• Nenhum resultado encontrado

Por uma pesquisa imaginativa na formação do jovem pesquisador.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Por uma pesquisa imaginativa na formação do jovem pesquisador."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

T h is ar t icle discu sses cer t ain issu es r elat ed wit h scien ce an d it s in t er n al r am if icat ion s f r om t h e viewpoin t of capit alist pr odu ct ion , based on a r at ion ale or ien t ed f u n dam en t ally by t h e com bin at ion of capit alist globalizat ion an d t h e m on opolizat ion of t ech n ical an d scien t if ic kn owledge. Man , h avin g becom e an obj ect of h im self , is in capable of r ef lect in g on h im self an d h is pr act ices, even t h ou gh h e m ay h ave developed r ef in ed m ech an ism s f or

u n der st an din g r ealit y. T h e debat e r eveals t h e possibilit y of t h in kin g abou t cer t ain aspect s of t h e t r ain in g of you n g r esear ch er s in t h e f ield of t h e h u m an it ies, su ch as t h e lack of discu ssion of t h e bou n dar ies an d r each of scien t if ic exer cise. T h u s, on e su ggest s t h e idea of im agin at ive r esear ch as a m ean s t o acqu isit ion of kn owledge, r ef lect ion an d t h eor et ical clar if icat ion .

KEY WORDS: scien ce. con st r u ct ion of t h e kn owledge. im agin at ive r esear ch . r esear ch per son n el. dom ain s of scien ce.

Discu t em -se algu m as qu est ões con cer n en t es à ciên cia e seu s desdobr am en t os in t er n os, sob o m odo de pr odu ção capit alist a, t en do com o eixo cen t r al u m a r acion alidade or ien t ada f u n dam en t alm en t e por com bin ar a m u n dialização capit alist a à m on opolização dos con h ecim en t os t écn icos e cien t íf icos. O h om em , t or n ado obj et o de si m esm o, é in capaz de r ef let ir sobr e si pr ópr io e sobr e su a pr át ica, ain da qu e t en h a desen volvido m ecan ism os r ef in ados par a con h ecer a r ealidade. O debat e abr e per spect ivas par a se pen sar det er m in ados aspect os da f or m ação do j ovem pesqu isador , n a ár ea de ciên cias h u m an as, com o a au sên cia de u m a discu ssão acer ca dos lim it es e alcan ces do exer cício cien t íf ico. Nesse sen t ido, su ger e-se a idéia de pesqu isa im agin at iva, en qu an t o u m m odo de con h ecim en t o, r ef lexão e clar if icação t eór ica.

PALAVRAS-CHAVE: ciên cia. con st r u ção do con h ecim en t o. pesqu isa im agin at iva. pesqu isador es. dom ín ios cien t íf icos.

1 Pr of essor , Facu ldade Reu n ida de I lh a Solt eir a, SP; Facu ldade Al det e M ar i a Al ves ( FAM A) , I t u r am a, MG. <r avim o@m ar ilia.u n esp.br >

na formação do jov

na formação do jov

na formação do jov

na formação do jov

na formação do jovem pesquisador

em pesquisador

em pesquisador

em pesquisador

em pesquisador

Raf ael Vi cen t e de M or aes Raf ael Vi cen t e de M or aesRaf ael Vi cen t e de M or aes Raf ael Vi cen t e de M or aes Raf ael Vi cen t e de M or aes11111

R. André Vialle, n. 90

Cohab Dercílio Joaquim de Carvalho Jales, SP

MORAES, R.V. I n def en se of i m agi n at i ve r esear ch pr ogr am s i n t h e edu cat i on of you n g r esear ch er s. I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace -Com u n ic., Saú de, Edu c.

Com u n ic., Saú de, Edu c. Com u n ic., Saú de, Edu c. Com u n ic., Saú de, Edu c.

(2)

O r acion alism o m oder n o cr edit ou à ciên cia ociden t al u m papel liber t ador e em an cipador . Não obst an t e, a ciên cia dit a m oder n a t or n ou -se, sob o m an t o do m odo de pr odu ção capit alist a, a con cr et ização de u m gr an de pr oj et o de r acion alidade e dom in ação, qu e en gen dr a a n at u r eza, o u n iver so social e con cepções de m u n do h ist or icam en t e f or j adas. Cou be com o desígn io m aior à ciên cia, por m eio de obser vações e exper im en t os ( Pessan h a, 1 9 9 3 ) ,

desen volver t écn icas de m an ipu lação par a desvelar as leis u n iver sais pr esen t es n o u n iver so em t odas as su as esf er as, desde os m ovim en t os plan et ár ios at é as par t ícu las su bat ôm icas, e assim f u n dar o r ein ado da r acion alidade.

A ciên cia m oder n a f ez da bu sca de leis ger ais su a m et a pr ior it ár ia. Nesse par t icu lar , a Física e a Mat em át ica dispu n h am dos m ét odos de pr oceder e de se at in gir o r igor e o obj et ivism o. A apr een são da r ealidade passou a est ar su bsu m ida pela m en su r ação.

A ciên cia t em u m a h ist ór ia t ar dia e sin u osa ( Pat y, 1 9 9 9 ) . É u m con ceit o com plexo qu e im plica u m a gam a de f u n dam en t os epist êm icos. A ciên cia é u m esf or ço colet ivo ( Du r kh eim , 1 9 6 9 ) qu e n ão se con st r ói em u m con t ext o in t em por al, n em pelo sim ples f at o de qu e seu obj et o/ su j eit o exist a, caben do ao h om em o em pr ego de su as f acu ldades par a con h ecê-lo. T am pou co é u m com pên dio de con h ecim en t os sist em at icam en t e elabor ados. En t r et an t o, par ece desen h ar seu locu s n o m u n do at u al calcado em u m a u t ilidade im ediat a, r est r in gin do-se, cada vez m ais, ao âm bit o da t écn ica.

No t r an scor r er dos ú lt im os sécu los, os avan ços da ciên cia per m it ir am o desen volvim en t o de in con t áveis f or m as de t ecn ologia, por m eio das qu ais alar gar am o dom ín io do h om em sobr e a n at u r eza e, por isso m esm o, r equ er em u m a an álise qu e su blin h e, n ão só, os aspect os posit ivos, m as t am bém os n egat ivos. Qu er dizer , a exper iên cia h u m an a é en r iqu ecida com possibilidades de m elh or ias n a qu alidade de vida, en t r et an t o, su a apr opr iação é “ dádiva” de pou cos. Nesse qu adr o, as con seqü ên cias do avan ço cien t íf ico par a as diver sas classes e cam adas da popu lação con st it u em u m dos pilar es da cr ít ica à ciên cia. Par a Om n ès ( 1 9 9 6 , p.2 5 7 ) , “ [ ...] a pesa r d essa

con f ia n ça qu a se ceg a , a f é qu e pod em os t er n a ciên cia est á lig a d a , sobr et u d o, a essa g r a n d eza d e t r iu n f a r a ceit a n d o a t ot a l vu ln er a bilid a d e d e u m g u er r eir o n u n a a r en a ” .

A ciên cia é gen er alizan t e e t er r it or ializa, n ão r ar as vezes, descon sider an do a h ist ór ia pecu liar de cada gr u po ou com u n idade h u m an a. Au t or es com o Du ssel ( 1 9 9 3 ) , Said ( 1 9 9 0 ) , San t os ( 1 9 9 9 ) dem on st r am qu e esse pr ocesso est á an cor ado n o ilu m in ism o ociden t al, n ot adam en t e o eixo Eu r opa-Est ados Un idos, por m eio do qu al se ( r e) pr odu z a h egem on ia desse m od u s cu lt u r al, in visibilizan do, em seu discu r so, t oda m at er ialização de pr át icas e con f lit os en t r e gr u pos, par a legit im ar seu dom ín io sobr e sist em as locais de cu lt u r a, sej a desvalor izan do-os, sej a in cor por an do-os com vist as à pr et en sa idéia de “ u n iver salidade da ciên cia”2.

