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Um perfil de Nelson Chaves e da sua contribuição à nutrição em saúde pública no Brasil.

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Academic year: 2017

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Um perfil de N elson Chaves e da

sua cont ribuição à nut rição em saúde

pública no Brasil

A b io g rap hical p ro file o f Ne lso n Chave s

and his co ntrib utio n to nutritio n in p ub lic

he alth in Brazil

1 Departam en to de Nu trição, Cen tro d e Ciên cias d a Saú d e, Un iversid ad e Fed eral d e San ta Catarin a. Cam p u s Un iversitário Trin d ad e, Florian óp olis, SC 88040-900, Brasil.

Fran cisco d e Assis Gu ed es d e Vascon celos 1

Abst ract Th is stu d y focu ses on th e acad em ic an d in tellectu al career of scien tist Nelson Ch aves, fou n d er of t h e N u t rit ion ist s Sch ool a n d t h e In st it u t e of N u t rit ion a t t h e Fed era l Un iv ersit y in Pern am bu co. Th e m eth od ology w as based on qu an titative an d qu alitative an alyses of th is au -th or’s scien tific p rod u ction , p u blish ed from 1932 to 1982. Begin n in g w i-th h is search for solu tion s t o m a ln u t rit ion ch ild ren from t h e Z on a d a M a t a region in Pern a m bu co, t h is scien t ist crea t ed w h at is com m on ly called th e h u m an ist-ecological p arad igm of th e Braz ilian n u trition al issu e, th u s con tribu tin g to th e in stitu tion alization of th e field of n u trition in p u blic h ealth th rou gh ou t Brazil.

Key words Nu trition ; In fan t Nu trition ; Literatu re

Resumo O objetivo d este trabalh o foi in vestigar a trajetória acad êm ico-in telectu al d o cien tista N elson Ch aves, fu n d ad or d o Cu rso d e Nu tricion istas e d o In stitu to d e Nu trição d a Un iversid ad e Fed eral d e Pern am bu co. A m etod ologia u tiliz ad a baseou -se em u m a an álise qu an ti-qu alitativa d a p rod u ção cien tífica d este au tor, p u blicad a n o p eríod o d e 1932 a 1982. Os resu ltad os d o estu d o p rocu ram d em on strar qu e, valen d o-se d as su as p reocu p ações em bu scar solu ções p ara a p roble-m ática d a d esn u trição in fan til n a Zon a d a M ata p ern aroble-m bu can a, este cien tista con stru iu o qu e ch am am os d e p arad igm a ecológico-h u m an ista d a qu estão n u tricion al brasileira, con tribu in d o p ara a in stitu cion alização d o cam p o d a n u trição em saú d e p ú blica em tod o território n acion al.

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Int rodução

Diferen tes ab ord agen s têm sid o realizad as so-b re a em ergên cia d a n u trição em saú d e p ú so-b li-ca, tam b ém recon h ecid a p or n u trição em m ed icin a p reven tiva (Sh a n k, 1976), n u triçã o so -cial, n u trição com u n itária ou , ain d a, n u trição em saú d e coletiva (Vascon celos, 1990; Yp iran -ga & Gil, 1989), en q u a n to u m d o s ca m p o s o u áreas d e estu d o esp ecíficos d a com p lexa e m u l-tid iscip lin ar ciên cia d a n u trição.

De acord o com algu n s estu d os, foi a p artir d os an os 1960, sob retu d o n o d ecorrer d a I Con -ferên cia sob re ad estram en to d e n u tricion istas-d ietistas istas-d e saú istas-d e p ú b lica, realizaistas-d a em 1966, em Caracas, Ven ezuela, que se p assou a discutir, n a com u n id ad e latin o-am erican a d e n u trição, a form ação d e “u m profission al de n ível u n iver-sitário, qu alificado por form ação e experiên cia, p ara atu ar n os serviços de saú de p ú blica com o fim d e m elh orar a n u trição h u m an a, essen cial p ara a m an u ten ção d o m ais alto n ível d e saú -de” (Boletim d a Associação Brasileira d e Nu tri-cion istas, 1966, ap u dYp iran ga & Gil, 1989:25). Ou tros estu d os, en tretan to, ap on tam q u e a gên ese d este ca m p o esp ecífico d a n u triçã o, d en tro d o cen ário in tern acion al, teria ocorrid o n o in terior d e agên cias esp ecializad as d a Orga-n ização d as Nações UOrga-n id as (ONU), tais com o o Un ited N ation s In tern ation al Ch ild ren Em er-gen cy Fu n d (UNICEF), a Food an d Agricu ltu re Organ ization(FAO), a Organ ização Mu n d ial d e Sa ú d e (OMS) e a Orga n iza çã o Pa n -Am erica n a d e Saú d e (OPAS). Agên cias criad as, a p artir d e 1946, com o in tu ito d e ad m in istração d os con flitos d a n ova ord em p olíticoecon ôm ica m u n -d ial, estab eleci-d a n o p ós-2aGu erra, qu an d o te-ve in ício a ch am ad a gu erra fria en tre os p aíses cap italistas, lid erad os p elos Estad os Un id os d a Am érica, e os p aíses socialistas, lid erad os p ela en tão Un ião d as Rep ú b licas Socialistas Soviéti-cas (Coim b ra et al., 1982; L’Ab b a te, 1982; Va s-con celos, 1999b ).

Pelas an álises d os au tores in vestigad os, d e-p reen d em os qu e a e-p reocu e-p ação com a qu estão d a alim en tação e n u trição d a p op u lação m u n -d ial (-d en tro -d e u m a ab or-d agem -d o coletivo) te-ve in ício com o d esen rola r d a 2aGu erra m u n -d ia l. Um p rim eiro in -d ício -d esta p reo cu p a çã o foi a realização, em 1941, d a Nation al Nu trition Con feren ce for Defen se(con h ecida com o a Con -ferên cia d e Wash in gton ), con vocad a p elo p re-sid en te Roosevelt. O p asso segu in te foi a realiza çã o, em 1943, d a Co n ferên cia d e Alim en ta -ção de Hot Sp rin g, Virgín ia, tam bém con vocad a p or aqu ele p resid en te n orte-am erican o, com a p a rticip a çã o d e rep resen ta n tes d e 44 p a íses, q u an d o foi p rop osta a criação d e u m órgão in

-tern acion al esp ecializad o em alim en tação. Es-ta co n ferên cia d e 1943 d eu o rigem à cria çã o, em 1946, ta n to d a FAO, en tid a d e d a ONU res-p on sável res-p ela q u estão d a alim en tação e n u tri-çã o m u n d ia l, co m o d o UNICEF, in icia lm en te u m a en tid ad e com fin s h u m an itários d e assis-tên cia às crian ças eu rop éias vítim as d os efeitos d a Segu n d a Gu erra Mu n d ia l. E em 1948, em Mon tevid éu , n o Uru gu ai, realizou -se a 1aCon -ferên cia Latin o-Am erican a d a FAO, sen d o este o p rim eiro even to cien tífico d esta agên cia a re-com en d ar o d esen volvim en to d e ativid ad es esp ecíficas n o cam esp o d a n u trição em saú d e esp ú -b lica , d en tro d o co n texto in tern a cio n a l (Ca s-tro, 1980; Coim b ra et al., 1982; L’Ab b ate, 1982; Vascon celos, 1999b ).

No caso d o Brasil, a em ergên cia d o p roces-so d e in stitu cio n a liza çã o d o ca m p o d a n u tri-çã o em sa ú d e p ú b lica tem sid o a sso cia d a à fu n d ação, em 1957, d o Cu rso d e Nu tricion istas d o en tã o In stitu to d e Fisio lo gia e Nu triçã o d a Facu ld ad e d e Med icin a d e Recife (atu al Cu rso d e Gra d u a çã o em Nu triçã o d o Dep a rta m en to d e Nu triçã o d a Un iversid a d e Fed era l d e Per-n am b u co – UFPE), ap oPer-n tad o com o o p rim eiro cu rso b rasileiro a form ar p rofission ais voltad os p ara atu ação n este cam p o esp ecífico (Coêlh o, 1983). Pro cesso este q u e teve co m o u m d o s seu s p rotagon istas o m éd ico Nelson Ferreira d e Ca stro Ch a ves (1906-1982). Co m b a se n esta p rem issa , o p resen te estu d o se p ro p õ e a exa -m in ar a trajetória acad ê-m ico-in telectu al d este cien tista p ern am b u can o, p rocu ran d o ap on tar a su a co n trib u içã o a o p ro cesso d e gên ese e con solid ação d a n u trição em saú d e p ú b lica n o Brasil. A in vestigação teve u m eixo lon gitu d in al d e a n á lise in icia d o em 1932, a n o d a su a p ri-m eira p u b lica çã o cien tífica , e co n clu íd o eri-m 1982, a n o d a su a m orte. A este eixo lon gitu d i-n a l, so b rep õ em -se q u a tro co rtes tra i-n sversa is (1932/ 1945, 1946/ 1963, 1964/ 1972 e 1974/ 1982), co rresp o n d en tes a co n texto s esp ecífico s d a tra jetó ria in vestiga d a , p o r n ó s esta b elecid o s com o critérios m etod ológicos d e an álise.

