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Acompanhamento do desempenho econômico e financeiro de atividades rurais: produção leiteira

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA LUIZA RIGODANZO

ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO ECONÔMICO E

FINANCEIRO DE ATIVIDADES RURAIS: PRODUÇÃO LEITEIRA

(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ (RS)

2016

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ANA LUIZA RIGODANZO

ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO ECONÔMICO E

FINANCEIRO DE ATIVIDADES RURAIS: PRODUÇÃO LEITEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu força e coragem nesta longa caminhada. Que me permitiu viver este momento tão especial, que é a conclusão de uma importante etapa em minha vida.

Agradeço aos meus pais, meu irmão e minha irmãque são os alicerces da minha vida. Pois cada passo, cada escolha é por vocês. E principalmente a minha mãe, que é meu porto seguro, obrigada pelas orações e por todos os momentos de apoio, pois mesmo a distância conseguia me passar tranquilidade. Ao meu irmão pelas conversas, troca de ideias e ensinamentos compartilhados. E a minha irmã que mesmo a distância foi minha companheira de todas as horas. A minha família agradeço por tudo.

Agradeço ao meu namorado, o qual esteve ao meu lado por todos esses anos de minha vida acadêmica, obrigada pela paciência, pelo incentivo, pela força e pelo carinho.

Agradeço aos meus amigos, e amigos que mesmo de longe estavam sempre presente, mandando diversas mensagens de incentivo e apoio. Mas um agradecimento especial ao maior presente que a faculdade me deu, Aline minha amiga e irmã de coração, que esteve sempre ao meu lado, obrigada pelas alegrias, tristezas, lágrimas e angústias compartilhadas, seu apoio foi fundamental nesses anos. Agradeço também a Paula, e ao Ademir por todas as conversas e abraços de conforto e segurança, pelo carinho e por me trazer paz e alegria na correria de cada semestre. E por fim, a todos os meus colegas de graduação, que hoje se tornaram amigos importantes, agradeço por todos os momentos difíceis, felizes e inesquecíveis que compartilhamos juntos.

Por fim, um agradecimento especial a minha orientadora Maria Margarete, que és fonte de inspiração, obrigada por todos os ensinamentos, tenho uma enorme admiração por você, obrigada por tudo. E também a todos os professores do curso que foram tão importantes em minha vida acadêmica.

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RESUMO

A contabilidade gerencial é uma ferramenta de suma importância para análises decisórias de toda e qualquer organização. Através de informações gerenciais é possível obter-se um controle de toda a movimentação de um empreendimento, e que são essenciais para a análise de viabilidade do investimento, assim, obtendo o resultado de seu desempenho contábil, econômico e financeiro. O presente estudo teve como objetivo geral identificar como uma estrutura de planilhas gerenciais pode auxiliar um empreendedor rural a identificar o desempenho econômico e financeiro da organização rural, tendo como base a atividade de produção leiteira. Para tanto foram abordados a revisão bibliográfica acerca da contabilidade focada as questões da atividade, rural, orçamentos, e análise de desempenho a partir do Fluxo de caixa, demonstração de resultados e seus indicadores. A metodologia do estudo é classificada como pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, bibliográfica, estudo de caso e documental, sendo utilizada análise documental, observação e da entrevista despadronizada para coletar os dados e de planilhas de cálculos e descrição dos eventos para analisá-los. Sendo assim, a partir dos dados coletados, como o valor total dos investimentos, os custos com a produção leiteira, as despesas operacionais e as receitas, foi estruturado o fluxo de caixa, e a partir dele foi projetada a taxa mínima de atratividade, foi calculada a taxa interna de retorno, o valor presente líquido, payback simples e descontado, desta forma podendo analisar o resultado dos indicadores financeiros da propriedade rural. Posteriormente, foi estruturada a demonstração de resultado do exercício, bem como calculado os indicadores econômicos de rentabilidade, lucratividade e o prazo de retorno do investimento. Os resultados indicam a necessidade de se ter todos os dados organizados de modo a permitir a geração de informações que possibilitem ao gestor maior segurança por ocasião da tomada de decisão. Logo uma estrutura de planilhas gerenciais pode auxiliar um empreendedor rural a identificar o desempenho econômico e financeiro da organização rural, ficando claro que o estudo, fornece tal conjunto de planilhas de cálculos que permitem acompanhar o resultado econômico e financeiro da organização, bem como seus indicadores a cada período, sempre visando à maximização da atividade e da organização objeto de estudo.

PALAVRAS CHAVE: Contabilidade Gerencial. Econômico e financeiro. Propriedade rural. Indicadores. Resultados.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Modelo de Fluxo de Caixa Mensal. ... 20

Quadro 2 – Modelo da Demonstração de Resultado do Exercício. ... 24

Quadro 3– Investimentos na Produção Leiteira. ... 32

Quadro 4 – Custos Totais de Produção do Leite. ... 33

Quadro 5 – Despesas Operacionais da Produção de Leite. ... 36

Quadro 6– Receita da Produção Leiteira. ... 36

Quadro 7 – Fluxo de Caixa. ... 38

Quadro 8 – Indicadores Financeiros a Partir do Fluxo de Caixa. ... 39

Quadro 9 – Demonstração do Resultado. ... 40

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LISTA DE SIGLAS

DRE Demonstração do Resultado do Exercício

FC Fluxo de Caixa

PBD Payback Descontado PBS Payback Simples

SELIC Taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia TBF Taxa Básica Financeira

TIR Taxa Interna de Retorno TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo TMA Taxa Mínima de Atratividade

TR Tempo de Retorno

VFL Valor Futuro Líquido VPL Valor Presente Líquido VUL Valor Uniforme Líquido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 11

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 11

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5 OBJETIVOS ... 14 1.5.1 Objetivo geral ... 14 1.5.2 Objetivos específicos ... 14 1.6 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16 2.1 CONTABILIDADE ... 16 2.1.1 Contabilidade rural ... 16 2.1.2 Contabilidade gerencial ... 17

2.2 ORÇAMENTO DE RECEITAS E DESPESAS ... 18

2.3 ANÁLISE DE DESEMPENHO ... 19

2.4 FLUXO DE CAIXA ... 19

2.4.1 Metodologias de análise de viabilidade ... 21

2.5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 24

2.5.1 Indicadores de Resultado ... 25

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 27

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 27

3.1.1 Pesquisa quanto à sua natureza ... 27

3.1.2 Pesquisa quanto à forma e abordagem do problema ... 28

3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos ... 28

3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ... 29

3.2 COLETA DE DADOS ... 30

3.2.1 Instrumentos de coletas de dados ... 30

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 31

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 32

4.1 INVESTIMENTOS ... 32

4.2 CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO ... 33

4.3 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS FIXAS ... 36

4.4 RECEITAS ... 36

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4.6 DEMONSTRAÇÂO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 39

5 CONCLUSÃO ... 42

REFERÊNCIAS ... 44

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1 INTRODUÇÃO

O sucesso de qualquer empreendimento está relacionado a uma administração e controle eficiente das organizações. Com o passar dos anos a contabilidade vem se destacando, pois ela preocupa-se com o patrimônio organizacional, mantendo a função de registrar, organizar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio, pois estas informações são muito importantes para a gestão da empresa e para a tomada de decisões.A contabilidade abrange diversas áreas, assim como, a contabilidade rural. No Brasil, ela ainda é pouco utilizada, tanto pelos empresários quanto pelos contadores. Isto acontece devido ao desconhecimento e da importância das informações obtidas através da contabilidade, pois estas informações proporcionam uma maior segurança e clareza das informações econômicas e financeiras aos produtores rurais (CREPALDI, 2011).

