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A gestão Escolar como fator condicionante da qualidade de ensino e grau de satisfação dos atores escolares e desempenho da unidade escolar

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Academic year: 2017

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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A GESTÃO ESCOLAR COMO FATOR CONDICIONANTE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS ATORES ESCOLARES E DESEMPENHO DA

UNIDADE ESCOLAR

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

LIZARDA YAE IGARASI

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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A GESTÃO ESCOLAR COMO FATOR CONDICIONANTE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS ATORES ESCOLARES E DESEMPENHO DA UNIDADE

ESCOLAR

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR LIZARDA YAE IGARASI

E

APROVADA EM ABRIL DE 2001 PELA COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________________________________________ PAULO REIS VIEIRA – DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO

_________________________________________________________________ PAULO ROBERTO MOTTA – DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos os colegas e funcionários da Escola Brasileira de Administração Pública - EBAP pela convivência sempre construtiva e agradável que compartilhamos. A todos os Professores da EBAP, que certamente, com sua dedicação e competência me incentivaram a trilhar o caminho das questões educacionais.

A CAPES que, através do financiando de meus estudos, possibilitou a realização desta dissertação.

Ao Professor Bianor Scelza Cavalcanti pelo apoio, compreensão e incentivo crucial, principalmente no momento de finalização deste trabalho.

Aos Professores Paulo Motta e Vera Vergara, membros da banca, pela atenção e dedicação no decorrer do período de realização do presente trabalho.

Agradeço, de forma especial, o Professor Paulo Reis Vieira, meu orientador, pela infinita paciência e dedicação. Mas, principalmente, por ter acreditado e me incentivado mesmo nos momentos de maior dificuldade.

Aos meus amigos, os conquistados ao longo desses anos no Rio de Janeiro, e aqueles que me acompanham por mais tempo, sem dúvida alguma, um dos presentes da vida é ter bons e verdadeiros amigos que nos ajudam nas horas difíceis e compartilham os bons momentos.

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RESUMO

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ABSTRACT

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 10

1.1 OBJETIVOS ... 10

1.1.1 GERAL... 10

1.1.2 INTERMEDIÁRIOS ... 10

1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 11

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO... 11

2 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E GESTÃO EDUCACIONAL... 14

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS ... 15

2.1.1 BREVE HISTÓRICO ... 22

2.2 A IMPORTÂNCIA DO GESTOR NA ESCOLA ... 24

3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO... 32

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.... 33

4 TIPO DE PESQUISA ... 36

4.1 UNIVERSO E AMOSTRA ... 39

4.2 COLETA DE DADOS... 43

4.3 SELEÇÃO DOS SUJEITOS... 44

4.4 TRATAMENTO DOS DADOS ... 44

4.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO... 45

5 METODOLOGIA... 46

5.1 COMENTÁRIOS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS UNIDADES ESCOLARES... 47

5.2 A EXPERIÊNCIA DA PESQUISA DE CAMPO... 49

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6.1 ENTREVISTAS... 58

6.2 QUESTIONÁRIOS... 72

6.2.1 Supervisores ... 73

6.2.2 Funcionários ... 79

6.2.3 Professores ... 84

CONCLUSÃO ... 97

BIBLIOGRAFIA ... 102

ANEXOS ... 105

• QUESTIONÁRIO - SUPERVISORES DE ENSINO... 105

• QUESTIONÁRIO - FUNCIONÁRIOS... 109

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INTRODUÇÃO

A gestão e a atuação do gestor são considerados fatores primordiais no desempenho de organizações modernas, contudo no âmbito educacional e escolar, ainda se considera a gestão como categoria secundária. Por isso, o objetivo deste trabalho é investigar qual a influência do gestor de uma unidade de ensino em seu aproveitamento geral, e a importância da relações interpessoais nesse processo, considerando-se a satisfação e participação dos docentes e demais funcionários.

As unidades escolares de ensino fundamental da rede pública, sejam estaduais ou municipais, apresentam variáveis análogas, quando comparadas entre si. Os funcionários e docentes são recrutados da mesma forma, obedecem ao mesmo plano de cargos e salários e contam com, basicamente, os mesmos recursos para realizar suas funções. Pode-se também inferir que a realidade dos alunos é similar, pois pertencem a classes sociais bastante semelhantes e compartilham o mesmo contexto histórico-social. Assim, pode-se pensar que o estilo de gestão do diretor escolar, e a qualidade das relações interpessoais advindas desse fator, influenciam o desempenho das escolas públicas.

Diante disso, torna-se relevante o fato de a questão gerencial não ser devidamente valorizada e abordada nas políticas públicas educacionais.

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satisfatórios. A possibilidade de modificar positivamente o que ocorre nas unidades escolares, através de programas que envolvam a melhoria da gestão escolar, pode representar uma opção viável, econômica e interessante.

Por esse motivo, o presente trabalho buscou através da realização de pesquisa de campo sobre o tema gestão escolar em unidades escolares, envolvendo diretores, supervisores de ensino, funcionários e professores, estabelecer para o desempenho das diferentes escolas pesquisadas, a importância do trabalho do diretor escolar, os aspectos gerenciais componentes desse trabalho e sua influência, segundo a percepção dos atores envolvidos na realidade escolar.

O capítulo 1, chamado “Problematização do Tema” aborda os Objetivos Gerais e Intermediários do trabalho, assim como, a Delimitação e a Relevância do Estudo. No capítulo 2 foram estudadas as Políticas Públicas Educacionais, a Gestão Educacional e a Importância do Gestor na Escola. No capítulo 3, é apresentada uma Caracterização do Sistema Educacional Brasileiro e do Sistema Educacional do Estado de São Paulo. O quarto capítulo está dedicado à apresentação do Tipo de Pesquisa realizada, Universo e Amostra, Coleta de Dados, Seleção dos Sujeitos, Tratamento dos Dados e Limitações do Método. O quinto capítulo trata da Metodologia utilizada, além de comentários sobre a pesquisa de campo. O sexto capítulo apresenta os resultados e a análise dos dados obtidos na pesquisa. Finalizando, apresentamos a Conclusão do trabalho, assim como a Bibliografia e Anexos.

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1 PROBLEMATIZAÇÃO

DO

TEMA

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 GERAL

Investigar, até que ponto, o estilo de gestão do diretor de uma unidade escolar pode influenciar no desempenho geral de tal instituição, avaliado através de:

satisfação, motivação e comprometimento dos docentes e funcionários; qualidade das relações interpessoais no âmbito da unidade escolar e suas conseqüências na realidade dos alunos e da comunidade envolvida.

1.1.2 INTERMEDIÁRIOS

Identificar as tarefas executadas com mais freqüência pelos diretores escolares;

Averiguar se os diretores de escolas recebem algum treinamento específico para assumirem tal função, e se constantemente, no decorrer de suas tarefas, recebem treinamento que vise a atualização de sua formação;

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1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Por se tratar de assunto muito amplo, foram estudados apenas alguns aspectos da gestão escolar. O foco principal situa-se no estilo de gestão do diretor escolar e demais aspectos dele decorrentes. Por limitações explicitadas adiante, a pesquisa de campo foi realizada no Estado de São Paulo, na micro região de Piracicaba e compreendeu um total de seis municípios.

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Consta na Constituição da República Federativa do Brasil:

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (capítulo III, seção I, Art. 205)

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situação de pobreza. E assim, esses países permanecem sem condições de realizar grandes investimentos em educação. Esse círculo precisa ser rompido como única forma de superar a condição de pobreza. Tal tarefa é complexa e para obter sucesso, demanda programas de governo de longo prazo.

