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TI. C A D E D I V I D E N DOS E OPREÇO DE MERCADO DA AC~O
.
"--'~-- Fundaç~oGetulio Vargas ESGola de Administração
FGV de Empr2!IrAS deSAo Paulo .
Bib'ioMect .
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JO~'E QU~IRO~O;:~
SUM~RIO
Capftulo -!
I A Import~ncia da polltica de Dividendos na Administra
çio Financeira
11 A polltica de Dividendos como uma Decisão de Financia
mento
111 A FErmula de Walter
IV Argumentos Favorãveis ~ Irrelevincia dos Dividendos
V Anãlise dos Dividendos sob Incerteza
VI Imperfeições do Mercado
VII Dividendos em Açõesg Bonificações e Direitos
VIII A polltica Otfrna de Dividendo~
IX
Uma Anãlise EmplricaApendice - Demonstrações Matemiticas
I - A Importincia da polltica de Dividendos na Administraçio
Financeira
1.1 - O obj~~ivo da empresa
Neste estudo admitiremos que o objetivo da empresa ~
maximizar a riqueza de seus acionistas. Essa riqueza
-e r-epr-es-entada pelo preço de mercado da açao, sendo
o reflexo das pollticas de investimento, financiamen
to e dividendos da empresa.
1.2 - As funções das Finanças
As funções das finanças podem ser divididas nas três
areas de decisões da empresa:
A Decisio do Investim~nto
A Decisão do Financiamento
A Decisão do Dividendo
Cada uma das decisões deve ser considerada em
rela-ç~o ao objetivo da empresa; uma ~ti~a combinação das
três decisões maximizari o valor do empreendimento~
ra seus acionistas.
Vejamos agora rapidamente o que significa cada uma
A Decisão do Investimento
A decisio do investimento talvez seja a mais
im-portante das três decisões. O investimento de ca
p i tal, q ue
e
o tõ
pico m a i sim po r ta n te de s taã
rea,e
a alocação de recursos em ATIVOS cujos benefI-cios são esperados no futuro. Pelo fato dos benefIcios futuros não serem conhecidos com certeza
~s investimentos envQlvem risco~
Consequentem~n-te,
eles devem ser avaliados em relação ao seuespe~ado retorno e ao risco envolvido. Esses sao
os fatores q~e afetam o valor da firma no
merca-do de capitais.
Dessa maneira, a decisão do investimento d~termi
na o tekal dos Ativos da empresa, a composição
de sse s ativos e o
"r
is c o .do n e 9õ
c io '".A Decisão do Financiamento
A segunda decisão importante da empresa
e
a dec!sio do financiamento. Aqui o gerente financeiro
deveri determinar a melhor estrutura de capital
da firma. Se uma companhia pode mudar o seu va
-lor no mercad'o, simplesmente v a riand o a sua
trutura de capital, uma 6tima estrutura de
capi-tal deveri existir e nesse ponto o preço de
mer-cado da ação seri maximizado. A decisão do finan
ciamento deveri levar em consideração a
composi-çã o a tua 1 e f u tu ra dos a t ivos d a em p r e sa p a ra que
possa determinar o risco percebido pelos investi
dores. Por outro lado, a percepçao do risco
pe-los investidores afeta o custo real dos v âr í o s ti
pos de financiamento.
A Decisio do Dividendo
A terceira decisio das finanças diz respeito aos
dividendos. ~cisª_Q __do dividendo ab r anq e : a per
---~---~.,..,.,~ -.--~-->.~-~~-'~~~-~- .-~,~" -~
centagem dos lucros distribuldos aos~acionistas,
~..-. ~-",-_._, •. -'-~~~.- -~-= - . -"
a estabilidade dos dividendos ao longo do tempo,
os dividendos pagos sob a forma de ações e a
re-compra de ações. A relação entre os dividendospa
gos e o lucro retido deve ser analisada visando
maximizar a riqueza do acionista. Se os
investi-dores marginais nao são indiferentes entre
ga-nhos de capital e dividendos, deverã haver uma
ótima relação de pagamento de dividendos que
ma-ximizari a riqueza do acionista.
'-lucros entre o pagamento aos acionistas e a rein
versao.
--:::::;.> .
,
A reinversão
e
uma das mais importantes fontes defundos para financiar o crescimento da empresa,
mas os dividendos tamb~m são importantes para os
acionista~. Embora ambos sejam desejiveis essas
duas metas estão em c~nflito - uma~---alta relação
de pagamento de dividendos significa menores lu-~_..-..
eros retidos e consequentemente, uma
..')
menor taxa
,
de. crescimento nos lucros futuros e no preço da
ação. Uma das mais importantes decisões do gere!
----
.te financeiro
e
determinar a alocação dos lucrosapós o imposto de renda.entre dividendos e lucro
retido. Essa decisão pode ser de grande importâ~
cia no preço de mercado da ação. Neste estudo
a-nalisaremos o efeito da polftica de dividendos
sobre o preço corrente da ação no mercado. Esse
assunto interessa não apenas aos diretores da em
presa que devem estebelecer a polftica de divi
-dendos mas tambem para os investidores
planejan-do suas carteiras e aos economistas procurando
entender e avaliar o funcionamento do mercado de
capitais.
A pe r qun te básica a ser respondida.
e:
Existe umaxa de relações, que maximiza o valor corrente da
11 - A politica de Dividendos como decisão de financiamento
(Teoria Residual)
Para podermos avaliar a questio de como a politica de
di-v ide n dos inf1 u i no pI~e ç o de m e r c ado d a a ç ã o a n a 1 isem o s ini
cialmente essa pol{tica como uma decisão de financiamento
envolvendo a retenção dos lucros. Consideremos assim o ca
50 ~m que o uso dos fundos provenientes dos lucros e a p~
lTtica de dividendos resulte de uma decisão de financia
-mento. Enquanto a firma tiver projetos de .tnv e stime nto s cu
jo retorno exceda seu custo de capital ela usari os
lu-·é
cros retidos para financiar os seus projetos. Por outrola
do se a firma não1possui projetos de investimento com
re-torno superior ao custo de capital ela deveri distribuir
seus dividendo~/
~sabemos que a politica de dividendos, a politica de inve~
I
.
~
i,. timentos e o custo de capital estão intimamente r e l ací o na
dos. Na pritica, o orçamento de capital, o custo marginal
de capital e a taxa de retorno marginal em investimentos
/'
são determinados simultaneamente. Analisaremos agora essa
solução simultanea sobre a luz da "teoria residual da
po-I
~itica de df v í c e ndo s?.
-"O ponto de partida dessa teoria e que os investidores p~
ferirão que a empresa retenha e reinvista os lucros, ao
dos exceder a taxa de retorno que investidores possam
ob-ter por si próprios, em outros investimentos de risco
se-melhantell •
:(.0
custo do capital próprio obtido a partir dos lucros re-tidos tem um custo de oportunidade que reflete as taxas ~)retorno
ã
disposição dos acionistas. Se um acionista pode~. obter outras aç5es de mesmo risco com maior retorno ele
v
; não teri interesse em ver os lucros da empresa
reinvesti-I
dos."--( Muitas firmas t~m uma estrutura de capital ótima Que,
ge-ralmente exige algum em~r~stimo. Assim, novos
investimen-tos são financiados parte com novos empr~stimos e parte
I
/
i
com capital próprio. Os empr~stimos tem geralmente um cus
to inferior ao custo do capital próprio, dessa forma os
dois tipos de fundos devem ser ponderados para se determi
n a r o. cus to d e c a pital da em p re s a c om o um to do. ~nq u a n to
'"
a firma financiar seus
investimentos.de.n.t.Y-'o.·daestrutu·r-a--ótima, usando a proporção ótima entre
empres_t.i.mo_se~G-a--pi-tal próprio (gerado atraves dos lucros retidos), seu cus~
-to marginal de capital sera igual ao custo de capital da
, empresa como um todo.
