PSICOTERAPIA DE GRUPO DE ALCOÓLATRAS
E DE SUAS ESPOSAS
GUIDO HETEM
N o século passado o alcoolismo foi considerado por D e s c u r e t7
como uma das "paixões animais". N e s t e século, é cada vez maior o número de publicações sobre a personalidade, o caráter e o tratamento do alcoóla-tra, assim como sobre a psicodinâmica do alcoolismo e seus aspectos psi-quiátricos. "Os alcoólatras apresentam graves perturbações na sua perso-nalidade pré-alcoólica. A fixação em nível oral parece ser o resultado de importantes privações nas suas relações emocionais nos primeiros anos da vida. O alcoólatra nega seus sentimentos de inferioridade, sua depres-são, sua perda de auto-respeito e sua dependência do álcool; a negação constitui a maneira mais importante dele se colocar diante da vida"
( M o r r i s1 8
) . P a r a F e n i c h e l1 0
, que cita trabalhos de R . K n i g h t de 1936 e 1938, "a personalidade pré-mórbida do alcoólatra se caracteriza por ser oral e narcisista, constelações familiares difíceis criando nele frustrações orais específicas durante a infância. Estas frustrações, finalmente, darão l u g a r a tendências homossexuais mais ou menos reprimidas".
Entretanto, os alcoólatras constituem u m g r u p o de pacientes de pro-funda heterogeneidade, no qual o único ponto comum é o fato de que
todos eles consomem bebidas alcoólicas6
.
N o tratamento do alcoólatra "a psicoterapia é u m tempo indispensá-vel ( E y9
) e sua técnica, individual ou de grupo, varia segundo os dife-rentes autores; é geralmente aceito que o alcoólatra não suporta b e m a psicanálise.
Segundo M o r r i s1 8
, p a r a tratar de alcoólatras, o psicoterapeuta neces-sita ser u m pioneiro na maneira de se aproximar de cada caso. N ã o é o que se diz ao paciente, mas sim o que se faz e o que se sente, que determinará a evolução do tratamento. Sendo o alcoolismo u m distúrbio préverbal, precisa ser tratado pela ação pluridimensional. Segundo H a r -rison e c o l .1 1
o alcoolismo provoca distúrbios psicológicos, médicos e sociais que não podem ser separados e que o médico deve conhecer para o êxito do tratamento.
V o t h2 6
publicou sua experiência de 12 anos com a psicoterapia de grupo de alcoólatras hospitalizados. C l a n c y5
informa sobre os passos na
sua técnica de psicoterapia com alcoólatras: definir o alcoolismo;
condu-zir-se a si próprio à abstinência; determinar um plano p a r a assegurar a
abstinência; manter e suportar este plano; manter a força do grupo.
Sil-ber
2 3e Smith
2iensinam que na psicoterapia do alcoólatra, pode-se utilizar
o mesmo caminho que para a educação. É necessário que se faça o Super
E u tornar-se menos restritivo, fazendo com que o paciente se torne menos
receoso de seus impulsos; o paciente pode p a r a r de beber mas apresentar
tendência a beber esporadicamente. S t r e c k e r
2 5, que também fala em
re-educação do alcoólatra, assinala a importância do ambiente familiar. P a r a
S c o t t
2 2o terapeuta deve ser, com o alcoólatra, mais ativo que com os
outros doentes; êle deve instigar a hostilidade nos momentos apropriados,
conversar com sua esposa se necessário, forçar o alcoólatra a "olhar para
si próprio" e auxiliá-lo na aquisição de u m E u que êle possa suportar.
A l é m de todo tratamento físico que é sempre necessário, "o uso de
tranquilizantes no tratamento do alcoólatra é geralmente aplicável visto
que se tem necessidade de rápida diminuição da tensão para estabelecer
e manter a relação psicoterapêutica" ( B e c k e r e Israel)
3.
Finalmente, os estudos sobre a família e sobretudo sobre a esposa do
alcoólatra e, também, sobre sua orientação e tratamento parecem ser da
maior importância. C h a p m a n
4, E y
9e N o y e r e K o l b
1 9assinalam que é
preciso que se trate também da esposa do alcoólatra. K o g a n e c o l .
1 3.
1 4>
1 5,
em trabalhos sucessivos, concluem que as esposas dos alcoólatras não
apre-sentam características especiais que as distingam das esposas de não
al-coólatras. L e m e r t
1 6>
1 7procurou estudar a dependência do alcoólatra em
relação à sua esposa, assinalando que seu esforço para determinar uma
seqüência comum de eventos no ajustamento familiar ao alcoolismo foi
geralmente improdutivo.
B a i l e y
1, Bailey e c o l .
