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Preferência de monogenéticos por microhabitat branquial em jundiá Rhamdia quelen sob condições de laboratório

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA. Preferência de monogenéticos por microhabitat branquial em jundiá Rhamdia quelen sob condições de laboratório. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Aquicultura. Orientador: Maurício Laterça Martins. JULLY ANNE DEBORTOLI. FLORIANÓPOLIS 2013.

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(3) Preferência de monogenéticos por microhabitat branquial em jundiá Rhamdia quelen sob condições de laboratório Por JULLY ANNE DEBORTOLI Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM AQUICULTURA e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Aqüicultura.. _____________________________________ Prof. Alex Pires de Oliveira Nuñer, Dr. Coordenador do Curso. Banca Examinadora: __________________________________________ Dr. Maurício Laterça Martins – Orientador __________________________________________ Dra. Anita Rademaker Valença __________________________________________ Dra. Cristiane Fátima Meldau de Campos Amaral __________________________________________ Dr. Evoy Zaniboni Filho.

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(5) AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Maurício Laterça Martins pela confiança em mim depositada. Por ter me recebido e me dado todo apoio e orientações necessárias para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Muito obrigada. Ao Secretário do Programa de Pós Graduação em Aquicultura, Carlito, pelo auxílio em questões administrativas, conselhos e incentivo à conclusão deste trabalho. A Ana Carolina Lacerda, pela ajuda, debate e revisão deste trabalho. A Thaís Rabelo Lisboa, pelo auxílio na triagem do material, companhia nas muitas horas em frente à lupa e pela amizade construída nesse tempo. Amigos e colegas de trabalho, em especial Lucas, Nati, Jerko, Karen, Gabi Hashimoto, Jessica, Katina, Gabi T. Jeronimo e Geovana que faziam parte do meu dia a dia e que sentirei muita falta. E aos demais integrantes do laboratório AQUOS que me receberam de braços abertos e que de alguma forma contribuíram para este trabalho. Aos amigos que conheci na graduação e que se tornaram não só companheiros de profissão, mas pessoas fundamentais na minha vida, Valquíria, Flávia, Sunshine, Carolina e Ane. A minha mãe, pai, irmãs e padrasto pelo total incentivo, confiança em mim depositada, por todas as vezes que me confortaram quando foi preciso e pelos puxões de orelha também. Vocês são meu porto seguro, onde me espelho pra sempre ser alguém melhor. Bem como, agradeço aos demais familiares que de alguma forma me deram forças pra alcançar mais um objetivo. E a todos que contribuíram para a realizaçãos deste trabalho..

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(7) RESUMO A fauna parasitária de peixes é bem conhecida no Brasil, mas poucos são os estudos sobre preferência por microhabitat tanto em peixes selvagens como cultivados. Com este estudo objetivou-se identificar a preferência por microhabitat de Monogenea nos arcos branquiais de jundiá, Rhamdia quelen, em diferentes densidades de estocagem em condições controladas de laboratório. Os peixes foram distribuídos em três densidades de estocagem: 14 peixes.50 L-1 (6 g.L-1), 28 peixes.50 L1 (12 g.L-1) e 42 peixes.50 L-1 (18 g.L-1). Foram realizadas 3 coletas, sendo a primeira inicial, aos 5 dias de cultivo e a última no décimo dia de experimento. As brânquias foram coletadas, os arcos branquiais separados e numerados da região externa para a interna do opérculo: arcos I, II, III e IV, separados em 3 setores: segmento ventral, mediano e dorsal, e fixadas em álcool 70% para posterior análise e identificação dos parasitos. O Monogenea Aphanoblastella mastigatus foi predominante em todas as densidades de estocagem, exceto na coleta inicial. Não houve diferença em relação ao número de parasitos para ambas espécies Scleroductus sp. e A. mastigatus nas brânquias dos lados direito e esquerdo. Scleroductus sp. não mostrou preferência por microhabitat por arco e nem por setor branquial na amostras coletadas. Por outro lado, a abundância média e a prevalência de A. mastigatus, na densidade de 6 g.L-1, foram maiores nos três primeiros arcos branquiais e nos setores dorsal e mediano. Na densidade de 12 g.L-1, houve preferência de A. mastigatus para os dois primeiros arcos branquiais e setor dorsal. Os arcos branquiais I e II apresentaram maior abundância e prevalência de parasitos nos peixes na maior densidade de estocagem, e região dorsal. Observou-se padrão de preferência de A. mastigatus para as regiões mais externas das brânquias do hospedeiro independente da densidade de cultivo e dia de coleta.. Palavras-chave: Peixe, parasitologia, Monogenea, brânquia, habitat, densidade de estocagem..

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(9) ABSTRACT Fish parasite fauna is well known in Brazil, but there are few studies on the preference for microhabitat in both wild and farmed fish. This study aimed to identify the preference for microhabitat of Monogenean in silver catfish, Rhamdia quelen at different stocking densities under controlled laboratory conditions. The fish were distributed in three stocking densities: 14 fish.50 L-1 (6 g.L-1), 28 fish.50 L-1 (12 g.L-1) and 42 fish.50 L-1 (18 g.L-1). The gills were carefully collected, the arches separated and numbered from the outer to the inner lid: arches I, II, III and IV, divided into three sectors: ventral, median and dorsal, and fixed in 70% alcohol for later analysis and parasite identification. The Monogenean Aphanoblastella mastigatus was the most predominant species in all stocking densities, except for initial collection. Both, Scleroductus sp. and A. mastigatus showed no difference in the number of parasites on the right and left side. Scleroductus sp. did not show preference for microhabitat neither in the gill arch nor in the sector of the samples collected. On the other hand, A. mastigatus in fish kept at 6 g.L-1 the mean abundance and prevalence were higher in the first three arches and in the dorsal and median sectors. In 12 g.L-1 density, the preference of A. mastigatus for the first two branchial arches and dorsal sector was found. The gill arches I and II were the most parasitized showing the highest prevalence and mean abundance in 42 fish/ 50 L in the dorsal region. The pattern of microhabitat preference of A. mastigatus for outer regions of the host gills was independent of the stocking density and collection day.. Key-words: Fish, parasitology, Monogenea, gill, habitat, stocking density..

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(11) LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 1 TABELA 1 – Resultados do teste Mann-Whitney entre a abundância média de Scleroductus sp. e Aphanoblastella mastigatus em Rhamdia quelen nas densidades e em diferentes dias de coleta. *Valores significativos (P≤0,05) .......................................................... 39 TABELA 2 – Valores de prevalência (%), média e desvio padão da intensidade e abundância de Scleroductus sp. comparando os dias de coleta para cada densidade. Letras distintas indicam diferença significativa entre os dias de coleta dentro de uma mesma densidade de estocagem ......................................................................................... 39 TABELA 3 – Valores de prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de Aphanoblastella mastigatus comparando os dias de coleta para cada densidade. Letras maiúsculas indicam diferença entre as densidades em um mesmo dia de coleta, e letras minúsculas indicam diferença significaiva entre os dias de coleta para cada densidade de estocagem .............................................. 40 TABELA 4 – Prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de Aphanoblastella mastigatus comparando os arcos branquiais ou os setores dos arcos referentes à densidade 6 g.L -1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta ................................ 40 TABELA 5 – Valores de prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de A. mastigatus comparando os arcos branquiais ou setores dos arcos referentes à densidade 12 g.L -1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta ................................ 41 TABELA 6 – Prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de A. mastigatus comparando os arcos branquiais ou setores dos arcos referentes à densidade 18 g.L -1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta .................................................................. 42.

