) ´e evidente, uma vez que assumindo-seM Haursdorff, resta mostrar que (c)(a) [43].

Assim, supondo-se que, (a) ´e falsa e a causalidade forte ´e violada em p. Sejaq p

como no lema abaixo, [40]

3.3 Lema

Seja p ǫ M, ent˜ao, falha a causalidade forte emq, se e somente se, existe q p,

(39)

assim, deve-se mostrar que uma vizinhan¸ca de Alexandrov qualquer dep deve intersectar todas as vizinhan¸cas de Alexandrov deq, de modo que a topologia de Alexandrov deixa de ser Hausdorff, conforme dito inicialmente. Seja,p ǫu, v e q ǫv, w. Tem-se qpu, assim q ǫ I−(u). Escolhendo-se y apenas para o futuro de q, dando q

≪ y, y ǫ I−(u) e

y ǫv, w. Tem-se pelo lema 3.3, xy, assim y ǫx, utamb´em, ent˜ao x, uv, w =

⊘.

A estrutura topol´ogica do espa¸co-tempo, ´e de uso comum em relatividade geral pois, a teoria da gravidade tem como modelo uma variedade de Lorentz e os conceitos de topologia, assim, tornam-se importantes na an´alise local, bem como aspectos globais do espa¸co-tempo. O estudo da topologia do espa¸co-tempo ´e especialmente importante em cosmologia.

Os cosmologos e os astrˆonomos descrevem a geometria do universo que inclui a geo-metria local e a geogeo-metria global. A geogeo-metria global descreve o espa¸co-tempo completo, contempla a curvatura e a topologia inclusive, ainda que estritamente falando, perten¸ca a ambos.

(40)

Cap´ıtulo 4

Termodinˆ

amica dos Buracos Negros

As rela¸c˜oes termodinˆamicas apresentadas estar˜ao restritas apenas `aquelas que con-cernem a um buraco negro de Schwarzchild. A raz˜ao desta escolha se deve ao fato deste ser um buraco negro com carga, massa e momento angular nulos.

Neste caso particular, a primeira lei da Termodinˆamica dos buracos negros (4.23), assume inicialmente a seguinte forma

δM =T(bn)δS(bn), (4.1)

em queM ´e a massa do buraco negro [36].

A temperatura do buraco negro ´e definida como sendo

T(bn) =

k

2π =

1

8πM, (4.2)

que, pela restaura¸c˜ao das constantes fundamentais, pode-se reescrever como

T(bn) ≈6×10−8

M⊙

M

K, (4.3)

em que, M⊙ = 2×1033g representa a massa solar. A temperatura do centro do Sol ´e

aproximadamente 2×107K, enquanto que, a temperatura superficial ´e aproximadamente

5,7 ×103K. Um buraco negro de massa solar teria, segundo a equa¸c˜ao acima, uma

temperatura de aproximadamente 6×10−8K, algo muito pequeno para ser detect´avel

com as tecnologias atuais [36].

(41)

S(bn)=

As

4 = 4πM

2, (4.4)

em queAs = 16πM2. Pode-se verificar dessa forma que, o buraco negro mais entr´opico ´e

o de Schwarzschild.

Reintroduzindo as constantes fundamentais, esta equa¸c˜ao pode ser reescrita como,

S(bn)=≈1061

M M⊙

2

ergK−1, (4.5)

logo, um buraco negro de uma massa solar teria uma entropia associada de 1061ergK−1. A

t´ıtulo de estimativa, pode-se dizer que a entropia associada ao Sol ´e da ordem do n´umero de part´ıculas de que ele ´e composto. Este n´umero ´e algo comoM⊙/mp, em que se designa

demp a massa do pr´oton (1,67×10−24g). Ent˜ao S⊙ ≈1041ergK−1 1 [36].

Uma conclus˜ao que pode ser obtida a partir desses resultados ´e que a origem da entropia associada aos buracos negros n˜ao deve possuir uma natureza t´ermica. Al´em disso, n˜ao se conhece qualquer processo dissipativo que possa gerar entropia o bastante, durante o colapso, de modo a multiplicar a entropia da mat´eria por um fator 1020 [47]. A

origem dessa discrepˆancia poder´a ser melhor entendida quando um tratamento quˆantico adequado dos “graus de liberdade do campo gravitacional” for efetuado [34, 36].

