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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados em universitários

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Academic year: 2020

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Universidade do Minho

Escola de Psicologia

Francisco dos Santos Moutinho Antunes

Associação entre a utilização do Instagram e

comportamentos alimentares desajustados em

universitários.

Ass o cia ção e n tre a u ti lizaçã o d o In sta gra m e com p o rt am en tos alim en tare s d esaj u st ad os em u n iversit ár ios ho | 2 01 9 Fr an ci sc o d os S an to s M o ut inh o A nt un es

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Universidade do Minho

Escola de Psicologia

Francisco dos Santos Moutinho Antunes

Associação entre a utilização do Instagram e

comportamentos alimentares desajustados em

universitários.

Dissertação de Mestrado

Mestrado em Psicologia Aplicada

Trabalho efetuado sob a orientação da

Doutora Ana Rita Vaz e

da

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DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS

Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e direitos conexos.

Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada.

Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da Universidade do Minho.

Licença concedida aos utilizadores deste trabalho

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações CC BY-NC-ND

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Agradecimentos

Quero deixar algumas palavras a todos aqueles que contribuíram para o meu percurso académico, principalmente no desenvolvimento da minha dissertação de mestrado.

Gostaria de começar por agradecer à minha família por me ter proporcionado a oportunidade de progredir nos meus estudos, colocando-me sempre como prioridade.

Agradeço às minhas orientadoras, a Doutora Ana Rita Vaz e a Doutora Eva M. Conceição, a orientação e transmissão de conhecimentos durante esta etapa do meu percurso académico. Por último, dirijo um especial agradecimento à minha mulher, Nurul Anis binti Abdul Mulok pelo apoio incondicional, pelas palavras de encorajamento proferidas e pela força de vontade que me transmitiu.

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DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração.

Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.

Universidade do Minho, 18 de outubro de 2019

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados em universitários.

Resumo

As redes sociais tornaram-se parte da vida das pessoas, no entanto podem associar-se à ocorrência de comportamentos alimentares desajustados provocados pela insatisfação corporal resultante do seu uso. O presente estudo tem como objetivo relacionar a utilização da rede social Instagram com a ocorrência de comportamentos alimentares desajustados relacionados com a insatisfação corporal provocada devido ao conteúdo das imagens observadas na rede social Instagram. A amostra é constituída por 228 estudantes universitários que responderam a questionários de autorrelato que avaliaram: a imagem corporal, comportamento e atitudes alimentares, o auto criticismo e as características da utilização da rede social Instagram. Para a análise dos dados foram realizadas MANOVASs, ANOVAs e análises de mediação e mediação moderada. Em suma, não se verificaram resultados significativos entre os vários grupos formados de acordo com o tempo de utilização e tipo de conteúdo visionado. Constatou-se que o auto criticismo mediava o efeito entre o tempo de utilização e os comportamentos e cognições alimentares e que o conteúdo ativo (conteúdo relativo a alimentação e modelos) moderava a relação entre o mediador auto criticismo e a variável tempo de utilização.

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Association between the use of Instagram and maladaptative eating behaviours in college students.

Abstract

Social media networks have become a part of people’s lives, nevertheless they can be associated with the occurrence of maladaptative eating behaviours caused by body insatisfation created by the use of it. This study has the objective of connecting the use of the social media network Instagram with the occurrence of maladaptative eating behaviours due to the vizualization of certain types of images on Instagram. The sample is constituted by 228 college students that answered to several self-report questionnaires which evaluated: body image, eating behaviour, self criticism and Instagram use characteristics. To analyse the data we used MANOVAs, ANOVAs as well as mediation and moderated mediation analysis. It was concluded that there weren’t any significant effects between the groups according to the time of usage of social media networks and type of content visualized. It was found that self criticism mediated the effect between the time spent on social media and eating behaviour, furthermore active content (content related to eating and models) moderated the relation between the mediator self criticism and the variable time spent on social media.

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Índice

Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados em universitários. ... 9

Pertinência do estudo e objetivos ... 13

Metodologia ... 14

Instrumentos/Medidas ... 14

Questionário de Utilização do Instagram ... 14

ED-15 ... 15 TFEQ-21 ... 15 PANAS ... 15 BSQ ... 15 FSCRS ... 16 SCS ... 16 Procedimento ... 16

Estratégia de analise de dados ... 17

Resultados ... 17

Diferença entre os vários grupos ... 20

Efeitos do Tempo na Rede Social e do Tipo de Conteúdo em relação às variáveis dependentes. ... 22

Análise de Correlações ... 23

Analises de Mediação ... 25

Analises de Mediações Moderadas ... 26

Analise de Mediação Moderada para o Modelo 1 ... 26

Analise de Mediação Moderada para o Modelo 2 ... 27

Discussão... 28

Conclusão ... 30

Índice de Tabelas Tabela 1. Caracterização da amostra………18

Tabela 2. Distribuição da amostra de acordo com o tempo na rede social………..18

Tabela 3. Caracterização da amostra para as várias medidas………19

Tabela 4. Análises descritivas dos vários grupos………..21

Tabela 5. Correlações entre as variáveis ……….24

Índice de Figuras Figura 1. Modelos de Mediação………..….………25

Figura 2. Modelo 1 de Mediação Moderada……….27

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados em universitários.

O modo como comunicamos e interagimos entre nós encontra-se em constante mudança. Nos últimos anos assistimos a um avanço tecnológico que revolucionou os meios de comunicação tornando as redes sociais um meio de comunicação popular (Perloff, 2014), permitindo a rápida difusão de novas ideias e interesses.

As redes sociais diversificaram-se, expandindo a sua influência e adquirindo características únicas que permitem ao utilizador retratar cada vez mais as ocorrências do dia a dia num universo online, criando novos problemas, desafios e benefícios.