No atual contexto mundial, há cada vez menos espaço para a mão de obra despreparada; a grande maioria dos equipamentos da indústria moderna necessita de mão de obra especializada para serem operados. Não basta que o funcionário saiba ler e contar, é necessário que ele saiba ler e interpretar os textos dos manuais e operar máquinas de controle numérico. Além disso, no setor de serviços - aquele que mais postos oferece na nova realidade econômica mundial - habilidades como conhecimento de micro informática e capacidade de gerar soluções rápidas, criativas e eficazes para os mais diversos problemas são consideradas essenciais como atributos de um profissional. Para enfatizar essa preocupação, citamos o texto abaixo:

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Além desses fatores, a intenção de poder contribuir com algo relevante para a sociedade fez com que este esforço de estudo se direcionasse para a área educacional. A educação é um direito do cidadão que tem um significado maior que melhores possibilidades de inserção no mercado de trabalho. A educação possibilita maior acesso à comunicação, pelos meios escritos e também maior capacidade crítica, por meio de amplo entendimento e compreensão do mundo. Tais fatores possibilitam ao indivíduo exercer de forma completa e eficaz sua condição de cidadão. Em uma sociedade democrática, a capacidade de análise, avaliação e escolha dos cidadãos é essencial para a consolidação real das instituições democráticas.

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2 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E GESTÃO

EDUCACIONAL

Atualmente, devido à rapidez com que os avanços tecnológicos ocorrem, o conhecimento tornou-se o grande elemento diferenciador. A “Sociedade do Conhecimento” como Peter Drucker (1995) intitula o atual período histórico, tem na educação, no conhecimento seu “bem” de maior importância. Os meios físicos de produção, considerados tradicionalmente como primordiais para a sociedade capitalista, hoje são considerados como secundários, sendo suplantados pelo conhecimento.

Abordando, especificamente, a questão da educação, no contexto mundial, de rápidas inovações tecnológicas e globalização da economia, temos a educação, como fator limitador para a inserção tecnológica e econômica de um país. Bomeny, 1998, ilustra:

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O grande desafio das organizações modernas, sejam elas privadas ou públicas, é sobreviver e crescer nesse clima instável causado pelo rápido avanço tecnológico. A grande arma para vencer esses desafios é a capacidade de adaptação a novos contextos, realidades e tecnologias; o ensino de boa qualidade e abrangente é o caminho disponível mais seguro para alcançar esse objetivo.

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

Os chamados países pobres apresentam grandes dificuldades institucionais e de financiamento para oferecerem à população Políticas Sociais abrangentes e de boa qualidade. No Brasil, isto ocorre de forma incisiva, privando grande parte da população de serviços básicos, como saúde e educação. Bomeny, 1998, faz na apresentação de seu trabalho, uma análise interessante sobre tal questão:

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intoleráveis de exclusão social provocada pela concentração de renda e pelo deficitário sistema de transmissão de conhecimentos básicos." (BOMENY, 1998:07)

Dentre as Políticas Públicas Sociais no Brasil, a Política Pública Educacional - PPE é uma das mais importantes para a população e também uma das mais problemáticas. Existem dois problemas básicos quando são abordadas as PPE: o primeiro referente ao financiamento, as constantes dificuldades financeiras enfrentadas pela totalidade das Políticas Sociais; e outro, vinculado às diferentes, e muitas vezes contraditórias, teorias e ideologias que existem na área da educação.

A dificuldade de financiamento é o grande desafio enfrentado para oferecer uma PPE que atenda às necessidades da população, tanto para a sua atuação como cidadão, bem como para possibilitar seu ingresso no mercado de trabalho. Esse é um problema intimamente relacionado às prioridades dos Administradores Públicos, sejam eles o Presidente, os Governadores ou os Prefeitos. Se educação for, verdadeiramente, uma prioridade do administrador, esse problema tende a ser diminuído, senão superado. Contudo, a realidade tem demonstrado, que no Brasil, a educação é sempre um dos programas prioritários dos candidatos aos cargos executivos, sem que isso signifique, que após as eleições, suas atitudes práticas confirmem suas "crenças" anteriores.

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Mesmo as alíquotas garantidas constitucionalmente, são, por vezes, manipuladas de forma desonesta, através de artifícios, e assim, recursos já vinculados à educação, são gastos em outras áreas.

Além disso, há outro aspecto mais subjetivo, mas também muito nocivo para o desempenho do profissionais da área, que é a descrença em qualquer discurso ou promessa que vise melhorias para a educação. Tanto já se prometeu e já se falou, sem que fosse cumprido, que os profissionais da educação, sempre prejudicados por baixos salários e precárias condições de trabalho, são muitas vezes dominados por uma apatia onde já não acreditam em nenhum tipo de melhoria. Isso tem uma influência bastante negativa, não só na atuação desse profissional, mas, acima de tudo, em sua auto estima e motivação para novos desafios.

Outro problema quando se analisa PPE, é relacionado com as diversas e, algumas vezes contraditórias, teorias e ideologias pedagógicas. Não discutiremos aqui a importância ou superioridade de uma ou outra tendência pedagógica, o objetivo é demonstrar que a freqüente alteração do direcionamento pedagógico é prejudicial ao desempenho dos professores e, conseqüentemente, ao aproveitamento dos alunos.

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Assim, é claro que a formulação e explicitação de Políticas Educacionais relevantes não bastam sem que essas sejam realmente implementadas de forma coerente e cuidadosa.

Os problemas educacionais no Brasil, na última década, suplantaram a questão do atendimento, ou seja, do número de salas de aula e de unidades escolares. Existem vagas para o atendimento quase que total da população em idade escolar, ainda que distribuídas de forma não ideal, ocorrendo muitas vezes de existirem salas de aula ociosas em algumas regiões e falta de salas em outras. Este é um dos fatores que contribuem para que o problema do atendimento se desloque para a questão da qualidade da Educação oferecida à população. Existe diferença entre a qualidade do ensino oferecido na rede privada e na rede pública, existe diferença entre o ensino oferecido na rede pública nos grandes centros e nas regiões mais afastadas, e também, existe diferença entre escolas de regiões centrais e de periferia nas grandes cidades.

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exercício da cidadania moderna estão apresentando à sociedade.” (MELLO, 1991:23)

Mello(1991), realiza um estudo muito pertinente, onde é tratada a questão da abrangência do Sistema Educacional, não apenas considerando o número de vagas em relação às crianças em idade escolar, mas também, às desistências e aumento de número de anos necessários para a conclusão do Ensino Fundamental, causada pelas altas taxas de repetência existentes no Sistema Educacional Brasileiro. Dessa forma, duas das mais graves disfunções do Sistema Educacional Brasileiro, ou seja, as altas taxas de repetência e de evasão escolar, estão correlacionadas.

O que ocorre é que com a repetência, muitas crianças e adolescentes acabam "desistindo" da vida escolar. No referido texto, além do problema basicamente escolar causado por essa situação, é tratado também um tema muito importante e que freqüentemente não é abordado, ou seja, a "sensação" de derrota, de incapacidade que essas crianças, que se evadem do Sistema Escolar pela repetência, muitas vezes consecutiva e reincidente, acabam levando por toda a vida. Tornam-se, muitas vezes, adultos que se julgam incapazes de aprender, que julgam a incapacidade de aprender como um problema eminentemente individual, quando na verdade, na grande maioria dos casos, é uma disfunção do Sistema Educacional que não consegue superar dificuldades individuais dos alunos e, simplesmente, reprova, reprova e reprova.

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questão, simplesmente, através da aprovação automática. Esta "estratégia" têm sido utilizada em algumas situações, onde como forma de obter melhores desempenhos em termos de taxas de repetência, institui-se programas de aprovação compulsória nas primeiras séries do Ensino Fundamental. O problema, na verdade, acaba sendo adiado e não solucionado. E o que é ainda pior, essas reduções ilusórias das taxas de repetência, são utilizadas como propaganda política, mostradas como formas eficazes de se tratar o problema educacional.

