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Academic year: 2021

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Ilustração de painel eletrônico de rádio

Diferentes formas de transmissão de ondas sonoras, em termos de modulação, diferenciam a FM da AM.

Eduardo Vicente

Professor Doutor – ECA/USP

O funcionamento do rádio baseia-se no princípio de campos eletromagnéticos, cuja existência foi demonstrada matematicamente pelo britânico James Clerk Maxwell, em 1873. A comprovação prática da teoria de Maxwell, de que o eletromagnetismo atravessava o espaço em forma de ondas, foi obtida pelo alemão Heinrich Rudolf Hertz, em 1887. Em homenagem a ele, as ondas eletromagnéticas receberam o nome de “ondas hertzianas” (link para texto seguinte). É através dessas ondas que as transmissões de rádio chegam até nós.

Conforme seu uso nas telecomunicações, o espectro eletromagnético é assim dividido:

Nome Freqüência Amplitude Uso

Ondas Médias 100 a 1.000 KHz 100 a 1.000 m

Transmissões a média distância (rádios locais e regionais)

Ondas Curtas 10 a 30 KHz 10 a 100 m Transmissões a longa distância (emissoras internacionais) VHF 30 A 300 MHz 1 A 10 m Rádio FM e televisão UHF 300 a 3.000 MHz 1 m Televisão

A transmissão de rádio é feita através de um processo chamado modulação que envolve dois tipos de onda: a “onda portadora” e a “onda moduladora”. A onda portadora é aquela que transporta o sinal. A moduladora, aquela que traz em si o conteúdo a ser transmitido.

No rádio, ocorrem dois tipos de modulação:

Amplitude Modulada (AM): No Brasil, ela opera com freqüências que vão de 525

a 1720 KHz. O rádio AM atinge maiores distâncias, mas tem uma baixa qualidade de som, tanto por sofrer muitas interferências (por raios, fios e aparelhos elétricos) quanto por apenas conseguir transmitir sons que ficam na região média para o ouvido humano. Ou seja, ele não tem muitos graves e agudos, por isso é que o som da AM parece “fechado”.

Freqüência Modulada (FM): Tem qualidade de transmissão muito superior à da

AM, sem interferências e numa faixa sonora mais ampla (com mais graves e agudos). No Brasil, as rádios comerciais de FM operam na faixa de 87,9 a 107,9 MHz. Sua deficiência é o alcance, que é limitado a um raio máximo de 150 Km. Isso

Módulo Básico 02 - Mídia Rádio

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Ilustrações sobre a qualidade de cópias no processo

analógico e no digital

só começou a ser resolvido, no Brasil, a partir da década de 80, quando foi iniciada a transmissão por satélite.

As ondas hertzianas

As ondas hertzianas são definidas a partir de duas medidas de grandeza: “freqüência” e “amplitude”. Freqüência refere-se ao número de vibrações (ou ciclos) que a onda realiza em um segundo. Ela é medida em “Hertz” (Hz). Mil Hertz equivalem a um KiloHertz (KHz) e um milhão de Hertz a um MegaHertz (MHz). A amplitude (ou comprimento de onda) é medida em metros (m) e se refere à distância entre o ponto máximo e o mínimo atingido pela onda em cada um de seus ciclos. (EV)

Mão na massa: aspectos técnicos para produção de rádio

Renato Tavares

Mestrando – ECA/USP

Os novos suportes de mídia e formatos de som podem gerar dúvidas e nos deixar confusos se não compreendermos como eles funcionam. Por que o CD toca no computador e não funciona no aparelho de som? Por que em um CD couberam mais de cem músicas e no outro couberam apenas quinze? As novas tecnologias, diferentemente do que alguns dizem, não são nenhum “bicho de sete cabeças” e trazem muitas vantagens como miniaturizar e baratear equipamentos para gravação de áudio, diminuir o tamanho de arquivos de som e melhorar a qualidade sonora.

