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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

Danielle Accardo de Mattos

MEDO, ANSIEDADE E DESCONFORTO EM VIAGENS

AÉREAS:FATORES PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS

São Paulo

2010

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DANIELLE ACCARDO DE MATTOS

MEDO, ANSIEDADE E DESCONFORTO EM VIAGENS

AÉREAS:FATORES PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS

Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde, para obtenção do título de mestre em Psicologia.

Prof.Dr. Renato Teodoro Ramos

São Paulo

2010

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MATTOS, D.A. Medo, ansiedade e desconforto em viagens aéreas:fatores psicológicos e fisiológicos, 2010. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Metodista de São Paulo.

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DANIELLE ACCARDO DE MATTOS

MEDO, ANSIEDADE E DESCONFORTO EM VIAGENS

AÉREAS:FATORES PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS

Aprovação:__________

Nota:_____________

Banca Examinadora

PROF.DR.RENATO TEODORO RAMOS

PROF.DR.LUIS FERNANDO BASILE

PROF.DR.RONALD D.P.K.RANVAUD

São Paulo

2010

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RESUMO

A finalidade desta tese de mestrado é enriquecer o conhecimento sobre ansiedade, medo e desconforto em viagens aéreas. Sua proposta é identificar os aspectos fisiológicos e psicológicos que estão envolvidos nas diversas etapas que constituem uma viagem de avião. A primeira etapa deste estudo foi a aplicação de escalas e questionários em 51 indivíduos, trabalhadores de empresas de grande porte e que realizavam viagens aéreas com freqüência. A etapa posterior foi relacionar os dados obtidos através dos

instrumentos de avaliação. Os resultados demonstraram que a ansiedade e o desconforto estão ligados mais às etapas que precedem a viagem propriamente dita. Em relação à aeronave, o desconforto e a ansiedade estão muito mais relacionados ao movimento do avião do que a cognição que os indivíduos experimentam enquanto voam. Os dados obtidos têm uma implicação significativa no que se refere aos tratamentos utilizados para a eliminação do medo e ansiedade ao voar, sugerindo possíveis adaptações para um melhor resultado.

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SUMÁRIO

I.INTRODUÇÃO ...06

1.Medo de voar...06

.2 Tratamento do medo de voar...08

3. Medo, ansiedade e desconforto...09

4.Mecanismos de aquisição do medo de voar...12

II. JUSTIFICATIVA...16

III.OBJETIVOS...17

IV. MATERIAL E

MÉTODOS...18

V.RESULTADOS...21

VI.DISCUSSÕES...29

VII.CONCLUSÃO...31

VIII. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS...33

ANEXOS...37

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I-INTRODUÇÃO

1. Medo de voar

Desde 1930, quando surgiu a primeira companhia aérea, o setor de transporte aéreo tem apresentado um crescimento considerável, em virtude do progresso econômico e da globalização. Este crescimento tem se mantido constante apesar de crises econômicas e financeiras recentes. A experiência de voar tem, portanto, se tornado parte do cotidiano de inúmeras pessoas. Mesmo freqüente, a viagem aérea ainda é marcada por experiências de medo e desconforto num número elevado de passageiros. 1

A melhora das condições de vôo desde as características da aeronave até os elementos psicológicos do passageiro tem sido uma preocupação das companhias aéreas, dos fabricantes de aviões e das agências reguladoras de tráfego. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) publicou em 09/03/2010, a resolução 135, que institui o programa de avaliação dimensional. Esta resolução tem por objetivo orientar e informar ao passageiro/consumidor do transporte aéreo regular, no ato da compra da passagem, sobre as características do assento que lhe será fornecido para a classe econômica, seja para vôos nacionais ou internacionais. 2

Viajar em aviões é uma experiência complexa e são inúmeras as fontes de desconforto, medo ou ansiedade que têm sido associadas a este processo. Experiências negativas em vôos anteriores, informações sobre problemas e acidentes aéreos, assim como condições dos aeroportos somam-se aos possíveis traços ansiosos dos passageiros na modulação das sensações experimentadas durante o vôo. 3

Atualmente, sabe-se que o medo de voar (preocupação pelo que pode passar comigo mesmo e/ou com o avião) pode afetar, indiscriminadamente, passageiros novatos, veteranos e membros da tripulação. 4

Segundo estudos norte-americanos, a prevalência mundial de indivíduos com medo de voar chega a 30%, enquanto o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e

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Estatística (IBOPE-1998) estima que essa média, para a população brasileira, fique em torno dos 42%. Esta proporção pode ser maior no Brasil por este ser um país ainda em crescimento econômico e em desenvolvimento, onde boa parte da população ainda tem pouca experiência com viagens aéreas. 5

O desconforto e o sofrimento decorrentes do medo de voar acarretam prejuízos pessoais e profissionais para o indivíduo. Estimativas indicam que cerca de 10% dos sujeitos esquivam-se de viagens aéreas, enquanto 20% da população já experimentou ansiedade significativa enquanto voavam. Devido a esse medo/ansiedade, muitos passageiros fazem uso de bebidas alcoólicas e tranqüilizantes com o objetivo de minimizar o desconforto. 3

Não apenas o desconforto físico parece estar ligado a experiências negativas em vôo. De acordo com Matsumoto e Goebert (2001), cerca de 3,5% de todas as emergências médicas em vôo, nos Estados Unidos, foram associadas à um transtorno mental. Em 90% dessas emergências, o diagnóstico foi de estado de ansiedade, e só em 4% foi devido a uma perturbação psicótica ou outra patologia. 6

A viagem aérea é uma atividade complexa que inclui várias etapas como: preparação das malas compra da passagem, ida ao aeroporto, check in, despacho de bagagem, permanência na sala de embarque, transporte até o avião, instruções da tripulação, preparação para decolagem, vôo propriamente dito, preparação para pouso, desembarque, saída do avião, restituição da bagagem e saída do aeroporto.

Devido a essas inúmeras fases que compõem a viagem aérea, o objeto ou a etapa temida pode variar de indivíduo para indivíduo. Alguns temem o risco de um acidente, outros à uma sensação de confinamento, sensações cinestésicas, à instabilidade ou altitude atingida, entre outros. Embora presuma- se que diferentes mecanismos possam levar ao medo e esquiva das viagens aéreas, estudos sobre o tratamento do medo de voar não costumam discriminar subfatores causadores ou amplificadores do medo. Estes tratamentos são brevemente revistos a seguir.

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1.2. Tratamento do medo de voar

A abordagem terapêutica do medo de voar tem sido feita através de terapia comportamental, principalmente por técnicas de exposição sistemática e dessensibilização. Este tipo de técnica é basicamente a mesma utilizada para o tratamento de outros tipos de fobias

Em 1920, Watson (psicólogo e fundador do comportamentalismo) e Rayner (psicólogo e assistente de Watson) fizeram algumas sugestões para o tratamento das fobias: através da estimulação de zonas erógenas ou pela alimentação, emparelhada com o estímulo fóbico. Em 1939, Mowrer (psicólogo americano reconhecido por suas pesquisas em terapia comportamental) apresenta a teoria dos dois fatores. De acordo com essa teoria, muito utilizada atualmente, a ansiedade fóbica é uma resposta condicionada (aprendida), desencadeada pelo estímulo condicionado (a situação fóbica). Assim, o indivíduo mantém a esquiva da situação para evitar o contato com a ansiedade; porém, esse comportamento de esquiva conserva a ansiedade relacionada ao objeto fóbico. 7,8