"A repetência, nos níveis em que acontece na escola fundamental brasileira, é inexplicável do ponto de vista pedagógico, inaceitável do ponto de vista social e improdutiva do ponto de vista econômico.

Reverter o quadro de repetência - e consequentemente diminuir a evasão - é condição para regularizar o fluxo escolar e reorganizar o sistema de ensino como um todo, do pré-escolar ao superior, daí o caráter estratégico dessa prioridade." (Mello, 1991:28)

Outro aspecto, é a questão da qualidade do ensino oferecido. É indiscutível que todos têm o direito a estar na escola, que a universalidade deve ser um dos objetivos primordiais de uma política social, contudo, é inadmissível que a qualidade do ensino oferecido seja suplantada pela universalidade. São dois aspectos que devem caminhar lado a lado, e não pode haver prejuízo de um em benefício do outro.

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escolar, estão sendo novamente analisados, uma vez que, novos dados surgem, jogando por terra muitas das crenças existentes.

"...Assim, o que se deve evidenciar, neste contexto em que se percebe, apesar de todos os fatores contrários, esse esforço das crianças e de suas famílias, é a má qualidade do trabalho pedagógico, a incapacidade da escola em, durante cinco ou mesmo oito anos, garantir a estas crianças pelo menos o mínimo que uma escola elementar deve fazer: ensinar a ler e escrever. Embora não se deva descartar as variáveis que se situam fora da escola, os indicadores educacionais hoje disponíveis mostram que não dá mais para explicar a repetência e a evasão escolar nas duas séries iniciais, assim como o baixo índice de conclusões do 1° grau, apenas por uma suposta falta de condições de aprendizagem da clientela e também por um suposto desinteresse familiar. Atualmente, quando se conhece melhor as respostas da população ao problema educacional - o tanto que as famílias pobres investem direta e indiretamente na educação - e quando já se sabe que apenas em situações extremas as carências materiais, nutricionais, afetivas ou culturais significam um entrave definitivo à aprendizagem, o que sobressai é a deficiência do trabalho pedagógico ou, a parcela de responsabilidade do próprio sistema educacional na geração e manutenção da pobreza." (FOGAÇA, Azuete in BOMENY, 1998:32)

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relevante o fato da questão gerencial não ser devidamente valorizada e abordada nas políticas públicas educacionais.

2.1.1 BREVE HISTÓRICO

O retrospecto histórico terá como enfoque principal o período pós década de trinta; tal opção deve-se à impossibilidade de tratarmos de toda a história da educação brasileira neste trabalho, e também, pelo fato deste período histórico ser, reconhecidamente, o mais importante para identificarmos a atual situação das políticas sociais brasileiras.

“Efetivamente foi somente após a Revolução de 1930 que começamos a enfrentar os problemas próprios de uma sociedade burguesa moderna, entre eles, o da instrução pública popular. Assim é que, ainda em 1930 logo após a vitória da Revolução, é criado o Ministério da Educação e Saúde. A educação começava a ser reconhecida, inclusive no plano institucional, como uma questão nacional.” (SAVIANI, 1997:06)

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional encaminhada ao Congresso em 1947, após um longo e turbulento período de negociação, só veio a ser aprovada em 1961. Após a revolução de 1964, em 1971, é promulgada a Lei 5.692 que fixa as diretrizes e bases para o ensino de primeiro e segundo graus, sem no entanto, revogar os objetivos da LDB de 1961.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação aprovada em 1961 é complementada em 1971, pela Lei 5692, que é uma lei de ensino. Em realidade, só em 1996 é que é aprovada uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Entretanto, isso não significa que no período compreendido entre essas duas Leis, não tenham ocorrido mudanças no Sistema Educacional Brasileiro. Entre 1961/71 e 1996, foram grandes as transformações ocorridas na sociedade brasileira e em seu sistema educacional. Aconteceram reformas e reestruturações com o objetivo de aumentar a abrangência do Sistema Educacional Brasileiro, contudo, muitas vezes esse objetivo foi alcançado em detrimento da qualidade do ensino oferecido, como podemos ilustra o trecho abaixo:

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asiáticos recém-industrializados mais avançados.” CASTRO & CARNOY (1997:11)

2.2 A IMPORTÂNCIA DO GESTOR NA ESCOLA

Administração, gestão ou gerenciamento são os termos mais freqüentemente utilizados para denominar o processo de organização, planejamento e controle de recursos, buscando atingir um determinado objetivo.

“A gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir; é a arte de fazer acontecer, de obter resultados. Resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas que têm de ser alcançados através das pessoas e numa interação humana constante.” (Motta, 2000:26)

Em termos genéricos, o processo administrativo baseia-se na organização e na busca da melhor forma de atuação, envolvendo pessoas, recursos materiais e tecnológicos, dentro de uma determinada organização.

Contudo, há uma fragmentação na rotina gerencial, diferentemente do descrito na maioria da literatura, a função gerencial não é racional e ordenada, como nos mostra Motta:

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interrupções e trabalhos administrativos intensos, descontínuos e de natureza variável. Sua atenção é constantemente desviada por chamados diversos, o que fragmenta sua ação e torna intermitente o seu envolvimento no processo decisório organizacional. Tomam decisões através de interações diversas, ações isoladas e opiniões manifestadas esparsamente, às vezes pouco coerentes. Aproximam-se dos problemas à medida que estes vão surgindo, na busca de soluções baseadas em informações parciais, imperfeitas e de primeira mão, quase sempre envoltas por grandes incertezas.” (Motta, 2000:20)

Além disso, no caso do diretor escolar, existe uma dupla fragmentação, uma intrínseca à função gerencial, e outra caracterizada pela cisão entre o aspecto educador/administrador. A grande maioria dos administradores escolares, dos diretores escolares, são professores, geralmente com experiência anterior em sala de aula, com formação profissional e capacitação pedagógica. Quando esses profissionais assumem a direção de uma unidade escolar, passam a atuar estreitamente com atividades administrativas e gerenciais, sem terem tido, contudo, formação ou algum tipo de capacitação específica.

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função administrativa e, especificamente, no caso das organizações escolares, também, o conhecimento relacionado à legislação, a parte legal, que rege tal área. O objetivo desse trabalho é identificar as atividades primordiais dos diretores escolares e também, as maiores dificuldades desses profissionais no exercício de suas atividades como gerentes das unidades escolares, para isso, é essencial analisar cuidadosamente a função do diretor escolar.

As funções do diretor escolar podem ser divididas em administrativas, pedagógicas e disciplinares, embora intimamente interligadas. As principais funções administrativas são:

manter contato estreito com a Delegacia de Ensino, através da participação em reuniões, entrega e retirada de documentos e normas referentes ao funcionamento da unidade escolar;

supervisionar e coordenar todos os processos necessários para o funcionamento da unidade escolar tais como, folhas de pagamento e controle de presença dos docentes;

supervisionar a compra de materiais para uso diário da unidade escolar, tais como, materiais de limpeza, materiais de escritório;

participar de reuniões e negociações sobre reformas e outras melhorias do estabelecimento escolar.

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preparar calendário, planejamento letivo anual e outras programações do período letivo;

elaborar e realizar reuniões e discussões com os docentes sobre o Planejamento Escolar;

coordenar reuniões e tomar decisões com os docentes sobre atuação dos mesmos e o aproveitamento escolar dos alunos;

participar de reuniões e cursos sobre orientações pedagógicas e passar essas orientações aos docentes;

Finalmente, as funções disciplinares são:

manter a disciplina dos alunos dentro do estabelecimento escolar, possibilitando condições para o processo de ensino;

solucionar problemas causados por indisciplina, dentro e fora de sala de aula, que fujam ao controle do professor;

aplicar punições, em casos extremos, e estabelecer contato com a família, na busca de solucionar o problema.