Para começo de conversa, vamos entender o que significa essa recente revolução oriunda da mudança do analógico para o digital. Em um meio analógico a cópia não é exata, mas parecida com o original. Como você pode observar na figura ao lado, a cópia do meio já apresenta algumas pequenas diferenças do original. Já a cópia da direita, feita a partir da anterior (“cópia da cópia”) difere ainda mais do original. A este processo damos o nome de degradação, que é uma característica do sistema analógico. Podemos notar esse processo quando copiamos trechos de áudio de uma fita cassete para outra. A qualidade vai piorando a cada cópia de cópia!

O sistema digital é tecnicamente um pouco mais complexo e se baseia em 2 dígitos: “0” e “1”. Isto significa que toda a informação, texto, figura ou música é convertida em códigos formados apenas por 0 e 1. Depois dessa conversão, a máquina reproduz esses mesmos códigos durante a cópia.

Se você copiar essa imagem em cem ou mais CDs ela continuará idêntica. E se a partir de qualquer uma das cópias você resolver criar outra, a imagem será sempre

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Disquetes

Não é possível gravar grande quantidade de som nos disquetes.

Foto de CDs

Existem CDs com suporte apenas para áudio e outros que permitem gravar diferentes dados (textos, fotos, áudio etc.).

a mesma! Isto significa que no processo digital não há degradação, não há perda de qualidade. Portanto, um CD com faixas sonoras pode ser copiado muitas vezes sem que a qualidade seja comprometida.

Disquetes, CDs e arquivos sonoros

Os disquetes gravam apenas dados (arquivos de textos, fotos, etc). Como a capacidade de

armazenamento de um disquete é pequena não conseguimos salvar muitos arquivos de som nele. Além disso, o disquete só reconhece os arquivos de áudio como dados, como arquivos para serem abertos no computador. Já os CDs podem ser gravados:

• como suporte apenas de áudio (com faixas sonoras),

• como suporte de dados (arquivos de textos, fotos, áudios, vídeo, etc).

Os aparelhos de som com CD geralmente conseguem executar as músicas e arquivos de som apenas quando o CD foi gravado como um CD de áudio e não de dados. Podemos ouvir as faixas de um CD de áudio tanto no computador, como no aparelho de som ou em um aparelho de DVD. Mas, quando o CD foi gravado como dados, conseguimos acessar e ouvir os arquivos de som apenas no computador e em alguns aparelhos de DVD que lêem arquivos.

Você deve estar perguntando: “Qual a vantagem, então, de fazer um CD com sons no formato de CD de dados?” O segredo está na capacidade de armazenamento do CD. Se você gravar o CD como CD de áudio caberão no máximo 80 minutos de som, música, etc, ou seja, pouco menos de 16 faixas de cinco minutos. No entanto, se você gravar o CD como dados, poderá salvar mais músicas, pois o que delimita a quantidade neste caso é o espaço no CD (700 Megabytes) e não os 80 minutos. Como os arquivos de som não ocupam muito espaço, há uma diferença sensível quando se salva músicas no formato de dados em um CD.

Surge, então, outra questão: dependendo do formato do arquivo de som é possível salvar mais material no CD de dados? Sim! Foi aí que surgiu a onda do “mp3”. Trata-se de um formato de arquivo de som que reduz em aproximadamente dez vezes o tamanho do arquivo, com uma perda minimamente perceptível de qualidade, em relação ao formato de som usual (chamado de “wav”). Quando os arquivos de som estão no formato “mp3” é possível salvar mais arquivos num CD e também esperar muito menos tempo para baixá-los da Internet para seu computador (fazer download).

Combinado com as novas mídias regraváveis portáteis, como os famosos

“pendrives”, o uso dos formatos de áudio comprimido pode aumentar bastante as possibilidades de registro e armazenamento de som.