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(13) SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................... 15 HIPÓTESES .......................................................................................... 20 OBJETIVOS.......................................................................................... 20 Geral ...................................................................................................... 20 Específicos ............................................................................................ 20 CAPÍTULO 1 Preferência de Monogenea por microhabitat branquial em jundiá Rhamdia quelen sob condições de laboratório ...................................... 21 Abstract ................................................................................................. 22 Resumo .................................................................................................. 23 Introdução.............................................................................................. 24 Material e Métodos................................................................................ 25 Resultados ............................................................................................. 26 Avaliação conjunta de Scleroductus sp. e Aphanoblastella Mastigatus ................................................................................. 27 Scleroductus SP .......................................................................... 27 Aphanoblastella mastigatus........................................................ 28 Discussão............................................................................................... 29 Referências. .......................................................................................... 33 Lista de Tabelas ..................................................................................... 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO ................ 44.

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(15) 15 INTRODUÇÃO GERAL A produção mundial de pescados oriundos da pesca e aquicultura tem aumentado significativamente alcançando um total de 148 milhões de toneladas em 2010, e dados preliminares indicam que em 2011, 154 milhões de toneladas foram produzidas, sendo 131 milhões de toneladas destinados à alimentação humana (FAO, 2012). Segundo Silveira (2011) a aquicultura já representa 47% do total produzido no mundo, sendo que o Brasil ocupa a 3ª posição sul americana (1.264.768 milhões de toneladas) e a 18º posição no ranking mundial. Em Santa Catarina, a aquicultura foi responsável em 2011 pela produção de 50.694 toneladas de pescados, um salto de 13,8% sobre o ano de 2010 (44.528 toneladas). A aquicultura destaca-se como importante tipo de exploração animal como fonte de proteína para consumo humano. O Brasil se insere no contexto internacional como um país de comprovado potencial para a piscicultura, pois além de possuir vasto território, suas condições climáticas favorecem a implementação de cultivos de peixes de água doce. O cultivo de peixes pode ser feito de três maneiras: extensivo, semi-intensivo e intensivo. No sistema intensivo a criação utiliza alta densidade de estocagem e aumento da produtividade comparado com os demais sistemas e as populações naturais (Zaniboni-Filho et al., 2004). Grandes concentrações de animais constituem fator que favorece o aparecimento de doenças, incluindo pisciculturas. A densidade é particularmente importante no caso de piscicultura intensiva, ambiente favorável a surtos epizoóticos que, em condições naturais, teriam expressão mínima. Em qualquer um dos casos verificam-se modificações nos ambientes, que são de pouca expressão na piscicultura extensiva e extremamente pronunciadas no caso da intensiva (Moraes; Martins, 2004). A razão pela qual nos cultivos podem-se encontrar grandes disseminações de doenças é a pressão exercida pelo sistema. Essa pressão é derivada de vários fatores, incluindo manejo, variáveis que são alteradas com facilidade, altas densidades de estocagem, o que torna muito mais fácil a disseminação dos patógenos e desequilíbrio do ambiente de cultivo. A espécie de peixe alvo desse estudo foi o jundiá, com ampla distribuição geográfica, desde o sudeste do México até o centro da Argentina. Jundiá, nome comum dado a várias espécies distintas no Brasil, também chamados de jundiá-tinga, jandiá e mandi, geralmente.

(16) 16 pertencem ao gênero Rhamdia, família Heptapteridae e ordem Siluriformes (Bockmann; Guazzelli, 2003; Baldisserotto; Gomes, 2010). O jundiá tem grande importância para a pesca e piscicultura, sendo a espécie nativa mais cultivada da região Sul do Brasil (ZaniboniFilho et al., 2004). É um peixe de couro apresentando a variedade jundiá albino ou branco, também chamado de rosa, de corpo de coloração amarela. Nesse caso, esses peixes não apresentam melanina em quantidade suficiente para escurecer a superfície do corpo (Baldisserotto; Radunz Neto, 2004; Baldisserotto; Gomes, 2010). Espécie nativa adaptada à diferentes ambientes e que vem apresentando bons resultados em viveiros de piscicultura, principalmente nas regiões mais frias. Além disso, é de excelente aceitação, tanto para a pesca esportiva quanto para a alimentação. É apreciado pelos consumidores devido a qualidade da sua carne e ausência de espinhos intramusculares e bem quistos pelos produtores. Apresenta certa rusticidade, podendo tolerar grande variação de oxigênio dissolvido, pH e temperatura. Seu rápido crescimento e tamanho do corpo também são características que interessam aos produtores dessa espécie (Baldisserotto; Radunz Neto, 2004; ZaniboniFilho et al., 2004). Sempre que criado comercialmente, o jundiá Rhamdia quelen (Quoy e Gaimard, 1824) vive em ambientes adensados nos quais existe agressividade e indivíduos doentes muito próximos sendo a transmissão de patógenos facilitada. Essas condições favorecem o estresse e as enfermidades. As variações de temperatura que ocorrem, durante o outono e primavera favorecem o surgimento de doenças, já que o sistema imunológico dos peixes é afetado pela variação de temperatura da água (quanto mais baixa, menor a imunidade) (Baldisserotto; Radunz Neto, 2004). Doenças em jundiás não ocorrem de maneira isolada, sendo geralmente resultantes de alterações no ambiente aquático e de práticas inadequadas de manejo, tais como: alta densidade, transporte inadequado, tratamento e alimentação inadequados (Baldisserotto; Radunz Neto, 2004). Nesse regime de confinamento, os peixes são expostos ao estresse crônico, resultante do manejo, densidade, transporte e produtos de excreção. Todos esses fatores refletem na homeostasia dos peixes. A grande maioria dos problemas sanitários que se colocam aos piscicultores são provenientes da ação de vários fatores: ambiente, patógeno e hospedeiro (Moraes; Martins, 2004). De acordo com Overstreet (1997), dados parasitológicos podem atuar como indicadores de bem estar e saúde ambiental. Ghiraldelli et al..

(17) 17 (2006) e Jerônimo et al. (2011) demonstraram a importância de levantamento parasitológico em diferentes sistemas de produção, levando em consideração a influência do ambiente sobre os parasitos. A aquicultura aumenta a possibilidade de disseminação de parasitos e algumas vezes culminam em mortalidades (Bergh, 2007). A Classe Monogenea compreende, em sua maioria, ectoparasitos hermafroditas. Em peixes, eles habitam as brânquias, pele, fossas nasais, uretra e poucos são encontrados nos ductos intestinais (Thatcher et al., 2006; Pavanelli et al., 2008). A característica mais utilizada para reconhecimento do Monogenea é o órgão posterior de fixação (haptor). Ele pode estar armado de estruturas esclerotizadas, chamadas de âncoras, barras, e ganchos. Em alguns gêneros, o haptor pode conter ventosas, grampos ou lóculos junto ou no lugar dos escleritos. A parte anterior do Monogenea pode aderir ao tecido do hospedeiro por uma secreção adesiva dos lóbulos cefálicos que são estocadas nos órgãos da cabeça. Dois pares de ocelos podem ser encontrados na área cefálica, porém em algumas espécies eles foram perdidos (Thatcher et al., 2006; Pavanelli et al., 2008). Doenças provocadas por Monogenea estão entre as mais importantes para a piscicultura. Grandes mortalidades já foram verificadas, principalmente em criações intensivas, onde existem altas concentrações de indivíduos. Isso se deve ao fato desses parasitos possuírem ciclo de vida monoxênico (sem necessidade de hospedeiro intermediário), favorecido em ambientes com grande densidade de peixes, e ainda pelo fato de geralmente atacarem as brânquias, órgãos vitais dos peixes (Moraes; Martins, 2004). Helmintos Monogenea são responsáveis por perdas econômicas, especialmente quando presentes em infecções concomitantes com bactérias (Xu et al., 2007). O parasito pode habitar e viver bem adaptado ao hospedeiro, sem causar mortalidades (Baldisserotto; Radunz Neto, 2004). Por outro lado, se os peixes são expostos a condições estressantes, a doença ocorre (Buchmann; Bresciani, 1997). Alta infestação por Monogenea é usualmente indicador de prejuízo na saúde dos animais e deterioração da água (superpopulação, níveis altos de amônia ou nitrito, poluição orgânica e/ou oxigênio baixo), podendo se reproduzir rapidamente sob essas condições. Monogenea geralmente se alimentam das camadas superficiais da pele e brânquias. Essa atividade alimentar pode causar irritação, produção excessiva de muco, hiperplasia epitelial e hemorragia. O verme, individualmente e proporcionalmente, pode causar grande dano e em grande número pode levar a morte (Noga, 2000)..