Por muitas vezes, os produtores rurais preferem manter o seu controle baseado em suas experiências usadas antigamente, ou por experiências obtidas no seu dia a dia, sem se importar com o quanto a ciência, as técnicas e teorias contábeis podem auxiliar nas informações e para a tomada de decisão.Atualmente, vive-se em uma época de informações globalizadas, e a cada dia somos surpreendidos pelas mudanças e avanços tecnológicos, que englobam todas as áreas de negócio. Desta forma, é preciso estar atualizado e adaptando-se as mudanças, para assim, obter um melhor crescimento e manter-se ativo no mercado atual.

A contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, através de informações que permitam o planejamento, podendo transformar as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos, diversificação das culturas e comparação de resultados (CREPALDI, 2011).

Portanto, o objetivo desta pesquisa é auxiliar os produtores rurais através da contabilidadecomo uma ferramenta gerencial. A pesquisa concentra-se na produção leiteira de uma pequena propriedade rural familiar, este controle gerencial após informações coletadas, e resultados obtidos, servirá como fonte de segurança e para auxiliar na tomada de decisões, sejam elas quanto a possíveis investimentos, lucros ou prejuízos.

A contabilidade gerencial está voltada para a administração da empresa. Crepaldi (2011, p.52), diz que “o desenvolvimento gerencial contábil possibilitará um aumento dos resultados econômicos, voltado para melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial [...]”.Com a incerteza, e insegurança de não saber se a atividade está gerando lucros

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ou não, e pela carência e não conhecimento destas informações, surgiu à ideia e a necessidade em apresentar aos produtores rurais a importância das informações contábeis na atividade rural.

Assim, a presente pesquisa apresenta ao longo do capítulo 1, a contextualização do estudo, seguindo da definição do tema, caracterização da organização estudada, problematização do tema, objetivos gerais e específicos e da justificativa da autora em efetuar a pesquisa. O capítulo 2 é composto pelo o referencial teórico, apresentando os assuntos científicos pesquisado, que abordam os temas sobre a Contabilidade, Contabilidade Rural, Contabilidade Gerencial, Orçamento de Receitas e Despesas, a Análise de Desempenho, Fluxo de Caixa (FC) e Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), e por fim, os seus Indicadores de Resultado, assim, tendo como objetivo revisar e ampliar os conhecimentos na área contemplada, para que desta forma, se consiga uma melhor compreensão da parte teórica do tema em pesquisa.

No capítulo 3, apresenta-se a metodologia utilizada para auxiliar o estudo da pesquisa, havendo a classificação do tipo de pesquisa efetuada, quanto à natureza, quanto à forma de abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos. Em seguida, é explicado como ocorreu a coleta de dados, com os instrumentos e a análise e interpretação de dados.Ainda, no capitulo 4 foram apresentados a análise e interpretação dos dados com vistas a atender os objetivos gerais e específicos, buscando responder a questão de pesquisa proposta para este estudo e na sequencia apresentou-se a conclusão do estudo e por fim foram apresentados as referências consultadas ao longo do estudo.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A contabilidade é uma arte, segundo Sá (2002, p.46) “Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos [...]”.

Assim, o primeiro capítulo apresenta a descrição da proposta de pesquisa onde definiu-se o tema de estudo, a caracterização da organização, o problema, a especificação dos objetivos gerais e específicos, e pôr fim a justificativa.

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A Contabilidade é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades através dos aspectos quantitativos e qualitativos nela existentes, a qual é capaz de gerar e registrar informações de suas variações e apresentar a situação econômica e financeira da organização, tornando-se útil para seus usuários (BASSO, 2011). Nesse sentido, considerando que o objeto da contabilidade é o patrimônio das organizações a Contabilidade Gerencial é importante na tomada de decisão, por gerar informações úteis a esse processo. Através de análises dos registros e controles contábeis é possível obter informações seguras e quais as medidas a serem tomadas como decisão final na organização.

Conforme Iudícibus (1998, p.21), “a Contabilidade Gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se “encaixem” de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador”.

Neste sentido, o presente estudo está centrado nas informações geradas pela contabilidade gerencial, as quais podem auxiliar na gestão de uma atividade ruralde pequeno porte, a partir do levantamento das receitas, custos e despesas com o intuito de construir indicadores que indiquem a situação econômica financeira da organização e que a partir disso possam ser tomadas decisões que contribuam para a permanência e crescimento da organização no mercado.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização em estudo é uma propriedade rural familiar, e caracteriza-se como propriedade de pequeno porte. Está localizada no interior do município de Guarani das Missões, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, na região das Missões.

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Por se tratar de uma pequena propriedade rural, ela não está registrada como empresa na Junta Comercial e, portanto, imune à obrigação estabelecida pelo artigo 1.179 do Novo Código Civil (NCC), que regulamenta a obrigatoriedade da escrituração contábil às empresas rurais e elaboração anual do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. Sendo assim, cabe destacar que as demonstrações sugeridas no estudo terão um enfoque gerencial, servindo para o processo de decisão gerencial.

Desde o ano de 2000 vem atuando no ramo da agricultura, na bacia leiteira, produção de grãos, piquetes de pastagens de inverno e verão, suínos e gado de corte para consumo, fazendo desta sua renda familiar, a qual é composta hoje por duas pessoas. A propriedade possui uma área de 10,7 hectares, e está distribuída da seguinte forma 2,00hectaresde mata nativa, 2,00 hectares de campo nativo (potreiro), 0,5 hectares onde está a residência, galpões e sala de ordenha, 0,7 hectares da barragem para irrigação e 5,5 hectares de lavoura que é destinado para o plantio de pasto para o gado leiteiro. E ainda possui um arrendamento de 2,00 hectares, também destinados para o plantio de grão e pastagens para o gado leiteiro.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Toda a pesquisa apresenta um problema, e para Gil (2010, p.33), “uma acepção bastante corrente identifica problema com questão de que dá margem a hesitação ou perplexidade, por difícil de explicar ou resolver”. “[...] Problema é qualquer questão não resolvida e que é o objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”.