Os fundos gerados internamente sao capazes de financiar
apenas uma certa quantidade de novos investimentos, isto
·novas ..açoe s a _um custo mais elevado. Neste ponto, aonde
no~as ações devem ser vendidas o custo rlo capital pr6prio
cresce e consequentemente o custo marginal de capital tam
bem cresce.
A figura 2-1 ilustra o exposto acima. Uma firma
hipoteti-ca tem um custo marginal de capital de X por cento enqua~
to lucros retidos
sio
disponlveis. Entretanto, o custo decapital cresce para Y por cento quando novas ações devem
CUSTO MARGINAL DE CAPITAL
Y - ~...-'---.
_---I
X ~---~~----~
i
I
I I
I II
I I
I I
: I
I I
I
EMPRÉSTIMO!
ser vendidas.
CUSTO DE CAPITAL
%
LUCROS
CAPITAL
FIGURA 2.1
Obs: A figura 2.1 admite uma descontinuidade no custo de ~ capital, 'na realidade dever~ haver um crescimento
ripido no custo quando da venda de novas ações mas a função deveri ser continua.
Suponhamos agora que uma empresa tenha uma lista de
opor-tunidades de investimentos para cada ano. Admitamos agora
3 (tris) anos d1ferentes: o primeiro, um bom ano com boas
oportunidades de investimento (011), o segundo, um ano r!
zoivel (012) e o terceiro um mau ano, com poucas oportun!
dades de investimento (OI
3). Coloquemos agora essas opor-tunidades de í nve st tme nto em um grãfico aonde o valor do
investimento seja uma função da taxa de. retorno. Fig. 2.2.
T_AX_A_DE_R_E_ro~P.N~_O~ ~ l
N5s podemos
.
agora combinar as oportunidades de investimen-to com o cus-to de capital. O ponto onde a curva de oport~
nidades de investimentos cortar a curva de capital defini
rã o ponto dos novos investimentos. Fig. 2.3
%
y
X
-+---~---"--->'o:--i
\. ' .
CUSTO MARGINAL DE CAPITAL
INVESTIMENTO
FIGURA 2.3
Consideremos o caso em que as oportunida~es de investimen
tos sejam representadas por 011• Nesse caso a empresa
de-verã usar todo o lucro e vender novas açoes no mercado p!
ra poder fazer seus investimentos sem alterar sua estrutu
Nas condições 012 e 013 a firma deverâ financiar seus inve s
timentos parte com os lucros retidbs e parte com empr~sti
mos mantendo a sua estrutura 5tima de capital
distribuin-do o excede~te do lucro sob a forma de dividendos.
c
o nc 1u são : Qu a n do t r a t amos a po 1i
t ica de d iv id e ndos eSJ,!jtamente como uma decisio de financiamento,
°
pagamento dedividendos
i
um residuo passivo. O total de dividendos aser pago flutuarâ de periodo para perTodo, de acordo com
a flutuação das oportunidades de investimento. Se as opo~
tunidades de investimento são muitas os dividendos serao
iguais a zero. Por otitro lado se a firma não possui nenhu
ma oportunidade de investimento o dividendo a ser pago de
ve ser igual a 100% dos lucros.
Para situações entre esses extremos o pagamento de divi
,r
111 - A Formula de Walter
-Baseando-se na premissa de que o mercado de açoes e
sus-ceptlvel de racionalização, James E.Walter formulou um
dos primeiros modelos te5ricos relacionando a polltica ~
dividendos com o preço de meicado das aç~es.
o
mo d e10 fo~~l
a b~C?!:.aAo__Qa ra açõe~? ..9I<LtD.iri.a.? ..
d e __ .9!-ª.ndes, ----.--"-- -~---~
companhias. Devido ~s grandes imperfeições de mercado pa
-_ ..~~~ .. ~.~-> ....~~. -_ ... '-~' .~._.- ..•. -.. ~.. ~ .- ••. -:"
ra as pequenas empresas e
i
sua identificação com os a-A hipótese fundamental do estudo
e
a seguin t e:"O preço das açoes
e
o valor presente de todos os divi-dendos futuros esperados".
Isto posto, os lucros retidos afetam o preço das
pela sua influência sobre os dividendos futuros.
açoes
O fato de algumas açoes terem altas cotaç~es e pagarem ~
vid eJ;(dos p e que nos o u n u los não c o n tr adiz e s s a p r e po siç ã o .
Os lucros retidos podem ser realizados pelos acionistas
atraves da venda de suas aç~es e, ao menos em parte, for
necem aos investidores informaç~es sobre o que devem
es-perar, em termos de dividendos, para o fut~ro.
uti-lizoise
o conceito da
taxa de capitalização do mercado.Ela ~ determinada pela taxa de re~orno em tltulos
"li-vres de risco" acrescida de um premio exigido pelos acia
nistas devido aos riscos incorridos. Os ganhos em titulo
"Lí vr-es de r is c o " estão condicionados a certos fatores co
mo por exemplo: polltica monetiria, polltica de financi!
menta, distribuição de renda, intensidade dos desejos do
presente em oposição aos do futuro, e produtividade. O
premio bãsico pelo risco sob o aspecto macro economico
e
dependente do comportamento da economia e da polltica g~
vernamental. SOb o ponto de vista micro economico,
dife-renças na estrutura de capital, no tamanho, na efici~n
-cia e na dimensificação ocasionam substanciais variações
nas taxas de capitalização do mercado.
1:-.
Quanto mais altas as taxas de capitalização, para cada~
presa ou para o mercado
em
geral, um numero menor de açõespoderã ser classificada como ações de crescimento ripi
-do.
A proposição de que todas as'.açoes ordinãrias tem um com
p o r ta me n to r azo a v e1me n teu nifo r m e não p a r e c e c o r r e ta qua1:). do se observa as variações nos preços das ações. Por
es-te fato as ações foram divididas em três grupos: açõesde
---..~_ _ 7"
ações,..---- ~..._- _._ç_ºJJ1_dj~v"tdendos- f.i.xos ...
admitidas como um dos principais aspectos que diferenciam
os tr~s grupos. As aç5es de crescimento ripido seriam
C!
racterizadas por relaç5es de pagamento de dividendos bai
xas; aç5es de crescimento intermedi~rio por re1aç5es
m~-dias ou altas e finalmente as aç5es com dividendos fixos
por taxas fixas de dividendos. No entanto, com exceção
das açoes com dividendos fixos, a relação dividendos
lu-cros nao ~ condição necessiria nem suficiente para que
uma açao seja classificada em uma das categorias
mencio-nadas. A consideração mais importante ~ a taxa de
retor-no em retor-novos investimentos. Quanto maior a lucratividade,
maior interesse teri o administrador financeiro numa
ri-pida expansãa obrigando a uma maior retenção nos lucros.
3.1 Aç5es de crescimento rãpido
As caracterTsticas aparente~ das açoes de
cresci-mento ripido incluem baixas re1aç5es de pagamento
de dividendos, baixas taxas de capitalização e pr!
ços que crescem rapidamente.
Para o proprietirio de uma açao de crescimento
ri-pido a lucratividade marginal ~ o mais importante.
A taxa de retorno em novos investimentos determina
a magnitude dos dividendos futuros que serão
obti-dos atravis da reaplicação dos lucro~ ou atrav~s
se as taxas de retorno em novos investimentos sao
bastante altas, baixas relações de pagamentb de di
videpdo$ podem aumentar os preços das ações ao
in-v~s de reduzI-los".