(18) 18 A maioria dos Monogenea tem um hospedeiro específico, ocorrendo em uma única espécie ou espécies próximas (Thatcher et al., 2006). Já a riqueza de espécies por hospedeiro é variada. A família Dactylogyridae é esmagadoramente o grupo taxonômico mais abundante em águas continentais da América do Sul, na qual se acredita serem incluídas nas espécies altamente patogênicas. Espécies de Gyrodactylidae estão sendo descritas sistematicamente e são aparentemente menos patogênicos. Pouco menos de 3% de Monogenea de peixes de água doce são conhecidos (Thatcher et al., 2006). A maioria dos Monogenea se adere na superfície das brânquias, no epitélio. Eles podem se mover sobre a superfície geralmente produzindo dano ao peixe. Contudo, pode produzir dano extensivo quando presente em grande número nas brânquias. Transmissão direta, como pode ser observada em Monogenea, é favorecida pela proximidade dos hospedeiros de mesma espécie e uma grande população de patógenos se desenvolve rapidamente. Em alta densidade de cultivo, piscicultura intensiva, Monogenea podem se tornar um problema em curto espaço de tempo (Thatcher et al., 2006). Mesmo que os Monogenea não provoquem grandes danos teciduais, algumas infestações podem provocar aumento na produção de muco nas brânquias reduzindo a capacidade respiratória (Martins; Romero, 1996). Mesmo se o peixe mostrar certa tolerância o Monogenea, se ocorrer queda no oxigênio dissolvido, uma grande e subitamente mortalidade por asfixia pode acontecer. Vale ressaltar que todos os Monogenea são potencialmente prejudiciais e o controle é recomendado (Martins, 2004). No Brasil, muito da fauna parasitária de peixes é conhecida (Shama et al., 2000; Boijink; Brandão, 2001; Carneiro et al., 2005; Borba et al., 2007; Garcia et al., 2011; Kritsky et al., 2013; Marchiori et al., 2013; Sutili et al., 2013), mas poucos são os estudos sobre preferência por microhabitat de parasitos (Oliva; Luque, 1998; Jerônimo et al., 2013). Em termos de microhabitat, Hanek e Fernando (1978) encontraram 96% de Monogenea em sunfish (Lepomis gibbosus), com significativa preferência pela região anterior da hemibrânquia. Em muitos casos, o hospedeiro mostra diminuição na atividade respiratória e crescimento. Nos estudos de Buchmann (1989) em enguia européia (Anguilla anguilla), Pseudodactylogyrus bini mostrou preferência pelos arcos I e II, enquanto que Pseudodactylogyrus anguillae foi observado nos arcos III e IV. Por outro lado, Dzika (1999) relatou P. anguillae e P. bini principalmente nos arcos II e III. Quando em alta infestação,.

(19) 19 Ramasamy et al. (1985) observaram grande quantidade de Vallisia indica e Allodiscocotyla chorine (Polyopisthocotylea) no arco I de Talangqueen fish (Scomberoidescomme rsonnianus). Koskivaara et al (1992) estudando o microhabitat de helmintos em Rutilus rutilus encontraram Dactylogyrus similis e Dactylogyrus suecicus mais abundantes no arcos centrais. Os autores observaram durante todas as estações analisadas a presença de Dactylogyrus crucifer e Dactylogyrus nanus com picos na primavera e verão. Oliva e Luque (1998) encontraram preferência pelo primeiro arco branquial e região dorsal de Microcotyle nemadactylus em Cheilodactylus variegatus justificando essa preferência pela facilidade do parasito em formar casais para a reprodução. Algumas hipóteses têm sido testadas para explicar a escolha do parasito por um microhabitat. Destaca-se a resposta às correntes de água (El Hafidi et al., 1998; Rubio-Godoy; Tinsley, 2002, Rubio-Godoy, 2008; Jeannette et al., 2010; Soler-Jiménez; FajerÁvila, 2012) sugerindo que os parasitos se fixam nas brânquias conforme a passagem de água nas mesmas, porém com alguma divergência entre os autores de qual seriam os arcos com maior fluxo de água. Alguns autores sugerem que a fixação é aleatória ao fluxo de água, mas que depois de fixados os parasitos migrariam (Arme; Halton, 1972; Buchmann; Bresciani, 1997; Rubio-Godoy; Tinsley, 2002) para regiões de preferência instigados por estímulos ainda não conhecidos (Rubio-Godoy, 2008; Soler-Jiméne; FajerÁvila, 2012). Distribuição em microhabitat pode ser resultado de uma interação intraespecífica dos parasitos. Aglomeração de Monogenea para facilitar a reprodução (Rohde, 1979; Kadlec et al. 2003; Raymond et al., 2006; Jeannette et al., 2010) e inibir uma possível hibridização entre espécies (Rubio-Godoy, 2008; Soler-Jiménez; Fajer-Ávila, 2012) também são hipóteses sugerida por alguns autores, assim como a diferença de área dos arcos branquiais seria um motivo para encontrar-se mais parasitos em arcos com maior área superficial (Buchmann, 1989; Rubio-Godoy, 2008; Soler-Jiménez; FajerÁvila, 2012). Diante de tantas hipóteses, não foi estabelecido um padrão de comportamento dos Monogenea com relação à especificidade por local de fixação. O que leva a crer que a preferência por microhabitat é decorrente de um processo complexo, em que considerando todos os atributos possíveis esse fenômeno poderia ser melhor explicado do que baseado em apenas um modelo de uma única hipótese (Gutiérrez; Martorelli, 1999)..

(20) 20 Dessa forma, pretende-se investigar a influência da densidade de estocagem sobre a distribuição de Monogenea nas brânquias de jundiás em condições de laboratório. HIPÓTESES A primeira hipótese deste estudo foi de que a abundância de parasitos nas brânquias dos hospedeiros poderia estar relacionada positivamente à densidade de estocagem dos peixes. A segunda foi de que o número de helmintos poderia diferir significativamente entre os arcos branquiais, bem como entre os diferentes setores ao longo de um mesmo arco. Esperou-se que indivíduos estocados em maiores densidades estivessem mais parasitados e que os arcos anteriores apresentassem mais parasitos devido ao maior fluxo de água nessa região. OBJETIVOS GERAL Contribuir para o conhecimento da distribuição de Monogenea nas brânquias de jundiá mantido em três diferentes densidades de estocagem em condições de laboratório. ESPECÍFICO - Verificar a preferência de Monogenea por arcos branquiais e setores num mesmo arco branquial em jundiá. - Verificar se existe variação na intensidade e abundância de parasitos entre os arcos e setores sob diferentes densidades de estocagem de peixes. - Registrar pela primeira vez a preferência por microhabitat branquial em peixe cultivado no Brasil, o jundiá, bagre nativo de importância econômica..