Baseado na técnica de Mowrer, em 1958, o psiquiatra sul-africano Wolpe revoluciona o tratamento das fobias com a técnica denominada Dessensibilização Sistemática (DS). Tomando por base os princípios do condicionamento clássico, Wolpe propõe que os indivíduos fóbicos entrem em contato com o objeto temido, ou seja, evitem a esquiva. O procedimento da DS consiste em parear situações temidas imaginariamente com relaxamento muscular (resposta antagônica à ansiedade). Em virtude de as cenas imaginadas serem ordenadas gradualmente, de forma a provocar níveis mínimos de ansiedade, Wolpe propôs que o relaxamento poderia ser capaz de suprimir as propriedades ansiógenas do estímulo. 9

Após Wolpe, inúmeros estudos investigaram as possibilidades terapêuticas nos tratamentos de fobias. No entanto, a exposição é considerada como o ingrediente terapêutico de maior importância para o tratamento de fobias específicas. Atualmente, muito se tem investido em tecnologia para tratar os pacientes fóbicos. Uma das principais maneiras de tratar o indivíduo com medo de avião é a realidade virtual e o biofeedback. 10

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Iniciada após a Segunda Guerra Mundial, a realidade virtual foi, inicialmente, criada para treinamento da Força Aérea Americana, com o objetivo de simular vôos para pilotos sem experiência. No tratamento de realidade virtual (RV), o indivíduo é exposto aos fatores geradores de ansiedade, ou seja, ao objeto fóbico gradativamente e com facilidade. 11,12

Associada ao ambiente, o sistema virtual conta com outro componente: o biofeedback. Este instrumento é capaz de detectar o estado de ansiedade do indivíduo, através de sinais fisiológicos em cada etapa da realidade virtual. Desta forma, é possível identificar qual é a fase da exposição gradativa que gera maior ansiedade ao organismo, facilitando assim, o tratamento. 11,12

O tratamento do medo de voar, portanto, aborda apenas os elementos globais do ambiente da aeronave, não discriminando o valor relativo de cada tipo de estímulo sobre a gênese do desconforto.

2- Medo, ansiedade e desconforto

Do ponto de vista histórico, os estudos sobre neurobiologia do medo e ansiedade iniciam-se com os relatos de Darwin, sobre o caráter evolutivo do comportamento emocional no homem, sugerindo que o caminho para esta compreensão era o estudo do comportamento de outros animais. Diversos estudos já realizados nos ajudam a compreender com especificidade o complexo comportamento emocional do homem, como medo e ansiedade.

A palavra medo é atualmente empregada quando uma situação é avaliada como tendo conseqüências negativas, sobre o qual o indivíduo antecipa algo. Assim, mais que a avaliação emocional, a ênfase fica centrada na esfera cognitiva. Apesar de poder ser vivenciado de uma maneira agradável para algumas pessoas (como pular de pára-quedas, por exemplo), o medo normalmente está relacionado às situações em que exista um perigo real ou específico. 3

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Todos nós temos algum grau de ansiedade ou medo e, quando se manifestam, normalmente, são acompanhadas por uma indefinida sensação de mal-estar. Experimentar ansiedade e medo em certas circunstâncias pode ser considerado benéfico, pois, de certa forma, a ansiedade e o medo normais favorecem a adaptação do ser humano a novas situações, protegendo o organismo. 4

Em contraste com o medo, a ansiedade pode ser definida por um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. 13,14 A ansiedade refere-se a uma reação emocional acompanhada de uma série de sintomas físicos, como taquicardia, transpiração, tensão, tremor e aumento do ritmo cardíaco.3

De acordo com a APA (American Psychiatric Association), a ansiedade é definida como um estado emocional com alterações dos componentes psicológicos e fisiológicos, considerada uma emoção natural do ser humano. 15

A ansiedade tem como função primordial preparar o organismo para enfrentar uma situação que, inicialmente, foi avaliada como perigosa. Assim, podemos entender que o processo de ansiedade tem um papel fundamental na vida diária, uma vez que torna o organismo mais apto para enfrentar uma situação interpretada como perigosa ou desconhecida.

A ansiedade é um fenômeno complexo, que desafia uma definição uniforme. No entanto, as definições atuais deste construto, parecem coincidir num aspecto, a ênfase na ansiedade como uma reação a estímulos estressantes, quando os indivíduos acreditam que as condições ambientais colocam exigências que excedem os seus recursos pessoais. Esta consiste, portanto, numa resposta vivencial, fisiológica, comportamental e cognitiva, caracterizada por um estado de alerta e uma ativação generalizada, que pode emergir em circunstâncias diversas, indo da mais estrita normalidade à psicopatologia, e podendo aparecer em diversos quadros psicopatológicos. 16

O indivíduo que ansioso experimenta diversos sintomas, cujo número e intensidade podem variar, sendo a ansiedade principalmente caracterizada, no plano cognitivo por sentimentos de tensão emocional, inquietação, preocupação, apreensão ou medo, vivências que trazem progressivamente dificuldades de concentração, uma certa apatia,

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irritabilidade e sensação de perda de controle – situação que é vivida penosamente, podendo ir ao ponto de dificultar o funcionamento do sujeito na sua vida diária. Além disso, o indivíduo experimenta sintomas físicos que refletem um aumento na atividade do sistema nervoso simpático, acarretando sintomas como: taquicardia, sudorese, dores musculares, tremores, mãos frias e úmidas. 17

Os sintomas ansiosos podem ser freqüentes em uma grande parcela da população e, muitas vezes, não justificam o diagnóstico de um transtorno ansioso típico.

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. 13 Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada. 18,19

Uma das formas eficientes de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não. A fim de se caracterizar uma ansiedade patológica, devem ser observados três aspectos: cognitivo, fisiológico e comportamental. Em relação ao aspecto cognitivo, o sujeito apresenta-se apreensivo, com medos indefinidos, sente-se cansado com facilidade, tem dificuldade de concentração e sente que algo ruim vai acontecer. Em relação aos aspectos fisiológicos, o indivíduo apresenta taquicardia, sensação de falta de ar, sudorese, boca seca, náusea, diarréia, micção freqüente, dificuldade para engolir, mal estar abdominal, ondas de calor e frio, parestesias, tontura, dor/pressão no peito, tremores. No que diz respeito aos aspectos comportamentais, o indivíduo apresenta inquietação, esquiva, insônia, irritação e assusta-se com pequenos estímulos. 20

A existência de manifestações comuns tanto ao medo quanto à ansiedade, é natural que os diferentes instrumentos de avaliação contenham elementos comuns a ambas as condições como sintomas de desconforto cognitivo, fisiológico e comportamental.

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O desconforto cognitivo pode ser avaliado por escalas de mal estar e desconforto do tipo Likert (escala de resposta psicométrica, que possibilita uma resposta de concordância do entrevistado com a afirmação). As utilizadas com mais freqüência são as “Unidades Subjetivas de Desconforto”, idealizadas por Wolpe para tratamento baseado na Dessensibilização Sistemática, na qual o indivíduo é orientado a classificar a intensidade de seu mal-estar numa escala de zero a cem (zero= sem qualquer desconforto /cem=pior desconforto que já sentiu). 21

De uma forma mais imprecisa e menos prática que a avaliação cognitiva, a avaliação fisiológica também pode ser realizada para obtenção de medidas fisiológicas em relação ao medo e ansiedade, como eletromiografia, pressão arterial e temperatura.

Em relação à avaliação comportamental, uma maneira eficaz seria o teste de aproximação comportamental, que pode ser realizado in vitro ou in vivo. Na avaliação in

vitro, cujo trabalho pioneiro foi de Lang e Lazovik(1963), cria-se uma situação artificial e o

sujeito aproxima-se do objeto fóbico.Desta forma, mede-se a intensidade do desconforto/mal estar de acordo com a proximidade do objeto fóbico. 22,23

A avaliação do desconforto pode ser in vivo, em situações reais da vida. Assim, o grau de desconforto pode ser medido nos diversos pontos do percurso em direção ao objeto fóbico. 22,23

3. Mecanismos de aquisição do medo de voar

Assim como o medo de voar pode estar relacionado a diversas etapas da viagem aérea, ele também pode ser adquirido através de diferentes formas.

