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Os Valores Notícia no Jornalismo de Proximidade O Caso da SIC Porto

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Academic year: 2019

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Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Jornalismo realizado sob a

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“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique.

Tudo o resto é publicidade”

George Orwel

“Nunca desista; o jornalismo não é, talvez, a mais velha profissão... mas é a melhor.”

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Agradecimentos

A toda a minha família, especialmente aos meus pais e à minha irmã, sem os quais jamais chegaria até aqui;

Aos meus amigos;

Aos professores e colegas do mestrado em Jornalismo; Aos meus colegas de casa na cidade de Lisboa;

Ao meu orientador, o professor Paulo Nuno Vicente, pela disponibilidade, pela ajuda e acompanhamento que contribuíram para a execução e finalização deste relatório;

A toda a equipa da SIC Porto que se cruzou comigo durante os 3 meses de estágio, pela amizade e pela partilha de conhecimentos;

A todos aqueles que se cruzaram comigo durante estes meses de trabalho e que de alguma forma contribuíram para que este relatório se tornasse possível.

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Relatório de Estágio

Os Valores Notícia no Jornalismo de Proximidade: O caso da SIC Porto

Ricardo José Azevedo Cruz

RESUMO

O presente relatório resulta e reflete a minha experiência enquanto jornalista estagiário na redação da Sociedade Independente de Comunicação (SIC), situado em Matosinhos, Porto. O estágio teve a duração de 3 meses, com início a 16 de Dezembro de 2015, e termino a 15 de Março de 2016. Com o tema “Os valores Notícia no Jornalismo Televisivo de Proximidade: O Caso da SIC Porto”, a realização deste relatório teve como principal objectivo terminar o mestrado em Jornalismo, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Ao longo da leitura deste relatório, vamos percebendo o poder que a televisão tem nos dias de hoje, assim como a importância e a procura do jornalismo de proximidade pelas pessoas.

PALAVRAS-CHAVE: estágio, jornalismo, jornalismo local, jornalismo proximidade, jornalismo televisivo, notícias, proximidade, SIC, SIC Porto, valores notícia

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ABSTRACT

News Values in Proximity Journalism: SIC Porto Case Study

ABSTRACT

This reports results and reflects my own experience as an intern journalist at the Sociedade Independente de Comunicação (SIC) newsroom, in Matosinhos, Porto. The internship lasted for 3 months and so it began on the 16th of December 2015 and it finished on the 15th of March 2016. The topic of this report is “News Values in Proximity Journalism: SIC Porto case study” and with it, I aim to finish my Masters Degree in Journalism at the Faculty of the Social and Human Sciences at the Nova University of Lisbon.

Through this report, it is possible to understand the power of television nowadays, as well as the importance and the research of the proximity journalism to people.

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ÍNDICE

Introdução ... 1

Capítulo I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 3

I. 1. Jornalismo nos dias de hoje ... 3

I. 2. Jornalismo televisivo ... 5

I. 3. Valores notícia ... 10

I.4. Construção da agenda noticiosa ... 14

I.5. Jornalismo de proximidade ...17

Capítulo II: A ENTIDADE DE ACOLHIMENTO – SIC PORTO ... 24

II. 1. Funcionamento interno ... 24

II. 2. Integração na redação ... 26

II. 3. Participação ativa ...30

Capítulo III: Composição da agenda para um jornal televisivo na SIC Porto .. 32

Conclusão ... 34

Bibliografia ... 36

Anexo 1: Estatuto editorial da SIC ... 43

Anexo 2: Estatuto editorial da SIC Notícias ... 45

Anexo 3: Entrevista com a jornalista Catarina Folhadela ... 47

Anexo 4: Entrevista com a jornalista Maria João Paes ... 52

Anexo 5: Entrevista com o jornalista Rui Lima ... 54

Anexo 6: Marcelo no Porto ... 57

Anexo 7: Assalto a caixa multibanco ... 59

Anexo 8:Acordão Julgamento mãe atirou filho ao Rio Douro ... 61

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Anexo 10: Day after cheias Maia ... 64

Anexo 11:Sigilo médico ... 66

Anexo 12:Sessão porteira homenageada ... 68

Anexo 13:Câmara vende palacete Pinto Leite ... 70

Anexo 14:Alunos ficam o dia inteiro na escola ... 72

Anexo 15:Circo oficinas carnaval UP ... 74

Anexo 16: Academia de cães ... 76

Anexo 17:Lego contrata portugueses ... 78

Anexo 18:Perlim ... 80

Anexo 19:Passagem de ano - Turismo ... 82

Anexo 20:Youtuber - Alexandre Santos ... 85

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Introdução

Este relatório de estágio tem como ponto de partida os valores notícia no jornalismo televisivo local. O objectivo é descrever, em pormenor, o trabalho desenvolvido ao longo dos três meses de estágio na redação da Sociedade Independente de Comunicação (SIC) no Porto, entre os dias 16 de Dezembro de 2015 e 16 de Março de 2016, e visa compreender especificamente o que faz com que algo seja notícia, nomeadamente no canal televisivo SIC.

A televisão é, a meu ver, o meio mais completo para quem quer trabalhar em informação. Neste suporte trabalhamos, em simultâneo, a escrita, a voz e a locução, e ainda convivemos de perto com o nosso suporte principal, a imagem. Atualmente em Portugal, a televisão continua a ser o principal meio de comunicação mais procurado para obter notícias, segundo o mais recente estudo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

Durante três meses de estágio, integrei-me na redação da SIC Porto e ao longo do estágio, acompanhei de perto aquilo que era o trabalho de um jornalista de televisão. Aprendi a escrever para televisão, ou seja, escrever para as imagens, passando pelos vários trabalhos de um jornalista de televisão.

Apresentarei uma abordagem teórica alternada com as pesquisas e eventuais questões sobre o tema escolhido para o presente relatório: “Os valores notícia no jornalismo televisivo local – o caso da SIC Porto”. Após algum estudo, procurarei esclarecer o estado atual do jornalismo, dar a conhecer o jornalismo televisivo, esclarecer o que leva um acontecimento a tornar-se notícia, quais os valores notícia segundo alguns autores, como funcionam as redações, e falar sobre o que é considerado jornalismo de proximidade.

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Capítulo I: Enquadramento Teórico

I.1 Jornalismo nos dias de hoje

Correia e Baptista (2007), descrevem que “cada vez mais mediatizados, mais no centro de polémicas, mais expostos quer aos protagonismos, os jornalistas continuam desconhecidos tanto do grande público como dos que, com direito a coluna no jornal ou tempo de antena na rádio ou na televisão, não enjeitam oportunidades para, sobre os media e os que neles trabalham, assinar opiniões definitivas.”

O jornalismo está incluído no universo da comunicação, uma vez que transmite uma mensagem específica para um vasto número de receptores. Uma pessoa que se ocupe do jornalismo, ou seja, um jornalista pode trabalhar em várias áreas de imprensa como jornais, revistas, blogues, rádio, televisão, assessorias de imprensa, entre outros.