Qu an do a ciên cia e seu s pr oj et os se com par t im en t alizam , a at ividade h u m an a in t elect iva e as idéias são in st r u m en t alizadas, isso t or n a o h om em obj et o de si m esm o. As idéias são cir cu n scr it as em esqu em as de ação. Segu n do Bu ber ( 1 9 6 2 , p.6 3 , t r adu ção n ossa) : “ O pr oblem a d o h om em se r ed u ziu à per g u n t a sobr e a n a t u r eza d o h om em , qu e g a n h ou n ovo

2 O pen sam en t o f i l osóf i co i l u m i n i st a f u n dam en t ou a exi st ên ci a de u m su j ei t o u n i ver sal e au t ôn om o, a saber : h om em eu r opeu , br an co e bu r gu ês. Essa r epr esen t ação i n st i t u i u , en t r e ou t r as qu est ões, a di cot om i a das r el ações de poder en t r e h om en s e m u l h er es. O pl an o da n at u r eza h u m an a del i m i t ou , a par t i r daí, a su bor di n ação e i n f er i or i dade par a expl i car as di f er en ças en t r e h om en s e m u l h er es. Dest acam os a “ qu est ão da m u l h er ” , t r azi da par a o i n t er i or das i n st i t u i ções

(3)

sig n if ica d o, sobr et u d o, pr á t ico” . A ciên cia e o exer cício cien t íf ico degen er am -se em of ício de car iz u t ilit ár io. Nessa dir eção, apon t a Cast r o ( 1 9 7 8 , p.7 ) : “ O pesqu isa d or oper a com o se n ã o t ivesse ou t r o obj et ivo qu e n ã o d ecif r a r a r ea lid a d e. M a s seu su cesso, em ú lt im a a n á lise, ser á d a d o pela u t ilid a d e pr á t ica qu e a lg u m d ia possa t er essa m a n eir a pecu lia r d e d ecif r a r o m u n d o r ea l” .

Hoj e, t em -se a sen sação de qu e a pr odu ção t écn ico-cien t íf ica at in ge escalas elevadas, exceden do a pr ópr ia capacidade h u m an a par a com pr een dê-la em su as r eais dim en sões e sign if icados. Obser vem os as pesqu isas n a m edicin a, biologia m olecu lar , gen ét ica3.Ref let ir acer ca do lu gar da ciên cia n o m odo de pr odu ção capit alist a im plica con sider ar qu e a ciên cia, n o sécu lo XX, n ão se aplica/ m at er ializa som en t e por m eio de t écn icas, m as é capaz de f or j ar as pr ópr ias coisas com o ações qu e n elas in cidem . A r ealidade social e n at u r al é, a u m só t em po, dom in ada e pr odu zida, t en do com o pan o de f u n do u m a

r acion alidade or ien t ada f u n dam en t alm en t e por com bin ar a m u n dialização capit alist a com a m on opolização de con h ecim en t os t écn icos e cien t íf icos.

Nesse sen t ido: “ O pen sa m en t o cien t íf ico é, a in d a , in ca pa z d e se pen sa r , d e pen sa r su a pr ópr ia a m biva lên cia e su a pr ópr ia a ven t u r a ” ( Mor in , 2 0 0 1 , p.1 1 ) . O h om em é in capaz de pen sar a si pr ópr io, ain da qu e t en h a

desen volvido os m ais r ef in ados m ecan ism os par a desvelar o m u n do. Falt a à sociedade e, m esm o, ao qu adr o in st it u cion al acadêm ico, u m a com pr een são m ais abr an gen t e do “ qu e é ciên cia” , com o est á est r u t u r ada, seu en r aizam en t o sociocu lt u r al, os valor es axiológicos n ela im iscu ídos, ou sej a, pr oblem at izar acer ca de su as vár ias esf er as, t en do, n o h or izon t e an alít ico, as t r an sf or m ações do h om em e as t r an sf or m ações do m u n do, qu e, em t em pos de globalização, ocor r em em u m r it m o ver t igin oso. T ais qu est ões dever iam est ar n o h or izon t e da f or m ação do j ovem pesqu isador , abr in do, assim , cam in h os par a n ovas aqu isições in t elect u ais.

A at ividade de pesqu isa: con t or n os e n u an ças A at ividade de pesqu isa: con t or n os e n u an çasA at ividade de pesqu isa: con t or n os e n u an ças A at ividade de pesqu isa: con t or n os e n u an ças A at ividade de pesqu isa: con t or n os e n u an ças

Desde o f in al da I dade Média4, em decor r ên cia da expan são da ciên cia, a qu est ão do m ét odo com eçou a adqu ir ir im por t an t es con t or n os, sobr et u do, com o r acion alism o car t esian o, calcado em pr in cípios ger ais r elat ivos às ciên cias n at u r ais e às ciên cias m at em át icas en qu an t o ú n ico cam in h o par a se ch egar à ver dade5. No ociden t e, o r ef er en cial car t esian o in t r odu ziu , n a exist ên cia h u m an a, a dicot om ização6. Mor in ( 2 0 0 0 , p.2 6 ) den om in a esse pr ocesso de ‘d issocia çã o’: alm a/ cor po; f in alidade/ cau salidade; in divídu o/ colet ivo; su j eit o/ obj et o, e, em si, t odas são exclu den t es.

Esse du alism o per n icioso en t r e a esf er a social e a in dividu al en con t r a seu s r epr esen t an t es en t r e sociólogos e psicólogos, r espect ivam en t e. No m u n do social, t em -se o peso do gr u po en qu an t o m at r iz explicat iva das est r u t u r as, do poder e das n egociações, an u lan do as sin gu lar idades do in divídu o por m eio do con sen so. No ou t r o, o da especif icidade in dividu al, os com por t am en t os e valor es são t idos com o r esu lt ados de pr ocessos su bj et ivos, qu e en volvem m ot ivações, in t er esses e n ecessidades de cada su j eit o. T an t o n u m qu an t o n ou t r o ocor r e u m a r edu ção dr ást ica dos f en ôm en os e das exper iên cias psicossociais, ou m elh or , en t r e o colet ivo e o in dividu al, en t r e socialização e 3 Por exem pl o, o

Pr oj et o Gen om a, qu e é u m vast o pr oj et o ci en t íf i co, cu j o obj et i vo é m apear com pl et am en t e a base gen ét i ca da espéci e h u m an a, o qu e, evi den t em en t e, ger a qu est ões ét i cas, m or ai s e com er ci ai s ( Wan -h o, 2 0 0 1 ) .

4 O an o de 1 5 4 3 assi n al a u m a dat a si gn i f i cat i va par a a ci ên ci a m oder n a, poi s n el a f or am

pu bl i cados o De

Revol u t i on i b u s Or b i u m Coel est i u m ,

de Ni col au Copér n i co ( 1 4 7 3 -1 5 4 3 ) , e o

De Hu m a n i Cor p or i s Fa b r i ca , de An dr eas

Vesal i u s ( 1 5 1 4 -1 5 6 4 ) . O pr i m ei r o r ef or m u l ou os pr essu post os da Ast r on om i a, e o ou t r o, da An at om i a.