Entre os principais mecanismos de aquisição do medo de voar, podemos citar: a) mecanismos do tipo agorafóbicos ligados a ocorrência de ataques de pânico em situações de vôo; b) desconforto provocado pela situação de hipóxia no ambiente de cabine associado a interpretações distorcidas destes sintomas físicos e interpretações exageradas de ameaça à saúde e c) desconforto provocado pelos estímulos anômalos de

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movimento e percepção do espaço, capazes também de gerar sintomas físicos como tontura e mal estar que, por sua vez, também estariam associados ao ciclo de interpretações distorcidas a cerca da própria saúde.

AGORAFOBIA

Agorafobia é o termo utilizado para designar a esquiva de um conjunto de situações que inclui medo de sair ou ficar desacompanhado, entrar em lojas, mercado ou locais públicos diversos, abertos ou fechados, meios de transportes coletivos, como ônibus, trem, metrô, avião, elevador carros em vias expressas ou congestionadas, entre outros.

Segundo a quarta edição do Manual Diagnóstico Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV), a agorafobia é definida como o medo de estar em locais de onde possa ser difícil ou embaraçoso sair ou onde não seja possível obter ajuda no caso de ocorrer um ataque de pânico. Entre as situações agorafóbicas comumente relatadas, destacam-se sair de casa, enfrentar ruas, multidões, lugares fechados como cinemas, teatros, restaurantes shopping centers, elevadores, meios de transporte (ônibus, metrô, aviões), túneis e congestionamentos. 24

Em casos mais graves, o indivíduo agorafóbico não consegue sair de casa, ou só pode fazê-lo acompanhado, tendo um prejuízo significativo de sua vida pessoal e familiar. A prevalência da síndrome agorafóbica é predominantemente feminina, seguindo a proporção aproximada de oito mulheres para cada um homem .

O indivíduo que é acometido por tal transtorno pode desenvolver o medo de viajar de avião, uma vez que a aeronave é um lugar fechado e sem possibilidade de saída. Deve, portanto, a agorafobia ser considerada como um mecanismo de aquisição de medo de voar, responsável por uma porcentagem dos casos.

Hipóxia

O termo hipóxia descreve uma condição de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos. Podendo ser sistêmica ou se restringir a um local do organismo, a hipóxia pode

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ser acarretada por inúmeras causas, como a alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde uma obstrução física do fluxo sanguíneo em qualquer nível da circulação corpórea, anemia ou deslocamento para áreas com concentrações baixas de oxigênio no ar. 25

No caso das viagens aéreas, a possibilidade de hipóxia é explicada por que quando se aumenta a altitude, reduz-se a pressão atmosférica total, bem como a pressão parcial de cada gás que participa dessa composição. Assim, o organismo sofre com essa concentração mais baixa de oxigênio presente na atmosfera. Devido à diferença de altitude, há uma queda na pressão, temperatura e densidade do ar, acarretando na deficiência de oxigênio no sangue, células e tecidos e levando a um comprometimento das funções orgânicas. 26

Para compensar a saturação de oxigênio no sangue, o indivíduo pode fazer uma hiperventilação acompanhada de outros sintomas, como dispnéia (desconforto para respirar/sensação de respiração incompleta), taquicardia e tontura. Tais sensações físicas aversivas podem ser interpretadas pelo indivíduo como ataques de pânico ou ansiedade. 26

Desta forma, teríamos o seguinte ciclo: a hipóxia, causada pela diferença de altitude leva à sensações físicas desagradáveis que são interpretadas como crises de ansiedade, acarretando o medo de voar. 26

Inúmeros fatores podem influenciar a susceptibilidade individual à hipóxia, como: • tabagismo, que produz monóxido de carbono e reduz a capacidade do sangue em se combinar com o oxigênio;

• ingestão de álcool, associada à hipóxia histotóxica;

• condicionamento físico, pois um indivíduo, condicionado fisicamente, em geral, tem maior tolerância aos problemas relacionados à altitude;

• aumento da atividade física, por causar maior demanda do corpo para oxigênio e uma instalação mais rápida da hipóxia;

• taxa metabólica, que é aumentada pela exposição a temperaturas extremas, e, por isso, aumenta as necessidades de oxigênio e reduz o limiar de hipóxia;

• dieta e nutrição; • emoções;

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• fadiga e doença clínica predisponente. 27,28

Percepção de espaço e movimento

Um terceiro tipo de mecanismo de aquisição de medo e ansiedade que deve ser considerado em relação às viagens aéreas é aquele ligado a percepção do espaço e do movimento do próprio individuo ou do ambiente ao seu redor. Pessoas com pequenas anormalidades na função vestibular ficariam mais dependentes de informações visuais e proprioceptivas para o controle da postura e para o processamento de informações de movimento. Este mecanismo tem sido muito estudado na gênese da agorafobia e da fobia específica de altura. 29

A dependência de informações visuais para a manutenção do controle postural tem sido descrita em indivíduos com transtorno do pânico e agorafobia. De acordo com Jacob et al(1993), a associação entre tontura, ansiedade e outros sintomas relacionados com a disfunção do controle vestibular podem ser melhor explicados pelo conceito de Desconforto com Espaço e Movimento.

Assim, o termo Desconforto com Espaço e Movimento designa a condição na qual a ansiedade e o estresse são desencadeados em situações onde as informações visuais ou cinestésicas não são suficientes para permitir a manutenção adequada do controle postural.

O ambiente de uma aeronave é caracterizado pela falta de informações visuais adequadas para orientar o passageiro acerca de sua velocidade, aceleração e movimentação em todas as direções. Nestas condições, indivíduos com leves alterações da função vestibular, mesmo que insuficientes para justificar o diagnóstico clínico de vestibulapatia poderiam apresentar níveis maiores de desconforto e ansiedade.

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II. Justificativa

O medo de voar pode ser concebido como uma situação complexa associada a outros tipos de sensação como ansiedade e desconforto. Indivíduos podem evitar este tipo de viagem não apenas por medo do tipo fóbico, mas também por outras fontes de desconforto e ansiedade.

Esta dissertação investiga a natureza do desconforto em viagens aéreas propondo uma junção entre os conceitos de medo, ansiedade e desconforto. Esta abordagem conceitual se justifica pelo caráter exploratório deste trabalho que objetiva identificar possíveis subtipos de estímulos que colaboram para as experiências negativas em aeronaves.

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III. Objetivos

Avaliar a ocorrência de medo e desconforto em viagens aéreas discriminando grupos de estímulo ligados às situações de movimento ou percepção espacial.

Correlacionar os níveis de desconforto com a presença de sintomas de ansiedade, medo de voar e desconforto com espaço e movimento.

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IV. Material e Métodos

Os participantes da pesquisa foram recrutados em duas empresas multinacionais no Brasil. Cinqüenta e um indivíduos, com idade entre 22 e 68 anos, aceitaram participar da pesquisa. Como critério de inclusão, foi estabelecido que cada participante deveria ter feito, pelo menos, duas viagens aéreas nos últimos 6 meses.

Indivíduos com queixa de intenso medo ou fobia de voar e todas as principais condições médicas e psiquiátricas, cujos sintomas podem piorar durante o vôo, foram excluídos da amostra; assim como sujeitos com idade inferior a 18 anos.