O aumento do uso das redes sociais e a sua globalização estimulou os usuários a publicarem fotos

suas dando origem a uma nova cultura, a cultura “selfie” (Derenne & Beresin, 2018). Nesta nova cultura

predomina a procura pela perfeição através de fotos que possam representar as melhores características do utilizador (Hancock & Toma, 2009) e a obtenção de um físico considerado ideal (Levine & Murnen, 2009) colocando potencialmente o utilizador em risco de desenvolver comportamentos alimentares desajustados (Smith, Hames, & Joiner, 2013; Stice, 2002).

As redes sociais diferenciam-se dos meios de comunicação tradicionais (televisão, revistas) por um conjunto de aspetos entre os quais, o foco das redes sociais consistir em retratar e divulgar o utilizador nos mais variados formatos (vídeos, fotos, textos) (Fardouly & Vartanian, 2016; Stefanone, Lackaff, & Rosen, 2011) e servirem como ferramentas para utilizadores interagirem com os seus pares (Zhao, Grasmuck, & Martin, 2008).

Na nova cultura “selfie” o que importa é o modo como nos apresentamos. A imagem precisa de ser perfeita, tornando-se numa espécie de absoluto na nossa sociedade através do qual somos avaliados.

A rede social que será utilizada neste estudo é o Instagram, por ser uma rede social que se foca na divulgação e visionamento de conteúdo imagético. A plataforma da rede social Instagram consiste numa aplicação para telemóveis que permite capturar fotos e vídeos com o objetivo de posteriormente as publicar nos seus perfis (Hu, 2014). Desde o seu lançamento em Outubro de 2010, tem atraído mais de 700 milhões de utilizadores com mais de 500 milhões de utilizadores diários (Instagram,2018).

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Embora exista uma afluência cada vez maior às redes sociais (Tiggemann, Slater, & Psych, 2013), a investigação acerca dos efeitos da utilização das redes sociais ainda se encontra num estágio inicial, no entanto, o tema recebe cada vez mais atenção da comunidade científica (Holland & Tiggemann, 2016).

O presente estudo terá como objetivo contribuir para um maior entendimento acerca do efeito da utilização das redes sociais explorando a relação entre a utilização da rede social Instagram e a ocorrência de comportamentos alimentares desajustados através de uma depreciação da própria imagem corporal em relação ao conteúdo visualizado na aplicação.

Serão abordados vários construtos, tais como o tempo de utilização da rede social, o tipo de conteúdo visualizado, o auto criticismo e comportamentos alimentares desajustados de forma a apresentar uma visão mais completa e unificada da possível conexão entre construtos.

No Instagram é possível observar imagens com o mais variado conteúdo, mas nos últimos anos verificou-se um maior interesse por imagens que demonstram a forma e aspeto do corpo humano. O aumento do interesse fez com que redes sociais como o Instagram se tornassem no meio predileto para a publicação de fotos que demonstram e promovem a obtenção de um aspeto físico mais apelativo.

Recentes investigações demonstraram que as redes sociais possuem a capacidade de afetar os utilizadores através da exposição a imagens cujo conteúdo demonstra um aspeto físico considerado como desejável e descrito como alcançável por todos (Holland & Tiggemann, 2016).

Na revisão sistemática acerca do impacto das redes sociais realizada por Holland & Tiggemann (2016) foi constatado que o uso das redes socias estava relacionado com problemas de imagem corporal e preocupações com a alimentação, no entanto, certas atividades como o visionamento e a partilha de fotos revelaram-se particularmente prejudiciais (Meier & Gray, 2014).

No estudo realizado por Mills, Musto, Williams, & Tiggemann, (2018) foi avaliado o efeito de tirar e publicar selfies (fotografia tirada pelo próprio utilizador) no humor e imagem corporal em estudantes universitárias, foi

concluído que mulheres que tiravam e partilhavam selfies nas redes sociais sentiam-se mais ansiosas, menos

confiantes e menos atrativas comparativamente com o grupo de controlo.

De modo a explicar o impacto das redes sociais nos seus utilizadores são referidas duas teorias, a teoria de comparação social de Festinger (1954) e a teoria socio cultural.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Segundo a teoria de comparação social (Festinger, 1954), as pessoas que pertencem à cultura ocidental possuem a motivação para obter resultados progressivamente melhores, criando a necessidade de confirmar a sua opinião e determinar o nível das suas características, recorrendo a comparações com os seus pares para obter respostas. Festinger (1954) afirma que as comparações realizadas são maioritariamente em relação a pessoas cujas características ou opiniões não divergem muito em relação a si, uma vez que comparações entre pessoas que possuem divergências marcadas nas características ou opiniões produzem inferências imprecisas em relação as características do utilizador. Myers & Crowther (2009) analisaram a teoria de Festinger (1954) e concluíram que existem aspetos contraditórios na medida em que se verifica que o sexo feminino compara o seu aspeto físico com pessoas cujo aspeto físico representa uma expectativa irrealista instituindo insatisfação corporal.

No que diz respeito à teoria Sociocultural a premissa principal de acordo com Dittmar (2005) refere que as pessoas são infelizes com o aspeto do seu corpo encontrando-se em risco de desenvolver comportamentos alimentares desajustados devido à exposição a ideais de beleza irrealista e à consequente pressão (proveniente do seu meio sociocultural, das várias formas de media, dos seus pares e família) para os atingir. Os padrões de beleza pressionados pela sociedade tentam impor a perfeição como a norma a seguir, sem ponderar os possíveis efeitos adversos. Pessoas mais perfecionistas apresentam uma particular vulnerabilidade em relação ao insucesso, reportando efeitos mais negativos do que pessoas que apresentam níveis baixos de perfecionismo, pelo que o perfecionismo se encontra diretamente relacionado com níveis mais elevados de auto criticismo (as cited in Stoeber, Hutchfield, & Wood, 2008).