2e Jackson, citado por S a u g y
2 1. descreveram 7
fases muito semelhantes na adaptação da família e, em especial, da
es-posa ao alcoolismo: 1) tensão da eses-posa que procura negar o problema;
2) isolamento social, a esposa sentindo menos confiança em si própria;
3) a família renuncia a controlar o alcoolismo, o que gera desorganização
familiar; 4) a esposa assume as responsabilidades, recupera a confiança em
si mesma, sente piedade do marido, disso resultando experiência de
nização da família; 5) se puder, a mulher se separa do marido; 6)
reorga-nização dos membros remanescentes sem o marido; 7) o marido se torna
sóbrio e a dificuldade para a família será a de o recolocar nas suas
respon-sabilidades, recuperando-se e reorganizando-se de novo.
I g e r s h e i m e r
1 2e Pixley e J o h n
2 0observaram que as esposas de
al-coólatras tratadas em psicoterapia de grupo melhoraram e que isto trouxe
benefício para os seus maridos e para os seus filhos.
S a u g y
2 1, em trabalho aprofundado e extenso sobre o alcoólatra e sua
esposa conclui, entre outras coisas, que "a esposa do alcoólatra (sobretudo
o alcoólatra psiquiátrico) mantém, inconscientemente, o alcoolismo do m a
-rido e que a rigidez de seu sistema de defesa torna muito difícil qualquer
deveria, portanto, ser acompanhada de u m exame atento da situação
con-jugai e, na maioria dos casos, a mulher deveria ser submetida à
psicote-rapia, individual ou de grupo, conduzida por pessoa familiarizada com esses
problemas.
N ó s nos propusemos a tratar de alcoólatras e de suas esposas,
simul-tânea e separadamente, em grupos de psicoterapia. Formaríamos
paulati-namente, quantos grupos de 5 ou 6 pacientes fossem possíveis, organizando
simultânea e paralelamente os grupos de suas esposas.
Elaboramos um questionário que, completado em duas ou três visitas
domiciliares, informava sobre: condições de habitação, quem e como
sus-tentava o lar, quem cuidava da economia doméstica, como a família
enca-rava o alcoolismo do paciente e, referindo-se à esposa de modo especial,
indagava quanto à sua atitude diante do alcoolismo do marido, sua opinião
sobre a repercussão desse alcoolismo no seio da família, na educação dos
filhos e na economia do lar; inquiria-lhe ainda como pensava que seria
sua vida se seu marido não bebêsse, como encararia uma tentativa de
tratá-lo do alcoolismo. Finalmente, solicitávamos sua ajuda no tratamento
do marido e lhe sugeríamos participar de u m grupo de psicoterapia com
outras esposas de alcoólattras.
A s respostas a todos estes itens exorbitou ao plano deste trabalho.
Apenas, vale dizer que a maioria das esposas visitadas se sentiu
suficiente-mente motivada e disposta a fazer parte do grupo de psicoterapia e ver
no que poderia auxiliar no tratamento do marido.
M A T E R I A L
Inicialmente selecionamos 18 a l c o ó l a t r a s e suas esposas, divididos em 6 g r u p o s p a r a psicoterapia. O primeiro g r u p o (6 pacientes) e o de suas respectivas es-posas f o r a m os únicos que se m a n t i v e r a m d u r a n t e todo o t r a t a m e n t o . Os outros dois g r u p o s de a l c o ó l a t r a s (6 em c a d a g r u p o ) , p a u l a t i n a m e n t e f o r a m se desinteg r a n d o , de tal m o d o que, mais tarde, nós os fundimos n u m único desinteg r u p o de 5 p a -cientes e o g r u p o p a r a l e l o de suas esposas.
A idade dos homens, todos funcionários d a P r e f e i t u r a de R i b e i r ã o P r e t o , v a -riou de 26 a 53 anos, sendo a média de 38,9 anos. A idade das mulheres v a r i o u de 23 a 53 anos, sendo a média 35,7 anos. Os pacientes t i n h a m a p e n a s instru-ção p r i m á r i a , exceto u m ( A G L ) q u e tinha instruinstru-ção secundária. Todos b e b i a m h á mais de 15 anos, exceto u m que bebia h á pouco m a i s de 10 anos ( S A ) . Todos os pacientes r e c e b i a m salários mensais ao redor de N C r $ 86,00, exceto u m que recebia s a l á r i o de N C r $ 200,00.
M É T O D O
Somente após a p r i m e i r a consulta com o a l c o ó l a t r a solicitávamos a presença de sua esposa que, antes d e comparecer ao consultório, recebia, em sua casa, a visita da assistente social. M e s m o q u a n d o a esposa a c o m p a n h a v a o m a r i d o por ocasião de s u a p r i m e i r a consulta, n ã o dispensávamos as visitas domiciliares das assistentes sociais.
D e modo g e r a l p r o c u r a m o s e v i t a r o i n t e r n a m e n t e dos a l c o ó l a t r a s em hospi-tais (psiquiátricos ou n ã o ) , visto q u e r e p u t a m o s de muito m a i o r v a l o r a conse-cução d a abstinência e m a m b u l a t ó r i o . Desde o início f i c a v a claro, entretanto, que se o paciente não conseguisse p a r a r de b e b e r seria internado. D e todos os que p a r t i c i p a r a m dos g r u p o s de psicoterapia, somente dois f o r a m internados e m hospi-tais psiquiátricos.