5 At u al m en t e, a cr en ça em pr i n cípi os u n i ver sai s e em i déi as r egu l ador as da vi da h u m an a f oi pr of u n dam en t e abal ada. Par a San t os ( 1 9 9 9 , p.1 4 4 ) , vi ve-se “ u m a ép oca em

q u e é m u i t o d i f íci l ser -se l i n ea r . Por q u e est a m os n u m a f a se d e r evi sã o r a d i ca l d o p a r a d i g m a

ep i st em ol óg i co d a ci ên ci a m od er n a , é b em p ossível q u e sej a , sob r et u d o, o ol h a r q u e est á a m u d a r ” . Nesse

sen t i do, Hei sen ber g ( 1 9 8 9 ) , qu e f az par t e da ger ação de f ísi cos qu e def en dem a r el at i vi dade da ci ên ci a u n i di sci pl i n ar , adm i t e o

qu est i on am en t o aber t o da especi f i ci dade do m u n do f ísi co e de su as l ei s.

6 Par a M oscovi ci ( 1 9 9 5 ) , essa r edu ção dr ást i ca e

(4)

in dividu alização. Na ver dade, é n egado o eixo con f lit ivo das r ef er idas dim en sões, pr odu zin do u m a idéia en gessada e dist or cida da sociedade e do in divídu o.

Os cân on es da “ ciên cia clássica” pau t avam -se n a idéia de qu e a

com plexidade do m u n do dos f en ôm en os devia ser com pr een dida com base em leis ger ais. Pen sava-se a qu est ão de “ pr ocu r a r o ver d a d eir o m ét od o pa r a ch eg a r a o con h ecim en t o d e t od a s a s coisa s” ( Descar t es, 1 9 8 3 , p.3 6 -7 ) . Esse pr oblem a con t in u a a ser discu t ido pelas t eor ias do con h ecim en t o, pois é f u n dam en t al o papel do m ét odo n o pr ocesso de con st r u ção do con h ecim en t o, com o u m in st r u m en t o em pr egado pelo su j eit o par a apr een der a r ealidade. A m oder n a r acion alidade cien t íf ica t em u m a r ef er ên cia explícit a n a obr a de Descar t es ( 1 9 8 3 , p.6 3 ) :7

[ ...] con h ecen do a f or ça e as ações do f ogo, da águ a, do ar , dos ast r os, dos céu s e de t odos os ou t r os cor pos qu e n os cer cam , t ão dist in t am en t e com o con h ecem os os diver sos m ist er es de n ossos ar t íf ices, poder íam os em pr egá-los da m esm a m an eir a em t odos os u sos par a as qu ais são pr ópr ios, e assim n os t or n ar com o qu e sen h or es e possu idor es da n at u r eza.

O m ét odo das ciên cias n at u r ais, a qu e se r ef er e Descar t es, n ão deve n os or ien t ar par a u m a sim ples aver igu ação n at u r alíst ica de gr an des sist em as, pois sin aliza, m esm o sem descon sider ar os pr essu post os j á elabor ados, par a u m a post u r a t r an sf or m ador a capaz de ar t icu lar o dom ín io da n at u r eza pelo h om em com a n ova ciên cia. Dor avan t e, o m ét odo car t esian o, ao r adicalizar o obj et o n a ciên cia, é u m gest o in au gu r al n a cr iação de u m discu r so r igor oso e, do pon t o de vist a cien t íf ico, u n iver salm en t e válido. A exper iên cia h u m an a, capt ada por m eio dos sen t idos, f u n da-se n o esf or ço de ser com plet ada pela passagem da per cepção sen sível par a o r ef let ido. O at o de con h ecim en t o se in scr eve n a ação do su j eit o, n as exper iên cias con cr et as, n as in ú m er as

in t en ções qu e pr ocu r am as m ais diver sas r ealizações, por isso m esm o, r em et e a esse m u n do, sign if ican do u m m odo de in t er pr et á-lo. Com o t oda

in t en cion alidade, t al em pr een dim en t o en t r e o pr et en der e o con cr et izar abr iga gr an de car ga de t en são, m esm o qu an do obj et ivado.

A con st it u ição do pen sam en t o r epou sa n ão só n as r elações obj et ivas – pr in cípios, leis, n or m as, or den s – u n iver salm en t e válidas, m as t am bém em est r u t u r as de cada su j eit o, n as qu ais o h om em cr ia a si m esm o, n ão qu an do se par t e apen as do su j eit o isolado, por ém de su a plu r alidade. O h om em , em su a ação ef et iva, dá f or m a à n at u r eza e a si m esm o, dif er en t em en t e do an im al qu e se en con t r a en volt o n a est r u t u r a f ixa de leis n at u r ais, sen do det er m in ado por elas; o h om em t r an spõe essa det er m in ação, por qu e possu i u m lequ e de possibilidades n o qu al pode desen volver su as at ividades. Não apen as age, com o os ou t r os an im ais, por ém in t er pr et a su a ação qu e, n a ver dade, é r esu lt ado de u m a in t er pr et ação.

As con st r u ções t eór icas der ivam de u m qu adr o de h ipót eses, idéias e sist em at izações pr évias f or j adas h ist ór ica e colet ivam en t e. T al sist em at ização é o alicer ce par a a am pliação do con h ecim en t o sob n ovas con f igu r ações. O cam in h o par a isso ch am a-se m ét odo. Segu n do Ch au í ( 1 9 9 4 , p.3 5 4 ) :

“ M et h od os sig n if ica u m a in vest ig a çã o qu e seg u e o m od o ou u m a m a n eir a

7 Ren é Descar t es ( 1 5 9 6 -1 6 5 0 ) , au t or de Di scu r so d o

M ét od o, pu bl i cado

(5)

pla n ej a d a e d et er m in a d a pa r a con h ecer a lg u m a coisa ; pr oced im en t o r a cion a l pa r a o con h ecim en t o seg u in d o u m per cu r so f ixa d o” . Essa idéia é com plet ada por Mor in ( 2 0 0 1 , p.3 3 5 -6 ) “ [ ...] m ét od o é a pr a xis f en om en a l, su bj et iva , con cr et a , qu e pr ecisa d e g er a t ivid a d e pa r a d ig m á t ica / t eór ica ” . As coisas e as r elações en t r e elas n em sem pr e est ão pr esen t es e m an if est as. Por qu e, se assim o f osse, o en t en dim en t o h u m an o ser ia r ef lexo pr eciso da r ealidade im ediat a, e os f at os, r edu t íveis a dados em pír icos, com o pr ega a at it u de posit ivist a, deixan do escapar a dim en são h ist ór ico-social da ação h u m an a. As f alas, os f en ôm en os, os dados n ão f alam por si m esm os. Ao ser em iden t if icados, n ecessit am ser an alisados, pois o r eal se deixa t r an spar ecer apen as em gr au epidér m ico, sen do im pr escin dível ir além da im ediat icidade par a abar car as con exões in t er n as, os vín cu los en t r e a par t e e o t odo, e vice-ver sa. A r ealidade e seu s pr ocessos in t r ín secos só são con h ecidos qu an do ( r e) cr iados n o pen sam en t o, adqu ir in do in ú m er os sen t idos. A f acu ldade de con h ecer n ão pr escin de do t r abalh o e da en gen h osidade in t elect u al com os qu ais h á u m a apr opr iação do m u n do pelo pen sam en t o, m u it o em bor a n ão sej a su f icien t e par a t r an sf or m á-lo.