Admitamos agora que os lucros retidos sejam a
uni-ca fonte de recursos para a empresa, que a taxa de
retorno em novos investimentos e a taxa de
capita-lização sejam c~nstantes e que todo aumento nos lu
cras seja imediatamente distribuido aos acionis
-tas. Dessa maneira tratando a corrente de lucros
como perp~tua .(ou ao menos de duração indefinida),
o valor presente de qualquer ação ordinãria pode
-ria ser expresso em termo~ matemãticos como:
=
d + _pr(E - d)=
Po
E +~-R
(E - d)p p
Equação 1
onde: p
=
preço de mercado da açao d=
dividendos por açaoE
=
lucro por açaor
=
retorno sobre novos investimentosp
=
taxa de capitalização do mercado-Pela equaçao 1 podemos concluir que ·se r>p o
ra o preço da açao seri maximizado. Se r<p a
rela-çio ~e pagamento de dividendos deve ser 100% ou se
ja d
=
E para que o preço da ação seja miximo.Ve-jamos agora o caso de r
=
p pela equação 1 temos:p
=
d + E - d=
Ep p
Equação 2
e portanto o preço de mercado da açao neste caso
-e ind-ep-end-ent-e do pagamento de dividendos.
Uma outra coniideração deve ser feita e diz respe!
to ãs carteiras de ações. :Como o preço desse tipo
-de açoes cresce rapidamente os investidores pode ~
rão desejar redistribuir esse valor entre as
de-mais ações de sua carteira. Nesse caso passa-se a
incorrer nos custos de transferencias, comissões,
taxas, etc. Assim o esforço de diversificação pode
abaixar o preço das ações de crescimento rãpido.
A conclusão que se chega ~ que do ponto de vista
dos investidores não basta que r>p para que seja
vantajoso para ele a retenção dos lucros.
r
preci-so que r exceda p em um montante suficiente para
d +
---
rp = p + ]'
p
[E - d]
Equação 3
aonde ]'
ficação.
-e o pr-emio associado ao custo da
diversi-Na pritica nao ~ ficil se isolar as empresas de
crescimento r~pido para um estudo empTrico. Os
nT-,
veis hist5ricos dos lucros~ que são a base para d~
terminação dos lucros futuros, dependem até certo
ponto de tecnicas árbitririas de contabilidade e
por outro lado mudanças nos niveis de preço podem
causar a impressãQ de crescimento.
O tratamento preferencial aos ganhos de capital em
oposição aos dividendos, em termos de impostos,
a-feta as aç5es de crescimento ripido. A equação 1
indica que um cruzeiro de lucros retidos ~
equiva-lente a um cruzeiro de dividendos multiplicado
pe-la repe-lação r/p . Se essa relação for ajustada para
o, tr~tamento especial aos ganhos de capital poder~
mos escrever.
r
=
t ps
aonde s
ê
igual a menos a taxa de impostos sobreganhos de capital e t
ê
igual a 1 menos a taxa deimposto pessoal.
A equaçao 4 demonstra'que uma açao de crescimento
intermediário de n1vel superior pode se tornar uma
ação de crescimento rápido como resultado dos efei
tos dos impostos.
3.2 - 'Ações de crescimento intermediãrio
A
grande maioria das açoes ordinárias pertence aesse grupo cujas caracterfsticas aparentes são
re-lações de pagamento de dividendos superiores a 50%
e preços que crescem lentamente com o tempo.
A análise nesse caso
ê
essencialmente a mesma quea das ações de crescimento rãpido. Como foi visto
pela equação 1 se r ajustado aos impostos excede p
a açã~ ordinãria em questão
ê
uma açao de cresci-mento râpido ; No entanto se r ajustado aos impos
-tos for menor do que p então teremos uma ação de
crescimento intermediário. Para 'essas ações paga
-
ç:..-mentos elevados de di~idendos são recomendados
co-mo regra geral. B.GRAHAM e O.L.OODO, estabeleceram
que o valor do investimento em açoes ordinãrias de
M (O + 1 E) 3
Equação 5
aonde M ~ o multiplicador que ~ a recrproca da
ta-xa de capitalização, d ê o dividendo esperado e E
---.~-~ o lucro esperado. Essencialmente isto deve serffi
carado como um enfoque tradicional que enfô.tiza tan
to a incerteza dos lucros futuros como o inevitãvel
declrnio em um determinado ponto no tempo da taxa
de retorno em novos investimentos mesmo para empr~
sas em expansao.
•
Na equaçao 5 um cruzeiro de dividendos
ê
equivale~te a quatro cruzeiros de lucros. Dessa maneira, le
vando-se o exposto para a nossa equação 1 a rela
-~ão ajustada entre r e p
ê
fixada em 1/4. Paraações de crescimento rãpido os 'ajustes requeridos
em M assumem tal siinificado que a aplicação da
equaçao 5 não par~c~ adequada.
No enfoque adotado para avaliar as açoes intermedi
ãrias o nlvel de dividendos tem grande importância
mas nao ~ tudo. A expansão pode trazer beneflcios
para os acionistas mesmo quando r e menor que p,
desde que os novos investimentos sejam financiados
ao menos em parte por financiamentos externos. Nes
juros seja suficiente para compensar a diferençaen
tre per.
Mesmo ignorando o uso de empr~stimosa r€laç~o
mi-xima possível de pagamento de dividendos pode ser
menor que 100% se a manutenç~o de uma posiç~o rela
tiva no ramo industrial for essencial para a lucra
tividade.
3.3 - Ações com dividendos fixos
q
terceiro grupo pode agora ser isolado para anãllse. S~o chamadas ações com dividendos fixos e
pos-suem muitos atributos semelhantes aos empr~stimos.
Neste caso ~ dada grande ~nfase na manutenç~o do
nlvel de dividendos. A media dos ganhos nas açoes
com dividendos fixos ~ um pouco mais alta do que o
ganho em bônus.
Em contraste com asaçoes de crescimento r~pido ou
das ações de crescimento intermediãrio, a retenç~o
dos lucros ocasionam uma modificaç~o
insignifican-te nos preços. O baixo valor presente dos lucros re
tidos podem ser atribuidos ao fato de que a taxa de
retorno em novos investimentos seja pr~xima de
ze-.•.
-ro e a decisao da empresa de reter os lucros sob
uma forma de grande liquidez durante perl0dos de
properidade para a sua distribuição durante
pe-rlodos de depressão.
A intlusâo dessa categoria modifica a anilise
an-terior. As açoes nio podem ser classificadas
auto-maticamente em uma das ~uas classes anteriores
pe-la simples comparação dos valores de r e p
ajusta-dos; os lucros retidosn~o precisam obrigatoriame~
te ser empregados em investimentos mais lucrativos;
e as consideraç6es de ordem econ~mica nio sio o~i
co cri teria.
A possibilidade dos acionistas influenciarem as DO
'-llticas das empresas ~ bastante limitada. Como
re-sultado disto o preço das aç6es estarão condiciona
das pelo esperado comportamento da direçio da
fir-ma. Se a empresa olha para os acionistas como
cre-dores e se as condiç6es economicas permitirem,
es-sas aç6es assumi rio muitas das caracterlsticas de
uma dlvida.
A aceitaçio da ideia de que os acionistas sao
cre-dores
e
refletida na polltica de dividendos dasgrandes empresas de utilidade p~blica.
Entretanto o ponto de separaçao entre as açoes de
crescimento intermediirio e as aç6es com dividen
3.4-~ Conclusão
Podemos então concluir da an~lise que a nao ser no
caso das aç6es com dividendos fixos, os dividendos
são considerados como um resTduo passivo. Isso
im-plica em que os dividendos são irrelevantes isto
e
GSinvestidores são tnd t fe re nte s e ntr e dividen-dos e 9 atih o s d e c a p ; tal. Seu m a f; rm a p o d e o bte r
em projetos de investimentos um retorno maior do
que aquele exigido pelos investidores, estes
fica-rao perfeitamente satisfeitos se a firma retiver
todo o seu lucro para reinvesti-lo. No caso da
ir-relev~ncia dos dividendos a taxa requerida de re
-torno
e
independente da politica de dividendos. Aquestão ~ saber ate quanto os dividendos são mais
do que a simples distribuiç~o de fundos nio aplic!
dos. Analisaremos no pr5ximo capitulo os argumen
IV ~ Argu~entos Favoriveis a Irrelevincia
Os mais compreensivos de todos os argumentos favor~veis ~
ir re1ev
â
n cia dos d ivi den dos fo r a!TI e s cr'; tos P o r~:Iie r to n~J-~.