As teorias apresentadas partilham um aspeto essencial entre si, a realização de comparações. Segundo Stice (2002) fatores como a pressão para ser magro (a), internalização de ideias de magreza, insatisfação corporal e realização de dietas são considerados fatores de risco no desenvolvimento e manutenção de perturbações alimentares. Quando analisadas as teorias e os fatores de risco de Stice (2002) surge a hipótese de que o nível de auto criticismo seja um fator que media a relação entre todos os outros fatore apresentados.

O Instagram como rede social fornece um meio que permite e promove o contacto social entre pessoas e a propagação de ideais irrealistas de beleza e/ou magreza que são progressivamente internalizados e associados como a norma de beleza (Keery, van den Berg, & Thompson, 2004; Kim & Chock, 2015; Meier & Gray, 2014) pressionando o utilizador a perseguir um padrão irrealista de beleza, originando insatisfação corporal (Fardouly & Vartanian, 2015; Levine & Murnen, 2009) e vergonha (Noll & Fredrickson, 1998) quando este não consegue atingir o padrão que tinha definido. Com o aumento do contacto social a quantidade de interações sociais falhadas irá igualmente escalar, potenciando o início de comportamentos alimentares desajustados com o

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

objetivo de reparar a autoestima e retomar ao seu self habitual (Rieger et al., 2010).

O modo como os utilizadores usufruem das redes sociais varia de utilizador para utilizador, pelo que Smith, Hames, & Joiner (2013) exploraram em estudantes universitários o efeito que o uso mal adaptativo da rede social

Facebook (definido como a tendência de procura de feedback negativo ou a tendência de se envolver em

comparações nas redes sociais) em relação à insatisfação corporal e à sintomatologia bulímica. Concluíram que o uso mal adaptativo da rede social mediado pela insatisfação corporal estava relacionado com um aumento dos sintomas bulimos, suportando a hipótese de que uma imagem corporal negativa é o início para o desenvolvimento de perturbações alimentares (Stice, 2002).

A imagem corporal, definida como as perceções, pensamentos e sentimentos relativos ao próprio corpo (Cash, 2004; Grogan, 2016), é extensamente condicionada pela autoesttimaa e autoconceito do utilizador (as cited in Borzekowski & Bayer, 2005).

No estudo realizado por Ahadzadeh, Pahlevan Sharif, & Ong (2017) foi investigado o efeito do Instagram em relação à imagem corporal mediada pelos esquemas mentais relativos ao corpo e a auto discrepância. A realização deste estudo foi motivada pelo estudo de Jung, Lennon, & Rudd (2001) que recomendaram testar se os esquemas mentais negativos acerca da imagem corporal eram um pré-requisito para a auto discrepância corporal. Ahadzadeh et al., (2017) concluíram que esquemas mentais relativos à aparência influenciavam positivamente a auto discrepância da imagem corporal do utilizador.

Quando fatores como: imagem corporal negativa, baixa auto estima e insatisfação com o próprio atingem níveis elevados podem promover a adoção de comportamentos cujo objetivo é mudar o aspeto físico da pessoa de modo a reduzir o seu descontentamento (as cited in Borzekowski & Bayer, 2005;Ahadzadeh et al., 2017). A insatisfação corporal e os comportamentos alimentares desajustados não ocorrem exclusivamente no sexo feminino. Existe uma falha metodológica cada vez mais relevante no campo das perturbações e comportamentos alimentares, a ausência do estudo do sexo masculino nestes campos de investigação. O sexo feminino é preferencialmente e em alguns casos exclusivamente selecionado nas investigação que englobam temas como a imagem corporal e comportamento alimentar desajustado devido à pressão sociocultural que este sexo sofre, mas também devido a certas características como o facto de apresentar uma maior prevalência rem relação a perturbações alimentares como a bulimia nervosa ou a anorexia (Fernández, Labrador, & Raich, 2007; Hoek & Van Hoeken, 2003; Schaefer, Harriger, Heinberg, Soderberg, & KevinThompson, 2017) e mais recentemente por se constatar que o sexo feminino passa mais tempo a partilhar fotos, a melhorar ou a atualizar os seus perfis nas redes sociais do que o sexo masculino (Stefanone et al., 2011).

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

No entanto a escolha de não incluir o sexo masculino na amostra das investigações é uma opção cada vez mais em desuso em decorrência do aumento da preocupação do sexo masculino em obter também um corpo perfeito, catalisada pela internalização de ideais irrealistas acerca do corpo masculino (Murray, Rieger, Karlov, & Touyz, 2013).

A preocupação do sexo masculino com a imagem corporal não é um fenómeno que teve início recentemente, pelo contrário, existem estudos dos anos 90 que na altura já reconheciam o papel dos anúncios e dos media na aparência física do sexo masculino (Mishkind, Rodin, Silberstein, & Striegel-Moore, 1986). No estudo de Davis & Cowles, (1991) foi concluído que ambos os sexos se encontravam insatisfeitos com o seu peso, relatando que o sexo feminino queria perder peso enquanto que a amostra do sexo masculino encontrava-se dividida igualmente entre aqueles que aspirava em possuir um físico maior e mais pesado e os que queriam perder peso.

Os corpos perfeitos diferem entre sexos, no entanto apresentam similaridades, o corpo perfeito do sexo feminino, embora mantendo uma forma esguia, com uma cintura estreita e pouca gordura corporal, inclui um novo modelo que se caracteriza por um corpo mais atlético e tonificado, enquanto que o corpo masculino ideal é um corpo que apresenta uma elevada quantidade de massa muscular conjugada com aparência magra (Boepple, Ata, Rum, & Thompson, 2016; Schaefer et al., 2017; Tiggemann & Zaccardo, 2018).