M et odologia

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tí-tu los p u b licad os, d en tro d e u m eixo lon gití-tu d in al q u e se iin icia em 1932, ain o d a p rim eira p u b licação cien tífica d e Ch aves, e avan ça até ou -tu b ro d e 1995, an o d a com em oração d os q u a-ren ta an os d e fu n d ação d a referid a in stitu ição. Desta ca m o s, to d a via , q u e a p esa r d a gra n d e co n trib u içã o q u e este tra b a lh o n o s p resto u , u m a vez q u e n o s p o u p o u d e u m exa u stivo le-va n ta m en to b ib lio grá fico so b re a p ro d u çã o cien tífica d este au tor, n ão n os exim iu d a reaza çã o d e u m leva n ta m en to p a ra lelo. Ao rea li-za r ta l leva n ta m en to, id en tifica m o s a lgu m a s p o u ca s im p recisõ es d o referid o registro, a s q u a is a p o n ta m o s a o lo n go d e n o ssa a n á lise e qu e, a n osso ver, n ão ab alam a su a rep resen ta-tivid ad e, p articu larm en te p ara o tip o d e estu d o qu e realizam os.

Fu n d am en tad os n o m ap eam en to registrad o p or Costa (1995b ), o p rim eiro p roceregistrad im en -to m e-tod ológico qu e d esen volvem os p ara an a-lisa r a tra jetó ria d a p ro d u çã o cien tífica d este cien tista foi o esta b elecim en to d e critérios d e sistem a tiza çã o q u e n o s p o ssib ilita sse tra ça r u m p erfil q u an tiq u alitativo d e su a ob ra. Sen -d o assim , -d en tro -d os qu atro cortes tran sversais q u e com p õem o eixo lon gitu d in al in vestigad o (1932/ 1945, 1946/ 1963, 1964/ 1972 e 1973/ 1982), a p resen ta m os u m a a n á lise q u a n ti-q u a lita tiva d a p rod u ção cien tífica d e Ch aves, b asead a n os critérios b ib liom étricos estab elecid os. Ou seja, em u m p rim eiro m o m en to, ca d a títu lo d este cien tista foi su b m etid o a u m a a n á lise q u a n ti-tativa e d e categorização, em relação aos crité-rios d e au toria, n atu reza e tem ática ab ord ad a. Qu an to ao critério d e au toria, os títu los p u b li-cad os foram q u an tifili-cad os e categorizad os em a u to ria in d ivid u a l; a u to ria co letiva o u gru p a l (d ois ou m a is a u tores); a u toria p rin cip a l (p ri-m eiro n o ri-m e lista d o ) e a u to ria secu n d á ria o u coadju van te (todos da lista, exceto o au tor p rin -cip al). Qu an to ao critério d e n atu reza d o títu lo, estes fo ra m q u a n tifica d o s e ca tego riza d o s d e a co rd o co m a s su a s resp ectiva s m o d a lid a d es d e p u b licação: livro; cap ítu lo d e livro; tese; d is-serta çã o ; m o n o gra fia ; a rtigo d e p erió d ico es-p ecia liza d o in tern a cio n a l, n a cio n a l, lo ca l o u in stitu cion al; artigo d e p eriód ico n ão esp ecia-liza d o (jo rn a is); a rtigo o u resu m o d e a n a is d e even to s cien tífico s e o u tra s m o d a lid a d es. E qu an to ao critério d as tem áticas ab ord ad as, os títu lo s fo ra m q u a n tifica d o s e ca tego riza d o s d en tro d e três ca m p o s tem á tico s gera is, ta is com o n u trição em saú d e p ú b lica, n u trição b ásica e exp erim en tal e n u trição clín ica (in clu in -d o en -d ocrin ologia , fisiologia , p a tologia e -d ie-toterap ia), b em com o d en tro d e cam p os tem á-ticos esp ecíficos, oriu n d os d o d esd ob ram en to d estes cam p os tem áticos gerais.

Em cad a corte tran sversal in vestigad o, ap ós a ap resen tação d o p erfil qu an ti-qu alitativo d os títu lo s p u b lica d o s n a q u ele p erío d o, a a n á lise d a su a p ro d u çã o cien tífica é co m p lem en ta d a co m o estu d o d e u m o u m a is d estes títu lo s. A rigor, a ad oção d este p roced im en to m etod ológico d eu se em fu n ção d a n ecessid ad e d e id en -tifica çã o e a p ro fu n d a m en to d a s p o ssíveis es-p ecificid ad es, sem elh an ças e d iferen ças d e n a-tu reza teó rico -co n ceia-tu a l existen tes a o lo n go d a trajetória acad êm icoin telectu al d este cien tista. Em geral, os critérios d e seleção d os títu -los an alisad os foram estab elecid os em fu n ção d as características d o p erfil q u an ti-q u alitativo d a su a p ro d u çã o cien tífica d e ca d a p erío d o e, em a lgu n s ca so s, o critério se d eu em fu n çã o d a facilid ad e d e acesso à resp ectiva p u b licação.

1932/ 1945: da clínica t erapêut ica à fisiologia da nut rição

Nelso n Ch a ves n a sceu n o d ia 08 d e ju n h o d e 1906, n o En gen h o Vên u s, Mu n icíp io d e Águ a Preta , lo ca liza d o n a Zo n a d a Ma ta -Su l, Pern am b u co, oPern d e viveu su a iPern fâPern cia e ad olescêPern cia. Em 1930, aos 24 an os d e id ad e, d ip lom ou -se m éd ico p ela Facu ld ad e Nacion al d e Med in a d o Rio d e Jain eiro. Em 1931, retorin ain d o à ci-d a ci-d e ci-d o Recife, fo i co n vici-d a ci-d o p elo p ro fesso r Fern a n d o Sim õ es Ba rb o sa p a ra ser seu a ssis-ten te n o Hosp ital d o Cen ssis-ten ário. Em 1932, em su a clín ica p articu lar, com eçou o exercício d a p ro fissã o d esen vo lven d o a tivid a d es m éd ica s n a esp ecia liza çã o d e en d o crin o lo gia e n u trção. Em 1934, in gressou n a Facu ld ad e d e Med i-cin a d a Un iversid ad e d o Recife com o p rofessor a ssisten te d a cá ted ra d e clín ica tera p êu tica , con sagran d o-se livre-d ocen te d esta m esm a cá-ted ra, em 1935. Em 1941, ab d icou d e su a clín i-ca p articu lar p ara d ed ii-car-se exclu sivam en te à ca rreira u n iversitá ria . No p erío d o d e 1940 a 1943, ép o ca d o govern o d e Aga m en o n Ma ga -lh ã es, exerceu o ca rgo d e d ireto r gera l d o De-p artam en to d e Saú d e Pú b lica d e Pern am b u co, d an d o in ício a su a atu ação n a gestão d e in sti-tu içõ es p ú b lica s esta d u a is. Fin a lm en te, em 1943, con sagrou -se titu lar d a cáted ra d e fisio-lo gia , co m a d efesa d a tese As Ad ren ais n a Fi-siologia Sex u al(An d ra d e, 1991; Co êlh o, 1983; Costa, 1995a; Keln er et al., 1985).

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-m en to d e su a p rod u ção cien tífica, n o p eríod o d e 1932 a 1945, foram registrad os 25 títu los d e su a au toria.

De acord o com os critérios d e sistem atiza-ção qu e u tilizam os p ara traçar u m p erfil d e su a ob ra, p od em os d izer qu e qu an to à au toria (Ta-b elas 1 e 2), 23 títu los são d e au toria in d ivid u al e n os d ois d em ais, ele tam b ém ap arece com o o au tor p rin cip al.

Qu a n to à n a tu reza d o títu lo ( Ta b ela 3), 18 sã o a rtigo s p u b lica d o s em p erió d ico s lo ca is; d ois são livros; três são artigos p u b licad os em jo rn a is lo ca is; u m é p u b lica çã o em a n a is d e even to cien tífico e u m é su a tese d e p ro fesso r cated rático em fisiologia. Portan to, a p rin cip al m od alid ad e d e p u b licação d o p eríod o foi o ar-tigo em p erió d ico esp ecia liza d o ed ita d o em Recife, n otad am en te n a Revista de Medicin a de Pern am bu coe N eu robiologia, rep resen ta n d o 72,0% d o total d e títu los. A p rim eira p u b licação em form ato d e livro d ata d e 1935, ten d o com o títu lo Tratam en to M éd ico d o Hip ertireoid ism o. O p rim eiro artigo p u b licad o em jorn al local d ata d e 1937 e atam b ém ab ord a asp ectos d o cam

-p o da en docrin ologia. En qu an to o segu n do, d a-ta d e 1944, tem com o títu lo A Proteín a n a Ali-m en tação d o Povo, p ren u n cian d o a am p liação d o s ca m p o s tem á tico s q u e a o b ra d e Ch a ves tom aria n as d écad as segu in tes.

Qu an to às tem áticas ab ord ad as (Tab ela 4), 23 (92,0%) foram in serid os n o cam p o d a en d o-crin ologia e/ ou fisiologia e 2 (8,0%) n o cam p o d a n u trição em saú d e p ú b lica. Portan to, ob ser-vo u -se q u e, en tre 1932 a 1944, a s p u b lica çõ es d este cien tista foram in serid as d en tro d a p ers-p ectiva b iológica, exclu sivam en te n o cam ers-p o d a en d ocrin ologia e/ ou fisiologia, e tiveram com o tem áticas esp ecíficas o h ip ertireoid ism o, o d iab ete in síp id o, a h ip oglicem ia esp on tân ea, ou -tras alterações en d ócrin as e a fisiologia sexu al.