Millel"_W_"'~"-. _._~ e Franco"_--'~-=---=_o_,.,~-=_'_~_=-_-_-~1odigJjaJd __--- _ .. ".
~m
um art-igo publicado em 1961( Di vi dend Po1icy, Gr oVIth a nd the Va lu atio n of S h a r e s ,
""-(;11--ja anilise faremos a seguir.
4.1 - As ~põteses
Bã~JL~~~
Modigliani e Mil1er iniciaram seu artigo analisando
o_efeito da polftica de Dividendos num mercado
per---~~.-;-.- ",~-~-- -_ ..~- .•....,...-=-- ...,..--~-~ ~
f_eJ~o de Comportamento Racional e Certeza. Perfeita. Vejamos o que significa cada uma dessas hip6teses.
Perfeito Mercado d~ Capitais - O perfeito
merca-do de capitais
i
aquele em que nenhum comprador,vendedor ou emissor de tltu10s
i
bastante grandepara que suas transaç5es tenham um impacto
apre-ciivel sobre o preço dominante. Todos os pr6pri!
tirios tem igual acesso as informações sobre pr~
ço e sobre todas as outras caracterlsticas
rele-vantes das aç5es. Não existem taxas de correta
-gem, impostos de transfer~ncia, ou qualquer
ou-tro custo de transaçio quando os tTtulos sao com
prados~ vendidos ou emitidos. Não existe diferen
lu-cros retidos ou entre dividendos e ganhos de
ca-pital.
Comportamento Racional - significa que o investi
dor sempre prefere mais riqueza a menos riqueza
e sio indiferente quanto
i
forma desseincremen-to
ã
sua riqueza; pagamentos em dinheiro ou umaumento no valor de suas ações tem a mesma impo~
tância.
Certeza Perfeita - significa completa segurança
por parte de cada ,investidor em r e laç ão ao
pro-grama futuro de investimentos e lucros futurosdc
cada empresa. Devido
i
essa hip5tese nia hine-cessidade de se distinguir entre ações e
empr~s-timos como fontes de fundos no infcio da an~lise.
Procede-se como se existisse somente um tipo de
financiamento que por conveniência
e
adotôdoco-mo sendo de açoes ordin~rias.
4.2 - O Principio Fundamental da Avaliação
Dentro das hipóteses mencionadás a avaliação de
to-das as ações de ve ri ~,,!e:_.g~ve r_~~d_a ~_~_}_0_~-~_e9_u_i n te
principio fundamental:
-"O preço de cada açao no mercado e aquele no qual a
-taxa de retorno (dividendos ~ ganhos de capital)
--
-
ea mesma para todo o merc~.<:i2__~mgl!alq.uer jntel~vaJo._
de tel}1po dado".
Sendo:
dt
=
dividendo por açao no perfodoDt
=
Total de dividendos pagos no perTodoP
=
Preço de mercado da açao no {nlcio do perfodo tt.
Deveremos ter
equaçao 1
Verifica-se que Pt
ê
independente da empresa e por.>:
tanto igual para todas as firmas.
Modificando-se a equaçao 1 poderemos escrever:
dt + Pt+l
-
Pt Pt=
Pt
equaçao 2
Isto quer dizer que os possuidores de açoes de
bá;-xo retorn~~U~~~} podem aumentar sua riqueza
vendendo suas ações e investindo o montante em açoes
que ofereçam uma taxa de retorno mais alta.
Esse processo tenderã a abaixar os preços das açoes
com baixo ~etorno e aumentar os preços das ações com
alto retorno at~ que a difer~nça entre as taxas de
retorno tenham sido eliminadas.
4.3 - O efeito da politica de Dividendos sobre o preço de
mercado da ação
A implicação deste principio para o problema da
po-litica de dividendos pode ser visto de m~neira mais
simples se a equaçao 2 for escrita em termos de
va-lor total da empresa.
Sendo:
n~mero de açoes no inicio do periodo
logo
=
+chamando de
Vt
=
Valor total da empresa no infcio do pe-r1odo t.
Portanto
V
t=
ntPt=
Valor total da EmpresaDt
=
ntdt=
Dividendos totais pagos no perfo-do t.Desse modo a equaçao 2 poderã ser escrita da segui~
te
forma:Vt
=
1r
t + nt
pi+ll
1 + p .•..
I-Vt
=
1[Ot
+V
t+
1
rri----pt+1J
-- t+1
1 + Pt
equaçao 3
Pois o valor total da empresa no instante t ~ igual
ao valor total da empresa no instante t+l menos o
-_.- -~-~
-- ~.-.:--- -' ~----"'=-""""""-"" - -".---
---valor das emissões de novas ações.
Esta equaçao 3 vem colcoar em foco definitivo as 3
possíveis formas pe1as quais os dividendos podem
a-fetar o preço de mercado da açio.
Dividendos correntes claramente afetarão
V
t , pe loprimeiro termo dentro do colchete. Podem afetar tam
b~m o termo Vt indiretamente atrav~s do termo Vt+1,
que ~ o novo valor de mercado ex-dividendos se:
19) Vt+1 for uma função da futura polltica de divi dendos;
29) a distribuiçio corrente, Dt' servir para trans
mitir alguma informação sobre a polltica
futu-ra dos dividendos .=::::::.--•
Podemos admitir que como conhecida a futura
pollti-ca de dividendos da firma. Entio Vt+l seri
indepen-d;-;tecTã--
d e cisi o 'd e divf
d e n dos c o r re n te s •Por fim dividendos correntes podem afetar Vt
que ~ o valor das novas açoes vendidas.
Quanto maior o dividendo pago em um perfodo, mais
capita1 externo deve ser obtido para se atingir o
nlvel de investimento desejado.
Dessa maneira a decisio de dividendos afeta o preço
da açio nestes dois modos conflitantes.
Diretamente devido a Dt e inversamente devido a
ex-pressio - mt+1 Pt+l.
Se uma empresa aumenta os dividendos em t, fixado o
-montante de investimento, sera o aumento no pagamen
to de dividendos mais ou menos que o suficiente
pa-ra anular o efeito de ações de valor final mais bai
xo? A empresa deve reduzir os dividendos ou
aumen~-ti-los e- emitir novas ações?
No mundo ideal das hip~teses iniciais feitas estas
questões seriam respondidas da seguinte forma:
"Os dois efeitos dos dividendos devem sempre
a s er s e 9 u id a em t n ao te n h a e f e i tos o br'e o p reço em
t·
Para demonstrarmos isto, basta expressarmos - mt+
1. Pt+1 em termos de Dt. Se It
e
o nIv
e l dado de inves timento e se Xte
o lucro lJquido total da firma otatal de capital externo necessirio seri:
=
equaçao 4
Substituindo a equaçao 4 em 3 teremos:
v
= nt Pt=
1r
Xt - It +V
t+1)
t
1 + Pt ,
equaçao 5
Não aparecendo Dt diretamente entre os termos e sen
do Xt, It' Vt+l e Pt independentes de Dt segue-se que o valor corrente da firma deve ser iridependente
da decisão do dividendo.
Estabelecido que Vt nao ~ afetado pela decisão de
dividendos correntes,
e
ficil verificar que Vt nao~ afetado tambem pela decisão futura de d~videndos.
nao ~ afetado pela polftica de dividendos em t+l e
assim sucessivamente.
Assim$ pode-se concluir, dentro das hipóteses formu
ladas, que dada a pollticade investimento da
fir-ma, a polTtica de dividendos nio afetari o
corrente de suas aç5es no mercado.
preço
I
4.4 - A irrelevincia da polftica de Dividendos· sob
Incer-teza
Toda a anilise anterior foi feita baseando-se na
"Certeza Perfeitall
• Voltando-se agora desse mundo
ideal deveremos nao mais considerar como válida a
equação 3.
