Antes de mais, queria em nome da BICS, Associação dos Centros de Em-presa e Inovação Portugueses, dar-vos as boas vindas a este evento que é o 3ª Encontro Nacional de BICs sob o tema: “Inovação & Empreende-dorismo - A base do sucesso dos Territórios Ganhadores”.
Vou abordar três tópicos actuais e fundamentais para o nosso desenvolvi-mento social e económico e para o posicionadesenvolvi-mento dos Centros de Em-presas e Inovação e consequentemente a sua associação, BICS:
•A obrigatoriedade do crescimento e da competitividade •A educação, inovação e empreendedorismo
•O Investimento Directo Estrangeiro
Editorial
Patrícia Caires, Vice-Presidente da BICS
Decorreu a 18 de Maio, em Abrantes, num hotel com uma vista magní-fica para a Barragem de Castelo de Bode o 3º Encontro Nacional de BIC’s (Business Innovation Centers Portugueses).
Neste encontro foram apresentadas as estratégias, oportunidades e desa-fios que se colocam à sociedade portuguesa, no desenvolvimento integral do potencial dos seus recursos endógenos.
NEWSLETTER MAIO 2012
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Newsletter Edição Especial III Encontro Nacional de BIC’s
Em particular o Sr. Secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, Eng. Paulo Júlio, referiu a necessidade de valorizar a agricultura, a floresta a indústria e o turismo, lembrando que há muito para fazer no âmbito do território e valorizando o exemplo de cooperação e sinergia apresentado pela Presidente da Câmara Munici-pal de Abrantes, Dra. Maria do Céu Albuquerque, no Médio Tejo.
Sessão de Abertura
com a presença do Sr. Secretário de Estado da
Adminis-tração Local e da Reforma Administrativa e da Presidente
da Câmara Municipal de Abrantes
No primeiro painel da tarde foram apresentadas as estratégias de Abrantes e a sua integração e sin-ergia com todo o Médio Tejo e a Estratégia de desenvolvimento de notoriedade e de estratégia global para a nossa Capital, Lisboa, que
ambiciona ser uma das cidades mais competitivas do mundo, como referiu o Diretor Munici-pal de Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Paulo Soeiro de Carvalho.
Estratégias de Desenvolvimento Territorial
O segundo painel da tarde abordou as Políticas de Emprego e Cresci-mento, com quatro intervenções.O Presidente da EBAN (Associação Europeia de Business Angels), Pau-lo Andrez, apresentou os mecanis-mos de apoio financeiro às iniciati-vas empreendedoras, seguido pela Consultora da INTELI, Inês Vilhe-na da Cunha, que falou dos clusters criativos e a sua importância para a dinamização do empreendedoris-mo, fixação de talentos, diversifi-cação económica e renovação da competitividade e atratividade dos territórios.
O Diretor Geral da BICS, Victor Cardial, deu uma panorâmica so-bre os objetivos e processo de
di-namização de clusters tecnológicos emergentes e das ações e recursos envolvidos neste projeto apoiado pelo QREN/SIAC, com particular destaque para o Portal Portugal Innovation e o Sub-Portal Portu-guese Emergent Tech Clusters. Concluindo a sessão, tivemos oportunidade de ouvir o Gestor do COMPETE, Dr. Franquelim Alves, referir os diversos apoios e pro-gramas de apoio ao empreende-dorismo e à inovação, destacando a percentagem destes apoios que se destinaram a apoiar novas empre-sas (33%).
B10
A BTEN – Business Talent Enter-prise Network, nova Associada da BICS, dedica-se aos negócios da inovação empresarial, em sen-tido lato, atuando em matéria de introdução de novas soluções (serviços/produtos/processos), de abordagem a novos mercados e cir-cuitos de comercialização, de utili-zação das novas TIC e de sistemas de informação de apoio à gestão modernos e integrados, de otimi-zação organizacional e de proces-sos de melhoria contínua indutores de eficiência e qualidade total, de desenvolvimento da logística e dis-tribuição, de promoção do acesso por parte das empresas a formas de financiamento no exterior e nos mercados locais para onde se inter-nacionalizam e de dinamização de “ecossistemas” empreendedores.
Durante a manhã, decorreu uma visita técnica ao Tecnopolo de Abrantes – Tagus Valley, onde tivemos oportunidade de provar o “Melhor Azeite do Mundo” e tomar conhecimento das iniciativas e projetos que a OTIC e o LINE, do Instituto Politécnico de Tomar e sediados no Tagus Valley têm vindo a desenvolver com uma taxa de sucesso muito elevada.
Visita Técnica ao Tagus Valley
IPN-BIC Coimbra
Criado em 1991 por iniciativa da Universidade de Coimbra, o In-stituto Pedro Nunes (IPN) - As-sociação para a Inovação e De-senvolvimento em Ciência e Tecnologia - é uma instituição de direito privado, de utilidade públi-ca, sem fins lucrativos.