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Fita cassete

A fita cassete ainda é um meio bastante prático para a gravação

Foto de microfones

Os microfones transformam as ondas sonoras em energia

Captando o som

Como captar o som?

As formas mais usadas nas instituições de ensino para captação de som visando a realização de programas de rádio são:

• Gravador de mão com fita cassete

• Microfone (plugado na mesa de som ou no computador)

O gravador de mão utiliza fita cassete (analógica). Para realizar uma gravação, basta pressionar ao mesmo tempo os botões “play” (triângulo) e “rec” (círculo). Certifique-se de que o orifício de entrada de som esteja apontado para quem fala. Lembre-se de que ele funciona como um microfone embutido. Evite gesticular com a mão que segura o gravador, pois isso afetará o volume e a qualidade do som. Procure deixar a entrada de som do gravador a uma distância de aproximadamente um palmo da boca de quem está falando.

Recomenda-se identificar claramente os lados A e B da fita para não se confundir sobre qual lado está sendo utilizado. É melhor usar sempre o mesmo lado até que ele termine e evitar gravar ora no lado A ora no lado B, o que cria confusão no momento de localizar o trecho de áudio na fita.

Também é preciso tomar cuidado com o início da fita para evitar gravar na parte branca porque nela não fica registrada nenhuma informação sonora. Deve-se esperar surgir a parte preta da fita magnética para iniciar a gravação. Preste atenção também no momento de voltar a fita para não gravar nada em cima de outra produção sonora que já estava pronta.

Os microfones

Microfones nada mais são do que sistemas que transformam as ondas sonoras em energia elétrica. Os principais tipos de microfones são:

• Microfones dinâmicos: são considerados os microfones profissionais mais resistentes. Não precisam de uma fonte externa de energia para funcionar e são mais resistentes a impactos físicos (bater, mover bruscamente etc). No entanto, sua fidelidade de reprodução de som nem sempre é a melhor.

• Microfones de condensador: necessitam de uma fonte de energia como pilha ou bateria.

Apresentam boa qualidade de som. No entanto, a maioria dos microfones de condensador não é tão resistente como os dinâmicos e usá-los em

condições climáticas adversas pode ser problemático.

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De acordo com a característica de direção e ângulo de captação de som, existem três categorias básicas de microfones:

• Microfone omnidirecional ou “não-direcional”: é igualmente sensível a sons provenientes de qualquer direção. Trata-se de uma característica vantajosa em um programa de rádio no qual várias pessoas podem ficar ao redor do microfone.

• Microfone bi-direcional: é sensível a sons vindos de duas direções. É muito usado em programas de rádio quando duas pessoas se colocam frente a frente.

• Microfone unidirecional: é sensível a sons provenientes primordialmente de uma só direção.

Nesta última categoria de microfones direcionais, existem algumas sub-divisões: • Cardióide: recebe este nome porque sua área de sensibilidade se assemelha

à forma de um coração. É sensível aos estímulos sonoros em uma área ampla na frente do microfone, mas é relativamente insensível aos sons oriundos atrás do mesmo. Este tipo de microfone é útil como “microfone de mão”.

• Supercardióide: é mais direcional que o padrão sensível do cardióide. Quando este tipo de microfone é apontado para uma fonte sonora, a interferência dos sons fora do foco de percepção é eliminada. São muito usados em produções, em locações e em coberturas esportivas. Devido a sua grande direcionalidade oferecem uma boa captação quando usados a uma distância entre 2 e 5 metros da fonte sonora.

• Hipercardióide: possui padrão de resposta ainda mais direcional. Devido ao seu estreito ângulo de sensibilidade, os sons fora desta área de captação serão eficientemente eliminados. Porém, isto significa também que este tipo de microfone deve ser precisamente apontado para a fonte sonora.

Usando o microfone

Deixar os cabos dos microfones encostados em cabos pelos quais passa corrente elétrica ocasionalmente provoca interferências. Tente sempre separá-los e evitar que um passe por cima do outro para não causar uma espécie de zumbido no áudio.