Os numeros dentro dos colchetes nao podem mais ser
r e c o n h e cidos co mo nüme"r o s d a dos mas sim c o1110 11Va r iã
veis ~leat5rias" sob o ponto de vista do investidor
no infcio do perlodo t. Nio fica claro tamb~m o si[
nificado do fator de desconto.
pois o que esti sendo descontado nao ; um r-e t orno
dado, mas somente uma distribuição de probabilida
-des de retornos poss;veis.
Assumindo que a pol1tica de investimento deva ser
separãvel de pol;tica de dividendos imaginemos o ca
so no qual os investidores acreditam que a corrente
futura de ganhos totais e investimentos totais se~'
rio id~nticas para duas firmas
A
e B. Admitamos ainda o mesmo pagamento futuro de dividendos no
perl0-do 1.
Então as duas firmas s6 podem diferir com respeito
a o s diviáe n dos no p e r" o do, c o r r e nt e ( p e r
i
o d o O). Assim teremos:
XAt
-
XBt t = O
·..
00I
At = 1St t = O
·
..
00DAt = DBt t = 1
·
..
00Pergunta-se a~ora:
11QUa1 s e r.ã o r e to r n o RAO' P ara osac ionistas d a fi r
ma A dur a nte o pe rfodo corrente?"
Ele serã:
RAO
=
DAO
'+VAO -
mAlPA1
A relaçio entre DAO e - mAl PA1
é
dada pela equaçao 4 então podemos escrever:equaçao 7
Substituindo na equação 6 teremos:
-R
AO=
X
AO -I
AO +V
Alequaçao 8
para a firma A. Analogamente teremos:
equaçao 9
Compararemos. agora RAO com RBO Por hipótese
-XAO = ,XBO e IAO = IBO mas com racionalidade sime-trica* os valores terminais VAl e V B 1 podem
dependa-* Racionalidade Sim~trica - dizemos que o mercado como um to-d~t::..a_z_o __p.o.st.ul.a.do. da ra.c]-ona-I~i-=d~àdé·s inietri ca se -.-toClõ .. .-investidor se comportar r~~ionalm~~~e_e imputar racionalida 1Fecr<rm-eYC-a-d'b.-;---.
apenas dos ganhos futuros possrveis~ investimentos
e dividendos do perlodo
1;
e estes tamb~m sãoid~n-ticos para as duas Compan~ias ..
Então isto implica que cada investidor deve esperar
VA1
=
VBl e requer que as duas firmas tenham o mes-mo valor corrente istoê
VAO=
VBO não importando qualquer diferença no valor dos dividendos duranteo perTodo O. Analogamente poderemos admitir o caso
em que os dividendos difeririam nao apenas no perr~
do O mas tambem no perTodo 1 e, assim.
sucessivamen-te. Concluindo-se da; que a politica de dividendos
i
irrelevante para a determinação dos preços de me!cado da ação fixada uma politica de investimento.
v -
Anãlise dos Dividendos sob IncertezaRefutando parcialmente os argumentos de Modigliani e
Mil-ler face a irrelevãncia dos dividendos sob incerteza, John
Lintner em seu artigo DIVIDENDS, EARNINGS, LEVERAGE, STOCK
PRICES ANO THE SUPPLY OF CAPITAL TO CORPORATIONS divide a
incerteza em três n;veis distintos:
Incerteza Ideal Total (fully idealized uncertainty)ê o
~><=-=-~ .._._-~=-~-.,,---~-~--~
caso em que os participantes do mercado tem uma
distri-bui~ão subjetiva de probabilidades sobre os eventos po~
s ., v e i s , A distr i b u içã o r e a 1 não
ê
c o n h e cida. ~1a s as' in -formações r e le v a nte.s para formar esse julgamento s ob r e as probabilidades ~ distribuída uniformemente por todosos agentes de decisões (atuais e potenciais propriet5
-rios de ações) e toda a distribuição subjetiva de prob!
bilidade
e
identica.A esse tipo de incerteza .lohn Lintner chamou de "Lnc e r>
teza com distribuição uniforme e julgamento subjetivo"
ou ainda Incerteza Ideal Total.
Incerteza com distribuição uniforme de informação e ju!
gamento diverso da distribuição (uncertainty with uni - I
form information and diverse judmentaldistribution) .As
informações uniformes não exigem identidade na distri
-buição subjetiva de probabilidades. Na au~~ncia de
jetívas, formadas por diversos agentes de decisão com
base nas mesmas informaç5es, dev~rão ser normalmente di
ferentes e frequentemente substancialmente diferentes.~
esse caso John Lintner chamou de Ulncerteza com
distri-buição uniforme das informaç5es e julgamento diverso da
distribuiçãou.
Incerteza Generalizada (generalized uncertainty) -
Fi-nalmente existe o caso em que ambos "quantidadeu e "qu~
lidadeu das informaç5es relevantes para Os julgamentos
dos agentes decis~rios não são uniformemente
distribuí-dos e a distribuição de probabilidades subjetivas dos
agentes de decisão diferem. f\ esse caso John Lintner cha
mou de Incerteza Generalizada. :
5.1 - Analise sob Incerteza Ideal Total
A independ~ncia do preço corrente da açao no mercado
da polltica de dividendos sob a certeza ideal total
(com investimentos e lucros predeterminados ao longo
do tempo) envolve a prova de que a soma dos
dividen-dos correntes mais as variações no preço de mercado
das aç5es ~ uma constante independente do dividendo.
A proposição correspondente sob UIncertezau ~ que a
expectativa daquela soma seja constante e independe~
te do pagamento de dividendos quando os investimen
-tos internos e os lucros esperados são
o
< t < 00o
< r < 00Equação 1
Aonde:
:::
E ::: expectativa do investidor
::: variáveis randomicas
tt+r ::: distribuição de probabilidades sobre I
e
X
respectivamente em todos os perTo-dos.
Satisfazer a equaçao 1 ~ satisfazer a condição neces
sãria para que se possa estender as conclus5es
i
condição de incerteza. Mas essa condição não
ê
suficiente pois:
Pt ::: dt + Pt+l
1 + P+
..
E
(d
t +P
t+1) ::: Pt 1 + Pt
E [nt~t + nt;t+,] =
1 + Pt
~
=
Equação 2
Sendo:
v
=
valor de mercado de todas as açoeso
til sobre a taxa de desconto significa uma taxa u-tilizada sob incerteza. Consequentemente temos:
(-P
t+11
.<r-
ntp
t+l1~E lDt + nt
~~.
E~Vt
-
' lDt +(
J
21 + Pt
ll,
+~ ""
Ou:
= ~E [
Õ
t + n tP
t+1) - ~.e.t
Pt 1 + Pt.-...;
Equação 3
'-Admitido que os dois te~mos no numerador nao sejam
iguais e opostos em termos de sinal a condição neces
siria e suficiente para que os dividendos sejam inde
pendentes do preço da ação
ê
que:~E (Dt - nt pt+1J ~
~Dt
O
Equação 4
Equação 5
-ambos sendo satisfeitos porem sujeitos a
It
=
constanteComo muitos investidores diversificam suas carteiras
de ações, o que significa aversão ao risco. ~ãmos a~
mitir que Pt varie diretamente e Vt inversamente com
as varianças de:
Sob as condições mencionadas todo atual e potencial
investidor tem um fundo comum de informações que el~
interpretam com a mesma distribuição de
probabilida-des subjetivas. Olham da mesma forma para todas as i~
formações financeiras relevantes (incluindo o preço
de mercado) em todos os pe rfo do s e para qualquer ação
e tamb~m para todas as outras ações e investimentos
em potencial. Desde que os investidores tenham a me!
ma distribuição de probabilidades subjetiva sobre to
dos os elementos que afetam o valor da ação no tempo
t+1 a distribuição de Vt+1 (valor total da firma em
-t+l) sera independente. do tipo de investidor no
indepen-dente do numero de açoes no mercado no tempo t+l, as
sim teremos:
Equação 6
e
=
Equação 7
independente portanto de ~nt e com
Consideremos ag6ra uma Cia. com d~stribuição de
pro-babilidades de seus investimentos It' lucros Xt e p~
gamento de dividendos Dt com a emissão de novas açoes
e admitamos um-aumento no pagamento total de dividen
dos de hDt obtendo os fundos para manter a sua
polf-I
tica de investimentos atraves da emissão de novas
a-çoes com valor correspondente a St ou seja:
= =
Substituindo na equaçao 6 teremos:
St
=
~ntPt+l=
Zt Vt+11 + Zt
Equaçio 9
Desde que nao tenhamos custos de emissio essa
subs-tituição não afeta o valor esperado do mercado da
equação 2 e as condições das equações 4 e 5 serão sa
tisfeitas.
