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PROCESSO Nº TST-RO A C Ó R D Ã O (SDC) IGM/wh/as

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A C Ó R D Ã O

(SDC)

IGM/wh/as

RECURSO ORDINÁRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - DISSÍDIO COLETIVO REVISIONAL AFORADO PELO SINDICATO OBREIRO, SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/17 – ACORDO HOMOLOGADO PELO TRT DA 4ª REGIÃO, COM RESSALVAS DO PARQUET – PLEITO DE EXCLUSÃO DA CLÁUSULA 10ª ALUSIVA À JORNADA DE TRABALHO – POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO POR NORMA COLETIVA – EXISTÊNCIA DE VANTAGENS COMPENSATÓRIAS – ADEQUAÇÃO DA REDAÇÃO DA CLÁUSULA EM APREÇO AO DISPOSTO EXPRESSAMENTE NO ART. 611-A, III, DA CLT - PROVIMENTO PARCIAL.

1. O art. 7º, XXVI, da CF estabelece o reconhecimento dos acordos e das convenções coletivas de trabalho, permitindo, inclusive, a redução dos

principais direitos trabalhistas,

concernentes ao salário e à jornada de trabalho.

2. A Lei 13.467/17, da reforma e

modernização da legislação

trabalhista, aplicável aos contratos vigentes a partir de 11/11/17, veio a traçar parâmetros específicos do que se pode (15 hipóteses), ou não (30 hipóteses), negociar e flexibilizar, em relação à legislação trabalhista (CLT, arts. 611-A e 611-B), inclusive no que respeita ao intervalo intrajornada, e nela também foi explicitada a teoria do conglobamento, bem como a natureza não ligada à medicina e segurança do trabalho das normas ligadas à jornada de trabalho.

3. In casu, o TRT da 4ª Região, em 18/03/19, considerando a petição que noticiou o êxito na negociação direta entre as Partes, homologou o acordo avençado, com ressalvas do Parquet, que, no presente apelo, almeja a exclusão da Cláusula 10ª da CCT de 2018/2019, ao prever que “as empresas

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poderão adotar a jornada de trabalho ininterrupta de 07h20min diários, sem redução e sem acréscimo salarial e/ou gratificação de hora extraordinária”.

4. A matéria em apreço se resolve pela

observância das disposições

constitucionais e da novel legislação trabalhista, considerada, ainda, a

ratio decidendi do precedente STF-RE

590.415-SC (Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/04/15) no sentido de se

respeitar a autonomia negocial

coletiva, nos termos do art. 7º, VI, XIII, XIV e XXVI, da CF, nas ações anulatórias de cláusulas de ACT/CCTs, estabelecendo os parâmetros a serem seguidos em matéria de negociação coletiva, fixando a tese geral de que deveria ser respeitada a vontade

coletiva dos trabalhadores e

empregadores, plasmada em instrumentos normativos negociados, em face do princípio da boa-fé.

5. No voto do saudoso Min. Teori Zavaski

nesse leading case, adotou-se

explicitamente a teoria do

conglobamento, segundo a qual o acordo e convenção coletivos são fruto de concessões mútuas, cuja anulação não pode ser apenas parcial em desfavor de um dos acordantes nem depender de

explicitação de vantagens

compensatórias à flexibilização de direitos.

6. Não bastasse tanto, ainda que superada a tese supracitada, do cotejo entre a proposta de revisão das cláusulas apresentadas na exordial pelo Sindicato obreiro e aquelas acordadas

judicialmente, verifica-se a

existência de vantagens compensatórias no instrumento coletivo referentes aos benefícios concedidos aos empregados, tais como: a) o plano de saúde previsto no caput da cláusula 26ª, no sentido de que “será concedido aos trabalhadores

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um plano de saúde individual – PLANO AMBULATORIAL PRATA (Saúde Maior) -, sem qualquer ônus aos obreiros”, o que

representa custo significativo para as

Empresas, porém, com inequívoca

proteção à saúde do trabalhador, vindo ao encontro dos anseios da categoria

profissional, como constou na

justificativa inserta na exordial, no aspecto; b) o pagamento do “13º Vale

Refeição”, o pagamento ao “funcionário

afastado por auxílio doença, o

correspondente vale alimentação do mês do início do benefício, acrescido de um mês complementar” e o pagamento do vale

alimentação aos funcionários, “quando o

mesmo estiver no gozo das férias” (cfr.

cláusula 6ª, §§ 1º, 4º e 5º, respectivamente). Tal situação está alinhada ao precedente da SDC desta

Corte (cfr. TST-

RO-22201-91.2016.5.04.0000, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT de 22/03/19).

7. Por fim, não há de se falar na suposta afronta à Súmula 437 do TST, uma vez que: a) as suas disposições regem situação preterida à vigência da Lei 13.467/17, o que não se amolda ao presente caso, em que as cláusulas convencionais foram homologadas judicialmente em 18/03/19,

daí porque tenho por

constitucionalmente válida a cláusula 10ª da CCT em apreço, desde que adaptada à Lei 13.467/17; b) a Súmula 437, II, do TST contraria o precedente vinculante do STF, ao considerar infensa à negociação coletiva norma da CLT disciplinadora de jornada de trabalho. 8. No entanto, em que pese a possibilidade de flexibilização, in

casu, merece ser dado provimento

parcial ao recurso, determinando-se a adequação da redação da Cláusula 10ª da CCT em apreço, ao disposto no art. 611-A, III, da CLT, garantindo-se o

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Recurso ordinário provido em parte.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n° TST-RO-22003-83.2018.5.04.0000, em que é Recorrente

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO e são Recorridos SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSP RODOV DE PELOTAS e SIND DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS PELOTAS.

R E L A T Ó R I O

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte

Rodoviário de Pelotas aforou, em 21/08/18, Dissídio Coletivo Revisional

(processo TRT-22003-83.2018.5.04.0000), em face do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Pelotas (págs. 3-21).

O TRT da 4ª Região, em 18/03/19, considerando a petição que noticiou o êxito na negociação direta entre as Partes, homologou o

acordo avençado com ressalvas do Parquet, assinalando, ainda, que “no

cumprimento do acordo, as cláusulas e condições ajustadas serão examinadas à luz das normas constitucionais, legais e das soberanas decisões das assembleias, as quais, neste ato, juntamente com as fontes formais do Direito são expressamente ressalvadas” (págs. 158-160).