As atividades agrícolas por sua vez continuam sendo uma das principais fontes de renda na gestão do empreendimento, e desempenha um grande papel sobre a economia na região Noroeste do Rio Grande do Sul. É um ramo de atividade que se desenvolve de maneira bastante significativa, porém, para um melhor desempenho, a mesma necessita de controles internos de gestão, para assim visualizar os resultados e a situação financeira e econômica da propriedade.

O controle gerencial é pouco usado pelos empresários, agricultores rurais. O mesmo pode ocorrer pelo fato do desconhecimento da importância das informações, que este controle gerencial propicia nos resultados finais, e na influência quanto à tomada de decisão.

A tarefa de gerar informações gerenciais que permitam a tomada de decisão, com base em dados consistentes e reais, é uma dificuldade constante para os produtores rurais. O administrador de um empreendimento tem a necessidade de saber de onde e de que forma estão aplicando seus recursos e qual está sendo o retorno financeiro obtido (CREPALDI, 2011, p.59).

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Para Iudícibus (1998, p.21) todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feitos “sob medida” para que a administração os utilize na tomada de decisões entre em alternativas confiantes, ou na avaliação de desempenho, recai na Contabilidade Gerencial.

Todo o proprietário espera que as informações oferecidas sejam confiáveis, e que contenham informações precisas tanto econômicas quanto financeiras, bem como o valor do montante final de suas despesas e receitas. Com a identificação do levantamento de dados da propriedade é possível fazer um melhor controle, projetar e acompanhar os gastos, analisar os índices de rentabilidade, lucratividade e de investimentos, fornecendo suporte nas tomadas de decisões para cada situação encontrada quanto ao atual mercado de negócios.

Conforme Silva (2008, p.119), “a contabilidade gerencial é voltada para o fornecimento de informações para os administradores, ou seja, os profissionais que estão dentro da instituição e que são responsáveis pela direção, tomada de decisão e controle de suas operações”.

Os indicadores econômicos e financeiros, através de índices são de suma importância para os resultados finais da pesquisa. Conforme explica Morante (2009, p.28) “É através de uma criteriosa seleção de índices que se faz Análise das Demonstrações Financeiras, para concessão de crédito ou outra finalidade gerencial”.Como situação financeira e situação econômica, nos define Morante (2009):

Como situação financeira, entendemos as relações indicativas de capacidade de pagamento que as empresas apresentam em relação a seus credores, posicionando-os pela segurança ou não em receber seus créditos.

Como situação econômica, entendemos as relações indicativas dos reflexos patrimoniais do resultado obtido durante o tempo, posicionando os mesmos credores quanto à segurança de a empresa obter recursos próprios pela sua atividade empresarial (MORANTE, 2009, p.31).

Todo o negócio deve apresentar um rendimento satisfatório, ser rentável, para que assim, o mesmo possa suprir o investimento inicial. E para Morante (2009, p.42), “os indicadores de rentabilidade possibilitam apresentar esta medida sob vários ângulos, na expectativa de que todos, em seu conjunto, consigam responder à tarefa de bem remunerar o dono do negócio”.

Diante do exposto o presente estudo busca saber: como uma estrutura de planilhas gerenciais pode auxiliar um empreendedor rural a identificar o desempenho econômico e financeiro da organização rural, tendo como base a atividade de produção leiteira?

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1.5 OBJETIVOS

Considerando o tema proposto, e tendo como norte responder a questão problema deste estudo, na sequência apresenta-se: o objetivo geral e os específicos.

1.5.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é identificar como uma estrutura de planilhas gerenciais pode auxiliar um empreendedor rural a identificar o desempenho econômico e financeiro da organização rural, tendo como base a atividade de produção leiteira.

1.5.2 Objetivos específicos

 Efetuar a revisão bibliográfica, que embasa o tema proposto;

 Identificar os investimentos, os gastos e as receitas para a atividade estudada;

 Separar os custos, despesas e receitas dos ingressos e desembolsos para a atividade estudada;

 Estruturar a Demonstração do Resultado do Exercício e o Fluxo de Caixa, com vistas a identificar o desempenho econômico e financeiro da atividade produtiva.

1.6 JUSTIFICATIVA

A escolha deste tema surgiu da necessidade e da importância em mostrar ao empreendedor rural que ele também pode utilizar-se das técnicas e teorias contábeis, enfatizando a sua importância no mercado atual, bem como da atividade rural.A carência de muitos produtores rurais e a incerteza são de não saber se o negócio está em bom andamento e gerando lucros, possibilitará a aplicação do controle gerencial, apresentando os resultados, elaborando as análises e auxiliando na tomada de decisões.

A atividade rural apresenta altos riscos, em razão de suas características, e que são de difícil controle pelos produtores, acarretando em instabilidade e colocando em risco o andamento do negócio. O objeto do estudo, de utilizar um controle gerencial, é muito importante, pois sem um gerenciamento e um esclarecimento de sua situação financeira o produtor pode enfrentar dificuldades financeiras, acarretando em enormes prejuízos.

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Para a acadêmica do curso de Ciências Contábeis o estudo é de suma importância, tendo como base aprimorar os conhecimentos específicos desta área contemplada. Desta forma, além de aprimorar na prática os estudos realizados no decorrer do curso e implantar como ferramenta gerencial na propriedade, é um estímulo para novas pesquisas e aprimoramentos para futuras análises, após a aplicação na propriedade dos resultados obtidos no final do trabalho, sendo, ainda, um incentivo à especialização no tema abordado.

Para a Universidade e para o Curso de Ciências Contábeis o tema em estudo é muito importante, pois o mesmo pode contribuir como fonte de pesquisa da biblioteca virtual da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul– Unijuí para os acadêmicos que tiverem interesse na área e, ainda,disponibilizar ao proprietário um conjunto de indicadores que podem trazer maior segurança em decisões acerca do empreendimento.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, apresenta-se um estudo mais aprofundado com embasamento literário e específico aos assuntos pesquisados, com o objetivo de revisar e fundamentar de uma forma mais ampla os conhecimentos na área estudada, e sanar possíveis dúvidas quanto o tema proposto, as quais dão sustentação à pesquisa. Assim foi possível obter uma melhor compreensão da parte teórica do tema, e desta forma, buscar soluções a problemática apresentada, quanto ao desempenho econômico e financeiro de atividades rurais.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade, conforme Crepaldi (2011, p.82), “é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.