~
r
de conhecimento comum entretanto que a variança do preço de mercadoê
muito maior que a variança dos dividendos e consequentemente a variança da soma
seria menor que a variança de Pt+1 e maior que a va-riança de dt . Assim aumentando-se os diyidendos e
emitindo-se novas ações poder-se-ia aumentar o retor
no.
Qualquer substituição nos valores esperados na
equa-çao 2 iri claramente au~entar o preço de mercado P t e o preço nao iria variar somente com os dividendos
correntes mas tambim de maneira diretamente propor
-cional a ele. Isto pode ser melhor visto substituin
=
Equação 10
Aumentando-se qualquer 6Dt claramente nao hi efeito sobre a variança dos dois primeiros termos no colche
te mas ele aumentari.
=
no denominador; assim a variança de Vt+1 fica inal-terada. A variança da relação Vt+1
I
1 + Zt aparece-ri reduzida na proporção inversa do quadrado do denominador o qual reduziri a variança de toda a
expres-sa0 do numerador e consequentemente aumentari o
va-lor de
P
t das ações no tempo t violando a condiçãodaequação 5.
Embora possa parecer persuasiva e razoivel, esta con
clusão esti errada pois sob as hip~teses ~onsidera
-das não apenas a variança mas todos os tempos do ter
mo Vt+
1 / (1 + Zt) são invariiveis para qualquer St· Isto
ê
verdade pois;assim para qualquer distribuiç~o dada. [Vt
+,]
teremos
-nos
menos uma constante St . As condições 4 e 5 ficam
entio satisfeitas. Indo mais adiante se ~ mantido in
variivel par~ qualquer tamanho de St pode-se
con-cluir que no caso da incerteza ideal total nao h~ al
terações nas conclusões obtidas da anilise da
certe-za. Os investidores serio indiferentes
i
substituiçao dos lucros retidos por emissio de novas ações a
qualquer tempo, e o preço da ação seri independente
do total de dividendos pagos.
5.2 - O efeito das distribuições com julgamentos diversos
N5s agora iremos relaxar esses extremos ideais.
De-vem existir algumas limitações, sob a condição de i~
certeza, que impeçam que os acionistas sejam
indife-rentes entre dividendos e novas emissões de açoes
mesmo no caso da ausencia de custos e taxas.
Sabe-se que distribuições uniformes de informações
serão normalmente associadas a distribuições de
pro-I
babilidades subjetivas diferentes. Essas diferenças
-buiçâo, alguns ou todos os elementos dos eventos do
futuro (lucrosJ investimentos, reaç6es ~e mercado,
preço e assim por diante) o qual determina o valor
corrente e as preferencias.
Para simplificar a anilise, consideremos primeiro a
situação na qual a distribuição desses elementos nas
mentes dos acionistas correntes e potenciais ~ tal
que a variança da distribuiçâo de
V
t+1
eV
t+,/{l+Z
t)resulte independente de Zt' A condiçâo da equação 5
~ assim satisfeita. Mas h~ diferenças nas
expectati-vas de
V
t+l se novas açoes sio emitidas e isso far~com que a condição 4 não seja satisfeita e
estab~le-cer~ uma preferencia entre dividendos e a emissão de
novas ações para 3..Y.-~gue}~_~dan ça rea 1 no com.~~
de financiamento,. . /para um dado investimento de capi-ta1.
Admitiremos por simplicidade que os investidores
te-nham a mesma distribuição de probabilidades com
res-peito aos dividendos, lucros e investimento de
capi-ta 1 .
Parece claro que aquele que mantêm em seu poder uma
determinada ação
ê
aquele que admite que o valor dessa ação (valor subjetivo)
ê
ao menos igua1 ao seu pr..5:nao possuem a açao.
Admitamos a exist~ncia de w investidores no mercado
que desejem comprar determinada ação e seja
~ijt (Vjt) a fração do valor total da companhia j com
i investidores desejando possuf-las no tempo t se o
valor da companhia for Vjt,(dado as expectativas dos
investidores tendo em vista todas as oportunidades de
investimento disponfveis e o mercado para todas as
aç6es). Consideremos agora a avaliação da Companhia
j. Se Vjt ~ bastante alto, nenhum investidor
deseja-ri ter a açio e todo ~ijt {V
jt) ser; igual a zero. A
-medida que o preço e reduzido duas coisas ocorrem:
a) ~iJ't (V't) passa a crescer e
J .
b) alguns investidores nao desej~ndo comprar açoes
ao preço elevado
V
jt agota desejario ter algumas,isto
e
ç;.'t (V't) que era igual a zero passa alJ J .
ser maior que zero. Por essas razoes nós teremos
uma curva relacionahdo
V
jt eco
}.: ~" t V, t
;=1 lJ J
o
preço atual de mercado Vjt a qualquer momentouma variivel randomica cuja distribuiçio tem um
-e
va-lor esperado Ew(Pjt)
dição
-que sera estabelecido pela con
w
r
~""t (VJ·t) = 1
i=1 ' J
Equação 11
pois todas as açoes devem ser possui das por algu~m .
Sem perda de generalidade podemos escrever que os
acionistas correntes são aqueles para os quais
> VOj(t+l}
aonde VOj(t+l)
e
a solução da expressa0w
E S;j(t+l) (Vjt+1)
i=0
=
1
N5s podemos escrever que a expectativa do valor
to-tal sera
-=
VOj(t+l) [1 - b(t+l)(z' - 1)J" Equação 12
Sendo
e Zl =
w
E ~i:i(t+l) (Vj(t+l))
o
preço de uma açao individual Pj(t+l) seri relacio-nado com Vj(t+l) da seguinte maneiradesde que
~D.~
J \.=
n~steremos tamb~m
Equação 13
N~s podemos agora provar que os acionistas nao sao
indiferentes quando os dividendos são aumentados ou
diminuidos substituindo-se os lucros retidos pela e_
missão de novas açoes para financiar um determinado
investimento de capital.
Para simplificar nos admitiremos que ~Dt
=
St > O P! ra identificar o valor total do aumento de dividen-dos não utilizado imediàtamente para comprar novas
açoes e o total de novas ações compradas por outros
6EW[Õjt +
n
jtPj(t+ll]= 6Dt + 6Ew[V
j(t+l}J- St ==
6Ew(V
j(t+1Jmas desde que
t -
1isto quer dizer pela equaçao 12 que
aEw
(Õ
jt + njt~j(t+1J=
-b St' - b 6Dt < OEquação 14
para todo óDt
=
St > OO pagamento de um dividendo adicional requer que os
proprietãrios de
do valor total a empresa seja transferido a outros
cujas expectativas justifiquem a sua compra somente
a preço mais baixo. Assim essa modificação de po1itl
Des-de que o lado esquerdo da equaçao 14 seja negativoos
investidores não desejarão essa modificação. De
mo-do anilogo um aumentq nos lucros retidos usado para
recomprar açoes iri aumentar o valor total de
merca-do. Desde que o lado esquerdo da equação 14 seja
po-sitivo os acionistas preferirão esse tipo de mudan
-ça.
~
11
--_.
