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Polimorfismos dos Genes das Citocinas IL-1alfa, IL -1beta, IL-10 e TNF-alfa

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(1)

Cynthia Azeredo Cordeiro

POLIMORFISMOS DOS GENES DAS

CITOCINAS IL-1

α

, IL-1 , IL-10 E TNF-

α

NA

RETINOCOROIDITE TOXOPLÁSMICA

Belo Horizonte

Minas Gerais – Brasil

(2)

Cynthia Azeredo Cordeiro

POLIMORFISMOS DOS GENES DAS

CITOCINAS IL-1

α

, IL-1 , IL-10 E TNF-

α

NA

RETINOCOROIDITE TOXOPLÁSMICA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina da

Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para

obtenção do título de Doutor

Área de Concentração:

Oftalmologia

Orientadores:

Fernando Oréfice

Antônio Lúcio Teixeira Júnior

Faculdade de Medicina da UFMG

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Magnífico Reitor

Prof. Ronaldo Tadêu Pena

Pró-Reitor de Pós-Graduação

Prof. Jaime Arturo Ramirez

Pró-Reitor de Pesquisa

Prof. Carlos Alberto Pereira Tavares

Diretor da Faculdade de Medicina

Prof. Francisco José Penna

Diretora do Hospital das Clínicas

Profa. Tânia Mara Assis Lima

Coordenador do Centro de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina

Prof. Carlos Faria Santos Amaral

Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia

(4)

Chefe do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonaudiologia

Profa. Ana Rosa Pimentel de Fiqueiredo

Membros do Colegiado do Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia

Prof. Joel Edmur Boteon

Prof. Márcio Bittar Nehemy

Prof. Marco Aurélio Lana Peixoto

Prof Sebastião Cronemberg Sobrinho

Prof. Evaldo Nascimento

Prof. Fernando Oréfice

Prof. Henderson Celestino de Almeida

Prof.Homero Gusmão de Almeida

(5)

A Comissão Examinadora que assina abaixo ___________________________ a

tese intitulada “POLIMORFISMO DOS GENES DAS CITOCINAS IL-1α, IL-1 , IL-10 E TNF-α NA RETINOCOROIDITE TOXOPLÁSMICA”, apresentada e defendida em sessão pública, por Cynthia Azeredo Cordeiro, para obtenção do grau de doutor em

Medicina, pelo curso de pós-graduação em Medicina, área de Oftalmologia,

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Oréfice

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Lúcio Teixeira Júnior

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Wesley Ribeiro Campos

___________________________________________________________________ Profa. Dra. Walderez Ornelas Dutra

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Max Damico

___________________________________________________________________ Profa. Dra. Joyce Yamamoto

Suplentes:

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Daniel Vítor Vasconcellos

___________________________________________________________________ Prof Dr. Carlos Eduardo Hirata

(6)
(7)

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu o dom da vida.

Ao meu pai, que, mesmo não estando mais aqui, ilumina e norteia cada

um dos meus passos.

À minha mãe, por dar-me força a cada obstáculo, sorrir a cada vitória e

nunca duvidar dos meus sonhos.

Aos meus irmãos e cunhadas, pela paciência, ajuda e compreensão

em todos momentos.

Ao meu namorado Rogério, companheiro sempre presente, mesmo à

distância, nas dúvidas, decisões e vitórias; com palavras de carinho e

incentivo.

Aos meus familiares e amigos, por estarem sempre prontos a aplaudir

a cada passo dado e ajudar a cada obstáculo que surge. Em especial às

crianças da minha família, que alegram e encantam meus dias.

À minha amiga Mariana e seus familiares Tia Hilda, Tio Afrânio e Tia

Lubélia, que me acolheram como família, dando-me moradia, conforto e,

acima de tudo, amor.

Ao meu orientador Prof. Dr. Fernando Oréfice, eterno mestre, por todas

oportunidades de aprendizado e exemplo de vida.

Ao meu orientador Antônio, pelos conhecimentos transmitidos, pela

oportunidade, confiança e apoio durante esta jornada.

Ao Dr. Wesley, pelos ensinamentos, olhar fraterno e amigo e por

(8)

À Wal, pela receptividade e disponibilidade em ajudar, recebendo-me

de braços abertos em seu laboratório.

À minha amiga Paula, que me pegou pela mão e ensinou-me

passo-a-passo cada experimento com paciência, competência, carinho e amizade a

todo o momento.

Ao Germano, pelo apoio nos experimentos e análises. E, em extensão,

a todos amigos do Laboratório de Interações celulares do ICB.

Aos amigos do Setor de Uveítes pelo apoio, incentivo e ajuda.

À Edilaine, Carlos Eduardo, Diogo, Mariana e Priscila pela ajuda na

coleta e exame dos participantes do estudo.

À minha amiga Iluska, pelo apoio, carinho e amizade a todo o

momento, sempre disposta a ajudar-me.

À Bernadete e Adriana, pelo colo de mãe e pelas palavras de amizade

e incentivo.

À Mônica, por estar sempre pronta a me ajudar.

(9)

" De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando...

A certeza de que precisamos continuar... A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... Portanto, devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda, um passo de dança... Do medo, uma escada... Do sonho, uma ponte... Da procura, um encontro... "

(10)

RESUMO

Objetivos: A Retinocoroidite Toxoplásmica (RT) é a causa mais comum de uveíte posterior em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. Existem grandes

controvérsias com relação aos fatores responsáveis pela ocorrência ou recorrência

da RT. Dados experimentais demonstraram papel relevante da interleucina-10

(IL-10), fator de necrose tumoral (TNF-α), interleucina-1α (IL-1α) e interleucina-1 (IL-1 ) na modulação da TO. A partir disso, foi proposto investigar a possível

associação entre o polimorfismo funcional do gene IL10 na posição –1082 (G/A),

TNF-α na posição –308 (G/A), IL1A na posição –889 (C/T) e IL1B na posição +3954

(C/T) e a RT em humanos. Metodologia: Cem pacientes com diagnóstico de TO foram recrutados do Setor de Uveítes da UFMG. Como controles, cem doadores de

sangue com sorologia positiva para Toxoplasmose e sem história e/ou sinais de TO

prévia foram incluídos no estudo. DNA foi obtido através do raspado de mucosa oral

dos indivíduos e submetido à determinação dos genótipos. Os fragmentos

específicos de DNA foram amplificados pela reação em cadeia da polimerase (PCR).

Os produtos da PCR foram clivados por enzima de restrição e visualizados através

de eletroforese para distinguir os alelos específicos de cada gene, permitindo a

detecção do polimorfismo e determinação dos genótipos. Resultados: Na análise do polimorfismo do gene IL10 (-1082G/A) foi encontrada diferença significativa na

distribuição do genótipo entre pacientes e controles ( = 6.33, P = 0.04).

(11)

se observou associação significativa nas freqüências dos genótipos ou alelos ou

com a ocorrência ou recorrência da doença. Na análise do polimorfismo do gene

IL1A (-889C/T) não foi encontrada associação significativa na distribuição do

genótipo e do alelo entre pacientes e controles. Já na análise de subgrupo,

observou-se associação significativa da distribuição do genótipo ( = 5.71, P = 0.03)

e alelo ( = 5.46, P = 0.02, OR = 3.21, CI = 1.11<OR<9.22) entre os grupos com e

sem recorrência. Quando investigou-se o polimorfismo do gene da IL1B (+3954C/T),

não foram encontradas associações significativas nas freqüências dos genótipos ou

alelos com a ocorrência e recorrência da doença. Conclusão: Os resultados do nosso estudo sugerem que polimorfismos dos genes IL10 e IL1A estão associados

com a RT.