Outra grandeza f´ısica associada ao buraco negro de Schwarzchild, que pode ser obtida deste tratamento, ´e a capacidade t´ermica,

C(bn) =T(bn)

∂S(bn)

∂T(bn)

,

j=Q=0

=8πM2, (4.6)

conforme as equa¸c˜oes (4.2) e (4.3). O fato de a capacidade t´ermica do buraco negro de Schwarzschild ser negativa est´a relacionado ao fato de uma estrela auto-gravitante arbitr´aria tamb´em possuir uma capacidade t´ermica negativa, segundo a gravita¸c˜ao new-toniana. Fisicamente, este resultado afirma que a remo¸c˜ao de energia de uma estrela produz uma contra¸c˜ao e posteriormente o aquecimento da mesma. Este ´e exatamente o caso para um buraco negro de Schwarzschild, que devido a emiss˜ao de part´ıculas via radia¸c˜ao Hawking perde massa, o que proporciona um aquecimento do mesmo, como pode ser observado pela simples inspe¸c˜ao da equa¸c˜ao (4.2) com (∂T(bn)/∂M(bn)<0) [48].

(42)

A manipula¸c˜ao das equa¸c˜oes (4.2) e (4.3) permite obter uma rela¸c˜ao termodinˆamica entre as quantidades M, S e T do buraco negro, conhecida como rela¸c˜ao de Euler 2,

1

2M =T(bn)S(bn). (4.7)

Este resultado difere daquele da termodinˆamica usual pelo fato de a massa do buraco negro ser uma fun¸c˜ao homogˆenea da entropia de grau 1/2. Em outras palavras, sendoS1

(bn) →λS(bn), ent˜aoM1 →λ1/2M, onde λ´e um parˆametro de escala.

Para um sistema isolado consistindo de uma caixa de volumeV e paredes perfeita-mente refletoras contendo uma energia total E na forma de um g´as de v´arias part´ıculas (b´osons e f´ermions, massivos ou n˜ao), obtem-se a seguinte rela¸c˜ao

4

3E =T S, (4.8)

para E = aV T4, em que a = π2

15(nb + 7

8nf) est´a relacionado `a constante de

Stefan-Boltzmann por σ =ac/4, e as vari´aveis nb e nf representam, respectivamente, o n´umero

de campos massivos e n˜ao massivos de b´osons e f´erminos. Portanto, assumindo para este sistema e o buraco negro as rela¸c˜oes do tipoS Tm e E Tn, tem-se

n

mE =T S, (4.9)

em que n e m s˜ao n´umeros inteiros n˜ao nulos. Isto ´e verificado tanto para um buraco negro quanto para a radia¸c˜ao de corpo negro ordin´aria [36].

Por fim, para que o buraco negro seja completamente caracterizado como um sis-tema termodinˆamico, ´e necess´ario que, como resultado de uma intera¸c˜ao puramente t´er-mica, ele possa trocar energia com um outro sistema de modo que exista a possibilidade de se encontrar um estado de equil´ıbrio t´ermico entre eles.

Esta situa¸c˜ao ´e melhor descrita ao considerar-se um buraco negro imerso num banho t´ermico provido pela radia¸c˜ao de corpo negro numa dada temperatura diferente de zero. A an´alise completa desta quest˜ao aponta para a existˆencia de um estado de equil´ıbrio est´avel entre um buraco negro e a radia¸c˜ao, quando satisfeitas certas condi¸c˜oes espec´ıficas [36].

(43)

4.1

A mecˆ

anica dos buracos negros

Em 1972, Jacob Bekesntein [47] propˆos a ideia de que o horizonte de eventos seria uma medida da entropia de um buraco negro. Por´em, se isso fosse verdadeiro, ele deveria emitir radia¸c˜ao, o que ´e inadmiss´ıvel para um buraco negro, uma vez que nada escapa a ele [49].

No entanto, Stephen Hawking verificou que de fato haveria a possibilidade de o horizonte de eventos ser uma medida da entropia de um buraco negro. De acordo com Hawking, como n˜ao existe um v´acuo absoluto, haja visto, os limites impostos pelo “Princ´ıpio da Incerteza de Heisenberg”, ent˜ao existem v´arios pares de part´ıculas virtuais interagindo entre si em torno de um buraco negro, nos quais a energia positiva de uma part´ıcula cancela a energia negativa da outra, e vice-versa. A part´ıcula de energia negativa seria atra´ıda pela gravidade fort´ıssima do buraco negro e cairia dentro dele, liberando sua parceira de energia positiva para o espa¸co exterior. A energia negativa da part´ıcula dentro do buraco negro diminuiria parte de sua massa, j´a que cancelaria parte de sua energia positiva, pois seria aniquilada. A part´ıcula de energia positiva liberada n˜ao viria diretamente do buraco negro, como pensado pelo observador externo, mas do espa¸co exterior a ele mesmo. Desse modo, a ideia de v´acuo quˆantico resolve esse problema, admitindo assim que o horizonte de eventos seja uma medida da entropia de um buraco negro.

4.2

As leis da mecˆ

anica dos buracos negros

As quatro leis da mecˆanica dos buracos negros s˜ao propriedades f´ısicas `as quais, acreditam-se, os buracos negros satisfa¸cam. As leis, an´alogas `as leis da termodinˆamica, foram descobertas por Brandon Carter, Stephen Hawking e James Bardeen [29, 50,?].

