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Qualidade fisiológica de sementes de Tabebuia avellanedae e Tabebuia impetiginosa submetidas à ultra-secagem.

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Academic year: 2017

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1Recebido em 01/06/10. Aceito para publicação em 02/05/11. Trabalho realizado com auxílio inanceiro da FAPESP.

2Eng. Agrônoma, Dra., Laboratório Central de Sementes e Mudas, Departamento de Sementes Mudas e Matrizes – CATI. CP 962, CEP 13070-178, Campinas, SP, Brasil, email: leila@cati.sp.gov.br, autor para correspondência.

3Eng. Agrônomo, Dr., Instituto Agronômico de Campinas/APTA. CP 28, CEP 13001-970, Campinas, SP, Brasil, email: aalago@iac.sp.gov.br 4Eng. Agrônomo, Dr., Professor Titular, Departamento de Produção Vegetal, USP/ESALQ, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, CP 09, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, Brasil, e-mail: smcicero@esalq. usp.br

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE

Tabebuia avellanedae

E

Tabebuia impetiginosa

SUBMETIDAS À ULTRA-SECAGEM

1

LEILA MArTINS2, ANTôNIo AUgUSTo Do LAgo3, SILVIo MoUrE CICEro4

PHYSIoLogICAL QUALITY oF Tabebuia avellanedae AND T. impetiginosa SEEDS SUBMITTED To EXTrEME DrYINg

ABSTrACT - The objective of this study was to evaluate the physiological performance of Tabebuia avellanedae Lorentz ex griseb (syn. Handroanthus impetiginosus Mart. Ex DC.) and T. impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl (syn. Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos) seeds stored at different moisture contents for 360 and 600 days respectively. Initial seed moisture content was determined and a control sample removed, representing the highest water content (12.7% for T. avellanedae and 5.4% for T. impetiginosa). The remaining seeds were dried and the other moisture contents were measured (7.4 and 2.9% for T. avellanedae and 2.4% for T. impetiginosa). The seed portions at each moisture content were stored at 10, 20 and -20 °C (T. avellanedae) and at 10 °C and in liquid nitrogen at -196 °C (T. impetiginosa)and submitted to physiological evaluations at the beginning of storage, after 40, 120, 200, 280 and 360 days for rESUMo – o objetivo no trabalho foi estudar o comportamento isiológico de sementes de Tabebuia avellanedae Lorentz ex griseb (sin. Handroanthus impetiginosus Mart. Ex DC.) e T. impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl (sin. Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos) com diferentes teores iniciais de água, armazenadas por 360 e 600 dias, respectivamente, em diferentes condições de temperatura. Foi determinado o grau de umidade das sementes e obtidas amostras controle (12,7% para T. avellanedae e 5,4% para T. impetiginosa). As sementes remanescentes foram submetidas à secagem para a obtenção dos demais teores de água (7,4 e 2,9% para T. avellanedae e 2,4% para T. impetiginosa). Amostras de sementes de T. avellanedae, de todos os teores de água, foram armazenadas a 10, 20 e -20 °C e de T. impetiginosa a 10 e -196 °C e submetidas a avaliações isiológicas no momento do armazenamento e após 40, 120, 200, 280 e 360 dias para T. avellanedae e após 120, 240, 360, 480 e 600 dias para T. impetiginosa. o delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial, separadamente por espécie e época de armazenamento. A comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Baixos teores de água associados a baixas temperaturas de armazenamento favorecem a conservação de sementes de Tabebuia avellanedae e T. impetiginosa. Para sementes de T. avellanedae, a qualidade isiológica foi mantida por 360 dias, quando armazenadas com teor de água entre 2,9 e 7,4% a 10 ou -20 ºC. Sementes de T. impetiginosa com teores de água entre 2,4 e 5,4% mantiveram a qualidade isiológica por 600 dias, a 10 e -196 ºC.

(2)

T. avellanedae and after 120, 240, 360, 480 and 600 days for T. impetiginosa. The statistical design was a completely randomized factorial and the analysis was made separately by species and storage period with means compared using the Tukey test at 5% probability. The preservation of stored Tabebuia avellanedae and T. impetiginosa seeds was better at a lower moisture content and a lower temperature. Seeds of T. avellanedae can be dried to moisture contents of 7.4% and 2.9% and preserved at temperatures of 10 and -20 °C for 360 days. Seeds of T. impetiginosa can be dried to 2.4% and 5.5% moisture content and preserved at 10 and -196 °C for 600 days.