Desta forma, o perfil do passageiro avaliado neste estudo pode ser descrito como viajante freqüente e saudável.

Instrumentos

O sujeito, previamente selecionado para a amostra do presente estudo, recebia uma série de escalas e questionários e preenchia as informações solicitadas.

Questionário de situações de ansiedade Flight (FAS) ( vide anexo 1)

Para o presente estudo, foi utilizada uma versão modificada do Questionário de Situações de ansiedade Flight (FAS) de Van Gerwen et al (1999). 30 Nesta versão,foram utilizados os mesmos itens que aparecem na escala original e foram adicionadas algumas novas perguntas com o objetivo de obter outras informações relacionadas às viagens aéreas. As novas questões adicionadas ao FAS estão marcadas na figura 1. O objetivo desta modificação foi a melhor discriminação entre os dois tipos de situações:as relacionadas ao movimento (marcadas como M), ou seja, aquelas que envolvem atividades como caminhada, mantendo o equilíbrio em posição ereta, percepção (via proprioceptiva, visual, vestibular ou insumos), o movimento da aeronave; e as situações relacionadas à cognição (marcadas como C), e que envolvem a observação passiva do ambiente, sem relação com a percepção de movimento.

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A versão FAS modificada preserva a ordem cronológica de apresentação de cada etapa de vôo. Assim, a variação da pontuação das perguntas 1 ao 58 nos dá uma idéia geral sobre como a sensação de desconforto varia ao longo da viagem. Esta cronologia, entretanto, não é absoluta, porque situações como turbulência durante a viagem podem ocorrer em todas as fases de vôo e as questões relativas ao que é apresentado aparecem apenas uma vez na escala.

Questionário de Características Situacionais (SitQ) (vide anexo 4 e 5 )

A fim de estudar a natureza da relação entre agorafobia e disfunção vestibular, Jacob et al. (1993) cunhou o conceito de desconforto com espaço movimento(DEM), com o objetivo de descrever uma condição na qual a ansiedade e o estresse são desencadeados por situações onde as informações visuais ou cinestésicas não estão disponíveis para manter a orientação espacial adequada . 31

Os autores sugeriram que os indivíduos com DEM têm algum grau de disfunção vestibular e, portanto, são mais dependentes de insumos visuais ou cinestésicos para a orientação espacial do que outras pessoas. A identificação e medição de DEM podem ser realizadas através do questionário denominado Características Situacionais (SitQ). 31 A validação do questionário para aplicação em indivíduos brasileiros foi feita por Ramos et al. 1997. 32

O Questionário de Características situacionais (SitQ) consiste em duas partes. A primeira parte contém informações sobre o grau de desconforto associado à diversas situações, como andar em um carro, ônibus ou elevador. Por exemplo, para a situação de "andar em um carro", um item estabelece a diferença entre os subitens de "sentado no banco de trás", em comparação com "sentado no banco da frente."A segunda parte do SitQ fornece pontuações para um segundo tipo de desconforto com espaço e movimento, incluindo itens como "olhando para os edifícios altos", "fechar os olhos no chuveiro" e "exercício aeróbio." Esta segunda parte consiste em itens tradicionais do tipo Likert, com a possibilidade de pontuação de 0 à 3 tradicionais.

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A presença e intensidade de medo de altura foram avaliadas através da Escala de Acrofobia, proposta por (Cohen, 1977 # 347). 33 Este instrumento é composto por duas subescalas contendo 20 itens semelhantes: uma quantificando a ansiedade, medo e desconforto experimentados em diferentes situações (subescala de medo) e os outros quantificando os níveis de esquiva dessas mesmas situações (subescala de evitação). As pontuações na subescala de medo podem variar de zero (nenhum desconforto ou ansiedade) a seis (desconforto intenso ou extrema ansiedade). A subescala de esquiva é marcada de zero (sem esquiva), 1 = esquiva moderada e 2 para esquiva grave.

Estado e Inventário de Ansiedade Traço-Estado (vide anexo 2)

Este instrumento discrimina os níveis atuais (estado) de ansiedade dos níveis de ansiedade experimentados à longo prazo (traço).Instrumento realizado por(Spielberger, 1983) e foi validado para a população brasileira por (Gorenstein e Andrade, 1996). 34,35

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IV.RESULTADOS

A tabela 1 apresenta de forma descritiva os resultados obtidos nas escalas de avaliação.

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TABELA 1: Resultados obtidos nas escalas de avaliação

N. ID. S. MV-C MV- M I-T I-E AC.A AC.E S.1 S.2 CA CNA MA MNA 1 31 M 29 43 29 45 13 0 7 9 18 11 26 17 2 49 M 90 109 52 62 32 9 10 7 51 39 75 34 3 36 M 32 53 34 29 43 1 2 5 17 15 24 29 4 42 M 30 47 37 25 33 1 3 1 20 10 26 21 5 53 M 40 69 0 45 29 4 9 6 28 12 38 31 6 33 M 51 99 39 34 33 2 1 3 33 18 53 46 7 27 M 36 62 43 43 35 6 7 12 22 14 35 27 8 28 M 38 66 27 28 23 3 1 7 27 11 42 24 9 35 M 39 65 28 33 11 4 1 4 25 14 35 30 10 27 F 38 62 44 46 38 6 1 5 22 16 32 30 11 29 M 32 45 43 44 25 2 1 3 21 11 29 16 12 60 M 29 43 44 50 30 6 3 5 18 11 27 16 13 56 F 52 75 32 32 13 2 6 8 39 13 47 28 14 57 M 26 36 32 31 12 6 2 1 14 12 21 15 15 50 F 47 69 30 34 52 4 3 3 29 18 28 41 16 24 F 50 80 35 38 10 6 1 2 33 17 43 37 17 57 M 76 121 41 49 89 20 1 8 49 27 66 55 18 35 M 29 50 33 23 8 1 2 4 19 10 32 18 19 50 F 51 75 34 28 82 14 2 6 31 20 42 33 20 36 F 47 64 26 24 42 14 -3 5 30 17 33 31 21 33 M 51 74 41 32 25 2 2 6 35 16 46 28 22 34 F 38 71 39 58 70 15 1 8 27 11 47 24 23 25 M 39 51 38 31 34 5 6 1 24 15 30 21 24 30 F 72 107 46 56 38 12 10 6 47 25 68 39 25 30 M 44 56 32 34 21 0 1 3 31 13 36 20 26 38 F 29 37 37 60 52 12 -5 6 14 15 22 15 27 35 F 56 90 48 60 42 5 4 6 41 15 56 34

(24)

28 22 F 54 62 30 29 41 5 2 2 31 23 48 14 29 23 M 46 75 39 32 57 19 24 11 28 18 43 32 30 49 F 38 59 36 32 43 4 1 5 25 13 30 29 31 52 M 51 71 31 33 31 10 11 5 34 17 44 27 32 52 F 31 53 34 44 16 5 5 5 18 13 29 24 33 23 F 32 47 38 42 34 6 -4 5 19 13 29 18 34 37 F 38 47 35 46 48 11 10 12 24 14 28 19 35 19 F 72 109 34 44 45 8 -1 11 47 25 66 43 36 28 F 31 49 29 30 19 5 4 2 21 10 34 15 37 46 F 33 59 43 31 58 10 4 3 21 12 29 30 38 39 M 39 70 24 40 34 4 0 4 29 10 41 29 39 31 F 28 47 36 36 24 8 -1 6 18 10 32 15 40 26 F 56 84 49 40 10 0 7 2 41 15 55 29 41 62 M 69 91 37 51 66 7 18 7 40 29 55 36 42 58 F 66 98 35 39 54 6 0 6 46 20 59 39 43 23 F 29 37 38 32 11 2 4 2 16 13 21 16 44 27 F 45 69 28 37 30 2 4 1 33 12 45 24 45 37 F 34 51 28 30 24 6 -1 2 22 12 30 21 46 25 M 34 44 32 50 0 0 0 0 24 10 28 16 47 44 M 55 79 44 44 50 8 11 15 34 21 43 36 48 47 M 43 69 40 31 36 8 6 3 26 17 39 30 49 34 M 30 47 25 22 20 6 3 4 20 10 29 18 50 30 F 26 36 32 44 22 9 2 1 15 11 20 16 51 68 F 29 40 38 39 73 20 1 19 17 12 22 18