E x p ú n h a m o s a c a d a a l c o ó l a t r a e à s u a esposa, em conjunto ou em separado, o t r a t a m e n t o q u e pretendíamos f a z e r e p a s s á v a m o s à f o r m a ç ã o dos g r u p o s de psicoterapia. O s g r u p o s e r a m f o r m a d o s com os pacientes à medida q u e e r a m regis-trados. N ã o h a v i a p r e o c u p a ç ã o q u a n t o à i d a d e dos pacientes, q u a n t o ao tempo do alcoolismo e s u a g r a v i d a d e .
C a d a g r u p o f a z i a u m a sessão d e psicoterapia por semana, de u m a h o r a de d u r a ç ã o , o g r u p o d e a l c o ó l a t r a s e m dia diferente do g r u p o de suas respectivas esposas.
Grupo de alcoólatras — Neste g r u p o assumimos sempre atitude p a t e r n a l ,
com-preensiva e tolerante.
F o r n e c í a m o s a todos os pacientes, i g u a l e g r a t u i t a m e n t e , todos os medicamentos necessários: desintoxicantes, d r o g a s antialcoólicas ( A n t a b u s e ) , v i t a m i -nas e sais minearis, g e r a l m e n t e d u r a n t e dois ou três meses. Os medicamentos anti-alcoólicos f o r a m fornecidos d u r a n t e todo o tempo. P r o c u r a m o s sempre aten-der, t r a t a r ou e n c a m i n h a r a d e q u a d a m e n t e os pacientes que a p r e s e n t a v a m e se q u e i x a v a m de outros p r o b l e m a s médicos. D o ponto de vista sócio-econômico os pacientes e r a m a d e q u a d a m e n t e assistidos pelas assistentes sociais que lhes f a z i a m u m a visita domiciliar p o r mês e q u e os a t e n d i a m nos escritórios do seu serviço central.
Q u a n t o à psicoterapia, no início, e r a a p e n a s i n f o r m a t i v a . E x p l i c á v a m o s p r o -gressivamente, d e m a n e i r a compreensível, o metabolismo do álcool no o r g a n i s m o , a e v o l u ç ã o do alcoolismo, a s lesões q u e este p r o v o c a v a nos diferentes setores do o r g a n i s m o , ilustrando tudo com f i g u r a s de a n a t o m i a e p a t o l o g i a . Insistíamos sobre os gastos com a s bebidas alcoólicas ( q u e p a r a a l g u n s r e p r e s e n t a v a a m e t a d e do seu g a n h o m e n s a l ) , sobre os prejuízos morais, sociais, f a m i l i a r e s e genéticos q u e o alcoolismo pode e costuma a c a r r e t a r .
E s t a fase se desenvolvia d u r a n t e as p r i m e i r a s 4 ou 5 reuniões do g r u p o . A seguir, as reuniões e r a m dedicadas sobretudo a a p o i a r , estimular, incentivar, escla-recer e o r i e n t a r os pacientes, m a s v o l t á v a m o s a assunto a n t e r i o r sempre q u e possível ou necessário.
R a r a m e n t e p r o c u r á v a m o s a n a l i s a r a l g u n s p r o b l e m a s e v e n t u a l m e n t e surgidos. A p e n a s t e n t á v a m o s mostrar-lhes a dependência q u e t i n h a m de suas esposas e suas atitudes diante de seus superiores Imediatos. T e n t á v a m o s sempre estimular o inte-resse m ú t u o e recíproco.
A s reuniões de todos os g r u p o s f o r a m sempre r e a l i z a d a s n o mesmo l o c a l ( s a l a a m p l a e c o n f o r t á v e l ) . A p e n a s , f o r a previsto q u e se a l g u m componente do g r u p o fosse internado, as reuniões s e r i a m r e a l i z a d a s no Hospital, e n q u a n t o durasse seu i n t e r n a m e n t e Somente dois pacientes d o primeiro g r u p o f o r a m internados e m hospital psiquiátrico d u r a n t e u m mês; e m conseqüência, d u r a n t e esse tempo, todas a s reuniões d a q u e l e g r u p o f o r a m feitas n a q u e l e hospital.
Estabelecemos, p a r a a a v a l i a ç ã o dos resultados, o seguinte critério: resultado
regular, paciente q u e diminuiu r a z o a v e l m e n t e a ingestão de álcool; resultado bom,
paciente q u e diminuiu m a r c a d a m e n t e a ingestão de álcool; resultado ótimo, p a -ciente q u e n ã o b e b i a m a i s a t é a ocasião do último controle; inalterado, pa-ciente q u e não apresentou m e l h o r a s ou c u j a m e l h o r a foi muito pequena.
