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Distribuição espacial e determinação da depreciação quantitativa e qualitativa causada por Tetranychus ogmophallos (Acari: Tetranychidae) ao amendoinzeiro

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP

CÂMPUS DE JABOTICABAL

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E DETERMINAÇÃO DA

DEPRECIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA CAUSADA

POR

Tetranychus ogmophallos

(ACARI: TETRANYCHIDAE) AO

AMENDOINZEIRO

Cirano Cruz Melville

Engenheiro agrônomo

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP

CÂMPUS DE JABOTICABAL

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E DETERMINAÇÃO DA

DEPRECIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA CAUSADA

POR

Tetranychus ogmophallos

(ACARI: TETRANYCHIDAE) AO

AMENDOINZEIRO

Cirano Cruz Melville

Orientador: Prof. Dr. Daniel Junior de Andrade

2015

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

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Melville, Cirano Cruz

V728d Distribuição espacial e determinação da depreciação quantitativa e qualitativa causada por Tetranychus ogmophallos (Acari:

Tetranychidae) ao amendoinzeiro / Cirano Cruz Melville. ––

Jaboticabal, 2015 vii, 62 p. : il. ; 28 cm

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2015

Orientadora: Daniel Junior de Andrade

Banca examinadora: Odair Aparecido Fernandes, Marcos Doniseti Michelotto

Bibliografia

1. Ácaro-vermelho-do-amendoim. 2. Arachis hypogaea. 3. Fabaceae. 4. Granoleico. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

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“A melhor de todas as coisas é aprender. O dinheiro pode ser perdido ou roubado, a saúde e a força podem

falhar, mas o que você dedicou à sua mente é seu pra sempre.”

(7)

DEDICO...

Ao meu pai Eduardo Parnell Melville e

Minha mãe Geiza Brito Melville,

pela educação e boa índole que procuro ter como exemplo todos os dias.

À minha namorada Natália Trajano de Oliveira,

cujo amor, estímulo, companheirismo e compreensão a mim dedicados,

me tornaram mais forte, durante toda caminhada.

OFEREÇO...

Ao meu irmão Aindan Brito Melville e minha irmã Naoma Gordon Melville,

por acreditarem que esse dia chegaria e confiarem

no esforço e coragem por mim dedicado à realização do meu sonho.

HOMENAGEIO...

Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi inútil, antes trabalhei muito; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelas oportunidades proporcionadas, por tudo permitido, por estar sempre ao meu lado em todos os momentos e possibilitando mais uma grande vitória em minha vida.

Em especial ao meu orientador Prof. Dr. Daniel Junior de Andrade não só pela constante orientação neste trabalho, mas, sobretudo pela compreensão, apoio, contribuição no meu crescimento profissional e principalmente pela grande amizade.

À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e à Faculdade de

Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP/FCAV, juntamente ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Entomologia Agrícola (PPG-EA), pela oportunidade da realização do curso de Mestrado, por toda infraestrutura e recursos recebidos.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

Aos coordenadores do PPG-EA, Prof. Dr. Odair aparecido Fernandes e Prof. Dr. Antonio Carlos Busoli, pelas contribuições prestadas.

Ao corpo docente do PPG-EA, pelos ensinamentos, conhecimentos e experiências transmitidas.

As secretárias do Departamento de Fitossanidade, Cibele da Silva Anton e Lígia Dias Tostes Fiorezzi, pela dedicação, paciência e ajuda a todos que fazemos parte da UNESP/FCAV.

Aos Professores, Prof. Dr. Sergio Antonio De Bortoli e Prof. Dr. Raphael de Campos Castilho, pela preciosa participação e contribuição durante meu Exame Geral de Qualificação.

(9)

A Dr.ª Denise Magalhães Návia Ferreira da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (EMBRAPA – CENARGEM) pela confirmação da espécie Tetranychus ogmophallos.

Ao Prof. Dr. José Carlos Barbosa e ao doutorando Walter Maldonado Junior da UNESP/FCAV, pelo apoio na realização das análises estatísticas.

Ao Técnico Agrícola Marcelo Scatolin da Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão (FEPE) pertencente à UNESP/FCAV, pelo auxílio prestado durante a condução dos experimentos.

Ao produtor Edival Luiz de Souza, por ceder a área para realização dos experimentos.

À Cooperativa Agroindustrial - COPLANA, pelo fornecimento das sementes de ãoamendoim e apoio logístico aos experimentos.

Ao meu orientador da graduação Prof. Dr. Antonio Cesar Silva Lima da Universidade Federal de Roraima (UFRR), pela amizade, oportunidade, ensinamentos e incentivo quando iniciei os trabalhos em pesquisa voltados para a área de Entomologia Agrícola.

Aos colegas do Laboratório de Acarologia - UNESP/FCAV: Dionisio Celso Figueiredo, Samuel de Carvalho Andrade, Ana Lúcia Benfatti Gonzalez Peronti, Fabiano Aparecido dos Santos, José Ricardo Lorençon, Ingrid Amaral e Matheus Mancini Porfirio Nunes, pela amizade e auxílio em diversas atividades.

Em especial aos amigos Luciano Nogueira e Samuel de Carvalho Andrade, pela parceria, incentivo, apoio e amizade em todos os momentos que levarei por toda vida.

À todos que de alguma forma facilitaram a realização deste trabalho o meu eterno agradecimento.

(10)
(11)

SUMÁRIO

Página

RESUMO ...iv

ABSTRACT ... v

LISTA DE TABELAS ...vi

LISTA DE FIGURAS ... vii

CAPITULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 1

1. Introdução ... 1

2. Revisão de Literatura ... 3

2.1. A cultura do amendoinzeiro (Arachis hypogaea L.)... 3

2.1.1. Características gerais ... 3

2.1.2. Aspectos socioeconômicos da cultura do amendoim ... 5

2.2. Ácaros como pragas agrícolas ... 6

2.3. Ácaros como pragas do amendoinzeiro ... 7

2.4. Tetranychus ogmophallos e seus danos à cultura do amendoim ... 7

2.5. Distribuições espaciais de artrópodes nas culturas agrícolas ... 8

3. Referências ... 10

CAPÍTULO 2 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Tetranychus ogmophallos (ACARI: TETRANYCHIDAE) NA CULTURA DO AMENDOIM ... 16

(12)

ABSTRACT ... 17

1. Introdução ... 18

2. Material e Métodos ... 19

2.1. Razão variância/média (I) ... 23

2.2. Índice de Morisita (Iδ) ... 23

2.3. Coeficiente de Green (CX) ... 24

2.4. da distribuição Neyman tipo A ... 25

2.5. Expoente k da distribuição binomial negativa ... 25

2.5.1. Estimativa inicial k pelo método dos momentos ... 25

2.5.2. Estimativa de k pelo método da máxima verossimilhança ... 26

2.6. Distribuições teóricas de frequência ... 27

2.6.1. Distribuição de Poisson ... 27

2.6.2. Distribuição binomial negativa ... 28

2.6.3. Distribuição Neyman Tipo A ... 28

2.7. Teste de qui-quadrado de aderência ... 29

3. Resultados ... 30

3.1. Distribuição vertical de Tetranychus ogmophallos ... 30

3.2. Distribuição espacial de Tetranychus ogmophallos...31

4. Discussão ... 34

(13)