Na tentativa de obtenção do corpo ideal ambos sexo adotam estratégias de controlo de peso que os coloca em risco de desenvolver sintomas ou perturbações alimentares, tais como, a realização de dietas rígidas, jejum ou a prática de exercício físico excessivo (Ramme, Donovan, & Bell, 2016).

Pertinência do estudo e objetivos

De acordo com a revisão da literatura, existe a necessidade de explorar relação e o efeito entre as variáveis: conteúdo das imagens, tempo na rede social, a imagem corporal, comportamentos alimentares desajustados e auto criticismo.

É esperado que pessoas que utilizem a rede social Instagram durante mais tempo possuam maiores níveis de auto criticismo, insatisfação corporal e apresentem mais comportamentos alimentares desajustados.

Supõem-se que o conteúdo ativo (conteúdo que poderá causar insatisfação corporal) associado com o tempo de utilização produza resultados mais significativos do que apenas em relação a variável tempo de utilização.

Presume-se que o auto criticismo apresenta-se como mediador na relação entre o tempo de utilização e os comportamentos alimentares desajustados, adicionalmente, supõe-se que o tipo de conteúdo modera a relação entre tempo de utilização e o auto criticismo.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Metodologia Amostra

A amostra para este estudo foram estudantes universitários provenientes de várias universidades do Norte de Portugal. Os participantes foram selecionados segundo o critério de utilização da rede social Instagram. Os dados foram recolhidos com recurso à ferramenta Google Forms através de questionários online realizados após o preenchimento do consentimento informado.

Instrumentos/Medidas Questionário Sociodemográfico

De modo a responder aos objetivos do estudo foram utilizadas para a recolha de dados medidas sociodemográficas (género, idade, estabelecimento de ensino, estado civil, nacionalidade). Os itens deste questionário foram criados, tendo em atenção as particularidades deste estudo, de modo a recolher todas as informações consideradas pertinentes para mais tarde se conseguir obter uma extensa compreensão a partir da análise das diferentes variáveis estudadas.

Questionário de Utilização do Instagram (Anexo 1)

Para o efeito deste estudo foi criado um questionário com o objetivo de inquirir acerca do tipo de utilização do Instagram referente às últimas quatro semanas. Os itens que constituem este questionário abordam: o conteúdo visualizado, o tempo de utilização diário e a importância geral desta rede social. Os itens eram compostos por várias escalas de Likert.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

ED-15

O Eating Disorder-15 (ED-15) (Tatham et al., 2015), é um questionário de autorrelato com 15 itens direcionado a comportamentos alimentares desajustados. Consiste em dez cognições e cinco comportamentos divididos em duas subescalas: Preocupação Forma/Peso (α = .94) e Preocupação Alimentação (α =.80),

avaliados de 0 a 6 numa escala de Likert . Avalia vários sintomas das perturbações do comportamento alimentar

na última semana, entre os quais a frequência com que a pessoa se preocupou com o peso, forma corporal, evitou pessoas devido ao medo de ser julgada entre outros.

TFEQ-21

O Three Factor Eating Questionnaire R21 (TFEQ-R21) (Cappelleri et al., 2009) é uma versão mais robusta psicometricamente do original de 51 itens, da autoria de Stunkard & Messick, (1985). É um instrumento composto por 21 itens que determina o grau de restrição cognitiva, alimentação emocional e descontrole alimentar. Os 21 itens são compostos por 3 escalas: a restrição cognitiva (α = .76) que engloba 6 itens, a escala de alimentação emocional (α = .83) também com 6 itens e por último a escala de descontrolo alimentar (α = .85) com 9 itens.

PANAS

A Positive and Negative Affect Schedule (Panas) é um questionário desenvolvido com o objetivo de avaliar

facilmente o afeto positivo e negativo (Watson & Anna C, 1988). O questionário PANAS possuiu duas escalas com 10 itens cada, que fazem parte de uma lista de marcadores puros de afeto positivo e de afeto negativo. A adaptação da PANAS para a população portuguesa foi realizada por Ribeiro & Galinha, (2005) utilizando um processo semelhante ao de Watson & Anna C, (1988) partindo de 60 itens originais até chegar a uma lista final de 20 itens puros. Apresenta uma consistência interna de α= .86 para a escala de afeto positivo e α= .89 para a escala de afeto negativo.

BSQ

O Body Shape Questionnaire desenvolvido por Cooper, Taylor, Cooper, & Fairbum, (1987) é um instrumento utilizado para avaliar a imagem corporal. A versão portuguesa desenvolvida por Vieira, Palmeira, Francisco, & Teixeira, (2004) é constituído por 34 itens avaliados em uma escala de Likert de 6 pontos, o BSQ apresenta apenas uma dimensão em que resultados mais elevados indicam uma pior imagem corporal. Apresentado uma consistência interna de α=.97

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

FSCRS

A The Forms of Self-criticizing/Attacking and Self-reassuring Scale (FSCRS) é um instrumento de auto preenchimento que foi desenvolvida com o intuito de explorar a maneira como as pessoas se sentem quando alguma coisa corre mal, em particular para avaliar as tendências para a pessoa ser auto critico ou auto confiante quando o resultado alcançado não é o esperado (Baião, Gilbert, McEwan, & Carvalho, 2015). É composta

por 22 itens pontuados numa escala de Likert de 5 pontos compreendida entre 0 (nada parecido comigo) a 4

(extremamente parecido comigo) inseridos em 3 fatores, Inadequate self (Eu inadequado), Reassure self (Eu tranquilo) e

Hated self (Auto Odio) (Gilbert, Clarke, Hempel, Miles, & Irons, 2004).O instrumento possui boas propriedades psicométricas nas diferentes subescalas: inadequate self (α= .89), hated self (α= .72) e reassured self (α=.87).