Grupo das esposas — N o inicio, depois de d u a s reuniões nas quais fazíamos
m a r i d o s , salientando a i m p o r t â n c i a e a necessidade dessa participação. E m segui-da, solicitávamos a c a d a componente do g r u p o q u e expusesse s u m a r i a m e n t e s u a v i d a , seus p r o b l e m a s f a m i l i a r e s e, sobretudo, s u a v i d a e p r o b l e m a s com seu m a -rido a l c o ó l a t r a .
A notável semelhança entre todas a s histórias deu sempre o r i g e m a fácil identificação entre os m e m b r o s do g r u p o e a g r a n d e interesse recíproco: todas t i n h a m a p e n a s instrução p r i m á r i a , todas e r a m filhas de f a m í l i a s b a s t a n t e pobres ( a l g u m a s e r a m filhas de pais a l c o ó l a t r a s ) , todas t i n h a m crescido em a m b i e n t e d e promiscuidade, todas t i n h a m dormido b a s t a n t e tempo com i r m ã o s ou com a m ã e ( o u com os p a i s ) n a m e s m a c a m a ou no mesmo q u a r t o e em c a m a sepa-r a d a , todas a f i sepa-r m a v a m ostensivamente que d e s e j a sepa-r i a m sesepa-r homens, que sesepa-r h o m e m é m e l h o r do que ser m u l h e r , e n ã o d e i x a r a m d ú v i d a s q u a n t o a seus p r o b l e m a s s e x u a i s ( f r i e z a , rejeição a o coito, i n a d a p t a ç ã o a o coito), todas s u p o r t a v a m m a l a g r a v i d e z e m e n s t r u a ç ã o , todas se t i n h a m casado com homens q u e j á e r a m a l -coólatras desde antes do casamento, todas e r a m ( c o m diferentes intensidades) s i m u l t a n e a m e n t e a g r e s s i v a s e protetoras e m r e l a ç ã o aos maridos, todas s u p o r t a -v a m m a l os filhos e e r a m excessi-vamente p r e o c u p a d a s com eles.
N ã o fizemos controle destes fatos, m a s sabemos q u e todos eles são freqüentes e p o d e m ser encontrados e m enorme n ú m e r o de pessoas que n ã o esposas de a l c o ó l a t r a s . O que queremos salientar é que pudemos usá-los com proveito p a r a o nosso t r a b a l h o .
E s t a fase o c u p a v a as 5 ou 6 p r i m e i r a s reuniões de g r u p o . A seguir, p r o -c u r á v a m o s a n a l i s a r as atitudes e -c o m p o r t a m e n t o de -c a d a u m a d i a n t e do al-coolis- alcoolis-m o do alcoolis-m a r i d o . Atitudes e coalcoolis-mportaalcoolis-mento que elas a c a b a r a alcoolis-m por descobrir ( alcoolis-m a s n e m sempre a c e i t a r ) e que i n v a r i a v e l m e n t e e r a m condicionantes e a g r a v a n t e s do alcoolismo d e seus maridos. P a u l a t i n a m e n t e , p r o c u r á v a m o s a n a l i s a r mais p r o f u n d a m e n t e seus p r o b l e m a s psíquicos, sobretudo a h o m o s s e x u a l i d a d e latente e r e c a l -cada, suas atitudes dominantes e castradoras, sua forte a m b i v a l ê n c i a diante do alcoolismo do m a r i d o , suas atitudes a g r e s s i v a s e m certas ocsiões e m u i t o proteto-r a s em outproteto-ras.
N o s primeiros 8 meses as reuniões e r a m semanais e, a seguir, quinzenais. E v e n t u a l m e n t e elas t r a z i a m p a r a o g r u p o seus p r o b l e m a s com os filhos que e r a m , então, convenientemente tratados e orientados. A l é m do t r a t a m e n t o e m g r u p o , três esposas f o r a m submetidas a psicoterapia de inspiração psicanalítica, indivi-dualmente, d u r a n t e dois meses.
J u n t a m e n t e com as assistentes sociais discutíamos os p r o b l e m a s específicos de c a d a caso e todos os p r o b l e m a s que s u r g i a m , no m í n i m o u m a vez p o r semana, g e r a l m e n t e após a r e u n i ã o de g r u p o d a s esposas, ou sempre que necessário.
Duração ão tratamento — A psicoterapia de g r u p o dos a l c o ó l a t r a s d u r o u
sempre menos tempo q u e a d e suas esposas, sendo de 6 e 4 meses em m é d i a p a r a os a l c o ó l a t r a s (respectivamente, g r u p o s 1 e 2) e de 18 e 11 meses e m m é d i a p a r a os dois g r u p o s das respectivas esposas.