Complementa Sá (2002, p.46), que “a Contabilidade preocupa-se com registros, demonstrações, revisão, apurações de resultados, e custos etc., ou seja, compromete-se com a informação e com a adequação de evidências numérica de fatos patrimoniais”.

A Contabilidade tem como objeto o patrimônio, o qual geralmente é constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade. E tem como finalidade básica, gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, para que desta forma, se tenha um controle e planejamento, para que assim, possa auxiliar na tomada de decisões (BASSO, 2011).

Desta forma, fica claro o quão importante é a contabilidade, ela serve como base para as organizações se manterem no mercado. A contabilidade é essencial para as empresas, é a principal ferramenta para auxiliar em suas decisões, e pode ser usada para empresas, seja de pequeno, médio ou grande porte, indiferente de sua atividade. Assim como, na atividade rural, pois o empresário rural não pode parar no tempo, é preciso um acompanhamento detalhado da situação econômica e financeira da propriedade, para alcançar os resultados positivos.

2.1.1 Contabilidade rural

Com o desenvolvimento tecnológico, a agricultura vem se desenvolvendo eproduzindo cada vez mais, as empresas rurais estão se destacando no mercado atual, e para um melhor

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desempenho econômico, um controle contábil e gerencial é muito importante para a tomada de decisões. Segundo Marion (2005, p.24), “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.

A Contabilidade quando estudada de forma genérica, pode ser denominada de Contabilidade Geral ou Contabilidade Financeira, e quando for aplicada a um ramo específico, normalmente é denominada de acordo com a atividade do ramo (MARION, 2005). Quanto a Contabilidade Rural, Crepaldi (2011) define que:

A Contabilidade Rural é um dos principais sistemas de controle e informações das Empresas Rurais. Com a análise do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício é possível verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, de retorno de investimento etc. (CREPALDI, 2011, p.81).

Para Crepaldi (2011, p.81), “A Contabilidade Rural também fornece informações sobre condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir custos ou despesas, necessidade de buscar recursos etc. Está aí outra finalidade da Contabilidade Rural: o planejamento”.

A Contabilidade Rural é um instrumento da função administrativa que tem como objetivo controlar o patrimônio das entidades rurais, apurar o seu resultado, e gerar informações sobre o patrimônio e sobre os resultados aos seus usuários (CREPALDI, 2011).

O produtor rural precisa de ferramentas para melhor descrever a sua atividade em andamento, e a contabilidade desenvolvida e aplicada no gerenciamento da propriedade rural é uma ferramenta indispensável. As empresas rurais também devem ter preocupações com as informações dos custos relacionados à produção, o aumento da lucratividade, planejamento, controle, retorno do capital investido, informações estás, que são fundamentais para a tomada de decisões (CREPALDI, 2011).

2.1.2 Contabilidade gerencial

A contabilidade gerencial está relacionada para a administração das empresas. Portanto, segundo Iudícibus (1998, p.21) “pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feitos “sob medida” para que a administração os utilize na

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tomada de decisões entre alternativas conflitante, ou na avaliação de desempenho, recai na contabilidade gerencial”.

Desta forma, a Contabilidade Gerencial é importante para a tomada de decisão. Segundo Crepaldi (2011):

A contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados (CREPALDI, 2011, p.39).

Ainda conforme Crepaldi (2011, p.59), “a informação gerencial é a resultante do que na realidade ocorre no empreendimento. Por meio da classificação e organização dos dados referentes ao movimento econômico-financeiro diário da propriedade, é possível gerar estas informações”.

A contabilidade gerencial tem como principal função gerar informações, que vão auxiliar os gestores, empreendedores, produtores rurais a analisar o seu desempenho econômico e financeiro e que serão fundamentais para a tomada de decisão. Portanto, as informações precisam ser precisas, claras e objetivas para que, assim, ajude no desempenho do agronegócio.

2.2 ORÇAMENTO DE RECEITAS E DESPESAS

Para melhor avaliar e acompanhar o resultado da organização é necessário identificar as receitas e despesas. A receita é a variação que provoca a entrada de elemento no ativo sob forma de dinheiro ou de direitos a receber, que geralmente correspondem à venda de mercadorias, produtos e bens, ou pela prestação de serviço. Já a despesa entende-se por “custo” do uso dos bens ou serviços que, direta ou indiretamente deverão produzir uma receita (BASSO, 2011).

Ainda, o autor destaca que as receitas contribuem positivamente para a situação líquida, gerando fatos contábeis modificativos aumentativos no patrimônio da entidade, e as despesas contribuem negativamente para a situação líquida, gerando fatos contábeis modificativos diminutivos no patrimônio da entidade (BASSO, 2011).

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Segundo Padoveze (2010, p. 320), “as despesas são os gastos necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transformam-se em despesas”.

O orçamento serve como o controle para geração de informações e o planejamento da mesma. Para a despesa é elaborado o orçamento de despesas que é dividido em despesas de venda e despesas administrativas. O orçamento de despesas de vendas visa dimensionar os recursos necessários para dar suporte às vendas orçadas, a maioria das despesas é de natureza fixa, algumas são variáveis, isto é, variam em função do volume de vendas. E o orçamento de despesas administrativas tem a finalidade de determinar os recursos que serão despendidos com a gestão da empresa (HOJI, 2010).

2.3 ANÁLISE DE DESEMPENHO

A análise de desempenhobusca apresentar a real situação das organizações. Segundo Brizolla (2008, p.58) “a avaliação é procedida por meio da metodologia de análise de balanços, a qual tem por objeto os demonstrativos contábeis e as informações quanto à situação econômico-financeira das organizações, para atender a usuários com interesses vários como: decidir sobre concessão de crédito ou investimento”.

Para Souza; Clemente (2009, p.66), “a decisão de se fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e a variação das diversas alternativas que atendam as especificações técnicas dos investimentos”. Tecnicamente, após relacionar as alternativas viáveis é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente, é nesta última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório (SOUZA; CLEMENTE, 2009).

Portanto, segundo Brizolla (2008, p.58) “a partir de uma correta avaliação da situação econômica e financeira de uma organização temos condições de agir corretivamente na busca da melhoria de seus resultados, planejar novas ações, aumentar sua capacidade financeira e buscar o seu crescimento patrimonial”.

2.4 FLUXO DE CAIXA

Segundo Padoveze (2010, p.83), “a construção do relatório de fluxo de caixa deve ser feita através do retrabalho dos dados das três demonstrações contábeis anteriores. Este tópico

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é de vital importância para o entendimento definitivo do poder integrador da informação contábil”.

O modelo de fluxo de caixa mensal, segundo Padoveze (2010, p.84), “relaciona-se com os movimentos mensais das demais contas da companhia, e desta forma é elemento fundamental para acompanhamento e controle dos recursos da empresa, junto com o balanço patrimonial e a demonstração de resultados”.