Segundo o estatuto do jornalista, “são considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, seleção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica”

O papel do jornalista passa por transmitir a informação sobre um acontecimento de forma clara e verdadeira, transparente e objectiva. Nelson Traquina (1999) afirma que “as notícias são o resultado de um processo de produção, definido como percepção, seleção e transformação de uma matéria-prima (que são os acontecimentos), num produto (as notícias).” Já Sousa (2000) defende que “as notícias são um artefacto construído pela interação de várias forças, que podemos citar o estrato social das pessoas, o sistema social, a ideologia, a cultura o meio tecnológico e a história.”

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papel, ou seja, são cada vez menos as pessoas que lêem e compram jornais, não querendo dizer que este número de pessoas sejam menos informadas.

Embora a circulação de jornais em papel seja cada vez menos frequente, conseguimos obter informação da atualidade, de forma gratuita através das redes sociais, ou até das plataformas online desses mesmos jornais, estando assim ao alcance de todos.

Um outro factor da mudança do jornalismo tem a ver com os progressos tecnológicos que ocorreram na ultima década e meia e que permitiram a que o jornalismo se dedicasse a conteúdos mais diversificados com um acesso cada vez mais imediato. Os computadores, os tablets e os smartphones fazem parte do dia a dia de qualquer pessoa, e são através desses meios que a maior parte das pessoas hoje em dia são informadas.

Deixando de parte a compra dos jornais em papel, também é cada vez mais frequente o aceso à informação através dos sites e até mesmo das aplicações criadas pelos próprios meios de comunicação.

Cada vez mais os meios de comunicação apostam em conteúdos multimédia, resultando de, com apenas uma ligação à internet, obter acesso de imediato a toda atualidade, todas as temáticas, assim como às notícias de última hora.

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I.2 Jornalismo televisivo

É em 1957 que a televisão nasce em Portugal, mas é em 1959 que surge o primeiro programa diário de informação, o Telejornal, da RTP, que dura até aos dias de hoje. Inicialmente a preto e branco, a televisão a cores surge em 1980. A primeira estação de televisão privada, a SIC, nasce em 1992. Mais tarde, em 2001 nasce o primeiro canal televisivo português dedicado exclusivamente à informação, com o nome de SIC Notícias.

A imagem trouxe credibilidade e uma importância especial para a televisão pelo público em geral, algumas expressões passaram a fazer parte do dia a dia das pessoas, tais como “eu vi na televisão”.

Nos dias de hoje, basta ligar a televisão para saber e ver tudo o que se está a passar no país e no mundo. A televisão torna as distâncias mais curtas, aproxima as pessoas, e muitas vezes apresenta-se como tema de conversa em momentos de socialização com amigos, família ou até mesmo no trabalho.

Dominique Wolton (2004) define televisão com um “vínculo social” entre as pessoas que a vêem simultaneamente, permitindo uma identificação e relação entre essas mesmas pessoas. O autor acrescenta ainda que “a televisão não é apenas a imagem, mas também um laço social”.

A imagem é a marca da televisão, não podendo ignorar a sua dimensão social. Quando as pessoas comentam o que viram na televisão, automaticamente se integram socialmente, sendo por vezes, a principal forma de as pessoas se informarem.

Harvey Molotch e Marilyn Lester, (1974/1993) citados por Traquina (1993) afirmam que “toda a gente precisa de notícias. Na vida quotidiana, as notícias contam-nos aquilo a que nós não assistimos diretamente e dão como observáveis e significativos happenings que seriam remotos de outra forma”.

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Segundo a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a “caixa mágica” como muitos ainda lhe chamam, mantém o seu “protagonismo como principal meio noticioso, mesmo entre os utilizadores de internet com alguma predisposição para consumir notícias”.

Para além de ser o meio ao qual os portugueses dedicam mais tempo diariamente, é um importante elemento na vida quotidiana dos portugueses, continuando a ser o veículo mais procurado pela maioria da população para obter informação diária, quer através dos telejornais como também dos canais temáticos de informação.

Por outro lado, as pessoas que lêem jornais e revistas são cada vez menos. Entre a deslocação a uma banca para comprar um jornal ou simplesmente ligar a televisão, e ouvir o jornalista enquanto podemos estar ocupados com outra tarefa, esta ultima é muito mais prática e fácil.

Para Bourdieu (1997), “há uma proporção muito importante de pessoas que não lêem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações.”

São vários os autores que sublinham a influência da televisão e do jornalismo na população. Dominique Wolton (2006) afirma, contudo, que não deve ser esquecida a livre interpretação dos espetadores.

A televisão é um meio que não permite interatividade, quero com isto dizer que aparece pronto a ser consumido, rápido, imediato e sem qualquer esforço por parte do telespectador, quem vê acredita sempre em tudo que lá é dito.

De acordo com Fontcuberta (2002), os meios de comunicação não são vistos como espelhos de sociedade, mas sim como construtores. Eles decidem sobre os factores que são ou não notícia, gerem o material informativo e destinam à opinião pública. Os conteúdos divulgados pelo mundo influenciam os comportamentos e os hábitos de consumo.

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Silvino Évora (2004) refere que no dia 11 de Setembro de 2001, a televisão mostrou todo o seu poder. Com o desvio de quatro aviões das duas maiores companhias aéreas norte-americanas (American Airlines e a United Airlines) e o choque com as torres gémeas de Nova Iorque, o edifício do Pentágono em Washington e um descampado na Pensilvânia, a televisão esteve sempre presente para dar todos os pormenores. Este exemplo mostra que a televisão faz aquilo que outro meio de comunicação de massa não consegue fazer, que é transportar o público para dentro do acontecimento, mostrando realmente o que está a acontecer exatamente no momento em que a emissão é posta no ar. Esta é a capacidade da televisão, consegue eliminar as fronteiras geográficas, reduzindo o mundo à dimensão de uma aldeia, apelidado por Marshall McLuhan como uma “aldeia global”.

O jornalismo em direto desempenha um papel extremamente importante no domínio da televisão, uma vez que se trata da maneira de eliminar qualquer possibilidade do espectador desconfiar da veracidade dos acontecimentos. Embora aqui também se levantam alguns problemas, por vezes os canais de informação usam o direto de forma impropria, por vezes um acontecimento pode ser explicado através de uma simples narração e é usado um direto para o fazer, chamando assim uma maior atenção por parte do telespectador.

Como dito por Diana Costa (2011) atualmente, deparamo-nos com uma multiplicação de cadeias de televisão devido ao surgimento dos canais por cabo, traduzindo-se numa crescente monotonia de programas. A atualidade leva à produção em massa de conteúdos e ao consumo que gera lucro. Por sua vez, esse lucro gera mais produção, que gera mais consumo e assim sucessivamente, forma-se assim um ciclo entre produção, consumo e lucro.

As audiências são o ponto mais importante no meio de tudo isto, cada vez mais se nota uma preocupação com as audiências e com o lucro que elas geram. Qualquer meio de comunicação não funciona se não houver audiência, ou melhor, pessoas que o procurem.