(12)

ABSTRACT

Purpose: Toxoplasmic Retinochoroiditis (TR) is the most common identifiable cause of posterior uveitis in many parts of the world. There is a great controversy regarding

which factors are responsible for the occurrence or reccurrence of TR. Experimental

data have demonstrated a relevant role for IL-10, TNF-α, IL-1α and IL-1 in the modulation of acute ocular toxoplasmosis. Therefore, we aim to investigate the

possible association between an IL10 (-1082G/A), TNF-α (-308G/A), IL1A (-889C/T)

and IL1B (+3954C/T) gene polymorphisms and TR in humans. Methods: One hundred patients with diagnosed TR were recruited from the Uveitis Section, Federal

University of Minas Gerais. For comparison, one hundred healthy blood donors with

positive serology for Toxoplasmosis and without retinal signs of previous TR were

included in the study. Genomic DNA was obtained from oral swabs of individuals

and amplified using polymerase chain reaction (PCR) with specific primers for each

locus gene. PCR products were submitted to restriction endonuclease digestion and

analyzed by polyacrylamide gel electrophoresis to distinguish specific alleles for each

gene, allowing the detection of the polymorphism and determination of genotypes.

Results: In the IL10 gene polymorphism analysis, there was a significant difference in the genotype distribution between TR patients and control subjects ( = 6.33, P =

0.04). Carriers of the IL10 -1082 A allele (AA + AG genotypes) were more often

patients with TR than controls ( = 5.97, P = 0.01, OR = 2.55, CI = 1.11<OR<5.55).

(13)

genotype or allele distributions in patients with TR compared with control subjects. In

a subgroup analysis, prevalence of the genotype ( = 5.71, P = 0.03) and allele ( =

5.46, P = 0.02, OR = 3.21, CI = 1.11<OR<9.22) distributions significantly differ

between with and without recurrence episode groups. When we investigated the IL1B

gene polymorphism, no significant difference in the genotype or allele distributions in

patients with TR compared with control subjects and recurrence analysis between

with and without recurrence episode groups. Conclusions: Our results suggest that some polymorphisms related with cytokine genes are associated with TR.

(14)

LISTA DE ABREVIATURAS

A - Adenina

Bp - Pares de bases

C - Citosina

CI - Intervalo de confiança

(C/T) - Troca de uma citosina por uma timina

DNA -Ácido desoxirribonucléico

EPR - Epitélio Pigmentar da Retina

G - Guanina

GM-CSF -Fator estimulador de colônias de granulócito-macrófago

(G/A) -Troca de uma guanina por uma adenina

HLA - Antígeno Leucocitário Humano

ICAM-1 -Molécula de adesão intercelular-1

IL-1 - Interleucina 1

IL-1α- Interleucina 1 alfa

IL1A- gene produtor da interleucina 1 alfa

IL-1 - Interleucina 1 beta

IL1B- gene produtor da interleucina 1 beta

IL-2 - Interleucina 2

IL-4 - Interleucina 4

IL-5 - Interleucina 5

IL-6 - Interleucina 6

IL-8 - Interleucina 8

IL-10 - Interleucina 10

IL10- gene produtor da interleucina 10

IL-12 - Interleucina 12

IFN- -Interferon-gamma

(15)

mM - Milimolar

µl -Microlitro

NCoI - Enzima de restrição

OR - Razão de chances

P - p-valor

PCR - Reação em cadeia da polimerase

pH - Potencial de hidrogenização

pmol - picomoles

RFLP - polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição

RT - Retinocoroidite Toxoplásmica

T - Timina

Taq -Thermus aquatius DNA polimerase.

Taq I - Enzima de restrição

TE - Tris EDTA

TEMED - N,N,N’,N’,- tetrametiletilenodiamino

TNF-α - Fator de necrose tumoral alfa

TNF-α- gene produtor do fator de necrose tumoral alfa

Tris - Tris-hidroximetilaminometano

VNTR - polimorfismo de número variável em tandem Xag I - Enzima de restrição

(16)

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ...1

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...6

2.1 - Resposta Imune na Toxoplasmose...6

2.2 - Artigo de Revisão ...14

3 – OBJETIVOS...34

3.1 – Geral ...34

3.2 – Específicos ...34

4 – ARTIGOS ...35

4.1 - Artigo 1 ...36

4.2 - Artigo 2 ...53

4.3 - Artigo 3 ...67

5 – RESULTADOS ADICIONAIS...83

5.1 – Análise Multivariada das Componentes Principais...83

5.2 – Análise de Regressão Logística Multivariada...85

(17)

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...92

8 – ANEXOS...100

8.1 – Parecer do COEP/UFMG...101

8.2 – Fichas de coleta de dados dos pacientes e controles...103

Ficha de Atendimento – pacientes...104

Ficha de Atendimento – controles...105

8.3 – Protocolos de extração do DNA e confeccção do gel...106

Protocolo para extração de DNA pelo método da sílica...107

Soluções utilizadas na extração de DNA...108

Gel de poliacrilamida (10%)...109

(18)

1- INTRODUÇÃO

A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita

intracelular obrigatório, com ampla distribuição geográfica e alta prevalência

sorológica mundial (Nussemblatt e Whitcup, 2004; Soheilian et al., 2004; Oréfice,

2005). No Brasil, a prevalência de infecção por toxoplasmose em adultos varia de 50

a 80% dependendo da região estudada (Bonfioli e Oréfice, 2005 e Oréfice, 2005). A

infecção pode ser congênita, por via transplacentária, ou adquirida que ocorre

através da ingestão ou manipulação de carne crua ou mal-passada, contendo cistos

teciduais, ou água ou comida contendo oocistos eliminados em fezes de gato

infectados (Bahia-Oliveira et al., 2003; Montoya et al., 2004).

A infecção toxoplásmica em humanos é freqüentemente subclínica, ou seja,

apresenta-se assintomática ou com sintomas inespecíficos, como os de um resfriado

comum, sem determinar qualquer comprometimento ocular. No entanto, pode

tornar-se clinicamente evidente, evoluindo, por exemplo, com retinocoroidite, em indivíduos

imunossuprimidos ou não. A retinocoroidite toxoplásmica é reconhecidamente a

causa mais comum de uveíte posterior e pode deixar seqüelas graves, incluindo a

perda completa da visão (Bonfioli e Oréfice, 2005 e Koo e Young, 2006). No Brasil, é

responsável por aproximadamente 80% dos casos de uveíte posterior (Bonfioli e

Oréfice, 2005 e Oréfice, 2005).

A aparência típica ou clássica da retinocoroidite toxoplásmica consiste de uma

(19)

outro olho (Rothova, 2003; Bonfioli e Oréfice, 2005).

O diagnóstico da doença ocular é basicamente clínico, através das

características da lesão, associado a uma sorologia positiva, IgM ou IgG. A sorologia

positiva não é, por si só, diagnóstica, mas a negativa exclui a possibilidade de

toxoplasmose ocular (Oréfice, 2005; Koo e Young, 2006).