Contra a referida decisão, o Ministério Público do

Trabalho interpõe o presente recurso ordinário, sustentando que deve ser excluída a cláusula 10ª (“jornada de trabalho”) da CCT de 2018/2019, pois,

ao prever a adoção de jornada de trabalho superior a 7 (sete) horas de

forma ininterrupta, afronta o disposto nos arts. 71, caput, e 611-A, III,

da CLT e 7º, XXII, da CF, uma vez que o intervalo intrajornada constitui medida de higiene e segurança do trabalho, sendo que a sua supressão ocasiona evidentes prejuízos à saúde e à segurança do empregado, o que é rechaçado pela doutrina e pela jurisprudência pacificada da SDC do TST, calcada na Súmula 437 desta Corte (págs. 164-167).

É o relatório.

V O T O

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I) CONHECIMENTO

O recurso ordinário é tempestivo (págs. 161 e 164) e tem representação regular, porquanto subscrito por Procuradora do

Trabalho, razão pela qual dele CONHEÇO. II) MÉRITO

A Cláusula 10ª da Convenção Coletiva de Trabalho de

2018/2019, objeto do presente apelo, tem a seguinte redação:

“CLÁUSULA DÉCIMA – JORNADA DE TRABALHO – As empresas

poderão adotar a jornada de trabalho ininterrupta de 07h20min diários, sem redução e sem acréscimo salarial e/ou gratificação de hora extraordinária” (pág. 135, grifos nossos).

Quanto ao mérito, tem-se que o art. 7º, XXVI, da CF estabelece o reconhecimento dos acordos e das convenções coletivas de

trabalho, permitindo inclusive a redução dos principais direitos

trabalhistas, concernentes ao salário e à jornada de trabalho.

No plano internacional, a OIT possui duas convenções que apontam para a necessidade de que os países membros prestigiem a

negociação coletiva como a via mais eficaz de composição de conflitos

coletivos de trabalho e fixação das condições de trabalho de cada setor produtivo. São elas as Convenções 98 de 1949, sobre a aplicação dos princípios do direito de organização e de negociação coletiva, e 154 de

1981, sobre a negociação coletiva.

A Convenção 98 da OIT, em seu art. 4º, dispõe:

“Art. 4º. Deverão ser tomadas, se necessário for, medidas apropriadas às

condições nacionais para fomentar e promover o pleno desenvolvimento e utilização voluntária entre empregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores, com o objetivo de regular, por meio de convenções coletivas, os termos e condições de emprego”.

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Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP Já a Convenção 154 da OIT, em sua Parte III – Estímulo

à Negociação Coletiva, estabelece que:

“Art. 5º.

1. Deverão ser adotadas medidas adequadas às condições nacionais no estímulo à negociação coletiva.

2. As medidas a que se refere o parágrafo 1 deste artigo devem prover que: a) a negociação coletiva seja possibilitada a todos os empregadores e a todas as categorias de trabalhadores dos ramos de atividade a que aplique a presente Convenção;

b) a negociação coletiva seja progressivamente estendida a todas as matérias a que se referem os anexos a, b e c do artigo 2 da presente Convenção (a - fixar as condições de trabalho e emprego; b - regular as relações entre empregadores e trabalhadores; c - regular as relações entre os empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores, ou alcançar todos estes objetivos de uma só vez);

c) seja estimulado o estabelecimento de normas de procedimentos acordadas entre as organizações de empregadores e as organizações de trabalhadores; d) a negociação coletiva não seja impedida devido à inexistência ou ao caráter impróprio de tais normas;

e) os órgãos e procedimentos de resolução dos conflitos trabalhistas sejam concedidos de tal maneira que possam contribuir para o estímulo à negociação coletiva.

Art. 6º - As disposições da presente Convenção não obstruirão o

funcionamento de sistemas de relações de trabalho, nos quais a negociação coletiva ocorra num quadro de mecanismos ou de instituições de conciliação ou de arbitragem, ou de ambos, nos quais tomem parte voluntariamente as partes na negociação coletiva.

Art. 7º - As medidas adotadas pelas autoridades públicas para estimular o

desenvolvimento da negociação coletiva deverão ser objeto de consultas prévias e, quando possível, de acordos entre as autoridades públicas e as organizações patronais e as de trabalhadores.

Art. 8º - As medidas previstas com o fito de estimular a negociação coletiva

não deverão ser concebidas ou aplicadas de modo a obstruir a liberdade de negociação coletiva”.

Note-se especialmente o comando da alínea “e” do § 2º

do art. 5º, que aponta para a necessidade de que os órgãos de resolução dos conflitos trabalhistas possam contribuir para o estímulo à negociação coletiva. É curial que nós, como Justiça do Trabalho, por atribuição

constitucional, missão institucional e responsabilidade social,

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reflitamos sobre esse aspecto, se continuamos alinhados a esse desiderato.

A Constituição Federal de 1988, conjugando tais disposições internacionais sobre o instituto da negociação coletiva com os princípios fundamentais do valor social do trabalho e da livre

iniciativa, ratificados pelo art. 1º, IV, deu sinalização clara de prestígio à negociação coletiva ao elencar entre os direitos

constitucionalmente assegurados aos trabalhadores brasileiros, por 4

vezes, o recurso à negociação coletiva.

O Constituinte de 1988 foi sábio ao estabelecer o ponto

de equilíbrio entre autonomia negocial coletiva e indisponibilidade de

direitos trabalhistas, não admitindo nem a flexibilidade total, nem a

rigidez absoluta do ordenamento jurídico laboral.

Os parâmetros da autonomia negocial coletiva ficaram bem estabelecidos na Carta Magna, nos incisos VI, XIII, XIV e XXVI do

art. 7°, quando mencionam:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros

que visem à melhoria de sua condição social: [...]

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo

coletivo;

[...]

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

[...]

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho” (grifos nossos).