N - número do sujeito da amostra; ID,Idade; S,sexo; MV-C, medo de voar relacionado aos

aspectos cognitivos; MV-M, Medo de voar relacionados ao movimento; T, Idate- traço;

I-E, Idate- estado; AC.A, Acrofobia ansiedade; AC.I-E, Acrofobia esquiva; S.1:

Características situacionais 1; S.2: Características situacionais 2; CA, Cognitivo relacionado à aeronave; CNA, Cognitivo mão relacionado à aeronave; MA, Movimento relacionado à aeronave; MNA, Movimento não relacionado à aeronave.

(25)

A figura 2 apresenta o escore médio obtido para cada item da escala de desconforto ao voar (modificada), com o objetivo de mostrar a evolução da percepção de desconforto ao longo de todo o processo da viagem.

(26)

Figura 2 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

(27)

A tabela 2 apresenta os escores de todas as escalas.

TABELA 2: Escores de todas as escalas (média ± desvio padrão)

Idate-traço 35.9 ± 6.48 Idate-estado 38.6 ± 10.09 Acrofobia (ansiedade) 35.12 ± 19.77 Acrofobia (esquiva) 6.58 ± 5.05 Sit. I 3.7 ± 5.11 Sit II 5.35 ± 3.77

(28)

A tabela 3 mostra a correlação de Pearson entre os tipos de estímulos obtidos no FAS-M

TABELA 3: Correlação (Pearson) entre os diferentes tipos de estímulos

Estímulos cognitivos na aeronave Estímulos cognitivos no solo Estímulo de movimento na aeronave Estímulos cognitivos no solo 0.728, p < 0.001 --- Estímulos de movimento na aeronave 0.946, p< 0.001 0.711, p < 0.001 --- Estímulos de movimento no solo 0.811, p < 0.001 0.725, p < 0.001 0.735, p < 0.001

(29)

A Tabela 4 mostra a correlação entre os quatro tipos de situações em FAS-M e do IDATE, SitQ e escalas de acrofobia.

TABELA 4: CORRELAÇÃO ENTRE FAS-M, IDATE, SIT(1 e 2) E ACROFOFIA ( ANSIEDADE E ESQUIVA) Idate-traço Idate-estado Acrofobia Ansieddae Acrofobia

Esquiva Sit. 1 Sit. 2

Estímulos cognitivos na aeronave 0.258, p = 0.108 0.236, p = 0.143 0.302, p = 0.058 * 0 049, p = 0.765 0.242, p = 0.133 0.198, p 0.220 Estímulos cognitivos no solo 0.270, p = 0.092 0.225, p = 0.162 0.536, p < 0.001** 0.333, p = 0.036** 0.347, p = 0.028** 0.291, p 0.068* Estímulo de movimento na aeronave 0.318, p = 0.045 ** 0.298, p = 0.062* 0.314, p = 0.049 ** 0.116, p = 0.477 0.259, p = 0.106 0.204, p 0.207 Estímulos de movimento no solo 0.275, p = 0.085 0.189, p = 0.244 0.508, p = 0.001** 0.295, p = 0.065* 0.225, p = 0.162 0.276, p 0.084

(30)

V. DISCUSSÃO

Esta dissertação explorou a hipótese de que vários mecanismos poderiam levar à aquisição do medo de voar.

O mecanismo básico nas teorias de aprendizado é o condicionamento clássico, onde o medo de voar seria condicionado através da associação de um estímulo aversivo, possivelmente ameaçador (estímulo incondicionado) com um estímulo neutro. Wilhelm e [Roth 1997] relatam que em sua amostra de 66 pacientes com grave medo de voar, 8% tinha sido vítimas de acidente de avião, 27% tinham experimentado avisos de emergência dentro do avião e 27% haviam experimentado uma turbulência severa durante o vôo. 36

Embora não especificamente explorado neste estudo, experiências negativas ou de grande ameaça não são a regra nas viagens aéreas e não explicam todas as sensações de medo e desconforto habitualmente relatadas.

Em contraste com eventos externos ao individuo, o medo ou desconforto ao voar podem surgir a partir de eventos internos capazes de gerar reações ansiosas.

De acordo com os resultados obtidos, existe uma relação entre sensações somáticas experienciadas durante a viagem e a ansiedade. Indivíduos com alta sensibilidade à ansiedade (AS) estão mais propensos a responder com medo e desconforto quando confrontados com sensações somáticas durante a viagem aérea, o que não acontece com sujeitos com baixa sensibilidade à ansiedade.

Assim, podemos entender que a ansiedade pode ser um marcador da vulnerabilidade cognitiva para aquisição do medo de voar.

Este estudo sugere que ao menos parte do desconforto ao voar esteja associado à presença de situações incomuns de movimento e permanência em locais cujas características espaciais diferem muito do habitual. A cabine de uma aeronave pode ser descrita como um ambiente restrito e sem referências visuais de movimento.

(31)

Pessoas com leves anormalidades no controle postural podem apresentar maior sensibilidade a este tipo de situação. O desconforto com espaço e movimento poderia se tornar significativo durante o vôo, desencadeando sintomas de ansiedade e desconforto.

A identificação deste mecanismo é importante para a prevenção da ansiedade, medo e mal estar em aviões, principalmente, porque elementos do ambiente visual da cabine podem ser ajustados para melhorar a percepção visual de movimento e, portanto, reduzir o mal estar físico e psíquico.

Os resultados apresentados aqui são naturalmente iniciais e frutos de um estudo apenas exploratório. No entanto, estes achados justificam uma melhor avaliação experimental dos estímulos psicofísicos presentes nas viagens aéreas. Espera-se também que estas informações possam melhorar os aspectos ergonômicos do projeto aeronáutico a partir de um melhor entendimento de como cada tipo de passageiro interage com este ambiente.

(32)

VI. Conclusão

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, existe um número significativamente maior de indivíduos que experimentam algum tipo de desconforto, medo ou ansiedade em viagens aéreas do que nos países desenvolvidos.

Inúmeros estudos e investimentos, inclusive por parte de empresas de aviação, vêm sendo realizados na tentativa de minimizar as possíveis causas do medo de voar e, consequentemente, incentivar as viagens de avião.

Seria um erro dar a impressão de que os pilotos e tripulantes sofrem mais com problemas psicológicos que a população em geral.

No entanto, devido aos riscos inerentes ao ambiente específico, as freqüentes viagens podem produzir uma ampla gama de respostas ansiogênicas em viajantes rotineiros e tripulação.

O objetivo principal deste trabalho foi destacar a variedade de desafios psicológicos experimentados pelos viajantes e tripulantes, assim como delinear algumas possíveis maneiras úteis de os profissionais de saúde responderem à esta população, baseando-se na pesquisa e teoria. Para isso, caracteriza-se de grande importância reconhecer alguns problemas que desenvolvem- se ao longo do processo da viagem aérea.