SCS

A Self Compassion Scale (SCS) (Self-Compassion Scale, Neff, 2003; Tradução e adaptação de Castilho Pinto-Gouveia, 2006) é um instrumento de autorrelato com 26 itens que avalia 6 dimensões: Calor / compreensão, Autocrítica,

Condição Humana, Isolamento, Mindfulness e Sobre identificação. Apresenta de níveis de consistência interna (α =

.92) (Castilho & Gouveia, 2012; NEFF, 2003).

Procedimento

O estudo teve autorização do Conselho de Ética – Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Minho (CE.CSH 059/2018).

Foi recolhida uma amostra de 228 estudantes universitários da zona norte e centro de Portugal, utilizando o email institucional de cada universidade. Antes de preencherem os questionários foi pedido aos participantes para lerem o consentimento informado e caso concordassem em fazer parte da investigação que o

assinassem. A recolha de dados foi realizada através da ferramenta GoogleForms encontrando-se inseridos

vários questionários (Sociodemográfico, ED-15, TFEQ-21, BSQ, FSCRS, SCS e Panas) que recolheram informação relativa às várias variáveis do estudo. O tempo médio de cada recolha foi de 25 a 35 minutos.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Estratégia de analise de dados

Na presente investigação os dados recolhidos foram tratados e analisados através do software IBM SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences). Foram formados quatro grupos de acordo com duas variáveis independentes, o Tempo de utilização do Instagram e Conteúdo visualizado, cada variável possui dois níveis: tempo de utilização elevado (45 a 1h e mais de 1h) ou baixo (menos de 15 minutos,15 a 30 minutos e 30 a 45 minutos) e conteúdo ativo (alimentação e modelos) ou neutro (músicos/bandas e atores). De modo a analisar as diferenças entre

grupos foi realizada uma Multivariate Analysis of Variance (MANOVA).

Para analisar o efeito que o tipo de conteúdo visualizado e do tempo de utilização do Instagram nos comportamentos alimentares, no auto criticismo e na forma corporal foram realizadas Multivariate Analysis of Variance (MANOVA) e One-way Analysis of Variance (ANOVA). Utilizando o Process v3.3 foram realizadas análises de mediação e mediação moderada de modo a estudar as relações entre o tempo de utilização, o auto criticismo, o comportamento alimentar e o tipo de conteúdo visualizado.

Resultados

Análises descritivas (Tabela 1, 2 e 3) Caracterização da amostra

A amostra foi constituída por 228 participantes sendo 87.7% do sexo feminino (N=200), com idades compreendidas entre os 18 e os 48 anos (M=23.5, DP 5.1) e 12.3% do sexo masculino (N=28) com idades compreendidas entre os 18 e os 48 anos (M= 24,2, DP=6,5). A maioria dos participantes femininos é solteira (92.5%).

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados. Tabela 1 Caracterização da amostra N % Sexo Feminino 200 87.7 Masculino 28 12.3 Nacionalidade: Portuguesa 204 89.5 Brasileira 23 10.1 Angolana 1 .04 Estado Civil: Solteiro(a) 215 94.3 Casado(a) 8 3.5 União de facto 2 .9 Separado 1 .4 Divorciado 2 .9 Estabelecimento de ensino: Universidade do 217 95.2 Minho Outras 11 4.8 Universidades Tabela 2

Distribuição da amostra de acordo com o tempo na rede social

N %

Tempo na Rede Social

Menos de 15 minutos 24 10.5

15 a 30 minutos 35 15.4

30 a 45 minutos 46 20.2

45 minutos a 1 hora 44 19.3

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Tabela 3

Caracterização da amostra para as várias medidas

Medidas N M DP

Panas Total

Subescala Afeto Positivo 228 28.43 7.81

Subescala Afeto Negativo 228 21.95 8.09

FSCRS Total Subescala Eu Inadequado 228 16.56 8.83 Subescala Eu Tranquilizador 228 19.61 6.88 Subescala Eu detestado 228 3.45 4.19 SCS Total Subescala Compreensão 228 14.02 4.37

Subescala Condição Humana 228 11.88 2.93

Subescala Isolamento 228 11.07 4.00

Subescala Mindfulness 228 11.97 3.38

Subescala Sobre Identificação 228 11.59 3.92

ED-15 Total 228 13.24 11.55

Subescala Preocupação Forma Peso 228 7.3 7.41

Subescala Preocupação Alimentação 228 5.94 4.98

TFEQ-21 Total 228 45.63 12.00

Subescala Descontrolo Alimentar 228 18.74 5.67

Subescala Restrição Cognitiva 228 13.39 4.26

Subescala Alimentação Emocional 228 13.5 5.56

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Diferença entre os vários grupos

Foram realizadas MANOVAS e ANOVAS de modo a determinar se existem diferenças significativas entre os vários grupos (Tabela 4).

As MANOVAS realizadas para as subescalas Preocupação Forma/Peso e Preocupação Alimentação do questionário ED-15, Descontrolo Alimentar e Alimentação Emocional do questionário TFEQ-21 e Eu inadequado e Eu detestado do questionário FSCRS não apresentaram diferenças estatisticamente significas entre os vários grupos.