O t r a t a m e n t o e m g r u p o foi e n c e r r a d o q u a n d o pudemos considerar os pacien-tes sensivelmente m e l h o r a d o s ( 1 . ° g r u p o ) ou q u a n d o não e r a mais possível prosseguir, devido a impedimentos d e seus componentes ( 2 . ° g r u p o ) . E n t r e t a n t o , p r e -tendemos continuar o seguimento de todos estes pacientes.
R E S U L T A D O S
G R U P O 1
Caso 1 — M S R , 35 anos. I n a l t e r a d o . E s t e v e u m mês em hospital p s i q u i á
-trico e depois que deixou o g r u p o foi internado repetidamente. S u a esposa, E B R , 34 anos, doméstica. D é b i l limítrofe. R e s u l t a d o : i n a l t e r a d a .
Caso 2 — M P , 53 anos. R e s u l t a d o ótimo. N ã o bebe h á 3 anos. E r a a l c o ó l a
-tra m o d e r a d o que p i o r a r a intensamente h á 2 anos q u a n d o u m a de suas filhas ( p e r s o n a l i d a d e psicopática) se prostituíra. S u a esposa, M A V P , 53 anos, doméstica. R e s u l t a d o muito b o m . T o d o o p r o b l e m a f a m i l i a r p i o r a r a intensamente q u a n d o s u a filha se prostituiu. E l a foi capaz de d a r apoio e incentivo ao m a r i d o .
Caso 3 — W J C , 31 anos. P r a t i c a m e n t e inalterado. A p e n a s os períodos d e abstinência são u m pouco mais longos. Foi internado em hospital psiquiátrico d u r a n t e u m mês e depois q u e deixou o g r u p o foi internado repetidas vezes. S u a esposa D C , 51 anos, doméstica. "Borderline" psicose. I n a l t e r a d a . M u i t o masculi-n i z a d a e a g r e s s i v a . E r a assídua p o r é m r e j e i t a v a todo o t r a t a m e masculi-n t o .
Caso 4 — S A , 26 anos. R e s u l t a d o ótimo. N ã o b e b e h á 3 anos. A b a n d o n a r a
o t r a t a m e n t o no terceiro mês, com m e l h o r a apenas discreta, a q u a l se acentuou à medida que s u a esposa m e l h o r a v a . S u a esposa, M M A , 23 anos, doméstica. H i s teria de conversão. M u i t o b o m resultado. Fêz t a m b é m psicoterapia i n d i v i d u a l d u -r a n t e dois meses. E s t á c u -r a d a dos sintomas conve-rsivos, teve mais u m a g -r a v i d e z , tem mais u m filho, a g o r a com u m ano de idade.
Caso 5 — A G L , 38 anos. R e s u l t a d o ótimo. N ã o bebe h á 3 anos. S u a esposa,
M L L , 37 anos, doméstica. H i s t e r i a de a n g ú s t i a M u i t o b o m resultado Fêz t a m -b é m psicoterapia i n d i v i d u a l d u r a n t e u m mês e meio.
Caso 6 — B B , 41 anos. R e s u l t a d o b o m . D i m i n u i u g r a n d e m e n t e a ingestão
de bebidas alcoólicas; b e b e a i n d a p e q u e n a q u a n t i d a d e e no m á x i m o u m a vez p o r s e m a n a . S u a esposa M B , 38 anos, a u x i l i a r de e n f e r m a g e m . Esquizotímica. E r a a menos assídua do g r u p o . T i n h a b o a capacidade de compreensão. R e j e i t a v a e t e n t a v a a n u l a r o t r a t a m e n t o . S u a s relações com o m a r i d o m e l h o r a r a m .
G R U P O 2
Caso 1 — B P , 32 anos. B o m resultado. H á dois anos pode ser considerado como "bebedor social", pois diminuiu m a r c a d a m e n t e a ingestão de álcool. Fêz t r a -tamento a p e n a s d u r a n t e 45 dias. S u a esposa, M A P , 30 anos, doméstica. H i s t e r i a leve, ótimo resultado. Conseguiu r e e s t r u t u r a r sua f a m í l i a após estar s e p a r a d a do m a r i d o d u r a n t e dois meses. A p ó s o t r a t a m e n t o deixou de residir com seus pais p a r a v i v e r com seu m a r i d o e filhos.
Caso 2 — A A , 43 anos. I n a l t e r a d o . Paciente em decadência mental. A p e n a s no início do t r a t a m e n t o conseguiu fazer abstinência d u r a n t e 3 meses. A p ó s d e i x a r o g r u p o foi repetidamente internado em hospitais. S u a esposa, M A , 40 anos, d o -méstica. D é b i l limítrofe. N e n h u m benefício com o t r a t a m e n t o .
Caso 3 — SJR, 36 anos R e s u l t a d o r e g u l a r . Começou a apresentar idéias
de perseguição. S u a esposa, A E R , 34 anos, doméstica. N e u r o s e mista pouco g r a v e . B o m resultado. P ô d e o r i e n t a r b e m a f a m í l i a e c u i d a r a d e q u a d a m e n t e do m a r i d o .