O diretor escolar assim como qualquer outro gestor, deve ter algumas habilidades especiais para lidar especificamente com sua realidade, com os problemas e necessidades que o cargo lhe apresenta.

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desenvolver para ocupar o cargo. Esta segunda parte pode ser chamada de atributos.”(MAXIMIANO, 1995:73)

Os atributos podem ser divididos em três categorias: conhecimentos, habilidades e atitudes. Diante disso, a proposta da pesquisa de campo realizada é, realizar um levantamento sobre quais atributos, seja em termos de conhecimentos, habilidades ou atitudes, os profissionais das unidades escolares, consideram importantes para que o diretor escolar desempenhe positivamente sua atividade.

Como Motta evidencia abaixo, os valores e comportamento do indivíduo influenciam as ações do decisor e o processo decisório com um todo, influenciando, consequentemente, a realidade da organização.

“O dirigente é parte do processo decisório organizacional. Seu comportamento, como o de qualquer outro funcionário, é determinado por fatores internos e externos à organização. Valores, atitudes individuais, bem como experiência administrativa, são variáveis que determinam o comportamento de um indivíduo, independente de decisões em questão.”(Motta, 2000:22)

A literatura apresenta contribuições sobre as funções do diretor escolar e as conseqüências de sua atuação.

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das decisões tomadas pela escola e a necessidade da sua autonomia. (p. 23)

... o diretor de estabelecimento de ensino tem um papel de alta significação. ... Contam menos - ou não contam - o número de metros de diplomas que a sua liderança e capacidade de estimular os professores e valorizar o aproveitamento dos alunos. (p. 25)

O processo decisório do dia-a-dia na escola, praticado por administradores e professores, é muito importante, de tal modo que a luta contra o desperdício e a inefetividade começa a ganhar-se no estabelecimento escolar, e não nos gabinetes dos órgãos centrais ou intermediários.” (p. 26) (XAVIER, 1994)

Em termos históricos, o processo de formação de diretores escolares, tanto no Brasil quanto no mundo, está intimamente atrelado ao desenvolvimento das teorias administrativas. Assim como as organizações produtivas industriais, as organizações educacionais sofreram influência das teorias administrativas racionais e tecnicistas (Movimento da Administração Científica). No Brasil, especialmente a partir da década de sessenta, atrelado ao Regime Militar, foram adotadas práticas tecnicistas e racionalistas na administração escolar, seguindo a crença que a utilização de tais modelos, os quais se mostravam eficientes em organizações produtivas industriais, traria um incremento positivo ao desempenho das organizações educacionais.

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alterar a formação de administradores escolares. A formação de especialistas de educação foi elevada ao nível superior, como habilitações do curso de pedagogia, que passava a ter um caráter eminentemente profissionalizante.” (XAVIER, 1994:28)

Entretanto, a aplicação de modelos racionais e tecnicistas, não atingiu os bons resultados esperados nas organizações escolares. Elementos básicos do modelo, como a divisão do trabalho, padronização excessiva e adoção de práticas e modelos puramente “racionais”, adotados em detrimento da capacidade e criatividade do ser humano, resultam, necessariamente, na desvalorização dos indivíduos. Devido a isso, foram incompatíveis com a organização escolar, que é intrinsecamente social, tendo como objetivo a interação e formação de seres humanos.

“Ao mesmo tempo vulnerável e resistente, a escola é uma organização que possui sua própria racionalidade, diferente daquela das empresas dedicadas à produção, como revelam os avanços da literatura a partir dos anos 70. Tateando em torno de fins controversos e métodos relativamente pouco efetivos, a escola se caracteriza como uma instituição social que trabalha com problemas complexos e poucas rotinas, exigindo decisões diversificadas e inesperadas quase a cada momento.” (XAVIER, 1994:28)

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3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA EDUCACIONAL

BRASILEIRO

O Sistema Educacional Brasileiro abrange dois segmentos, Educação Básica e Educação Superior.

A Educação Básica é composta por Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A Educação Infantil é aquela oferecida para crianças de zero a seis anos de idade. O Ensino Fundamental inclui da primeira a oitava série, e é direcionado para crianças de sete a catorze anos. O Ensino Médio é composto por quatro séries e atinge jovens entre quinze e dezoito anos. É necessário esclarecer que essas são as idades ideais para as crianças freqüentarem essas séries, não levando em conta repetências e outros tipos de atrasos possíveis durante suas vidas escolares.

A Educação Superior é composta pelos cursos de graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação e pós-graduação têm tempo de duração distinto para as diversas carreiras oferecidas.

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manutenção das unidades escolares que compõem os seus sistemas de ensino, têm incumbências próprias na sua administração.

A União, é responsável pela coordenação da política nacional de educação e pela elaboração do Plano Nacional de Educação, articulando os diferentes níveis e sistemas de ensino. Os Estados e o Distrito Federal possuem a incumbência de assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio. Já os Municípios são responsáveis pela oferta da Educação Infantil em creches e pré-escolas, dando prioridade ao Ensino Fundamental.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL DO

ESTADO DE SÃO PAULO

O Estado de São Paulo, situado na região Sudeste do país, é o mais populoso Estado da Federação, além de ter importante participação na vida econômica nacional. Seu sistema econômico é dinâmico e industrializado, mas enfrenta, como o todo o país, grandes problemas nas áreas sociais, em especial em sua Capital, a cidade de São Paulo, uma das mais populosas do mundo e muito afetada por problemas resultantes das altas taxas de crescimento populacional ao longo das últimas décadas.

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limitada pela cidade de Piracicaba, uma das mais importantes da região de Campinas. Piracicaba apresenta forte atividade econômica, baseada na indústria, nos serviços e na agroindústria, essa representada, basicamente, pelo cultivo da cana de açúcar e sua transformação em álcool.

O Estado de São Paulo apresenta realidade diferenciada quanto ao seu sistema de Ensino, especialmente o fundamental, uma vez que a maioria das escolas, principalmente no interior do Estado, são Estaduais. Apesar da regulamentação da Constituição Nacional, para que Educação Fundamental seja prioridade dos municípios, em São Paulo o processo de municipalização enfrenta sérias resistências, e ainda não foi totalmente implementado.

Dessa forma, as Delegacias Estaduais Regionais de Ensino, mantêm a coordenação e controle referente ao ensino fundamental.

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Números de alunos de ensino fundamental na rede estadual de ensino do Estado de São Paulo

Séries do 1º grau 1ª série 2ª série 3ª série 4ª série

Número de

alunos atendidos 395.420 627.523 587.910 569.245 Séries do 1º grau 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série

Número de

alunos atendidos 713.988 650.411 575.538 514.525

Tabela 1: Centro de Informações Educacionais (CIE) / S.E. Censo MEC/97

Números de escolas (1º e 2º graus) na rede estadual de ensino do Estado de São Paulo

Séries

1ª a 4º série 1ª a 8º série 5ª a 8º série 1ª a 8º + 2º grau

5ª a 8º + 2º grau Total de Escolas Número de escolas estaduais

2.007 1.329 567 165 1.247 7.426

(1)

Tabela 2: Fonte: Centro de Informações Educacionais (CIE) / S.E. Censo MEC/97

Números de professores e funcionários na rede estadual de ensino do Estado de São Paulo

Especialidade Professores e Especialistas em Educação

Quadro Técnico e de Apoio Escolar

Estagiários Total

Número Total 223.288 50.546 8.127 281.962

Tabela 3: Fonte: Centro de Informações Educacionais (CIE) / S.E. Janeiro/1998.