O tratamento ideal para a retinocoroidite toxoplásmica seria aquele que

erradicasse o parasita por completo, mas o corrente apenas inibe a multiplicação do

parasita e limita a inflamação. O tratamento padrão envolve um período de drogas

sistêmicas antiparasitárias com ou sem uso de corticosteróide e geralmente dura de

4 a 8 semanas dependendo da gravidade da doença. Existem vários regimes de

tratamento utilizados e não existe consenso com relação à escolha das drogas

antiparasitárias. O regime mais comum, denominado “terapia clássica”, consiste de

Pirimetamina e Sulfadiazina, que podem ser associadas a Prednisona e Ácido

Folínico (Oréfice, 2005; Koo e Young, 2006).

Os fatores que controlam a ocorrência, gravidade e recorrência da doença

ocular não são bem compreendidos, embora uma variedade de componentes,

incluindo a susceptibilidade genética do hospedeiro, estado nutricional e do sistema

imune, carga do parasita, genótipo do parasita, têm sido sugeridos como

possivelmente envolvidos no desenvolvimento da infecção (Sibley et al., 2002;

Holland, 2004).

Muitas questões sobre a doença permanecem ainda confundindo os

oftalmologistas e infectologistas. A resposta a antibioticoterapia em combinação com

corticóides ou não, varia amplamente entre os pacientes. A apresentação clínica

(20)

mínima enquanto outros têm múltiplas recorrências de uveíte grave levando a perda

da visão. A resposta imune provavelmente apresenta um papel na determinação da

evolução da doença e possivelmente sua resposta à terapia convencional (Vallochi

et al., 2002).

Define-se polimorfismo genético como a ocorrência de múltiplos alelos num

locus, no qual pelo menos dois alelos aparecem com freqüências superiores a 1%

na população (Thompson et al.,1993). Entende-se por locus o local ocupado por um

gene em um cromossomo e entendem-se por alelos, os genes correspondentes de

dois cromossomos homólogos. Por convenção, loci polimórficos são aqueles para os

quais pelo menos 2% da população é heterozigota. Neste caso, levanta-se a

hipótese de que algum fator seletivo atuou sobre aquele sistema genético, levando

ao aumento da freqüência do alelo anômalo (Thompson et al., 1993 e Brasileiro

Filho, 1998).

Os polimorfismos têm valor, preferencialmente, pelo seu uso como

“marcadores” genéticos para distinguir diferentes formas hereditárias de um gene em

estudos de famílias (Thompson et al., 1993). Com as técnicas de DNA

recombinante, tem sido possível detectar os polimorfismos que consistem,

geralmente, em uma simples troca de base, deleções ou inserções casuais, ou na

presença de números variáveis de cópias repetidas de um determinado fragmento

de DNA (repetições em tandem). As técnicas mais usadas para se detectar a

ocorrência de polimorfismos gênicos envolvem a análise dos polimorfismos de

(21)

seqüências de reconhecimento específicas no DNA, as alterações da seqüência do

DNA genômico acarretam na criação ou na abolição de sítios de clivagem, alterando,

desse modo, o tamanho de um ou mais fragmentos de DNA oriundos da ação da

enzima de restrição. Os VNTRs são polimorfismos causados por inserção/deleção

que acarretam em uma série de comprimentos de fragmentos alélicos, relacionados

entre si por um número variável de seqüências de DNA repetidas em tandem no

intervalo entre dois sítios de restrição. Os VNTRs e os RFLPs podem ser detectados

de forma similar, através da amplificação da região de interesse pela técnica da

reação em cadeia da polimerase (PCR) e posterior tratamento com enzimas de

restrição que reconhecem sítios específicos e originam fragmentos de DNA com

comprimentos variados. Enquanto os RFLPs revelam polimorfismos devido à

presença ou ausência de um sítio de restrição, os VNTRs revelam polimorfismos

devido a números diferentes de repetições situadas entre dois sítios de restrição

(Jorde et al., 1996; Thompson et al., 1993; Otto et al., 1998).

A presença de polimorfismos em um determinado gene pode ou não acarretar

alterações funcionais. Polimorfismos funcionais em genes de citocinas, que podem

confirmar diferenças interindividuais na síntese e secreção destas proteínas, têm

sido associados a doenças que têm uma patogênese inflamatória. Estudos já

demonstraram a associação de polimorfismos dos genes de determinadas citocinas

com a ocorrência e a gravidade de uveítes (Martin e Rosenbaum, 2005), como

uveíte intermediária (Stanford et al., 2005), oftalmia simpática (Atan et al., 2005),

uveíte por HTLV-1 (Seki et al., 1999), uveíte anterior (Verma et al., 1997; Kuo et al.,

2005; Wegcheider et al.,2005; El Shabrawi et al., 2006; Menezo et al., 2006; Yeo et

(22)

na doença de Behçet (Ahmad et al., 2003; Karasneh et al., 2003; Sallakci et al.

2005).

Não existem estudos de polimorfismo genético com relação à ocorrência da

retinocoroidite toxoplásmica. Pretendeu-se então, nesse estudo, investigar a

associação de polimorfismo dos genes de determinadas citocinas: interlucina-10

(IL-10), fator de necrose tumoral - α (TNF-α), interleucina 1α (IL-1α) e interleucina 1 (IL-1 ) com a retinocoroidite toxoplásmica, em comparação com controles com

ausência de história prévia de uveíte e cicatrizes retinocoroidianas e com sorologia

(23)

2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1- Resposta Imune na Toxoplasmose

A resposta imune compreende o conjunto de mecanismos elaborados pelo

organismo frente a um patógeno, como vírus, bactérias, protozoários. Existe uma

resposta inata, que fornece a linha de defesa inicial contra os microorganismos e

outra adquirida, estimulada pela exposição a agentes infecciosos. Existem dois tipos

de resposta imunológica adquirida, a imunidade humoral e a celular, mediadas por

diferentes componentes do sistema imunológico. A imunidade humoral é mediada

pelos anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B, e sua função é neutralizar e

eliminar microorganismos extracelulares e toxinas que são acessíveis a anticorpos.

Já a imunidade celular, mediada pelos linfócitos T, atua como mecanismo de defesa

contra microorganismos que sobrevivem dentro de fagócitos ou células

não-fagocíticas infectadas (Abbas e Lichtman, 2005). Os linfócitos T efetores, da

linhagem CD4+, são divididos nas subpopulações Th1 e Th2, distinguidas pelo

padrão seletivo de produção de citocinas. Células de perfil Th1 secretam IL-2 e

e contribuem na resistência aos patógenos intracelulares (Mosmann e Coffman,

1992). Já as células de perfil Th2 produzem IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13 e são

responsáveis pela defesa contra infecções por helmintos e artrópodes e por reações

alérgicas (Garside e Mowat, 1995).

O Toxoplasma gondii é uma parasita intracelular e, portanto, induz uma

potente reposta imune celular. Entretanto, no momento da infecção aguda, quando

(24)

primeiras linhas de defesa (Roberts e McLeod, 1999).

O parasita pode diretamente estimular macrófagos a produzir citocinas

macrofágicas, como IL-12 e TNF-α. Seguindo a ativação dos macrófagos, estas citocinas atuam em sinergia para induzir as células NK a produzirem IFN- . IL-1 é

também estimulado pela IL-12 para induzir a produção de IFN- pelas células NK. O

IFN- pode, então, estimular a atividade microbicida dos macrófagos. Os

mecanismos efetores da ação dos macrófagos incluem produção de oxigênio tóxico

e intermediários do nitrogênio, produtos do metabolismo do ácido araquidônico pela

via da 5-lipoxigenase e degradação do triptofano intracelular do parasita. Esses

eventos atuam como primeira linha de defesa na resistência a infecção pelo T. gondii

antes do desenvolvimento da resposta das células T (Hunter et al., 1996; Gazzinelli

et al., 1996).