É aconselhável que, ao utilizar um microfone de mão, este fique inclinado cerca de 30 graus e não completamente perpendicular à boca. A maioria dos microfones de mão deve ser usada a cerca de um palmo de distância da boca. Falar praticamente “colado” ao microfone pode:

• aumentar a sibilância (exagero ou distorção do som do "s");

• causar o que chamamos de “pufs” (sons explosivos das sílabas com a letra “p”).

Conexões e cabos

Os equipamentos e aparelhos de som, como uma mesa de som por exemplo, têm basicamente 2 tipos de orifícios:

• In (entrada): é por onde entram informações nos aparelhos eletrônicos. • Out (saída): é por onde saem informações nos aparelhos eletrônicos.

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Foto

Os cabos e conectores mais usados.

Se você tiver algum problema e perceber que não está escutando o áudio, verifique se o cabo está saindo do “out” do aparelho em que está a fita ou CD e se está entrando no “in” do local onde ele deve ser ouvido. As mesas de som apresentam entradas identificadas como “line” e “mic”. Nesta última conecte apenas microfone (daí vem o nome “mic). Em “line” você pode ligar equipamentos sonoros que “entrarão” na mesa de som (como um teclado, por exemplo).

Os cabos e conectores mais usados para produção sonora são:

• “P2” (mais fino) • “P10” (mais grosso)

• RCA (muito comuns em aparelhos de vídeocassete e DVD)

• XLR (circular com pequenos pinos) usados mais para conexão de microfones.

Caso você tenha um fio com terminação em “P2” e uma entrada “P10” (ou vice-versa) você pode usar adaptadores. Além dos cabos, mantenha sempre na escola alguns adaptadores prevendo as variáveis de tipos de entradas e saídas para evitar imprevistos.

Produção Sonora: novos horizontes

Eduardo Vicente

Professor Doutor – ECA/USP

A produção sonora tem sido grandemente beneficiada pelos desenvolvimentos recentes das tecnologias digitais. Atualmente, mesmo os mais simples computadores possuem recursos para a gravação e edição de áudio. Além disso, é possível contar para as produções digitais com eficientes softwares de uso livre como o Audacity

(http://audacity.sourceforge.net/), da Open Source. Já para a veiculação das produções, abriram-se grandes possibilidades através do uso das Webrádios, por exemplo, que possibilitam a transmissão da

programação a qualquer lugar do mundo sem as limitações políticas e técnicas vinculadas ao uso da freqüência comercial de rádio. Associada ao uso de rádios restritas (que podem operar por rádio-FLfreqüência e sem autorização prévia dentro de ambientes fechados), as webrádios podem possibilitar a integração de um número virtualmente ilimitado de escolas e entidades em uma única rede (nacional ou mundial) de produção e difusão de programas.

Podcast

O uso do podcast também tem se ampliado e, ao mesmo tempo, fugido do padrão de mera reprodução de seleções musicais. Blogs sonoros de esporte, política e

Imagem de HD de computador

Os meios digitais abriram novos horizontes para o rádio.

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comportamento, entre muitos outros, estão se tornando cada vez mais comuns. Os programas são disponibilizados em MP3 e podem ser baixados e ouvidos através de players do tipo I-Pod, micros ou mesmo celulares em qualquer momento e lugar. Existem, inclusive, sites gratuitos que permitem a disponibilização dos arquivos. O espaço de produção e recepção de áudio ampliou-se nos últimos anos, possibilitando uma grande aproximação entre os papéis de ouvinte e produtor, com a conseqüente reapropriação do veículo por indivíduos e grupos organizados. Isso oferece condições para uma renovação de sua linguagem e conteúdo, possibilitando uma revalorização artística do rádio e a atualização de gêneros e formatos hoje totalmente ausentes da grade comercial.

Referências

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