1

Além das Escolas que constam na tabela, existem ainda:

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4 TIPO DE PESQUISA

O trabalho de campo teve início com a coleta de dados sobre os potenciais atores a serem entrevistados ou serem objeto da aplicação do questionário.

Durante a elaboração do projeto de dissertação (segundo semestre de 1998), já havia sido recolhido uma boa parte dos dados necessários para a caracterização do objeto de estudo, ou seja, a parte do sistema educacional de Estado de São Paulo sob responsabilidade da Delegacia Estadual de Ensino de Piracicaba (DEEP).

Além de dados populacionais e econômicos sobre as seis cidades sob responsabilidade da DEEP, foram também obtidos junta a DEEP dados sobre número de escolas, número de alunos, professores e diretores das cidades.

No momento em que teve início o trabalho de elaboração da pesquisa de campo, esses dados foram atualizados. Um elemento muito importante nessa etapa do trabalho, foi a inserção na "home page" da Secretaria Estadual de Ensino de São Paulo, de todas as escolas estaduais do Estado, com séries que cada uma atende, número de alunos, e formas de contato com cada instituição.

(37)

Piracicaba: principal cidade da região analisada, pólo econômico, político e cultural da região. É a cidade com maior número de habitantes e sede da DEEP, além disso, mais de 84% das escolas sob responsabilidade da DEEP estão localizadas em Piracicaba.

São Pedro: segunda cidade da região em número de habitantes, e terceira em número de escolas estaduais. Única onde a municipalização está em fase adiantada, sendo que todas as classes de 1ª a 4ª série do ensino fundamental já estão sob responsabilidade do município.

Charqueada: terceira cidade da região em número de habitantes e segunda em número de escolas estaduais. Devido as suas características econômicas, grande pólo produtor de cana de açúcar e sede de uma grande usina de açúcar, suas escolas em bairros afastados têm grande importância no atendimento escolar do município.

Após atualizar os dados sobre a rede escolar dos três municípios selecionados, houve também um incremento na quantidade de dados: listou-se o nome das escolas estaduais de cada um dos três municípios e as séries escolares que cada uma delas atende.

Realizou-se então um sorteio, no dia 18.03.1999, como forma de selecionar as escolas que seriam alvo da pesquisa de campo. Para obter o número de escolas a serem consideradas em cada uma das cidades, foi utilizado seguinte critério.

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Piracicaba: Do total de 56 escolas, sendo que 23 oferecem classes de 1ª a 8ª série do ensino fundamental, foram selecionadas 06 escolas, que representam 10% do total de escolas estaduais ou 30% do total de escolas de 1ª a 8ª série do ensino fundamental.

São Pedro: Num total de 03 escolas estaduais, nenhuma dessas oferece classes de 1ª a 8ª série do ensino fundamental, assim sendo, foi selecionada uma escola através de sorteio.

Charqueada: Dentro as 05 escolas estaduais, foram selecionadas as duas únicas que oferecem classes de 1ª a 8ª série do ensino fundamental.

Após o sorteio das escolas em cada uma das três cidades, foi realizada coleta de dados para obter o número de alunos de cada uma das escolas.

Houve contato telefônico com cada uma delas para checar as classes que realmente atendiam, ou seja, se todas as selecionadas atendiam as séries que constavam na "home page" da Secretária Estadual de Ensino de São Paulo.

(39)

O presente trabalho utilizou uma metodologia de pesquisa eminentemente descritiva. Foi também realizada uma tentativa de associação entre variáveis do cotidiano escolar, as relações interpessoais e o desempenho da unidade escolar. As variáveis do cotidiano escolar foram levantadas através de pesquisa de campo e bibliográfica.

4.1 UNIVERSO E AMOSTRA

Na pesquisa de campo, o universo foi delimitado pelas Instituições de Ensino Fundamental Públicas Estaduais da região delimitada pela área de atuação da Delegacia Estadual de Ensino do Município de Piracicaba - DEEP, interior do Estado de São Paulo. A DEEP atende a uma área de seis municípios, todos próximos geograficamente e com realidades culturais, econômicas e sociais bastante similares.

Caracterização da DEEP por quadro de funcionários (internos):

Cargos / Funções

Supervisor Assistente Técnico Pedagógico

Chefe de Seção

Encarregado de Setor

Agente Administrati

vo

Auxiliar de Serviço

Assistente Administrati

vo

Número 18 9 3 4 5 3 17

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Área de atuação da DEEP e caracterização dos 06 (seis) municípios que compreende:

Municípios

Número de Escolas Estaduais

Diretores de Escolas Estaduais

População dos Municípios

Águas de São Pedro

01 01 1.814

Charqueada

05 04 11.044

Piracicaba

56 56 289.832

Saltinho

01 01 4.952

Santa Maria da Serra

01 01 4.556

São Pedro

03 03 21.399

Números Totais 67 67 333.597

Tabela 5: Estimativa da População, Fundação SEADE, 1993.

Caracterização da DEEP por quadro de funcionários e alunos atendidos:

Cargos / Funções

Supervisores Diretores Professores Alunos atendidos

Número 18 67 2.754 70.169

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Número de Alunos, Funcionários, Professores - Unidades Escolares

Nome das Escolas Cidade Alunos

Funcionários Diretores Professores

PEDRO CREM FILHO PROF Charqueada 517 5 1 18

EROTIDES DE CAMPOS PROF Charqueada 510 4 1 17

ALFREDO CARDOSO DR Piracicaba 1114 14 1 42

HELIO NEHRING PROF Piracicaba 929 10 1 28

HELIO PENTEADO DE CASTRO PROF

Piracicaba 1680 18 1 58

JOSE ROMAO PROF Piracicaba 1238 17 1 56

LUCIANO GUIDOTTI COMENDADOR

Piracicaba 1225 14 1 48

SAMUEL DE CASTRO NEVES DR Piracicaba 240 6 1 15

VICENTE LUIS GROSSO São Pedro 1047 7 1 30

(42)

Questionários: Funcionários e Professores / Entrevistas Diretores

Nome das Escolas Cidade

Funcionários Diretores Professores

PEDRO CREM FILHO PROF Charqueada 1

EROTIDES DE CAMPOS PROF Charqueada 0

ALFREDO CARDOSO DR Piracicaba 1

HELIO NEHRING PROF2 Piracicaba 2

HELIO PENTEADO DE CASTRO PROF

Piracicaba 1

JOSE ROMAO PROF Piracicaba 1

LUCIANO GUIDOTTI COMENDADOR

Piracicaba 1

SAMUEL DE CASTRO NEVES DR Piracicaba 1

VICENTE LUIS GROSSO São Pedro 1

Total 15 8 66

2

(43)

Caracterização da DEEP por tipos de escolas que atende:

Séries que as escolas atendem

1ª a 4ª série do 1º grau

1ª a 8ª série do 1º grau

5ª a 8ª série do 1º grau + 2º

grau

2º grau

Número 26 25 25 01

Tabela 7: Informações obtidas junto a Delegacia Estadual de Ensino de Piracicaba, Setor de Planejamento.

As entrevistas da pesquisa de campo foram realizadas através de seleção dos sujeitos. Já os questionários que foram aplicados aos supervisores de ensino, docentes e funcionários, seguiram a distribuição de forma acidental.

4.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados observou a seguinte dinâmica:

A pesquisa bibliográfica levantou informações sobre o tema da dissertação através da análise de livros, periódicos, dissertações e teses referentes ao tema.

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Foram aplicados questionários a supervisores de ensino, professores e funcionários para avaliar a satisfação e motivação desses em relação ao estilo de gestão do diretor escolar.

4.3 SELEÇÃO DOS SUJEITOS

As entrevistas foram realizadas com Diretores das Escolas Públicas Estaduais de São Paulo, na Região de compreendida pela área de atuação da DEEP.