Index terms: seed Forest, conservation, vigor, drying.

INTRODUÇÃO

os ipês são plantas da família Bignoniaceae e do gênero Tabebuia (sinonímia Handroanthus) que engloba,

aproximadamente, 100 espécies e tem distribuição desde o México e Antilhas até o Norte da Argentina. Além de fornecer madeira de boa qualidade, são árvores ornamentais, principalmente devido à exuberância de suas lores de diferentes matizes (Corrêa et al., 2008).

o armazenamento de sementes de espécies lorestais é uma técnica econômica e que possibilita conservar materiais genéticos potencialmente importantes (Bonner, 1990), principalmente para aquelas que, pela intervenção do homem por meio de queimadas e derrubadas, tiveram excluídas as áreas produtoras de sementes (Souza et al., 1980).

Tabebuia avellanedae Lorentz ex griseb. (sin. Handroanthus impetiginosus Mart. Ex DC.) popularmente

conhecida como ipê-roxo, pau-d’arco-roxo, ipê-roxo-da-mata, entre outros, é planta de porte arbóreo, alcançando altura de 20 a 35 m, com características de planta helióila, clímax, típica da loresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná. Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.)

Standl. (sin. Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.)

Mattos), é conhecida como ipê-roxo, pau d’arco-roxo, ipê-roxo-de-bola tem porte arbóreo alcançando altura de 8 a 20 m, com característica de planta decídua; é espécie secundária tardia a clímax, tolerando sombra no estádio juvenil (Lorenzi, 2002).

As sementes de T. avellanedae e T. impetiginosa

são classiicadas como ortodoxas; assim, deveriam permanecer viáveis após dessecação a teor de água inferior a 5% e armazenadas sob baixas temperaturas por longo período (roberts, 1973; Carvalho et al., 2006; Degan et al., 2001) airmaram que sementes de T. roseo alba (ridl.) (ipê-branco) lioilizadas e com 3,7% de água

tiveram signiicativa redução da germinação após 60 dias

de armazenamento em ambiente de laboratório e após 120 dias em câmara seca. Da mesma forma, Borba Filho e Perez (2009) veriicaram perda total de viabilidade de sementes de ipê-branco (T. roseo alba) e de ipê-roxo

(T. impetiginosa) após 120 dias de armazenamento em

condição de laboratório (21 a 31 °C/ 40 a 78% de umidade relativa do ar). Já Martins et al. (2009) observaram adequada conservação de sementes de ipê-branco (T. roseo alba), com 10,1 e 8,3% de água, por 360 dias nas

temperaturas de 10 e -20 °C. De maneira similar, Mello e Eira (1995) observaram que sementes desta espécie, com 9% de água, mantiveram o poder germinativo durante dois anos quando armazenadas a -20 °C. Desse modo, observa-se que o grau de umidade das sementes e a temperatura do ambiente de armazenamento têm grande inluência na conservação das sementes (Harrington, 1972).

o objetivo desta pesquisa foi estudar o comportamento isiológico das sementes de Tabebuia avellanedae e T. impetiginosa, com teores iniciais de água distintos e

armazenadas em diferentes temperaturas.

MATERIAL E MÉTODOS

Frutos maduros de cinco plantas matrizes de

Tabebuia avellanedae e de oito plantas matrizes de T. impetiginosa foram coletados ainda fechados, e

colocados em ambiente de laboratório sob luz indireta para secagem e posterior extração das sementes. Primeiramente, foi determinado o grau de umidade inicial das sementes (Brasil, 1992) e, paralelamente, removida uma amostra representativa do tratamento controle, com o maior teor de água a ser estudado (12,7%,

para T. avellanedae e 5,4% para T. impetiginosa). Em

(3)

hermética) contendo sílica-gel com indicador azul (Ø = 4-8 mm), renovada regularmente, para a obtenção dos diferentes graus de umidade: 7,4 e 2,9% para T. avellanedae e 2,4% para T. impetiginosa.

os teores de água foram obtidos com acompanhamento da perda de massa das sementes durante a secagem. Para tanto, as amostras de sementes para o monitoramento, com massas iniciais previamente conhecidas, foram acondicionadas em sacos de filó e distribuídas nas embalagens de vidro para pesagens a cada quatro horas, no início da secagem, e a cada duas horas, no final da secagem, em função das massas que eram obtidas. As massas finais das amostras, correspondentes a cada um dos graus de umidade desejados, foram calculadas por meio da equação descrita por Cromarty et al. (1985).