Quadro 1– Modelo de Fluxo de Caixa Mensal.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 TOTAL RECEBIMENTOS Receitas à vista Receitas a prazo Faturamento (vendas) PAGAMENTOS

Custos/ Despesas Variáveis Compras à vista Compras a prazo Frete Comissão Impostos Variáveis Terceirização Custos Fixos Salários Encargos Sociais Aluguel Água Energia Elétrica Telefone Despesas Contador Despesas Bancárias/Juros Pró-labore Investimentos Impostos Fixos Outras Despesas Custo Total SALDO DE CAIXA Fonte: Dornelas (2012, p.177).

O fluxo de caixa pode ser segmentado em três grandes áreas, que são as atividades operacionais, as atividades de investimento e as atividades de financiamento. As atividades operacionais são compostas pela totalidade da acumulação dos dados de recebimentos e pagamentos oriundos da demonstração de resultado, nas atividades de investimento são

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registrados os valores de saída para pagamento dos novos investimentos, bem como os valores de entrada por venda de bens ativados anteriormente. E por fim, as atividades de financiamento que apresentam os valores de empréstimos e financiamentos obtidos ou o pagamento do mesmo (PADOVEZE, 2010).

E para a empresa rural, como um conceito geral, segundo Crepaldi (2011, p.297), “o Fluxo de Caixa é a relação das entradas e das saídas de recursos financeiros em determinado período, visando prever as necessidades de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis”.O fluxo de caixa cumpre três objetivos principais quanto ao gerenciamento de uma Empresa Rural:

Primeiro, o de prever com antecedência os períodos em que haverá necessidade de captação de recursos para saldar compromissos e dívidas assumidas.

Segundo, o de garantir ao empresário rural um prazo mis largo para tomar decisões no setor de finanças, já que ele projeta problemas que a Empresa Rural vai enfrentar no futuro.

E, finalmente, permitir ao empresário rural trabalhar com certa margem de segurança, já que programará as operações financeiras durante um determinado ano agrícola (CREPALDI, 2011, p.297 e 298).

Desta forma, o fluxo de caixa segundo Hoji (2010, p.76), “é um esquema que representa as entradas e saídas de caixa ao longo do tempo”. Portanto, é a melhor forma para controlar o fluxo, e a movimentação de dinheiro da organização e melhorar a eficiência das projeções.

O fluxo de caixa é uma ferramenta muito importante, tem como função registrar todas as entradas e saídas, possibilitando a organização um melhor controle de informações de resultados líquidos gerados no seu dia a dia, ou no mês corrente.

2.4.1 Metodologias de análise de viabilidade

A análise de viabilidade econômico-financeira realizada durante o planejamento do estudo é a referência para as fases seguintes. Segundo Frezatti (2008):

Diversas técnicas podem ser usadas para determinar a viabilidade ou a classificação de investimento. Em um primeiro momento, consideremos que os investimentos comparados têm o mesmo nível de risco e tempo de vida igual, e que a empresa não possua recursos limitados para o financiamento dos negócios/projetos. Posteriormente, estas hipóteses, devidamente tratadas, podem ser eliminadas (FREZATTI, 2008, p.73).

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Desta forma, é de extrema importância realizar o estudo aprofundado sobre a viabilidade de um investimento, a fim de analisar se o mesmo alcançará resultados positivos, a partir de indicadores apresentados na sequência.

Segundo Frezatti (2008, p.77) a TIR corresponde “a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial do negócio. O método consiste na identificação da taxa a partir de um dado fluxo de caixa do investimento. Como regra de aceitação do investimento é aceito se apresentar TIR superior ao custo de oportunidade da empresa”. Hoji (2010) conceitua taxa interna de retorno:

A taxa interna de retorno (TIR) é conhecida também como taxa de desconto o fluxo de caixa. A TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e recebimentos (entradas) que tem a função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre um valor presente, conforme o caso, para “trazer” ou “levar” cada valor do fluxo de caixa para uma data focal. Ao aplicar a mesma taxa TIR sobre os valores correntes, a soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal para se anularem (HOJI, 2010, p.77).

Complementa Yanaze (2010, p.124), que a Taxa Interna de Retorno “é o valor mínimo de retorno aceitável para que a empresa decida fazer o investimento”. Por definição, TIR, é a taxa que torna o Valor Presente Líquido (VPL) de um fluxo de caixa igual a zero (SOUZA; CLEMENTE, 2009). Portanto, o melhor investimento, é aquele que apresentar à maior taxa interna de retorno (TIR).

A Taxa de Mínima Atratividade – TMA, Segundo Souza; Clemente (2009, p.71), entende-se “como a melhor taxa, com baixo grau de risco, disponível para aplicação do capital em análise. A decisão de investir sempre tem pelo menos duas alternativas para serem avaliadas: investir no empreendimento ou investir na Taxa de Mínima Atratividade”.

Complementa que, a base para estabelecer uma estimativa da TMA é a taxa de juros praticada no mercado. As taxas de juros que mais impactam a TMA são as seguintes: Taxa Básica Financeira (TBF); Taxa Referencial (TR); Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e Taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), (SOUZA; CLEMENTE, 2009). A TMA pode ser entendida como uma possibilidade real de aplicação de baixo risco de recursos disponíveis para investimentos (SOUZA; CLEMENTE, 2009).

O Valor Presente Líquido – VPL, para Sousa (2007, p.62) trata-se do “fundamento maior dessa técnica de avaliação é trabalhar com valores presentes de entradas e de saídas de caixa”. Frezatti (2008, p.79), conceitua:

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O valor presente líquido do fluxo de caixa é obtido subtraindo-se os investimentos iniciais de um negócio do valor presente das entradas de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de oportunidade da empresa. O negócio deve ser aceito quando seu VPL for positivo, o que significa que ele está proporcionando um retorno à empresa superior ao seu custo de capital (FREZATTI, 2008, p.79).

Silva (2008, p.204), explica que VPL é a “técnica que permite analisar o resultado líquido do investimento, trazendo todos os fluxos de caixa para o valor presente, considerando determinada taxa de desconto”. VPL tem como princípio o custo do dinheiro no tempo, pois todo o investimento tem risco, e quanto mais tempo se leva para obter retorno do investimento, maior o risco, desta forma, é conveniente utilizar uma taxa de juros apropriada para que cubra o risco do investimento no decorrer do tempo (SILVA, 2008).

O Valor futuro líquido (VFL), segundo Hoji (2010, p.171) o valor futuro líquido “determina o valor do fluxo de caixa no instante futuro, utilizando as mesmas formas de cálculo e critérios do método do VPL, diferenciando-se somente quanto ao aspecto da data focal”.