O objetivo da pesquisa de campo foi entrevistar:

Um diretor em São Pedro, num total de seis diretores; Dois diretores em Charqueada, num total de 04 diretores;

Um percentual de 10 % (dez por cento) dos diretores de Piracicaba, já que o número total é 63, pretendeu-se entrevistar aproximadamente 6 diretores desse município.

4.4 TRATAMENTO DOS DADOS

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4.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Identicamente a todos os métodos, este também apresenta suas limitações. Duas apresentam-se como mais importantes: a complexidade e importância do tema. E, além disso, a impossibilidade de ter sido realizada uma pesquisa de campo mais abrangente, por falta de recursos financeiros e limitação de tempo.

(46)

5 METODOLOGIA

O processo de preparação da pesquisa de campo, a opção pela forma de coleta de dados, pelo tipo de entrevista, tipo de questionário, quantidade de indivíduos entrevistados e quantidade de questionários aplicados, assim como a elaboração dos questionários, foi importante para a identificação das prioridades do trabalho como um todo, além de ter sido essencial para inserção completa do pesquisador no tema.

Sem dúvida alguma, a efetiva aplicação da pesquisa de campo, ou seja, a realização das entrevistas e aplicação dos questionários, que envolveu visitas às unidades escolares (na maioria dos casos, mais de uma visita, ao longo do período de realização da pesquisa de campo), contribuiu de forma significativa para o enriquecimento do trabalho, e principalmente para sensibilização do pesquisador quanto à realidade e características distintas das diversas unidades escolares. Consideramos, que caso não houvesse existido o contato direto do pesquisador com ao ambiente das unidades escolares, toda a análise dos dados da pesquisa teria sido distinto, pois a observação da realidade, auxiliou e contribuiu muito para o entendimento das diferentes dinâmicas das unidades escolares.

(47)

Especialmente durante a realização das entrevistas com os diretores escolares, estar no ambiente de trabalho do entrevistado, “sentir” as características das relações entre os profissionais e do ambiente de trabalho, foi essencial para a compreensão, ainda que parcial, pela limitação de tempo, da realidade de cada unidade escolar.

5.1 Comentários sobre as características das unidades escolares

As unidades escolares analisadas oferecem escolaridade de 1ª a 4ª e também de 5ª a 8ª série. Nas turmas de 1ª a 4ª série atuam os professores Peb 1 (aqueles que trabalham com uma única turma durante todo o período de aulas). Já nas série de 5ª a 8ª, atuam os professores Peb 2, os quais trabalham com diversas turmas e, muitas vezes, em mais de uma unidade escolar. Foi constatada uma relação distinta entre os diretores e demais funcionários das unidades escolares e esses dois tipos de profissionais, denominados Peb 1 e Peb 2.

O Peb 1, de modo geral, atua em uma única escola, então existe um comprometimento maior com a escola, ele atua com aquela turma, trabalha o período todo na mesma unidade escolar, em suma tem sua vida profissional concentrada no mesmo local, o que gera uma relação de responsabilidade para com a escola, com a comunidade e com forma de atuação da direção escolar.

(48)

problemas de comprometimento com a unidade escolar, com o diretor, com os alunos e até com a realidade social e econômica de cada uma das unidade escolares.

Houve testemunho de um diretor escolar que enfrentou sérios problemas entre uma turma e um professor que atuava no sistema estadual e também em uma escola particular. Tal professor gerou uma relação hostil com a turma, criada por problemas de disciplina e, segundo testemunho do diretor escolar, chegou a fazer comentários sobre a superioridade intelectual de seus alunos da escola privada e que os alunos da escola estadual nunca teriam as mesmas oportunidades que aqueles na vida.

É importante ressaltar que esse comportamento indefensável, é contudo gerado, por uma distorção no sistema educacional, que por problemas de estrutura de carreira e baixos salários pagos ao professorado, força o profissional e acumular aulas esparsas em diversas escolas, ficando assim sobrecarregado, pois muitas vezes gasta mais tempo se locomovendo de um lugar de trabalho para outro, do que propriamente dentro de sala de aula.

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semestre, acontecendo muitas vezes do ano letivo já ter iniciado e diversas turmas estarem sem professor dessa ou aquela disciplina. Esses problemas com Peb 2 foram citados em várias das entrevistas com os diretores.

Além disso, foi constatado que o preenchimento dos questionários foi realizado em sua maioria por Peb 1, uma vez que o Peb 2, freqüentemente não está disponível na unidade escolar.

5.2 A Experiência da Pesquisa de Campo

A Pesquisa de Campo foi planejada como uma das formas, juntamente com a revisão bibliográfica e documental, de enriquecer o tema do trabalho, acrescentando a vivência e a experiência dos profissionais da Educação, trazendo dessa forma, a análise para a realidade da escola.

A experiência foi muito rica, todos os objetivos traçados no planejamento da Pesquisa de Campo foram atingidos, uma vez que o material obtido nas entrevistas e nos questionários aplicados, auxiliou de forma positiva o desenvolvimento do trabalho. Além disso, a visita às escolas, o contato com os profissionais e com a realidade e o ambiente das diferentes unidades escolares, superou em muito as expectativas traçadas para essa fase do trabalho.

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aplicação dos questionários, houve uma certa resistência; isso ocorreu em todas as escolas.

Tal fato pode ser descrito como uma real resistência em atender a uma pessoa de fora do sistema educacional. É interessante notar que todo o sistema educacional, desde os funcionários, os professores, o diretor, os supervisores de ensino e até mesmo o delegado de ensino – cargo mais elevado considerando o universo da pesquisa de campo – respondem e prestam contas, sobre suas atividades, unicamente aos elementos internos ao sistema. Diante disso, há uma resistência muito acentuada em passar informações, para alguém que não seja parte constituinte do sistema.

(51)

Além da interação positiva que houve no momento da entrevista com os diretores, o que propiciou um auxílio importante das unidade escolares para a aplicação dos questionários, a visita às diversas unidades escolares foi essencial para identificar o ambiente interno de cada uma delas, e tão importante quanto a esse aspecto, identificar o entorno das unidades escolares, ou seja a comunidade na qual estão inseridas. As diferenças e características identificadas, foram muito distintas do esperado. Pode ser notado que as unidades escolares, refletem intensamente o ambiente social em que estão inseridas, ou seja, as condições sociais e econômicas da comunidade, mas, o desempenho e postura da equipe de trabalho da escola, são decisivos para determinar a qualidade e forma de atuação da unidade escolar.

Duas escolas foram essenciais para tal análise. Ambas escolas de periferia, bairros com uma precária condição de vida e graves problemas sociais.

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parece ser, ao lado da filosofia de trabalho da direção, o fator mais importante para o sucesso da unidade escolar.

É importante identificar que, em especial para as escolas situadas na periferia, manter um grupo de trabalho é sempre um grande, senão o maior desafio, em geral são comunidades com sérios problemas de violência e os professores, por questões óbvias, optam por unidades escolares situadas nas regiões centrais da cidades. Por esse motivo, essas escolas enfrentam o problema da alta rotatividade dos professores, o que sem dúvida alguma interfere negativamente no processo de ensino.

Na unidade escolar em questão, estabeleceu-se uma relação muito positiva de confiança entre a equipe de trabalho e a comunidade, que tem como maiores resultados:

• A continuidade dessa equipe durante um longo período de tempo, a maioria

dos professores atuam nessa escola há mais de cinco anos, criando laços de amizade e confiança com aos alunos e a família. Dessa forma, além do aspecto educacional, a escola cumpre parte de sua função social, qual seja, servir como local de interação da comunidade. A direção busca, muitas vezes, aconselhamento e auxílio para casos que não seriam, necessariamente, sua responsabilidade, tais como acompanhamento psicológico para crianças que apresentem problemas.