6. Referências ... 37

CAPÍTULO 3 – DEPRECIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA CAUSADA POR Tetranychus ogmophallos (ACARI: TETRANYCHIDAE) AO AMENDOINZEIRO ... 42

RESUMO ... 42

ABSTRACT ... 43

1. Introdução ... 44

2. Material e Métodos ... 45

3. Resultados ... 48

4. Discussão ... 56

5. Agradecimentos ... 58

6. Referências ... 59

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 62

(14)

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E DETERMINAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA CAUSADA POR Tetranychus ogmophallos (ACARI: TETRANYCHIDAE) AO AMENDOINZEIRO

RESUMO – Nas últimas safras, constatou-se aumento significativo na incidência de

ácaros-praga nos campos de produção de amendoim. Altas infestações de ácaros comprometem o desenvolvimento e a produtividade da cultura, elevam os custos de produção e ainda podem contribuir para aumento do impacto negativo sobre o meio ambiente. Sabe-se que os principais ácaros-praga que vêm causando prejuízos aos produtores em São Paulo pertencem à família Tetranychidae. Portanto, os objetivos do trabalho foram estudar a distribuição espacial do ácaro Tetranychus ogmophallos

Ferreira e Flechtmann (Acari: Tetranychidae) e determinar a depreciação quantitativa e qualitativa causada por esse ácaro à cultura do amendoim. Os experimentos foram realizados a campo e em casa de vegetação. Para realização dos experimentos a campo foram selecionadas duas áreas de amendoim, sendo uma área localizada na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP/FCAV e outra na zona rural do município de Jaboticabal-SP, Brasil. Nas áreas selecionadas, foram vistoriados materiais vegetais compostos por folhas, folíolos e pecíolos, coletados na parte inferior e superior de plantas distanciadas de 22,5 metros uma das outras. A primeira coleta foi realizada 28 dias após o plantio, e as demais a cada quinze dias. Em contrapartida, foram realizados em casa de vegetação da UNESP/FCAV quatro experimentos para determinar a depreciação quantitativa e qualitativa causada pelo ácaro T. ogmophallos

ao amendoinzeiro. Estes experimentos foram instalados em delineamento inteiramente casualizado, compostos por dois tratamentos com vinte repetições cada. Os tratamentos empregados foram plantas infestadas e não infestadas pelo ácaro. Em cada experimento variou-se a época de infestação com o ácaro (15, 30, 60 e 90 dias após a emergência das plântulas). Em cada infestação transferiram-se aproximadamente 3.000 ácaros. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, comparadas pelo teste de F, a 5% de probabilidade. Os resultados mostraram que mais de 96% dos ácaros T. ogmophallos foram encontrados em folhas localizadas na parte inferior das plantas de amendoim. A distribuição do ácaro T. ogmophallos no campo é altamente agregada, e a distribuição binomial negativa foi o modelo que melhor explicou o comportamento espacial do ácaro na cultura do amendoim. Por outro lado, plantas infestadas nos primeiros estádios de desenvolvimento não resistiram à alimentação dos ácaros. Caso a infestação aconteça aos 90 DAE, poderá acarretar redução de produtividade de até 85%.

(15)

SPATIAL DISTRIBUTION AND DETERMINATION OF QUANTITATIVE AND QUALITATIVE DEPRECIATION CAUSED BY Tetranychus ogmophallos (ACARI TETRANYCHIDAE) ON PEANUT

ABSTRACT In recent growing seasons, there was a significant increase in the

incidence of mite in peanut fields. Large infestations of pest mites affect the development and crop productivity, increases production costs, and contribute to increased environmental contamination due to intensive use of pesticides to control these arthropod. Field Information and observations indicate that the main pest mites that have caused damage to producers in São Paulo belong to Tetranychidae. This work aimed to study the type of spatial distribution of Tetranychus ogmophallos Ferreira e Flechtmann (Acari: Tetranychidae) mite on peanut, which probability distribution model that best represents your behavior in the field, as well as, determine the quantitative and qualitative depreciation caused by the mite to peanut crop. The experiments were carried out in the field and in a greenhouse belonging to the Faculty of Agricultural and Veterinary Sciences - UNESP/FCAV, Jaboticabal - SP. To determine the spatial distribution of the mite on peanut two fields with peanut were selected. In selected fields were examined plant materials consisting of leaves, leaflets and petioles, collected in the lower and top of the plant. The plants were spaced 22.5 m from one another. The first collect of samples of plant material was performed twenties days after planting, and the other every fifteen days. To determine the quantitative and qualitative depreciation experiments were conducted in a greenhouse, arranged in a completely randomized design consisting of two treatments, plants infested and non-infested (control), with 20 repetitions. The age of infestation varied in each experiment based on the number of days (15, 30, 60, and 90) after seedling emergence. Approximately 3,000 mites were transferred for each infestation. Data were submitted to analysis of variance, and means were compared by F test at 5% probability and the aggregation indexes were used to study the spatial distribution. The results show that more than 96% of the

T. ogmophallos mites were found in leaves located at the bottom the peanut plants. The distribution of T. ogmophallos mite in the field is highly aggregated, the negative binomial distribution was the model that best explains the spatial behavior of the mite in peanuts and if the plants are infested in the first developmental stages were not resistant to T. ogmophallos attacks. However, if infestation occurs in 90 days after seedling emerge, could result in up to 85% yield reduction.

(16)

LISTA DE TABELAS

Página

Capítulo 2 – Distribuição espacial de Tetranychus ogmophallos (Acari: Tetranychidae) na cultura do amendoim ... 16

Tabela 1. Estudo descritivo, índices de agregação e teste de ajuste das distribuições de Poisson, binomial negativa e Neyman tipo A para o número de adultos e de ovos de Tetranychus ogmophallos por planta – área comercial e experimental. ... 33

Capítulo 3 – Depreciação quantitativa e qualitativa causada por Tetranychus ogmophallos (Acari: Tetranychidae) ao amendoinzeiro ... 42

Tabela 1. Médias (±EP) taxa de crescimento (cm dia-1), altura da planta (cm planta-1), comprimento de raiz (cm planta-1), número de folíolo (planta-1), massa seca da parte aérea (g planta-1), massa seca da raiz (g planta-1) e massa seca total (g planta-1) de plantas de amendoim não infestadas (testemunha) e infestadas com o ácaro Tetranychus ogmophallos aos 15, 30, 60 e 90 dias após a emergência das plântulas. ... 53