À medida que os graus de umidade estavam a ± 0,3 % dos valores desejados, as amostras de cada tratamento foram retiradas, homogeneizadas e divididas em seis repetições que, por sua vez, foram embaladas individualmente em sacos de polietileno impermeáveis de 0,1 mm de espessura (Martins et al., 2009; Nascimento et al., 2010) e mantidas a 10 °C ± 2 °C, provisoriamente, até a obtenção dos demais graus de umidade desejados. As amostras, correspondentes a todos os graus de umidade, foram armazenadas em câmaras a 10, 20 e -20 °C para T. avellanedae e a 10 e -196 °C para T. impetiginosa.

Antes do armazenamento e após 40, 120, 200, 280 e 360 dias para T. a vellanedae e após 120, 240, 360, 480 e 600

dias de armazenamento para T. impetiginosa as sementes

foram submetidas às avaliações descritas a seguir:

Grau de umidade: determinado a 105 ± 3 °C/24 h,

pelo método da estufa (Brasil, 1992), em duas amostras de 1 g por repetição. os resultados dos tratamentos, com base na massa úmida (Bu), foram expressos em porcentagem.

Germinação: foi determinada utilizando-se 120

sementes (seis repetições de 20 sementes) em substrato rolo de papel mantido a 25 °C e fotoperíodo de oito horas, obtido por meio de quatro lâmpadas de luz fria e luorescente de 20 W e 75 rS. o substrato foi umedecido com volume de água equivalente a 2,5 vezes à massa do papel sem hidratação (Brasil, 1992). As avaliações foram feitas aos 11, 16 e 28 dias após a instalação do teste e os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais.

Emergência das plântulas: foi determinada

semeando-se, individualmente, 120 sementes (seis repetições de 20 sementes) em caixas de plástico tipo

“gerbox” com areia, a 0,2 cm de profundidade, dispostas em ambiente de laboratório, sob luz indireta, desprovido de controles de temperatura e umidade relativa do ar. A disponibilidade hídrica foi mantida a aproximadamente 60% da capacidade de retenção de água (Marcos Filho et al., 1987). Foram consideradas como plântulas emersas aquelas que, após 30 dias da instalação do teste, apresentaram a parte aérea exposta acima da superfície do substrato.

Velocidade de emergência de plântulas: foi obtida

contando-se o número diário de plântulas emersas no teste de emergência de plântulas e calculando-se o índice de velocidade de emergência (IVE) seguindo os procedimentos citados por Marcos Filho et al., (1987).

Comprimento do hipocótilo: foi avaliado aos 30

dias após a instalação do teste de emergência, quando foram mensuradas as distâncias (cm) entre a região de transição da raiz com o hipocótilo e a região de inserção das folhas cotiledonares. os dados médios foram obtidos pelo quociente entre o somatório das medidas registradas em cada determinação e o número de sementes utilizadas (Vanzolini et al., 2007).

Para os dados obtidos antes do armazenamento, para as duas espécies, calculou-se a média e o desvio-padrão, para cada grau de umidade estudado. Durante o armazenamento, para T. avellanedae o delineamento

experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial, com nove tratamentos (3 graus de umidade x 3 temperaturas de armazenamento) e seis repetições, em cada época de avaliação. Para T. impetiginosa foi adotado

o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial, com quatro tratamentos (2 graus de umidade x 2 temperaturas de armazenamento) e seis repetições, em cada época de avaliação. A comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. os dados de germinação e emergência de plântulas foram transformados em arcoseno x/100, em que x refere-se à porcentagem de germinação ou de emergência

de plântulas; porém nas tabelas são apresentadas as médias sem transformação (%).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

(4)

isiológica das mesmas, independentemente da espécie. Interação signiicativa entre graus de umidade das sementes e temperaturas de armazenamento ocorreu aos 200 dias de armazenamento para porcentagem (Tabela 2)

e índice de velocidade de germinação (Tabela 4) e aos 120 e 200 dias de armazenamento para emergência (Tabela 3) e comprimento da parte aérea das plântulas (Tabela 5) em

Tabebuia avellanedae.

TABELA 1. Médias (± desvio padrão) para germinação (G), emergência de plântulas (E), comprimento de parte aérea de plântulas (CPA) e índice de velocidade de emergência de plântulas (IVE) obtidos de sementes de Tabebuia avellanedae e T. impetiginosa com diferentes graus de umidade antes do armazenamento.