Ou seja, esta p rim eira fase d a trajetória in -telectu a l d e Ch a ves, co m p reen d id a en tre o s seu s 24 a 39 an os d e id ad e, caracterizou -se p e-la su a d ed icação exclu siva à clín ica terap êu ti-ca, esp ecialm en te ao estu d o d e casos clín icos, en focan d o asp ectos fisiológicos e en d ocrin oló-gicos in d ivid u ais. Ao fin al d este p rim eiro corte tra n sversa l in vestiga d o, q u e en glo b o u to d o o tra n scu rso d o ch a m a d o Esta d o Novo ou Dita d u ra Vargas (19371945), as d u as p rim eiras p u -b licações com u m a a-b ord agem d en tro d a p ers-p ectiva social an u n ciavam os n ovos ru m os d a su a trajetória acad êm ico-in telectu al, em d ireção às p esqu isas lab oratoriais n o cam p o d a n u -trição exp erim en tal e às p esq u isas p op u lacio-n a is lacio-n o ca m p o d a lacio-n u triçã o em sa ú d e p ú b lica . A o rigem d e ta is a ltera çõ es, em b o ra n ã o te-n h am sid o su ficiete-n tem ete-n te exp lorad as, d evem ser b u scad as e com p reen d id as d en tro d o con -texto d e red em ocratização d a socied ad e b rasi-leira d o p ó s-1945, b em co m o n a su a p ró p ria a tu a çã o co m o d ireto r gera l d o Dep a rta m en to d e Sa ú d e Pú b lica d e Pern a m b u co, ca rgo q u e p rop iciou e/ ou exigiu u m a am p liação dos cam -p os d e con h ecim en to e atu ação d este cien tista, p ara além d as fron teiras d a d im en são exclu siva m en te b io ló gica , ca ra cterística d a fisio lo -gia e d a en d o crin o lo -gia . Além d isso, a lgu m a s d a s ra ra s referên cia s so b re a s su a s a tivid a d es p olítico-p artid árias ap on tam qu e ele teria p ar-ticip a d o, em 1945, co m o m éd ico n u tró lo go Dan te Costa e ou tros in telectu ais, d o p rocesso d e fo rm a çã o d a Esq u erd a Dem o crá tica , b a se p a ra a cria çã o d o Pa rtid o So cia lista Bra sileiro (PSB) (Co im b ra et a l., 1982; Co sta , 1954). En -tretan to, acred itam os qu e estes asp ectos p reci-sam ser m elh or ap rofu n d ad os.

Tab e la 1

Distrib uição d o s título s p ub licad o s p o r Ne lso n Chave s se g und o p e río d o s inve stig ad o s e cate g o rias d e auto ria (ind ivid ual e co le tiva), 1932-1982.

Período Individual Colet iva Tot al

1932/ 1945 23 2 25

1946/ 1963 55 31 86

1964/ 1972 75 12 87

1973/ 1982 42 14 56

Tot al 190 64 254

% 74,8 25,2 100,0

Tab e la 2

Distrib uição d o s título s p ub licad o s p o r Ne lso n Chave s se g und o p e río d o s inve stig ad o s e cate g o rias d e auto ria (p rincip al e se cund ária), 1932-1982.

Período Principal Secundária Tot al

1932/ 1945 25 0 25

1946/ 1963 81 5 86

1964/ 1972 78 9 87

1973/ 1982 45 11 56

Tot al 229 25 254

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1946/ 1963: do laborat ório de nut rição experiment al aos est udos populacionais

Persegu in d o a trajetória acad êm ico-in telectu al d e Ch a ves, im p o rta n tes a co n tecim en to s d o con texto 1946-1963 m erecem ser destacados. O p rim eiro d iz resp eito a su a atu ação, n o p eríod o d e 1949-1951, co m o secretá rio d e sa ú d e e a s-sistên cia social d o Estad o d e Pern am b u co, p or ocasião d o govern o d e Barb osa Lim a Sob rin h o. Ao fin al d este p eríod o, ele en cerrou d efin itiva-m en te su a ráp ida p assageitiva-m p ela aditiva-m in istração d e agên cias p ú b licas d o govern o estad u al, d e-d ican e-d o-se exclu sivam en te à acae-d em ia, sob retu d o, às ativid ad es d e en sin o, p esqu isa e exten -são n o cam p o d a n u trição. Assim sen d o, ain d a em 1950, criou o In stitu to Álvaro Ozório d e Al-m eida, cu ja fin alidade in icial foi “reu n ir as cáte-d ras cáte-d e fisiologia, h istologia, em briologia geral e técn ica op eratória d a Facu ld ad e d e Med icin a da Un iversidade do Recife, bem com o a realiza-ção d e p esqu isa cien tífica, em esp ecial sobre as

con dições fisiológicas do h om em das regiões tro-picais”(Costa, 1995a: 24). Em m arço d e 1956, o referid o in stitu to p assou a d en om in ar-se In tu to d e Fisiologia e Nu trição e, em 1962, In sti-tu to d e Nu trição d a UFPE (INUFPE). Destacam os ain d a, a criação, eDestacam 1957, d o Cu rso d e Nu -tricion istas; a realização, em 1963, d a p esqu isa n u tricio n a l co n h ecid a co m o N orth east Braz il Nu trition Su rvey, p atrocin ad a p eloIn terdepart-m en tal Coterdepart-m terdepart-m ittee on Nu trition for Nation al Develop m en t (ICNND) d o s Esta d o s Un id o s e, n este m esm o an o, o in ício d os Cu rsos d e Esp e-cialização em Nu trição em Saú d e Pú b lica p ara m édicos, patrocin ados pela OPAS, todos sob a di-reção deste cien tista (Coêlho, 1983; Costa, 1995a).

No m ap eam en to d a trajetória in telectu al d e Ch aves, n o p eríod o d e 1946 a 1963, foram lista-d os 86 títu los lista-d e su a au toria, o q u e rep resen ta 72,9% d o total d e 118 títu los arrolad os em Cos-ta (1995b ), d en oCos-tan d o o p eso d este cien tisCos-ta n o con ju n to d as p u b licações d esta in stitu ição es-p ecífica.

Tab e la 4

Distrib uição d o s título s p ub licad o s p o r Ne lso n Chave s se g und o áre a te mática p o r p e río d o s inve stig ad o s, 1932-1982.

Área t emát ica 1932/ 1945 1946/ 1963 1964/ 1972 1973/ 1982 Tot al

n % n % n % n % n %

Fisio lo g ia/ e nd o crino lo g ia 23 92,0 30 34,9 13 14,9 28 50,0 94 37,0 Nutrição b ásica e e xp e rime ntal 0 0,0 24 27,9 12 13,8 8 14,3 44 17,3 Nutrição e m saúd e p úb lica 2 8,0 32 37,2 62 71,3 20 35,7 116 45,7

Tot al 25 100,0 86 100,0 87 100,0 56 100,0 254 100,0 Tab e la 3

Distrib uição d o s título s p ub licad o s p o r Ne lso n Chave s se g und o tip o d e p ub licação p o r p e río d o s inve stig ad o s, 1932-1982.

Tipo de publicação 1932/ 1945 1946/ 1963 1964/ 1972 1973/ 1982 Tot al

Pe rió d ico s

Inte rnacio nal 0 6 4 3 13

Nacio nal 0 39 16 14 69

Lo cal 18 2 4 2 26

Livro 2 10 6 3 21

Cap ítulo d e Livro 0 1 1 17 19

Eve nto (Anais) 1 5 7 13 26

Pub licaçõ e s d a Unive rsid ad e 1 3 4 2 10 Fe d e ral d e Pe rnamb uco

Jo rnal 3 20 45 2 70

(6)

Qu a n to a o critério a u to ria ( Ta b ela s 1 e 2), 55 títu los são d e au toria in d ivid u al e 31 d e au -toria coletiva, sen d o qu e em 26 d estes o p rofessor ap arece com o o au tor p rin cip al. Ressaltan -d o-se qu e, n este p erío-d o, ele teve com o p rin cip a l cip a rceira a cip ro fesso ra Na íd e Regu eira Teo -d ósio, com a qu al -d ivi-d iu a p u b licação -d e 19 tí-tu los.

Qu an to ao critério n atu reza d a p u b licação ( Ta b ela 3), seis sã o a rtigo s p u b lica d o s em p e-riód icos in tern acion ais; 39 são artigos p u b lica-d o s em p erió lica-d ico s n a cio n a is; lica-d o is sã o a rtigo s p u b licad os em p eriód icos locais; 10 são livros; u m é cap ítu lo d e livro; vin te são artigos p u b li-cad os em jorn ais locais; cin co são p u b licações em an ais de even tos cien tíficos e três são p u b li-cações ed itad as p ela UFPE. Logo, ressaltam os q u e a p rin cip a l m o d a lid a d e d e p u b lica çã o d o p eríod o p assou a ser o artigo em p eriód ico n a-cion al, rep resen tan d o 45% d os títu los p u b lica-d os e qu e, em 1952, foi p u b licalica-d o seu p rim eiro artigo em p eriód ico latin oam erican o, in ician -d o su a p ro jeçã o n o cen á rio in tern a cio n a l. Os p eriód icos d e circu lação d e tais artigos foram , qu ase qu e exclu sivam en te, Revista Brasileira de Medicin ae Ciên cia e Cu ltu ra, e ap en as u m d es-tes artigos foi p u b licad o n os Arqu ivos Brasilei-ros d e N u trição– p erió d ico ed ita d o p o r Jo su é d e Ca stro e seu s p a res d o en tã o In stitu to d e Nu trição d a Un iversid ad e d o Brasil (Vascon ce-los, 1999a).