Em r e s um o uma d i f e r e nça na di str i b u i ç ã o S li.bjettv a---'-'-~'-. --~-- ~---~~- ~~ .
de probabilidade dos investidores ~ suficiente para
destruir a indiferença dos acionistas ante a emissão
de novas ações e os lucros retidos dado um
investi-mento de capital e sob as outras condições ide a ís
mencionadas".
,---N5s havTamos admitido que os acionistas em potencial
tinham distribuições de probabilidades subjetivas que
diferiam apenas no primeiro perTodo.
Por analogia pode-se provar que e válido para todos
os perTodos o que foi aqui exposto basta~do para ta~
to considerar inicialmente variações para os 2 pri
-meiros perrodos e assim sucessivamente.
Podemos tambem concluir no caso das informações nao
informes da mesma maneira exposta anteriormente.
__--=__----=---=---.~~~""""""""--'-~r--~ '--==-'_
Embora mantidas todas as outras htR5teses ideais men
"--- ~~~ •...,..,....,....,..--e-==~~..,.~-.==-- -,~~.----_"':":,,~-~---.- -- - -- . ----:--,-.--:- -,-~,
eionadas no infeio desse capItulo n~s demonstramos
que a incerteza invalic!a a afirmação de que o preço ---
---~---~-
,.,.da ação não varia com a polltica de dividendos a
me-"
nos que a i n certe za - seja -a 11incerteza__.tQtal __jd e a 1_i.'..?_U
~-"~~ .~
---todos os acionistas atuais e potenciais no
merca-do devem ter id~ntica distribuição de probabilt
-dades subjetiva com respeito a todos os aspectos
do futuro, com respeito a uma determinada ação e
com respeito a todos os outros investimentos
dis-ponfveis no mercado.
o
relaxamento de qualquer uma ou de uma combinação dessas hip5teses faz com que o preço de mercado daaçao seja uma função direta do pagamento de
dividen-'dos.
:Dessa maneira verificamos que a posição de
Modiªlia-n1 e Miller 55 ~ defens~vel sob o caso da incerteza
ideal total (mantidas as outras hip5teses iniciais)
que ~ um caso um tanto irrealTstico do mercado de
capitais.
Como vimos, o artigo de Modigliani e Miller fazia
re-voga essa hip5tese introduzindo a incerteza. Pudemos
assim provar que tal aspecto sõ
e
vãlido em caso muito particular de incerteza e que se apresenta de
ma-neira bastante irreal junto às imperfeições do
mer-cado de capitais.
A influ~ncia do relaxamento das duas outras hipõte
-ses bãsicas "Perfeito Mercado de Capitais" e "Compor
tamento Racional" serão analisadas nos capltulos sub
sequentes tendo sempre em vista a determinação da
influência de cada uma delas na relação preço de mer
VI - Imperfeições do Mercado
Modigliani e Mil1er afirmaram que em um mercado perfeito,
aonde prevalecem a certeza perfeita e a racionalidade, a p~-~- ., di ~~·id~-n·do-~de·--:~·~····e<m~·;~-s~ê-~~on;miça-me,iC;
r-relevante. Ela nâo afeta o preço corrente das ações nem o
retorno total para os seus acionistas.
r:
Os dois autores procuraram estender as suas conclusões p!
ra situações que englobam uma serie de.imperfeições, adml
ti n d o que o s i riVe sti d ore s s atis f aça m a _co n d ;çâo d e raci o
-nalidade simetrica. Essa hip6tese significa que: cada par
ticipante do mercado
e
um eficiente "maximizador da r-iqu.~za; ê indiferente entre o recebimento de dividendos e os
ganhos de capital; e acredita que a mesma coisa seja
ver-dade para todos os outros participantes do mercado. A par
tir ,dai concluiram que cada investidor deve esperar que
os dividendos sejam irrelevantes.para todos os
investido-res, e dessa maneira, irrelevantes para as suas pr6prias
decisões.
Em determinadas circunstancias hi razoes para se duvidar
da plausividade de suas hip5teses bisicas. Citaremos
al-gumas imperfeições e analisaremos a sua posslvel
influen-cia no preço das ações:
6.1 - O Efeito dos Impostos
Quando -se elimina os efeitos dos impostos pessoais,
deixamos de levar em consideraç~o o fato de que os
dividendos n~o sâo taxados da mesma maneira que os
ganhos de capital. Os impostos pessoais sobre
ga-nhos de capital são equivalentes
ã
metade dos impo~tos sobre dividendos~.Por outro lado os impostos s~
bre ganhos de capital s5 precisam ser pagos quando
da venda das ações pelos investidores. Assim existe
um forte argumento favorãvel aos ganhos de capital
em oposição aos dividendos.
Modigliani e Mil1er consideram que das muitas impe!
feições, a unica que pode, "mesmo que rerao teme ntev ,
influenciar suas conclusões
e
o efeito dos ímpostos.Isto porque, o tratamento diferencial entre ganhos
de capital e dividendos em termos de impostos, pode
provocar uma concentração de investidores nas ações
que fornecem elevados ganhos de 'capít a lv-Se ndo
bas-tante senslvel essa diferença ela levar~ os investi
dores de renda alta a preferirem os ganhos de
capi-tal.
Um estudo sobre as relações de pagamento de divide~
dos realizado por Brittain constatou que, para o
*
Vilido Eara o mercado americano. No Brasil os ganhos deperTodo compreendido entre 1920 e 1960, essas
rela-ções tenderam a variar inversamente com o
tratamen-to diferencial dos impostos. Em outras palavras, o
crescimento nas taxas de impostos reduziram os div!
dendos. Esse fato confirma a preferencia dos acio
-nistas por baixos dividendos quando os impostos
a~-mentam. Por outro lado ju~tifica as mudanças nas p~
llticas de dividendos das empresas que procuram
a-tender aos desejos de seus acionistas.
·6.2 - Custos de lançamento
A proposição de Modigliani e Mil1er ; baseada no
fato de que~ dada a polTtica de investimentos da em
presa, os dividendos pagos devem ser repostos pela
venda de novas ações. A introdução dos custos de 1~
çamento favorece
ã
retenção dos lucros pela firma.r
a r a ca da c r u z eir o d e di v id e ndos p a 9 oS,· a c o m p a n hiapreci sa de um_p-ou~~maj-s-em---~-~- fi nanei amento externo pa
-ra poder cobrir os custos de la~çamento. Quanto
me-nor o tamanho da emissão de ações maior os custos
de lançamento expressos como uma percentagem do
to-tal dos fundos obtidos. Por outro lado, pequenas
e-missões de ações são dificeis de serem vendidassme~
mo com altos custos de lançamento. O fato do
finan-~
-
~ciamento, atraves da venda de açoes, nao ser divisl
6.3 - Custo de Transações
Os custos de transações envo~vidos na venda de ações
favorece o pagamento de dividendos em relação aos
lucros retidos. O acionista que recebe dividendos
insuficientes para satisfazer as suas necessidades
de renda corrente! ter5 de pagar uma taxa de
corre-tagem ao vender parte de suas ações para
complemen-tar sua renda. Essa taxa de corretagem varia
inver-samente com o valor das ações vendidas. Para vendas
pequenas essa taxa pode ser muito significativa. As
taxas de corretage~ associadas ~ incerteza sobre o
preço na hora de vender as ações, pod~ ocasionar uma
preferencia dos investidores por dividendos.
Das três imperfeições mencionadas ate agora o
efei-to dos imposefei-tos ~ o mais importante. Como vimos
es-sa imperfeição favorece a retençio dos lucros.
6.4 - A Incerteza
Os dividendos reduzem a incerteza na mente rios
in-vestidores. Quando os lucros de uma empresa
decres-cem e nao ocorre uma reduç~o nos dividendos, a
con-fiança do mercado na ação serã maior do que se os
dividendos forem reduzidos. O pagamento de
dos dirigentes da empresa no futuro, sugerindo
con-diç6es melhores que aquelas mostradas pelos lucros.