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nesses mesmos órgãos. Também num canal de televisão é a audiência quem manda. Ela dita a quantidade de telespectadores que procuram o canal. Se o canal tiver resultados com bastante audiência, é um canal bastante procurado pelos patrocinadores de modo a passarem na grelha a sua publicidade. É com este dinheiro que a maior parte dos canais “vive”. Se não houver audiência, não há futuro numa empresa jornalística, embora os meios de comunicação não devem permitir que as audiências interfiram com o carácter que é transmitido.

Os programas de entretenimento, por norma têm mais audiência, gerando assim mais lucros para o canal, mas os programas de informação deverão ser sempre fieis aos valores-notícia e informar a população, uma vez que é exatamente essa a sua função.

O alinhamento dos jornais televisivos normalmente preocupam-se com a organização e a hierarquização dos assuntos apresentados na ordem do dia. A importância dos acontecimentos é organizada através de uma agenda.

A conquista das audiências representa um papel determinante no trabalho dos jornalistas, assim como em toda a redação dos telejornais. Os jornalistas desenvolvem várias estratégias de modo a obter mais público, mais precisamente na seleção dos temas a abordar. Devem optar sempre por temas que captem a atenção do telespectador, de modo a que este fique preso ao ecrã. Atualmente, a televisão é um objeto comercial de primeira linha, ou seja, passou de uma lógica de serviço pedagógico para uma lógica de lucro e rentabilidade (Brandão, 2006).

Fontcuberta (2002) diz-nos que “se conseguirmos audiência, consideramo-nos heróis”, devemos sempre optar por dar ao espectador aquilo que julgamos que mais vai vender e consequentemente, que mais audiências vai conseguir.

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Brandão (2006) afirma que as televisões se encontram ao serviço dos anunciantes. Predominam assim registos de emoção, espetacularidade, dramatização, e por vezes são deixados para segundo plano as lógicas culturais e educativas.

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I.3 Valores notícia

Há uma grande dificuldade em discutir notícia, Sigal (in Vizuete e Marcet, 2003) diz-nos que “ninguém sabe o que são (notícias). O outro problema é que ninguém sabe o que significam”. Nota-se desta forma a “ausência de um critério compartilhado universalmente para distinguir o que as notícias são do que elas não são”.

“As notícias são o que os jornalistas definem como tal. Essa tese raramente é explicitada, visto que parte do modus operandi dos jornalistas é que os eventos ocorrem ‘fora’, e os primeiros limitam-se, simplesmente, a relatá-los” (Altheude in Wolf).

Diariamente deparamo-nos com vários acontecimentos, cabe ao jornalista selecionar e escolher os acontecimentos que devem ser noticiados.

Schudson (in Correia, 1997) refere que “a criação das notícias é sempre uma interação de repórter, diretor, editor, constrangimentos da organização da sala de redação, necessidade de manter os laços com as fontes, os desejos da audiência, as poderosas convenções culturais e literárias dentro das quais os jornalistas frequentemente operam sem as pensar”. Esta frase representa, de certo modo, as escolhas de um diretor antes de noticiar determinada informação. Para o alinhamento do jornal, são vários os fatores a ter em conta pelos editores.

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as fontes e com o público, fatores éticos e ainda circunstâncias históricas, políticas, económicas e sociais”.

Wolf (1994) defende que “as exigências organizativas e estruturais e as características técnico-expressivas próprias de cada meio de comunicação de massa são elementos fundamentais para a determinação da reprodução da realidade social fornecida pelos mass media”.

Nelson Traquina (2001) diz que “o jornalismo é também um negócio”, levando a certas aspirações políticas, económicas e sociais, que acabam por interferir na produção do conteúdo noticioso. Defende ainda que as notícias passam por um processo que transforma a matéria prima num produto a ser apresentado publicamente.

Robert Hackett (1984) defende que este produto irá resultar de “características tecnológicas de cada meio noticioso, logísticas de produção jornalística, imperativos comerciais, retraimentos orçamentais, inibições legais, disponibilidade de informação das fontes, necessidade de narrar o facto de modo inteligível e atraente para um determinado público.”

Segundo vários autores, a seleção de notícias pode estar a cargo do gatekeeper. Em 1950, David Manning White publicou na revista Journalism Quartely, o conceito que definia o jornalista como um selecionador de notícias, ou “gatekeeper1

”, (expressão em inglês).

White (in Traquina, 1999) cita Lewin que diz que “os gatekeepers são regidos por regras imparciais ou por um grupo (no poder) de tomar a decisão de ‘deixar entrar’ ou ‘rejeitar’ uma notícia. A comunicação de notícias é extremamente subjetiva e dependente de juízos de valor baseados na experiência, atitudes e expectativas do gatekeeper”.

1 Gatekeeper – Expressão anglo-americana criada por David Manning White, em 1950, a partir dos

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Como características de um acontecimento, os valores notícia ajudam e orientam os jornalistas na escolha do que deve ser noticiado.

Wolf refere que os valores notícia são critérios importantes que estão presentes em todo o processo de produção de uma notícia, “são usados de duas maneiras. São critérios para selecionar, do material disponível para a redação, os elementos dignos de serem incluídos no produto final. Em segundo lugar, eles funcionam como linhas-guia para a apresentação do material, sugerindo que deve ser enfatizado, o que deve ser omitido, onde dar prioridade na preparação das notícias a serem apresentadas ao público (...) os valores notícia são a qualidade dos eventos ou da sua construção jornalística, cuja ausência ou presença relativa os indica para a inclusão num produto informativo. Quanto mais um acontecimento exibe essas qualidades, maiores são as suas chances de ser incluído”. (Golding e Elliot in Wolf, 2003).

Amaral (1982) afirma que “se um cão morder um homem, não é noticia, ,mas se um homem morder um cão, aí então é notícia, e sensacional.”

Bonner (2004) explica que “a abrangência de um facto, a gravidade de suas implicações, o seu carácter histórico e o contexto em que se dá (seu peso relativo, em comparação com os demais daquele dia) são critérios de seleção primários. Servem para separar aquilo que será publicado daquilo que provavelmente não será”.

Guerra (2003) faz a distinção entre valor notícia e valor notícia de referência, “o primeiro consiste na capacidade de justificação dos valores notícia de referência perante as esferas de validação dos valores notícia, isto é, as espectativas da audiência e o interesse público. O segundo consiste na capacidade de implementação dos valores notícia de referência pela organização. Na primeira está em jogo a qualidade jornalística do produto da organização; na segunda está em jogo a eficiência da própria organização”.

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época em que vivemos. Atualmente, de um modo geral, os valores notícia de qualquer redação “jogam” entre a atualidade, a proximidade, a relevância e o inesperado.

A atualidade foca-se no que é atual, ou seja, o que acontece no dia a dia e é relevante nesse mesmo dia do acontecimento. Para se noticiar é preciso que seja algo que acabou de acontecer ou, no caso de já ter sido noticiado, que tenha surgido novos aspetos relevantes de modo a captar o interesse dos espectadores.

No que se refere à proximidade tem a ver com a proximidade geográfica, quanto mais próximas as pessoas se sentirem ou estiverem da situação em causa, mais interesse tem.