(21) 21 CAPÍTULO 1. Preferência de Monogenea por microhabitat branquial em jundiá Rhamdia quelen sob condições de laboratório. Preference on the gill microhabitat of Monogenean in jundiá Rhamdia quelen under laboratory conditions. Jully A. Debortoli, Ana C. F. Lacerda, Thaís R. Lisboa, Maurício L. Martins*. Laboratório AQUOS – Sanidade de Organismos Aquáticos, Departamento de Aquicultura, Centro de Ciência Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Rod. Admar Gonzaga, 1346, 88040-900, Florianópolis, SC, Brasil. Correspondência: mlaterca@cca.ufsc.br.

(22) 22 ABSTRACT This study aimed to identify the preference for microhabitat of Monogenean in silver catfish, Rhamdia quelen at different stocking densities under controlled laboratory conditions. The fish were distributed in three stocking densities: 14 fish.50 L-1 (6 g.L-1), 28 fish.50 L-1 (12 g.L-1) and 42 fish.50 L-1 (18 g.L-1). The gills were carefully collected, the arches separated and numbered from the outer to the inner lid: arches I, II, III and IV, divided into three sectors: ventral, median and dorsal, and fixed in 70% alcohol for later analysis and parasite identification. The Monogenean Aphanoblastella mastigatus was the most predominant species in all stocking densities, except for initial collection. Both, Scleroductus sp. and A. mastigatus showed no difference in the number of parasites on the right and left side. Scleroductus sp. did not show preference for microhabitat neither in the gill arch nor in the sector of the samples collected. On the other hand, A. mastigatus in fish kept at 6 g.L-1 the mean abundance and prevalence were higher in the first three arches and in the dorsal and median sectors. In 12 g.L-1 density, the preference of A. mastigatus for the first two branchial arches and dorsal sector was found. The gill arches I and II were the most parasitized showing the highest prevalence and mean abundance in 42 fish/ 50 L in the dorsal region. The pattern of microhabitat preference of A. mastigatus for outer regions of the gills of the host was independent of the stocking density and collection day.. Key-words: Fish, parasitology, Monogenea, gill, habitat, stocking density..

(23) 23 RESUMO A fauna parasitária de peixes é bem conhecida no Brasil, mas poucos são os estudos sobre preferência por microhabitat tanto em peixes selvagens como cultivados. Com este estudo objetivoou-se identificar a preferência por microhabitat de Monogenea nos arcos branquiais de jundiá, Rhamdia quelen, em diferentes densidades de estocagem em condições controladas de laboratório. Os peixes foram distribuídos em três densidades de estocagem: 14 peixes.50 L-1 (6 g.L-1), 28 peixes.50 L1 (12 g.L-1) e 42 peixes.50 L-1 (18 g.L-1). Foram realizadas 3 coletas, sendo a primeira inicial, aos 5 dias de cultivo e a última no décimo dia de experimento. As brânquias foram coletadas, os arcos branquiais separados e numerados da região externa para a interna do opérculo: arcos I, II, III e IV, separados em 3 setores: segmento ventral, mediano e dorsal, e fixadas em álcool 70% para posterior análise e identificação dos parasitos. O Monogenea Aphanoblastella mastigatus foi predominante em todas as densidades de estocagem, exceto na coleta inicial. Não houve diferença em relação ao número de parasitos para ambas espécies Scleroductus sp. e A. mastigatus nas brânquias dos lados direito e esquerdo. Scleroductus sp. não mostrou preferência por microhabitat por arco e nem por setor branquial na amostras coletadas. Por outro lado, a abundância média e a prevalência de A. mastigatus, na densidade de 6 g.L-1, foram maiores nos três primeiros arcos branquiais e nos setores dorsal e mediano. Na densidade de 12 g.L -1, houve preferência de A. mastigatus para os dois primeiros arcos branquiais e setor dorsal. Os arcos branquiais I e II também foram os de maior abundância e prevalência nos peixes na maior densidade de estocagem, e região dorsal. Observou-se padrão de preferência de A. mastigatus para as regiões mais externas das brânquias do hospedeiro independente da densidade de cultivo e dia de coleta.. Palavras-chave: Peixe, parasitologia, Monogenea, brânquia, habitat, densidade de estocagem..

(24) 24 INTRODUÇÃO O Brasil se insere no contexto internacional como um país de piscicultura continental desenvolvida, por possuir vasto território e condições climáticas que favorecem a implementação de cultivos de peixes de água doce (Pavanelli et. al., 2008). No estado de Santa Catarina, sul do Brasil, o jundiá (Rhamdia quelen) está entre as espécies mais cultivadas junto com tilápias (Oreochromis niloticus), carpas (Cyprinus carpio, Ctenopharyngodon idella, Hypophtalmichthys molitrix, Aristichtis nobilis) e trutas (Oncorhyncus mykiss). O jundiá desponta pelo crescimento acelerado da produção e se destaca em relação a peixes tradicionais passando de uma representação percentual de 1,8% em 2010 para 2,4% em 2011, que em termos numéricos equivale a 215 toneladas a mais sobre o ano anterior (Silveira, 2011). Por outro lado, grandes concentrações de animais favorecem o aparecimento de doenças, sendo que a densidade de estocagem é um dos mais importantes fatores que favorecem surtos epizoóticos (Moraes; Martins, 2004). De acordo com Overstreet (1997), dados parasitológicos podem atuar como indicadores de bem estar e saúde ambiental. Ghiraldelli et. al. (2006) e Jerônimo et al. (2011b) tem demonstrado a importância de dados epidemiológicos em diferentes sistemas de produção, levando em consideração a influência do ambiente sobre os parasitos. A criação intensiva aumenta a possibilidade de disseminação de parasitos e algumas vezes, culmina em mortalidades (Bergh, 2007). Doenças provocadas por Monogenea estão entre as mais importantes para a piscicultura. Grandes mortalidades já foram verificadas, principalmente em criações intensivas, onde existem altas densidades de estocagem. Por terem ciclo de vida monoxênico se reproduzem com grandes facilidades no ambiente podendo causar produção excessiva de muco, hiperplasia branquial, telangiectasia e hemorragias (Martins; Romero, 1996). Além disso, favorecem infecções secundárias por bactérias (Xu et al, 2007). A maioria dos Monogenea tem um hospedeiro específico, ocorrendo em uma única espécie ou espécies próximas (Thatcher et al., 2006). No Brasil, muito da fauna parasitária de peixes é conhecida (Shama et al., 2000; Boijink; Brandão, 2001; Carneiro et al., 2005; Borba et al., 2007; Garcia et al., 2011; Kritsky et al., 2013; Marchiori et al., 2013; Sutili et al., 2013), mas poucos são os estudos sobre preferência por microhabitat de parasitos (Oliva; Luque, 1998; Jerônimo et al., 2013)..