A referência às convenções e acordos coletivos que se faz nos incisos VI e XIII do art. 7º da Constituição Federal, desde a sua promulgação em 5 de outubro de 1988, tem sido interpretada como

autorização constitucional à flexibilização de normas legais trabalhistas, substituídas pela vontade negocial coletiva e a tutela sindical dos direitos laborais (cfr. Júlio de Assunção Malhadas, “A

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Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP Flexibilização das Condições de Trabalho em face da Nova Constituição”,

in “Curso de Direito Constitucional do Trabalho”, LTr – 1991 – São Paulo,

pág. 143; Ives Gandra Martins Filho, “Os Direitos Sociais na Constituição Federal de 1988”, in “Constituição Federal”, RT – 2008 – São Paulo, págs. 91-94; Ives Gandra Martins Filho, “Valorização da Negociação Coletiva e Flexibilização das Normas Legais Trabalhistas”, in “Lições de Direito Constitucional”, Gen-Forense – 2008 – Rio, págs. 457-464), fazendo eco à Convenção 98 da OIT, que, já à época da promulgação da Carta Política vigente no Brasil, apontava que o melhor meio para regular os termos e

condições de trabalho eram as convenções coletivas (cfr. art. 4º), uma

vez que os que melhor conhecem as necessidades, vicissitudes e possibilidades de cada setor econômico são os que nele trabalham e desenvolvem seu esforço produtivo.

As autorizações excepcionais para redução salarial ou

redução/dilatação de jornada fazem-se, como assenta a doutrina, pelo princípio da reciprocidade ou das vantagens compensatórias, pelas quais,

v.g., determinada redução salarial ou de jornada laboral se compensa com a concessão de estabilidade provisória no emprego ou vantagens econômicas indiretas (cfr. Estêvão Malet e Marcos Fava, “Comentários à Constituição do Brasil”, Coordenação J.J. Gomes Canotilho, Gilmar Ferreira Mendes, Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Luiz Streck, Co-Edição Saraiva – Almedina – IDP, 2014, págs. 566-568 e 576-579 de comentários aos incisos VI, XIII e XIV do art. 7º da CF).

Note-se que a Carta Magna de 1988 admitiu a

substituição das normas legais por normas convencionais em relação aos dois principais direitos trabalhistas, que são salário e jornada (CF,

art. 7º, VI e XIII), justamente aqueles pelos quais trabalhadores e empregadores mais divergem: os trabalhadores pretendendo sempre melhores salários com menores jornadas, e os empregadores precisamente o contrário. Se chegam a um consenso, é porque as normas estabelecidas por convenção ou acordo coletivo firmado satisfazem a ambos, em face das

concessões recíprocas realizadas pelas partes negociadoras.

Não há dúvida possível sobre a natureza jurídica do

intervalo intrajornada: dizem respeito à jornada de trabalho. Portanto,

não há dúvida, igualmente, de que a elas se aplicam os incisos XIII e

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XIV do art. 7º da CF: podem ser reduzidas (XIII) ou aumentadas (XIV) por

convenções ou acordos coletivos, além dos limites constitucionais. Nesse sentido, determinada convenção coletiva que as desconsidera para efeito de jornada de trabalho, porque efetivamente não há labor, não está fazendo outra coisa além de implementar o preceito constitucional que admite a redução da jornada, pois essas horas, a rigor, não são de trabalho efetivo, não cabendo a cogitação de que constituem horas extras prestadas.

A Seção III do Capítulo II do Título II da CLT, que trata “Dos períodos de descanso”, disciplina a questão do intervalo intrajornada, verbis:

“Art. 71 -Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas”.

Ora, mesmo diante de todos esses fatos e das Convenções 98 e 154 da OIT e incisos VI, XIII, XIV e XXVI do art. 7º da CF/88, a jurisprudência hoje dominante no TST segue no sentido de se anular

cláusulas de convenções e acordos coletivos que flexibilizam o § 1º do art. 71 da CLT, por entender que constitui norma de ordem pública,

relacionada com a duração da jornada de trabalho e, por conseguinte, com a higiene e segurança do trabalho. Afigura-se inadmissível a transação que importe em renúncia a direito previsto em norma trabalhista de caráter cogente, com manifesto prejuízo para o empregado.

Se, por um lado, como reconhece a doutrina, “o controle

do tempo gasto no trabalho tem finalidades (a) higiênicas, garantindo, com a concessão de descansos regulares, a preservação da saúde do trabalhador, (b) econômicas, eis que sem intervalos razoáveis entre os turnos de trabalho, os trabalhadores não teriam como aplicar seus salários e movimentar sua economia, e (c) sociais, porque o convívio com parentes, amigos e familiares constitui fator importante de

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desenvolvimento do homem e não poderia ser usufruído se não houvessem limites para as horas de trabalho” (Estêvão Mallet e Marcos Fava, op. cit., pág. 577), por outro, não se pode considerar norma

constitucionalmente elencada como de jornada de trabalho e passível de flexibilização como norma de medicina e segurança do trabalho, infensa à negociação coletiva, pois o referido dispositivo consolidado se

encontra, como já dito, na Seção III do Capítulo II do Título II da CLT, enquanto as normas de “Segurança e Medicina do Trabalho” integram o Capítulo V do mesmo título.

Como se percebe, o conceito de norma cogente fica

superlativamente ampliado pela jurisprudência do TST, ao arrepio das

normas constitucionais garantidoras e prestigiadoras da negociação coletiva, reduzindo substancialmente a autonomia negocial coletiva, em um intervencionismo estatal do Estado-Juiz, muito além daquele levado a cabo pelo Estado-Administrador ou Legislador, pois estamos diante de hipótese típica de flexibilização de norma salarial, garantida expressamente pelo art. 7º, VI, da CF.

É princípio básico de exegese constitucional que as normas legais é que devem ser interpretadas à luz da Constituição e não o contrário, segundo o princípio da primazia da Constituição, primeiro de todos os princípios hermenêuticos constitucionais (cfr. Luís Roberto

Barroso, “Interpretação Constitucional como Interpretação Específica”,

in “Comentários à Constituição do Brasil”, op. cit., págs. 92-93).

Não fora impactante e direto o desrespeito à

Constituição Federal perpetrado ao se anularem cláusulas de acordos e

convenções coletivas que flexibilizam o § 1º do art. 71 da CLT, tem-se que, pela teoria do conglobamento, toda negociação coletiva supõe concessões recíprocas e, uma vez constatada a eventual ilegalidade do negócio jurídico coletivo, a anulação deveria atingir o acordo ou convenção como um todo ou, no mínimo, compensar as concessões feitas pelo empregador. Entretanto, até mesmo a compensação tem sido rechaçada pela SBDI-1, como dimana do processo TST-E-ED-1928-03.2010.5.06.0241, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, julgado em 20/02/14.