A resistência ao T. gondii depende das células T CD4+ e CD8+. Células T de

perfil Th1 exercem seus efeitos protetores através da produção de citocinas

pró-inflamatórias como IFN- e IL-2. A habilidade do IFN- de ativar macrófagos já foi

descrita. IL-2 induz as células citocina-ativadas, de fenótipo das células NK ou

células T, que são citotóxicas contra células-alvo infectadas pelo T. gondii.

Inversamente, as citocinas produzidas pelas células T CD4+, perfil Th2, como IL-4,

IL-5 e IL-10, estão associadas com downregulation da resposta imune celular. As

citocinas de perfil Th2 podem promover a multiplicação parasitária; entretanto, elas

também podem ser recrutadas para controlar a resposta imune pró-inflamatória

(25)

histocompatibilidade maior) tipo I contra as células infectadas pelo T. gondii (Hunter

et al., 1996).

Como um parasita intracelular obrigatório, a imunidade mediada por células é

a principal defesa do hospedeiro contra a infecção pelo Toxoplasma gondii.

Entretanto, infecção pelo T. gondii estimula a produção de anticorpos IgG, IgM, IgA e

IgE. Taquizoítas extracelulares cobertos pelos anticorpos e complemento podem ser

lisados pela via clássica do complemento ou destruídos dentro dos fagócitos. Estes

mecanismos não oferecem proteção contra os parasitas vivos que já estão no

interior das células. Entretanto, anticorpos como IgA secretória podem interferir na

interação inicial do parasita com a célula do hospedeiro nas membranas mucosas

(Hunter et al., 1996; Gazzinelli et al., 1996 e Roberts e McLeod, 1999).

As plaquetas podem apresentar um papel na defesa do hospedeiro contra o T.

gondii. Na ausência de anticorpos, plaquetas humanas são citotóxicas contra os

taquizoítas. Esta citotoxicidade coincide com aumento significativo na liberação de

tromboxane A2 e outros metabólitos do ácido araquidônico. (Yong et al., 1991 e

Roberts e McLeod, 1999)

RESPOSTA IMUNE NA TOXOPLASMOSE OCULAR

O olho é um local imunologicamente privilegiado e sua resposta imune local é

suprimida para prevenir a destruição tecidual. Sob circunstâncias normais, o fluido

intra-ocular contém citocinas que têm propriedades imunossupressoras. Taquizoítas

e cistos do T. gondii foram observados na retina neuro-sensorial e epitélio pigmentar

da retina (EPR) de pacientes com toxoplasmose ocular (Bhopale, 2003). Estudos

(26)

animal quanto em humanos.

Estudos em Modelo Animal

O papel das citocinas na retinocoroidite toxoplásmica tem sido estudado em

modelos animais, nos quais tem sido proposto que citocinas apresentam um

importante papel no controle da doença. Camundongos infectados pelo T. gondii

desenvolveram inflamação ocular focal e envolvimento do EPR. O tratamento destes

animais com anti-IFN- ou anti-TNF-α resultou em um aumento das lesões oculares, associadas principalmente com as taquizoítas (Gazzinelli et al, 1994). Outro estudo

demonstrou, no entanto, que a estimulação de endotélio vascular retiniano de

camundongos infectados pelo parasita com IFN- , TNF-α e IL-1 inibiu o crescimento do parasita dentro destas células (Brunton et al., 2000). Estes

resultados sugerem que IFN- e TNF-α são elementos cruciais no controle do crescimento parasitário, que está diretamente associado ao desenvolvimento das

lesões oculares.

A IL-10 é uma citocina com importante propriedade antiinflamatória e

imunossupressora. Para entender o papel da IL-10 na retinocoroidite toxoplásmica,

foram comparados camundongos com deficiência funcional do gene desta

interleucina e controles, após injeção intraperitoneal do parasita. Aumento da

infiltração celular e necrose foram observados no tecido ocular dos hospedeiros

imunodeficientes, não encontrados nos controles (Lu et al., 2003).

IFN- é um importante mediador inflamatório com atividades anti-toxoplasma.

(27)

diminuição na capacidade de produção do IFN- e que isto está relacionado ao

desenvolvimento de infecções oportunistas. O estudo então estabeleceu um modelo

animal de retinocoroidite toxoplásmica em ambos hospedeiros imunocompetentes e

imunocomprometidos infectados perioralmente. Uma maior carga parasitária foi

observada na retina, coróide e nervo óptico dos camundongos com deficiência.

Taquizoítas foram observados nos imunodeficientes e bradizoítas nos

imunocompetentes. A angiofluoresceinografia demonstrou vazamento nos capilares

retinianos dos hospedeiros imunodeficientes (Norose et al. 2003).

Foi investigado o papel da IL-6 em olhos de camundongos infectados pelo

parasita, comparando a progressão da doença e o desenvolvimento da resposta

imune local em camundongos normais e com deficiência da produção desta

interleucina. Os hospedeiros imunodeficientes desenvolveram uma inflamação mais

grave da retina, vítreo e úvea do que os controles, associada com o aumento do

número de parasitas (Lyons et al., 2001).

Os resultados desses estudos demonstram a importância das citocinas na

modulação da toxoplasmose ocular e sugere que a deficiência na produção de

determinadas citocinas pode acarretar um aumento das lesões oculares, associado

a um maior número de parasitas.

Estudos Em Humanos

Embora existam muitos estudos referentes a imunologia na toxoplasmose

sistêmica, poucos estudos foram realizados com relação à resposta imune na

toxoplasmose ocular.

Realizou-se um estudo para avaliar a produção de citocinas pelas células

(28)

gondii em pacientes brasileiros. Os indivíduos foram divididos em quatro grupos:

com toxoplasmose ocular congênita, com toxoplasmose ocular adquirida,

soropositivos e soronegativos. Pacientes com diagnóstico de toxoplasmose ocular

adquirida apresentaram maiores níveis de IL-1 do que indivíduos assintomáticos. Por

outro lado, indivíduos assintomáticos secretaram significativamente mais IL-12 e

IFN- do que os indivíduos com toxoplasmose ocular adquirida. Esses dados

sugerem que a resistência ao desenvolvimento de lesões oculares está associada

com a habilidade de produzir IL-12 e IFN- e que a susceptibilidade a ocorrência de

lesões está relacionada com uma maior produção de IL-1. IL-4 e IL-5 foram

indetectáveis em todos os grupos. Já os pacientes com toxoplasmose ocular

congênita, secretaram significativamente menos IL-12 e IFN- em resposta ao

antígeno parasitário do que os pacientes com a doença adquirida. A resposta

diminuída ao antígeno pelas células T dos indivíduos com toxoplasmose ocular

congênita sugere que as células T específicas para o T. gondii podem ter sido

destruídas ou “anergizadas” pela exposição ao antígeno do parasita no período

pré-natal (Yamamoto et al., 2000).

Um estudo francês avaliou também a produção de citocinas (IFN- , 10 e

IL-4) por células mononucleares do sangue periférico, após cultura, expostas a

antígeno do T. Gondii. Essas células foram coletadas de indivíduos portadores de

toxoplasmose ocular congênita, adquirida ou indeterminada, indivíduos com

sorologia positiva, mas sem lesão ocular e indivíduos com sorologia negativa. Não

(29)

cultura das células sanguíneas, carga parasitária na cultura e carga parasitária na

infecção congênita (Fatoohi et al, 2006).