A relevância refere-se à preocupação de informar as pessoas com acontecimentos que causem algum impacto na “sua” vida.

O inesperado é um valor notícia de acontecimentos que surpreendam. Um exemplo disso foram os atentados terroristas ocorridos na noite de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis, na França, onde pelo menos 137 pessoas morreram e mais de 350 ficaram feridas. Tragédias como esta, em grande escala, ganham interesse pelo seu carácter trágico e inesperado. Os canais televisivos de informação querem “avançar” com novidades dos acontecimentos o mais rápido possível, levando o telespectador a ficar “colado” à televisão à espera de novos desenvolvimentos.

Segundo Traquina, o conflito que pode ser traduzido em violência verbal ou física, também gera notícia. Desde as coisas mais distantes como guerras, conflitos entre políticos, desentendimentos em discotecas que geram mortes ou feridos, até às mais próximas como violência domestica, manifestações, etc.

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I.4 Construção da agenda noticiosa

Designada como uma secção para o desempenho de uma série de tarefas absolutamente decisivas para o bom funcionamento de uma redação, a agenda (ou agenda setting), teve pela primeira vez a sua definição em 1970, defendendo que os jornalistas tinham um poder reduzido e efeitos limitados sobre a audiência. Naturalmente, são vários os autores que discordam com esta afirmação, como é o caso de Nelson Traquina , que considera que esta análise é limitada.

Donald Shaw (1979 in Wolf, 2001) afirma que “em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros órgãos de comunicação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo”.

Correia e Batista (2007) apontam cinco funções da agenda numa redação;

- “centralizar a recepção e organizar, em forma de agenda de acontecimentos e,

portanto temporalmente calendarizadas, todas as informações recebidas na redação (convites, convocatórias, cartas dos leitores, etc.) ou lidas na imprensa, susceptíveis de poderem vir a ser, no futuro, temas de notícias, entrevistas, reportagens”;

- “fazer o recorte diário de todos os materiais publicados na sua imprensa (no

próprio jornal e nos outros) sobre cada assunto a incluir na agenda, recortes esses de grande utilidade para o trabalho do jornalista a quem posteriormente fosse ‘marcado’ esse ‘serviço’”;

- “elaborar uma listagem de temas que, em cada dia poderiam ser abordados

pelo jornal, assim como os nomes dos jornalistas encarregados de cada ‘serviço’, cabendo à chefia fazer as escolhas definitivas”;

- “preparar e encaminhar para a tipografia os materiais a publicar

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- “gerir um pequeno fundo de maneio para despesas urgentes de reportagem

bem como de carros ao serviço da redação”.

A agenda define os assuntos que serão notícia, considerando qual a maior importância em determinado momento, ditando os temas em que os jornalistas se devem focar.

Manuel Piedrahita (1996), afirma que “a maioria dos cidadãos bebe a informação exclusivamente no chamado topicamente o ‘pequeno ecrã’, o qual, no entanto, eu denominaria ‘grande’ pela influência que exerce. A torneira que regula e doseia a informação atua como manipulador com uma precisão assustadora, mesmo para quem se considere imune a qualquer espanto”.

Nelson Traquina (2001) refere Rogers, Dearing e Bregman (1988) apontando três componentes no estudo do agendamento: a agenda mediática, a agenda pública e a agenda das políticas governamentais. O autor entende a agenda mediática como agenda jornalística. O processo do agendamento é interativo, a influência da agenda jornalística sobre a agenda pública é um processo crescente em que, a longo prazo, criam-se critérios de noticiabilidade, enquanto a influência da agenda jornalística sobre a agenda pública é direta e imediata, nomeadamente quando envolve questões que o público não tem uma experiência direta.

Para definir as três componentes da agenda, Traquina cita Molotch e Lester (1974/1993), segundo os autores, existem três tipos de pessoas: os consumidores de notícias, os promotores de notícia e os news assembler.

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“A notícia cria notícia e a notícia cria o acontecimento numa relação de troca e influencia mútua”, Nelson Traquina (2001).

Mc Combs e Shawn (1972, Traquina 2003) redefinem agendamento dizendo que este conceito “é consideravelmente mais que a clássica asserção que as notícias nos dizem sobre o que pensar. As notícias também nos dizem como pensar nisso. Tanto a seleção de objetos que despertam a atenção como a seleção de enquadramentos para pensar nesses objetos são poderosos papéis de agendamento”.

Mc Combs 1992 (in Traquina, 2001), diz que “os atributos enfatizados pelo campo jornalístico podem influenciar diretamente a direção da opinião pública. Tanto a seleção das ocorrências e/ou das operações que construirão a agenda, como a seleção dos enquadramentos para interpretar essas ocorrências e/ou questões são poderes importantes que o conceito de agendamento agora identifica de mais de vinte anos de vida intelectual”.

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I.5 Jornalismo de proximidade

O jornalismo local ou de proximidade é praticado pelos meios de comunicação social de uma determinada localidade. O seu modo de trabalhar está direcionado para essa localidade e os conteúdos produzidos são direcionados à população da mesma. Estes media trabalham com o objetivo de se manterem perto dos cidadãos, criando assim uma relação mais próxima.

Sousa (2002) define comunicação social regional, como aquela “que se estabelece numa comunidade de vizinhos, através de meios de comunicação que lhe são próximos”. Esta ideia aproxima-se da sua real definição, que encara a imprensa regional como aquela que se distribui numa certa área geográfica.

O início dos anos 80, do século XX foram, para Portugal, marcantes no nascimento dos projetos de televisão regional. Foi nesta data que nasceram vários canais pirata em várias cidades do país, embora com bastantes fragilidades a vários níveis. Por este motivo, os primeiros canais a serem considerados “regionais” foram mesmo a RTP Madeira e RTP Açores.

A criação de movimentos como o “Movimento para a Legislação das Televisões Regionais”, e a “Comissão de Reflexão para o Futuro da Televisão”, em 1995, foram elementos fundamentais para a discussão das questões de sustentabilidade deste tipo de projetos.

É em 2007 que surge pela primeira vez a regulamentação para as televisões regionais através da aprovação da Lei da Televisão. Em 1994 surge a televisão por cabo em Portugal, e surge também a oportunidade para a criação de canais temáticos, destinados a nichos de mercado. Deste modo surgiram também projetos de jornalismo de proximidade e vários projetos ganharam corpo, como por exemplo o Porto Canal, com o objectivo de dar conta de informação da região do grande Porto.

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que está instalada a sede do respetivo órgão de informação” (Mesquita, 1997, citado por Camponez, 2005)

A questão do território é bastante importante para o jornalismo de proximidade, uma vez que a população sente necessidade de se manter informada acerca de tudo o que acontece na região.

Mercadé (1997) diz-nos que os meios de comunicação regionais impressos, dão bastante atenção à área que abrange a sua divulgação da região ou da cidade onde se encontra a redação desse jornal. Apesar disso, os meios regionais podem dirigir-se a mais do que um concelho ou ainda a um território vizinho.