Esse posicionamento colide ainda com os precedentes

do STF sobre o tema da negociação coletiva, a começar pelo leading case

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do Supremo sobre autonomia negocial coletiva, processo RE 590.415-SC (Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/04/15), traz ele estampado em sua ementa a necessidade de se respeitar tal autonomia negocial dos sindicatos, verbis:

“DIREITO DO TRABALHO. ACORDO COLETIVO. PLANO DE

DISPENSA INCENTIVADA. VALIDADE E EFEITOS. [...]

3. No âmbito do direito coletivo do trabalho não se verifica a mesma situação de assimetria de poder presente nas relações individuais de trabalho. Como consequência, a autonomia coletiva da vontade não se encontra sujeita aos mesmos limites que a autonomia individual. 4. A Constituição de 1988, em seu artigo 7º, XXVI, prestigiou a autonomia coletiva da vontade e a

autocomposição dos conflitos trabalhistas, acompanhando a tendência

mundial ao crescente reconhecimento dos mecanismos de negociação coletiva, retratada na Convenção n. 98/1949 e na Convenção n. 154/1981 da Organização Internacional do Trabalho. O reconhecimento dos acordos e convenções coletivas permite que os trabalhadores contribuam para a formulação das normas que regerão a sua própria vida [...]” (grifos nossos). Como se percebe do teor do voto do Ministro Relator, tem sido sistemática a anulação de cláusulas de acordos coletivos pela

Justiça do Trabalho, ao arrepio da Constituição Federal, como se dá também

no caso em apreço.

No entanto, o que mais impressiona na orientação atual da jurisprudência trabalhista, ainda refratária ao referido precedente e à sua ratio decidendi, é o fato de se fazer letra morta do art. 7º,

VI, XII, XIV e XXVI, da CF, quando não admite a flexibilização de salário e jornada de trabalho, expressamente admitidas constitucionalmente,

anulando cláusulas que não se referem absolutamente a direitos indisponíveis dos trabalhadores, já que ligados exclusivamente à

dimensão econômica de jornada de trabalho.

Mais gritante ainda é a decisão do saudoso Min. Teori

Zavaski, aplicando justamente o precedente do Tema 152, do Min. Barroso,

para caso similar e ainda mais contundente, que é supressão de horas in

itinere, nos seguintes termos:

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Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP “1. Trata-se de recurso extraordinário interposto em reclamação trabalhista visando, no que importa ao presente recurso, à condenação da reclamada ao pagamento de 4 (quatro) horas in itinere, com os reflexos legais.

O Tribunal Superior do Trabalho decidiu a controvérsia nos termos da seguinte ementa (fl. 1, doc. 29):

RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 11.496/2007. HORAS IN ITINERE. SUPRESSÃO. NORMA COLETIVA. INVALIDADE. 1. O princípio do reconhecimento das

convenções e acordos coletivos de trabalho, consagrado no artigo 7º, XXVI, da Constituição da República, apenas guarda pertinência com aquelas hipóteses em que o conteúdo das normas pactuadas não se revela contrário a preceitos legais de caráter cogente. 2. O pagamento das horas in itinere está assegurado pelo artigo 58, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, norma que se reveste do caráter de ordem pública. Sua supressão, mediante norma coletiva, ainda que mediante a concessão de outras vantagens aos empregados, afronta diretamente a referida disposição de lei, além de atentar contra os preceitos constitucionais assecuratórios de condições mínimas de proteção ao trabalho. Resulta evidente, daí, que tal avença não encontra respaldo no artigo 7º, XXVI, da Constituição da República. Precedentes da SBDI-I. 3. Recurso de embargos conhecido e não provido.

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados.

No recurso extraordinário, a parte recorrente aponta, com base no art. 102, III, „a‟, da Constituição Federal, violação aos seguintes dispositivos

constitucionais: (a) art. 7º, VI, XIII, XIV e XXVI, pois (I) „a Constituição

Federal expressamente admitiu a negociação coletiva de questões afetas ao salário e à jornada de trabalho‟ (fl. 13, doc. 38); (II) „o art. 58, § 2º, da CLT não se qualifica como norma de ordem pública, tampouco envolve direito indisponível‟ (fl. 13, doc. 38); (III) houve „a outorga de diversos benefícios em troca da flexibilização do pagamento das horas in itinere, de modo que, como um todo, a norma coletiva se mostra extremamente favorável aos trabalhadores‟ (fl. 25, doc. 38); (b) art. 5º, LIV, porque o acórdão recorrido „desborda da razoabilidade, vulnerando a proporcionalidade‟, uma vez que desconsiderou „acordo coletivo, veiculando flexibilização salarial em prol dos obreiros [...], obrigando o custeio das horas in itinere, e, concomitantemente‟ (fl. 27, doc. 38), manteve as demais vantagens compensatórias.

Sem contrarrazões.

O recurso extraordinário foi admitido na origem, sendo determinada sua remessa a esta Corte como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543-B, § 1º, do CPC/1973.

2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal apreciou discussão semelhante à presente, sob o rito do art. 543-B do CPC/1973, no julgamento do RE

590.415 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 29/5/2015, Tema 152), interposto contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho que negara

a validade de quitação ampla do contrato de trabalho, constante de plano de dispensa incentivada, por considerá-la contrária ao art. 477, § 2º, da CLT.

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Ao analisar o recurso paradigma, o STF assentou a seguinte tese: A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano de dispensa incentivada, enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de emprego, caso essa condição tenha constado expressamente do acordo coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais instrumentos celebrados com o empregado.

O voto condutor do acórdão, da lavra do Ministro Roberto Barroso, foi proferido com base nas seguintes razões: (a) „a Constituição reconheceu as convenções e os acordos coletivos como instrumentos legítimos de prevenção e de autocomposição de conflitos trabalhistas; tornou explícita a possibilidade de utilização desses instrumentos, inclusive para a redução de direitos trabalhistas; atribuiu ao sindicato a representação da categoria; impôs a participação dos sindicatos nas negociações coletivas; e assegurou, em alguma medida, a liberdade sindical [...]‟; (b) „a Constituição de 1988 [...] prestigiou a autonomia coletiva da vontade como mecanismo pelo qual o trabalhador contribuirá para a formulação das normas que regerão a sua própria vida, inclusive no trabalho (art. 7º, XXVI, CF)‟; (c) „no âmbito do direito coletivo, não se verifica [...] a mesma assimetria de poder presente nas relações individuais de trabalho. Por consequência, a autonomia coletiva da vontade não se encontra sujeita aos mesmos limites que a autonomia individual‟; (d) „[...] não deve ser vista com bons olhos a sistemática

invalidação dos acordos coletivos de trabalho com base em uma lógica de limitação da autonomia da vontade exclusivamente aplicável às relações individuais de trabalho‟.