Cultura de células do EPR de humanos foram utilizadas para investigar a

resposta celular primária das células retinianas à replicação intracelular do T. gondii,

através da secreção de IL-1, IL-6, fator estimulador de colônias de

granulócito-macrófago (GM-CSF) e molécula de adesão intercelular-1 (ICAM-1). Os níveis

dessas moléculas aumentaram progressivamente com o tempo e em correlação com

o número de células infectadas, assim como com a concentração intracelular do

parasita, em relação aos controles, sugerindo um papel imunoregulatório dessas

moléculas no processo fisiopatológico da toxoplasmose ocular (Nagineni et al.,

2000).

Recentemente, um estudo do nosso grupo avaliou o nível sérico de cinco

quimiocinas (CCL2, CCL11, CXCL9, CXCL8 e CXCL10) em pacientes com

retinocoroidite toxoplásmica ativa e controles. A intensidade do processo inflamatório

foi avaliada pela graduação da opacidade vítrea, tamanho da lesão ativa e presença

de vasculite retiniana. Observou-se aumento significativo dos níveis da quimiocina

CXCL8 nos pacientes em relação aos controles. Além disso, essa quimiocina

apresentou-se aumentada também entre os pacientes com vasculite retiniana, com

lesões de maior diâmetro e houve diminuição dos seus níveis após o tratamento.

Este estudo demonstra a importância desta quimiocina na patogênese da

toxoplasmose ocular, podendo ser usado como marcador de atividade da doença

(Gonçalves et al., 2007).

Apesar de escassos, esses estudos comprovam a importância das citocinas

(30)

doença ocular, observado em modelos experimentais foi confirmado em humanos.

São necessários mais estudos com relação a resposta imune à toxoplasmose ocular

(31)

2.2- Artigo de Revisão

“IMUNOGENÉTICA DAS UVEÍTES” – aceito para publicação na revista Arquivos

(32)

I

MUNOGENÉTICA DAS

U

VEÍTES

Cynthia A. Cordeiro, MD,1 Paula R. Moreira, PhD,2 Walderez O. Dutra, PhD,2 Wesley

R. Campos, MD, PhD, 1 Antônio L. Teixeira, MD, PhD,2 Fernando Oréfice, MD, PhD.1

1

Departamento de Oftalmologia, Setor de Uveítes, Hospital São Geraldo,

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; e 2Instituto de

Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG,

Brasil.

Autor correspondente:

Cynthia A. Cordeiro

Rua Gilberto Siqueira 87 apto 502

Campos, RJ 28010-400 Brasil

Telefone: 55(22) 2723-2918

E-mail: cordeiro.cy@gmail.com

(33)

RESUMO

Citocinas são moléculas envolvidas na comunicação intercelular nas respostas

inflamatória e imune, desempenhando papel relevante nas uveítes. Polimorfismos

dos genes responsáveis pela produção de determinadas citocinas têm sido

relacionados com a ocorrência e a gravidade de algumas uveítes. Portanto, o

presente trabalho tem como objetivo relatar essas possíveis associações,

salientando o aspecto individual genético no prognóstico das uveítes.

SUMMARY

Cytokines are molecules involved in intercellular communication in the immune and

inflammatory responses, playing an important role in uveitis. Genetic polymorphisms

responsible for the production of certain cytokines have been associated with the

occurrence and the severity of uveitis. Therefore, the present study has the purpose

of describing these possible associations, pointing out the individual genetic

(34)

DESCRITORES

Uveíte, Polimorfismo genético, Citocinas.

KEYWORDS

(35)

A resposta imune, responsável pela defesa do organismo, é determinada pela

interação entre moléculas (citocinas, complexo HLA) e células (monócitos, linfócitos)

do sistema imune. Alterações nos níveis dessas moléculas podem interferir na

resposta imune, oferecendo maior proteção ou susceptibilidade a diversas doenças

inflamatórias e infecciosas.1

Alterações genéticas podem estar associadas a um grau de maior ou menor

produção dessas moléculas, ou ainda interferir em sua fisiologia. Algumas mutações

genéticas podem ser suficientemente graves para ocasionar doenças, enquanto

outras podem ser silenciosas ou gerar mudanças sutis ou subclínicas. Entre estas,

destacam-se os polimorfismos genéticos que podem ser definidos como a troca de

um nucleotídeo (adenina – A, guanina – G, timina – T e citosina – C) por outro em

determinado local de um gene (locus), cuja frequência na população geral é superior

a 1%.2

A maioria dos estudos buscando associações imunogenéticas com as uveítes

foi realizada com os genes dos loci do complexo de moléculas do Antígeno

Leucocitário Humano (HLA, do inglês Human Leukocyte Antigen). Essas moléculas

são responsáveis pela apresentação de antígenos aos linfócitos, células

responsáveis pelo desencadeamento da resposta imune. 1 Os genes do sistema

HLA apresentam diversos polimorfismos, sendo que alguns deles estão associados

a maior susceptibilidade a várias doenças, inclusive oftalmológicas. 3 A Tabela 1

apresenta uveítes associadas com polimorfismos de determinadas moléculas HLA.

3,4,5,6

As citocinas são proteínas que promovem a interação entre as células do

(36)

ou a função das células-alvo (Tabela 2). A partir de estudos experimentais realizados principalmente em camundongos, as citocinas foram classificadas em

citocinas inflamatórias (por exemplo, IL-1, TNF-α), envolvidas na inflamação; citocinas de perfil Th1 (por exemplo, IFN- ), que medeiam resposta imune celular, e

citocinas de perfil Th2 (por exemplo, IL4, IL-6, IL-10), que inibem a resposta Th1,

tem efeito antiinflamatório e participam de resposta imune humoral. 1 Em humanos, a

IL-10 é uma citocina produzida tanto por células Th1 como Th2, que possui um

importante papel anti-inflamatório. Outras subpopulações de células T CD4+, como

as Th3, T regulatórias e Th17 também já foram descritas e desempenham funções

imunoregulatórias, baseadas nas citocinas produzidas por elas. 1

Embora o mecanismo patogênico exato de várias uveítes seja desconhecido,

observa-se o envolvimento de diferentes citocinas no processo. 7 Assim,

polimorfismos que resultem em aumento da produção de citocinas inflamatórias ou

diminuição da produção de citocinas antiinflamatórias na ocorrência de uveíte

podem predispor a uma maior inflamação intra-ocular. 2

O objetivo do presente trabalho é revisar sistematicamente os estudos de

associação de determinados polimorfismos dos genes das citocinas com a

ocorrência e/ou gravidade de diferentes uveítes.