É nos meios de comunicação regionais e locais que o jornalismo é dirigido aos cidadãos, “é um jornalismo verdadeiro”, por vezes até mais procurado, levando o leitor a participar de forma ativa na realização da mesma. Por exemplo, qualquer cidadão pode assistir a um acontecimento e de imediato informar o órgão de comunicação mais próximo.

“Nesses media dirigidos a públicos muito concretos, normalmente reduzidos, com nomes e apelidos, é onde o jornalismo é mais humano e verdadeiramente social, ao pôr em contacto e ao relacionar os que informam ou opinam, escrevem editoriais e dão conselhos, com um público que não é apenas receptor, mas é também enormemente ativo, que por sua vez informa, recrimina, aceita, valora, aplaude ou censura de forma eficaz” (Areal, 1997).

Se fizermos uma comparação entre imprensa regional e imprensa nacional, verificamos que a imprensa regional trata das grandes questões regionais e coletivas enquanto a imprensa nacional mostra-nos os atos oficiais, os acidentes, etc. A proximidade dá aos jornalistas locais a vantagem de trabalharem perto dos seus leitores, permitindo assim ao jornalista entender o que o leitor pretende e espera do seu jornal.

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interesses de determinados poderes”. A autora acredita que os media locais estão a ser utilizados como palco onde “digladiam esses poderes, em busca de mais poder”.

“Há uma necessidade forte de o local se relacionar com as singularidades locais no sentido de se fortalecer. Aqui, encontramos o fundamento para a grande prevalência de notícias regionais nas publicações locais que, embora sirvam interesses económicos e deles dependam para a subsistência, não deixam de se focalizar naquilo que lhes é próximo, ainda que se possa revelar menos rentável” (Cristina Moreira, 2009).

Para além da dependência dos poderes locais, Camponez conta que a imprensa local não “sobrevive” tanto com a ajuda de “incentivos públicos, como subsídios ou portes pagos”, mas através “das capacidades locais e das aspirações populares, no recriar da cultura das populações” (Camponez, 2002).

Os poderes locais tornaram a relação mais profissional com o jornalismo regional, nomeadamente com a contratação de assessores de imprensa, a classe política de forma oportuna com os métodos de produção dos media.

Bob Franklin concorda que o poder político local admite que tem boas relações com os jornais locais.

Proximidade é, inevitavelmente, um dos conceitos chave da imprensa local, traduzindo-se na informação ligada aos leitores, resultando assim de uma maior identificação entre o público e o jornal.

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I.5.1 Imprensa regional e local

Quando falamos de jornalismo de proximidade, temos de falar, como referido anteriormente, de jornalismo regional e local. Ao contrário do que pode parecer, estes conceitos não são idênticos. Imprensa regional está mais vocacionada para a história do quotidiano das comunidades locais do que para o país e o mundo. Espera-se dos órgãos de imprensa regional o mesmo do que dos órgãos nacionais, apenas com uma diferença, mais atenção ao próximo.

Segundo o Estatuto da Imprensa Regional, e conforme o Decreto-Lei n.º 106/88, a definição de imprensa regional centra-se em “... todas as publicações de informação geral, conformes à Lei de Imprensa, que se destinem predominantemente às respectivas comunidades regionais e locais, dediquem, de forma regular, mais de metade da sua superfície redatorial a factos ou assuntos de ordem cultural, social, religiosa, económica e política a elas respeitantes e não estejam dependentes, diretamente ou por interposta pessoa, de qualquer poder político, inclusive o autárquico.” De acordo com o estatuto de 1988, o papel da imprensa regional é bastante importante “na informação e contributo para a manutenção de laços de autêntica familiaridade entre as gentes locais e as comunidades de emigrantes dispersas pelas partes mais longínquas do mundo.”

Ângela Duarte (2010) faz a distinção entre imprensa regional e impressa local, segundo a autora, “na imprensa regional, na grande maioria das vezes, deparamo-nos com a realidade de grupos empresariais, com uma estrutura sólida quer a nível de mão-de-obra especializada, com jornalistas profissionais, quer a nível de estruturas e recursos financeiros. Daqui separo a imprensa local. Os mensários, usualmente é esta a periodicidade das freguesias e das pequenas localidades. Refiro-me a pequenos títulos, propriedades de associações culturais, juntas de freguesia, fábricas de Igreja, particulares- que se vêem mais limitados nos seus recursos mas que se encontram no mesmo barco dos títulos regionais”.

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I.5.2 Experiência com o jornalismo de proximidade

Neste ponto falarei da minha experiência profissional com o jornalismo de proximidade, nomeadamente do meu estágio curricular na SIC Porto e como colaborador na rádio e no jornal Cidade Hoje, em Vila Nova de Famalicão, onde está presente o jornalismo de proximidade.

“Lembro-me de ouvir as pessoas dizer que a rádio vai acabar com o jornal, isso não aconteceu, não aconteceu porque cada um ocupa um papel. Quando a televisão apareceu diziam que ia acabar com a rádio, e não aconteceu. Vão existindo formas novas e as pessoas adaptam-se e têm o espírito de procurar as várias formas de comunicação” – Maria João Paes, entrevistada no dia 5 de junho de 2016. Entrevista disponível no anexo 4 deste relatório.

A televisão

Em televisão, nomeadamente na redação da SIC Porto, a delegação trabalha muito com jornalismo de proximidade, realçando o que é importante para determinada região. Catarina Folhadela, jornalista na SIC há 15 anos conta que, para além das notícias de atualidade, a redação da SIC Porto está atenta à importância de cada assunto para a região, “acho que no caso na SIC Porto, e uma vez que somos uma delegação, faz muito sentido não só a importância a nível nacional, mas também a importância a nível regional. Há coisas que se calhar não dizem muito respeito a Lisboa, mas que para o Porto são mesmo muito importantes e isso também é um fator a ter em conta”.

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importância, podendo por vezes não ir para o ar”. Entrevistada realizada no dia 30 de maio de 2016, disponível no anexo 3 deste relatório.

O jornal

No jornal Cidade Hoje, onde colaboro com alguma frequência, está sempre presente o jornalismo de proximidade. Este jornal procura ser um jornal de proximidade, sendo esse o objectivo da sua existência, promover o que se faz/acontece no concelho de Vila Nova de Famalicão. Semanalmente, o jornal procura contar tudo o que de mais importante aconteceu no concelho, nunca esquecendo o que acontece nas freguesias. As pessoas identificam-se com este tipo de jornalismo, e a prova disso, neste caso em concreto, é a permanência e o crescimento de novas assinaturas.

“Pequenos temas como a paróquia, assembleia de freguesias ou até mesmo reunião de catequistas, tudo isto cabe no jornal Cidade Hoje” – Rui Lima, diretor do jornal, entrevistado no dia 4 de junho de 2016. Entrevista disponível no anexo 5 deste relatório.