As ANOVAS realizadas para a subescalas Afeto Negativo do questionário Panas e o para o questionário BSQ não revelaram diferenças estatisticamente significas entre os grupos.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Tabela 4

Analise descritiva dos vários grupos

Grupo Tempo Elevado

Conteúdo Neutro Grupo Tempo Elevado Conteúdo Ativo Grupo Tempo Reduzido Conteúdo Neutro Grupo Tempo Reduzido Conteúdo Ativo

Medidas N M DP N M DP N M DP N M DP

ED-15 Total 32 11.06 12.17 91 13.88 11.35 41 11.41 11.14 64 14.58 11.76

Subescala Preocupação Forma Peso 32 6.81 8.72 91 7.69 7.25 41 6.2 7.29 64 7.69 7.09

Subescala Preocupação Alimentação 32 4.25 4,28 91 6.19 5.02 41 5.22 4.47 64 6.89 5.34

TFEQ-21 Total 32 45,25 11.91 91 46.51 12.91 41 44.66 11.72 64 45.2 11.06

Subescala Descontrolo Alimentar 32 18,47 6.34 91 19.43 6.05 41 18.78 6.13 64 17.88 4.27

Subescala Alimentação Emocional 32 13,97 5,93 91 13.77 5.73 41 12.93 4.45 64 13.23 5.28

Panas Total 32 51.63 11,07 91 51.44 9.1 41 48.49 11.26 64 49.44 9.97

Subescala Afeto Negativo 32 24,22 8,79 91 22.36 8.52 41 21.1 7.73 64 20.77 7.17

FSCRS Total 32 42.78 10.94 91 40.65 9.98 41 37.32 13.03 64 38.05 10.09

Subescala Eu Inadequado 32 18.59 8,82 91 16.69 8.98 41 16.17 9.64 64 15.61 8.09

Subescala Eu detestado 32 4.38 4,77 91 3.25 4.07 41 3.83 4.83 64 3.03 3.59

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Efeitos do Tempo na Rede Social e do Tipo de Conteúdo em relação às variáveis dependentes.

A variável Conteúdo apresentou uma relação estatisticamente significante com a subescala Preocupação Alimentação (F(1,224) = 10.117, p < .05, pη2 = .043) do questionário ED-15 e com o questionário BSQ (F(1,224) = 9.860, p < .05, pη2 = .042.

A variável Tempo recorrendo a MANOVAs e a ANOVAS, não se revelou estatisticamente significante para ambas as

subescalas do questionário ED-15, para as subescalas Descontrolo Alimentar e Alimentação Emocional do questionário TFEQ-21 e para as subescalas Eu Inadequado e Eu Detestado do questionário FSCRS nem para a subescala Afeto Negativo e questionário BSQ , enquanto que, a variável Conteúdo apresentou valores estatisticamente significantes, Wilks’ Lambda = .952, F(2, 223) = 5.272, p < .01, pη2 = .048, para as subescalas do ED-15 sugerindo que existem diferenças significativas pelos menos com uma das subescalas do ED-15.

As 8 variáveis dependentes estudadas (Questionário BSQ, Subescala Panas Negativo, Subescala Eu Inadequado, Subescala Eu Detestado, Subescala Descontrolo Alimentar, Subescala Alimentação Emocional, Subescala Preocupação Forma/Peso e Subescala Preocupação Alimentação) cumpriram o pressuposto de

homogeneidade de Lavene’s F, p > .05.

A ANOVA demonstrou um efeito estatisticamente significante entre o Conteúdo e a subescala Preocupação Alimentação, F(1,224) = 10.117, p < .05, pη2 = .043.

O conteúdo foi estatisticamente significante em relação ao questionário BSQ, através da análise da ANOVA, apresentando valores de, F(1,224) = 9.860, p < .05, pη2 = .042.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Análise de Correlações

Foi realizada uma análise de correlações de modo a determinar a possível relação entre as medidas e testar a significância das correlações verificadas (Tabela 5).

A medida Tempo na Rede Social apresentou uma correlação positiva significante: com a subescala Eu Inadequado do questionário FSCRS e com os Conteúdos Alimentação e Modelos.

A análise das correlações segundo o tipo de conteúdo demonstrou que o Conteúdo Alimentação apresentava várias correlações positivas significantes com as subescalas, Preocupação Forma/Peso e Preocupação Alimentação do questionário ED-15, com a subescala Alimentação Emocional do questionário TFEQ-21, com as subescalas Eu Inadequado e Eu Detestado do questionário FSCRS e com o questionário BSQ.

O conteúdo Modelos apresenta uma correlação positiva e significante com o Tempo na Rede Social enquanto que o conteúdo Músicos/Bandas apresenta correlações positivas significantes com a subescala Afeto Negativo do questionário Panas e com o questionário BSQ. O conteúdo Atores não apresenta nenhuma correlação com as medidas estudadas.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Tabela 5

Correlações entre as variáveis

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1-Conteúdo Alimentação 1.0 2-Conteúdo Modelos .233** 1.0 3-Conteúdo .151* .204** 1.0 Músicos/Bandas 4-Conteúdo Atores .095 .263** .560** 1.0 5-Tempo na Rede Social .148* .341** .117 .127 1.0 6-Preocupação .136* .026 -120 .044 .088 1.0 Forma/Peso ED-15 7-Preocupação .334** .088 .058 .019 .008 .727** 1.0 Alimentação ED-15 8-Descontrolo .096 -.002 .015 -.075 .115 .407** .375** 1.0 Alimentar TFEQ-21 9-Alimentação .192** -.084 .028 -.034 .117 .505** .506** .641** 1.0 Emocional TFEQ-12 10-Eu inadequado FSCRS -.065 .055 .110 -.041 .158* .609** .416** .439** .429* 1.0 11-Eu detestado -.122 -.071 .087 -.091 .064 .609** .374** .406** .421** .776** 1.0 FSCRS 12-Afeto Negativo -.015 .105 .149* .094 .121 .502** .398** .365** .351** .653** .600** 1.0 Panas 13-BSQ .241** .106 .167* .109 .046 .771** .733** .420** .473** .601** .576** .601** 1.0 *= p< .05, ** = p < .01, *** = P <.001

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Analises de Mediação

Foram realizadas várias analises de mediação recorrendo ao Process v3.3 de modo a analisar o efeito do auto criticismo como mediador na expressão de comportamentos alimentares desajustados em vários modelos (Figura 1).

Figura 1.