Missão do IPN é contribuir para transformar o tecido empresarial e as organizações em geral pro-movendo uma cultura de inovação, qualidade, rigor e empreendedoris-mo, assente num sólido relaciona-mento universidade/empresa. Através da sua Incubadora de Em-presas, o IPN promove a criação de empresas spin-offs, apoiando ideias inovadoras e de base tec-nológica vindas dos seus próprios laboratórios, de instituições do ensino superior, em particular da Universidade de Coimbra, do sec-tor privado e de projectos de I&DT em consórcio com a indústria.
Na Assembleia Geral realizada a 17 de Abril de 2012, em Abrantes, foram admitidos por unanimidade dois novos Associados da BICS:
- O IPN - Instituto Pedro Nunes, BIC Coimbra como Associado Efectivo - A B10 - Business Talent Entreprise Network, SA, como Associado Par-ceiro.
Estes dois novos associados vêm reforçar ainda mais a relevância e ca-pacidade da rede de Associados da BICS com efeitos muito relevantes na dinamização do Empreendedorismo, Inovação e Competitividade das start-ups e PME’s Portuguesas.
NEWSLETTER MAIO 2012
A obrigatoriedade do crescimento e da com-petitividade
Neste tempo em que a austeridade e a crise económica praticamente monopolizam a atenção e a opinião, é também o tempo de pensar que existe futuro para lá da crise e que este futuro passa por uma escolha cri-teriosa das prioridades e dos investimentos, de forma a que o crescimento económico e o aumento de com-petitividade da economia portuguesa possam inverter este ciclo centrado na austeridade e na recessão. Quando se comparam as capacidades de inovação de Portugal e de outros países europeus, ressalta o paralelismo entre Portugal e a Grécia e o facto de o “déficit” de inovação destes dois países explicar, em parte, as dificuldades económicas - quer pelas opções de investimento no passado recente, quer pela falta de competitividade das duas economias. Apesar de Por-tugal ter feito um esforço considerável no aumento do investimento em Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, este indicador ainda continua abaixo da média europeia e o sistema de inovação nacional apre-senta inúmeras fragilidades: 1) fraco investimento em investigação e desenvolvimento tecnológico por parte das empresas; 2) pouco apoio às entidades que dinam-izam a inovação empresarial e o empreendedorismo; 3) e a rede, que deveria ser a base do sistema de ino-vação, necessita de ser “animada” e completada: Em-presas; Agências de Inovação; Centros de Investigação e Universidades, têm de se articular num quadro coer-ente, estável e simplificado.
É cada vez mais unânime que a porta de saída para a crise está no crescimento através da inovação e da melhoria da produtividade.
A educação, a inovação e o empreendedorismo O sucesso desta receita passa, em primeiro lugar por uma educação mais exigente e profissionalizante e pela introdução de uma cultura de trabalho e mérito. No médio prazo, a promoção da inovação e do em-preendedorismo são a principal porta de entrada para o novo ciclo económico e deverão ser objecto de in-centivos específicos. Em particular, no que diz respei-to ao potencial de inovação dos secrespei-tores tradicionais, como por exemplo o turismo.
A inovação e o empreendedorismo são os facilitadores e reprodutores do esforço de investimento no sistema de investigação e desenvolvimento na medida em que “operacionalizam” e rentabilizam o conhecimento. Só com estas mudanças culturais, na educação e na promoção da inovação e do empreendedorismo, e com uma profunda alteração das prioridades públicas é que podemos continuar a sonhar o sonho europeu. Paralelamente, considera-se relevante a existência de uma estratégia clara de investigação e desenvolvimen-to, inovação e empreendedorismo, que eu diria mais clara, mais pormenorizada, devidamente acompan-hada por um plano de ação e eficazmente comunicada aos inúmeros players ao nível local, regional e nacion-al - como os BICs -, pois são estes que conhecem as particularidades locais/regionais. Esta estratégia de-verá estar obviamente alinhada com as prioridades da alocação de verbas de apoio para que se faça as coisas acontecerem com o máximo de impacto possível. Os factores de competitividade e o Investimen-to DirecInvestimen-to Estrangeiro
A inovação e o empreendedorismo são, claramente instrumentos de longo prazo e que necessitam de ser complementados com políticas de curto prazo que respondam aos problemas de modernização da economia, da criação de emprego e do crescimento económico.
No curto prazo, as medidas mais eficazes de aumento da competitividade, passam pelas reformas estrutur-ais já iniciadas e pela nossa capacidade de desenhar quadros credíveis e vencedores na captação de In-vestimento Direto Estrangeiro. Este permitirá, rapi-damente, incorporar know-how organizacional e de mercado e estará em melhor posição para aproveitar o potencial do nosso sistema de investigação e desen-volvimento tecnológico, sendo para tal, e conforme último barómetro de inovação da COTEC, necessário atender a 3 fatores: desburocratização, máquina fiscal eficiente e sistema judicial eficaz.
É um caminho de exigência e trabalho, que certa-mente contará com os BICs em Portugal e na Europa, é um caminho que estará cheio de desafios, sobressal-tos e como todos nós esperamos com muisobressal-tos sucessos!
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