Tabela 2. Médias (±EP) tempo de sobrevida (dias), de plantas de amendoim não infestadas (testemunha) e infestadas com ácaro Tetranychus ogmophallos

aos 15, 30, 60 e 90 DAE. ... 54

Tabela 3. Médias (±EP) de número de vagens (planta-1), número de vagens granadas (planta-1), número total de grãos (vagem-1), rendimento (%), peso de 10 grãos (g planta-1) e renda (kg/saco de 25 kg) de plantas de amendoim não- infestadas e infestadas com ácaro Tetranychus ogmophallos aos 90 DAE. .. 55

Apêndice A ... 63

(17)

LISTA DE FIGURAS

Página Capítulo 2 – Distribuição espacial de Tetranychus ogmophallos (Acari: Tetranychidae)

na cultura do amendoim ... 16

Figura 1. Aspecto geral das áreas utilizadas nos experimentos. Área Comercial - Fazenda Guarani (A); Área Experimental - Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão (FEPE) da UNESP/FCAV (B) Fonte: Google maps 2015. ... 20

Figura 2. Parte superior e inferior da planta de amendoim (A); folha com quatro folíolos (B). ... 21

Figura 3. Número médio de adultos e ovos de Tetranychus ogmophallos por folha coletados na parte superior e inferior de plantas de amendoim na Área comercial - Fazenda Guarani, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. ... 30

Figura 4. Número médio de adultos e de ovos de Tetranychus ogmophallos por folha coletados na parte superior e inferior de plantas de amendoim na Área experimental – FEPE (UNESP/FCAV). ... 31

Capítulo 3 – Depreciação quantitativa e qualitativa causada por Tetranychus ogmophallos (Acari: Tetranychidae) ao amendoinzeiro ... 42

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(19)

CAPITULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Introdução

O amendoim (Arachis hypogaea L.) é a quarta oleaginosa mais cultivada no mundo, ficando atrás apenas da soja, do algodão e da colza (SANTOS; GODOY; FÁVERO, 2005; MARTINS, 2013).

No ano de 2014, a produção mundial de amendoim atingiu 39,81 milhões de toneladas em grãos, nos quais a China, Índia e Nigéria figuram como os principais produtores dessa oleaginosa. Atualmente, o Brasil ocupa a 18ª posição no ranking mundial de produção de amendoim (USDA, 2014).

Contudo, no Brasil, a produção de amendoim vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, atingindo produções de 300.000 toneladas por safra em uma área de 96.800 ha. A produção de amendoim no Brasil concentra-se principalmente na região sudeste, sendo o estado de São Paulo o maior produtor nacional, respondendo por quase 90% do total produzido no País (AGRIANUAL, 2014).

No estado de São Paulo, o município de Jaboticabal destaca-se como o terceiro maior produtor de amendoim, com área plantada de 3.500 ha e produção em torno de 10.719 t, com produtividade de 3.063 t ha-1, perdendo apenas para os municípios de Rancharia e Pompéia, primeiro e segundo lugar, respectivamente (IEA, 2014).

(20)

Apesar da expansão da cultura do amendoim, os problemas fitossanitários vêm comprometendo significativamente a produção, entre estes destaca-se, as pragas, responsáveis por elevados prejuízos a cultura (MORAES, 2005). As principais pragas do amendoim são os ácaros e os insetos que podem comprometer diferentes partes da planta, tais como folhas, raízes, vagens e sementes.

Nas últimas safras, constatou-se aumento significativo na incidência de ácaros-praga nos campos de produção de amendoim. Altas infestações de ácaros-ácaros-praga comprometem o desenvolvimento e a produtividade da cultura, elevam os custos de produção e ainda podem contribuir para aumento das contaminações do ambiente e do homem, devido ao uso intensivo de produtos fitossanitários para controle destes artrópodes. As informações e observações a campo indicaram que os principais ácaros-praga que vêm causando prejuízos aos produtores em São Paulo pertencem à família Tetranychidae.

Levantamentos preliminares da acarofauna em amendoim e trabalhos de pesquisa indicaram que o ácaro-verde Mononychellus planki (McGregor) (Acari: Tetranychidae) e o ácaro-vermelho Tetranychus ogmophallos Ferreira e Flechtmann (Acari: Tetranychidae) se destacam como potenciais pragas a essa cultura (BONATO et al., 2000; LOURENÇÃO et al., 2001).

No entanto, tais informações ainda necessitam ser mais bem averiguadas, tendo em vista que, na literatura, não existe um consenso entre os pesquisadores quanto às principais espécies de ácaros-praga que ocorrem no amendoim cultivado no Brasil. Almeida (2013) e Fletchamann (1979), mencionam que o ácaro Tetranychus evansi

Pritchard e Baker (Acari: Tetranychidae) é praga da cultura do amendoim, entretanto, Moraes e Flechtmann (2008) citam que o ácaro T. evansi relatado pelos autores na verdade trata-se do ácaro T. ogmophallos.

(21)

todo o ciclo da cultura no estado de São Paulo, e utilização de novas cultivares com características que podem favorecer o desenvolvimento de populações de ácaros1.

Diante do exposto, verifica-se que a falta de conhecimentos básicos relacionados ao reconhecimento das espécies de ácaros e dos sintomas causados por esses organismos as plantas, sobre a determinação dos danos e prejuízos causados, dos modelos de ocorrência de cada espécie a campo, referentes à distribuição espacial e temporal na cultura, dificultam o estabelecimento de estratégias eficientes de manejo.

2. Revisão de Literatura

2.1. A cultura do amendoinzeiro (Arachis hypogaea L.)

2.1.1. Características gerais

A planta do amendoim é herbácea, ereta ou prostrada, anual, com ciclo de 90 a 160 dias, atingindo altura da haste principal entre 50 e 60 cm. Desenvolve, logo após a germinação, um ramo principal, que se origina da gema apical do epicótilo, e dois ramos laterais originados a partir das gemas axilares aos cotilédones (SHOKES; MELOUK, 1995).

As folhas são compostas, pinadas, com dois pares de folíolos inseridos num pecíolo de quatro a nove centímetros. As flores são em número de duas a seis e estão agrupadas em inflorescência, sendo hermafroditas, caracterizando uma planta autógama. O fruto é uma vagem ou legume, uniloculado, estruturalmente deiscente, mas funcionalmente indeiscente. O número de sementes por fruto depende do grupo botânico, mas pode variar entre uma a seis. Apresentam raízes pivotantes e laterais; as

1

(22)

últimas originam-se de diversas alturas da raiz principal e ramificam-se, formando sistema radicular extenso. O crescimento da raiz constitui a atividade predominante durante os primeiros estádios de desenvolvimento. A radícula emerge após um a dois dias da germinação; com cinco a seis dias, a raiz principal pode crescer dez a dezesseis centímetros em profundidade e iniciar a formação de raízes laterais (NOGUEIRA; TÁVORA, 2005).

O crescimento das raízes segue uma curva sigmoidal com rápido aumento de peso seco logo após a emergência da radícula. Na fase de preenchimento ativo dos grãos, as raízes reduzem sensivelmente o seu crescimento (GREGORY; REDDY, 1982).