A f in alidade im ediat a da at ividade t eór ica é elabor ar ou t r an sf or m ar idealm en t e, e n ão r ealm en t e, par a obt er com o pr odu t os t eor ias qu e expliqu em u m a r ealidade pr esen t e ou m odelos qu e pr ef igu r em u m a r ealidade f u t u r a. A at ividade t eór ica pr opor cion a u m con h ecim en t o in dispen sável par a t r an sf or m ar a r ealidade. [ ...] m as n ão t r an sf or m a em si a r ealidade, a n ão ser qu an do apr opr iada pela con sciên cia in dividu al e colet iva, e en t ão t r an sf or m a as idéias em ações. ( Vásqu ez, 1 9 6 8 , p.2 0 3 )

Em lar gos t r aços, a at ividade de pesqu isa n ecessit a apr en der a apr oxim ar -se de seu obj et o, bu scan do iden t if icar su as m an if est ações in t r ín secas. Desde ou t r or a, den om in a-se m et h od os, ou sej a, o cam in h o qu e n os leva aos m ean dr os das coisas e su as r elações. O com o/ por qu ê ocor r e u m f en ôm en o e em qu al( is) cam po( s) se cir cu n scr eve é u m m odo pr im ár io de apr oxim ação do r eal qu e r esu lt a n a cr iação de pr oblem as. Est am os f alan do de u m m ét odo, n as ciên cias h u m an as, n ão f et ich izado de in t er r ogação, e n ão da r esolu ção pr át ica, im ediat a e exper im en t al8 de pr oblem as. Em bor a isso pr ovoqu e discor dân cias – e u m a cer t a apr een são n o au t or – af ir m am os qu e t al

pr oblem a é de escolh a pessoal, o et h os do t r abalh o. Essa é su a especif icidade in t r ín seca.

A at ividade cien t íf ica f u n da-se em u m a gam a de qu est ões pr eviam en t e f or j adas, com as qu ais a pesqu isa cr iat iva e o pesqu isador en f r en t am seu s qu est ion am en t os, e é sob t ais con dicion an t es qu e o pesqu isador con du z seu em pr een dim en t o. A ciên cia n ão dá con t a de abar car as m ú lt iplas f aces de u m a r ealidade din âm ica de f or m a t ot al, pois est á con dicion ada por est r u t u r as h ist ór icas e sociais, pr ocessos r epr odu t ivos e, t am bém , pela in t er ven ção h u m an a, qu e n ão se cu r va aos dit am es das cir cu n st ân cias en con t r adas ( Goldm an n , 1 9 6 7 ; Vásqu ez, 1 9 6 8 ) . Apr een dido som en t e por apr oxim ação, o r eal, segu n do Lên in apu d Lu kács ( 1 9 6 7 ) , é m u it o m ais r ico e com plexo do qu e qu alqu er t eor ia, qu alqu er pen sam en t o qu e se possa t er acer ca dele. A at ividade do pen sam en t o t en de a f r agm en t á-lo.

8 A esse r espei t o, ver a en t r evi st a de Ch om sky apu d M oscovi ci ( 1 9 9 5 , p.1 5 ) : “ Ja m a i s

(6)

No m u n do at u al, a pesqu isa acadêm ica par ece t r an sf or m ar -se n a cr iação de f ór m u las qu e per m it am m an ipu lar a r ealidade com acen t u ado r edu cion ism o. A pesqu isa im agin at iva, pelo con t r ár io, deve se n u t r ir n o sen t ido de capt ar os m ú lt iplos en cadeam en t os de u m m esm o obj et o, n u m esf or ço con st an t e par a m an t er -se n essa u n idade in t egr al, n ão se r est r in gin do a m er a bu sca do

con h ecim en t o. Ela se esf or ça par a abr igar as vár ias cor r en t es de pen sam en t o, sem descon sider ar su a dim en são colabor at iva/ con f lit iva. A pesqu isa é u m pr ocesso cu m u lat ivo, por m eio do qu al o exer cício r ef lexivo é expr esso e am pliado, on de o con h ecim en t o cien t íf ico assu m e, a u m só t em po, su a dim en são h u m an a e h ist ór ica. A at ividade do su j eit o-pesqu isador é en t en dida em dois sen t idos: in dividu al e social, exer cida n ão só n a escolh a, m as n as t r an sf or m ações por ele oper adas.

Se a n at u r eza e os f r u t os do acaso são passíveis de in t er pr et ação, de t r adu ção em palavr as com u n s, n o vocabu lár io absolu t am en t e ar t if icial qu e con st r u ím os a par t ir de vár ios son s e r abiscos, en t ão t alvez esses son s e r abiscos per m it am , em t r oca, a con st r u ção de u m acaso ecoado e u m a n at u r eza espelh ada, u m m u n do par alelo de palavr as e im agen s m edian t e o qu al podem os r econ h ecer a exper iên cia do m u n do qu e ch am am os r eal. ( Man gu el, 2 0 0 1 , p.2 3 )

Bu sca-se con f er ir sign if icações às exper iên cias h u m an as e, n esse pr ocesso, a t essit u r a de n ossas r ef lexões é elabor ada com base em u m em ar an h ado de idéias, exper iên cias colet ivas e in dividu ais, n as r elações com ou t r os h om en s e com a n at u r eza, qu e cr iam u m cam po de possibilidades a ser in vest igado. O t er r en o n o qu al ger m in am as con st r u ções t eór icas, desde seu lim iar , é per passado pela t ot alidade das r elações sociais, ideológicas, cu lt u r ais e econ ôm icas.

Assim sen do, ao in vés de ar bit r ar iam en t e dest acar m os algu m desses elem en t os com o var iáveis in depen den t es, por exem plo, o social ou o econ ôm ico, e cair m os em u m sen t ido u n ilat er al, acen t u am os qu e t odas as var iáveis depen dem , por seu t u r n o, do con j u n t o das r elações h u m an as. O exer cício da pesqu isa im plica descobr ir , f or m u lar e in t er vir . As con cepções de m u n do dos at or es sociais en volvidos e as do pesqu isador en con t r am -se lat en t es em t odo o pr ocesso de con h ecim en t o, desde a escolh a do obj et o at é o r esu lt ado do est u do.

Weber ( 1 9 9 2 ) , ao an alisar o m ét odo das ciên cias h ist ór icas e sociais9 acr edit a ser im possível elim in ar as pr é-n oções ou os j u ízos de valor n o t r abalh o in vest igat ivo, daí a n ecessidade de “ in t eg r á -los con scien t em en t e n a ciên cia e f a zer d eles in st r u m en t os ú t eis n a in vest ig a çã o d a ver d a d e obj et iva ” ( Goldm an n , 1 9 6 7 , p.3 4 ) . As opin iões e os valor es do pesqu isador , est an do f in cados em u m su bst r at o colet ivo qu e com põe su a su bj et ividade, são aspect os con st it u t ivos da at ividade in t elect u al. Pois:

[ ...] a ilu são com eça qu an do im agin am os qu e, de u m lado, h á os f at os e, de ou t r o, a t eor ia e qu an do dissim u lam os a posição em r azão da qu al est a divisão apar ece. Som os en t ão f or çados a descr ever o m ovim en t o do

con h ecim en t o com o se n ele n ão t om ássem os par t e e f ixar su a or igem de u m lado ou do ou t r o. ( Lef or t , 1 9 7 9 , p.2 5 6 )

9 As ci ên ci as soci ai s em er gi r am en qu an t o di sci pl i n as

(7)