4.2.1

Lei Zero

Defini¸c˜ao:

Se, Tμν obedece `a condi¸c˜ao de energia dominante, em seguida, a superf´ıcie de

gravidade ´e constante no horizonte de eventos futuros [47, 24, 50]. Sejaξo vetor normal de Killing aH+. Ent˜ao, sendoR

μνξμξν = 0 emH+, implicam

(44)

0 = Tμνξμξν|H+ ≡ Jμξμ|H− (4.10)

ou seja, J = (−Tνμξν) ∂μ ´e tangente a H+. Segue-se que J pode ser expandida em uma

base de vetores tangentes a H+,

J =αξ+b(1)1η +b(2)1η (4.11) sobreH+.

Mas, sendo ξ×ν(i) = 0 do tipo espacial ou nulo (quando b

1 =b2 = 0), enquanto

que deve ser do tipo temporal ou nulo pela condi¸c˜ao de energia dominante. Assim, a energia dominante⇒∝ξ ´e ent˜ao,

0 =ξ[σJp]|H+ =−ξ λ

[σTp]ξλ|H+

=ξλ

[σRp]ξλ|

+

H

=ξ[p∂σ]k|H+

⇒∂σk ∝ξσ ⇒t.∂k= 0 para qualquer vetor t tangente a H+⇒k sobre H+.

4.2.2

Primeira Lei

Defini¸c˜ao:

Se um buraco negro estacion´ario de massaM, cargaQ e momento angularJ, com horizonte de eventos futuro da superf´ıcie de gravidade k, potencial el´etrico de superf´ıcie ΦH, e velocidade angular ωH, ´e perturbado de tal forma que se estabelece outro buraco

negro com massaM +δM, cargaQ+δQ e momento angularJ +δJ, ent˜ao [36]

dM = k

8πdA+ ΩHdJ+ ΦHdQ. (4.12)

ParaQ= 0, o Teorema da Unicidade implica que,

M =M(A, J) (4.13)

Ae J possuem dimens˜oes deM2(G=c= 1) para a fun¸c˜aoM(A, J) deve ser homogˆenea

de grau 1

2. Por interm´edio do Teorema de Euler de fun¸c˜oes homogˆeneas,

A∂M ∂A +J

∂M

∂J =

1

2M (4.14)

portanto,

= k

(45)

pela f´ormula de Smarr. Ent˜ao, A ∂M ∂A − k 8π +J ∂M ∂J −ωH

= 0, (4.16)

mas, A eJ s˜ao parˆametros livres, assim

∂M

∂A =

k

8π, ∂M

∂J =ωH. (4.17)

4.2.3

Segunda Lei

Defini¸c˜ao:

Se Tμν satisfaz a condi¸c˜ao de energia fraca e assumindo a conjectura da censura

c´osmica como verdadeira, ent˜ao a ´area do horizonte de eventos de um espa¸co-tempo assintoticamente plano ´e uma fun¸c˜ao n˜ao-decrescente do tempo, como demonstrada na se¸c˜ao que descreve o Teorema da ´Area, mais adiante.

Bekenstein propˆos que um m´ultiploηA /G da ´area do buraco negro, medido em

unidades do quadrado comprimento de Planck L2

p = G/c3, ´e atualmente a entropia e

conjectura uma segunda lei generalizada (SLG) que afirma que a soma da entropia fora do buraco negro e a entropia do buraco negro em si nunca diminuir´a [47]:

δ(Sf ora+ηA/G)≥0 (4.18)

Classicamente, parece poss´ıvel violar a SLG, utilizando processos como por exem-plo, uma caixa contendo entropia sob a forma de radia¸c˜ao pode ser atirada para o hor-izonte de eventos de um buraco negro e cair. Para uma caixa infintesimal ideal, toda a energia pode ser extraida ao infinito, por isso, quando a caixa ´e jogada n˜ao adiciona nenhuma massa ao buraco negro. Assim, a ´area do horizonte de eventos n˜ao se altera, mas a entropia do exterior diminuiu, violando a SLG. Isso pode ser considerada como outra analogia termodinˆamica: a GSL pode ser violada pela adi¸c˜ao de entropia de um buraco negro sem alterar a sua ´area 3.

3Falhas na analogia termodinˆamica - Viola¸c˜oes da SLG:

i) A temperatura de um buraco negro desvanece.

ii) A entropia ´e adimensional, enquanto ´area do horizonte de eventos ´e um comprimento ao quadrado. iii) A ´area de cada buraco negro ´e separadamente n˜ao decrescente, enquanto que apenas a entropia total ´e n˜ao-decrescente em termodinˆamica.

Referências

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