Graus de umidade

(% H2O ) G (%) E (%) CPA (cm) IVE

Tabebuia avellanedae

12,7 62 ± 11,65 78 ± 6,06 6,87 ± 0,89 1,50 ± 0,09

7,4 58 ± 9,31 69 ± 10,63 5,27 ± 0,97 1,26 ± 0,17

2,9 63 ± 10,52 71 ± 7,91 5,69 ± 1,48 1,23 ± 0,10

Tabebuia impetiginosa

5,4 63 ± 12,02 43 ± 11,47 4,12 ± 1,29 0,47 ± 0,08

2,4 56 ± 6,08 35 ± 4,66 4,05 ± 0,43 0,40 ± 0,11

TABELA 2. Germinação de sementes (%) de T. avellanedae obtida durante o armazenamento com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação ou da interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

40 120 200 280 360

U%

12,7 62 54 b 46 44 45

7,4 63 60 ab 62 48 44

2,9 64 63 a 65 46 46

T

10 61 b 62 a 64 68 a 66 a

20 68 a 54 b 38 1 b 0 b

-20 61 b 61 a 71 68 a 68 a

U x T

12,7/10 62 56 65 ab 65 66

7,4/10 55 64 58 b 72 66

2,9/10 63 66 69 a 66 67

U x T

12,7/20 65 44 4 c 0 0

7,4/20 73 57 60 a 3 0

2,9/20 68 59 49 b 1 0

U x T

12,7/-20 59 61 68 ab 66 67

7,4/-20 61 59 67 b 67 66

2,9/-20 62 62 77 a 71 72

(5)

TABELA 3. Emergência de plântulas (%) de T. avellanedae obtida durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC).

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

40 120 200 280 360

U

12,7 65 54 47 48 49

7,4 67 64 66 49 50

2,9 65 59 66 43 50

T

10 63 60 68 68 a 74 a

20 67 51 38 1 b 0 b

-20 67 66 74 71 a 76 a

U x T

12,7/10 63 64 a 61 b 73 75

7,4/10 65 67 a 70 ab 69 74

2,9/10 61 50 b 72 a 61 41

U x T

12,7/20 70 34 b 12 b 0 0

7,4/20 67 59 a 51 a 2 0

2,9/20 64 59 a 51 a 3 0

U x T

12,7/-20 63 64 a 69 a 71 73

7,4/-20 68 66 a 76 a 76 77

2,9/-20 71 68 a 75 a 65 79

CV (%) 15,90 14,28 13,20 17,72 14,35

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação e interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

TABELA 4. Índice de velocidade de emergência de plântulas de T. avellanedae obtido durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

40 120 200 280 360

U

12,7 1,42 1,17 0,64 0,96 ab 1,02

7,4 1,46 1,33 0,99 1,00 a 1,09

2,9 1,37 1,23 0,91 0,82 b 1,09

T

10 1,36 1,29 a 0,97 1,40 a 1,53 b

20 1,41 1,06 b 0,50 0,02 b 0,00 c

-20 1,47 1,38 a 1,07 1,36 a 1,68 a

U x T

12,7/10 1,48 1,39 0,83 a 1,51 1,43

7,4/10 1,35 1,37 1,03 a 1,48 1,62

2,9/10 1,25 1,12 1,04 a 1,21 1,53

12,70/20 1,43 0,89 0,11 b 0,00 0,00

U x T 7,47/20 1,45 1,16 0,73 a 0,02 0,00

2,96/20 1,37 1,12 0,68 a 0,04 0,00

12,7/-20 1,35 1,24 0,98 b 1,39 1,64

U x T 7,4/-20 1,59 1,47 1,22 a 1,49 1,65

2,9/-20 1,48 1,44 1,01 ab 1,20 1,75

CV (%) 16,19 18,11 18,41 21,21 15,86

(6)

TABELA 5. Comprimento da parte aérea (cm) de plântulas de T. avellanedae obtido durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

40 120 200 280 360

U

12,7 4,60 3,98 2,82 3,11 3,56

7,4 4,89 4,74 4,18 3,10 3,41

2,9 4,70 4,51 4,16 2,59 3,39

T

10 4,38 4,64 4,23 4,25 a 5,17 a

20 4,88 3,78 2,26 0,08 b 0,00 b

-20 4,92 4,80 4,67 4,46 a 5,20 a

U x T

12,7/10 4,47 4,94 a 3,71 a 4,51 5,53

7,4/10 4,09 5,12 a 4,34 a 4,20 5,10

2,9/10 4,59 3,86 b 4,65 a 4,05 4,88

12,7/20 5,05 2,62 b 0,45 b 0,00 0,00

U x T 7,4/20 5,08 4,34 a 3,44 a 0,09 0,00

2,9/20 4,52 4,39 a 2,89 a 0,15 0,00

12,7/-20 4,28 4,37 a 4,31 a 4,82 5,16

U x T 7,4/-20 5,49 4,75 a 4,75 a 5,00 5,14

2,9/-20 5,00 5,29 a 4,95 a 3,56 5,30

CV (%) 16,37 15,61 20,36 24,10 17,59

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação e interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