Qu an to ao critério tem áticas abordadas (Ta-b ela 4), 30 (34,9%) foram in serid os n os cam p os d a fisio lo gia e/ o u en d o crin o lo gia ; 32 (37,2%), n o ca m p o d a n u triçã o em sa ú d e p ú b lica e/ ou tem a d e con teú d o social; e 24 (27,9%), n o cam -p o d a n u triçã o b á sica e ex-p erim en ta l. O -p ri-m eiro títu lo eri-m q u e a p a rece u ri-m a a b o rd a geri-m so cia l d a q u estã o n u tricio n a l n o rd estin a d a ta d e 1946, co in cid en tem en te, a n o d a p rim eira ed ição d o clássico d e Castro, Geografia d a Fo-m e(Ca stro, 1980). Em 1947 fo ra m p u b lica d o s os d ois p rim eiros a rtigos em p eriód ico n a cio-n al, am b os d escrevecio-n d o as cocio-n d ições d e su b a-lim en ta çã o n o No rd este b ra sileiro. Po rta n to, in d ício s ta n to d a p ro jeçã o n a cio n a l co m o d a m u d a n ça d e ru m o o u d a a m p lia çã o d e n ova s fro n teira s q u e a tra jetó ria in telectu a l d e Ch a -ves en gen d ra ria . Em 1948 fo i p u b lica d a su a p rim eira p ro d u çã o n o ca m p o d a n u triçã o b á -sica e exp erim en ta l, a b o rd a n d o a q u estã o d o u so d a Mu cu n ã verm elh a (Dioclea gran d iflora Ben th ) n a n u triçã o h u m a n a . Pro d u çã o esta q u e, a lém d este sign ifica d o a p o n ta d o, rep re-sen ta ain d a a su a p rim eira p u b licação coletiva ten d o a p a rticip a çã o d e a lgu n s d os p rin cip a is p arceiros d e su a trajetória in telectu al n os an os 1950/ 1960, tais com o a m éd ica Naíd e Regu eira

Teo d ó sio e o q u ím ico Oswa ld o Go n ça lves Lim a. AléLim d isso, rep resen ta a p eça fu n d aLim en -tal p ara a exp licitação d as d ivergên cias p olíti-co-id eológico-in telectu ais en tre Ch aves e Cas-tro, a p artir d e en tão (Vascon celos, 1999b ).

An alisan d o o con ju n to d as p u b licações d o p erío d o 1946/ 1963, o b ser va m o s q u e o tem a cen tral qu e caracterizou a obra deste au tor n es-tes a n o s fo i a q u estã o d o va lo r b io ló gico d a s p roteín as n a alim en tação h u m an a n as regiões trop icais. Assim , id en tificam os qu e p elo m en os 33 (38,4%) d os 86 títu los ed itad os n este p erío-d o versa m so b re este o b jeto erío-d e in vestiga çã o. No p erío d o em fo co, esta tem á tica su rge co m o s p rim eiro s resu lta d o s d o s estu d o s exp eri-m en ta is so b re o va lo r b io ló gico d a s p ro teín a s d o feijão m u latin h o (Ph aseolu s vu lgaris), con sid erad a a legu m in osa m ais u sad a n a alim en -tação d o n ord estin o, con stitu in d o n ão ap en as u m a d as su as b ases en ergéticas, m as u m a im -p o rta n te b a se -p ro téica . A -p a rtir d e en tã o, o s p esq u isad ores d o INUFPE, lid erad os p or Ch a-ves, am p liaram con sid eravelm en te su as in ves-tigações acerca d o valor b iológico e ou tras p ro-p ried ad es d as ro-p roteín as d o feijão m u latin h o e d e o u tra s esp écies vegeta is, a cen a n d o p a ra o in ício d os estu d os sob re as m istu ras p rotéicas vegeta is (m o d a lid a d e d e p esq u isa q u e p red o -m in aria n a in vestigação cien tífica e-m n u trição n os an os 1964/ 1972).

(7)

(Azevêd o, 1982; Fu rta d o, 1997; So a res, 1982; Va sco n celo s, 1999b ). Nestes texto s, a p esa r d a a b o rd a gem essen cia lm en te vin cu la d a a o s ca m p os d a fisiologia e en d ocrin ologia , ele in -tro d u z im p o rta n tes co n teú d o s vin cu la d o s à ep idem iologia n u tricion al das ch am adas doen ças crôn icod egen erativas, associad as ao con su m o in ad equ ad o e/ ou em excesso d e n u trien -tes. Acrescen te-se q u e, a o co n ceb er estes d is-tú rb ios n u tricion ais com o p rod u tos d a m od ern id ad e, d as iern ovações tecern ológicas, d o sed eern -tarism o, d a d estitu ição d e valores éticos e m o-rais d a h u m an id ad e, etc., ele in trod u z d eterm i-n ados elem ei-n tos do ch am ado h u m ai-n ism o cris-tã o q u e, em certa m ed id a , ca ra cteriza ria su a s p u b licações n os an os su b seqü en tes.

Na verd ad e, retom an d o a trajetória acad ê-m ico-in telectu al d este au tor, n otaê-m os q u e foi n o con texto an teriorm en te an alisad o q u e esta su a p ersp ectiva h u m an ista d esp on tou , em es-p ecial n o d iscu rso es-p roferid o ao tom ar es-p osse n a cad eira d e fisiologia d a Facu ld ad e d e Med icin a d a Un iversid ad e d o Recife, em 21 d e agosto d e 1943, p u b licad o em 1949, sob a form a d o artigo Con ceitos em Torn o d o En sin o d a Fisiologia (Ch aves, 1949, ap u dMon teiro, 1995) e, em se-gu id a, n o p eq u en o en saio A Ciên cia n o Mu n do Con tem p orân eo, p rod u zid o em 1947 (Ch a ves, 1947, ap u dLago, 1995). En tretan to, con form e sin a liza m o s a n terio rm en te, será a p a rtir d o s an os 1960 q u e esta p ersp ectiva gan h ará m aior con sistên cia em su a ob ra. Ao realizar u m a cu r-ta au tob iografia em Sexo, Nu trição e Vida, Ch a-ves (1968) refere qu e os au tores d e su a p red ile-ção são os esp an h óis Migu el d e Un am u n o, José Ortega y Gasset e Gregório Marañ on . Exp licita a in d a q u e fo i o m éd ico fisio lo gista Gregó rio Ma ra ñ o n , q u em m a rco u a su a o rien ta çã o h u -m an ista. Alé-m d estes, ao d iscu tir os três te-m as com p lexos e p olêm icos q u e in titu lam este seu livro, ele p ro cu ra d ia lo ga r co m u m leq u e b a s-ta n te a m p lia d o d e a u to res, s-ta is co m o Alb ert Ein stein , Ald ou s Hu xley, George Bern ard Sh aw, Ka lil Gib ra n , Lo u is Jo sep h Leb ret, Lu ís d e Ca -m ões e Sig-m u n d Freu d . Os q u ais, in clu in d o os seu s três au tores p red iletos, a n osso ver, carac-teriza m o u co n stitu em d iferen tes m a tizes d a p ersp ectiva h u m an ista con stru íd a p or Ch aves a o lon go d e su a tra jetória a ca d êm ico-in telec-tu a l, n a q u a l, co n fo rm e a p o n ta Ba tista Filh o (1995:78), “o in teresse cen tral p elo h om em e o resp eito p rim ordial p ela n atu reza, torn aram -se pólos dom in an tes de su as preocu pações de cien -tista e pen sador”.

1964/ 1972: o t rat ament o

e a recuperação da desnut rição infant il na Zona da M at a pernambucana

Em 1964, com a criação d a Divisão d e Nu trição em Saú d e Pú b lica d o INUFPE, foi con stitu íd o o n ú cleo in icia l d e d o cen tes resp o n sá veis p elo d esen volvim en to d e u m con ju n to d e ações esp ecífica s, com o a rea liza çã o d e esp esq u isa s n u -tricio n a is n a Zo n a d a Ma ta p ern a m b u ca n a , a im p lan tação d os Cen tros d e Ed u cação e Recu -p eração Nu tricion al (CERNs) e a elab oração d e Plan os d e Ações d e Nu trição a serem d esen vol-vid os p elas Secretarias Estad u ais d e Saú d e, cara cterística s d o p ro cesso d e in stitu cio n a liza -çã o d o ca m p o d a n u tri-çã o em sa ú d e p ú b lica p rotagon izad o p or Ch aves. Ou tros fatos verifi-cad os n o p eríod o 1964/ 1972 m erecem ser d es-ta ca d o s: em 1970, Ch a ves fu n d o u o Cu rso d e Mestrad o em Nu trição d o INUFPE, cu jo in ício efetivo o co rreu em a b ril d e 1971, ten d o co m o o b jetivo s “p rep arar p essoal d e alto n ível p ara aten der à dem an da de profission ais de n u trição n os setores d e d ocên cia, d e p esqu isa e d e asses-soria, su p ervisão e p lan ejam en to d e serviços d e saú d e p ú blica” (Costa, 1995a: 219); ocu p ou n o an o d e 1971, o cargo d e p ró-reitor d e p esq u isa e p ós-grad u ação d a UFPE (Coêlh o, 1983; Cos-ta, 1995a).