Pr essu pon do qu e o en t en dim en t o do r eal t r an spõe os f en ôm en os per cebidos pelos sen t idos, in cor por ar , n o en f oqu e, as dim en sões obj et iva e su bj et iva, o obj et o e su a car ga de sign if icados, a gam a de valor es do cien t ist a, é assu m ir u m a post u r a de an álise desaf iador a at r avessada pelo aspect o con f lit ivo. I sso n ão sign if ica, n o en t an t o, qu e det er m in ada t eor ia possa of er ecer u m a com pr een são com plet a acer ca da r ealidade, por qu e:

En volver u m a t eor ia com o m an t o da ver dade é at r ibu ir -se u m a car act er íst ica n ão r ealizável h ist or icam en t e. Nada m ais pr ej u dicial ao pr ocesso cien t íf ico qu e o apego a en u n ciados eviden t es, n ão discu t íveis. Som en t e n a t eor ia se pode dizer qu e a ciên cia é a in t er pr et ação ver dadeir a da r ealidade, por qu e, n a pr át ica, t oda in t er pr et ação r ealiza apen as u m a ver são h ist or icam en t e possível. ( Dem o, 1 9 8 1 , p.2 5 )

O acen t o dado ao obj et o t em con dicion an t es h ist ór icos - as cor r en t es de pen sam en t o vigen t es n a sociedade e a posição social do cien t ist a Lowy

( 1 9 8 5 ) ; Lu kács ( 1 9 7 4 ) . Apoian do-se n u m in st r u m en t al t eór ico-m et odológico, a f im de se apr oxim ar da r ealidade, é pr eciso a cr ít ica per m an en t e do obj et o das ciên cias h u m an as - qu e é am plo e in acabado - e das con dições su bj et ivas pesqu isador .

Dos r iscos do em pir ism o Dos r iscos do em pir ism o Dos r iscos do em pir ism o Dos r iscos do em pir ism o Dos r iscos do em pir ism o

No dom ín io das ciên cias n at u r ais qu e est u dam os f en ôm en os qu ím icos, f ísicos e biológicos, a ocor r ên cia dest es n ão depen de n ecessar iam en t e da in t er ven ção h u m an a. Por exem plo, n a qu ím ica, a lei de Pr ou st , segu n do a qu al a com posição do óxido de m er cú r io t em sem pr e os m esm os elem en t os – oxigên io e m er cú r io – dist r ibu ídos n a m esm a pr opor ção em qu aisqu er lu gar es ou cir cu n st ân cias h ist ór icas. O m esm o ocor r e com a lei de gr avit ação

u n iver sal de I saac Newt on , pois n en h u m cor po do u n iver so deixa de ser su bm et ido a ela.

Est an do as ciên cias n at u r ais calcadas n a exat idão e n a cer t eza, su a pr opalada obj et ividade ven t ilou a possibilidade de est en der o r acion alism o cien t íf ico e em pír ico par a a esf er a da vida social. Desse m odo, par a Du r kh eim ( 1 9 6 9 , 1 9 8 3 )1 0, as sociedades dever iam ser an alisadas por m eio do m ét odo posit ivo, baseado n a obser vação e n a exper im en t ação, da f or m a com o se dava n as ciên cias n at u r ais. Segu n do Du r kh eim apu d Moya ( 1 9 7 0 , p.2 3 0 ) :

As ciên cias h u m an as ser ão con st it u ídas a par t ir da im it ação das ciên cias n at u r ais, j á qu e o h om em é só u m a par t e da n at u r eza. No m u n do n ão h á dois m u n dos: u m qu e der ive da obser vação cien t íf ica e ou t r o qu e escape a ela; o u n iver so é u n o e u n o t am bém é o m ét odo de qu e n os ser vim os par a explor á-lo em t odas su as par t es [ ...] Post o qu e se h á dem on st r ado qu e o m ét odo posit ivo é o ú n ico qu e per m it e con h ecer o m u n do in or gân ico, se dedu z qu e é t am bém o ú n ico qu e con vém ao m u n do h u m an o.

Par a Ch izzot t i ( 2 0 0 0 ) , a pr edom in ân cia da visão posit ivist a n a pesqu isa em Ciên cias Hu m an as, car act er izada pelas est r u t u r as im u t áveis das r elações, pela 1 0 Em Du r kh ei m

(8)

obser vação sist em át ica en qu an t o base da con st it u ição do saber est eve pr esen t e n o cen ár io in vest igat ivo at é a década de 1 9 7 0 . A par t ir daí, n ovas or ien t ações f ilosóf icas e sociológicas gan h ar am f or ça, t r at an do de expor os lim it es do posit ivism o, de su a pr et en sa n eu t r alidade cien t íf ica e das r elações exist en t es en t r e con h ecim en t o cien t íf ico, con f igu r ações sociais e r epr odu ção social. Passou -se a r essalt ar a com plexidade e as con t r adições n os f en ôm en os e a pr esen ça cr iador a dos agen t es sociais, por m eio dos qu ais o h om em exper im en t a in con t áveis m eios de apr oxim ação, m ediação, in t er locu ção com o em pír ico.

En qu an t o cr ít ica con t u n den t e, a at ividade de pesqu isa adqu ir e u m esvaziam en t o de su as dim en sões, por exem plo, qu an do iden t if icada à em pir icidade, ou sej a, a con dição do pesqu isador t ão só ou vir , t r an scr ever , m an ipu lar , m en su r ar os dados colet ados por m eio de gr áf icos, t abelas, n ú m er os, qu est ion ár ios1 1. É o elem en t o em pír ico qu e f ala por si só. Par a Du r kh eim ( 1 9 8 3 , p.7 4 ) :

Não podem os cair n a t en t ação de u lt r apassar os f at os, qu er par a explicá-los, qu er par a explicar o seu cu r so. [ ...] Se eles são in t eir am en t e

in t eligíveis, en t ão bast am t an t o à ciên cia, por qu e, n est e caso, n ão h á m ot ivo par a pr ocu r ar f or a deles pr ópr ios a su a r azão de ser ; e à pr át ica, por qu e o seu valor ú t il é u m a das r azões.

Os dados r ef er en t es a u m a dada r ealidade, desde qu e devidam en t e colet ados e m an ipu lados m edian t e sof ist icados in st r u m en t os de an álise, sem elh an t es aos u t ilizados n as ciên cias n at u r ais, bu scam livr ar t odo o t ipo de valor , pr econ ceit o ou opin ião polít ico-ideológica da par t e do in vest igador , expr essan do-se por m eio de u m a lin gu agem n eu t r a ( Du r kh eim , 1 9 8 3 ) . Em lin h as ger ais, o posit ivism o bu sca as r egu lar idades e explicações cau sais e def en de qu e a sociedade e os gr u pos são r egu lados por leis n at u r ais qu e at r avessam a esf er a social econ ôm ica, elim in an do, assim , o plu r alism o da sociedade, as lu t as e con t r adições de classe ( Du r kh eim , 1 9 6 9 , 1 9 8 3 ) .