(25) 25 Algumas hipóteses têm sido testadas para explicar a escolha do parasito por um microhabitat. Destaca-se a resposta ao fluxo de água nas brânquias (El Hafidi et al., 1998; Rubio-Godoy; Tinsley, 2002; RubioGodoy, 2008; Jeannette et al., 2010; Soler-Jiménez; FajerÁvila, 2012), migração dos parasitos (Arme; Halton, 1972; Buchmann; Bresciani, 1997; Rubio-Godoy; Tinsley, 2002), interação intraespecífica dos parasitos, como aglomeração de Monogenea para facilitar a reprodução (Rohde, 1979; Kadlec et al., 2003; Raymond et al., 2006; Jeannette et al., 2010), inibir uma possível hibridização entre espécies (RubioGodoy, 2008; Soler-Jiménez; FajerÁvila, 2012) ou relacionado ao tamanho da área das brânquias (Buchmann, 1989; Rubio-Godoy, 2008; Soler-Jiménez; FajerÁvila, 2012). Diante de tantas hipóteses, não foi estabelecido um padrão de comportamento dos Monogenea com relação à especificidade por local de fixação. Portanto, a preferência por microhabitat é decorrente de um processo complexo, em que considerando todos os atributos possíveis esse fenômeno pode ser melhor explicado do que baseado em apenas única hipótese (Gutiérrez; Martorelli, 1999). Este ensaio investigou se a densidade de estocagem influencia a distribuição de Monogenea nas brânquias de jundiá em condições de laboratório. MATERIAL E MÉTODOS Peixes provenientes de um mesmo lote da Piscicultura Khran, Pomerode, Santa Catarina, Brasil, naturalmente infectados por Monogenea, pesando em média 21,24 ± 6,91 g e mediam 12,8 ±61,44 de comprimento total, foram utilizados nesse experimento. Os espécimes se tratavam da variedade albina de jundiá, Rhamdia quelen, e foram distribuídos em 18 aquários de 50 L com fluxo constante de água individuais para cada unidade experimental, aeração, alimentados duas vezes ao dia “ad libitum” com ração comercial extrusada com 42% de proteína, divididos nas seguintes densidades de estocagem 14 peixes.50L-1 (6 g.L-1), 28 peixes.50L-1 (12 g.L-1) e de 42 peixes.50L-1 (18 g.L-1). Durante o experimento os níveis de pH 8,2 ± 0,5, o oxigênio dissolvido 7,6 ± 0,5 mg.L-1 (multiparâmetro HANNA) e amônia tóxica 0,63 ± 0,2 mg.L-1, (calculada apartir do kit colorimétrico ALFAKIT) foram medidos a cada 3 dias e a temperatura 28 ± 1oC (multiparâmetro HANNA) controlada com termostato e aferida diariamente..

(26) 26 Foram analisados 18 peixes no início do experimento para uma avaliação da condição inicial dos peixes, valor utilizado como referência. Cinco dias após a instalação do experimento, 6 peixes de três repetições de cada tratamento foram coletados. Essas três unidades experimentais foram então eliminadas, sobrando outras três que foram utilizadas para a coleta após 10 dias do início do experimento, também de 6 peixes por repetição por tratamento. Com isso, avaliou-se a evolução na infestação por Monogenea nos animais em dois momentos, 5 e 10 dias após o início do experimento. Ao todo, 18 peixes de cada tratamento foram coletados em cada dia de coleta, 6 por unidade experimental. Após eutanásia por comoção cerebral, de acordo com os procedimentos éticos do Comitê de Ética de Uso de Animais CEUA/UFSC (PP 00756), as brânquias foram cuidadosamente coletadas (Eiras et al., 2006) e os arcos branquiais separados de acordo com os lados direito e esquerdo, e numerados da região externa para a interna do opérculo, como arcos I, II, III e IV. Os arcos foram separados em 3 setores, segmento ventral, mediano e dorsal, segundo Dzika (1999) e cada fragmento, devidamente etiquetado, foi banhado em água a 55oC para relaxamento dos parasitos e em seguida fixadas em álcool 70% (Jerônimo et al., 2011a). Os parasitos foram montados em meio Hoyer’s e identificados segundo Kritsky et al. (1995) e Suriano (1986) para a visualização das estruturas esclerotizadas, desenho em câmara clara e medida de 22 espécimes. Os dados de prevalência, intensidade média e abundância média foram calculados de acordo com Bush et al. (1997). A distribuição das espécies de parasitos entre os lados das brânquias foi analisada pelo teste não paramétrico U de Mann-Whitney e para as demais comparações, entre os arcos, entre os setores e entre os dias de coleta, foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado foi de α= 0,05. RESULTADOS Foram registrados duas espécies de Monogenea nas brânquias do jundiá: Scleroductus sp. (Gyrodactylidae) e Aphanoblastella mastigatus (Suriano, 1986) (Dactylogiridae). Scleroductus sp. apresenta características distintas de todas as outras espécies do gênero, mas precisa de mais estudos para confirmação..

(27) 27 Observou-se que peixes mantidos em menor densidade apresentavam maior quantidade de Ichthyophthirius multifilis, causador da ictioftiríase, e focos de necrose em nadadeiras e caudas causada por bacteriose, chegando a redução no número de unidades experimentais de duas unidades experimentais na densidade de 6 g.L-1 e de uma unidade experimental na densidade de 12 g.L-1. Avaliação conjunta de Scleroductus sp. e Aphanoblastella mastigatus Houve diferença na abundância de Scleroductus sp. comparado com A. mastigatus em todos os tratamentos e dias de coleta, com exceção da coleta inicial, na qual não houve diferença entre eles (Tabela 1). Após 10 dias na densidade de 6 g.L-1 houve grande mortalidade nas unidades de cultivo inviabilizando a análise dos dados, uma vez que o número de peixes foi reduzido. A diferença apresentada foi de abundância maior para A. mastigatus em todos os casos. Scleroductus sp. Com relação aos lados direito e esquerdo das brânquias não houve diferença significativa na abundância média de parasitos indicando que não houve preferência branquial. Por outro lado, a abundância média foi maior na coleta inicial e na densidade de 12 g.L-1 (Tabela 2). A abundância média nos peixes na densidade de 6 g.L-1 foi maior na coleta inicial em comparação com a coleta do dia 5. Na densidade de 18 g.L-1, a coleta inicial apresentou abundância média maior do que as demais coletas, assim como na densidade 6 g.L-1, mas sem diferença entre a coleta dos dias 5 e 10. A prevalência de Scleroductus sp. foi maior na coleta inicial e na densidade de 12 g.L-1 no dia 10. Não foi observada diferença na intensidade nem abundância média de Scleroductus sp. comparando os arcos branquiais em nenhuma das densidades e dias de coleta, nem na intensidade média nem na abundância média do parasito nos setores dos arcos branquiais em nenhum momento do experimento. Com relação à prevalência das Monogenea, não se observou variação ou padrão de distribuição que pudesse indicar uma tendência comportamental do parasito..

(28) 28 Aphanoblastella mastigatus Com relação à intensidade e abundância média de A. mastigatus comparando os arcos branquiais do lado direito e esquerdo, não foi observada diferença, sugerindo que não há preferência com relação ao lado dos arcos. Comparando-se os dias de coleta em cada densidade, não houve diferença na intensidade média e abundância média nos peixes das densidades de 6 g.L-1 e 18 g.L-1 (Tabela 3). Na densidade intermediária, a intensidade média foi maior na coleta do dia 10, e na coleta inicial. A abundância média na densidade de 12 g.L-1 foi maior na coleta do dia 10, assim como na intensidade média, porém a coleta inicial foi maior do que a do dia 5. Tanto na densidade de 12 g.L-1 quanto na de 18 g.L-1 houve padrão no comportamento da prevalência, no qual foi aumentando ao longo do experimento chegando a 100% no último dia de coleta. Já na densidade de 6 g.L-1 esse padrão não foi observado, provavelmente devido a grande mortalidade nas unidades experimentais nessa densidade. Não houve diferença na intensidade nem abundância entre as densidades de cultivo na coleta do dia 5 (Tabela 3). Já no dia 10, tanto a intensidade quanto a abundância foram maiores na densidade de 12 g.L1 , seguido pela densidade de 18 g.L-1 e a coleta inicial. A prevalência (Tabela 3), foi maior nas densidades de 12 g.L-1 e 18 g.L-1, os mesmos que apresentaram maior intensidade e abundância na coleta do dia 10. Na coleta inicial não houve diferença na distribuição de parasitos nos arcos branquiais. Entretanto a taxa de prevalência foi maior no primeiro arco. As prevalências referentes aos arcos branquiais na coleta do dia 5 na menor densidade de estocagem (6 g.L-1) foram maiores nos arcos centrais, arco II e III (Tabela 4). A abundância média e a prevalência foram maiores nos arcos II e III, porém sem diferença em relação ao arco I, no qual também apresentou abundância igual ao arco IV. Não foi observada diferença na intensidade média do Monogenea nessa densidade de cultivo. Com relação à densidade de estocagem intermediária (12 g.L-1), observou-se que todos os índices parasitológicos apresentaram preferência do parasito pelos primeiros arcos branquiais, com exceção da intensidade média na coleta do dia 5. O mesmo padrão foi observado para a prevalência e abundância média na densidade de 18 g.L-1 (Tabela 5). Tanto a prevalência quanto a abundância média foram maiores nos arcos branquiais I e II..