A planta de amendoim apresenta características agronômicas desejáveis, porém, deve-se buscar atender às necessidades durante o ciclo da cultura, tanto as climáticas quanto as nutricionais para um rendimento satisfatório, principalmente nas fases de florescimento e frutificação. A planta não sofre influência do fotoperíodo e, em condições de campo, a luz não é fator limitante. Um dos fatores primordiais para que as necessidades climáticas da planta sejam atendidas durante o ciclo é a época de semeadura (FERRARI NETO et al. 2012). O que para o estado de São Paulo existem de maneira geral, duas épocas de semeadura do amendoim, a primeira inicia-se em setembro/outubro, denominada de safra das “águas”, e a segunda compreende o período entre o final de janeiro a fevereiro, conhecida como safra da “seca” (BOLONHEZI; SANTOS; GODOY, 2013).

(23)

da El Carmem Sementes do Brasil. Todas são da espécie hypogaea e destinam-se à produção de grãos (SANTOS; GODOY; FÁVERO, 2013).

2.1.2. Aspectos socioeconômicos da cultura do amendoim

Na última década, em virtude do crescimento do mercado oleoquímico, especialmente nos segmentos de biodiesel, alimentos e cosméticos, a demanda por óleos de origem vegetal cresceu expressivamente (COSTA; ZAGONEL, 2009). Assim, o amendoim destaca-se como um produto capaz de atender ao segmento oleoquímico, quer seja para óleo comestível, quer para combustível, devido ao seu alto teor de óleo nas sementes, variando de 44 a 56% e ao elevado potencial para produção de grãos que são ricos em proteínas e vitaminas “E” e“B” (CAMPOS-MONDRAGON et al., 2009; GUNSTONE, 2010; SANTOS et al., 2012; BOLONHEZI; GODOY; SANTOS, 2013).

É evidente o grande valor nutricional dos grãos de amendoim, porém os restos culturais e os subprodutos, como folhas, talos e hastes (parte aérea), juntamente com as cascas, farelo e pele do amendoim, têm grande potencial para o aproveitamento na alimentação animal devido às suas características bromatológicas (SOUSA; MELO FILHO; GOMES, 2013).

Nos dias atuais, o amendoim é um produto conhecido e apreciado em praticamente todos os países pelo seu sabor diferenciado e pela sua diversidade de maneiras no preparo de salgados e doces (SUASSUNA et al., 2006). A forma de consumo varia entre os países. Nos Estados Unidos, a maior parte da produção é processada para consumo direto como manteiga de amendoim, amendoins salgados e confeitaria. Na Índia, a produção de amendoim é utilizada principalmente para produção de óleo (CAMPOS-MONDRAGON et al., 2009).

(24)

O novo mercado de amendoim apresenta ao produtor um panorama mais atrativo e de novos segmentos, como o da confeitaria, que prima pela qualidade, bem diferente do então encontrado na produção de óleo e de farelo (NOGUEIRA JÚNIOR, 1976; ROCHA; BARBOSA, 1990; FREITAS; AMARAL, 2002).

Além disso, a adoção das boas práticas de produção tornou-se essencial para elaboração de produtos destinados ao consumo humano; um novo mercado que não estabeleceu apenas mudanças tecnológicas, mas exigiu também a organização do segmento, além da elaboração e da adoção de novas regras de produção. Dessa forma, os cuidados com a produção, beneficiamento, estocagem de amendoim e condições sanitárias passam a ser fundamentais para acessar e manter esse mercado consumidor (MARTINS, 2006).

Diante do exposto, nota-se que as inovações tecnológicas estabelecidas na cadeia de produção do amendoim, como novas cultivares, colheita mecanizada, secagem artificial e armazenamento controlado, estão contribuindo para menor variação nos preços ao produtor e no atacado (MARTINS; PEREZ, 2008).

No ano de 2014, o estado de São Paulo negociou a saca de amendoim em casca a R$ 31,30, produziu 10.488.074 sacas de 25 kg, gerando rendimento financeiro de R$ 328.276.716,2 (IEA, 2014).

2.2. Ácaros como pragas agrícolas

(25)

É cada vez maior o número de espécies de ácaros-praga presentes nos agroecossistemas, e consequentemente, a gama de plantas cultivadas que estes organismos infestam como, grãos, frutíferas, olerícolas, ornamentais, espécies vegetais não cultivadas e até plantas infestantes (PRITCHARD; BAKER, 1955).

2.3. Ácaros como pragas do amendoinzeiro

Em levantamentos de ácaros associados à cultura do amendoim, Smith e Barfield (1982) descreveram dezessete espécies de ácaros, sendo catorze da família Tetranychidae, dez das quais pertencentes ao gênero Tetranychus.

Tetranychus urticae (Koch) (Acari: Tetranychidae) apresenta-se como a espécie

mais prejudicial a essa leguminosa nos Estados Unidos, (LEUCK; HAMMONS, 1968; BOYKIN; CAMPBELL, 1982; SMITH; MOZINGO, 1983; HEAGLE et al., 1994).

No Brasil, ocorrem três espécies de ácaros associados ao amendoim com "status" de praga sendo o ácaro-rajado, T. urticae, o ácaro-vermelho, Tetranychus evansi Pritchard e Baker (Acari: Tetranychidae) e o ácaro-verde Mononychelus planki

(McGregor) (Acari: Tetranychidae). (FLECHTMANN, 1979; ALMEIDA, 2005; 2013). Moraes e Flechtmann (2008) citam que o ácaro T. evansi relatado por Flechtmann (1979) na verdade trata-se do ácaro T. ogmophallos. Na literatura há relatos de T.

ogmophallos infestando em altos níveis populacionais plantas de amendoim forrageiro

(Arachis pintoi) em Brasília (FERREIRA; FLECHTMANN, 1997) e plantas de amendoim

comercial nos estados de São Paulo e Paraná (FLECHTMANN, 2004).

2.4. Tetranychus ogmophallos e seus danos à cultura do amendoim

(26)

ácaro de ovo a adulto é de 14 dias e a fecundidade é de 60 ovos por fêmea a 26 oC na cultura do amendoim (A. hypogaea). Embora esse ácaro tenha sido encontrado até o momento apenas em plantas do gênero Arachis esses mesmos autores em experimentos com populações de T. ogmophallos em amendoim, soja e feijão, verificaram que o desenvolvimento de ovo a adulto ocorreu nas três espécies, contudo o feijoeiro mostrou-se como o hospedeiro mais favorável ao desenvolvimento desse ácaro.

Lourenção et al. (2001), em plantio de amendoim destinado à multiplicação de sementes, identificaram a ocorrência generalizada de T. ogmophallos. Estes autores verificaram redução na produtividade em torno de 76,5%, evidenciando que, se não controlado adequadamente, esse ácaro pode afetar de forma drástica a produção dessa cultura. Segundo Ferreira e Flechtmann (1997) em suas criações do ácaro T.

ogmophallos sobre plantas de amendoim em laboratório, o ácaro ocasionou severos

danos à planta, inclusive levando-as a morte.