3. No presente caso, a recorrente firmou acordo coletivo de trabalho com o sindicato da categoria à qual pertence a parte recorrida para que fosse suprimido o pagamento das horas in itinere e, em contrapartida, fossem

concedidas outras vantagens aos empregados, „tais como fornecimento de cesta básica durante a entressafra; seguro de vida e acidentes além do obrigatório e sem custo para o empregado; pagamento do abono anual aos trabalhadores com ganho mensal superior a dois salários-mínimos; pagamento do salário-família além do limite legal; fornecimento de repositor energético; adoção de tabela progressiva de produção além da prevista na Convenção Coletiva‟ (fl. 7, doc. 29).

O Tribunal de origem entendeu, todavia, pela invalidade do acordo coletivo de trabalho, uma vez que o direito às horas in itinere seria indisponível em razão do que dispõe o art. 58, § 2º, da CLT: Art. 58 [...] § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.

O acórdão recorrido não se encontra em conformidade com a ratio adotada no julgamento do RE 590.415, no qual esta Corte conferiu especial relevância ao princípio da autonomia da vontade no âmbito do direito coletivo do trabalho.

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Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP Ainda que o acordo coletivo de trabalho tenha afastado direito assegurado aos trabalhadores pela CLT, concedeu-lhe outras vantagens com vistas a compensar essa supressão.

Ademais, a validade da votação da Assembleia Geral que deliberou pela celebração do acordo coletivo de trabalho não foi rechaçada nesta demanda, razão pela qual se deve presumir legítima a manifestação de vontade proferida pela entidade sindical.

Registre-se que a própria Constituição Federal admite que as normas coletivas de trabalho disponham sobre salário (art. 7º, VI) e jornada de trabalho (art. 7º, XIII e XIV), inclusive reduzindo temporariamente remuneração e fixando jornada diversa da constitucionalmente estabelecida.

Não se constata, por outro lado, que o acordo coletivo em questão tenha extrapolado os limites da razoabilidade, uma vez que, embora tenha limitado direito legalmente previsto, concedeu outras vantagens em seu lugar, por meio de manifestação de vontade válida da entidade sindical.

4. Registre-se que o requisito da repercussão geral está atendido em face do que prescreve o art. 543-A, § 3º, do CPC/1973: „Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal‟.

5. Diante do exposto, com base no art. 557, § 1º-A, do CPC/1973, dou provimento ao recurso extraordinário para afastar a condenação da

recorrente ao pagamento das horas in itinere e dos respectivos reflexos salariais.

Após o trânsito em julgado, oficie-se à Vice-Presidência do Tribunal

Superior do Trabalho, encaminhando-lhe cópia desta decisão para as devidas providências, tendo em conta a indicação do presente apelo como representativo de controvérsia” (grifos nossos).

Convém destacar da decisão referida, basicamente, dois elementos:

a) a ratio decidendi do precedente do Tema 152 da Tabela

de Repercussão Geral do STF, RE 590.415, de relatoria do Min. Luiz Roberto

Barroso, não se aplica apenas aos casos de adesão a PDV, mas a todas as cláusulas de acordos e convenções coletivas que flexibilizem direitos trabalhistas ligados a salário e jornada, nos termos dos incisos VI, XIII

e XIV do art. 7º da CF;

b) a teoria do conglobamento em matéria de negociação

coletiva foi endossada pelo STF, ao reconhecer que as vantagens

compensatórias outorgadas pelo empregador para flexibilizar direito

trabalhista torna razoável a avença concluída.

(15)

No Seminário Comemorativo dos 75 anos da Justiça do

Trabalho e dos 70 anos do Tribunal Superior do Trabalho, realizado na

cidade do Rio de Janeiro, pode-se ouvir a interpretação autêntica, por parte dos Ministros Luiz Roberto Barroso e Gilmar Mendes, do precedente do Supremo Tribunal Federal que passou a nortear as questões relativas à validade de cláusulas de convenções e acordos coletivos que

flexibilizem direitos trabalhistas.

O que impressionou da fala de ambos os palestrantes foi o fato de frisarem que a ratio decidendi do precedente STF-RE 590.415-SC (Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/04/15) era a de se

respeitar a autonomia negocial coletiva, nos termos do art. 7º, VI, XIII,

XIV e XXVI, da CF, nas ações anulatórias de cláusulas de ACT/CCTs, estabelecendo os parâmetros a serem seguidos em matéria de negociação

coletiva, fixando a tese geral de que deveria ser respeitada a vontade coletiva dos trabalhadores e empregadores, plasmada em instrumentos

normativos negociados, em face do princípio da boa-fé, nos seguintes termos, bastante contundentes:

“DIREITO DO TRABALHO. ACORDO COLETIVO. PLANO DE

DISPENSA INCENTIVADA. VALIDADE E EFEITOS.

[...]

3. No âmbito do direito coletivo do trabalho não se verifica a mesma situação de assimetria de poder presente nas relações individuais de trabalho. Como consequência, a autonomia coletiva da vontade não se

encontra sujeita aos mesmos limites que a autonomia individual.

4. A Constituição de 1988, em seu artigo 7º, XXVI, prestigiou a autonomia coletiva da vontade e a autocomposição dos conflitos trabalhistas, acompanhando a tendência mundial ao crescente reconhecimento dos mecanismos de negociação coletiva, retratada na Convenção n. 98/1949 e

na Convenção n. 154/1981 da Organização Internacional do Trabalho. O

reconhecimento dos acordos e convenções coletivas permite que os trabalhadores contribuam para a formulação das normas que regerão a sua própria vida.

(...)

27. O reverso também parece ser procedente. A concepção paternalista que recusa à categoria dos trabalhadores a possibilidade de tomar as suas próprias decisões, de aprender com seus próprios erros, contribui para a

permanente atrofia de suas capacidades cívicas e, por consequência, para a

exclusão de parcela considerável da população do debate público. (...)

(16)

Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 28. Nessa linha, li individuais de trabalho - (...)