O Período de payback, Sousa (2007, p.57), menciona ser “o fundamento da técnica do

payback é procurar identificar o tempo necessário à recuperação do valor investido. É o prazo

previsto para a recuperação dos recursos desembolsados para a implementação de um empreendimento (YANAZE, 2010). Para tanto, há duas abordagens, denominadas de payback simples e payback descontado”.

O payback simples corresponde ao período de tempo necessário para que a empresa recupere por meio de entradas de caixa o investimento inicial do investimento. Sempre que este período for inferior ao período máximo aceitável a empresa aceitará o investimento, definindo assim, todos os empreendimentos ou desde que seja discriminado tal período para tipos distintos de investimento (FREZATTI, 2008).

O payback descontado é de dois anos, isso implica dizer que em dois anos o investimento é recuperado. Para usar o payback uma empresa precisa de um padrão de aceitação, indicando o prazo que considera adequado (FREAZATTI, 2008).

O Valor uniforme líquido (VUL), segundo Hoji (2010, p.171), o método de valor uniforme líquido “consiste em transformar uma série de valores diferentes em valores uniformes, por meio de aplicação de uma taxa mínima de atratividade”.

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2.5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Segundo Hoji (2010, p.266), “A Demonstração de Resultado do Exercício é uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido entre duas datas”. A Demonstração de Resultado do Exercício, conforme Basso (2011, p. 308) é:

Concebida para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de venda e de prestação da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto (BASSO, 2011, p.308).

Portanto, a DRE é umas das demonstrações contábeis mais importantes, e no Brasil ela deve ser elaborada de acordo com o regime de competência. Crepaldi (2011, p. 88), apresenta a estrutura da DRE, “segundo a lei n° 6.404/76, devidamente atualizada, a Demonstração de Resultado do Exercício discriminará”:

Quadro 2 – Modelo da Demonstração de Resultado do Exercício. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Bruta de Vendas - Produtos Agrícolas

(-) Deduções de vendas (-) Abatimentos (-) Tributos

= Receita Líquida de Vendas (-) Custo de Produtos Vendidos = Lucro Bruto

(-) Despesas com vendas (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais = Resultado Operacional Líquido (-) Imposto de Renda

(-) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido = Resultado após o IR e CSLL

(-) Despesas em participações estatuárias = Lucro/Prejuízo do Exercício

Lucro/Prejuízo por ação do capital social Fonte: Crepaldi (2011, p. 88).

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A demonstração do resultado do exercício deve ser apresentada de forma dedutiva, ou seja, a dedução inicia-se com a receita operacional bruta e dela deduzem-se custos e despesas, para assim, chegar ao resultado do lucro líquido (HOJI, 2010).

Complementa Braga (2012, p.78), que “a finalidade básica da demonstração do resultado do exercício é descrever a formação do resultado gerado no exercício, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo”.

Conforme Crepaldi (2011, p.87), “a Demonstração de Resultado do Exercício, conforme a Lei nº 11.941/09, junto ao Balanço Patrimonial, constitui-se um relatório sucintodas operações realizadas por uma empresa rural durante determinado período de tempo, contatando nele um dos valores mais relevantes: o resultado líquido”.

Crepaldi (2011, p.87), complementa ainda que, “com essas duas demonstrações, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, a Contabilidade Rural alcança o objetivo de ilustrar a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa rural”.

A Demonstração de Resultado do Exercício, parte do total da receita bruta de venda, e vai fazendo suas devidas deduções para obter a receita líquida de vendas, após descontar os custos de produtos vendidos têm-se o lucro bruto, descontam-se então as despesas com vendas, despesas financeiras, despesas gerais e administrativas, despesas operacionais para se chegar ao resultado operacional líquido e, por fim, deduz os impostos chegando assim ao lucro ou prejuízo da organização. Estes resultados são de suma importância, podendo analisar o equilíbrio entre as receitas e despesas.

2.5.1 Indicadores de Resultado

Os Indicadores de Resultado deverão estar de acordo com a visão da alta administração em termos de acompanhamento das atividades, ou seja, rentabilidade e situação patrimonial serão por ela escolhidos (PADOVEZE, 2010).

Conforme Padoveze (2010, p.213), “o objetivo básico dos indicadores econômico-financeiros é evidenciar a posição atual da empresa, ao mesmo tempo que tentam inferir o que pode acontecer no futuro, com a empresa, caso aquela situação detectada pelos indicadores tenha sequência”.

A rentabilidade consiste de forma importante para a análise das demonstrações contábeis. Talvez ela seja a mais importante das atividades, e tem como objetivo, saber se a

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rentabilidade de uma operação é satisfatória ou não (BRUNI, 2010). Índice de rentabilidade, conforme Hoji (2010, p. 292):

Os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o insucesso) empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados, geralmente, sobre as Receitas líquidas (alguns índices podem já ter sido calculados em análise vertical), mas, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as receitas brutas deduzidas somente das vendas canceladas e Abatimentos (HOJI, 2010, p.292).

Segundo Bruni (2010, p. 209), “os indicadores de rentabilidade buscam analisar os lucros auferidos pela entidade de forma relativa, geralmente analisados em relação aos investimentos feitos pelo conjunto de fornecedores de capital (sócios e terceiros) ou apenas pelos sócios”.

Segundo Padoveze (2011, p.64) “a análise de rentabilidade objetiva mensurar o retorno de capital investido e identificar os fatores que conduzem a essa rentabilidade”. O processo decisório consiste em mensurar os lucros futuros previstos no negócio, contra os valores gastos a título de investimento (PADOVEZE, 2011). Portanto, perante as informações apuradas, o índice de rentabilidade proporciona aos usuários, informações a fim de apresentar a real situação econômica e financeira da organização.

Segundo Bruni (2010, p.123) outro indicador importante, refere-se ao “indicador de lucratividade que analisa os ganhos relativos da operação em função do seu volume de vendas, podendo considerar os custos, os gastos operacionais ou todos os gastos”.

A lucratividade representa o lucro obtido em relação ao valor das vendas. O lucro ou margem pode ser apresentado de forma unitária ou total, a lucratividade unitária é o lucro obtido pela venda de cada unidade de produto ou serviço, e a lucratividade total é o lucro líquido total obtido pelo total das receitas das vendas dos produtos e serviços durante um determinado período (PADOVEZE, 2011).

E ainda, pode-se usar a técnica do tempo de retorno do investimento, que segundo Brizolla (2008, p.105), “tem a finalidade de verificar o tempo médio que os resultados levariam para que houvesse o retorno do investimento no empreendimento”. Para chegar ao valor do TR, devemos considerar o total dos investimentos, dividido pelo percentual de lucro líquido do período (BRIZOLLA, 2008).