(29) 29 A coleta inicial não apresentou diferença no que se refere à intensidade e abundância média entre os setores nos arcos branquiais. A prevalência foi maior no setor dorsal (40%) do que nos demais, mediano (33,33%) e ventral (11,11%). Com relação à coleta da menor densidade de estocagem, observou-se que os setores dorsal e mediano apresentaram abundância média e prevalência maiores do que o setor ventral (Tabela 5). Os peixes mantidos na densidade de 12 g.L-1 (intermediária) não apresentaram diferença na intensidade média de A. mastigatus (Tabela 5). Os setores dorsal e mediano também foram os de maior valor para a abundância média e prevalência do parasito em ambos os dias de coleta, assim como na densidade de 18 g.L-1, a qual manteve o mesmo padrão (Tabela 6). DISCUSSÃO Foi comparado o número total de espécimes de Scleroductus sp. e A. mastigatus para identificar se um deles foi predominante em alguma densidade ou dia de coleta. O Monogenea A. mastigatus se mostrou predominante em todas as densidades de cultivo neste trabalho, com exceção da coleta inicial, onde não houve diferença na abundância das espécies em questão. Isso sugere que o ambiente de cultivo é o principal responsável pelo número e espécie de parasito, uma vez que os peixes da piscicultura (referente à coleta inicial) apresentaram diferenças comparando com as coletas durante o experimento. Segundo Noga (2000), a deterioração da água é precursor de infestação por Monogenea. Fatores como alto nível de amônia, superpopulação, poluição orgânica e baixo oxigênio podem favorecer a reprodução e aumento do parasitismo. Porém, foi observado no presente estudo que em densidades mais altas, os jundiás se mostraram aparentemente mais resistentes a ação dos parasitos, divergindo com o que foi encontrado por Noga (2000). O aparecimento de ictioftiríase e bacteriose culminando em mortalidade nas unidades experimentais de menor densidade sugerem que o jundiá, quando em densidades muito baixas, pode estar sendo exposto ao estresse, uma vez que a densidade de estocagem foi o único fator diferencial entre os tratamentos. Segundo Baldisserotto e Gomes (2010), o jundiá é uma espécie que habita lagos e poços fundos dos rios, preferindo ambientes de águas mais calmas com fundo de areia e lama. Escondem-se entre pedras, vegetações e troncos apodrecidos, e costumam sair à noite a procura de alimento. Uma vez colocados em.

(30) 30 tanques de cultivo, no caso deste experimento em tanques transparentes e em baixa densidade, o jundiá não encontrou abrigo e ficou exposto a fatores de estresse, como maior incidência de luz. Na densidade de 18 g.L-1, como a densidade era mais elevada, os peixes se protegiam mais do que nos demais tratamentos, implicando numa condição favorecida para o seu bem estar. Valores de amônia tóxica acima do considerado ideal observada neste estudo parece ter sido a principal responsável pela diferença na abundância entre as espécies, sendo que A. mastigatus se mostrou mais resistente nestas condições. Venancio et. al. (2010) afirmaram que Aphanoblastella sp. foi dominante na fauna parasitária de jundiá do Rio Paraíba do Sul, RJ. Segundo os autores, é um ambiente urbanizado e rodeado por indústrias, na qual ocorre o despejo de esgoto doméstico e produtos tóxicos. Vários autores não encontraram assimetria com relação à distribuição dos parasitos nos arcos direito e esquerdo (Iannacone; Alvarino, 2012; Jeannette et. al., 2010; Raymond et. al., 2006; Rubio-Godoi, 2008; Backer et. al., 2005), semelhante ao encontrado no presente estudo. Uma vez que o hospedeiro é simétrico, o fluxo de água que passa pelas brânquias direitas é igual ao lado esquerdo, promovendo condições semelhantes para a fixação do parasito. A maior abundância média de Scleroductus sp. na coleta inicial, refletiu a condição em que os peixes se encontravam na piscicultura. Foi observada queda na abundância conforme o tempo de experimento. Assim como a prevalência, a abundância foi maior na coleta inicial e foi decaindo no dia 5 e 10 de cultivo. Ao contrário de Scleroductus sp., A. mastigatus teve seus índices aumentados com o tempo. A coleta inicial apresentou valores mais baixos do que os demais dias de coleta. Talvez pelo fato de ter sua abundância diminuída ao longo do experimento, não tenha sido possível observar preferência em Scleroductus sp. por arco ou setor branquial em nenhuma das coletas realizadas. Lembrando que o Monogenea pode apresentar alguma região branquial de preferência no hospedeiro R. quelen em outras condições de cultivo. É possível também que Scleroductus sp. não apresente preferência por microhabitat, assim como relatado por Soylu et. al. (2010), onde o Monogenea Dactylogyrus crucifer não mostrou preferência por microhabitat em Rutilus rutilus. Segundo Iannacone e Alvarino (2012), o Monogenea Mexicana sp. não apresentou preferência nas brânquias de Anisotremus scapularis. Com relação à A. mastigatus não observou-se diferença na intensidade média ou abundância média entre as densidades na coleta do.

(31) 31 dia 5. Já para a coleta seguinte, dia 10, ambos os índices citados acima foram maiores para a densidade de 12 g.L-1, seguido pela densidade de 18 g.L-1 e com valor mais baixo na coleta inicial. A prevalência acompanhou o mesmo padrão, maior na densidade 12 g.L-1, seguido pela densidade de 18 g.L-1 e coleta inicial. Esse resultado indica que os hospedeiros estavam mais susceptíveis ao parasito na densidade 12 g.L1 , densidade intermediária, do que na densidade 18 g.L-1, e coleta inicial. É possível que maior número de parasitos seriam encontrados na densidade 6 g.L-1, menor densidade de estocagem, mas como 2 unidades experimentais obtiveram 100% de mortalidade, não pode-se afirmar essa hipótese, mas sim indicar maior susceptibilidade dos hospedeiros para essa densidade, o que levou à mortalidade total. Tanto para a densidade de 12 g.L-1 como para a densidade de 18 -1 g.L , a intensidade média e abundância média foram maiores no dia 10 em relação ao dia 5 e coleta inicial. A prevalência também apresentou o mesmo padrão de resultados, aumentando ao longo do experimento, indicando que as condições de cultivo estavam favorecendo o aumento do número do Monogenea A. mastigatus. Com relação ao microhabitat na coleta inicial, não foi observada preferência por arco branquial ou setor, dorsal, mediano ou ventral de A. mastigatus na intensidade e abundância médias. A prevalência foi maior no primeiro (44,44%) e segundo (33,33%) arcos branquiais e maior na região dorsal (44,44%) e mediana (33,33%). Para a densidade de 6 g.L-1, a abundância média e prevalência foram maiores nos três primeiros arcos branquiais. A abundância média e prevalência foram maiores para os setores dorsal e mediano. Em ambos os casos a intensidade média não apresentou resultados significativos. Esses resultados se referem à coleta do dia 5 para a menor densidade de estocagem, sugerindo preferência para os primeiros arcos branquiais (arco I, II e III) e setores dorsal e mediano, que são a região mais externa das brânquias dos hospedeiros. Diversos autores sugerem preferência pelos primeiros arcos branquiais, assim como observado nesse estudo. Oliva e Luque (1998) encontraram maior prevalência do Monogenea Encotillabe sp. No arco I e região dorsal, e sugere que essa preferência seja para aumentar as chances de formação de casais para a reprodução. Quando Arme e Halton (1972) observaram preferência pelo arco branquial I de Gadus merlangus, uma justificativa por tal preferência do Monogenea Diclidophora merlagi seria devido à alguma interação parasito/hospedeiro ou, dependendo do caso, interação parasito/parasito esse microhabitat foi escolhido. Alguma resposta à estímulos ainda não.