48. Não socorre a causa dos trabalhadores a afirmação, constante do S z “ empregado merece proteção, inclusive, contra a sua própria necessidade ou â ” Não se pode tratar como absolutamente incapaz e inimputável

para a vida civil toda uma categoria profissional, em detrimento do explícito reconhecimento constitucional de sua autonomia coletiva (art. 7º, XXVI, CF). As normas paternalistas, que podem ter seu valor no âmbito do

direito individual, são as mesmas que atrofiam a capacidade participativa do trabalhador no âmbito coletivo e que amesquinham a sua contribuição para a solução dos problemas que o afligem. É através do respeito aos acordos negociados coletivamente que os trabalhadores poderão compreender e aperfeiçoar a sua capacidade de mobilização e de conquista, inclusive de forma a defender a plena liberdade sindical. Para isso é preciso, z” (grifos nossos).

O mais significativo na exposição do Min. Barroso no referido Seminário carioca foi o fato de afirmar que não defendia tal posicionamento por se ter tornado conservador ou reacionário, mas por acreditar que se tratava da melhor forma de proteger o trabalhador, assegurando-lhe autonomia negocial, sob tutela sindical, e não sob a contínua tutela estatal, seja legislativa, seja judicial.

No voto do saudoso Min. Teori Zavaski nesse leading

case, adotou-se explicitamente a teoria do conglobamento, segundo a qual

o acordo e convenção coletivos são fruto de concessões mútuas, cuja anulação não pode ser apenas parcial em desfavor de um dos acordantes

nem depender de explicitação de vantagens compensatórias à

flexibilização de direitos:

“C natureza eminentemente sinalagmática do acordo

coletivo, a anulação de uma cláusula tão sensível como essa demandaria

certamente a ineficácia do acordo em sua integralidade, inclusive em

(17)

relação às cláusulas que beneficiam o empregado. Aparentemente, o que se pretende é anular uma cláusula, que poderia ser contrária ao interesse do empregado, mas manter as demais. Não vejo como, num acordo que tem z á z ”

(págs. 39-40 do inteiro teor do acórdão, grifos nossos).

Em 09/05/16, o Min. Roberto Barroso descarta prevenção do RE 895.759 quanto à relatoria do Tema 152, pois o RISTF, art. 395-A,

exige relacionamento a tema PDV versus horas in itinere, e não à ratio

decidendi.

Em 09/12/16, ao apreciar o RE 895.759, julgado por unanimidade na 2ª Turma do STF, o mesmo Min. Teori Zavaski aplicava a

ratio decidendi do precedente do Tema 152 para o caso de supressão das horas in itinere mediante negociação coletiva, verbis:

“( ) O Tribunal de origem entendeu, todavia, pela invalidade do acordo

coletivo de trabalho, uma vez que o direito às horas in itinere seria indisponível em razão do que dispõe o art. 58, § 2º, da CLT (...) O acórdão

recorrido não se encontra em conformidade com a ratio adotada no

julgamento do RE 590.415, no qual esta Corte conferiu especial relevância

ao princípio da autonomia da vontade no âmbito do direito coletivo do trabalho. Ainda que o acordo coletivo de trabalho tenha afastado direito assegurado aos trabalhadores pela CLT, concedeu-lhe outras vantagens

com vistas a compensar essa supressão. Ademais, a validade da votação da Assembleia Geral que deliberou pela celebração do acordo coletivo de trabalho não foi rechaçada nesta demanda, razão pela qual se deve

presumir legítima a manifestação de vontade proferida pela entidade sindical. Registre-se que a própria Constituição Federal admite que as normas coletivas de trabalho disponham sobre salário (art. 7º, VI) e jornada de trabalho (art. 7º, XIII e XIV), inclusive reduzindo temporariamente remuneração e fixando jornada diversa da constitucionalmente ” (grifos nossos).

Confrontando ambas as decisões, chega-se à conclusão de que:

a) o reconhecimento de repercussão geral de

determinada matéria é passível de evolução, por ter tal juízo natureza mais administrativa do que judicial, podendo o STF, como o fez no caso concreto, rever seu posicionamento originário, conforme sua compreensão da importância que a matéria passou a adquirir ou a capacidade que tenha

(18)

Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP de dirimir em tempo socialmente aceitável as demandas que veio a reconhecer com repercussão geral;

b) a ratio decidendi do Tema 152, cujo precedente foi

o RE 590.415, transcende a questão concreta de plano de desligamento voluntário com quitação geral do contrato de trabalho, para se aplicar às questões relativas à negociação coletiva a tese da ampla autonomia

negocial coletiva dos sindicatos para estabelecer normas e condições de

trabalho, permitindo inclusive a supressão do pagamento de horas in

itinere;

c) sendo o saudoso Min. Teori Zavaski quem levantou

as teses da aplicação da teoria do conglobamento no precedente do PDV

do BESC e da aplicação da ratio decidendi deste último precedente (Tema

152) ao caso das horas in itinere (Tema 762), tem-se que as vantagens

compensatórias, a que faz menção neste último processo, não são condição

para a supressão do pagamento das horas de transporte, mas reforço de

fundamentação, para demonstrar como a negociação coletiva era válida; d) para dirimir qualquer dúvida, o eminente relator do precedente RE 590.415 (Tema 152), Min. Roberto Barroso, em artigo publicado na Revista do TST, em coautoria com a Drª Patrícia Perrone Campos Mello (“O Direito Coletivo do Trabalho no Supremo Tribunal

Federal: Planos de Demissão Incentivada e Autonomia da Vontade, um Estudo de Caso”, Volume 84/2, abril-junho/2018), deu a interpretação autêntica

do referido julgado, no sentido de que a Suprema Corte brasileira

albergou, naquela ocasião, a teoria do conglobamento, o que dispensa a especificação das vantagens compensatórias, uma vez que ínsitas ao negócio jurídico. Assim se manifestaram os referidos autores, no texto

principal e na nota de rodapé que explicita melhor a teoria do conglobamento:

“É diversos benefícios assentados em um acordo coletivo, mas suprimir justamente a cláusula que lhes impõe determinado ônus. Quando as partes chegam aos termos de um acordo, levam em consideração o conjunto de direitos e obrigações que se atribuem reciprocamente, de forma que ou acordo é válido na sua integralidade e, portanto, gera todos os custos e benefícios dele decorrentes, ou é inválido e, nesse caso, não gerará vantagens ou desvantagens para quaisquer das partes. (...) Não é possível

(19)

destacar de uma norma o que interessa e optar por descumprir o resto.