2.5. Distribuições espaciais de artrópodes nas culturas agrícolas

Rabinovich (1980) descreveu três arranjos espaciais: disposição ao acaso ou aleatória, disposição regular ou uniforme e disposição agregada ou contagiosa. Na distribuição aleatória, duas hipóteses ecológicas são necessárias: a primeira é que todos os pontos no espaço têm a mesma probabilidade de serem ocupados por um organismo, e a outra sugere que a presença de um organismo em um certo ponto do espaço não afeta a presença de outro. A primeira hipótese não ocorre frequentemente na natureza, pois nem todos os pontos apresentam condições idênticas de habitat, e a segunda hipótese implica falta de interação entre os indivíduos, sendo insensíveis uns aos outros.

(27)

a distribuição agregada ou contagiosa, com espaço apresentando condições heterogêneas ou descontínuas e a presença do indivíduo interferindo no comportamento de outro (RABINOVICH, 1980).

Não existe um método de amostragem universal para avaliar pragas (SILVEIRA NETO et al., 1976; SOUTHWOOD, 1978). O método deve fundamentar-se em princípios básicos da estatística e no conhecimento da distribuição, do ciclo de vida e do comportamento da praga. Deve ser considerada, também, a questão econômica, pois nenhum plano de amostragem, por mais eficiente que seja, será aceito caso não seja economicamente viável (STERLING; BLEICHER; JESUS, 1983; WILSON, 1989).

(28)

3. Referências

AGRIANUAL 2014: Anuário de agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio. p.463, 2014.

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(34)

CAPÍTULO 2 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Tetranychus ogmophallos (ACARI: TETRANYCHIDAE)NA CULTURA DO AMENDOIM

RESUMO - A cultura do amendoim é afetada por várias pragas e doenças, que se não manejadas de forma adequada podem acarretar em prejuízos financeiros, ambientais e sociais. Nas últimas safras, constatou-se aumento significativo na incidência de ácaros-praga nos campos de produção de amendoim. Nesse sentido, verifica-se a necessidade de desenvolvimento de modelos de ocorrência desses artrópodes a campo, referentes à forma de colonização, localização na planta, distribuição na cultura, visando ao estabelecimento de estratégias eficientes de manejo. Portanto, os objetivos do trabalho foram determinar as distribuições vertical e espacial do ácaro T. ogmophallos, bem como seu modelo de distribuição de probabilidades que melhor se ajusta ao seu comportamento em condições naturais. Os experimentos foram realizados a campo no município de Jaboticabal - SP. Foram selecionadas duas áreas com plantio de amendoim. Nas áreas selecionadas, foram vistoriados materiais vegetais compostos por folhas, folíolos e pecíolos, coletados na parte inferior e superior da planta. As plantas amostradas eram distanciadas 22,5 metros uma das outras. A primeira coleta de amostras do material vegetal foi efetuada vinte dias após o plantio, e as demais a cada quinze dias. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, comparadas pelo teste de F. Foram utilizados índices de agregação para o estudo da distribuição espacial. Constatou-se que o ácaro T. ogmophallos infesta inicialmente à parte inferior das plantas de amendoim e distribui-se de maneira altamente agregada. A distribuição binomial negativa foi o modelo mais adequado para representar o comportamento espacial de T. ogmophallos na cultura do amendoim.

(35)

CHAPTER 2 – SPATIAL DISTRIBUTION OF Tetranychus ogmophallos (ACARI: TETRANYCHIDAE) IN PEANUT CROP

ABSTRACT– The peanut crop is affected by various pests and diseases, which if not managed appropriately can result in financial, environmental and social losses. In recent seasons, there was a significant increase in the incidence of mites in peanut production fields. Accordingly, observes the necessity, to develop models of occurrence of these arthropods the field, concerning the colonization form, location in the plant, distribution in the crop, for the establishment of efficient management strategies. The aims of the study were to determine the vertical and spatial distributions T. ogmophallos mite as well, and your probability distribution model that best adjusts to your behavior in natural field conditions. The experiments were performed in the field in Jaboticabal - SP. Were selected two fields with peanut crop. In selected areas plant materials consisting of leaves, leaflets and petioles, collected in the lower and top of the plan were inspected t. The plants were spaced 22,5 meters from one another. The first collect of plant material samples was performed twenty days after planting, and the other every fifteen days. Data were submitted to analysis of variance, and means were compared by F test at 5% probability and the aggregate indices for the study of spatial distribution were used. T.

ogmophallos mites were found in leaves located at the bottom the peanut plants. The

distribution of T. ogmophallos mite in the field is highly aggregated, the negative binomial distribution was the model that best explains the spatial behavior of the mite in peanuts.

(36)

1. Introdução

O amendoim (Arachis hypogaea L.) tem importância econômica em muitos países por integrar cadeias de produção de alimentos e de óleos vegetais (MARTINS, 2013). Nas quatro últimas décadas, houve aumento de mais 50% na produção mundial de amendoim. De uma produção de 16,65 milhões de toneladas na safra de 1974/1975 passou para 39,13 milhões de toneladas na safra de 2013/2014 (USDA, 2014).

Em virtude do crescimento do mercado, especialmente nos segmentos de biodiesel, alimentos e cosméticos, a cadeia produtiva brasileira do amendoim vem se fortalecendo desde a última década (COSTA; ZAGONEL, 2009; BOLONHEZI; GODOY; SANTOS, 2013).

É sabido que o amendoim se destaca na produção de biodiesel, devido ao seu alto teor de óleo nas sementes, e na produção de alimentos, por ser rico em proteínas,

vitaminas “E” e do complexo “B” (CAMPOS-MONDRAGON et al., 2009; GUNSTONE,

2010; SANTOS et al., 2012; BOLONHEZI; GODOY; SANTOS, 2013).

O novo cenário da cultura do amendoim no Brasil vem demandando várias mudanças tecnológicas, como incorporação de novas cultivares, novas técnicas de manejo e colheita mecanizada (MARTINS, 2013). Por outro lado, a cultura do amendoim é afetada por várias pragas e doenças, que se não manejadas de forma adequada podem acarretar elevados prejuízos financeiros, ambientais e sociais (MORAES; GODOY, 1997; MORAES, 2005).

(37)

artrópodes. As observações a campo indicaram que os principais ácaros que vêm causando prejuízos aos produtores de amendoim pertencem à família Tetranychidae2.

Lourenção et al. (2001), em plantio de amendoim destinado à produção de sementes, constataram altas infestações do ácaro Tetranychus ogmophallos Ferreira e

Flechtmann (Acari: Tetranychidae). Estes autores verificaram redução na produtividade de 76,5%, evidenciando que, se não controlado adequadamente, esse ácaro pode afetar substancialmente a produtividade da cultura.

Nesse sentido, o desenvolvimento de modelos de ocorrência e estudos do comportamento desses artrópodes a campo tornam-se necessário, visando principalmente ao estabelecimento de planos de amostragens visando à implementação de estratégias de manejo. Portanto, os objetivos do trabalho foram determinar as distribuições vertical e espacial do ácaro T. ogmophallos, bem como o modelo de distribuição de probabilidades que melhor se ajusta ao seu comportamento em condições naturais de campo.