Atualmente composto por apenas dois jornalistas, as notícias de um jornal Cidade Hoje são procuradas mais pelas pessoas adultas, a partir dos trinta anos de idade, e abrange todo o concelho de Vila Nova de Famalicão. Rui Lima acrescenta que “por vezes até podemos pensar que determinada informação pode não ter grande importância para as pessoas da determinada freguesia, mas se as pessoas enviam notícias para cá (coisa que acontece com bastante frequência), é porque querem ler, querem ver a notícia publicada, portanto nós fazemos esse trabalho de publicar todas essas notícias, sabendo que algumas abrangem apenas um determinado número de pessoas, mas sabemos que outras notícias chegam a uma grande comunidade”.

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A rádio

Não é só o nome que a rádio Cidade Hoje partilha com o jornal, o jornalismo é bastante parecido, e por vezes, o mesmo. Esta rádio é procurada essencialmente pelas pessoas da região, embora também pelas das regiões vizinhas. Relativamente ao público alvo, a rádio Cidade Hoje abrange todas as faixas etárias, a prova desta afirmação é a quantidade de pessoas que participam através de chamadas telefónicas para os programas de ocorrem ao longo do dia.

Segundo Maria João Paes, jornalista e animadora de rádio, “a rádio local é por si só muito próxima das pessoas e só assim é que resulta, temos as rádios nacionais com assuntos bastante abrangentes, mas não focam os assuntos locais, não focam o assunto da rua, não foca o assunto da freguesia, e nem têm capacidade para isso”. A jornalista acrescenta ainda que “por vezes o que é dito é bem diferente do que é escrito, e a rádio por vezes consegue chegar mais rápido, chegar na hora, e as pessoas ouvem pela voz das pessoas aquilo que pretendem, enquanto no jornal isso não acontece.”

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Capítulo II: A Entidade de Acolhimento, SIC Porto

Neste capítulo, descrevo e avalio o trabalho efectuado ao longo dos três meses de estágio. Inicialmente apresentarei o funcionamento da redação da SIC no Porto, posteriormente, a minha experiencia profissional durante esse tempo.

II.1 Funcionamento interno

A redação da SIC Porto, inaugurada em 1995, apresenta um jornalismo generalista. Ao nível da hierarquia de funções, aparece primeiramente a coordenadora executiva (Lúcia Gonçalves) e de seguida o coordenador adjunto (Luís Marçal). Atualmente, após a saída do Luís Marçal para a redação de Lisboa, o cargo de coordenador adjunto é ocupado por Catarina Folhadela, desde maio de 2016. Formalmente, todos os restantes jornalistas encontram-se no mesmo patamar do ponto de vista hierárquico.

Para além dos jornalistas, constam na estrutura organizativa da SIC Porto os repórteres de imagem, os editores de imagem, os elementos da produção e os técnicos.

O meio de comunicação mais utilizado pelos trabalhadores da SIC Porto é o e-mail interno da estação. Para além do e-mail, existe também uma intranet, onde podem recorrer para ficar a par de todas as novidades, notícias e outras informações publicadas acerca da empresa.

O dia a dia na redação da SIC Porto é definido pelos coordenadores executivos, a quem cabe a função de destacar os jornalistas para a cobertura dos vários serviços. Antes de saírem em reportagem, os jornalistas normalmente levam alguns documentos sobre esse mesmo serviço, que previamente são preparados pela equipa de produção onde contém todas as informações acerca desses acontecimentos.

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para combinar, junto das fontes, os pormenores relativos à realização das reportagens. Recolhem assim todas as informações necessárias, de modo a ajudar no trabalho diário dos jornalistas.

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II.2 Integração na redação

O meu estágio curricular na SIC, inserido no Mestrado em Jornalismo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, demonstrou-se essencial para a compreensão do funcionamento de uma televisão. Durante os três meses de estágio, realizei diferentes trabalhos, tanto na redação como no terreno.

No meu primeiro dia de estágio, acabado de chegar às instalações, a coordenadora e minha orientadora de estágio Lúcia Gonçalves, apresentou-me os cantos à casa, assim como todos os membros que trabalham na redação da SIC Porto. Atribuiu-me um computador, esclareceu-me quanto aos horários de trabalho e disse que naquele mesmo dia, tinha de sair em reportagem da parte da tarde.

Os horários dos estagiários eram definidos pelos próprios. A coordenadora informou-me que os estagiários na SIC Porto não são controlados, lembro-me de ouvir que “cá na SIC Porto não há ninguém a controlar os horários de trabalho dos estagiários. Cabe ao estagiário aproveitar ao máximo e aprender durante o tempo que cá está.” Aconselhou-me a estar na redação diariamente por volta das nove horas da manhã, uma vez que era a hora que a maior parte dos jornalistas chegavam, consultavam o plano de serviços e saíam em reportagem. Estando a essa hora na redação, poderia escolher o serviço que queria e aí sim, acompanhar o jornalista e o repórter de imagem.

Conforme disse há pouco, nesse primeiro dia estava escalado no plano de serviços para acompanhar um repórter de imagem a um serviço. Confesso que fiquei um pouco nervoso e surpreendido com esta decisão da minha “chefe”, uma vez que os colegas de redação diziam que “um estagiário nunca sai sozinho num serviço, muito menos no primeiro dia de estágio.”

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da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e a minha função era recolher um TH2 (Talking Head) e perguntar qual a opinião sobre a ausência de árbitros portugueses no Euro 2016?

Durante a conferência, um jornalista de outro órgão de comunicação social, antecipou-se e fez-lhe a pergunta. No final da conferência, e uma vez que já tinha respondido à pergunta que eu queria, eu e o repórter de imagem voltamos para a redação. Já passava das 18 horas, na redação tinha a Lúcia à minha espera para saber como tinha corrido este meu primeiro serviço. Depois de lhe contar em detalhe o que fiz durante aquela tarde, estava dispensado e fui para casa. Já em casa e enquanto jantava, vi no Jornal da Noite esse serviço que fiz. Estava assim cumprido o meu primeiro desafio como jornalista estagiário na SIC, e aí vi como é realmente o trabalho em televisão.

No dia seguinte, ainda não eram 9 horas e já me encontrava na redação. Foi assim durante os três meses seguintes.

Durante os três meses, tenho muito presente a correria e a urgência em apresentar as notícias o mais rápido possível, mas ao mesmo tempo com certeza e precisão daquilo que se mostra e que um pequeno detalhe pode transpor um grande erro para o grande ecrã. Apercebi-me da importância que um minuto, ou até mesmo um segundo podem ter quando se faz televisão. A ideia que na televisão as coisas são feitas e preparadas com muita antecedência está totalmente errada, muito menos quando se fala de atualidade, onde por vezes, tudo muda a cada instante.

Em doze semanas, foram muito poucos os dias em que fiquei na redação e não acompanhei um jornalista em reportagem. Da política ao futebol, da saúde à cultura, trabalhei e aprendi nas mais diversas categorias do jornalismo.