A r ealidade cir cu n scr eve-se, apen as, ao obser vado e qu an t if icado e isso sign if ica, n at u r alm en t e, qu e t em r ecebido m u it as cr ít icas ( Ador n o & Hor kh eim er , 1 9 7 9 ; Dilt h ey, 1 9 5 6 ; Weber , 1 9 9 2 ) . A cr ít ica ao em pir ism o apon t a:

A m aldição das ciên cias h u m an as, t alvez, sej a o f at o de abor dar em u m obj et o qu e f a la . [ ...] Não bast a qu e o sociólogo est ej a à escu t a dos

su j eit os, f aça a gr avação f iel das in f or m ações e r azões f or n ecidas por est es, par a j u st if icar a con du t a deles e, at é m esm o, as r azões qu e pr opõem : ao pr oceder dessa f or m a, cor r e o r isco de su bst it u ir pu r a e sim plesm en t e su as pr ópr ias pr en oções pelas pr en oções dos qu e ele est u da, ou por u m m ist o f alsam en t e er u dit o e f alsam en t e obj et ivo da sociologia espon t ân ea do ‘cien t ist a’ e da sociologia espon t ân ea de seu obj et o. ( Bou r dieu et a l., 2 0 0 2 , p.5 0 , gr if o dos au t or es)

Os au t or es valor izam a f ala do su j eit o com o expr essão das con dições de exist ên cia e, em especial, par a Bou r dieu , a palavr a é o sím bolo da

1 1 A col et a de i n f or m ações, em si m esm a, en cer r a u m a f aca de doi s gu m es. Pode se apr esen t ar com o

(9)

com u n icação, pois ela r epr esen t a o pen sam en t o. A f ala, ao r epr esen t ar gr u pos det er m in ados, em con dições h ist ór icas, sociais e cu lt u r ais específ icas, r evela u m sist em a de valor es e n or m as qu e def in e o cam po de expr essão das r elações sociais.

Os au t or es cr it icam o em pir ism o exacer bado qu e con du z à su bm issão pu r a aos f at os e f en ôm en os com o ú n ico im per at ivo, n ão se t r an spon do os dados apar en t es, por t an t o, in exist e u m a com pr een são m ais abr an gen t e de seu s sign if icados. T r ava-se u m em bat e con t r a esse t ipo de em pir ism o qu e acr edit a apr een der as sign if icações das est r u t u r as e dos at or es com o se o r eal se r evelasse pelos dados, além de ser r espon sável por r et ir ar a su bj et ividade do pesqu isador . Qu an t o ao en f oqu e m et odológico, acr escen t a Dem o ( 2 0 0 0 , p.1 9 ) : “ A t en d ên cia d e r ed u zir à su a expr essã o em pír ica é f a cilm en t e com pr een sível, por qu e é a m a is m a n ipu lá vel d ia n t e d a expect a t iva

m et od ológ ica d om in a n t e. É t a n t o m a is t r a t á vel cien t if ica m en t e, a qu ilo qu e é m en su r á vel, exper im en t á vel, obser vá vel ” .

Por u m a pesqu isa im agin at iva Por u m a pesqu isa im agin at iva Por u m a pesqu isa im agin at iva Por u m a pesqu isa im agin at iva Por u m a pesqu isa im agin at iva

A pesqu isa im agin at iva deve est ar calcada em du as esf er as in ext r in cavelm en t e ligadas: a discu r siva e a an alít ica. I sso im plica con sider ar – por qu e n ão dialogar com - r ef er en ciais in t er pr et at ivos dist in t os e iden t if icar os

con dicion an t es h ist ór icos e ideológicos n as con cepções t eór ico-m et odológicas. Não som en t e t eor ias e t écn icas in vest igat ivas t êm papel f u lcr al, m as o

pot en cial cr iat ivo do pesqu isador t am bém adqu ir e en ver gadu r a, n o sen t ido de per ceber as m ú lt iplas r elações, n em sem pr e per en es, qu e cer cam a r ealidade.

A cr iat ividade n a pesqu isa sign if ica apr en dizado, m ot ivação, acu idade, com u n icação. É f u n dam en t alm en t e explor at ór ia e in ovador a, por qu e n ão só dilat a, m as em pr een de n ovos con ceit os. O u n iver so da pr odu ção do

con h ecim en t o é con st it u ído de su j eit os m u n idos de exper iên cias, pen sam en t os, sen sações1 2, est an do em per m an en t e con t at o com ele, e

per m it em , sob a u r didu r a dessa r elação, com pr een dê-lo em su a com plexidade, r eu n in do, ao m esm o in st an t e, f er r am en t as con ceit u ais qu e possibilit am a cr iação de algo n ovo.

A at ividade de pesqu isa dem an da cer t a f lexibilidade, diálogo com ou t r os in vest igador es e/ ou gr u pos, além dos at or es sociais en volvidos com vist as ao escopo in vest igat ivo. Mu it os ou t r os aspect os se in t er põem n as pr eocu pações do in vest igador . Sch n it m an ( 1 9 9 6 , p.1 3 ) f ala em sim et r ias e assim et r ias:

O m u n do [ ...] é r ico em evolu ções im pr evisíveis, ch eio de f or m as com plexas e f lu xos t u r bu len t os, car act er izados por r elações n ão-lin ear es en t r e cau sas e ef eit o, e f r at u r ado en t r e escalas m ú lt iplas de dif er en t e m agn it u de. [ ...] A or dem pode ser con ceit u ada n ão com o u m a con dição t ot alizador a, m as com o u m a du plicação de sim et r ias e assim et r ias [ ...] .

O pr ocesso de pesqu isa, com o o en t en dem os, é u m con j u n t o de r ef lexões ar t icu ladas em t or n o de in ú m er as qu est ões: dom ín io de t écn icas ( t r abalh o de cam po, en t r evist as, qu est ion ár ios, son dagem , pesqu isa bibliogr áf ica et c.) qu e 1 2 Par a Lu kács ( 1 9 6 7 ) ,

(10)

se r elacion am ao exer cício de sist em at ização, an álise, sín t ese, escr it a. Lon ge de ser algo lin ear , o pr ocesso de pesqu isa com pr een de u m exer cício r ef lexivo len t o de obser vações, in t er -r elações qu e con du zem o pesqu isador a possíveis r edim en sion am en t os das h ipót eses in icialm en t e f or j adas.

A pesqu isa im agin at iva é u m a r ecr iação qu e car r ega con sigo os t r aços do au t or , m as n ão per de de vist a a com plexidade de seu obj et o, su as

especif icidades en qu an t o par âm et r os in t r ín secos à dim en são de su a cien t if icidade. Dif er en t em en t e da lógica posit ivist a, qu e pr ocu r ava u m con j u n t o de leis con st an t es e in var iáveis da est r u t u r a social, a per spect iva dialét ica adm it e qu e a com pr een são da r ealidade est á alicer çada n o con f lit o e n a con t r adição, en qu an t o pr in cípios at u an t es capazes de elu cidar a

t r an sf or m ação. A con sciên cia é con cebida com o pr odu t o social da ação e da n ecessidade h u m an as em r elação à n at u r eza e aos ou t r os h om en s. Esse esf or ço de en t en dim en t o da t ot alidade con du z o pesqu isador a:

Apr een der os f en ôm en os em su a au t o-r elação e h et er o-r elação, em su as r elações com a m u lt iplicidade de seu s pr ópr ios ân gu los e de seu s aspect os in t er con dicion ados, em seu m ovim en t o e desen volvim en t o, em su a m u lt iplicidade e con dicion am en t o r ecípr oco com ou t r os f en ôm en os ou gr u po de f en ôm en os. ( Joj a, 1 9 6 5 , p.5 5 )

No cer n e das pr át icas e discu r sos t eór icos acer ca da pesqu isa – on de a u n iver sidade é o local pr ivilegiado – o con h ecim en t o é algo a ser con st r u ído. Assim en t en dido, o con h ecim en t o é f lu t u an t e, gelat in oso, est an do em con st an t es t r an sf or m ações. A con st r u ção do con h ecim en t o n ão se

cir cu n scr eve a u m m on t an t e de in f or m ações e dados r espaldados em u m a t eor ia explicat iva, pois o su j eit o é at u an t e n esse pr ocesso n a m edida em qu e r edim en sion a os f en ôm en os, dan do-lh es sign if icados.