No levan tam en to d e su a p rod u ção cien tífi-ca, ob servam os q u e, n o p eríod o d e 1964/ 1972, fora m lista d os 87 títu los d e su a a u toria , o q u e rep resen ta 47,0% d o total d e 185 títu los arrola-d o s em Co sta (1995b ). Verifica m o s a in arrola-d a q u e, ap esar d a red u ção p ercen tu al d o n ú m ero d e títulos publicados por Chaves em relação aos títu -los totais d a in stitu ição (d ecorren te d a am p lia-çã o d o q u a d ro d e p esq u isa d o res d o INUFPE), q u an titativam en te este foi o p eríod o d e m aior ativid ad e p rod u tiva d o au tor, além d e o m esm o p erm an ecer sen d o o p rim eiro d o gru p o em ter-m os d e títu los p u b licad os. Aléter-m d isso, eter-m n osso levan tam en to p aralelo, id en tificam os a p u -b licação d e u m livro qu e n ão con sta n a relação d e Costa (1995b ), e qu e é d e Ch aves (1968).

(8)

seis livros (e m on ografias) e u m cap ítu lo d e vro. Portan to, a p rin cip al m od alid ad e d e p u b li-cação d o p eríod o foi o artigo d e jorn al, q u e re-p resen to u cerca d e 51,7% d o to ta l d e títu lo s, segu id o d o a rtigo p u b lica d o em p erió d ico es-p ecializad o (in tern acion al e n acion al) q u e re-p resen to u cerca d e 22,9% d o to ta l. A Revista Brasileira d e Med icin afo i o p erió d ico em q u e fo i p u b lica d a a a m p la m a io ria d o s títu lo s, se-gu id a p o r O Hosp ital, Arqu ivos Brasileiros d e En docrin ologia e Metabologia, Revista Brasilei-ra de Pesqu isas Médicas e Biológicas e Arqu ivos Brasileiros de Nu trição.

Qu an to às tem áticas ab ord ad as (Tab ela 4), 13 (14,9%) foram in serid os n os cam p os d a en -d o crin o lo gia e/ o u -d a fisio lo gia ; 62 (71,3%) -d a n u trição em saú d e p ú b lica e/ ou tem a d e con -teú d o so cia l e 12 (13,8%) d a n u triçã o b á sica e exp erim en ta l. Co n seq ü en tem en te, este fo i o p eríod o d e au ge d a tem ática n u trição em saú -d e p ú b lica -d en tro -d a tra jetó ria in telectu a l -d e Ch a ves, so b rem o d o em fu n çã o d o to m d e d e-n ú e-n cia (crítica p o lítico -so cia l) verifica d o e-n a s su a s m a téria s p u b lica d a s n o s jo rn a is. Um d e-talh e q u e ch am a m u ito a aten ção é q u e d o to-ta l d e 42 a rtigo s d e jo rn a l, 40 (95,3%) tra zem u m a ab ord agem n o cam p o social e 37 (88,0%) foram p u b licad os en tre 1964 a 1968, m om en to em qu e ain d a h avia u m a certa lib erd ad e d e ex-p ressão d en tro d o con texto d a d itad u ra m ilitar. E, fin a lm en te, n este p erío d o irã o su rgir o s p rim eiros tra b a lh os a b ord a n d o a q u estã o d a s co n seq ü ên cia s b io ló gica s e so cia is d a d esn u -trição p rotéico-calórica n a p op u lação n ord estin a, sob retu d o a qu estão d o com p rom etim en -to físico e in telectu a l gera d o p ela ca rên cia d e p ro teín a s. Tem á tica esta q u e irá ga ra n tir u m a certa esp ecificid a d e à o b ra d e Ch a ves, a sso -cia n d o -o à a u to ria d a “teo ria d a gera çã o d e u m a p op u lação d e n an icos e d eficien tes m en -ta is n o Nord este b ra sileiro”. En q u a n to d esd o-b ra m en to d a s p esq u isa s d esen vo lvid a s n o s cam p os d a fisiologia e d a n u trição exp erim en -tal sob re o valor d as p roteín as n a alim en tação h u m an a, ao lon go d o p eríod o em ap reço, id en -tificam os p elo m en os 10 títu los qu e ab ord am a qu estão.

A m on ografia A Nu trição, o Cérebro e a Men -te(Ch a ves, 1971), q u e to m a m o s co m o o b jeto de an álise, é com p osta p or dez seções: on de n as seis p rim eiras, com b ase em revisões b ib liográ-fica s, o a u to r a p resen ta b reves co n sid era çõ es sob re a an atom ia, a fisiologia e o m etab olism o d o en céfalo, d estacan d o a im p ortân cia d a n u triçã o n o d elin ea m en to d a su a estru tu ra a n a -tôm ica e fu n cion a l; a s três ú ltim a s seções sã o d ed icad as b asicam en te à d iscu ssão d as con se-qüên cias biológicas e econ ôm ico-sociais da d

es-n u trição, p articu larm ees-n te sob re o d esees-n volvm en to in telectu al in fan til. Mas, ele n ão se livolvm i-ta a en xergar a d esn u trição com o u m fator isola d o n o p ro cesso d e d eterm in a çã o d o d esen -vo lvim en to cereb ra l e d a ca p a cid a d e in telectu al d os in d ivíd u os. Assim sen d o, em su as con -clu sõ es, ele ta m b ém ch a m a a a ten çã o p a ra a in teração d e ou tros fatores b iológicos e sociais en volvid os n este p rocesso (Ch aves, 1971).

No cap ítu lo 7, in titu lad o A Idade Vu ln erável e a Ed u cação, o b ser va m o s q u e h á u m a n ítid a p reocu p ação d o au tor em ap resen tar u m con -ju n to d e argu m en tos técn ico-cien tíficos en fatizan d o a vu ln erab ilid ad e b iológicosocial in -fan til, com ên fase p ara o gru p o etário d e 1 a 4 an os d e id ad e, e con seq u en tem en te b u scan d o legitim id a d e p a ra o p ro gra m a d e CERNs, m o -d ali-d a-d e -d e in terven ção n u tricion al -d esen vol-vid a p elo INUFPE em a lgu n s m u n icíp io s d a Zon a d a Mata-Su l d e Pern am b u co, ao lon go d o p eríod o d e 1968/ 1972 (Batista Filh o et al., 1970; Ch aves, 1971).

Em rela çã o a o s estu d o s a cerca d o s efeito s p ro d u zid o s p ela d esn u triçã o e o u tro s fa to res sob re o sistem a n ervoso d as crian ças assistid as p elos CERNs, Ch aves (1971:73) relata, en tre ou -tros fatos, q u e foram ob servad as “elevad as in -cidên cias de alterações p sicom otoras, sen do co-m u co-m en con trar crian ças d e 2 e 3 an os d e id ad e ain d a en gatin h an d o, falan d o m u ito p ou co e ap áticas”. Rela ta a in d a q u e a o sa írem d o q u a -d ro -d e -d esn u triçã o gra ve, “as crian ças com e-çam a se in teressar p elo am bien te qu e as cerca; brin cam , jogam , correm , brigam , etc., atitu d es pecu liares da crian ça n orm al” (Chaves, 1971:75). Ob servam os ao lon go d e A n u trição, o cére-bro e a m en te, so b rem a n eira n a in tro d u çã o e n os três ú ltim os cap ítu los, qu e algu m as p assa-gen s d o texto p od em p erfeitam en te ser con ce-b id a s co m o crítica s ce-b a sta n te su tis, feita s p o r Chaves aos govern os m ilitares. Sutileza que ap e-n as gae-n h a see-n tid o, q u ae-n d o e-n os rep ortam os ao con texto em qu e este livro foi p rod u zid o e ed i-ta d o. Dia n te d o q u a d ro d e en d u recim en to d a cen su ra e d a rep ressão p olicial-m ilitar verifica-d o n os an os 1968/ 1974, torn a-se com p reen sí-vel o ab ran d am en to d e algu m as p assagen s d o texto, em q u e, a n osso ver, Ch aves p rocu ra cri-ticar o m od elo d e d esen volvim en to econ ôm ico ad otad o p elos govern os m ilitares d o p ós-1964 (Ch aves, 1971).

(9)

-cia d o a o lo n go d o govern o d o Gen era l Méd ici (1969/ 1973). Neste sen tid o, to rn a -se co m p re-en sível a m etá fo ra co n tid a n o d esfech o d a ap resen tação d e A Nu trição, o Cérebro e a Men -te, feita p or Em ílio Giacom in i (Ch aves, 1971):

“É p reciso p lan tar, é p reciso colh er, é p reciso fabricar, é preciso tran sportar, é preciso en riqu e-cer. M as é p reciso, an tes d e tu d o, con su m ir. É preciso com er. É preciso viver. Nada se faz, qu an -do se é fam in to.