2. Material e Métodos

Para a instalação dos experimentos foram selecionadas duas áreas com plantio de amendoim localizadas no município de Jaboticabal-SP, Brasil. A seleção das áreas experimentais foi com base no histórico de ocorrência de ácaros em safras anteriores. O clima da região, segundo Köppen, é classificado como Aw ou tropical úmido, sendo caracterizado por verão chuvoso e inverno seco, com temperatura média de 22º C (KÖPPEN, 1948).

A primeira área (Área comercial) selecionada encontra-se localizada na Fazenda Guarani com as seguintes coordenadas geográficas latitude 48°14'55.78"W, latitude 21° 8'22.38"S e altitude de 584 metros. A área total do talhão era de 41.496 m2 e encontra-se margeado ao norte, sul, leste e ao oeste por cultura de cana-de-açúcar Saccharum

2 ANDRADE, D. J; MELVILLE, C. C. (Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Júlio de Mesquita Filho – Câmpus de

(38)

officinarum L. O plantio do amendoim neste talhão foi realizado em 09/11/2013 e as avaliações iniciaram-se em 07/12/2013.

A segunda área (Área experimental) encontra-se localizada na Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão (FEPE) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária – UNESP/FCAV (coordenadas: latitude de 48°17'7.28" W, longitude de 21°14'54.77"S e altitude 569 metros). Está área possuía 8.674,7 m2 e encontrava-se margeada ao norte e ao sul por cultura de milho - Zea mays L. e ao leste e oeste por cultura de soja –

Glycine max (L.) Merr. O plantio do amendoim foi realizado em 19/11/2013 e as

avaliações iniciaram-se em 17/12/2013.

Figura 1. Aspecto geral das áreas utilizadas nos experimentos. Área Comercial - Fazenda Guarani (A); Área Experimental - Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão (FEPE) da UNESP/FCAV (B) Fonte: Google maps 2015.

A

B A

(39)

Trinta dias antes do plantio, na fase de preparo do solo das duas áreas experimentais, realizou-se adubação de correção, com 50 kg ha-1 de P2O5, 50 kg ha-1

de K2O e 10 kg ha-1 de N, na fórmula 4-20-20 (N-P-K). O arranjo espacial de semeadura

utilizado nos dois talhões foi de 90 centímetros entre linhas e densidade de 12 a 15 sementes por metro, do cultivar Granoleico.

Em cada avaliação foram amostradas 102 e 36 plantas na área comercial e experimental, respectivamente. As plantas amostradas estavam distanciadas de 22,5 metros uma das outras. Para coleta e identificação dos ácaros presentes foram retiradas duas amostras de material vegetal por planta, sendo uma das amostras retirada da parte superior e a outra da parte inferior da planta (Figura 2A), totalizando 204 e 72 amostras por área, respectivamente. Cada amostra consistiu de uma folha com quatro folíolos (Figura 2B). No momento da coleta os folíolos encontravam-se totalmente expandidos.

Figura 2. Parte superior e inferior da planta de amendoim (A); folha com quatro folíolos (B).

O material vegetal foi colocado em sacos de papel devidamente identificados e mantidos em caixa de poliestireno com gelo sintético (Gelox), para reduzir a atividade dos ácaros e evitar a fuga dos mesmos. Em seguida, o material foi encaminhado ao Laboratório de Acarologia para a contagem e identificação dos ácaros presentes, com auxílio de microscópio estereoscópico. A primeira coleta de material vegetal foi efetuada 28 dias após o plantio, e as demais, a cada quinze dias, totalizando sete amostragens em ambas as áreas.

Parte superior

Parte inferior

A

(40)

Espécimes de ácaros encontrados foram retirados com auxílio de pincel de apenas um pelo e montados em lâminas de microscopia em meio de Hoyer (KRANTZ; WALTER, 2009). Após a montagem, as lâminas foram levadas para estufa EL 402/412 - ELETROLAB a 45°C para diafanização dos espécimes durante sete dias. Posteriormente, as lâminas foram retiradas e seladas com verniz cristal. As lâminas, devidamente etiquetadas, foram levadas para o microscópio óptico com contraste de fases para a identificação dos ácaros, com auxílio de chaves dicotômicas (FERREIRA; FLECHTMANN, 1997).

Durante a condução dos experimentos, na área comercial foram realizadas aplicações de produtos fitossanitários, que iniciaram-se aos quinze dias após emergência das plântulas (DAE) (apêndice A). Na área experimental, aplicou-se somente em mistura os fungicidas Opera® [epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina)] na dosagem de 0,6 litros de produto comercial por hectare e Bravonil® (clorotalonil) na dosagem de 2,5 litros de produto comercial por hectare, para evitar a ocorrência de doenças fúngicas. Foram realizadas quatro aplicações dos fungicidas em mistura durante a condução do experimento nesta área.

(41)

2.1. Razão variância/média (I)

A razão variância/média é utilizada como um índice de agregação e é calculada através da seguinte fórmula:

Onde,

s2 = variância e, = média.

Valores iguais à unidade indicam distribuição espacial ao acaso; valores menores que a unidade, distribuição uniforme e valores maiores que a unidade, distribuição agregada (RABINOVICH, 1980).

2.2. Índice de Morisita (Iδ)

Este índice é independente do tamanho da unidade amostral, mas depende muito da quantidade de amostras, sendo, portanto um bom índice quando o número de unidades amostrais for o mesmo nos campos sob comparação (ELLIOTT, 1979).

Apresentam valor igual a 1 para distribuição espacial ao acaso, valores menores que 1 indicam uma distribuição uniforme e maiores que 1 distribuição contagiosa. De acordo com Morisita (1962), o índice é dado pela fórmula:

(42)

= número de unidades amostrais, número de plantas infestadas e,

= somatório dos valores avaliados nas unidades amostrais.

O afastamento da aleatoriedade foi testado por:

(2 1)

2

~

)

1

(

I

x

i

n

x

i

x

n

X

Se, rejeita-se a hispótese de aleatoridade da distribuição.

2.3. Coeficiente de Green (CX)

Segundo Green (1986) este índice varia de zero (para distribuição aleatória) a 1 (para o máximo contágio positivo). Valores negativos indicam distribuição uniforme. Muito utilizado para testar distribuições contagiosas, este índice é indicado para comparar amostragens dentro de uma mesma área amostral.

1

1

)

/

(

1 2

i n i x

x

m

s

C

Em que,

s

2= variância amostral, = média amostral,

i

x

= número de plantas infestadas e,

(43)

2.4. da distribuição Neyman tipo A

O parâmetro da distribuição Neyman tipo A é utilizado como índice de

agregação e indica distribuição agregada quando apresenta valores maiores que zero. Pode ser estimado pelo método dos momentos, através da fórmula:

Em que,

variância amostral e,

média amostral.