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia é o caminho, o método a ser seguido para realizar o estudo. Conforme Marconi; Lakatos (2011, p.46),“o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.”

Seguindo, ainda, a mesma linha de pensamento, Gil (2010, p.8), define “método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento”.

Para Richardson (2010, p.22), [...] O método científico é o caminho da ciência para chegar a um objetivo. E a metodologia são as regras estabelecidas para o método científico, por exemplo: a necessidade de observar, a necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos etc.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

As pesquisas podem ser classificadas de diferentes maneiras, no entanto, para que esta classificação seja coerente, é necessário definir previamente o critério adotado para classificação. Assim, é possível estabelecer múltiplos sistemas de classificação e defini-las segundo a área de conhecimento, a finalidade, o nível de explicação e os métodos adotados. (GIL, 2010).

Diante do exposto, a pesquisa pode ser classificada quanto à sua natureza, à forma de abordagem do problema, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos.

3.1.1 Pesquisa quanto à sua natureza

Segundo o ponto de vista de Vergara (2009, p.43) “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não. Tem, portanto, finalidade prática”.

A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento; todavia, tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos (GIL, 2010, p.27).

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Portanto, a aplicação de um conjunto de planilhas gerenciais para uma propriedade rural classifica-se como pesquisa aplicada, pois busca a partir de uma teoria existente e fundamentada, uma aplicação prática em um acaso especifico, com o intuito degerar novos resultados, novos conhecimentos que permitam a solução de problemas.

3.1.2 Pesquisa quanto à forma e abordagem do problema

Quanto à forma e abordagem do problema, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa. Segundo Marconi; Lakatos (2011, p.269), “o método qualitativo difere do quantitativo não só por não empregar instrumentos estatísticos, mas também pela forma de coleta e análise dos dados”.

Para Richardson (2010, p.70), “o método quantitativo, caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas [...]”.

Amplamente utilizado na condução da pesquisa, o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança quanto a inferências (RICHARDSON, 2010, p.70)

Com relação ao método qualitativo, segundoRichardson(2010, p.79) “a abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para atender a natureza de um fenômeno social”. A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano (MARCONI; LAKATOS, 2011).

Desta forma, a pesquisa em estudo classifica-se como pesquisa qualitativa, pois a mesma é desenvolvida para obtenção de análises mais profundas. Em uma pesquisa qualitativa é possível descrever a complexidade de determinado fato, compreender e analisar de forma detalhada os dados coletados pelo pesquisador, e ainda trazer possível solução para os problemas abordados na análise.

3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos

A pesquisa quanto aos objetivos pode ser classificada nos níveis de exploratória, explicativa e descritiva. Delineando a tipologia da pesquisa, o presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva.

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Segundo Gil (2010, p.28),“as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Silva (2003, p.66), menciona que “a pesquisa descritiva exige do pesquisador certo grau de responsabilidade para que possua validade científica. Para isso se faz necessária delimitação de técnicas, métodos e teorias que orientarão a coleta e interpretação dos dados”.

Neste sentido, a pesquisa em estudo é descritiva e sendo identificadas as características da propriedade rural, para assim, observar, registrar, descrever, analisar e relacionar as informações coletadas e aplicar os controles gerenciais. A partir desse procedimento é possível analisar os resultados obtidos, construir indicadores que possibilitem a melhoria do negócio.

3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser de ordem bibliográfica, documental ou de estudo de caso.Segundo Marconi; Lakatos (2010, p.166), “a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc”.Gil (2010, p.30), complementa que “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

Quanto à pesquisa documental, para Gil (2010, p.30) “a pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação etc”. Marconi; Lakatos (2010, p.157) dizem que a pesquisa documental caracteriza-se pela fonte de coleta de dados, chamada primária, restrita a documentos sejam eles escritos ou não.

Em relação ao estudo de caso, segundo Gil (2010, p.37), “[...] Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”.

O levantamento, refere-se a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (GIL, 2010). Desta forma, neste estudo são utilizados os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, que são desenvolvidos com o auxílio de material já

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elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos. É utilizado o levantamento, no intuito de conhecer informações que darão suporte a resposta da questão investigada, podendo ser denotado esse levantamento a partir das entrevistas despadronizadas e interrogações aos empreendedores ou demais envolvidos no processo.

Também utiliza-se do procedimentodocumental, visto que são coletados dados da propriedade a partir de documentos disponibilizados pelos gestores e ainda, estudo de caso, pois o trabalho é realizado em uma propriedade rural, buscando aprofundar o estudo de modo a possibilitar o amplo e detalhado conhecimento com o intuito de propor instrumentos gerencias que auxilia a organização na gestão e tomada de decisão.

3.2 COLETA DE DADOS

O trabalho em estudo tem seu desenvolvimento a partir da coleta de dados em documentos disponibilizados, observação acerca dos procedimentos de produção e gestão e conversas realizadas com o proprietário, através de entrevista despadronizada ou semiestruturada, com o intuito de buscar informações a respeito do processo produtivo, tipos e quantidades de insumos consumidos, o número de animais de corte, pesos,dados sobre as vacas lactantes, assim como avaloraçãodestes.

3.2.1 Instrumentos de coletas de dados

Quanto aos instrumentos de coleta de dados que são de suma importância para a realização da pesquisa, serão utilizados alguns instrumentos que contribuem no levantamento dos dados, como análise documental, a observação sistemática e a entrevista despadronizada.

Segundo Richardson (2010, p.230) “a análise documental consiste em uma série de operações que visam estudar e analisar um ou vários documentos para descobrir as circunstâncias sociais e econômicas com as quais podem estar relacionadas”. E ainda, [...] “o objetivo básico da análise documental é a determinação fiel dos fenômenos sociais [...]”.

Para Marconi; Lakatos (2010, p.173), “a observação é uma técnica de coleta de dados imprescindível no processo de pesquisa científica, pois, além de ver e ouvir ela também examina fatos e/ou fenômenos que se deseja estudar”.A observação sistemática, segundo Marconi; Lakatos (2011, p.276), “utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados e realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos”.

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Quanto à entrevista, Gil (2010, p.109) expõe que “a entrevista é, portanto uma forma de interação social. [...] É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação”. Para Marconi; Lakatos (2011, p.279), a entrevista despadronizada ou semiestruturada, ocorre “quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente a questão”.

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a coleta de dados, foi realizada uma análise e interpretação dos dados, tendo como objetivo buscar a resposta ao problema apontado.

A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 2010, p.156).