N ão é com a fom e d as crian ças qu e se con s-trói o fu tu ro de qu alqu er n acion alidade”.

To rn a -se co m p reen sível, ta m b ém , o a p elo h u m an ista, lan çad o p or Ch aves, ao lon go d esta e d e ou tras p u b licações d este p eríod o, a exem -p lo d a afirm ativa a segu ir:

O p rim eiro p asso p ara com bater a d esn u -trição e a p obreza é, sem dú vida, a m odificação ética e m oral do h om em . Sem essa m odificação, qu alqu er p lan o fracassará e a p obreza e a fom e assu m irão m aiores p rop orções n o an o 2000, apesar dos gran des avan ços da Ciên cia e da Téc-n ica”(Ch aves, 1971:91).

1973/ 1982: a nut rição básica e aplicada

Neste p eríod o em an álise, verificam os o d esen -volvim en to d as su as ú ltim as ativid ad es ad m i-n istrativas, q u ai-n d o Ch aves assu m iu a coord e-n a çã o d o Cu rso d e Mestra d o em Nu triçã o (07/ 1975 a 06/ 1976) e a ch efia d o Dep artam en -to d e Nu triçã o d a UFPE (09/ 1975 a 06/ 1976). Além d isso, a p on ta m os o a n o d e 1978 com o o m o m en to d e á p ice d esta tra jetó ria , q u a n d o, m u ito m erecid o, co n ced era m -lh e o títu lo d e Professor Em érito d a UFPE.

Em rela çã o à su a p ro d u çã o cien tífica , o b -servam os qu e, n o p eríod o d e 1973/ 1982, foram listad os 56 títu los d e su a au toria, o q u e rep re-sen ta 20,6% d o to ta l d e 272 títu lo s a rro la d o s. Em levan tam en to b ib liográfico p aralelo, id en -tificam os m ais u m artigo de au toria deste au tor q u e n ã o se en con tra lista d o em Costa (1995b ) (Ch aves, 1980).

Qu a n to a o critério a u to ria ( Ta b ela s 1 e 2), 42 (75,0%) sã o d e a u to ria in d ivid u a l e, n o s 14 d e au toria coletiva, em 3 ele ap arece com o p ri-m eiro au tor.

Qu a n to a o critério n a tu reza d o títu lo ( Ta -b ela 3), id en tifica m o s três a rtigo s p u -b lica d o s em p eriódicos in tern acion ais; 14 em p eriódicos n a cio n a is; d o is em p erió d ico s lo ca is; d o is em p eriód ico d o INUFPE e d ois em Jorn al; três li-vros; 17 cap ítu los d e livros e 13 p u b licações em an ais d e even tos cien tíficos. Por con segu in te, a m od alid ad e d e p u b licação d e m aior evid ên cia foi o artigo em p eriód ico esp ecializad o,

totali-zan d o 39,3% d o total d e títu los. Sen d o a Revis -ta Brasileira d e Med icin ae a Revista Brasileira d e Pesqu isas M éd icas e Biológicas, o s p erió d i-cos qu e con cen traram a m aioria d estes títu los.

Qu an to às tem áticas ab ord ad as (Tab ela 4), 28 (50,0%) títu los foram in serid os n o cam p o d a en d o crin o lo gia e/ o u fisio lo gia ; 20 (35,7%) n a n u trição em saú d e p ú b lica e/ ou tem a d e con -teú d o so cia l; e 8 (14,3%) n a n u triçã o b á sica e exp erim en tal. Verificam os qu e h ou ve u m certo retorn o d o p rofessor aos tem as d a en d ocrin o-lo gia e/ o u fisio o-lo gia n u tricio n a l. No m esm o sen tid o, u m a certa ten tativa, em gran d e p arte d os títu los, d e realização d e u m a sín tese en tre a en d o crin o lo gia e/ o u fisio lo gia e a n u triçã o em saú d e p ú b lica. Por ou tro lad o, ob serva-se o esvaziam en to d a n u trição b ásica e exp erim en tal, a m ed id a qu e o p rofessor ap arece com o au -tor secu n d ário n estes títu los. E, fin alm en te, em 1978, co m a p u b lica çã o d e N u trição Básica e Ap licad a(Ch aves, 1978), en cerrou -se, p ratica-m en te, a o s 72 a n o s, a tra jetó ria d e p ro d u çã o in telectu al d e Ch aves. Ap ós, em 1981, ap arece a p u b lica çã o d e u m resu m o em a n a is d e co n -gresso e, em 1982 e 1983, q u a tro p u b lica çõ es p ó stu m a s fo ra m registra d a s (Ch a ves m o rreu , em 24 d e m a io d e 1982, n a cid a d e d o Recife, aos 76 an os d e id ad e).

N u trição Básica e Ap licad a, a lém d e ser a p u b lica çã o q u e p o p u la rizo u Ch a ves, u m a vez q u e torn ou -se u m a d a s p rin cip a is referên cia s b ib liográficas d o p rocesso d id ático-p ed agógi-co d e form ação d o n u tricion ista b rasileiro n os an os 1980, con stitu iu a ob ra sín tese d a trajetó-ria acad êm ico-in telectu al d este au tor.

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tri-çã o p ro téico -ca ló rica (DPC) e d o b ó cio en d ê-m ico. Nesta segu n d a p arte, q u e con seq ü en te-m en te rep resen ta os 30% restan tes d o volu te-m e d o livro, n a ten ta tiva d e a rticu la çã o d a s p ers-p ectivas b iológica e social, estes seis caers-p ítu los a b o rd a m co n teú d o s tem á tico s q u e, em seu co n ju n to, vin cu la m -se a o ca m p o d a n u triçã o em sa ú d e p ú b lica , ta is co m o o s m éto d o s d e d ia gn ó stico d o esta d o n u tricio n a l d e p o p u la -ções; a ep id em iologia d as p rin cip ais carên cias n u tricion a is n o Bra sil; o sin ergism o en tre n u -triçã o e in fecçã o ; o s d eterm in a n tes eco n ô m i-co -so cia is d a d esn u triçã o e o s p ro gra m a s d e in terven ção n u tricion al.

Em Nu trição Básica e Ap licad a, ao d iscu tir os asp ectos econ ôm ico-sociais d a d esn u trição, Ch aves voltou a fazer referên cias aos d ois p rin -cip ais clássicos d e Castro – Geografia d a Fom e e Geop olítica d a Fom e–, referen d an d o as con -cep çõ es d este a u to r so b re a fo m e en d êm ica . Aliás, observam os qu e a visão ecológico-h u m a-n ista co m a q u a l Ch a ves a b o rd a o s co a-n ceito s d e p rod u ção d e alim en tos, crescim en to d em o-grá fico e d esen volvim en to econ ôm ico-socia l, em m u ito ap roxim a-se ou id en tifica-se com as co n cep çõ es d efen d id a s p o r Ca stro. Acred ita -m os ain d a q u e este resgate d o con ceito d e fo-m e en d êfo-m ica e d as referên cias às ob ras p roib i-das de Castro, qu e m orreu n o exílio p olítico, em Paris, n o an o d e 1973, p ossa ter ou tros sign ifi-ca d o s. Co m ele, Ch a ves a lém d e p resta r u m a h om en agem p óstu m a ao seu con terrân eo cien -tista, reb elava-se con tra as atrocid ad es com eti-d as p ela eti-d itaeti-d u ra m ilitar e, sim u ltan eam en te, p ren u n cia va o a b ra n d a m en to d a cen su ra n o cam p o acad êm ico-cien tífico e o in ício d a ab er-tu ra p olítica n o País.

Na seq ü ên cia d o ca p ítu lo, a o a p resen ta r u m a visão u m tan to catastrófica em relação às q u estões d a p rod u ção d e alim en tos, d o cresci-m en to d ecresci-m ográfico e d o d esen volvicresci-m en to eco-n ôm ico exclu sivo, ob servam os u m a certa ap roxim a çã o d este a u to r co m d eterm in a d a s co n -cep ções n eo-m alth u sian as, m u ito em voga n os an os 1970, em face d as crises m u n d iais d e alim en tos, d o p etróleo e d a d egrad ação d as con -d ições -d e vi-d a -d e sign ificativas p arcelas -d a p o-p u lação h u m an a. E q u e, n o caso eso-p ecífico d o Brasil, evid en ciou -se n o p ós-1974, com o sin to-m as associad os ao fito-m d o to-m ilagre econ ôto-m ico, en tre os q u ais a elevad a p revalên cia d e fom e e d esn u trição atestad a p elo Estu d o Nacion al d a Desp esa Fam iliar (ENDEF). En tretan to, p arece-n o s q u e a o fiarece-n a l d esta su a d iscu ssã o, a ca b a p revalecen d o u m a visão ecológico-h u m an ista d os p rocessos d e d eterm in ação e d e com b ate à fom e/ d esn u trição en d êm icas. Sen d o assim , ele sin tetiza:

“O objetivo fin al d o d esen volvim en to (...) deve ser segu ram en te a m elh oria do qu e con h e-cem os com o qu alid ad e d e vid a. E isto n ão p od e ser alcan çad o som en te através d o crescim en to econ ôm ico, esp ecialm en te m ed id o p ela ren d a per capita n acion al. O progresso deve ser h u m n izado; som en te qu an do con sidera o ser h u m n o o d esen volvim en to p od e ser olh ad o d e m a-n eira m ais am pla.