* - p < .05, **- p < .01, *** - p < .001

Quando realizados os vários modelos, apenas no modelo 1 e 2 foi possível verificar que a subescala do questionário FSCRS atuava como mediador. Em relação ao modelo 1 foi verificado que o efeito direto entre o Tempo de utilização e a subescala Eu Inadequado foi positivo e significativo, verificou-se igualmente um efeito direto significativo e positivo entre a subescala Eu Inadequado e a subescala Preocupação Forma/Peso. O efeito indireto da Subescala Eu Inadequado (IE = .5205) é estatisticamente significativo: IC 95% = (.0877, .9706), p<.05. No que diz respeito ao modelo 2, é possível verificar que o efeito direto entre o Tempo de utilização e a subescala Eu inadequado é o mesmo do que no modelo 1 e que O efeito direto entre a Subescala Eu Inadequado e a subescala Preocupação Alimentação foi positivo e significativo. Em relação aos Modelos 3 e 4 o mediador subescala Eu Detestado não apresentou valores significativos concluindo que a subescala não media o efeito entre o Tempo na Rede Social e as subescalas Preocupação Forma/Peso e Preocupação Alimentação.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Analises de Mediações Moderadas

Observando a tabela de correlações foi possível verificar que a variável Tempo na Rede Social e os conteúdos Alimentação e Modelos apresentavam correlações positivas e significativas entre si, pelo que foram realizadas várias Mediações Moderadas de modo a avaliar o efeito que o tipo de conteúdo (Alimentação e Modelos considerados como conteúdo ativo e Atores e Músicos/Bandas considerados como conteúdo neutro) tinha enquanto moderador na relação entre Tempo na Rede Social e a subescala Eu Inadequado.

Analise de Mediação Moderada para o Modelo 1 (Figura 2) Figura 2 – Modelo 1

Foi demonstrado que a interação entre o Conteúdo Alimentação e o Tempo na Rede Social era estatisticamente significativa (b= -.6111, s.e = .2617, p < .05) sugerindo que o conteúdo Alimentação modera o efeito do Tempo em relação à subescala Eu Inadequado. Verificaram-se efeitos diretos positivos e significativos entre o Tempo na rede social e a subescala Eu Inadequado, (b = 1.008, s.e = .4238, p < .05) e entre a Subescala Eu Inadequado e a subescala Preocupação Forma/Peso (b = .5118, s.e = .0449, p < .001 em relação ao Conteúdo Alimentação. Foi concluído que o Conteúdo Alimentação moderava significativamente o efeito indireto entre o Tempo na rede social e a subescala Preocupação Forma/Peso, IE= -.0047, IC 95% = (-.5776, -.0703).

O Conteúdo Modelos apresenta uma interação estatisticamente significativa com o Tempo na Rede Social, (b= .5866, s.e = .2954, p < .05). Existem efeitos diretos positivos entre o Tempo na Rede Social e a subescala Eu Inadequado, (b = 1.1751, s.e = .4543, p < .05) e entre a Subescala Eu Inadequado e a Subescala Preocupação Forma/Peso (b= .5118, s.e = .0449, p <.001). Concluiu-se que o Conteúdo Modelos moderava significativamente o efeito indireto entre o Tempo na Rede Social e a subescala Preocupação Forma/Peso, IE= .3002, IC 95% = (.0096,.5928).

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

Em relação aos conteúdos Músicos/Bandas e Atores, não existem interações significativas com o Tempo na Rede Social, (respetivamente, b = .0282, s.e = .2713, p> .05 e b = -.3279, s.e

= .2934, p > .05). Foi concluído que o conteúdo Músicos/Bandas IE = .0144, IC 95% = (-.2530,

.2810) e o conteúdo Atores (IE = -.1678, IC 95% = (-.4341, .1216 não moderam o efeito indireto entre o Tempo na Rede Social e a Subescala Preocupação Forma/Peso.

Analise de Mediação Moderada para o Modelo 2 (Figura 3) Figura 3 – Modelo 2

O modelo é constituído pelo Tipo de conteúdo (Alimentação e Modelos considerados como conteúdo ativo e Atores e Músicos/Bandas considerados como conteúdo neutro) (W), Tempo na Rede Social (X), subescala Eu Inadequado (M) e a subescala Preocupação Alimentação(Y).

O Conteúdo Alimentação apresenta interação estatisticamente significativa com o Tempo na Rede Social (b = -.6111, s.e = .2617, p < .05).

Verificou-se efeitos diretos positivos entre o Tempo na Rede Social e a subescala Eu Inadequado, (b = 1.0082, s.e = .4238, p < .05) e entre a subescala Eu Inadequado e a subescala Preocupação Alimentação, (b =.2399, s.e = .0346, p < .001). Concluiu-se que o Conteúdo Alimentação moderava significativamente o efeito indireto entre o Tempo na Rede Social e a subescala Preocupação Alimentação, IE = -.1466, IC 95% = (-.2666,-.0300).

O conteúdo Modelos apresenta uma interação estatisticamente significativa com o Tempo na Rede Social, (b= .5866, s.e = .2954, p < .05). Existem efeitos diretos positivos entre o Tempo na Rede Social e a subescala Eu Inadequado, (b = 1.1751, s.e = .4543, p < .05) e entre a Subescala Eu Inadequado e a Subescala Preocupação Alimentação (b= .2399, s.e = .0346, p <.001).

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

O conteúdo Modelos modera significativamente o efeito indireto entre o Tempo na Rede Social e a subescala Preocupação Alimentação uma vez que, IE = .1407, IC 95% = (.0086, .2830).

Uma vez que os conteúdos Músicos/Bandas e Atores não apresentaram interações significativas com o Tempo na Rede Social no modelo 1 pode-se concluir que no modelo 2 ambos os conteúdos não vão apresentar interações significativas com o Tempo na Rede Social e por isso os conteúdos Músicos/Bandas e Atores não moderam o efeito indireto entre o Tempo na Rede Social e a Subescala Preocupação Forma/Peso.