O obj et o, por su a vez, n ão é algo in er t e, pelo con t r ár io, est á car r egado de sign if icados qu e a at ividade h u m an a lh e dá. O pesqu isador , ao t r abalh ar com a exper iên cia cot idian a – as pr át icas, os discu r sos, as con du t as cr iador as, os est ados m en t ais, as idéias –, n ão deve t om á-la en qu an t o r ef lexo cr ít ico da r ealidade, sen do m ist er t r an spor as m an if est ações im ediat as. Dest aca-se qu e algu n s t eór icos ( Goldm an n , 1 9 6 7 ; Lu kács, 1 9 6 7 ) n ão ader em t ot alm en t e ao r acion alism o cor r en t e, qu e con sider a a r azão o ú n ico f u n dam en t o n a con st r u ção do saber , e a exper iên cia cot idian a h u m an a com o f alseador a n a bu sca da ciên cia social con cr et a. Os au t or es su pr acit ados assu m em u m a posição de “ r elat ividade” dian t e dos elem en t os r acion ais e su bj et ivos.

Nossos con h ecim en t os são apen as apr oxim ação da plen it u de da r ealidade, e por isso m esm o são sem pr e r elat ivos; n a m edida, en t r et an t o, em qu e r epr esen t am a apr oxim ação ef et iva da r ealidade obj et iva, qu e exist e in depen den t em en t e de n ossa con sciên cia, são sem pr e absolu t os. O car át er ao m esm o t em po absolu t o e r elat ivo da con sciên cia f or m a u m a u n idade dialét ica in divisível. ( Lu kács, 1 9 6 7 , p.2 3 3 )

(11)

saber é sit u ado den t r o de opções t eór icas e m et odológicas r ealizadas pelo in vest igador .

Bu scam os, at é o m om en t o, o dist en dim en t o da r ede de r elações qu e def in em e com bin am a pr esen ça m esm a do in divídu o n o gr u po em qu e vive. I sso per m it e af ir m ar qu e a obr a do in t elect u al, do ar t ist a n ã o r ef let e n ecessar iam en t e o gr u po a qu e per t en ce, por ém n asce de u m a m alh a de in f lu ên cias qu e a at r avessa: a t r adição de seu s pr ecu r sor es, t alvez at é m ais qu e as pr ópr ias con dições h ist ór icas em qu e est á en volt o, e acaba

expr essan do dilem as qu e ain da n ão se en con t r am n ít idos par a seu s con t em por ân eos.

Ao pr opor u m cam in h o t or t u oso sem t r an sposições con ceit u ais im ediat as, a pesqu isa im agin at iva exige do pesqu isador u m a f or ça au t ôn om a,

f r eqü en t em en t e em r econ st r u ção, r u m o a pr ocessos em qu e, ao in vés de se est abelecer a lin ear idade dos f en ôm en os, am bicion a, n ão sem cor r er r iscos, o est ím u lo ao debat e. T odos sabem qu e o “ con h ecim en t o pr of u n do e

ver dadeir o do m u n do” t em , n as len t es da ciên cia in st it u cion alizada, seu in st r u m en t o r econ h ecidam en t e au t or izado. Con t r a a h ipot eca da r azão qu e sobr ecar r ega a at ividade cien t íf ica, a pesqu isa im agin at iva n ão exau r e as possibilidades de en t en dim en t o da r ealidade, m as, n em por isso, deixa-se de se iden t if icar os aspect os do obj et o qu e in t er agem com as pr edisposições do pesqu isador .

É u m a f or m a de in t er ven ção n a r ealidade qu e n ão se or ien t a t ão-só por qu est ões pr é-f abr icadas t r avest idas n u m discu r so in ovador . Nesse pon t o gr avit a n osso in t er esse, ao est abelecer o con vit e à m an if est ação e a u m a cer t a liber dade in t er pr et at iva qu e m ais su ger e do qu e pr opr iam en t e est abelece u m a f or m u lação r igor osa capaz de r egist r ar a pr esen ça de det er m in ado f en ôm en o. Não obst an t e, a idéia de pesqu isa im agin at iva est á dot ada de or gan icidade m ín im a, em bor a est ej a em gest ação.

A pesqu isa im agin at iva pr essu põe a r u pt u r a de esqu em as e m odelos explicat ivos e aceit a a ef em er idade desses m esm os m odelos e a con st an t e n ecessidade de r eleit u r a n ão só de obr as pr óxim as, m as n o in t er ior de u m a m esm a obr a. Essa r epr esen t ação discu r siva t r an sbor da a est r u t u r a da pesqu isa cien t íf ica pr opr iam en t e dit a e of er ece ao h om em a possibilidade de au t on om ia do pen sam en t o e da ação.

Con si der ações f i n ai s Con si der ações f i n ai s Con si der ações f i n ai s Con si der ações f i n ai s Con si der ações f i n ai s

O capit alism o h odier n o é m ar cado pelo f r acion am en t o das esf er as e

at ividades h u m an as. A ciên cia – ain da qu e par t icipe at ivam en t e da sociedade, m esm o com su a car ga de con t r adições f u n dam en t ais – r epr esen t a u m

m ecan ism o de dom in ação, calcado em u m discu r so com par t im en t ado, on de su a expr essão m áxim a é a pr esen ça do especia list a . Ele pr odu z avan ços qu alit at ivos n a vida h u m an a, m as t am bém pr odu z a f r agm en t ação en t r e os saber es e en t r e o h om em e os saber es, e expr essa o saber oper acion al,

(12)

par a a exist ên cia e con cr et ização de f in s específ icos. A con f igu r ação da sociedade, sobr et u do a par t ir do f in al do sécu lo XI X, pode ser abalizada em t er m os de u m desen volvim en t o t écn ico com pu lsivo, de pr odu ção e con su m o em lar ga escala – e por qu e n ão pat ológico – qu e, em ver dade, obn u bila a con cr et a au t on om ia e em an cipação do ser h u m an o. É n ecessár io im pr im ir à m oder n a r acion alidade cien t íf ica u m a dim en são cu j o su bst r at o pode ser dado pela r ef lexão cr ít ica de base f ilosóf ica.

As an álises em pr een didas t êm logr ado pr opor cion ar , n ão apen as par a o cam po edu cacion al, m as t am bém par a ou t r as ár eas, u m debat e am plo e polissêm ico, m ovido par a além das dicot om ias clássicas, pois a dicot om ização n a/ e da at ividade de pesqu isa t en de a em pobr ecê-la, con sider an do qu e a espessu r a da r ealidade t r an sbor da às est r u t u r as con ceit u ais e t eór icas cr iadas por m eio do pen sam en t o m u t ilan t e. En t r et an t o, a dialét ica a r evit aliza n o esf or ço de se r econ st r u ir su a u n idade por m eio das r elações de

com plem en t ar idade en t r e obj et o/ su j eit o; im agin ação/ r azão; t eor ia/ pr át ica; u n iver sal/ sin gu lar . O m ét odo dialét ico abr iga, a u m só t em po, a iden t idade per en e de cada obj et o e su a diver sidade per an t e os dem ais, valen do-se de u m a base f ilosóf ica con st it u ída de f r ações e sín t eses. Est e é o pon t o f u n dan t e qu e lh e con f er e u m est at u t o epist em ológico, con sider an do qu e “ t od o

con h ecim en t o com por t a o r isco d o er r o e d a ilu sã o” ( Mor in , 2 0 0 0 , p.1 9 ) . A in t er pr et ação, en t en dida com o sín t ese f in al e pr ovisór ia, deve su per ar as dicot om ias m icr o/ m acr o; obj et ividade/ su bj et ividade; qu an t it at ivo/

qu alit at ivo. É u m a f or m a de apr opr iação do m u n do, abar can do a dim en são su bj et iva e o sen t ido obj et ivo, pois: “ Con h ecer é con h ecer obj et os qu e se in t eg r a m n a r ela çã o en t r e o h om em e o m u n d o, ou en t r e o h om em e a n a t u r eza , r ela çã o qu e se est a belece g r a ça s à a t ivid a d e pr á t ica d o h om em ” ( Vásqu ez, 1 9 6 8 , p.1 5 3 ) . O em pr een dim en t o h u m an o t or n a a r ealidade cogn oscível.