UVEÍTE POR HTLV-1

O vírus linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1) está associado à leucemia /linfoma

(37)

Clinicamente, a uveíte associada ao HTLV-1 (HU) é caracterizada por

moderada a grave infiltração celular ocular e moderada vasculite retiniana. 9 Foi

demonstrado que quantidades significativas de várias citocinas, incluindo TNF-α, são produzidas no humor aquoso de pacientes portadores de HU.10 Paralelamente,

estudos demonstraram que indivíduos que apresentem polimorfismos nas posições

-238, -308, -863 e -1031 do gene produtor de TNF-α produzem maiores níveis dessa citocina na resposta imune frente a diferentes estímulos. 11, 12 A partir disso,

realizou-se um estudo investigando a distribuição de cinco polimorfismos do gene produtor do

TNF-α (-1031, -863, -857, -308 e -238) em pacientes portadores de HU, portadores assintomáticos e controles saudáveis. A freqüência de polimorfismos nas posições

-1031T/C e -863C/A foi maior nos pacientes portadores de HU, sendo

estatisticamente distinta em relação aos controles. Esses resultados sugerem que os

polimorfismos do gene do TNFα nessas posições podem constituir fator de risco para a ocorrência de HU. 11

UVEÍTE INTERMEDIÁRIA IDIOPÁTICA

Uveíte intermediária é uma inflamação intra-ocular que envolve vítreo anterior,

retina periférica e pars plana. Acomete com maior freqüência indivíduos de 5 a 30

anos de idade, sem preferência por gênero. A etiologia é desconhecida, mas

existem várias doenças associadas, como neurite óptica idiopática, esclerose

múltipla, doenças inflamatórias intestinais, linfoma, sarcoidose, doenças tireoidianas,

além de várias doenças infecciosas, como as causadas por vírus Epstein-Baar, HIV,

HTLV-1, hepatite C, doença de Whipple, doença de Lyme, doença da arranhadura

(38)

Estabeleceu-se que a produção de IFN na presença do alelo -874T

apresenta-se aumentada. 14 O polimorfismo de IL10, citocina antiinflamatória, nas posições

-1082, -819 e -592 está associado com baixa produção da citocina. 15

Realizou-se, então, um estudo em pacientes portadores de uveíte intermediária

idiopática e controles saudáveis, investigando a distribuição dos polimorfismos dos

genes IL10 (-1082G/A e -819C/T) e IFN- (-874T/A). Foi observada maior freqüência

do alelo -874T do gene do IFN em pacientes do que em controles e do genótipo

IL10 -1082AA em pacientes com maior gravidade da doença. Além disso,

constatou-se maior gravidade em pacientes que tinham o genótipo IFN- -874TA ou TT

combinado com o genótipo IL10 -1082AA. Esses resultados sugerem que a

gravidade da doença pode ser parcialmente determinada por uma interação entre os

genes das citocinas baseados na baixa produção de IL-10 e na alta produção de

IFN- . 16

OFTALMIA SIMPÁTICA

Oftalmia simpática é uma uveíte bilateral granulomatosa que ocorre após

trauma penetrante em um olho (olho “excitante”) que resultará, futuramente, em uma

resposta inflamatória no olho contralateral (olho “simpatizante”). 4

Em um estudo realizado em pacientes com diagnóstico de oftalmia simpática

e em controles saudáveis, investigou-se a distribuição do polimorfismo dos genes

produtores de IL-10 (-1082G/A, -819C/T e -592C/A). Associações estatisticamente

(39)

estabilidade do quadro com terapia de manutenção com corticosteróides. Além

disso, o complexo IL10 (-1082G, -819C e -592C) foi encontrado como fator protetor

contra a recorrência da doença. Esses resultados indicam que os polimorfismos do

gene IL10 podem constituir marcador de gravidade da doença. Foi estudada

também a distribuição de polimorfismos dos genes TNF-α (-308G/A e -238G/A),

TNF- (1/2G/A), receptor tipo 2 de TNF (+196R/M) e CLTA-4 (+49G/A) entre

pacientes e controles, mas não foram encontradas associações significativas com a

doença. 17

UVEÍTE ANTERIOR

Uveíte anterior pode apresentar-se como uveíte anterior idiopática, síndrome

de Fuchs, uveíte anterior associada ao HLA-B27, síndrome de Posner-Schlossman e

associada a doenças sistêmicas como espondilite anquilosante, síndrome de Reiter,

artrite psoriática, doenças inflamatórias intestinais, sarcoidose, artrite reumatóide

juvenil, doença de Behçet, sífilis, herpes, tuberculose. 4

Além da clássica associação entre o HLA-B27 e uveíte anterior, outros estudos

foram realizados na busca de fatores genéticos que estivessem envolvidos na

patogênese da doença.

Um estudo foi realizado em pacientes com uveíte anterior associada ao

HLA-B27 e controles saudáveis, HLA-HLA-B27 positivos e negativos, avaliando a distribuição

de polimorfismos do gene TNF-α (-857C/T, -308G/A e -238G/A). A freqüência dos

genótipos TNF-α -308GA e -238GA foram significativamente menores em pacientes

com uveíte anterior associada ao B27, quando comparados com controles

(40)

comparados com controles HLA-B27 positivos, uma menor freqüência do genótipo

TNF-α-238GA foi observada entre os pacientes. Nenhuma diferença nas freqüências

foi observada entre os diferentes grupos com relação ao polimorfismo do TNF-α

-857C/T. 12

Outro estudo procurou determinar a associação entre polimorfismos dos genes

TNF-α (-1031T/C, -863C/A, -857C/T, -308G/A e -238G/A), linfotoxina α/LTA (+720, +365 e +249), receptores de TNF-α : TNFRSF1A (-201, -230, -845, -839 e -1135) e TNFRSF1B (+1663, +1668 +1690 e +676) e uveíte anterior aguda, além da possível

associação com o HLA-B27 e/ou com o desenvolvimento de complicações. Foi

observada maior freqüência do alelo TNF-α -857T em pacientes com uveíte anterior

aguda quando comparados com controles saudáveis. Em uma análise de subgrupo,

observou-se que o desenvolvimento de complicações foi significativamente maior

nos pacientes com HLA-B27 positivo que apresentavam os alelos TNFRSF1A -201T

e -1135T. A partir desses resultados, sugere-se que variações genéticas no gene do

TNF-α e de seus receptores influenciam na susceptibilidade e na gravidade da resposta inflamatória intra-ocular durante o desenvolvimento de um episódio de

uveíte anterior aguda. Não foram observadas associações com os polimorfismos

TNF-α (-1031T/C, -863C/A, -308G/A e -238G/A), LTA (+720, +365 e +249) e

receptores de TNF-α : TNFRSF1A (-230, -845 e -839) e TNFRSF1B (+1663, +1668 +1690 e +676). 18

Estudo em modelo animal demonstrou que injeção do antagonista do receptor

(41)

Dessa forma, realizou-se um trabalho em que se encontrou maior freqüência do

alelo Il1RA +2018T nos pacientes com uveíte anterior crônica em comparação com

os quadros de uveíte recorrente, e do alelo TNF-α -308G em pacientes com uveíte

anterior associada ao HLA-B27. Foram pesquisadas ainda associações dos

polimorfismos dos genes das citocinas IL-6 (-174), IL-10 (-1082), TNF-α (238 e -308) com ocorrência, curso e complicações da uveíte anterior, que foram negativas.

21

A quimiocina MCP-1 (CCL2), citocina envolvida no recrutamento de células

mononucleares, já foi detectada em concentrações elevadas no humor aquoso de

pacientes portadores de uveíte anterior aguda.22 Além disso, o polimorfismo do gene

da MCP-1 na posição -2518 foi relacionado com expressivo aumento da produção

dessa quimiocina. 23 Assim, foi investigada a distribuição desse polimorfismo

(2518A/G) nos portadores de uveíte anterior aguda com HLAB27 positivo. O alelo

-2518G foi significativamente mais freqüente nos pacientes do que nos controles

também positivos para o HLA-B27. Esse estudo indica papel do polimorfismo do

gene MCP-1 (-2518A/G) na ocorrência de uveíte anterior aguda em portadores de

HLA-B27 positivo. 24

Nessa linha de investigação, estudou-se também a associação entre

polimorfismos dos genes das quimiocinas IL-8 37511C/T e 36849C/T), MCP-1

(-62534A/T, -63997C/T e -63555A/T) e seus respectivos receptores IL-8-ra (-4205G/A,

6694C/G, 10188T/C) e CCR2 (50490T/A, 49776C/G, 49715A/G, 49652T/C,

-49105A/G, -46295 G/A e -39353A/G) e a ocorrência de uveíte anterior aguda

idiopática. Observou-se que a freqüência do alelo MCP-1 -63555T foi

(42)

pacientes, indicando que o alelo MCP-1 -63555T seria um fator protetor contra a

ocorrência da doença.25 Este estudo corrobora a hipótese de participação do MCP-1

na ocorrência de uveíte anterior aguda. 24,25 Os outros polimorfismos não

apresentaram associação com a presença e/ou gravidade da doença.25

VASCULITE RETINIANA IDIOPÁTICA

Vasculite retiniana é uma inflamação intra-ocular que afeta vasos retinianos.