Por vezes, os jornalistas davam-me a oportunidade de ser eu a fazer as entrevistas, sempre com eles por perto a supervisionar. Durante o meu estágio fiz várias peças televisivas. Quando voltava de um serviço, sentava-me na redação a

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escrever o meu texto e selecionar as entrevistas feitas. Por norma, os jornalistas acabavam primeiro e iam para as salas de edição montar as peças, saindo de lá apenas com elas finalizadas. Após terminar as minhas peças, procurava o jornalista com quem saí, e pedia uma correção ao meu trabalho. Este foi um processo de bastante aprendizagem, uma vez que conseguia aproveitar todas as dicas e maneiras de escrever que me iam dando. Com a minha peça corrigida, era a minha vez de procurar um editor de imagem que estivesse disponível para assim finalmente, sonorizar e montar a minha peça.

As semanas de natal e de Ano Novo foram diferentes na redação, sendo que metade da equipa trabalhou na semana de Natal e outra metade na semana de Ano Novo. Com as equipas reduzidas, eu como estagiário trabalhei nas duas semanas integrado na redação, com exceção dos dias 24,25 e 30 de dezembro e no dia 1 de janeiro.

A minha experiência como estagiário na redação da SIC Porto teve uma duração de 3 meses, entre os dias 16 de Dezembro de 2016 a 15 de Março de 2016. Durante o meu percurso, tive a oportunidade de sair em reportagem com todos os jornalistas da redação, assim como todos os repórteres de imagem. Entre muitas outras coisas, aprendi também como se trabalha em equipa no seio de uma redação e de que a colaboração entre colegas é fundamental para se obter um produto final positivo.

A familiarização com o software ENPS (The Essential News Production System) foi bastante importante, uma vez que era através dele que ficávamos a par de tudo o que se passa na SIC, quer na redação do Porto, quer na redação de Lisboa, desde a agenda, à marcação de serviços, o alinhamento dos jornais, entre outras funções. Para ter acesso a toda a informação SIC, foi criada uma conta para que eu pudesse então aceder ao sistema da estação. Através desse sistema, tinha também o meu email que me permitia comunicar com os jornalistas (sobretudo os da redação do Porto), tirar dúvidas e trocar informações que fossem relevantes para a elaboração dos diferentes trabalhos jornalísticos.

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república, Marcelo Rebelo de Sousa ao Porto; o assalto a uma caixa de multibanco numa freguesia em Braga; a leitura do acórdão do julgamento de uma mãe que matou o filho no rio Douro; um incêndio num bairro do Porto; o dia seguinte ao mau tempo que provocou várias cheias na cidade da Maia; os médicos que já podem quebrar o sigilo profissional em caso de violência domestica; a cerimonia de homenagem à porteira, natural de Penafiel, que ajudou dezenas de pessoas na noite dos atentados, em Paris; a venda do palacete Pinto Leite no Porto; os alunos que poderão ficar mais tempo nas escolas; as oficinas temáticas para os alunos do primeiro ciclo; uma academia que treina cães sem o uso de força; a empresa dinamarquesa Lego, que contratou trabalhadores portugueses; a cidade do Natal, em Santa Maria da Feira; os preparativos para a passagem do ano na cidade do Porto; o sucesso das visualizações no youtube; e por fim, as dobragens em português do filme Alvin e os Esquilos.

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II.3 Participação ativa

Com toda a aprendizagem ao longo dos tempos, sentia-me cada vez mais à vontade no meu trabalho, e sinto que, de certa forma, iam-me pondo à prova.

No dia 5 de fevereiro de 2016, estava marcado no plano de serviços um serviço para eu fazer. O nome do serviço era “ Youtuber paródia Benfica”, o objetivo era fazer uma entrevista a um jovem que vinha à redação. Chama-se Alexandre Santos e é um jovem que faz vídeos para o canal do youtube, e foi à SIC para falar dos vídeos que fez com os adeptos do Benfica e que foram um sucesso de visualizações. Nesse dia, a minha função foi recebê-lo e fazer as perguntas que a meu ver, seriam convenientes para ir para o ar. No fim da entrevista acabei por fazer uma visita pela redação ao convidado. A peça foi montada por uma jornalista da redação de Lisboa, apenas tive de colocar no sistema os vídeos em bruto, uma vez que a jornalista tinha para acrescentar uma entrevista idêntica à minha, mas de outro jovem. Lembro-me que a peça foi passou no Jornal da Noite cerca de uma semana após a entrevista, numa noite de jogo entre o Benfica e o Porto.

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Considero que o ponto alto do meu estágio aconteceu no dia 11 de março de 2016, quando consegui uma entrevista em exclusivo para o canal com o presidente da república. Já nos últimos dias no meu estágio, o presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a cidade do Porto, para encerrar as cerimónias de tomada de posse. Estavam destacadas três equipas para acompanhar o dia do presidente na cidade, eu fazia parte de uma das três.

Quando o presidente saiu do interior da câmara municipal do Porto, tinha à sua espera uma multidão de pessoas para o cumprimentar. Com duas equipas no espaço exterior da câmara, eu e o repórter de imagem que estava comigo, fomos para a entrada da casa do Roseiral, onde o presidente ia almoçar com o Rui Moreira, presidente da câmara do Porto. Uma vez que o almoço era privado e os meios de comunicação social não tinham acesso, tínhamos como objectivo captar imagens do carro a entrar no portão da casa.

Passado algum tempo, o carro vem para entrar no portão, e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, encontrava-se com o vidro do carro aberto. Deparando-me com esta situação, ligo o microfone e corro de imediato para o carro. Consegui uma pequena entrevista onde o presidente me contou o que mais ouviu no meio da multidão de pessoas à saída da câmara municipal. Para além dos seguranças, no local apenas estava a fotografa da revista Visão, eu e o operador de câmara, ou seja, mais nenhum órgão de comunicação social. Uma vez que foi uma entrevista exclusiva e era o “assunto do dia”, foi enviada de imediato para a redação da SIC Lisboa, através da câmara de filmar. A entrevista foi para o ar durante a tarde no canal SIC Notícias e no Jornal da Noite, da SIC à hora do jantar. A entrevista encontra-se disponível no DVD em anexo a este relatório, (Anexo 22).

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Capítulo III: Composição da agenda do dia para um jornal

televisivo na SIC Porto

Como em qualquer redação, o dia na redação da SIC Porto começa bastante cedo. Mensalmente são atribuídos os horários de trabalho aos jornalistas, havendo sempre quem fique “em alerta” durante a noite, caso haja algum acontecimento de ultima hora.

A informação chega à redação através de e-mails das agências de comunicação, telefonemas vindos do exterior (desde denúncias, queixas ou anúncios de eventos), agência noticiosas, principalmente da Lusa, e através de outros órgãos de comunicação social. Todos os dias de manhã, faz-se uma leitura pelos vários jornais, de modo a procurar algo que possa interessar para fazer uma peça ou até mesmo que tenha falhado na agenda. De duas em duas horas, é feita uma “ronda telefónica” para todos os polícias e bombeiros da zona norte do país, de modo a estar a par das ocorrências que vão acontecendo, se é interessante ou não para a elaboração de uma peça televisiva.