Caso 4 — A B , 47 anos. ó t i m o resultado. H á dois anos não bebe. E r a a l
Caso 5 — SB, 46 anos, ó t i m o resultado. N ã o bebe h á dois anos. E r a o
caso menos g r a v e e h a v i a piorado h á u m ano. A o iniciar o t r a t a m e n t o e s t a v a s e p a r a d o de sua esposa h á dias, após u m a b r i g a d u r a n t e a q u a l êle a e s p a n c a r a fortemente p e l a primeira vez. S u a esposa, D T B , 38 anos, doméstica. N e u r o s e mista pouco g r a v e . T o t a l m e l h o r a com o t r a t a m e n t o .
Os resultados g e r a i s nos 11 pacientes a l c o ó l a t r a s podem ser assim expressos: ótimo em 5 ( 4 5 , 5 % ) ; bons em dois ( 1 8 , 2 % ) ; r e g u l a r e m u m ( 9 % ) ; i n a l t e r a d o em 3 casos (27,3%) A s s i m 8 pacientes (72,7%) o b t i v e r a m resultados r e g u l a r e s , bons ou ótimo. D e v e - s e n o t a r q u e dos 18 pacientes inicialmente selecionados, 7 a b a n d o n a r a m o t r a t a m e n t o muito precocemente e por isso n ã o estão aqui r e l a -cionados.
C O M E N T Á R I O S
O primeiro grupo de alcoólatras ( e o de suas esposas) foi formado
com os primeiros pacientes, justamente aqueles que procuraram tratamento
espontaneamente. Este fato explica porque todos eles persistiram no
tra-tamento durante mais tempo.
Os dois grupos seguintes ( q u e a c a b a r a m reunidos em u m único grupo,
e o de suas esposas) foram formados com os pacientes encaminhados pelos
serviços de triagem e que não procuraram espontaneamente tratamento.
Os alcoólatras foram menos persistentes e menos assíduos às reuniões,
alguns só comparacendo quando necessitavam de a l g u m a coisa (medicamento,
solução para u m problema familiar ou de t r a b a l h o ) . Foi sobretudo por
esta razão qeu a psicoterapia de grupo dos alcoólatras durou menos tempo.
A p e s a r disso, eles aceitaram bem o tratamento em grupo, e o fato de suas
esposas estarem também sendo tratadas foi de grande auxílio e
represen-tou importante incentivo.
Os melhores resultados foram obtidos nos pacientes com alcoolismo
menos grave; dos 5 que apresentaram ótimos resultados, 3 e r a m alcoólatras
moderados que haviam piorado nos últimos anos. P o r outro lado, os 3 que
permaneceram inalterados eram alcoólatras muito graves, que necessitaram
ser internados várias vezes em hospitais psiquiátricos após terem deixado
os grupos, sendo os casos de suas esposas também os mais graves.
N o grupo das esposas ficamos surpreendidos ao notar que a maioria
delas apresentava boa capacidade de raciocínio e de compreensão, apesar
de seu baixo nível de instrução. Neste aspecto elas suplantavam de muito
a seus maridos.
Os pacientes S. A . (grupo 1) e B . P . (grupo 2) abandonaram muito
cedo o grupo de psicoterapia, quando não se poderia dizer que tivessem
melhorado do alcoolismo. Suas esposas, porém, prosseguiram nos
respecti-vos grupos. Pudemos notar que à medida que as esposas melhoravam de
seus distúrbios e assumiam atitudes diferentes, os maridos t a m b é m
melho-ravam. Sobretudo em relação ao primeiro, o resultado foi surpreendente;
êle deixou de beber depois que sua esposa começou a comprar e a lhe
Pensamos que o alcoólatra é sobretudo u m fraco e que o tratamento de sua esposa é de fundamental importância e que, quando se consegue que esta melhore de seus problemas psíquicos, torna-se muito mais fácil a recuperação do alcoólatra. O tratamento conduzido desta maneira possi-bilita ao alcoólatra u m a adaptação melhor à vida.
É verdade que a estrutura básica do casal, na qual a esposa é o ele-mento dominante, não foi alterada; ela continua a dominar, m a s o marido não bebe mais. Poderíamos dizer que ela não precisa mais que êle beba.
A presença das assistentes sociais nas reuniões dos grupos das esposas foi b e m aceita e não perturbou o tratamento.
Tendo em conta o número de pacientes, seu nível de instrução e socio-económico e a duração do tratamento, verificamos que tanto os alcoólatras quanto suas esposas aceitaram bem a psicoterapia de grupo na forma em que foi feita. Os melhores resultados foram obtidos com os alcoólatras cujas esposas apresentaram nítida melhora de seus conflitos psíquicos. O alcoólatra pode melhorar, mesmo após ter abandonado o tratamento, desde que sua esposa consiga mudar suas atitudes diante dele.