Pode ocorrer como uma condição isolada, como uma manifestação de doenças

infecciosas (sífilis, tuberculose, toxoplasmose) ou neoplásicas, ou em associação

com doenças inflamatórias sistêmicas (doença de Behçet, sarcoidose). 26

A quimiocina CX3CL1 (fractalcina), implicada na adesão leucocitária, já foi

observada em tecido uveal, sugerindo seu envolvimento na vigilância imune dos

tecidos oculares. 27 Recentes estudos demonstraram que polimorfismos do gene do

receptor dessa quimiocina nas posições -839 e -745 estariam relacionados com

diminuição da atividade desse receptor. 28 A partir disso, realizou-se um estudo para

investigar a distribuição de polimorfismos do gene CX3CR1 (-745G/A e -839C/T) em

indivíduos portadores de vasculite retiniana idiopática e controles saudáveis.

Observou-se uma maior freqüência entre os pacientes do alelo CX3CR1 -839T e do

complexo CX3CR1 -745A e -839T. Sugere-se, então, que os polimorfismos que

diminuem a atividade funcional do receptor da quimiocina CX3CL1, desempenham

um papel na patogênese da vasculite retiniana idiopática. 29

(43)

clássica a presença de úlceras mucocutâneas recorrentes, sendo ulceração oral

geralmente o primeiro sintoma. Outras manifestações incluem úlceras genitais,

lesões cutâneas, alterações vasculares, neurológicas, articulares e oculares. A

doença pode afetar o segmento anterior e/ou posterior do olho, levando a ocorrência

de iridociclite, hipópio, vitreíte, vasculite e oclusão retiniana, hiperemia do disco

óptico e edema macular. 30

Estudos demonstraram a associação entre a doença de Behçet e o HLA-B51.

No entanto, a presença do HLA-B51 não é suficiente para explicar a manifestação

da doença, levando à busca de outros genes relacionados. 4 Como o aumento dos

níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias tem sido relacionado com maior

atividade da doença de Behçet, estudos investigaram a associação de diversos

polimorfismos dos genes de citocinas e a doença (TNF-α, IL-1).31, 32

Nos pacientes com envolvimento ocular, observou-se maior freqüência do alelo

CTLA-4 -49A e do genótipo CTLA-4 -49AA, quando comparados a pacientes sem

envolvimento ocular. 33 CTLA-4 é uma molécula sinalizadora expressa na superfície

das células T, cuja função principal é inibir a ativação de células T.1 O polimorfismo

do gene da CTLA-4 na posição -49 ocasiona redução de sua função inibitória. 34

Portanto, uma menor capacidade de inibição de células T geneticamente

determinada estaria relacionada com o desenvolvimento de doença de Behçet

ocular.

CONCLUSÃO

Os estudos já realizados, que buscaram fatores imunogenéticos envolvidos na

(44)

do envolvimento das citocinas na patogênese das uveítes sugere alteração de sua

produção, levando a busca de associações dos polimorfismos dos genes produtores

dessas moléculas com a ocorrência e/ou gravidade das uveítes. Esses estudos

contribuem para o entendimento da etiopatogenia e da fisiopatologia das uveítes.

Foram observadas associações de polimorfismos dos genes de citocinas com

uveíte por HTLV-1, uveíte intermediária idiopática, oftalmia simpática, uveíte anterior,

vasculite retiniana idiopática e acometimento ocular na doença de Behçet.

Como perspectivas futuras, seria interessante investigar o papel desses

polimorfismos de genes de resposta imune na patogênese de uveítes infecciosas,

especialmente a retinocoroidite toxoplásmica, uveíte posterior mais comum em

diversos países e, notadamente, no Brasil. Esses estudos permitirão a identificação

(45)

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2005; 30:546-50

34- Ligers A, Teleshova N, Masterman T, Huang WX, Hillert J. CTLA-4 gene

expression is influenced by promoter and exon 1 polymorphisms. Genes Immun.

(50)

Tabela 1 – Uveítes associadas a Polimorfismos do Sistema HLA (Human Leukocyte Antigen):

UVEÍTE HLA

Síndrome da Histoplasmose Ocular Presumida

HLA-DR2, HLA-DQ6, HLA-DR15, HLA-B7

Pars planite DR2, DR15, HLA-DR17,HLA-DRB1, HLA-DQA1, HLADQB1

Uveíte associada a ARJ HLA-DRB1, HLA-B27

Doença de Behçet HLA-B51

Coriorretinopatia de Birdshot HLA-A29

Uveíte Anterior HLA-B27, HLA-B51,HLA-DQA1,HLA-DQB1, HLA-DRB1

TINU HLA-DQ, HLA DR

Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada

HLA-DRB1,HLA-DQB1, HLA-DQA1

Oftalmia Simpática HLA-CW, HLA-DRB1, HLA-DQA1

Tabela 2 – Uveítes associadas a Polimorfimos dos Genes das Citocinas:

CITOCINAS EFEITOS CELULARES E SISTÊMICOS POLIMORFISMO ASSOCIADO (locus) Fator de Necrose Tumoral (TNF) Ativação de células endoteliais e neutrófilos; apoptose de

muitos tipos celulares; febre; síntese de proteínas de fase aguda; catabolismo muscular e de gordura.

Uveíte associada ao HTLV-I (-1031 e -868)

Uveíte Anterior (-857, -308 e -238) Interferon (INF) Estado antiviral e expressão de MHC de classe I aumentada

em todas células; ativação de células NK.

Uveíte Intermediária (-874)

Interleucina-1 (IL-1) Ativação de células endoteliais; febre e síntese de proteínas

de fase aguda.

Uveíte Anterior( IL-1ra +2018)

Interleucina-10 (IL-10) Inibição da produção de IL-12; expressão de

co-estimuladores e moléculas MHC da classe Iinos macrófagos e células dendríticas.

Uveíte Intermediária (-1082) Oftalmia

Simpática (-1082, -819 e -592) MCP-1 (CCL2) Recrutamento misto de leucócitos Uveíte Anterior (-63555, -2518)

Fractalcina (CX3CL1) Ativação leucocitária e proteção neuronal Vasculite Retiniana (-839 e -745)

(51)

3- OBJETIVOS

3.1- Geral

Investigar a associação entre polimorfismos genéticos das citocinas e a

retinocoroidite toxoplásmica.