2.5. Expoente k da distribuição binomial negativa

2.5.1. Estimativa inicial k pelo método dos momentos

De acordo com Anscombe (1949) a estimativa de k pelo método dos momentos é obtida igualando-se os dois primeiros momentos da distribuição às suas estimativas amostrais, resultando na seguinte expressão:

m

s

m

k

2 2

(44)

= estimativa de k, = média amostral e,

variância amostral.

2.5.2. Estimativa de k pelo método da máxima verossimilhança

De acordo com Bliss e Fischer (1953), a estimativa de k por este método é o valor que iguala os dois membros da equação:

)

)

(

(

)

1

ln(

1

xi

k

xi

A

k

m

N

nc i

Em que,

ln = logaritimo neperiano, = média amostral, = estimativa de k,

= soma de frequência das contagens que excedem a , = tamanho da amostra e,

= número de classes da distribuição de frequência.

(45)

Quando os valores de k são baixos e positivos (k < 2), indicam uma distribuição altamente agregada. Valores variando de 2 a 8, eles indicam uma agregação moderada e, quando superiores a 8, distribuição ao acaso (ELLIOTT, 1979; SOUTHWOOD, 1978).

2.6. Distribuições teóricas de frequência

2.6.1. Distribuição de Poisson

Esta distribuição, também conhecida como distribuição ao acaso ou aleatória, apresenta variância igual á média (BARBOSA; PERECIN, 1982). A serie de probabilidade da distribuição de Poisson (JOHNSON; KOTZ, 1969) é dada por:

para x = 0

para x = 1, 2, 3...

Em que,

base do logaritimo neperiano (e= 2,71828),

(46)

2.6.2. Distribuição binomial negativa

Caracteriza-se por apresentar a variância maior do que a média (s2 m), representa a distribuição agregada ou contagiosa de insetos. A série de probabilidades da distribuição binomial negativa (JOHNSON; KOTZ, 1969), é obtida por:

k

k

m

P

1

)

0

(

, para x = 0

, para x = 1, 2, 3...

Onde,

= expoente k da distribuição binomial negativa obtido pelo método de máxima verossimilhança ou pelo método dos momentos,

= média amostral e,

P(x) = probabilidade de correr x indivíduos em uma unidade amostral.

2.6.3. Distribuição Neyman Tipo A

(47)

para x = 0, 1, 2,...

Onde,

= base do logaritmo neperiano ( = 2,71828) e,

P(X) = Probabilidade de ocorrer X indivíduos em uma unidade amostral.

2.7. Teste de qui-quadrado de aderência

Para testar o ajuste dos dados a cada uma das distribuições de probabilidade foi utilizado o teste de aderência, que consiste em comparar as frequências observadas com as frequências esperadas pela distribuição. O modelo apresenta um bom ajuste quando as frequências observadas e esperadas são próximas, dado pela seguinte expressão:

i i i

n

i

FE

FE

FO

X

c 2

1

2

(

)

Em que,

nc = número de classes da distribuição de frequências,

FOi = frequência observada na i-émisa classe e,

FEi = frequência esperada na i-ésima classe.

O número de graus de liberdade associado à estatística é dado por:

G.L = nc np 1

Onde,

(48)

Figura 3. Número médio de adultos e ovos de Tetranychus ogmophallos por folha coletados na parte superior e inferior de plantas de amendoim na Área comercial - Fazenda Guarani, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014.

np = número de parâmetros estimados na amostra.

O critério do teste foi de rejeitar o ajuste da distribuição estudada ao nível α de probabilidade se:

3. Resultados

3.1. Distribuição vertical de Tetranychus ogmophallos

Os resultados demonstraram que acima de 96% dos ácaros foram encontrados em folhas da parte inferior das plantas. O local de preferência para oviposição também foi a parte inferior das plantas, o que corresponde mais de 99% do número médio de ovos encontrado (Figura 3 e 4).

Genótip os Genótip os

Parte Inferior Parte Superior

150,0 Proporção de indivíduos 150,0

2,87 81,58

(49)

Figura 4. Número médio de adultos e de ovos de Tetranychus ogmophallos por folha coletados na parte superior e inferior de plantas de amendoim na Área experimental – FEPE (UNESP/FCAV).

3.2. Distribuição espacial de Tetranychus ogmophallos

A razão variância/média foi maior que a um em todas as avalições, tanto para área comercial como para área experimental, o que é um indicativo de distribuição agregada do ácaro (adultos e ovos) (RABINOVICH, 1980). O índice de Morisita (Iδ) foi maior que um em todas as avaliações, assemelhando-se com o índice anterior e indicando distribuição agregada para as duas áreas (ELLIOT, 1979). Além disso, o teste qui-quadrado para o índice de Morisita (X² Iδ) foi significativo a 1% em todas as amostragens realizadas nas duas áreas, confirmando a hipótese da agregação (Tabela 1).

Com relação aos valores encontrados do Coeficiente de Green (Cx), também é possível verificar que a distribuição do ácaro T. ogmophallos ocorre de maneira agregada, pois foram obtidos valores maiores que zero em todas as amostras (DAVIS,

Parte Inferior Parte superior

Proporção de indivíduos

150,0 150,0

0.58 132.81

(50)

1993). Quanto ao parâmetro k da distribuição binomial negativa, estimado pelo método da máxima verossimilhança, em 100% das avaliações foram obtidos valores entre 0 e 2, indicando alta agregação (ELLIOT, 1979; SOUTHWOOD, 1978). Nos resultados obtidos utilizando-se o método dos momentos, também foram obtidos valores entre 0 e 2 em 100% das amostragens realizada nas duas áreas.

O parâmetro λ2 da distribuição Neyman tipo A, apresentou valores maiores que zero, demonstrando o comportamento agregado da praga (NEYMAN, 1939) (Tabela 1). Essa concordância entre os índices de agregação calculados é de fundamental importância para definição sobre o padrão de distribuição de uma praga, considerando que eles possuem limitações conhecidas em suas determinações (RABINOVICH, 1980).

De acordo com o teste qui-quadrado de aderência para o ajuste às distribuições de Poisson, Binomial Negativa e Neyman tipo A, foi observado melhor ajuste para Binomial negativa em 84,62% das 13 amostragens em que foi possível testar o ajuste para está distribuição, seguido pela Neyman tipo A que se ajustou a 4,76% das 20 amostragens em que foi possível testar ajuste. Para a distribuição de Poisson não foi possível testar ajuste. Esses resultados são esperados, e é conhecido que os modelos agregados têm sido muito utilizados para estudar o efeito da heterogeneidade do ambiente no padrão de comportamento espacial de artrópodes (VINATIER et al., 2011) (Tabela 1).

Diante dos resultados, é possível verificar que a distribuição do ácaro T.

ogmophallos é altamente agregada de acordo com o índice k da máxima

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Tabela 1. Estudo descritivo, índices de agregação e teste de ajuste das distribuições de Poisson, binomial negativa e Neyman tipo A para o número de adultos e de ovos de Tetranychus ogmophallos por planta – área comercial e experimental.