R E S U M O
S ã o r e f e r i d o s os resultados obtidos c o m psicoterapia de g r u p o d e 11 a l c o ó l a t r a s e suas esposas, separadamente. Dois grupos de 6 e 5 a l c o ó l a t r a s f o r a m t r a t a d o s d u r a n t e 6 a 4 meses r e s p e c t i v a m e n t e ; s i m u l t â n e a m e n t e f o
-r a m t -r a t a d o s g-rupos de suas -r e s p e c t i v a s esposas d u -r a n t e 18 a 11 meses, r e s p e c t i v a m e n t e . P a r a cada g r u p o f o i f e i t a uma r e u n i ã o p o r semana, de uma hora de d u r a ç ã o nos 8 meses iniciais e, a seguir, uma r e u n i ã o cada duas semanas. E m todos os casos, os pacientes j á e r a m a l c o ó l a t r a s antes de se c a s a r e m . N o g r u p o de a l c o ó l a t r a s o a u t o r assumia uma atitude
pa-ternal, p r o t e t o r a e compreensiva, f o r n e c e n d o todos os m e d i c a m e n t o s ne-cessários; no g r u p o das esposas sua a t i t u d e e r a sobretudo analítica. Os resultados f o r a m ó t i m o s , bons ou r e g u l a r e s e m 8 a l c o ó l a t r a s ( 7 2 % ) , após 2 e 3 anos d e s e g u i m e n t o . O t r a t a m e n t o f o i b e m a c e i t o t a n t o pelos a l c o ó l a -t r a s q u a n -t o p o r suas esposas. Os m e l h o r e s resul-tados f o r a m ob-tidos c o m
os pacientes cujas esposas m e l h o r a r a m n i t i d a m e n t e de seus conflitos pes-soais e m o d i f i c a r a m suas condutas e m r e l a ç ã o aos hábitos dos maridos.
S U M M A R Y
Group psychotherapy of alcoholics and their wives
T h e e x p e r i e n c e w i t h g r o u p p s y c h o t e r a p y t r e a t m e n t o f 11 alcoholic patients ( t w o g r o u p s o f 6 and 5 patients t r e a t e d during 6 and 4 months r e s p e c t i v e l y ) is r e p o r t e d . S i m u l t a n e o u s l y t h e i r w i v e s , i d e n t i c a l y grouped,
w e e k s a f t e r w a r d s . A l l p a t i e n t s h a v e b e e n k n o w t o b e a l c o h o l i c s b e f o r e m a r r i a g e . I n the a l c o h o l i c g r o u p t h e a u t h o r m a n t a i n e d a p a t e r n a l dispo-sition, p r o t e c t i v e and c o m p r e h e n s i v e , g i v i n g a l l d r u g s u p p o r t ; as f a r as c o n c e r n t h e i r w i v e s t h e a u t h o r ' s p o s i t i o n w a s m a i n l y a n a l y t i c a l . A f t e r a t w o or t h r e e y e a r s f o l l o w u p 8 a l c o h o l i c s h a v e h a d r e g u l a r , g o o d o r e x -c e l l e n t r e s u l t s ( 7 2 % ) . G r o u p p s y -c h o t e r a p y t r e a t m e n t has b e e n w e l l t a k e n b y a l c o h o l i c p a t i e n t s as w e l l as t h e i r w i v e s . T h e t r e a t m e n t o f a l c o h o l i c ' s w i v e s w a s v e r y i m p o r t a n t , t h e best r e s u l t s b e i n g o b s e r v e d w i t h p a t i e n t s w h i c h w i v e s p s y c h o l o g i c a l conditions i m p r o v e d . T h e a l c o h o l i c p a t i e n t s can g e t s o m e i m p r o v e m e n t , e v e n a f t e r l e a v i n g t h e t r e a t m e n t , if t h e i r w i v e s c h a n g e t h e i r position t o w a r d s t h e m .
R E F E R Ê N C I A S
1. B A I L E Y , M . B . — A l c o h o l i s m a n d m a r r i a g e . A r e v i e w o f r e s e a r c h a n d p r o f e s s i o n a l l i t e r a t u r e . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 22:81-97, 1 9 6 1 .
2 . B A I L E Y , M . B . ; H A B E R M A N , P . & A L K S N E , H . — O u t c o m e o f a l c o h o l i c m a r r i a g e : e n d u r a n c e , t e r m i n a t i o n o r r e c o v e r y . Q u a r t . J . S t u d . A l c . 2 3 : 610-623, 1 9 6 2 .
3 . B E C K E R , G . S . & I S R A E L , P . — I n t e g r a t e d d r u g a n d p s y c h o t e r a p y in t h e t r e a t m e n t o f a l c o h o l i s m . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 22:610-633, 1961.
4 . C H A P M A N , A . H . — T r a s t o r n o s P s i q u i á t r i c o s e n l a P r a c t i c a M é d i c a . E d i t o -r i a l E s p a x s , B a -r c e l o n a , 1967, p á g . 1 7 5 .