Entre os tratamentos atuais e mais efetivos para a eliminação de medo de avião encontra-se o de realidade virtual associado ao biofeedback. Neste processo, o indivíduo é exposto gradativamente, através da realidade virtual, ao objeto temido. O biofeedback

(33)

captaria os dados fisiológicos durante todo o processo de exposição virtual, permitindo reconhecer quais partes do processo é mais geradora de ansiedade.

No entanto, os resultados do presente estudo sugerem dois dados interessantes e que implicariam em uma adaptação aos meios de tratamentos mais utilizados.

O primeiro deles seria que a ansiedade, medo e desconforto ao voar estariam relacionados de maneira significativa ao processo que antecede a viagem propriamente dita (aeronave).

O outro achado interessante seria que os movimentos que acontecem dentro da aeronave são mais desconfortáveis e ansiogênicos do que a cognição propriamente dita que o indivíduo experiencia durante o processo de vôo.

Estudos posteriores devem ser feitos, porém, os presentes achados sugerem a necessidade de se reformular a maneira de minimizar o desconforto, ansiedade e medo em viagens aéreas.

(34)

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 Bailey, Elizabeth E. "A desregulamentação da companhia aérea Confrontando os paradoxos." Regulamento: A Review of Business Cato e de Governo 15. Disponível em:http://www.cato.org/pubs/regulation/regv15n3/reg15n3-bailey.html.

2 Atheniense,L . Coluna Viajando Direito.Revista Viagens Gerais disponível em http://www.viajandodireito.com.br/artigos/600/anac-qualifica-as-poltronas-dos-avioes.aspx 23/04/2010.

3 Yaffé M. Taking the fear out of flying. London:Newton Abbot,1998 (Original publicado em 1987).

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7 Dean RD, Whitaker KM. Fear of flying:Impacto n the US air travel

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8 Emmelkamp, P. M., & Felten, M. (1985). The process of exposure in vivo: Cognitive and physiological changes during treatment of acrophobia. Behaviour Research &Therapy, 23, 219 223.

(35)

9 Wolpe, J. (1958). Psychotherapy and reciprocal inhibition. Stanford: Stanford University Press.

10 Marks, I. M. (1987). Fears, fobias and rituals. panic, anxiety and their disorders. Oxford.Oxford University Press. Marshall, W. L. (1985).

11 Wiederhold, B.K. & Kaneda, M. Use of biofeedback and virtual reality technology for the treatment of phobias. Proceedings of the 27th Japanese Society of Biofeedback Research Meeting. June, Tokyo, Japan,1999.

12 Wiederhold, B.K. & Gevirtz, R.G. Enhancing treatment of specific phobias with virtual reality and physiological feedback. Applied Psychophysiology & Biofeedback Journal, 24(2). pp 140-144, 1999.

13 Allen AJ, Leonard H, Swedo SE. Currente Knowledge of medications for the treatment of childhood anxiety disorders. J Am Acad child Adlesc Psychiatry 1995;34:976-86.

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15 Silva, M.L,Martucci,H.N,Santi,R.M,Frere,A.F.Determinação automática da ansiedade por detecção computadorizada dos sinais biológicos.UMC.Núcleo de pesquisas tecnológicas.Mogi das Cruzes, Brasil.

16 Viegas, S. M., & Oliveira, R. A. (2001). “Emoções sobre o asfalto”.Ansiedade e relações com o risco suicidário em adolescentes condutores de

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17 Matos, M. (1991). Factores de risco psicológico em jovens condutores de

motorizada e a sua influência relativa na ocorrência dos acidentes. Dissertação de Doutoramento em Psicologia Clínica, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

18 Hirshfeld DR, Rosenbaum JF, Fredman SJ, kagan J. The neurobiology of childhood anxiety disorders.In: Charney DS, Nestler EJ, Bunney BS.

19 Rosen JB, Schilkin J. From normal fear to pathological anxiety. Psychol Rev 1998;105:325-50.

20 Gentil V, Lotufo-Neto F, organizadores. Pânico, fobias e obsessões: A experiência do projeto AMBAN. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,1996.

(36)

21 Wolpe J, Lang PJ. A fear Survey Schedule for Use in Behavior Therapy. Behavior Research and Therapy 2:27,1964.

22 Hetem LA, Souza CJ, Guimarães FS, Zuardi AW, Graeff FG. Fenfluramine reduces Anxiety Induced by simulated Public Speaking. Brazilian Journal of Medical and Biological research 26971-974,1993.

23 Palma SM, Gimarães FS, Zuardi, AW. Anxiety Induced by Simulated Public

Speaking and Stroop Color Word Test in Healthy Subjects:Effects of different Trait-Anxiety Levels. Brazilian Journal of Medical and Biological Research 27:2895-2902,1994.

24 Ramos RT (2009) Transtornos de Ansiedade. Revista Brasileira de Medicina 66: 365-374.

25 Guyton, A. C. Fisiologia Humana. 6ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 1988. 26 Bogaerde,AV, Raedt,RD. Cognitive vulnerability in fear of flying:the role of anxiety

sensivity.Depression and Anxiety 25:768-773(2008).

27 Cable GG. In flight hypoxia incidents in military aircraft: causes and implications in training. Aviat Space Environ 2003;74:169-172.

28 Akero A, et al. Hypoxaemia in chronic obstructive pulmonary disease patients during a commercial flight. Eur Respir J 2005; 25:725-730.

29 Boffino, C. C., C. S. De Sa, et al. Fear of heights: cognitive performance and

postural control. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci, v.259, n.2, Mar, p.114-9. 2009. 30 Van Gerwen LJ, Spinhoven P, VanDyck R, Diekstra RFW. Construction and

psychometric characteristics of two self-report questionnaires for the assessment of fear of flying. PsychologicalAssessment 1999;11:146–158.

31 Jacob et al. iscomfort with space and motion: A possible marker of vestibular dysfunction assessed by the situational characteristics questionnaire. Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment 1993; 15.

32 Ramos,R.T, Jacob,R.G, Lilienfeld,S.O. Space and motion discomfort in Brazilian versus American patients with anxiety disorders*1. Journal of Anxiety

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33 Cohen, D.C. (1977), Comparison of Self-Report and Behavioral Procedures for Assessing Acrophobia, Behavioral Therapy, 8, 17-23.

(37)

34 Gorenstein, C. e L. Andrade. Validation of a Portuguese version of the Beck Depression Inventory and the State-Trait Anxiety Inventory in Brazilian subjects. Braz J Med Biol Res, v.29, n.4, Apr, p.453-7. 1996.

35 Spielberger, C. C. State-Trait Anxiety Inventory. Palo Alto: Consulting Psychologists Press. 1983.

36 Wilhelm,F.H e Roth, W.T. Clinical Characteristics of Flight Phobia. Journal of Anxiety Disorders, 1997 – Elsevier.

ANEXO 1

Identificação Idade Sexo Data

□ Tripulação (cockpit) □Tripulação (cabine)

□ Passageiro - Viaja em média 1 – 2 vezes por ano □ Passageiro - Viaja em média 3 – 4 vezes por ano □ Passageiro - Viaja em média 1 vez por mês

□ Passageiro - Viaja em média uma vez por semana

PESQUISA: DESCONFORTO E ANSIEDADE AO VOAR

Você está recebendo uma série de escalas e questionários que visam registrar diferentes aspectos de suas sensações e sentimentos ao voar. Alem disso, existem questionários que exploram sentimentos de ansiedade, depressão, medo de altura e desconforto com situações cotidianas associadas a percepção de espaço e movimento.

(38)

Pedimos que você, na Escala de Medo, Ansiedade ou Desconforto ao Voar, marque a alternativa que melhor expressa o seu estado atual em relação a qualquer um destes sentimentos associados a cada etapa de um vigem aérea. Marque apenas uma alternativa por questão e não deixe respostas em branco.