• Um alto grau de interação entre a unidade escolar e a comunidade, que

(53)

para o dia a dia da comunidade. Por exemplo, um representante da comunidade tem a chave do portão da escola, e nos finais de semana, a comunidade utiliza as quadras no interior da escola. Isso é de suma importância, uma vez que o bairro não possui nenhuma outra área de lazer. Além disso, essa confiança, faz com que a comunidade se sinta prestigiada e responsável pela escola, ela passa a “cuidar” da escola, a zelar por ela.

Contudo é muito importante ressaltar que para atingir esses resultados houve um longo, constante e trabalhoso processo, que se estende até hoje. Pode ser salientado como parte desse trabalho, a presença constante e quase que total, todos os dias, de uma das duas pessoas responsáveis pela direção da escola, durante todo o período de atividade letiva. Com especial ênfase para o horário da noite, o mais problemático. Essas duas pessoas, buscam através de uma rotina de trabalho integrada, montar horários de forma a deixar a escola sozinha o menor período de tempo possível. É importante considerar que além da presença na unidade escolar, as reuniões na Delegacia de Ensino, oneram em muito o dia a dia do diretor escolar. Além disso, estabelecem comunicação diária sobre os acontecimento em cada um dos turnos, de forma a estarem sempre inteiradas da dinâmica da unidade escolar.

(54)

E finalmente, há um compromisso dos professores com a direção, de sempre comunicar, preferivelmente com antecedência, a ausência em sala de aula, dessa forma, é possível buscar substituição, não deixando assim os alunos sem aula, outro grande problema identificado nas demais escolas.

É claro que todo esse comprometimento da direção, dos professores e funcionários traz resultados excelentes para o funcionamento da unidade escolar, o que acarreta uma sobrecarga de trabalho, responsabilidade e especialmente, exige muita dedicação, contudo, pudemos testemunhar a satisfação dos atores envolvidos com os bons resultados obtidos.

Segue trecho da entrevista com o diretor dessa unidade escolar, para ilustrar os comentários acima:

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preservado, a escola é muito bem cuidada, não há atitudes hostis em relação a escola. Mesmo tratando-se de uma comunidade carente, muitas vezes com realidade de pessoas problemáticas, a comunidade utiliza a escola, tem a chave da escola, são realizados campeonatos e jogos nos finais de semana. Pais de alunos, ex alunos e alunos utilizam a área de lazer (provavelmente a única no bairro) proporcionada pela escola e zelam pela escola. A questão que se coloca é se quando a diretora (que está na direção há doze anos) assumiu já havia essa boa convivência da escola com a comunidade? Não, pois a estrutura física era diferente, não havia asfalto nas proximidades da escola, houve uma grande melhoria nesse aspecto de estrutura física, um trabalho longo prazo e constante.

A questão da presença do diretor já ajuda no processo educativo, para as crianças a presença do diretor, do diretor chama-la pelo nome é muito importante; são crianças carentes, sem estrutura social. O reconhecimento, a atenção é muito importante para essas crianças e jovens. Procura-se conquistar esses aluno com essa atenção, essa afetividade. São muito carentes de atenção e afetividade.

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precária, muitas grades ao redor da escola, nenhuma área verde, muito alunos e pouca infra estrutura.

Segundo testemunho do diretor escolar, quando assumiu o cargo a situação da escola estava totalmente degradada, tanto em termos de relação humana quanto em estrutura física. Todos os banheiros estavam destruídos, os bebedouros e janelas quebradas, enfim, sem a menor condição de utilização. Iniciou-se, então, um trabalho de buscar conscientizar os alunos da importância da escola (é a única unidade escolar no bairro), estabelecer uma relação de confiança entre o ambiente escolar, os alunos e a comunidade em geral. Foi um processo lento e complexo, aos poucos os banheiros foram sendo consertados, assim como as janelas; buscou-se melhorar toda a estrutura física da escola, e acima de tudo, ter o compromisso dos alunos e da comunidade de não mais destruir a unidade escolar.

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escolar. Diante disso, considera-se improvável que tal equilíbrio se mantenha, caso esse profissional deixe de atuar na unidade escolar.

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6 Análise dos dados

A pesquisa de campo pode ser subdividida em duas partes, as entrevistas e os questionários. As entrevistas foram realizadas com os diretores escolares e os questionários aplicados aos supervisores de ensino, funcionários e professores das escolas sorteadas. Serão apresentados a seguir, os resultados e conclusões obtidas na pesquisa de campo.

6.1 Entrevistas

As entrevistas foram realizadas ao longo do período de uma semana, buscou-se seguir um roteiro básico que tinha como objetivo estabelecer uma certa uniformidade quanto à indagação sobre alguns pontos considerados importantes para o desenvolvimento do presente trabalho, sem contudo limitar as contribuições dos entrevistados. Foram realizadas 8 (oito) entrevistas com diretores das unidades escolares selecionadas para a pesquisa de campo. Apresentaremos o resultado dos questionamentos feitos pelos entrevistados; os comentários e opiniões do entrevistador, estão devidamente identificados.

Questão – Em sua opinião, qual a influência que a atuação do diretor escolar tem sobre o desempenho global da escola? Ou seja, em quanto você acredita que dependa da atuação do diretor, no comando administrativo e disciplinar da escola,

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Entrevista 1 – O diretor tem que dar as coordenadas para poder ter um bom resultado no desempenho da escola. É importante que tanto os alunos como os professores percebam a presença física do diretor, e que ele não cuide apenas da parte administrativa, mas também da parte pedagógica. [Ressalta a importância da presença do diretor na unidade escolar, e também a ênfase na convivência para se ter um bom ambiente de trabalho na escola.]

Entrevista 2 - Não pode dizer que o diretor seja a alma da escola, mas é um auxiliar muito importante, porque se trabalha numa gestão democrática, a escola (a unidade) e a comunidade, a escola não funciona sem que haja um bom entrosamento entre essas partes, há necessidade que o diretor da unidade escolar esteja consciente de que ele não é o todo poderoso. Trabalhar dentro de uma gestão democrática. O aluno não vem à escola apenas para aprender, existe na escola a parte socializadora, que ela entende como a parte mais importante da escola.

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Entrevista 4 - O Diretor é a alma, se ele não estiver incentivado, a escola cai, ele passa incentivo para o corpo docente, para as pessoas que trabalham com ele. Ele tem que ser apaixonado pelo o que faz. Existe o respeito de classes, sendo que o diretor é superior aos professores. Existe esse respeito, mas o trabalho é de amizade, de união, sozinho o diretor não é nada, o professor também não é nada sozinho. Impor é fácil, agora por em prática é o difícil. Relacionamento dentro da escola de amizade, mas cada um no seu lugar, não deixando de lado o respeito.

Entrevista 5 - Acha que o diretor é uma peça chave, na medida em que vai atuar diretamente com o professor, agora existe a figura do coordenador pedagógico, pois ele é o elo entre o diretor e os professores. Mas o diretor atua também diretamente com os professores, verificando se o professor domina o tema ou não, se consegue manter a disciplina ou não. Com jeito o diretor vai direcionando melhor o trabalho do professor. É uma peça central, vai atuar dirigindo tudo, é um dirigente.

Entrevista 6 - O diretor é a mola mestre, é o alicerce de tudo aquilo que esta ali, tem que demostrar segurança, firmeza, equilíbrio, pois o diretor passa para as outras pessoas, para a comunidade escolar aquilo que ele é. O diretor leva para dentro da escola o seu equilíbrio ou o seu desequilíbrio. Ele deve ter vigilância dos seus atos, uma vez que influencia muito os acontecimentos da escola.