3.2- Específicos

Os objetivos específicos seguem os objetivos de cada artigo apresentado:

1- Investigar a associação entre o polimorfismo genético da interleucina-10

(-1082G/A) e a retinocoroidite toxoplásmica

2- Investigar a associação entre o polimorfismo genético do fator de necrose

tumoral-alfa (-308G/A) e a retinocoroidite toxoplásmica

3- Investigar a associação entre o polimorfismo genético da interleucina-1α (-889C/T) e a retinocoroidite toxoplásmica

4- Investigar a associação entre o polimorfismo genético da interleucina-1

(52)
(53)

4.1-Artigo 1

“INTERLEUKIN-10 GENE POLYMORPHISM (-1082G/A) IS ASSOCIATED WITH

TOXOPLASMIC RETINOCHOROIDITIS” – aceito para publicação na revista

(54)

I

NTERLEUKIN

-10

G

ENE

P

OLYMORPHISM

(-1082G/A)

IS

A

SSOCIATED

WITH

T

OXOPLASMIC

R

ETINOCHOROIDITIS

Cynthia A. Cordeiro,1 Paula R. Moreira,2 Mariana S. Andrade,1 Walderez O. Dutra,2

Wesley R. Campos,1 Fernando Oréfice,1 Antônio L. Teixeira.3

From the 1Uveitis Section, Department of Ophthalmology, 2Department of

Morphology, and 3Department of Internal Medicine, Federal University of Minas

Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil.

Correspondence to:

Dra. Cynthia A. Cordeiro

Rua Gilberto Siqueira 87 apto 502

Campos, RJ 28010-400 Brazil

Telephone: 55(22) 2723-2918

E-mail: cordeiro.cy@gmail.com

(55)

ABSTRACT

Purpose: Experimental data has demonstrated a relevant role for IL-10, an

anti-inflammatory cytokine, in the modulation of acute ocular toxoplasmosis. Therefore,

we aim to investigate the possible association between an IL10 gene polymorphism

at position -1082 and toxoplasmic retinochoroiditis (TR) in humans.

Methods: One hundred patients with diagnosed TR were recruited from the Uveitis

Section, Federal University of Minas Gerais. For comparison, one hundred healthy

blood donors with positive serology for Toxoplasmosis and without retinal signs of

previous TR were included in the study. Genomic DNA was obtained from oral

swabs of individuals and amplified using polymerase chain reaction (PCR) with

specific primers flanking the locus -1082 of IL10 (-1082G/A). PCR products were

submitted to restriction endonuclease digestion and analyzed by polyacrylamide gel

electrophoresis to distinguish allele G and A of the IL-10 gene, allowing the detection

of the polymorphism and determination of genotypes.

Results: There was a significant difference in the genotype distribution between TR

patients and control subjects ( = 6.33, P = 0.04). Carriers of the IL10 -1082 A allele

(AA + AG genotypes) were more often patients with TR than controls ( = 5.97, P =

0.01, OR = 2.55, CI = 1.11<OR<5.55). In a subgroup analysis, there was no

significant difference in genotypes and allele carriage regarding visual acuity,

involvement of both eyes and TR recurrence.

Conclusions: This study suggests that the genotypes related with a low production of

(56)

Toxoplasmosis is a common infection worldwide, but the disease is often

asymptomatic in immunocompetent individuals. Only a few infected subjects develop

ocular lesions, named toxoplasmic retinochoroiditis (TR), but it is uncertain why this

happens.1 TR is the most common identifiable cause of posterior uveitis in many

parts of the world, including Brazil.2-4 The intensity of damage to the retina and

choroid depends on the severity of the infection and the associated inflammatory

reaction.2,4,5 The response to antibiotic therapy in combination with corticosteroids

and the clinical presentation vary significantly, with some patients presenting one

episode of mild inflammation whereas others have multiple recurrences of severe

uveitis leading to loss of eyesight. The immune response is likely to play a role in

determining the evolution of disease and possibly the response to conventional

therapy.5,6

A series of inflammation-related molecules, the cytokines, is involved in the

control of the immunopathology of uveitis.7,8 Cytokine production has been shown to

be under genetic control. Polymorphisms in the promoter region of cytokine genes

may determine lower or higher levels of their production in response of different

stimuli. As a consequence, these polymorphisms may influence the susceptibility to

inflammatory diseases or their severity.9

Interleukin-10 (IL-10) is a cytokine with a significant anti-inflammatory

function.10,11 Approximately three-quarters of interindividual variability in human IL-10

levels has been attributed to genetic variation, and there is a growing body of

(57)

characterized by the substitution of guanine (G) to adenine (A) nucleotides. The

-1082 AA IL10 genotype, marked by lower IL-10 production, was associated with the

occurrence of Behçet’s disease,14 the development of steroid-dependent

inflammatory bowel disease,15 and of invasive pulmonary aspergillosis infection.16

Another study found that IL-10 haplotype (-1082/-819/-592) seems to have a

protective role against the development of invasive pulmonary aspergillosis infection

after allogeneic stem cell transplantation, but this protective role was not dependent

on -1082A allele.17

Therefore, we aim to investigate the possible association between IL10

(-1082G/A) polymorphism and TR in humans.

MATERIAL AND METHODS

Subjects

The study protocol adhered to the tenets of the Declaration of Helsinki and was

approved by the local Institutional Review Board. Patients were informed verbally

and in writing of the potential benefits and risks of the study, and all patients signed a

written form stating that they understood and consented to participate.

One hundred patients (41 males, 59 females) with diagnosed TR were

recruited from the Uveitis Section, Department of Ophthalmology, Federal University

of Minas Gerais - Brazil, between August 2006 and November 2006. No subject

enrolled in this study presented autoimmune or systemic infectious disease. Active

TR was defined by the presence of gray-white focus of retinal necrosis next to a

pigmented retinal scar or in the other eye in patients with positive serology for

(58)

necrosis after 3 months of an active episode.18 The following clinical data were also

collected: age, gender, duration of follow-up, associated systemic disease and

number of recurrent episodes. All patients underwent a detailed ocular examination,

including best-corrected visual acuity, applanation tonometry for intraocular pressure,

slit lamp examination, fundus examination with 78-D lens and indirect

ophthalmoscope. The number and location of retinochoroidal lesions were

documented for all patients by careful fundus drawings or photographs.

One hundred healthy blood donors from Hemominas Foundation, matched by

age and gender were included as controls. All of them had positive IgG antibody for

Toxoplasmosis without any history of uveitis. All controls also underwent an ocular

examination to exclude the presence of retinal scars suggestive of previous TR.

Sample collection and DNA extraction

Epithelial cells from 200 individuals were obtained through an oral swab performed

with a sterile plastic spatula and placed immediately in 1500 μL of Krebs buffer (NaCl 20%, KCl 2%, CaCl2 2%, H2O 2%, MgSO4,KH2PO4, C6H12O6). DNA extraction was

performed. A pellet of cells was obtained by centrifugation at 200g for 5 min. The

supernatant was removed and 20μL of silica (SiO2, Sigma, St. Louis-USA) and 450 μL of lyses buffer (6,0M GuSCN, 65mM Tris-HCl pH=6,4, 25mM EDTA and 1,5% Triton X-100) were added to the microtubes. Samples were homogeneized by using

a Vortex and incubated for 30 min at 56ºC. After this incubation, samples were

Imagem

Tabela 2 – Uveítes associadas a Polimorfimos dos Genes das Citocinas:
TABLE 2:  Genotype and allele carriage frequencies of IL10 -1082 in toxoplasmic
TABLE 1: Number of episodes and visual acuity of the affected eyes of patients with
TABLE 1: Distribution of the IL1A (-889) and IL1B (+3954) genotypes and allele
+4

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