6. Tributos
Conceito, princípios e
imunidades
CTN
Art. 3º Tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Limitações Constitucionais ao
Poder de Tributar:
-Princípios
-Imunidades
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei
que o estabeleça;
2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU
IGUALDADE
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou;
4. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
CTN, Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa (...).
6. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA
CF, Art. 145, § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
7. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO OU DA PROPORCIONALIDADE RAZOÁVEL
Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de
confisco;
8. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE
TRÁFEGO
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
9. PRINCÍPIOS VOLTADOS À UNIÃO 9.1 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
9.2
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA RENDAArt. 151. É vedado à União:
II - tributar a renda das obrigações da
dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas
9.3 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS ISENÇÕES HETERÔNOMAS
Art. 151. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da
competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
10. PRINCÍPIO EXCLUSIVO DOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS:
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO
Art. 152. É vedado aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza,
em razão de sua procedência ou destino.
ESPÉCIES DE IMUNIDADE:
a) Imunidade Tributária Recíproca
b) Imunidade Tributária Religiosa
c) Imunidade Tributária dos partidos
políticos, sindicatos de trabalhadores e
entidades educacionais e assistenciais
sem fins lucrativos
a) Imunidade Tributária Recíproca
Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns
dos outros;
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do
parágrafo anterior não se aplicam ao
patrimônio, à renda e aos serviços,
relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelo usuário (...).
b) Imunidade Tributária Religiosa
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Art. 5°, VI:
“É inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei,
a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;”
c)
Imunidade Tributária dos partidospolíticos, sindicatos de trabalhadores e
entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
c) patrimônio, renda ou serviços dos
partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem
fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;
Requisitos: CTN, art. 14.
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus
objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas
receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
STF, Súmula 724
AINDA QUANDO ALUGADO A
TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO
IPTU O IMÓVEL PERTENCENTE A
QUALQUER DAS ENTIDADES
REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR
DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS
ATIVIDADES ESSENCIAIS DE TAIS
d) Imunidade Tributária Cultural
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão.
CF, Art. 5°:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
STF RE 221239 / SP - SÃO PAULO: 1. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão
intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à
informação e à educação. 2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão
importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.