(32) 32 conhecidos também está dentro das hipóteses estabelecidas por Arme e Halton (1972). Em contrapartida, Jerônimo et al. (2013) encontrou preferência de Monogenea pelo arco I em híbridos de patinga, e não observou diferença na distribuição de Monogenea em híbridos de tambacu e surubim. Os autores sugerem que a diferença encontrada em uma das espécies estudadas não seria suficiente para sustentar uma hipótese de que há uma preferencia por microhabitat branquial. Na densidade de 12 g.L-1, observou-se preferência de A. mastigatus pelos dois primeiros arcos branquiais tanto para a coleta do dia 5 quanto na coleta do dia 10. O setor dorsal foi o de preferência do parasito, apresentando maior abundância e prevalência no dia 5 e 10 de coleta, sendo que no dia 10 o setor dorsal não diferenciou do mediano. Observou-se que os peixes mantidos nas densidades de 6 g.L-1 e de 12 g.L-1 apresentaram preferência pelas regiões mais externas das brânquias, arcos I e II e região dorsal. Os arcos branquiais I e II também foram os de maior abundância e prevalência com relação à maior densidade de estocagem (18 g.L-1), assim como a região dorsal sendo a de maior abundância e prevalência indicando o mesmo padrão de preferência do Monogenea A. mastigatus para regiões mais externas das brânquias do jundiá. Rubio-Godoi e Tinsley (2002) e Rubio-Godoi (2008) observaram em truta arco-iris relação de Discocotyle sagittata com os primeiros arcos branquiais na fase adulta do parasito. Os autores observaram que a larva do Monogenea se prende aos arcos III e IV devido a passagem de água ser maior nessa região, e que posteriormente, por alguma razão, os parasitos migrariam para os arcos I e II, talvez para dar espaço à novas larvas ou por alguma interação bioquímica ainda não conhecida. Os resultados deste estudo revelam que a abundância no número e espécie de parasito é fortemente influenciada pelas condições de cultivo. Scleroductus sp. não apresentou preferência por brânquia ou setor, assim como também sua abundância média e prevalência reduzidas no decorrer do ensaio. Aphanoblastella mastigatus, independente da densidade e tempo de cultivo, apresentou preferência por regiões que se encontram mais expostas das brânquias e teve sua abundância favorecida pelas condições de cultivo. O conhecimento da preferência e comportamento do parasito no ambiente de cultivo é de extrema importância para a tomada de medidas preventivas para o controle de enfermidades..

(33) 33 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq pelo auxílio e bolsas de Mestrado à J.A. Debortoli, Produtividade em Pesquisa (CNPq 302493/2010-7) à M.L. Martins, à Natalia Marchiori e pelo auxílio na identificação dos parasitos e Eduardo Luis Tavares Gonçalves pelo auxílio nas análises estatísticas. REFERÊNCIAS ARME, C.; HALTON, D. W. Observations on the occurrence of Diclidophora merlangi (Trematoda: Monogenea) on the gills of whiting, Gadus merlangus. J. Fish Biol., v. 4, p. 27-32, 1972. BACKER, T. G.; PANTE, E.; DEBURON, L. Co-occurrence of Naobranchia lizae (Copepoda) and Metamicrocotyla macracantha (Monogenea), gill parasites of the striped mullet Mugil cephalus. Parasitol. Res., v. 97, n. 6, p. 515-520, 2005. BALDISSEROTTO, B.; GOMES, L. C. (Orgs.). Espécies nativas para a piscicultura no Brasil. 2. ed. Santa Maria: Ed. UFSM, 2010, p. 301323. BERGH, O. The dual myths of the healthy wild fish and the unhealthy farmed fish. Dis. Aquat. Org., v. 75, p. 159-164, 2007. BOIJINK, C. L., BRANDÃO, D. A. Inoculação bacteriana de Aeromonas hydrophila e a sobrevivência de juvenis de Jundiá, Rhamdia quelen (TELEOSTEI: PIMELODIDAE). Ciência Rural, v. 31, n. 3, p. 303-307, 2001. BORBA, M. R., FRACALOSSI, D. M., FREITAS, F. A. Effect of dietary vitamin C supplementation on suceptibility of Jundiá, Rhamdia quelen, fingerlings to Ichthyophthirius multifiliis. Acta Sci. Anim. Scien, v. 29, n. 1, p. 93-99, 2007. BUCHMANN, K. Microhabitats of monogenean gill parasites on european eel (Anguilla anguilla). Folia Parasitol., v. 36, p. 321-329, 1989..

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(36) 36 (Gyrodactylidae), with description of new species from the Guatemalan chulin Rhamdia guatemalensis (Gunther) (Siluriformes: Heptapteridae) in Mexico and barred sorubim Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus) (Siluriformes: Pimelodidae) in Brazil. Syst. Parasitol. v. 84, p. 1-15, 2013. MARCHIORI, N., TANCREDO, K., ROUMBEDAKIS, K., GONÇALVES, E. L. T., PEREIRA JUNIOR, J., MARTINS, M. L. New twchniques for collecting eggs fro monogenean parasites. Experimental Parasitology, v. 134, p. 138-140, 2013. MARTINS, M. L.; ROMERO, N. G. Efecto del parasitismo sobre el tegido branquial en peces cultivados : Estudio parasitológico e histopatológico. Rev. Bras. Zool., v. 13, n. 2, p. 489–500, 1996. MORAES, F. R.; MARTINS, M. L. Condições predisponentes e principais enfermidades de teleósteos em piscicultura intensiva. In: CYRINO, J. E. P.; URBINATI, E. C.; FRACALOSSI, D. M.; CASTAGNOLLI, N. Tópicos especiais em piscicultura de água doce tropical intensiva. São Paulo: Ed. TecArt, 2004, p. 343-383. NOGA, E. J. Fish Disease: Diagnosis and Treatment. Iowa, USA: Blackwell Publishing, 2000, 367 p. OLIVA, M. E.; LUQUE, J. L. Distribution patterns of Microcotyle nemadactylus (Monogenea) on gill filaments of Cheilodactylus variegatus (Teleostei). Mem. Inst. Oswaldo Cruz. v.93, n. 4, p.477478, 1998. OVERSTREET, R. M. Parasitological data as monitors environmental health. Parassitologia, v. 39, p. 169-175, 1997.. of. PAVANELLI, G. C.; EIRAS, J. C.; TAKEMOTO, R. M. Doenças de Peixes: Profilaxia, Diagnóstico e Tratamento. 3 ed., Maringá: UEM, 2008, 311 p. RAYMOND, K. M. N.; CHAPMAN, L. L.; LANCIANI, C. A. Host, macrohabitat, and microhabitat specificity in the gill parasite Afrodiplozoon polycotyleus (Monogenea). J. Parasitol., v. 92, p. 12111217, 2006..