o conjunto de dados obtidos na avaliação de germinação das sementes de T. avellanedae (Tabela 2)

evidencia que nas temperaturas de 10 e -20 °C houve melhor conservação da qualidade isiológica durante todo o período de armazenamento. Trabalhando com sementes de ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha), Martins et al. (2009)

obtiveram melhores resultados para conservação das sementes quando as mesmas foram armazenadas com teor de água de 11,9% nas temperaturas de 10 e -12 °C. Carvalho et al. (1976) também airmaram que sementes dessa espécie (T. chrysotricha) podem ser conservadas em geladeira a 10

°C por aproximadamente 150 dias. Ainda, Borba Filho e Perez (2009) concluíram que o acondicionamento em lata e manutenção em geladeira é uma condição adequada para armazenar sementes de T. roseo alba (7,9% de água) e T. impetiginosa (8,3% de água) por 300 dias. Sementes de T. avellanedae quando armazenadas a 20 °C tiveram seu

desempenho isiológico prejudicado mais intensamente a partir de 200 dias e, particularmente, no teor de água mais elevado (12,7%) aos 200 dias o desempenho foi insatisfatório (4%); aos 280 dias a qualidade isiológica já estava prejudicada em todos os teores de água (12,7,

7,4 e 2,9%). Esse fato pode ser explicado porque, segundo Harrington (1972), em sementes armazenadas com teores de água superiores a 12% a deterioração é mais rápida em embalagens impermeáveis ao vapor d’água do que nas permeáveis, devido à aceleração das atividades respiratórias da semente e dos fungos que as acompanham. Por outro lado, Kageyama e Marques (1981), armazenaram sementes de ipê-dourado (Tabebuia sp) com teor de água ao redor de

8% em câmara seca (temperatura de aproximadamente 20 °C e umidade relativa do ar de 45%) e constataram que essa foi a condição que menos danos causou à viabilidade das sementes. Em relação a cada fator isoladamente, teor de água e temperatura, observa-se valores semelhantes após 360 dias de armazenamento a 10 e -20 °C; porém, a 20 °C não houve mais germinação, conirmando os valores inferiores observados nesta temperatura após 200 dias de armazenamento.

De maneira similar aos resultados do teste de germinação, o teste de emergência de plântulas de T. avellanedae (Tabelas 3) indicou que a temperatura de 20 °C

(7)

aos 280 dias as sementes com teor de água de 12,7% estavam mortas. Nesta temperatura, em todos os teores de água (12,7, 7,4 e 2,9%) não houve germinação aos 360 dias de armazenamento. A mesma tendência pode ser observada com relação ao índice de velocidade de emergência (Tabela 4) e comprimento da parte aérea de plântulas (Tabela 5), ou seja, a temperatura de 20 °C não foi adequada para a manutenção do potencial isiológico das sementes. Aos 200 dias, a 20 °C, as sementes com 12,7% de água já apresentavam menor velocidade de emergência (Tabela 4) e o comprimento da parte aérea de plântulas (Tabela 5) era inferior ao dos outros teores de água (7,4 e 2,9%). Aos 360 dias a velocidade de emergência (Tabela 4) e o comprimento

da parte aérea das plântulas foram nulos (Tabelas 5). Para T. impetiginosa não houve interação entre graus de

umidade e temperaturas de armazenamento, para nenhuma das características avaliadas ao longo do período de armazenamento. Veriicou-se que as sementes mantiveram a qualidade isiológica (Tabela 6), provavelmente devido aos baixos teores de água das sementes (5,4 e 2,4%), embora com 120 dias de armazenamento as sementes com 5,4% de teor de água apresentaram maior germinação que aquelas com 2,4% de teor de água. Também, com 240 dias de armazenamento as sementes armazenadas em nitrogênio liquido apresentaram menor germinação que as armazenadas a 10 ºC.