A Escala de Ansiedade ESTADO visa registrar sintomas ansiosos que você possam estar sentindo neste momento. Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você se sente agora, neste

momento. Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente neste momento.

A Escala de Ansiedade TRAÇO visa documentar sintomas ansiosos que você geralmente sente, mesmo que seu estado neste momento seja diferente. Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você geralmente se sente.

A Escala de Acrofobia ou medo de altura também deve ser respondida de forma a retratar seu estado atual.

O Questionário de Características Situacionais apresenta aspectos da vida cotidiana que podem causar desconforto em algumas pessoas. Para cada situação são apresentadas duas características. Por exemplo, em relação a andar em escada rolante, pedimos que você dê uma nota comparando o grau de desconforto que sente ao descer e ao subir pela escada. Caso o grau de desconforto seja semelhante, dê a mesma nota nos dois casos. Caso alguma das situações gere mais desconforto que a outra, procure refletir esta diferença através das notas que você dará a cada item.

(39)

Anexo 1

ESCALA DE MEDO, ANSIEDADE OU DESCONFORTO ASSOCIADOS À

VIAGENS AÉREAS

Para cada uma das situações apresentadas, marque com um X o grau de desconforto, ansiedade ou medo que você costuma sentir quando viaja de avião

Nenhum Leve Moderado Muito Extremo

Você vê um avião 1 2 3 4 5

(40)

Você lê um texto sobre voar 1 2 3 4 5

Você leva alguém para o aeroporto 1 2 3 4 5

Amigos conversam sobre viagens de avião 1 2 3 4 5

Você decide viajar de avião 1 2 3 4 5

Você compra uma passagem aérea 1 2 3 4 5

Você está no caminho para o aeroporto 1 2 3 4 5

Você entra no setor de embarque 1 2 3 4 5

Você está em pé na fila para despachar a bagagem 1 2 3 4 5 Você caminha para a verificação de e passaportes e revista/raios x 1 2 3 4 5 Você está esperando a chamada para embarque sentado 1 2 3 4 5 Você está esperando a chamada para embarque em pé 1 2 3 4 5

Você observa aviões pousando e decolando 1 2 3 4 5

Você ouve o som ou ruídos do motor do avião 1 2 3 4 5

Você está andando em direção ao portão de embarque 1 2 3 4 5 Você está andando para a verificação antes do embarque 1 2 3 4 5

Você está atravessando o portão 1 2 3 4 5

Você está andando pelo corredor (finger) para entrar no avião 1 2 3 4 5 Você está sendo levado de ônibus até o avião (em pé) 1 2 3 4 5 Você está sendo levado de ônibus até o avião (sentado) 1 2 3 4 5 Você sobe as escadas no avião estacionado no aeroporto 1 2 3 4 5

Você entra na cabine do avião 1 2 3 4 5

Você caminha pelo corredor do avião com ele ainda parado 1 2 3 4 5

As portas do avião estão sendo fechadas 1 2 3 4 5

Você recebe as instruções de segurança pelos membros da tripulação 1 2 3 4 5

(41)

Os motores aceleram antes da decolagem 1 2 3 4 5

Você é puxado em direção ao assento 1 2 3 4 5

Você ouve ruídos durante o vôo 1 2 3 4 5

Você está sentado e pessoas passam pelo corredor ao seu lado 1 2 3 4 5

Você caminha pelo corredor durante o vôo estável 1 2 3 4 5

Você esta em pé esperando para usar o banheiro do avião 1 2 3 4 5 Você está sentado de olhos fechados tentando dormir 1 2 3 4 5

Você está sentado, assistindo a um filme 1 2 3 4 5

O avião tomba para esquerda ou direita 1 2 3 4 5

Nenhum Leve Moderado Muito Extremo

Você vê as asas do avião se movendo, balançando 1 2 3 4 5

Você sente o avião balançar para cima e para baixo 1 2 3 4 5

O piloto informa altitude atual ou nível do vôo 1 2 3 4 5

O piloto informa que iniciará a descida 1 2 3 4 5

Você sente que o avião começa a descer 1 2 3 4 5

Você sente o avião fazer curvas se preparando para descer 1 2 3 4 5 Você ouve o som dos motores diminuindo de intensidade 1 2 3 4 5 Você sente que o avião está descendo em linha reta 1 2 3 4 5

Uma turbulência é anunciada 1 2 3 4 5

Você está balançando 1 2 3 4 5

O som do motor torna a aumentar de intensidade 1 2 3 4 5

O avião toca o solo 1 2 3 4 5

O avião corre pela pista brecando 1 2 3 4 5

O avião roda pela pista em direção ao terminal 1 2 3 4 5

(42)

Você levanta para apanhar objetos nos bagageiros acima do assento 1 2 3 4 5 Você está esperando outros passageiros desembarcarem para poder sair do

avião

1 2 3 4 5 Você caminha pelo corredor do avião para desembarcar 1 2 3 4 5 Você caminha pelo corredor que leva ao terminal (finger) 1 2 3 4 5

Você caminha pela pista após o desembarque 1 2 3 4 5

Você caminha pelo setor de desembarque do aeroporto 1 2 3 4 5

Você aguarda para apanhar sua bagagem na esteira 1 2 3 4 5

Anexo 2

Escala de Ansiedade - IDATE

Parte I – Estado

Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você se sente agora, neste momento. Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente neste momento.

Avaliação

Muitíssimo...4 Um pouco...2 Bastante...3

(43)

Absolutamente não...1 1 Sinto‐me calmo(a) 1 2 3 4 2 Sinto‐me seguro(a) 1 2 3 4 3 Estou tenso(a) 1 2 3 4 4 Estou arrependido(a) 1 2 3 4 5 Sinto‐me a vontade 1 2 3 4 6 Sinto‐me perturbado(a) 1 2 3 4 7

Estou preocupado com possíveis infortúnios

1 2 3 4 8 Sinto‐me descansado(a) 1 2 3 4 9 Sinto-me ansioso(a) 1 2 3 4 10 Sinto‐me em casa 1 2 3 4 11 Sinto‐me confiante 1 2 3 4 12 Sinto‐me nervoso(a 1 2 3 4 13 Estou agitado(a) 1 2 3 4

14 Sinto‐me uma pilha de nervos 1 2 3 4

15 Estou descontraído(a) 1 2 3 4

16 Sinto‐me satisfeito(a) 1 2 3 4

17 Estou preocupado(a) 1 2 3 4

(44)

19 Sinto‐me alegre 1 2 3 4

20 Sinto‐me bem 1 2 3 4

Parte II ‐ Traço

Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você geralmente se sente.

Avaliação Quase sempre...4 Às vezes...2 Freqüentemente...3 Quase nunca...1 1 Sinto‐me bem 1 2 3 4

(45)

2 Canso‐me facilmente 1 2 3 4

3 Tenho vontade de chorar 1 2 3 4

4 Gostaria de ser tão feliz quanto os outros parecem ser 1 2 3 4

5 Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões rapidamente 1 2 3 4

6 Sinto‐me descansado(a) 1 2 3 4

7 Sou calmo(a),ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo(a) 1 2 3 4

8 Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não as consigo resolver

1 2 3 4

9 Preocupo‐me demais com coisas sem importância 1 2 3 4

10

Sou feliz

1 2 3 4

11 Deixo‐me afetar muito pelas coisas 1 2 3 4

12 Não tenho confiança em mim mesmo(a) 1 2 3 4

13 Sinto‐me seguro(a) 1 2 3 4

14 Evito ter que enfrentar crises ou problemas 1 2 3 4

15 Sinto‐me deprimido(a) 1 2 3 4

16 Estou satisfeito(a) 1 2 3 4

17 Às vezes, idéias sem importância entram em minha cabeça e ficam me preocupando

1 2 3 4

18 Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá‐los da cabeça

1 2 3 4

19

Sou uma pessoa estável

1 2 3 4

20 Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento

(46)
(47)

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO DE ACROFOBIA

Apresentamos abaixo uma lista de situações que envolvem altura. Nós estamos interessados em saber o quanto estas situações o deixam, atualmente, ansioso, tenso ou desconfortável. Por favor, indique como você se sentiria em cada uma delas assinalando um número de 0 a 6 diante de cada item, de acordo com o gabarito abaixo.