Quando a informação chega à redação, vai diretamente para a produção, onde se confirma sempre se realmente é verdadeira ou falsa, o que por vezes acontece. Composta por três elementos, a equipa de produção da redação da SIC Porto investiga toda a informação disponível acerca de determinado assunto, confirma se realmente as fontes são verdadeiras, e coloca o serviço na agenda do ENPS (The Essential News Production System). Na redação da SIC Porto, a equipa que faz a produção dos serviços é a mesma que faz a agenda de cada dia.

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No final de cada dia, a coordenação da redação, olha para a agenda do dia seguinte, e dentro do que encontra, seleciona as notícias que são para realizar peça e atribui as equipas.

O hábito de cada jornalista quando chega à redação, é abrir o computador e ver, através do ENPS o planning (planeamento de serviços), os serviços que estão planeados para fazer no dia. Para além dos serviços do dia, encontra-se disponível a constituição das equipas que estão selecionadas para cada serviço. Essas equipas são compostas por um jornalista e um repórter de imagem.

Com antecedência necessária, a equipa sai da redação e dirige-se para o local do trabalho/acontecimento. Enquanto o jornalista recolhe informação e faz as entrevistas, cabe ao repórter de imagem, através da câmara de filmar, captar todos os planos assim como as entrevistas. Com todo o material recolhido, as equipas voltam à redação. O repórter de imagem faz o ingeste dos vídeos, ou seja, passa o conteúdo dos discos de gravação para o Xpri (programa de edição de vídeo), de modo a ficarem disponíveis no sistema. Já com acesso às imagens capturadas, o jornalista vê com atenção, ouve as entrevistas e começa a escrever a peça. Finalizado este processo, o jornalista procura um editor de imagem que esteja disponível no momento, para editar a peça.

As salas dos editores de imagem (também conhecidas como ilhas), são compostas por um computador, vários monitores e um aparelho que permite o contacto direto com a redação de Lisboa. Ao lado das ilhas estão os estúdios de gravação, tem um pequeno estúdio de gravação de áudio, onde os jornalistas gravam os off’s das peças. Acompanhados pelo jornalista ao longo de todo o processo, a edição é sempre feita em equipa. Após a edição, a peça encontra-se pronta para ir para o ar. É inserida no sistema onde qualquer elemento da SIC tem acesso, seja da redação do Porto ou de Lisboa.

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CONCLUSÃO

Hoje em dia, as redes sociais são um recurso bastante utilizado para aceder a notícias, mas é na televisão que os portugueses mais as procuram. Devido à evolução tecnológica que vivemos, a forma como se vê e como se procura o jornalismo está a mudar, havendo cada vez mais dedicação dos órgãos dos comunicação social em explorar o jornalismo de proximidade. Para além de atrair a maior parte da população que procura notícias, este tipo de jornalismo está para ficar, prova disso são os excessos de jornalismo em direto que os canais de informação fazem.

O presente relatório teve como principais objectivos : caracterizar os valores notícia e o jornalismo televisivo, mais precisamente o jornalismo televisivo de proximidade; Identificar as estratégias utilizadas para captar a atenção do telespectador; Avaliar a perceção do público relativamente ao trabalho jornalístico de proximidade; e por fim, perceber todo o processo de uma peça televisiva, desde o acontecimento à transmissão da peça na televisão, resultado da minha experiência de jornalista estagiário na redação da SIC Porto.

Chegando então aqui, tendo como base a análise prática, adquirida durante o estágio na SIC, e a teórica, realizada no decorrer deste trabalho, cheguei à conclusão que o jornalismo de proximidade cria uma relação mais próxima com a população, uma vez que trabalha com o objectivo de se manter perto dos cidadãos, sendo o meio de informação mais procurado por estes. Com os exemplos demonstrados neste relatório através dos dois órgãos de comunicação social analisados, (SIC e Cidade Hoje), concluo que, para além da proximidade, os portugueses também procuram notícias sobre a atualidade.

Os protagonistas da notícia, a importância para uma determinada região ou até mesmo o facto de ser uma notícia do dia, são factores importantes para captar a atenção do telespetador.

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permanente com os demais trabalhadores da estação deu-me a possibilidade de absorver ensinamentos valiosos.

Desde os jornalistas e os repórteres de imagem, passando pelos editores de imagem, a produtores e até aos técnicos, todos tinham algo para partilhar ou ensinar. Dia após dia ia aperfeiçoando detalhes, reforçando os aspetos positivos, num processo de aprendizagem contínuo. Neste contexto, a disponibilidade dos jornalistas foi um fator importante, uma vez que se disponibilizaram para me acompanhar, para esclarecer qualquer dúvida que surgisse, o que me permitiu evoluir favoravelmente.

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ANEXO 1 – Estatuto editorial da SIC

Estatuto Editorial SIC – Sociedade Independente de Comunicação, S.A.

1. A SIC é a empresa concessionária de um canal privado de televisão, de âmbito

nacional, cujo principal objecto é a difusão de uma programação de qualidade e rigor

informativo, independente do poder político ou económico e de qualquer doutrina ou

ideologia.

2. A SIC compromete-se a respeitar os princípios deontológicos da Comunicação Social

e a ética profissional do jornalismo, e a contribuir, através da produção nacional de

programas informativos, formativos e recreativos, para a preservação da identidade

cultural do País, o que implica também dar voz às novas correntes de ideias e um estilo

inovador de programação.

3. A SIC garante uma programação que se harmonize com as exigências de uma

democracia pluralista, quanto à possibilidade de expressão e confronto das diversas

correntes de opinião, dentro do respeito pelos princípios constitucionais e legais.

4. A informação da SIC distinguir-se-á pela sua responsabilidade, serenidade e espírito

de tolerância, com exclusão de quaisquer incitamentos à prática de crimes ou à

violação dos direitos fundamentais.

5. A SIC reconhece o direito de resposta a qualquer pessoa cujo bom nome e

reputação se possam considerar afectados por facto inverídico ou erróneo veiculado

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regular.

6. A informação da SIC procurará contribuir para o esclarecimento da opinião pública

no que respeita ao desenvolvimento cultural e social do País, no quadro do respeito

pela sua identidade e liberdade e pelos direitos fundamentais do homem.

7. A informação da SIC será isenta e rigorosa - o que pressupõe ouvir as partes em

confronto e distinguir sempre entre notícia e opinião - e, tanto quanto possível,

dinâmica e profunda, dirigindo-se porém ao máximo universo potencial; a aplicação

casuística destes critérios compete ao Diretor de Informação, o qual terá sempre em

conta o respeito pela pessoa humana e o interesse nacional.

8. O Diretor de Informação da SIC será nomeado e destituído pelo Conselho de

Administração.

9. O Diretor de Informação será um jornalista profissional, com mais de cinco anos de

experiência, de reconhecida isenção, competência e idoneidade, capaz de assegurar o

equilíbrio de interesses entre uma informação de elevado padrão de qualidade e a

obtenção de altos níveis de audiência, que garantam a rentabilidade económica da SIC,

e, por isso, a sua independência política e cultural.

10. No exercício das suas funções, o Diretor de Informação observará as normas

deontológicas do Estatuto do Jornalista e respeitará a competência específica que a lei

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