Vale ressaltar ain d a qu e o d esen volvim en to avaliad o ap en as p elo p rod u to n acion al bru to, sem abran ger tod as as cam ad as sociais, favore-ce som en te a pequ en os gru pos e pou co in flu i n o com bate à desn u trição en dêm ica e à su a prin ci-pal cau sa: a pobreza”(Ch aves, 1978:326).

Nas con sid erações fin ais d este cap ítu lo, ele acrescen ta im p ortan tes elem en tos exp licativos ao p rocesso d e d eterm in ação d a fom e en d êm i-ca, garan tin d o assim u m a m aior con sistên cia à su a visão ecológico-h u m an ista. Neste sen tid o, su as críticas à “socied ad e d e con su m o” e ao d e-sen volvim en to tecn ológico voltad o exclu siva-m en te p a ra in teresses eco n ô siva-m ico s, esiva-m d etri-m en to d a satisfação d as n ecessid ad es b ásicas d os seres h u m an os, levam -n o a estab elecer u m p ro gn ó stico b a sta n te p essim ista p a ra a fo m e en d êm ica m u n d ial:

“Vivem os n u m a ép oca d om in ad a p ela su -p ertecn ologia, visan d o à -p rod u ção em m assa p ara fin s altam en te lu crativos, n a qu al a m á-qu in a com p ete com o h om em e o esm aga. É u m a característica d a socied ad e d e con su m o, qu e exige a u tilização d os ben s d e con su m o em ben efício, sobretu d o, d os gru p os econ ôm icos d e m elh or n ível, m argin alizan do, qu ase sem pre, as com u n id ad es com o u m tod o. As estru tu ras e as in fraestru tu ras de sociedades deste tipo são in -com p atíveis -com as n ecessid ad es e in teresses das coletividades em geral. A fom e ten derá a au -m en tar, a n ão ser qu e o h o-m e-m se -m od ifiqu e, torn an do-se m en os egoísta e m ais com u n itário, qu e as estru tu ras p olíticas se tran sform em e vi-sem m ais aos in teresses d as socied ad es”(Ch a -ves, 1978:327).

Assim sen d o, n a ten tativa d e evitar a con fir-m a çã o d este p ro gn ó stico n ega tivo, p o r fir-m eio d o resgate d e valores éticos, com o a solid arie-d a arie-d e h u m a n a , ele la n ça o a p elo à a arie-d o çã o arie-d o p arad igm a h u m an ista, d e form a exp lícita:

“É preciso con siderar o h om em globalm en te, com am pla visão h u m an ista, e situ á-lo em u m a p osição h ierárqu ica realm en te su p erior, m as en trelaçad o com os ou tros an im ais e o m u n d o vegetal, ou seja, em p erfeita h arm on ia com o seu am bien te físico, ú n ico m eio de u tilizar-se da n atu reza, con servan do-a, sem destru í-la.

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-te ap licad os p ara evitar a d e-terioração d o h o-m eo-m p ela foo-m e, p ela ign orân cia, p ela ap atia e p ela d elin qü ên cia, agen tes estes qu e atu am si-n ergicam esi-n te si-n o com plexo da pobreza. A tecsi-n o-cracia, a aceleração do desen volvim en to econ ô-m ico exclu sivo, seô-m con sid erar os asp ectos bio-lógicos e sociais, acarretam m u d an ças bru scas, sem o tem p o n ecessário p ara a adap tação, e co-locam à m argem os d ireitos elem en tares d o ser h u m an o” (Ch aves, 1978:327).

Ob serva-se em algu m as p assagen s d os tre-ch o s cita d o s a n terio rm en te, q u e a p esa r d o sen tid o u n iversal qu e o au tor p rocu ra d ar à su a ab ord agem , ela p od e p erfeitam en te ser con si-d era si-d a co m o u m a crítica p a rticu la r a o ca so b rasileiro. Assim sen d o, n ovam en te ap on tam os a s p o ssíveis crítica s q u e, su tilm en te, Ch a ves p ro cu ra va fa zer à tecn o cra cia m ilita r e a o seu m od elo d e d esen volvim en to econ ôm ico, m u i-to b em rep resen ta d o p elo m ila gre b ra sileiro. Po r fim , ele a p o n ta o s lim ites d o q u e ch a m a m os de p ersp ectiva biológica, com o in stru m en -to d e ab ord agem d os p rocessos d e d eterm in a-ção e d e com b ate à fom e/ d esn u tria-ção en d êm i-cas, in d ican d o-n os a n ecessid ad e d e ad oção d o q u e ch a m a m o s d e p ersp ectiva so cia l, a q u a l, ap esar d e su as m aiores am p litu d e e com p lexi-d alexi-d e, p olexi-d eria ap resen tar u m a m aior cap acilexi-d a-d e reso lu tiva p a ra o p ro b lem a a-d a fo m e en a-d ê-m ica. Sen ão, vejaê-m os:

“Percebem os, d esse m od o, qu e o p roblem a d a fom e en d êm ica se d esloca d o p lan o cien tífi-co, n u tricion al e m édico p ara u m cam p o m u ito m ais am p lo e com p lexo, de solu ção m u ito m ais difícil: o econ ôm ico-social e político. Os progra-m as assisten ciais e preven tivos eprogra-m ben efício dos gru p os m ais vu ln eráveis da p op u lação têm im portân cia e são n ecessários. Mas som en te atitu -des políticas racion ais e corajosas poderão, real-m en te, real-m u dar o ru real-m o dos acon tecireal-m en tos e ofe-recer m elh ores p ersp ectivas p ara a h u m an id a-d e, qu e se a-d ebate n u m a a-d as m aiores crises a-d e su a h istória”(Ch aves, 1978:327).

Pod em os con clu ir q u e esta p ostu ra d e d es-locam en to d o p rob lem a d a fom e en d êm ica d o p la n o cien tífico, n u tricio n a l e m éd ico p a ra o cam p o econ ôm ico-social e p olítico, ap on tad a p or Ch a ves em Nu trição Básica e Ap licad a, d e certa form a, já estava sen do colocada em p rática, desde agosto de 1974, qu an do u m dos m em -b ro s d a su a eq u ip e d e tra -b a lh o d o INUFPE, o Dr. Bertold o Kru se Gran d e d e Arru d a, p assou a assu m ir a p resid ên cia d a agên cia cen tral con d u tora d a ch am ad a Política Social d e Alim en -tação e Nu trição d o Estad o Au toritário Brasileiro, o In stitu to Na cio n a l d e Alim en ta çã o e Nu -trição (INAN). No en tan to, só a p artir d e 1976, com a in stitu içã o d o II PRONAN, é q u e a con

-cep ção ecológico-h u m an ista d e “p roteção aos gru p o s b io ló gica e so cia lm en te vu ln erá veis à d esn u trição”, d efen d id a p or Ch aves e p elo con -ju n to d e d o cen tes d o INUFPE, p a sso u a ser o p a ra d igm a d o m in a n te d o ca m p o d a n u triçã o n o Brasil.

Considerações finais

A a n á lise d a tra jetó ria a ca d êm ico -in telectu a l d e Ch aves n os p ossib ilitou a id en tificação d e, p elo m en os, qu atro d istin tas fases d e p rod u ção cien tífica d este a u to r, a o lo n go d o p erío d o 1932/ 1982. Fa ses d em a rca d a s p o r d istin to s con textos viven ciad os p ela socied ad e b rasileira e, em p articu lar, p ela socied ad e p ern am b u -can a, locu s esp ecífico on d e ocorreu tod o o seu p rocesso d e criação cien tífica. Ao lon go d estas cin co d écad as in vestigad as, p rocu ram os id en tifica r o s m ovim en to s d e co n tin u id a d e e ru p -tu ra p erco rrid o s p o r este cien tista em to rn o d a s d u a s p rin cip a is verten tes co n fo rm a d o ra s d o cam p o d a n u trição, a b iológica e a social, e q u e d era m p a ssa gem a o p rocesso d e gên ese e con solid ação d a n u trição em saú d e p ú b lica n o Brasil (Vascon celos, 1999a).

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Nord este Brasileiro(Ch a ves, 1948b ), com o em Alim en tação e Saú de Pú blica(Ch aves, 1948a).