Assim pode-se afetar as expectativas dos
investido-res atrav~s do conte~do informacional dos
dividen-dos. No entanto, não se pode "enganar" o mercado in
definidamente. Uma tendencia decrescente nos lucr6s,
mesmo com o pagamento de dividendos estiveis, nao
pod e râ da r para sempre a impressão de um futuro pt~.2.
missol'. A incerteza, como foi visto, favorece o
pa-gamento de dividendos.
I
VIr
-
Dividendos em Ações~ Bonificações e Direitos7.1 - Dividendos em Ações
Os executivos e os investidores frequentemente
o-lham para o pa.gamento de dividendos em ações como
tendo um valor real. Sendo uma distribuiç~o
depa-p~is que podem ser vendidos no mercado de capitais
isto vem reforçar a crença no seu valor real.
As-sim, muitos executivos gostam de pagã-los desta for
ma e muitos acionistas ficam contentes em receber
novas açoes principalmente quando n~o ~ anunciada
uma reduç~o no~ dividendos pagos em dinheiro.
Vejamos porque o pagamento de dividendos sob for~
ma de ações por si s5 n~o tem valor para os acio
-nistas. Eles representam apenas a divis~o da empr~
sa em um numero maior de pap~is. O acionista
indi-vidual não terâ uma participação maior ap5s a
dis-tribuição. A percentagem de participaç~o de cadaum
permanece a mesma.
t
verdade que as novas açoes p~dem ser vendidas no mercado, mas teoricamente este
ganho serã acompanhado de uma reduç~o no valor de
mercado das ações, resultante do aumento do numero
total de aç5es. O acionista que vende a~ açoes pr~
venientes do pagamento de dividendos- estã na mesma
do e vendesse parte de suas açoes originais.
Um exemplo elementar pode ajudar a esclarecer o
pl-:2
blema, Admitamos que uma Companhia tenha seu
capi-tal representado por uma
iin
í c a ação de valor Cr;50,00 e tenha Cr$50~OO em lucros retidos. Os
at;-vos dessa nossa Companhia hipot~tica são
deposita-dos em uma conta banciria.Nesse caso o balanço da
Companhia seria:
Bancos Cr$lOO,OO Capital (1 ação) Cr$50,OO
L.Retidos Cr$50,OO
°
valor de mercado da açao da Companhia seria Cr$ 100,00.Agora admitamos que os diretore~ resolvam pagar um
dividendo em ações de 100%.
Ap~s o pagamento, o balanço da Companhia seria:
Bancos Cr$lOO,OO Capital (2 ações) Cr$lOO,OO
-°
valor de mercado da Companhia agora sera de Cr$. '
...•...•...
~50,00 por ação.
°
acionista não ficou nem~me-lhor, nem em pior situação do que antes pois agora
.ao inv~s de uma ação valendo Cr$lOO,OO ela possui
duas valendo Cr$50,OO cada uma.
Poder-se-ia objetar que esse exemplo ~ muito
ir-real'pois se trata de uma Companhia sem lucros e
sem o pagamento de dividendos em dinheiro.Poderiam
esses dois fatores atribuir algum valor ao paga
-menta de dividendos em ações? Admitamos que a
nos-sa Companhia hipot~tica invista seus ativos nao
mais numa conta bancãria mas em uma caderneta de
poupança, pagando juros de 4% ao ~o; admitamos ain
da que ela adote a polltica de pagar Cr$2,00 de dl
o videndos por ano. Ao fim do ano o balanço seria:
Caixa Cr$102~00 Capital (1 aç~o) Cr$50,OO
L.Retidos Cr$52,OO
°
valor da açao no mercado seria Cr$102,OO.Agora admitamos um pagamento de dividendos emaçoes
de 100%, ou seja uma aç~o nova para cada açao
pos-suida. Nesse caso o balanço final seria:
Caixa Cr$102,OO Capital (2 ações)Cr$lOO,OO
L.Retidos Cr$ 2,00
Assim, sem uma modificaçio no total de dividendos
nal ainda recebe Cr$2,00 (isto
e,
Cr$l ~OO paraca-da uma ca-das duas açoes que ele possue atualmente) .0
to ta 1 de dividendos pagos por açao passa a ser Cr$
1 ,00 e o valor de mercado da Companhia e ainda Cr$
102,00 (Cr$51,00 para ·cada uma das duas ações) . O
acionista, como no exemplo anterior nao
-
estãme-lhor nem pior do que antes de receber seus dividen
dos em ações.
Uma objeção pode ser feita no nosso casoi os
div;-dendos por ação foram reduzidos de Cr$2,00 para Cr$
1,00. O que aconteceria se mant;v~ssemos o dividen
do pago ao mesmo nlvel de Cr$2,OO por ação? Isso
não agregaria valor ao dividendo em ações?
Se os dividendos pagos em dinheiro sao mantidos ao
nlvel de Cr$2.00 por ação,. as ações da Companhi a p~
deriam ser vendidas por Cr$51,OO ou mais, mesmo
pensando que os lucros retidos por ação, serão Cr$
1 ,OO me no r e s? /0 p r eço que o s in v e s ti d or
e
s p a 9 a rã
o .por Uma ação, num dado momento ~ visto de outra fur
ma; ele depende do n~mero de inve~tidores do merca
do interessados na compra, dos ganhos registrados
e da atratividade desses ganhos comparados com os
ganhos de outras empresas no mesmo momento. No nos
50 exemplo a capacidade ~e gerar lucros daCompa
-nhia permanece a mesma e para a acionista ele 50
mente tem mais Cr$l,OO em seu bolso ao inv~s de t~
los sob a forma de lucros retidos. Não havendo po~
tanto qualquer alteração na sua riqueza.
Nas di'scussões dos aspectos te5ricos do pagamento
de dividendos em ações este ~ exatamente o pontode
maior controversia. Enquanto alguns admitem que os
dividendos em ações nio tem valor te5rico quando se
reduz os dividendos em dinheiro por açao, os
mes-mos frequentemente insistem que o pagamento de
di-videndos em ações aumenta o valor da firma se os
dividendos em dinheiro por ação sio mantidos.
~ muito possfvel que o valor total de merc~do
pos-sa aumentar se o pagamento de dividendos em dinhei
ro por açao for mantido ap5s o pagamento de divi
-dendos em aç6es. Entretantos este argumento favor~
vel nada tem a ver com o pagamento de dividendos em
ações. Ele ~ apenas o resultado de um aumento real
no pagamento de dividendos em dinheiro o que ~ sim
plesmente a distribuição de uma maior parte dos mes
mos lucros .. Os acionistas no Gltimo exemplo esta
-riam exatamente na mesma posiç~o final se a
Compa-nhia ao inves de pagar 100% de dividendos em açoes,
mantendo o mesmo dividendo em dinheiro por aç~o,
simplesmente aumentasse os dividendos em dinheiro
Na pr~tica, o uso do pagamento de dividendos sob
forma de ações por uma Companhia podê trazer
bene-ficios especiais sob o ponto de vista do acionis
-ta.
Por exemplo, uma polltica de pagar pequenos divi
-dendos em aç~es regularmente pode ser intArpretado
pelo mercado como um demonstrativo da intenção da
Companhia de aumentar 6 total de pagamento de div!
dendos em dinheiro ao longo dos anos. Os dividen
-dos em ações podem tamb~m reduzir o preço de merc!
do de cada açâo a um nlvel mais comercializivel.
Entretanto,
ê
importante para o administradorfi-nanceiro e para o investidor saber que esses e
ou-tros posslveis-benef;cios nâo são relacionados em
sua natureza com os dividendos pagos em ações eque
por si s6 não representam nenhuma vantagem l;qui
-da.
Os dividendos em açoes ou seja, a distribuição de
novas ações só estão sujeitas a impostos quando
vendidas e então a taxa de ganhos de capital ~ a
-plicada ao inves da taxa do imposto de renda
pes-soal. No Brasil os ganhos de capital não são
taxa-dos de forma alguma enquanto que os dividendos
es-tão sujeitos ao Imposto de Renda na fonte.