0 = Nada ansioso; calmo e relaxado 1 2 = Ligeiramente ansioso 3 4 = Moderadamente ansioso 5 6 = Extremamente ansioso

1. Mergulhar na piscina pulando de uma trampolim a poucos metros da água 2. Atravessar um riacho caminhando sobre as pedras

3. Olhar para baixo do alto de uma escada em caracol

4. Ficar no alto de uma escada encostada num sobrado de dois andares 5. Sentar na frente de uma arquibancada elevada

6. Andar na roda gigante 7. Subir uma ladeira íngreme 8. Viajar de avião

(48)

9. Ficar próximo de uma janela aberta no 3º andar 10. Atravessar uma passarela sobre uma auto‐estrada

11. Dirigir sobre uma ponte enorme (tipo ponte Rio‐Niterói) 12. Ficar distante de uma janela num escritório localizado no 15º andar de um edifício

13.Ver os lavadores de janelas a 10 andares acima do chão num andaime

14. Andar sobre grades de ferro que tampam um buraco no chão e eplas quais se pode ver o fundo

15. Ficar na borda da plataforma do metro

16. Subir uma escada externa com proteção equivalente a uma altura de 3º andar 17. Ficar no telhado de um prédio de apartamento de dez andares

18. Subir de elevador ao 50º andar

19. Ficar de pé numa cadeira para pegar um objeto da prateleira 20. Subir numa prancha de acesso a um transatlântico

(49)

Agora que você já deu uma nota para cada item indicando o grau de ansiedade que eles lhe causam, nós gostaríamos que você indicasse abaixo o quanto você evita cada situação. Por favor, indique no espaço à direita o quanto você evitaria hoje caso ela venha a ocorrer.

0 Não evitaria a situação 1 Evitaria a situação

2 Não enfrentaria esta situação sob nenhuma circunstância

1. Mergulhar na piscina pulando de uma trampolim a poucos metros da água 2. Atravessar um riacho caminhando sobre as pedras

3. Olhar para baixo do alto de uma escada em caracol

4. Ficar no alto de uma escada encostada num sobrado de dois andares 5. Sentar na frente de uma arquibancada elevada

6. Andar na roda gigante 7. Subir uma ladeira íngreme 8. Viajar de avião

9. Ficar próximo de uma janela aberta no 3º andar 10. Atravessar uma passarela sobre uma auto‐estrada

11. Dirigir sobre uma ponte enorme (tipo ponte Rio‐Niterói) 12. Ficar distante de uma janela num escritório localizado no 15º andar de um edifício

13. Ver os lavadores de janelas a 10 andares acima do chão num andaime

14. Andar sobre grades de ferro que tampam um buraco no chão e eplas quais se pode ver o fundo

15. Ficar na borda da plataforma do metro

(50)

17. Ficar no telhado de um prédio de apartamento de dez andares 18. Subir de elevador ao 50º andar

19. Ficar de pé numa cadeira para pegar um objeto da prateleira 20. Subir numa prancha de acesso a um transatlântico

(51)

ANEXO 4

QUESTIONÁRIO DE CARACTERÍSTICAS SITUACIONAIS

PARTE 1

Você encontrará a seguir, algumas situações que podem provocar desconforto ou ansiedade. Nós estamos interessados em saber que características destas situações lhe incomodam mais.

Marque:

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

Você pode também marcar o espaço entre os números se o grau de desconforto for intermediário entre eles, isto é, se for entre “pouco” e “moderadamente” marque entre 1 e 2.

VIAJANDO COMO PASSAGEIRO NUM CARRO

1‐ Subindo ladeira 0 1 2 3

Descendo ladeira 0 1 2 3

2 – Estrada acidentada 0 1 2 3

Estrada suave 0 1 2 3

(52)

Estradas com muitas curvas 0 1 2 3

4 – Pistas largas 0 1 2 3

Pistas estreitas 0 1 2 3

5 – Estradas com poucas saídas 0 1 2 3

(53)

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

VIAJANDO COMO PASSAGEIRO NUM CARRO (CONT.)

6 – Sentar no banco da frente 0 1 2 3

Sentar no banco de trás 0 1 2 3

7 – Mudanças de velocidade (acelerar ou brecar) 0 1 2 3

Velocidade constante 0 1 2 3

8 – Leitura 0 1 2 3

Olhar pela janela 0 1 2 3

NO ÔNIBUS

9 – Viajando de pé 0 1 2 3

Viajando sentado 0 1 2 3

10 – Sentado no corredor 0 1 2 3

(54)

11 – Em pé, ônibus parado 0 1 2 3

Em pé, ônibus andando 0 1 2 3

12 – Ônibus cheio 0 1 2 3

Ônibus vazio 0 1 2 3

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

SUPERMERCADOS

13 – Cheio 0 1 2 3

Vazio 0 1 2 3

14 – Perto da saída 0 1 2 3

(55)

LUGARES AMPLOS OU ABERTOS

16 – Campos abertos, sem árvores ou cercas 0 1 2 3

Campos abertos, perto de árvores ou cercas 0 1 2 3

17 – Bordas de um campos 0 1 2 3

Meio de um campo 0 1 2 3

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

(56)

18 – Retos 0 1 2 3

Curvos 0 1 2 3

19 – Olhando o fim do túnel 0 1 2 3

Olhando luzes laterais 0 1 2 3

CINEMAS – TEATROS

20 – Sentar no meio da fila 0 1 2 3

(57)

21 – Sentar na frente 0 1 2 3

Sentar atrás 0 1 2 3

22 – Tela grande 0 1 2 3

(58)

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

AVIÕES

23 – Mudanças de altitude 0 1 2 3

Vôo estável 0 1 2 3

24 – Aterrisando 0 1 2 3

(59)

25 – Vôo tranqüilo 0 1 2 3

Turbulência 0 1 2 3

26 – Sentar na janela 0 1 2 3

(60)

3 ‐ se fica muito incomodada na situação

2 – se fica moderadamente incomodado na situação 1 – se fica pouco incomodado na situação

0 – se não fica incomodado na situação

ELEVADORES

27 – Parado 0 1 2 3 Em movimento 0 1 2 3 28 – Cheio 0 1 2 3 Vazio 0 1 2 3 29 – Subindo 0 1 2 3 Descendo 0 1 2 3 30 – Fechado 0 1 2 3 Panorâmico 0 1 2 3 31 ‐ Começando a mover‐se 0 1 2 3

(61)

Parado 0 1 2 3

ESCADAS ROLANTES

32 – Subindo 0 1 2 3

(62)

ANEXO 5

PARTE 2

Quanto lhe incomodam as seguintes situações

3 – muito 2 – moderadamente 1 – pouco 0 – não 33 – Exercício aeróbico 0 1 2 3 34 – Rolar na cama 0 1 2 3

35 – Fechar os olhos no banho 0 1 2 3

36 – Olhar para o alto de edifícios 0 1 2 3

37 – Esticar‐se no encosto da cadeira 0 1 2 3

38 – Ler jornal perto do rosto 0 1 2 3

(63)

40 – Dançar 0 1 2 3

(64)

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