DAS- dias após semeadura; n = número de plantas amostradas; m = média; s2 = variância; I = razão variância/média; I

δ =índice de morisita; X² Iδ = teste de afastamento da

aleatoriedade para Iδ; Cx = coeficiente de Green; kmom = estimativa de K pelo método dos momentos; kmv = estimativa de k pelo método de máxima verossimilhança; λ2 = parâmetro

estimado da distribuição Neyman tipo A; ** = significativo a 1% de probabilidade; * = significativo a 5% de probabilidade; NS = não significativo a 5% de probabilidade.

Indices Ajustes

DAS n m s2 I X² Iδ Cx kmom kmv λ2 X2P X2BN X2NA

C O M E R C I A L Adultos

28 102 1,23 56,26 45,54 36,9920 4600,00** 0,35 0,02 0,0056 - - - -

43 102 0,76 12,34 16,13 20,8551 1629,85** 0,19 0,05 0,0217 15,13 96,42** - 5069,99**

58 102 7,24 377,53 52,10 7,9946 5262,99** 0,06 0,14 0,0683 18,46 1239,77** 6,74NS 21213,34**

118 102 4,96 68,84 13,87 3,5758 1401,76** 0,02 0,38 0,3699 12,87 789,69** 7,07NS 3030,32**

Ovos

20 102 0,98 15,52 15,83 16,1345 1599,32** 0,14 0,06 0,0217 14,83 164,14** - 275,40**

43 102 1,72 50,55 29,30 17,3334 2959,34** 0,16 0,06 0,0137 23,29 257,45** - 9,43**

58 102 30,24 8121,43 268,52 9,7612 27120,59** 0,08 0,11 0,0413 23,68 708,65** 8,71* 16612,86**

73 102 0,17 1,77 10,03 54,6667 1013,33** 0,53 0,01 0,0104 9,03 19,00** - 136,84**

118 102 13,85 561,73 40,54 3,8290 4095,51** 0,02 0,35 0,1905 14,53 2691,67** 10,09NS 61818,66**

E X P E R I M E N T A L Adultos

28 36 10,02 387,85 38,67 4,6632 1353,74** 0,10 0,26 0,1053 18,46 508,34** 0,68NS 8939,23**

43 36 16,38 682,81 41,66 3,4163 1458,22** 0,06 0,40 0,1377 19,23 136,98** 2,24NS 2341,56**

58 36 24,66 1741,37 70,59 3,7462 2470,86** 0,07 0,35 0,1846 15,37 330,56** 1,09NS 44304,11**

73 36 30,05 2357,99 78,45 3,5078 2745,91** 0,07 0,38 0,1963 19,81 160,06** 0,86NS 30480,32**

103 36 7,86 157,43 20,02 3,3616 700,96** 0,06 0,41 0,1197 19,02 355,67** 4,80* 1101,43**

118 36 16,36 2352,98 143,81 9,5009 5033,54** 0,24 0,11 0,0301 16,88 41,63** - 76,97**

Ovos

28 36 4,75 205,10 43,18 9,6842 1511,32** 0,24 0,11 0,0963 15,87 228,50** 3,72NS 230,93**

43 36 15,00 748,40 49,89 4,1749 1746,27** 0,09 0,30 0,1131 17,90 447,00** 3,83NS 103,09**

58 36 24,63 1796,80 72,92 3,8413 2552,40** 0,08 0,34 0,2075 18,72 246,82** 2,63NS 9091,17**

73 36 28,83 2452,94 85,07 3,8376 2977,56** 0,08 0,34 0,1920 17,26 185,88** 1,23NS 3089,48**

103 36 31,22 2522,06 80,77 3,4863 2827,16** 0,07 0,39 0,0981 23,58 140,72** - 5,87NS

(52)

4. Discussão

Diante dos resultados obtidos nas duas áreas experimentais, ficou evidenciado que T. ogmophallos inicia sua infestação pela parte inferior das plantas de amendoim. Dessa forma, demonstra-se a preferência alimentar de T. ogmophallos por folhas já desenvolvidas em detrimento das folhas recém formadas. Estes resultados podem ser explicados pelas condições mais favoráveis que a parte inferior das plantas oferecem a sua colonização e sobrevivência, como, por exemplo, menor exposição aos raios solares e maior umidade após o fechamento da cultura. Além disso, possivelmente a parte inferior das plantas proporcione maior proteção da colônia quanto ao ataque de predadores. Todavia, com o crescimento populacional do ácaro e redução do alimento disponível, notou-se que os ácaros migraram para as partes mais altas da planta e assim colonizando-a por inteiro.

Walzer et al. (2009) verificaram que, em plantas sem predadores, a distribuição inicial de ácaros tetraniquídeos, ao longo do tempo foi caracterizada por uma ocupação inicial das partes basal e mediana, seguidas por uma migração para a parte superior. Em contrapartida, Moraes et al. (2014), verificaram que para realizar amostragens do ácaro-vermelho Tetranychus aff. yusti McGregor (Acari: Tetranychidae) em algodoeiro -

Gossypium herbaceum L. cultivar CNPA-2H, o ápice, pode ser considerada a unidade

amostral, pois observaram que a média de infestação variou entre 72,50 e 94,17%, no ápice da planta, em razão do aumento populacional da praga na porção inferior da planta. Esses padrões de distribuição vertical de ácaros podem ser afetados pela competição, predação e por características comportamentais de uma determinada espécie (ZALOM et al., 1985; PEÑA; BARANOWSKI 1990; WALZER et al., 2009).

(53)

Assim o movimento para as partes mais elevadas pode estar relacionado a um aumento da densidade populacional e deterioração progressiva das folhas, obrigando os organismos a migrar para locais mais adequados a sua sobrevivência (CLOBERT, et al. 2001; IMS; HJERMANN, 2001).

Diante dos resultados obtidos, foi possível verificar que a distribuição do ácaro T.

ogmophallos é altamente agregada de acordo com os índice testados e o k da máxima

verossimilhança e ao ajuste da maior parte das avaliações à binomial negativa, Área comercial e Área experimental, respectivamente. Essa concordância entre os índices de agregação calculados é de fundamental importância para definição do padrão de distribuição de uma praga (RABINOVICH, 1980).

Esse padrão de distribuição espacial pode ser observado em diversas espécies de ácaros, tais como, o ácaro Panonychus ulmi (Koch) em pomar de macieiras (RIBEIRO, 1990) e para o ácaro T. urticae na cultura do morango, em La Plata - Buenos Aires (GRECO et al., 1999). Os ácaros Mononychellus tanajoa (Bondar) e

Typhlodromalus aripo (DeLeon) também apresentaram padrão espacial agregado na

cultura da mandioca, em Benin, oeste da África (ONZO et al., 2005).

(54)

5. Conclusões

Na cultura do amendoim T. ogmophallos infesta inicialmente a parte inferior das plantas de amendoim.

(55)

6. Referências

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