Nos an os 1946/ 1963, ob servam os q u e o es-tu d o d as p roteín as, sob o p on to d e vista fisiológico, con stitu iu o p a ra d igm a cen tra l d a s in -vestiga çõ es d esen vo lvid a s p o r Ch a ves e seu s assisten tes. A im p ortân cia d esta tem ática, n es-te m om en to d e su a trajetória in es-telectu al, o faz a p o n ta r este p erío d o d a h istó ria d a n u triçã o com o a “era das proteín as”, qu e h avia sid o p re-ced id a , resp ectiva m en te, p ela s “eras d as vita-m in as e das calorias”(Ch aves & Teod ósio, 1955: 523). Periodização esta que difere daquela ap re-sen tada p or u m ou tro n u trólogo da ép oca (Cos-ta , 1953), o q u a l id en tifica este p erío d o co m o u m a “fa se d e in teresse eco n ô m ico -so cia l” n a h istória d a n u trição, ain d a q u e recon h ecen d o a con tin u id a d e d a “fa se d e in teresse fisiológi-co”, q u e cron ologica m en te a h a via p reced id o. Ob servam os ain d a qu e, ju stam en te n esta lin h a d e in vestigação, reap arece o seu d eb ate acad ê-m ico co ê-m Ca stro, eê-m to rn o d o ê-m o n o p ó lio d a com p etên cia cien tífica d o ca m p o d a n u triçã o (Bou rd ieu , 1994). No a rtigo a n teriorm en te ci-ta d o, a o a p resen ci-ta r o esci-ta d o d a a rte so b re a q u estã o d a s n ecessid a d es p ro téica s n a n u tri-ção h u m an a, Ch aves & Teod ósio (1955:532) re-ferem u m a série d e in vestiga çõ es cien tífica s q u e esta ria m em “d esacord o com o p on to d e vista d e Josu é d e Castro, p ara qu em a carên cia p rotéica au m en ta[ria] a rep rod u ção”h u m an a. Provo ca çã o a ca d êm ica rela cio n a d a à co n tro -vertid a tese d efen d id a p or Castro em Geop olí -tica da Fom e (Castro, 1951), p ara qu em h averia u m a associação en tre con su m o d e p roteín as e crescim en to p op u lacion al, sen d o a d eficiên cia p rotéica u m fator d ecisivo d a exp losão d em o-gráfica m u n d ial (Barb osa Lim a Sob rin h o, 1982, apu dCh aves, 1982; L’Ab b ate, 1982). Em relação à s o b ra s in stitu cio n a is cria d a s, n este p erío d o em a p reço, sob a d ireçã o d e Ch a ves, q u a is se-ja m o INUFPE, o Cu rso d e Nu tricio n ista s e o s Cu rsos d e Esp ecialização em Nu trição em Saú -d e Pú b lica p ara m é-d icos, acre-d itam os q u e se-ria in teressa n te fa zer u m p a ra lelo n ã o a p en a s com as in stitu ições criad as sob a orien tação d e Ca stro n o s a n o s 1940 (o In stitu to d e Nu triçã o d a Un iversid a d e d o Bra sil – INUB, o Cu rso d e Nu tricion istas e os Cu rsos p ara Nu trólogos d es-ta in stitu ição), m as com ou tras in stitu ições se-m elh an tes já existen tes n o Brasil e n o exterior. Parece-n os qu e a p artir d a criação d e tais in sti-tu içõ es, Ch a ves p ro cu ra va d o ta r o Esta d o d e Pern a m b u co, o u m esm o o No rd este, d e u m cen tro d e en sin o, p esq u isa e exten sã o em n u -triçã o, n ã o a p en a s a rticu la d o e d ep en d en te, m a s co m p len a s co n d içõ es d e co m p etir co m seu s sim ilares n acion ais e in tern acion ais. En

-treta n to, n u m co n texto m a rca d o p elo id eá rio d esen volvim en tista, em q u e a in d u strialização co lo ca va -se co m o p a n a céia p a ra so lu çã o d a p o b reza , d a fo m e e d a s d esigu a ld a d es regio -n ais (Fu rtad o, 1998), a criação d e tais n stitu i-çõ es extra p o la m a s fro n teira s d o s in teresses p esso a is d o cien tista Ch a ves, b em co m o a s fro n teira s d e su a riva lid a d e a ca d êm ica co m Castro. Além d a d in âm ica in tern a d o con texto lo ca l/ regio n a l, ca ra cteriza d a so b retu d o p elo m ovim en to q u e p od em os ch am ar d e rein ven -çã o d o No rd este, p ro cu ra m o s in d ica r q u e o p rocesso d e gên ese d a n u triçã o em sa ú d e p ú b lica em Pern a m b u co o co rreu so b fo rte in -flu ên cia in tern acion al, rep resen tad a p ela reali-zação d o Nu trition Su rveyd o ICNND e p or ou tra s o rien ta çõ es d e o rga n iza çõ es in tern a cio -n ais, tais com o OMS, OPAS, FAO e UNICEF.

Nos an os 1964/ 1972, o n ú cleo d e p esqu isa-d ores isa-d o INUFPE, isa-d irecion aisa-d o p or Ch aves, co-m eço u a rea liza çã o d a s p rico-m eira s p esq u isa s e exp eriên cias d e in terven ção n u tricion al d e cará ter p o p u la cio n a l n a Zo n a d a Ma ta p ern a m -b u can a, caracterizan d o o p rocesso d e d esloca-m en to d o p a ra d igesloca-m a b io ló gico p a ra o so cia l, q u e d eu p a ssa gem à in stitu cio n a liza çã o d o cam p o d a n u trição em saú d e p ú b lica n o Esta-d o Esta-d e Pern am b u co. Neste con texto, com o exílio d e Ca stro (e d e ta n to s o u tro s q u e co m p u -n h a m a ch a m a d a elite p o lítico -p e-n sa -n te d o No rd este b ra sileiro e q u e, p ro gressiva m en te, ca la ra m -se, to rn a ra m -se d e d ireita o u fo ra m exp u lsos d o p aís p elos govern os m ilitares, tais co m o Celso Fu rta d o, Fra n cisco Ju liã o e Pa u lo Freire), Ch aves p assou a ser o p rin cip al p orta-voz d o ca m p o d a n u triçã o, ta n to n o en fo q u e b iológico com o n o social. Neste sen tid o, qu an -d o an alisam os a su a trajetória aca-d êm ico-in te-lectu a l n este p eríod o, id en tifica m os u m a fa se in icial situ ad a n os an os 1964/ 1968, con texto d e relativa lib erd ad e d e exp ressão d en tro d a d itad u ra m ilitar, caracterizaitad a sob retu itad o p ela p u -b licação d e artigos em jorn ais, assu m in d o u m certo tom d e d en ú n cia d as con d ições d e m isé-ria e d e fom e existen tes n o Nord este b rasileiro, m o rm en te em Pern a m b u co. Na segu n d a fa se id en tifica d a , situ a d a n o p erío d o 1968/ 1972, co m a m o rd a ça d a ch a m a d a lin h a d u ra d a d i-ta d u ra m ilii-ta r, p a rticu la rm en te so b o s efeito s rep ressivos d o Ato In stitu cion al no5 (AI-5) e d o Decreto-Lei no477 (Cou to, 1998, 1999), ob

ser-vam os além d a recorrên cia à tem ática b iológi-ca, a au sên cia ou o ab ran d am en to d as críticas sociais n as p u b licações d este au tor.

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en tre o b iológico e o social, o técn ico e o p olíti-co, o regio n a l e o u n iversa l. Fo i n este m ovi-m en to teó rico -co n ceitu a l q u e id en tifica ovi-m o s u m a m aior ap roxim ação d este cien tista com as id éias d e Castro. Ou tras evid ên cias assin alad as p recisam ser d estacad as, m esm o qu e corren d o o risco d e estarm os com isso con trib u in d o p a-ra o p rocesso d e “m itificação” (Brito, 1995) d es-te cien tista p ern a m b u ca n o. Co m o vim o s, a o lo n go d este ú ltim o reco rte in vestiga d o, en tre os seu s 70 a 76 an os d e id ad e, Ch aves d esen vol-veu su a s ú ltim a s a tivid a d es a d m in istra tiva s, assu m in d o tan to a ch efia d o Dep artam en to d e Nu triçã o co m o a co o rd en a çã o d o Cu rso d e Mestra d o ; m a n teve-se n a p o siçã o m a jo ritá ria em relação à p rod u ção cien tífica d o seu gru p o e p u b lico u a o b ra sín tese d e su a tra jetó ria , o clássico Nu trição Básica e Ap licad a. Ao tom ar-m os esta ob ra coar-m o ob jeto d e an álise, assin

a-lam os qu e a m esm a torn ou -se u m a d as p rin cip ais referên cias b ib liográficas, con form e id en -tificou Bosi (1988), d o p rocesso d id ático-p ed a-gógico d e form ação d o n u tricion ista b rasileiro n os an os 1980. Revisan d o esta n ossa con stata-ção, acrescen taríam os q u e, além d isso, Nu tri -ção Básica e Ap licad ase co n stitu iu n u m d o s p rin cip ais veícu los d e circu lação d as id éias d o gru p o d e cien tista s d o INUFPE, co n trib u in d o p ara d efin ir, p elo m en os n o p eríod o qu e an ali-sam os, qu ais os p rob lem as e os m étod os legíti-m o s d o ca legíti-m p o d a n u triçã o elegíti-m sa ú d e p ú b lica n o Brasil. Ou seja, a visão ecológico-h u m an ista acerca d os m étod os d e d iagn óstico, p reven ção e tra ta m en to d o p ro cesso fo m e/ d esn u triçã o, con tid a em Nu trição Básica e Ap licada, con sti-tu ir-se-ia, a p artir d e en tão, n o p arad igm a d om in an te d a n u trição n o Brasil, seja coom o ciên -cia, p olítica social e/ ou p rofissão.

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