Deve-se observar, no ponto, a teoria do conglobamento. Como bem observado pelo Ministro Teori Zavascki em seu voto: (transcrição do voto

já )” (pgs. 36-37).

“A teoria do conglobamento prevê, justamente, que os benefícios obtidos

por uma categoria profissional devem ser considerados à luz do conjunto da

norma que os concedeu, não se podendo extrair dela apenas as previsões favoráveis e descartar as desfavoráveis. Nesse sentido: DELGADO,

Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTR, 2017. p. 214-216; CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho. 5. ed. Niterói: Impetus, 2011; MELO, Carlos Cavalcante. A teoria do conglobamento e a interpretação das cláusulas negociais coletivas frente aos princípios do direito do trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, v. 32, n. 32. P. 107-130 j / z 2009” (grifos

nossos).

Nesses termos, em que pese a permanência, na tabela de repercussão geral do STF, do Tema 762 sobre redução das horas in

itinere, verifica-se, do cotejo dos precedentes da Suprema Corte em

matéria de negociação coletiva, a superação daquele posicionamento

originário, de 2014 (RE 820.729, Tema 762), pelos mais recentes, de 2015

(RE 590.415, Tema 152, em que se fixou a tese geral da autonomia negocial coletiva como ratio decidendi) e de 2016 (RE 895.759, em que se aplicou à hipótese mais contundente, de supressão do pagamento das horas de transporte, o precedente do Tema 152).

Com efeito, a Lei 13.467/17, da reforma e modernização da legislação trabalhista, aplicável aos contratos vigentes a partir de 11 de novembro de 2017, veio a traçar parâmetros específicos do que se pode (15 hipóteses), ou não (30 hipóteses), negociar e flexibilizar, em relação à legislação trabalhista (CLT, arts. 611-A e 611-B), inclusive no que respeita ao intervalo intrajornada, verbis:

“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm

prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

(...)

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos

(20)

Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP Nela também foi explicitada a teoria do conglobamento, bem como a natureza não ligada à medicina e segurança do trabalho das normas ligadas à jornada de trabalho, nos seguintes termos:

“Art. 611-A. (...) (...)

§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas

em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua

nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico.

Art. 611-B. (...)

(...)

Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho

para os fins do disposto neste artigo” (grifos nossos).

Portanto, descontado o apego desta Corte à sua

jurisprudência refratária à flexibilização da legislação trabalhista,

por albergar uma visão ampliativa do conceito de indisponibilidade de

direitos laborais e redutora da autonomia negocial coletiva, que a faz

vislumbrar na última decisão do saudoso Min. Teori Zavaski a necessidade

das vantagens compensatórias, o fato é que nem a legislação atual (CLT,

art. 611-B, §§ 2º e 4º), nem a jurisprudência vinculante do STF (RE 590.415 e não o RE 895.759), admitem condicionar a validade da norma coletiva

que flexibiliza norma legal à concessão de vantagem compensatória explícita.

Ora, com todas as vênias, além de inconstitucional,

é de suma injustiça e conspira contra um sindicalismo responsável a

anulação de cláusula de acordo coletivo que flexibiliza, nos termos do

art. 7º, VI, da CF, norma de natureza salarial sobre salário. Não admitir, ademais, a compensação, nesses casos, quando anulada a cláusula, é

atentar, além disso, contra a própria Justiça Social, e ferir de morte

a orientação traçada no art. 766 da CLT, que assim reza:

“A . 766 - Nos dissídios sobre estipulação de salários, serão estabelecidas

condições que, assegurando justos salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição à ” (grifos nossos).

(21)

Ou seja, a própria definição de justiça, de “dar a cada um o que é seu”, é descurada: se houve concessões mútuas, determinar a nulidade da cláusula que dispõe acerca da jornada de trabalho, sem observar a respectiva compensação das vantagens concedidas pelo empregador em contrapartida pela flexibilização da norma legal, significa o mesmo que, guardadas as devidas proporções entre as searas civilista e trabalhista, mas radicado ao conceito de justiça em si,

admitir, num contrato de compra e venda, que o vendedor devolva o dinheiro

sem que o comprador tenha de devolver a mercadoria adquirida.

Conclui-se, assim, que a atual orientação do TST, de

reduzir substancialmente a autonomia negocial coletiva e ampliar superlativamente o conceito de normas trabalhistas cogentes, por ser

visivelmente contra todo o contexto inspirador do constituinte originário, mostra-se, infelizmente - porquanto creio não ser essa a conclusão que se chegaria a partir de todo esse pano de fundo, agora cabalmente estendido - gritantemente injusta, ao privilegiar um segmento em detrimento de outro, mantendo as vantagens obtidas por uma das partes e acrescendo-as daquelas que caberiam à outra. Se a tônica era a compensação e esta não foi aceita, porquanto uma das verbas suspostamente não poderia ser negociada nos termos em que o foi, a nulidade é do negócio como um todo ou ao menos das vantagens compensatórias também, não podendo ser auferidas as verbas que vinham como vantagem defluente da transação compensatória. O princípio da boa-fé, inerente a qualquer negociação, imporia o retorno ao status quo ante à transação realizada.

É, pois, de se repensar a orientação seguida pela Corte, para se admitir ao menos a compensação, se a flexibilização é negada (e, repita-se, ao arrepio da Constituição), por um princípio

elementar de justiça, sob pena da Justiça do Trabalho, a par de desprestigiar a negociação coletiva, indo na contramão das Convenções

98 e 154 da OIT, estimular a irresponsabilidade sindical e acirrar os

conflitos trabalhistas, uma vez que os empregadores não estarão dispostos

a negociar se depois a Justiça Laboral desfaz o negociado, mas sempre em benefício do trabalhador, não do direito ou da justiça. Passaríamos a contemplar um universo de alienação dos cânones que deram origem e

(22)

Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP informaram a prática do instituto, conduzindo-nos por vereda perigosa, sujeita apenas ao alvedrio da subjetividade de quem julga.