O plano de análise e interpretação dos dados envolve a apresentação dos dados coletados e a interpretação descritiva e qualitativa dos mesmos. Para uma melhor interpretação, serão elaboradas planilhas eletrônicas com as informações obtidas, procurando os mais amplos significados que os dados possam apresentar.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir deste capítulo, desenvolve-se a parte prática do Trabalho de Conclusão de Curso, onde são apresentados os dados levantados na pesquisa. Dados estes, que são estruturados e analisados, serão apresentados os cálculos e as análises feitas em caso específico, a fim de atender os objetivos e dar resposta à questão de estudo.

Primeiramente, foram apresentados os investimentos da propriedade rural em estudo, os custos totais com a produção leiteira, as despesas operacionais, bem como suas receitas com a produção. A partir destas informações, foram apresentados os cálculos da viabilidade econômica e financeira, composta pelo fluxo de caixa com seus indicadores financeiros TIR, TMA, PBS e PBD e ainda a DRE com os indicadores econômicos de lucratividade, rentabilidade e o prazo de retorno do investimento.

4.1 INVESTIMENTOS

Todo e qualquer negócio requer de um investimento inicial, que servirá como base para futuros resultados, e que estes, sejam satisfatórios a quem for investir. Este investimento pode ser constituído de recursos próprios ou de terceiros. Primeiramente foi especificado no quadro a seguir os investimentos necessários para a produção de leite, conforme quadro a seguir.

Quadro 3– Investimentos na Produção Leiteira.

Especificação Produção Leiteira

Terras 107.000,00

Máquinas e Equipamentos 90.800,00

Investimentos Fixos 197.800,00

Capital de Giro 12.581,56

Total dos Investimentos 210.381,56

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

No quadro 3,verifica-se que o total de investimentos fixos que a pequena propriedade rural possui na produção leiteira é de R$ 197.800,00, que são distribuídos em terras próprias e máquinas e equipamentos. As terras próprias para a produção leiteira é de R$ 107.000,00 equivalentes a 10,7 hectares de terras, as máquinas e equipamentos ligados a essa atividade é de R$ 90.800,00, que estão entre os bens da produção, como a sala de ordenha, uma ordenhadeira, um resfriador, transferidor de leite, as vacas leiteiras, um trator, um gerador de energia, um pulverizador e o galpão.

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Ainda, foi realizado o levantamento do capital de giro que é de R$ 12.581,56 que foram calculados proporcionalmente sobre os primeiros quatro meses dos custos totais de produção de leite, gerando um total de investimentos no valor de R$ 210.381,56. Destaca-se que com esses investimentos é possível ampliar a produtividade, sendo que a organização opera com 75% de sua capacidade, logo é possível aumentar a produção e venda com os mesmos investimentos e custos fixos, aumentando os custos de produção e despesas variáveis na mesma proporção que as receitas brutas.

4.2 CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO

É fundamental que o produtor rural esteja informado sobre o que ocorre em sua propriedade, sobre o funcionamento e as tendências do mercado, indiferentemente se for uma propriedade de pequeno ou grande porte. Toda propriedade rural, devido às oscilações climáticas requer uma exigência e um controle ainda maior. Após coletados os dados necessários, organizou-se o quadro 4 com o custo total da produção leiteira, referente ao período de 12 meses de novembro de 2015 a outubro de 2016.

Quadro 4 – Custos Totais de Produção do Leite.

Composição dos custos Total dos custos ano em R$

Arrendamento 850,00 Energia Elétrica 900,00 Semente de Aveia Preta 616,00 Semente de Capim Sudam 900,00 Semente de Azevem 480,00 Ureia 2.535,00 Adubo 3.510,00 Horas Trator 390,00 Ração 10.404,00 Silagem 1.065,00 Medicamentos 413,00 Sal Mineral 1.200,00 Papel Toalha 120,00 Detergente Ordenha 222,00 Pós-Dipping Tetas 420,00 Depreciação das Matrizes 3.500,00 Depreciação dos Bens 3.648,00 Mão de Obra Familiar 13.719,67

Total Custos 44.892,67

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Os custos totais da propriedade rural em estudo, relacionadas à produção leiteira, foram analisados e separados como custos variáveis, pois os mesmos variam conforme a quantidade de hectares de terras plantados e colhidos e a quantidade de vacas em lactação em

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cada período analisado. No cálculo dos custos de produção, para todos os produtos e insumos é utilizado o preço médio, os quais são apresentados a seguir.

Conforme análise elaborada, os custos anuais da produção leiteira estão distribuídos da seguinte forma. A propriedade possui um arrendamento de uma área total 2 hectares, sendo assim ele paga sobre 1 hectare, arrendamento anual de10 (dez) sacas de milho que fica em um valor de R$ 300,00 aproximadamente, e da outra 1 hectares o pagamento é de 8 (oito) sacas de soja, fechando em um valor anual de aproximadamente R$ 550,00, valor este que oscila a cada ano, devido ao valor da saca. Desta forma, o custo total com arrendamento desta área fica em 10 sacos de milho e 8 de soja, com um custo anual em torno de R$ 850,00. Menciona-se ainda, que os custos mensais para cada item que compõe os custos de produção são apresentados no anexo A.

O consumo de energia elétrica referente à atividade de produção de leite não tem um modo de apuração preciso, já que a energia utilizada na sala de ordenha, cerca elétrica e outros afins é a mesma que o consumo geral, portanto conforme o proprietário, calcula-se em média um valor de R$ 75,00 por mês destinado para a produção leiteira. Sendo assim tem-se um custo de R$ 900,00 por ano em energia elétrica.

Os custos com a alimentação representam um fator decisivo para uma boa qualidade do leite utilizado como alimento e matéria prima para a indústria de laticínios. O cálculo foi elaborado com base nas matrizes em lactação nos meses do período estudado, a quantidade que cada uma consome e o custo unitário médio de cada produto. Assim, com a ração a propriedade tem um custo anual de R$ 10.404,00, com a silagem o custo é de R$1.065,00, ela é um alimento complementar e que tem o poder de aumentar as proteínas e a gordura do leite devido ao amido encontrado no milho, ainda contatou-se que vacas alimentadas com silagem de grãos podem produzir mais leite.E ainda, tem o sal mineral com um custo anual de R$ 1.200,00.

Ainda, com relação alimentação têm-se os custos para a produção de pastagens de inverno e verão. Para as pastagens de inverno são utilizadas 7 hectares e para o plantio das pastagens de verão são utilizadas 6 hectares. Portanto, tem-se um gasto com insumos de R$ 616,00 com semente de aveia preta, R$ 900,00 com semente de capim sudam e R$ 480,00 com semente de azevem. Para adubação das pastagens foram gastos R$ 2.535,00 com uréia e R$ 3.510,00 com adubo, e inda R$ 390,00 com as horas do trator. Desta forma, totalizando os custos com os insumos para o plantio das pastagens de inverno e verão no valor de R$ 8.431,00.

Referências

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