Discussão

O presente estudo tem como objetivo clarificar o efeito do uso da rede social na ocorrência de comportamentos alimentares desajustados em função da insatisfação corporal provocada pelo conteúdo das imagens veiculadas na rede social Instagram.

Foram formados grupos a partir da amostra com base no tempo de utilização (elevado e baixo) e tipo de conteúdo visionado (ativo e neutro) e avaliadas as diferenças entre eles relativamente às variáveis em estudo.

Os dados obtidos neste estudo sugerem que não existem diferenças significativas entre os quatro grupos em relação ao comportamento alimentar, a sentimentos de afeto negativo e sentimentos acerca da forma do corpo. No entanto é possível constatar que o grupo que apresenta maior tempo de utilização e visiona conteúdo ativo apresenta médias superiores em relação aos outros grupos

A literatura aponta para um efeito positivo entre o uso de redes sociais e insatisfação corporal (Holland & Tiggemann, 2016). No entanto através da análise de estudos como o de Rutledge, Gillmor, & Gillen (2013) e Vandenbosch & Eggermont (2012) é possível observar várias metodologias e padrões utilizados para avaliar o tempo de utilização nas redes sociais. Em redes sociais cujas plataformas consistem no visionamento e partilha de imagens, a internalização do conceito de corpo ideal através do visionamento de imagens pode ser considerada um fator de risco (Meier & Gray, 2014; Stice, 2002).

O presente estudo apresenta como limitação metodológica o modo como a variável tempo de utilização foi avaliada: não foi possível determinar o tempo utilizado em cada atividade realizada na rede social (como o envio de mensagens, publicar fotos ou visionar fotos) falhando a obtenção do tempo de utilização real das atividades que envolvem o contacto com imagens podem induzir a internalização de um modelo de corpo ideal, sendo utilizado o tempo de utilização total como variável tempo de utilização.

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Associação entre a utilização do Instagram e comportamentos alimentares desajustados.

A falta de relação entre o tipo de conteúdo e o tempo de utilização pode ser explicada pela inclusão do tempo de atividades que não se encontram relacionadas com problemas de imagem corporal (Kim & Chock, 2015) e pelo facto da escala de Likert utilizada para mensurar o tempo de utilização, comparativamente com a utilizada no estudo de Tiggemann & Miller (2010), não possuir alcance suficiente para formar grupos que possuíssem características distintas.

Foram avaliados os efeitos do tipo de conteúdo e dos níveis de tempo na rede social em relação as variáveis dependentes. Conclui-se que os tipos de conteúdo visionados apresentavam diferenças significativas entre si, o conteúdo ativo (alimentação e modelos) apresentava níveis mais elevados de insatisfação corporal e preocupação com a alimentação, indo de encontro com Kim & Chock (2015) que afirma que comparações realizadas em função do conteúdo visionado encontra-se relacionado com a vontade de obter um corpo magro.

A variável tempo na rede social apresenta uma relação significativa com o afeto negativo, em que níveis mais elevados de utilização estão associados a um aumento nos sentimentos de afeto negativo.

Após se realizarem analises de correlação entre variáveis verificou-se que o tempo apresentava correlações positivas e significativas com o auto criticismo (escala Eu Inadequado) e com os conteúdos Alimentação e Modelos. Por sua vez a subescala Eu Inadequado apresentou correlações significativas com as subescalas do questionário ED-15.

Foram criados vários modelos de mediação e mediação moderada para explorar as relações entre cada variável. As análises de mediação demonstraram que a subescala Eu Inadequado do questionário FSCRS mediava a relação entre o tempo na rede social e as subescalas do ED-15.

Nos estudos realizados por Kim & Chock (2015) e Noll & Fredrickson (1998) embora tenham utilizadas variáveis ligeiramente diferentes (comparações relativas à aparência e vergonha corporal respetivamente) chegaram a conclusões semelhantes na medida em que as comparações relativas à aparência mediavam a relação entre o uso da rede social Facebook e a vontade de obter um corpo mais magro enquanto que a vergonha corporal mediava a relação entre a auto objetificação e o comportamento alimentar desajustado.

Para as analises de mediação moderada foi adicionado ao modelo o moderador tipo de conteúdo. Os resultados mostraram que apenas os conteúdos Alimentação e Modelos podiam ser caracterizados como moderadores neste modelo, visto que eram os únicos conteúdos que apresentavam uma interação positiva e significativa com o tempo de utilização e a sua relação com o auto criticismo.

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Os resultados da análise de mediação moderada vão de encontro com a hipótese do presente estudo de que o tipo de conteúdo visionado apresenta efeitos no auto criticismo e nas cognições e comportamentos alimentares.

Os conteúdos ativos colocam enfase na aparência do corpo promovendo a preocupação com a aparência, alimentação e exercício causando problemas de imagem corporal semelhantes aos causados por sites que apoiam e divulgam comportamentos anoréxicos (Boepple et al., 2016; Borzekowski, Schenk, Wilson, & Peebles, 2010).

Conclusão

O presente estudo destaca o efeito mediador do auto criticismo entre a utilização da rede social Instagram e os comportamentos alimentares desajustados assim como o efeito do conteúdo ativo visualizado nos níveis de auto criticismo experienciados. Esperamos que os resultados obtidos contribuam para o aumento da compreensão dos efeitos do uso de redes sociais que apresentam elevado conteúdo imagético no auto criticismo e nos comportamentos alimentares desajustados em estudantes universitários (Fardouly & Vartanian, 2016).

(32)

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Anexos Anexo 1- Questionário de utilização do Instagram

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Imagem

Figura 2 – Modelo 1
Figura 3 – Modelo 2

Referências

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