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com os mesmos objetivos, cada um dentro das suas funções. Porque se quiser resolver tudo sozinho, se sobrecarregar, ai fica difícil. O diretor deve supervisionar se cada um está cumprindo suas funções. É importante o diretor dentro da escola, ele pode, se conseguir atender às necessidades dos professores, dos alunos e dos pais, fazer um bom trabalho dentro da escola, porque o diretor tem que saber trabalhar com essas realidades. E a partir do momento em que esses atores adquirirem confiança que o diretor veio realmente mostrar qualidade, e que faz questão de estar sempre presente (porque se o diretor estiver ausente, ele não vai conseguir). A questão da presença é importante, pois as crianças devem perceber que tem alguém preocupada com a educação delas, preocupada na orientação. As regras quanto a horários para os alunos e para os professores devem estar claras, isso vai criando o clima de respeito, por parte dos alunos e professores. O aluno não deve ter medo do diretor, mas sim respeito. Importante conversar com as classes, tentar resolver, nunca chegar brigando, criando clima de medo.

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Questão - Considerando como funções básicas do diretor a administrativa, a pedagógica e a disciplinar, avalie seu grau de importância conforme o quadro abaixo:

Entrevista Administrativa Pedagógica Disciplinar

1 Importante Muito importante Muito importante 2 Muito importante Muito importante Muito importante 3 Muito importante Muito importante Muito importante 4 Muito importante Importante Importante

5 Importante Muito importante Importante

6 Importante Importante Importante

7 Importante Importante Importante

8 Importante Importante Importante

Porcentagens Muito importante Importante

Administrativa 37% 63%

Pedagógica 50% 50%

Disciplinar 37% 63%

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A atividade pedagógica obteve uma certa superioridade em relação às outras duas atividades, ou seja a administrativa e a disciplinar, na avaliação de importância dos entrevistados, mas, de modo geral, todas as atividades foram consideradas importantes e complementares.

Questão - Liste as qualidades que você considera mais necessárias e desejáveis para que uma pessoa tenha uma boa atuação na função de diretor escolar.

Qualidades Totais %

Amar a profissão 3 13%

Atenção parte pedagógica 1 4%

Atenção parte psicológica 1 4%

Boa educação 1 4%

Boa formação 1 4%

Bom senso 1 4%

Competente 1 4%

Dedicado 1 4%

Democrático 1 4%

Descentralizar as tarefas 1 4%

Equilibrado 1 4%

Estar presente 1 4%

Idoneidade moral 1 4%

Liderança 1 4%

Pontualidade 1 4%

Respeito 1 4%

Responsabilidade 1 4%

Ser aberto 1 4%

Ser imparcial 1 4%

Ter caráter 1 4%

Ter jogo de cintura 1 4%

Trabalho em equipe 1 4%

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que o diretor escolar desempenhasse de forma positiva suas funções. Contudo, as respostas tiveram uma ênfase muito maior nas características individuais, pessoais dos diretores, tais como “amar a profissão”, “ter bom senso” e “ser equilibrado”. Essas respostas influenciaram de forma decisiva a análise global da pesquisa, pois foi constatado que todos os grupos profissionais envolvidos no dia a dia das unidades escolares, priorizaram as qualidades e características pessoais do diretores em detrimento das qualidade e características puramente profissionais. Esse fato, direcionou a análise para as implicações da qualidade das relações interpessoais na realização de um bom trabalho no ambiente escolar.

Questão - Liste os aspectos negativos e menos desejáveis que impedem uma boa atuação na função de diretor escolar.

Defeitos Totais %

Autoritário 3 27%

Não amar a profissão 2 18%

Alheio problemas 1 9%

Ausente 1 9%

Busca apenas melhor salário 1 9%

Não saber lidar com o público 1 9%

Não sintonizado com a realidade da escola

1 9%

Não trabalhar equipe 1 9%

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Outro aspecto importante foi a unanimidade de todos os grupos profissionais quanto ao “autoritarismo” ser o pior dos defeitos para que uma pessoas desempenhe a função de diretor escolar. Esse fato demonstra uma ruptura com a visão do diretor escolar como o indivíduo que “manda” dentro da unidade escolar, surgindo a figura de um gestor que deve ter características individuais que propiciem a boa convivência, através de um ambiente de trabalho equilibrado e amistoso para poder gerir adequadamente a unidade escolar.

No decorrer da realização das entrevistas, além dos pontos previamente previstos a serem abordados pelo entrevistador, muitas outras contribuições importantes surgiram, as quais serão apresentadas a seguir.

A maioria dos diretores entrevistados, abordaram, em algum momento, aspectos relacionados com a atividade pedagógica, as questões disciplinares e as implicações para a atuação do professor em sala de aula. Além disso, a importância do apoio e orientação dos diretores aos professores, para o bom desempenho das atividades pedagógicas.

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Entrevista 3 – [A atuação do diretor] influencia muito, pois a direção estando presente, está em contato com os professores, a utilização correta do HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo) . Os professores passam toda a programação da semana, estão a par, troca de experiência entre os professores, atividades que funcionam bem são passadas para outros professores. A importância de planejar as atividades do professor na semana. É identificada uma busca muito grande dos professores pelo sucesso. Vontade do corpo docente em buscar o sucesso. A relevância do trabalho em equipe.

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boa imagem com os alunos, mas para que isso aconteça o professor deve estar policiando ele mesmo, não adianta a direção ficar policiando as atitudes do professor, se ele esta agindo certo ou errado. Na direção procura estar sempre do lado dos professores, mas se houver um professor falhando e houver a necessidade de colocar isso, o diretor deve falar com o professor, não com a intenção de dar receita, mas procurando ajudar para que ele melhore o seu desempenho, acredita que isso é importante. Contudo se o professor não quiser acatar a orientação da direção, não acatará. Pois dentro da sala de aula autoridade é do professor. A questão disciplinar depende do professor colocar limites, para que os alunos mesmo sendo amigos do professor, ele entenda que há uma posição formal dentro de sala de aula, acredita que isso é essencial para que haja uma relação de trabalho positivo, mas com disciplina.

Outra questão importante que foi abordada pelos diretores diz respeito ao peso da função administrativa no total das atividades desempenhadas pelo diretor escolar. Uma vez que a atividade administrativa é desempenhada pelos funcionários administrativos, mas o diretor escolar é o responsável final por essa atividade.

Entrevista 1 - Considera que devido ao apoio da pessoa que trabalha na secretaria da escola, consegue coordenar a atividade administrativa e as demais.

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Entrevista 3 - Tendo uma equipe boa, uma direção aberta, e uma equipe que ama aquilo que faz, é possível administrar essas três funções de forma harmoniosa, e que a escola caminhe num clima prazeroso.

Entrevista 4 - A parte administrativa é muito pesada, sobrecarrega muito, sair da escola, estar na delegacia. O vice diretor auxilia muito. A parte da administração é o que mais toma tempo do diretor, e prejudica a parte pedagógica, e se o diretor não tem o coordenador fica uma falha, pois não vai conseguir levar bem a parte pedagógica. Acha muito importante e acha que toda escola deveria ter a figura do coordenador pedagógico. Pois a responsabilidade das funções administrativas por terem prazo e também envolverem a vida profissional e salários dos professores e outros funcionários.

Imagem

Tabela 2: Fonte: Centro de Informações Educacionais (CIE) / S.E. Censo MEC/97
Tabela 4: Informações obtidas junto a Delegacia Estadual de Ensino de Piracicaba, Setor de  Planejamento
Tabela 6: Informações obtidas junto a Delegacia Estadual de Ensino de Piracicaba, Setor de  Planejamento
Tabela 7: Informações obtidas junto a Delegacia Estadual de Ensino de Piracicaba, Setor de  Planejamento

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