A pesqu isa im agin at iva é o pr ocesso de obj et ivação da r ealidade e da pr áxis do pesqu isador qu e, t am bém , se con st it u i pr odu t o de su a pr ópr ia at ividade. A obj et ivação f u n da a post u r a cien t íf ica qu e, em bor a n ão r epr odu za o r eal – e n em sej a u m r ef lexo f iel dele – por qu e n ão se pr est a a isso, bu sca sem pr e su a apr oxim ação. A pesqu isa im agin at iva é u m m odo de con h ecim en t o, r ef lexão e clar if icação con ceit u al qu e im plica a descober t a de n ovos cam pos e f en ôm en os. T r at a-se de pot en cializar o elem en t o cr iat ivo n a pesqu isa, em t oda su a ext en são e com plexidade, a f im de con ceber saber es qu e possam ir além da im ediat icidade do obj et o, j á qu e o “ [ ...] pen sa m en t o é cr ia çã o, n ã o von t a d e d e ver d a d e” ( Deleu ze & Gu at ar r i, 1 9 9 6 , p.7 3 ) . E qu ais os ef eit os de u m a ciên cia com par t im en t ada n o pr ocesso de pesqu isa? A at ividade in vest igat iva esvazia-se, pois se volt a f u n dam en t alm en t e à

(13)

Referências

ADORNO, T.W.; HORKHEIMER, M. Sociologica. Madrid: Taurus, 1979.

BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.C.; PASSERON, J.C. A construção do objeto. In: ______. A

profissão de sociólogo:preliminares epistemológicas. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. p.45-72.

BUBER, M. Le problème de l’ homme. Paris: Aubier, 1962.

CASTRO, C.M. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill, 1978.

CHAUI, M. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo:

Brasiliense, 1994.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez, 2000.

DELEUZE, G.; GUATARRI, F. O que é Filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1996.

DEMO, P. Metodologia científica em Ciências Sociais. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1981.

______. Pesquisa: princípio científico e educativo. 7.ed. São Paulo: Cortez, 2000.

DESCARTES, R. Discurso do método. 3.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.25-71. (Os Pensadores)

DILTHEY, W. Introducción a las Ciencias del Espíritu. Madri: Revista de Occidente, 1956.

DURKHEIM, E. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora. In: FORACCHI, M.; PEREIRA, L. (Orgs.). Educação e Sociedade.São Paulo: Ed. Nacional, 1969. p.34-78.

______. As regras do método sociológico e outros textos. 2.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os Pensadores)

DUSSEL, E. 1492: o encobrimento do outro. Petrópolis: Vozes, 1993.

GOLDMANN, L. Ciências Humanas e Filosofia – que é Sociologia? São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.

HARDING, S. The science question in feminism.Ithaca: University Press, 1986.

HEISENBERG, W. Ordnung der Wirklichkeit.München: Piper, 1989.

JOJA, A. A lógica dialética. São Paulo: Fulgor, 1965.

LEFORT, C. O nascimento da ideologia e do humanismo. In: ______. As formas da história. São Paulo: Brasiliense, 1979. p.251-94.

LOWY, M. Método dialético e teoria política. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

LUKÁCS, G. Existencialismo ou marxismo? São Paulo: Senzala, 1967.

______. História e consciência de classe. Porto: Publicações Escorpião, 1974.

MANGUEL, A. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2000.

______. Ciência com consciência. 5.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

MOSCOVICI, S. Prefácio. In: GUARESCHI, P.; JOVCHELOVICH, S. (Orgs.). Textos em representações

sociais.8.ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p.7-16.

MOYA, C. Sociólogos y sociologia.Madrid: Ediciones Castilha, 1980.

OMNÈS, R. Filosofia da ciência contemporânea. São Paulo: Ed. Unesp, 1996.

(14)

PESSANHA, J. Filosofia e modernidade:racionalidade, imaginação e ética. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

SAID, E. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

SANTOS, B.S. Pela mão de Alice:o social e o político na pós-modernidade. 5.ed. São Paulo: Cortez, 1999.

SCHNITMAN, D.F. (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade.Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

VÁSQUEZ, A.S. Filosofia da praxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

WAN-HO, M. A morte do determinismo. Folha de S. Paulo. São Paulo, 25 mar. 2001. Caderno MAIS!, p.16-8.

WEBER, M. A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na política social. In: ______. Metodologia

das Ciências Sociais. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1992. p.107-54.

Recebido em 18/04/06. Aprovado em 14/09/06.

MORAES, R.V. Por u n a in vest igación im agin at iva en la f or m ación del j oven in vest igador . I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.

I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c. I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c. I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.

I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c., v.1 1 , n .2 1 , p.1 0 5 -1 8 , j an / abr 2 0 0 7 .

Se discu t en algu n as cu est ion es con cer n ien t es a la cien cia y su s desdoblam ien t os in t er n os, baj o el m odo de pr odu cción capit alist a, t en ien do com o ej e cen t r al u n a r acion alidad or ien t ada f u n dam en t alm en t e por com bin ar la m u n dialización capit alist a con la m on opolización de los con ocim ien t os t écn icos y cien t íf icos. El h om br e, en cu an t o obj et o de sí m ism o, es in capaz de r ef lexion ar sobr e sí pr opio y sobr e su pr áct ica, au n qu e h aya desar r ollado m ecan ism os r ef in ados par a con ocer la r ealidad. El debat e abr e per spect ivas par a pen sar det er m in ados aspect os de la f or m ación del j oven in vest igador , en el ár ea de cien cias h u m an as, com o la au sen cia de u n a discu sión acer ca de los lím it es y alcan ces del ej er cicio cien t íf ico. En ese sen t ido, se su gier e la idea de in vest igación im agin at iva, com o u n m odo de con ocim ien t o, r ef lexión y clar if icación t eór ica.

Referências

Documentos relacionados

Um experimento consiste em colocar certa quantidade de bolas de vidro idênticas em um copo com água até certo nível e medir o nível da água, conforme

Sendo assim, considerando as transformações acadêmicas no Brasil e a compreensão de universidade voltada, sobretudo, à mercantilização da pesquisa e à cultura do

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Dispositivos insuscetíveis de instituir, validamente, o novel tributo, por haverem definido, como fato gerador, não o serviço prestado

Após adquirirem todas as competências previstas na matriz curricular do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, inclusive no que diz respeito

Pesquisas como esta se aproximam das competências e habilidades propostas pela BNCC para o ensino e aprendizagem da FE no EM, pois, de acordo com Brasil (2018, p. 526),

Dessa forma, Benjamim postula uma verdade para além da história, pois a verdade do passado está naquilo que ele encerra e, por isso, a tarefa do historiador será revelar

A melhor maneira de lidar com a ansiedade é desenvolvendo comportamentos de enfrentamento opostos à fuga/ esquiva das situações que geram ansiedade, ou seja,

Assim como para as equações, no estudo das inequações devemos, primeiramente, definir uma inequação para que, em seguida, possamos trabalhar com um tipo de inequação chamada