5 . C L A N C Y , J . — T h e use o f i n t e l l e c t u a l processes in g r o u p p s y c h o t e r a p y w i t h a l c o h o l i c s . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 23:432-441, 1 9 6 2 .
6 . C o l l o q u e E u r o p é e n s u r l ' A l c o o l i s m e . O . M . S . , C o p e n h a g u e , D a n e m a r k .
7 . D E S C U R E T , G . B . F . — L a M e d i c i n a d e l l e P a s s i o n i . Q u i n t a e d i z i o n e m i l a ¬ n e s e . P r e s s o E r n e s t o O l i v a E d i t o r e , M i l a n o , 1861, p á g . 2 2 5 .
8 . E S S E R , P . H . — G r o u p p s y c h o t h e r a p y w i t h a l c o h o l i c s . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 22:640-651, 1 9 5 1 .
9 . E Y , H . — M a n u e l d e P s y c h i a t r i c 2 è m e . E d i t i o n , M a s s o n e t C i e . , P a r i s , 1963, p á g . 6 7 0 .
1 0 . F E N I C H E L , O . — T e o r i a P s i c o a n a l í t i c a de l a s N e u r o s i s . E d i t o r i a l N o v a , B u e n o s A i r e s , 1957, p á g . 4 8 5 .
1 1 . H A R R I S O N , J . R . ; A D A M S , R . D . ; B E E S O N , P . B . ; R E S N I K , W . H . ; T H O R N , G . W . & W I N T R O B E , M . M . — P r i n c i p l e s o f I n t e r n a l M e d i c i n e . 2 n d . e d i t i o n . T h e M c G r a w H i l l B o o k C o . I n c . , N e w Y o r k , 1954, p á g . 7 7 5 .
1 2 . I G E R S H E I M E R , W . W . — G r o u p p s y c h o t h e r a p y o f n o n a l c o h o l i c s . Q u a r t . J . S u t d . A l e . 20:77-85, 1959.
1 4 . K O G A N , K . L . & J A C K S O N , J . K . — R o l e p e r c e p t i o n s in w i v e s o f a l c o -h o l i c s a n d n o n a l c o -h o l i c s . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 24:627-638, 1963.
1 5 . K O G A N , K . L . & J A C K S O N , J . K . — S o m e r o l e p e r c e p t i o n s o f w i v e s a l c o h o l i c s . P s y c h o l . R e p . 9:119-124, 1 9 6 1 .
16. L E M E R T , E . M . — T h e o c u r r e n c e a n d s e q u e n c e o f e v e n t s i n t h e a d j u s t e ¬ m e n t s o f f a m i l i e s t o a l c o h o l i s m . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 21:679-697, 1960.
17. L E M E R T , E . M . — D e p e n d e n c e in m a r r i e d a l c o h o l i c s . Q u a r t . J . S t u d . A l e . 23:590-609, 1962.
1 8 . M O R R I S , E . C . — P r a c t i c a l a n d t h e o r e t i c a l c o n s i d e r a t i o n s in t h e p s y c h o t h e -r a p y o f a l c o h o l i s m . Q u a -r t . J. S t u d . A l e . 20:281-287, 1959.
1 9 . N O Y E S , A . P . & K O L B , L . C . — M o d e r n C l i n i c a l P s y c h i a t r y . W . B . S a u n d e r s C o . , P h i l a d e l p h i a a n d L o n d o n , 1957. p á g . 2 0 8 .
2 0 . P I X L E Y , J . M . & J O H N , R . S . — G r o u p t h e r a p y d e s i g n e d t o m e e t t h e n e e d s o f a l c o h o l i c ' s w i f e . Q u a r t . J. S t u d . A l e . 24:304-314, 1963.
2 1 . S A U G Y , D . d e — L ' a l c o o l i q u e et sa f e m m e . H y g i è n e M e n t a l e 60, 3 e 4, 1962.
2 2 . S C O T T , E . M . — T h e t e c h n i q u e o f p s y c h o t h e r a p y w i t h a l c o h o l i c s . Q u a r t . J . S t u d . A l c . 22:69-78, 1962.
2 3 . S I L B E R , A . — P s y c h o t h e r a p y w i t h a l c o h o l i c s . J . N e r v . M e n t . D i s . 129: 477-485, 1959.
2 4 . S M I T H , J . A . — P s y c h i a t r i c t r e a t m e n t o f t h e a l c o h o l i c . J . A . M . A . 163: 734-738, 1957.
2 5 . S T R E C K E R , E . A . — P s y c h o t h e r a p y i n p a t h o l o g i c a l d r i n k i n g , J . A . M . A . 147:813-815, 1 9 5 1 .
2 6 . V O T H , A . C . — G r o u p t h e r a p y w i t h h o s p i t a l i z e d a l c o h o l i c s , a t w e l v e - y e a r s t u d y . Q u a r t . J. S t u d . A l e . 24:304-314, 1963.