Por derradeiro fundamento, ainda que superada a tese

supracitada, do cotejo entre a proposta de revisão das cláusulas

apresentadas na exordial pelo Sindicato obreiro (cfr. págs. 3-21) e aquelas acordadas judicialmente em 18/03/19 (cfr. págs. 130-142), verifica-se a existência de vantagens compensatórias no instrumento coletivo referentes aos benefícios concedidos aos empregados, tais como:

a) o plano de saúde previsto no caput da cláusula 26ª,

no sentido de que “será concedido aos trabalhadores um plano de saúde

individual – PLANO AMBULATORIAL PRATA (Saúde Maior) -, sem qualquer ônus aos obreiros” (cfr. pág. 138, grifos nossos), o que representa custo

significativo para as Empresas, porém, com inequívoca proteção à saúde do trabalhador, vindo ao encontro dos anseios da categoria profissional, como constou na justificativa inserta na exordial, no aspecto (cfr. pág. 16);

b) o pagamento do “13º Vale Refeição”, o pagamento ao

“funcionário afastado por auxílio doença, o correspondente vale

alimentação do mês do início do benefício, acrescido de um mês complementar” e o pagamento do vale alimentação aos funcionários, “quando o mesmo estiver no gozo das férias” (cfr. cláusula 6ª, §§ 1º, 4º e 5º,

respectivamente).

Tal situação, portanto, vai ao encontro do precedente

da SDC desta Corte, de modo a possibilitar a flexibilização quanto à jornada de trabalho mediante negociação coletiva, verbis:

“RECURSOS ORDINÁRIOS EM AÇÃO ANULATÓRIA.

CLÁUSULA QUE PREVÊ A SUPRESSÃO DAS HORAS IN ITINERE. COMPROVADA CONTRAPARTIDA. AUTONOMIA DA VONTADE COLETIVA. ENTENDIMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE‟s 590.415/SC E 895.759/PE). AUSÊNCIA DE DISTINGUISHING. DECISÃO VINCULANTE. O

STF, ao reconhecer a envergadura do princípio constitucionalmente albergado da autonomia negocial da vontade coletiva (art. 7º, XXVI), com a força vinculante emanada de seus precedentes constantes dos RE‟s 590.415/SC e 895.759/PE, assentou parâmetro de julgamento distinto daquele que vinha sendo adotado prevalentemente pela Justiça do Trabalho sobre a negociação coletiva. Com efeito, a Suprema Corte assentou que,

(23)

„ainda que o acordo coletivo de trabalho tenha afastado direito assegurado aos trabalhadores pela CLT, concedeu-lhe outras vantagens com vistas a compensar essa supressão‟ (RE 895.759). No caso, a Convenção Coletiva 2016/2017, apesar de ter afastado o direito às horas

itinerantes na Cláusula 38, em situação incontroversa na qual o empregador fornece a condução aos empregados, conferiu várias vantagens

nitidamente compensatórias da supressão, e sem previsão em lei, aos trabalhadores. Note-se que todos os atores sociais (empresa, sindicato

profissional e sindicato patronal), nesta hipótese, convergem e buscam o

mesmo provimento: a manutenção da cláusula que afastou as horas in

itinere. É imperativo concluir que retirar a cláusula, substituindo a vantagem pelo pagamento em dinheiro, não representaria proteção em si para a classe trabalhadora, fazendo-se, por consequente, aplicação inadequada do princípio protetivo do trabalhador. Assim sendo, conclui-se que se trata da

mesma situação examinada pelo STF, não havendo nenhum distinguishing que autorize a não incidência do entendimento vinculante daquela Corte. Por essas razões, é válida a cláusula que

suprime as horas itinerantes, diante da comprovada e larga contrapartida

de vantagens econômicas e sociais conferidas pela norma coletiva em sua integralidade. Recursos ordinários conhecidos e aos quais se dá

provimento” (TST-RO-22201-91.2016.5.04.0000, Rel. Min. Aloysio

Corrêa da Veiga, DEJT de 22/03/19) (grifos nossos).

Oportuno ressaltar que não há de se falar na suposta afronta à Súmula 437 do TST, uma vez que as suas disposições regem situação pretérita à vigência da Lei 13.467/17, o que não se amolda ao presente

caso, em que as cláusulas convencionais foram homologadas judicialmente

em 18/03/19, razão pela qual tenho por constitucionalmente válida a

cláusula 10ª da CCT em apreço.

Por fim, cabe assinalar que a Súmula 437, II, do TST

contraria o precedente vinculante do STF, ao considerar infensa à

negociação coletiva norma da CLT disciplinadora de jornada de trabalho. Ora, a referida Súmula foi incluída no rol de 20

enunciados da jurisprudência do TST a serem cancelados, em face de seu conflito com a Lei 13.467/17, conforme parecer da Comissão de Jurisprudência e Precedentes Normativos do TST datado de 10/05/18. No

entanto, na sessão de 18/03/19, a análise do cancelamento de tais enunciados foi suspensa pelo Pleno deste Tribunal Superior, por maioria, em face do ajuizamento da ADC 62 perante o STF, visando discutir a

(24)

Firmado por assinatura digital em 21/10/2019 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP constitucionalidade do art. 702, I, “f”, da CLT, que trata do rito de edição e revisão de súmulas do TST.

Contudo, em que pese a possibilidade de

flexibilização, in casu, a redação da Cláusula 10ª em apreço deve ser

adequada à disposição expressa do art. 611-A, III, da CLT, verbis:

“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm

prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

(...)

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos

para jornadas superiores a seis horas” (grifos nossos).

Desse modo, a Cláusula 10ª da Convenção Coletiva de

Trabalho de 2018/2019 deve ser adequada ao supracitado dispositivo

Consolidado, conferindo-se nova redação, nos seguintes termos:

“CLÁUSULA DÉCIMA – JORNADA DE TRABALHO – As empresas poderão adotar a jornada de trabalho de 07h20min diários, com intervalo de

30 minutos, sem redução e sem acréscimo salarial e/ou gratificação de hora

extraordinária”.

Ante o exposto, CONHEÇO do recurso ordinário e, no mérito, dou-lhe provimento parcial para adequar a redação da Cláusula

10ª da Convenção Coletiva de Trabalho ao disposto no art. 611-A, III, da CLT, concedendo intervalo intrajornada de 30 minutos.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Seção Especializada em

Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para adequar a redação da Cláusula 10ª da Convenção Coletiva de Trabalho ao disposto no art. 611-A, III, da CLT, concedendo intervalo intrajornada de 30 minutos.

Brasília, 14 de outubro de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO Ministro Relator

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