TABELA 6. Germinação de sementes (%) de T. impetiginosa obtida durante o armazenamento com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação e interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

120 240 360 480 600

U 5,4 62 a 52 40 64 55

2,4 49 b 46 39 52 58

T 10 58 55 a 41 62 53

-196 53 43 b 38 54 60

U x T 5,4/10 61 57 41 66 47

2,4/10 55 53 41 58 60

5,4/-196 62 47 39 62 64

2,4/-196 44 39 37 46 57

CV (%) 24,88 28,28 20,37 26,15 27,69

TABELA 7. Emergência de plântulas (%) de T. impetiginosa obtida durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

120 240 360 480 600

U 5,4 73 59 67 46 57

2,4 66 61 59 34 55

T 10 72 62 64 46 64 a

-196 66 58 63 35 48 b

U x T 5,4/10 72 60 66 50 68

2,4/10 72 64 61 41 61

5,4/-196 74 58 68 42 46

2,4/-196 59 57 58 27 50

CV (%) 13,57 13,73 18,17 38,89 21,39

(8)

No teste de emergência de plântulas de

T. impetiginosa (Tabela 7) veriicou-se que o

armazenamento em nitrogênio líquido (-196 °C), aos 600 dias, foi menos adequado à conservação das sementes do que o armazenamento a 10 °C; contudo essa condição não anulou o potencial isiológico das sementes, as quais apresentaram emergência de 48%. Corrêa et al.

(2008) veriicaram para essa espécie emergência de 1% em diásporos após 210 dias de armazenamento sob refrigeração. Tendência semelhante foi veriicada para o índice de velocidade de emergência (Tabela 8) e para comprimento da parte aérea de plântulas (Tabela 9), sendo que para esta característica, o armazenamento a 10 °C mostrou-se mais vantajoso aos 600 dias.

TABELA 8. Índice de velocidade de emergência de plântulas de T. impetiginosa obtido durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

120 240 360 480 600

U 5,4 0,96 a 0,62 0,70 0,77 0,50

2,4 0,83 b 0,68 0,69 0,57 0,43

T 10 0,92 0,67 0,71 0,72 0,58 a

-196 0,87 0,62 0,69 0,63 0,36 b

U x T 5,4/10 0,96 0,66 0,71 0,81 0,63

2,4/10 0,87 0,69 0,70 0,63 0,53

U x T 5,4/-196 0,96 0,57 0,69 0,74 0,37

2,4/-196 0,78 0,67 0,68 0,52 0,34

CV (%) 14,90 15,74 17,61 34,76 24,75

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação e interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

TABELA 9. Comprimento da parte aérea de plântulas (cm) de T. impetiginosa obtido durante o armazenamento de sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)

Fator de Variação Tratamento Período de Armazenamento (dias)

120 240 360 480 600

U 5,4 5,71 4,07 2,67 a 1,83 3,82

2,4 5,05 4,42 2,14 b 1,39 3,23

T 10 5,75 4,58 a 2,61 2,18 4,49 a

-196 5,01 3,91 b 2,20 1,04 2,55 b

U x T 5,4/10 5,82 4,21 2,79 2,11 a 4,94

2,4/10 5,69 4,95 2,43 2,26 a 4,05

5,4/-196 5,60 3,94 2,55 1,55 a 2,69

2,4/-196 4,41 3,89 1,84 0,53 b 2,40

CV (%) 17,04 18,00 20,21 40,61 24,89

Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro dos fatores de variação e interação, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). CV – coeiciente de variação.

CONCLUSÕES

Baixos teores de água associados a baixas

(9)

Para sementes de T. avellanedae, a qualidade

isiológica é mantida por 360 dias, quando armazenadas com teor de água entre 2,9 e 7,4% a 10 ou -20 ºC. Sementes

de T. impetiginosa com teores de água entre 2,4 e 5,4%

mantém a qualidade isiológica por 600 dias, a 10 ºC e -196 ºC.

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Imagem

TABELA 1. Médias (± desvio padrão) para germinação (G), emergência de plântulas (E), comprimento de parte  aérea de plântulas (CPA) e índice de velocidade de emergência de plântulas (IVE) obtidos de sementes  de Tabebuia avellanedae e T
TABELA 4. Índice de velocidade de emergência de plântulas de T. avellanedae obtido durante o armazenamento de  sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)
TABELA 5. Comprimento da parte aérea (cm) de plântulas de T. avellanedae obtido durante o armazenamento de  sementes com diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)
TABELA 7. Emergência de plântulas (%) de  T. impetiginosa obtida durante o armazenamento de sementes com  diferentes graus de umidade (U%), sob diferentes temperaturas (T ºC)
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