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(39) 39 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultados do teste Mann-Whitney entre a abundância média de Scleroductus sp. e Aphanoblastella mastigatus em Rhamdia quelen nas densidades e em diferentes dias de coleta. *Valores significativos (P≤0,05). Scleroductus sp. x A. mastigatus Densidade Coleta Inicial -1 6 g.L Dia 5 Dia 5 12 g.L-1 Dia 10 Dia 5 18 g.L-1 Dia 10. Mann-Whitney U 152,00 81,00 95,00 20,50 73,50 38,00. P 0,734 0,007* 0,029* 0,025* 0,004* 0,001*. Tabela 2: Valores de prevalência (%), média e desvio padão da intensidade e abundância de Scleroductus sp. comparando os dias de coleta para cada densidade. Letras distintas indicam diferença significativa entre os dias de coleta dentro de uma mesma densidade de estocagem. Densidade. Coleta. Prevalência. 6 g.L-1. Inicial Dia 5 Inicial Dia 5 Dia 10 Inicial Dia 5 Dia 10. 66,67 33,33 66,67 44,44 60,00 66,67 38,89 33,33. 12 g.L-1. 18 g.L-1. Intensidade Média 4,33 ± 6,34a 2,17 ± 1,17a 4,33 ± 6,34a 2,63 ± 1,77a 11,33 ± 17,56a 4,33 ± 6,34a 2,14 ± 2,19a 2,17 ± 1,17a. Abundância Média 2,89 ± 5,52a 0,72 ± 1,23b 2,89 ± 5,52a 1,17 ± 1,76a 6,80 ± 14,34a 2,89 ± 5,52a 0,83 ± 1,69b 0,72 ± 1,23b.

(40) 40 Tabela 3: Valores de prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de Aphanoblastella mastigatus comparando os dias de coleta para cada densidade. Letras maiúsculas indicam diferença entre as densidades em um mesmo dia de coleta, e letras minúsculas indicam diferença significaiva entre os dias de coleta para cada densidade de estocagem. Densidade Coleta 6 g.L-1 12 g.L-1. 18 g.L-1. Inicial Dia 5 Inicial Dia 5 Dia 10 Inicial Dia 5 Dia 10. Prevalência 61,11 72,22 61,11 83,33 100,00 61,11 83,33 100,00. Intensidade média 4,18 ± 5,23Aa 3,62 ± 1,85Aa 4,18 ± 5,23Aa 3,07 ± 2,25Aa 9,50 ± 3,57Bb 4,18 ± 5,23Aa 3,13 ± 2,17Aa 4,72 ± 7,31Ca. Abundância média 2,56 ± 4,53Aa 2,61 ± 2,28Aa 2,56 ± 4,53Aa 2,56 ± 2,36Ab 9,50 ± 3,57Bc 2,56 ± 4,53Aa 2,61 ± 2,30Aa 4,72 ± 7,31Ca. Tabela 4: Prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de Aphanoblastella mastigatus comparando os arcos branquiais ou os setores dos arcos referentes à densidade 6 g.L-1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta. Coleta. Arcos. Prevalência. Arco I Arco II. 27,78 50,00. Arco III Arco IV. 50,00 11,11. Coleta. Setores. Prevalência. Dia 5. Dorsal Mediano Ventral. 50,00 50,00 11,11. Dia 5. Intensidade média 2,40 ± 1,67a 1,78 ± 0,97a. Abundância média 0,67 ± 1,37ab 0,89 ± 1,13b. 1,78 ± 0,97a 1,00a Intensidade média 2,44 ± 1,42a 2,56 ± 1,81a 1,00a. 0,89 ± 1,13b 0,11 ± 0,32a Abundância média 1,22 ± 1,59a 1,28 ± 1,81a 0,11 ± 0,33b.

(41) 41 Tabela 5: Valores de prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de A. mastigatus comparando os arcos branquiais ou setores dos arcos referentes à densidade 12 g.L-1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta. Coleta. Arcos. Arco I Arco II Dia 5 Arco III Arco IV Arco I Arco II Dia 10 Arco III Arco IV Coleta. Setores. Dorsal Dia 5 Mediano Ventral Dorsal Dia 10 Mediano Ventral. Prevalência 50,00 55,56 22,22 11,11 90,00 90,00 50,00 80,00 Prevalência 66,67 44,44 5,56 100,00 100,00 50,00. Intensidade média 2,00 ± 1,32a 1,90 ± 1,10a 1,50 ± 1,00a 1,50 ± 0,71a 3,67 ± 1,32a 3,89 ± 2,15a 2,20 ± 1,30b 2,00 ± 1,07b Intensidade média 2,83 ± 1,95a 1,38 ± 0,52a 0,06a 4,50 ± 2,68a 4,00 ± 1,83a 2,00 ± 1,22a. Abundância média 1,00 ± 1,37a 1,06 ± 1,26a 0,33 ± 0,77b 0,17 ± 0,51b 3,30 ± 1,70a 3,50 ± 2,37a 1,10 ± 1,45b 1,60 ± 1,26b Abundância média 1,89 ± 2,08a 0,61 ± 0,78b 0,06 ± 0,24c 4,50 ± 2,68a 4,00 ± 1,83a 1,00 ± 1,22b.

(42) 42 Tabela 6: Prevalência (%), média e desvio padrão da intensidade e abundância de A. mastigatus comparando os arcos branquiais ou setores dos arcos referentes à densidade 18 g.L-1. Letras distintas indicam diferença significativa entre os arcos branquiais ou setores em um mesmo dia de coleta. Coleta. Dia 5. Dia 10. Coleta Dia 5. Dia 10. Setores. Prevalência. Arco I Arco II Arco III Arco IV Arco I Arco II Arco III Arco IV. 50,00 61,11 27,78 22,22 72,22 66,67 33,33 16,67. Setores. Prevalência. Dorsal Mediano Ventral Dorsal Mediano Ventral. 75,00 52,78 13,89 75,00 52,78 13,89. Intensidade Média 1,44 ± 0,73a 2,27 ± 1,35a 1,20 ± 0,45a 1,00a 3,31 ± 4,92a 2,17 ± 1,80a 2,00 ± 2,00a 1,33 ± 0,58a Intensidade Média 1,19 ± 1,39a 0,68 ± 0,90a 0,40a 1,52 ± 2,64a 1,95 ± 5,07a 1,40 ± 1,53a. Abundância Média 0,72 ± 0,89ab 1,39 ± 1,54a 0,33 ± 0,59bc 0,22 ± 0,43c 2,39 ± 4,41a 1,44 ± 1,79a 0,67 ± 1,46b 0,22 ± 0,55b Abundância Média 0,89 ± 1,63a 0,36 ± 1,07b 0,06 ± 0,32c 1,14 ± 2,63a 1,03 ± 4,35a 0,19 ± 1,04b.

(43) 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente estudo foram observados duas espécies de monogenéticos que se mostraram prejudiciais à saúde dos peixes, principalmente quando acometidos por infestações concomitantes por outros parasitos. A densidade de estocagem foi um fator relevante para o estresse e debilidade dos peixes, tornando-os susceptíveis à ação dos parasitos. O ambiente de cultivo foi o principal fator que influenciou na quantidade e espécie de parasitos, sendo que o mesmo promoveu a infestação de uma das espécies de monogenéticos e inibiu a outra. Destaca-se a importância de estudos que visam esclarecer comportamentos e respostas do parasito com relação ao hospedeiro, assim como parasito e o ambiente. Quanto mais se sabe sobre o parasito e seus padrões comportamentais, mais ferramentas se tem para produzir um programa eficiênte de combate às enfermidades..

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