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EXISTÊNCIA: MORAL E ARTE EM CORES E TONS

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Academic year: 2020

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Nº 3, volume 10, artigo nº 9, Julho/Setembro 2015 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v10n3a9

ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 167 de 216

EXISTÊNCIA: MORAL E ARTE EM CORES E TONS

EXISTENCE: MORAL AND ART IN COLORS AND SHADES

Ieda Tinoco Boechat1, Carlos Henrique Medeiros de Souza2, Paolla Santos Souza3

1

Universidade Estatual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem; Campos dos Goytacazes-Rio de Janeiro;

iedatboechat@hotmail.com

2

Universidade Estatual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Professor do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem; Campos dos Goytacazes-Rio de Janeiro;

chmsouza@gmail.com

3

Universidade Estatual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem; Campos dos Goytacazes-Rio de Janeiro;

paollasantoss@gmail.com

Resumo: neste trabalho, a Psicologia Fenomenológico-Existencial – expressão da

interdisciplinaridade – oferece sua contribuição à qualidade dos modos de se relacionar das pessoas, baseando-se em um novo modo de concebê-las. Apesar dos condicionamentos e determinantes com os quais ela tem de lidar, uma pessoa não é vítima das circunstâncias nem de seu passado. A existência humana, na perspectiva sartriana, considera o existir humano uma moral da ação e do engajamento. Sendo o homem o conjunto de seus atos, uma vez que ele existe na medida em que se realiza, não pode ser outra coisa senão sua vida. Assim, este trabalho problematiza a questão: considerando a concepção existencialista de que a existência precede a essência, em que medida uma pessoa que participa de uma relação interpessoal íntima precisa se submeter às condições que lhe são apresentadas? Por meio de pesquisa bibliográfica e utilizando as vivências de Gray e Anastasia no filme Cinquenta Tons de Cinza como ilustração, a fim de contextualizar a teoria, entende-se que a pessoa humana é livre para escolher responsavelmente quem ela será no momento seguinte; estando em situação, no uso de sua consciência intencional, ela pode avaliar as condições a que se encontra submetida e (re)direcionar suas escolhas. No entanto, no instante em que decide não pode saber como será e quais serão as consequências pelas quais terá de se responsabilizar. Enfatiza-se, neste texto, a liberdade como de fato Sartre a propõe: o homem está condenado a ser livre e se angustia pela ausência de qualquer justificação e pela responsabilidade em relação a todos os homens.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 168 de 216

Palavras-chave: transcendência; autenticidade; amor e sadismo; decisão

responsável.

Abstract: This work, the Phenomenological-Existential Psychology – interdisciplinary

expression – offers its contribution to the quality of the ways people relate to each

other, based on a new way of conceiving them. Despite the conditions and determinants with which it must deal, a person is not a victim of circumstances neither his past. Human existence, in Sartrean perspective, considers human existence a moral and engagement action. Since man is the set of his acts, since he exists as taking place, he cannot be anything else other than his life. Thus, this work discusses the question: considering the existentialist notion that existence precedes essence, to what extent a person who participates in an intimate interpersonal relationship needs to be submitted to the conditions presented to him? Through bibliographic search and using the experiences of Gray and Anastasia in the movie

Fifty Shades of Grey as an illustration, in order to contextualize the theory, it is understood that the human person is free to choose responsibly whom it will be the next moment; being in a situation, in use of intentional consciousness, he can assess the conditions to which it is subject and (re)direct their choices. However, in the moment that he decides not to know how it will be and what will be the consequences for which will have to take responsibility. It’s emphasized, in this text, freedom as indeed Sartre proposes: Man is condemned to be free and is distressed by the absence of any justification and by the responsibility for all men.

Keywords: transcendence; authenticity; love and sadism; responsible decision.

Introdução

O artigo pretende discorrer sobre o caráter transcendental da existência humana e intencional da consciência, que facultam à pessoa humana a capacidade e a possibilidade de se erguer acima de si mesma para usar sua liberdade de atualizar sua essência e (re)criar sua história e seus relacionamentos interpessoais. Especificamente, aqui, discorre-se sobre a relação entre um homem e uma mulher, com ênfadiscorre-se nos modos pelos quais escolhem se colocar no mundo, numa relação que envolve aspectos significativos da

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 169 de 216 existência, tais como a intimidade, o exercício da sexualidade, a sedução e a sensualidade, a confiança e o respeito, as atitudes de amor e sadismo.

Para tanto, busca elucidar os fundamentos do existencialismo sartriano que embasam essa concepção de homem como um ser que se faz essência enquanto existe dialeticamente na sua relação com o meio, com os outros homens e consigo mesmo, além de trazer, como ilustração, as vivências de Gray e Anastasia contadas no filme Cinquenta Tons de Cinza, dirigido por Taylor-Johnson (2015), a fim de contextualizar as proposições teóricas descritas.

Desse modo, considerando a concepção existencialista de que a existência precede a essência e as vivências dos protagonistas do drama em análise, problematiza-se a seguinte questão: em que medida uma pessoa que participa de uma relação interpessoal íntima precisa se submeter às condições que lhe são apresentadas?

Considerar-se-á, para fins deste estudo, relação interpessoal íntima aquele relacionamento em que duas pessoas compartilham suas expectativas, sua sexualidade, suas emoções e sentimentos, seus valores, enfim, suas existências.

Tal pesquisa justifica-se por trazer à reflexão a liberdade aliada necessariamente à responsabilidade na tomada de decisões quanto a atitudes escolhidas e aos modos de relação estabelecidos por duas pessoas que colorem seus relacionamentos e tecem suas existências, valendo-se da monocromia em apenas um tom à policromia em várias tonalidades, para usar uma linguagem próxima a de Gray.

Assim, tal discussão encontra sua relevância ao fazer lembrar a possibilidade de a pessoa humana assumir autenticamente sua existência, em vez de dissimular para si mesma que está escolhendo sem, na verdade, fazê-lo, para eximir-se de assumir as consequências por suas decisões responsáveis, e ao enfatizar, além disso, a responsabilidade social do homem que, ao escolher para si, escolhe para todos os outros homens.

As proposições que ora se desenvolvem privilegiam-se do espaço interdisciplinar, uma vez que a Psicologia Fenomenológico-Existencial nasce da articulação de conceitos, teorias e métodos entre a Filosofia e a Psicologia: “O conhecimento psicológico é reflexão e ao mesmo tempo vivência; é conhecimento que pretende descobrir a significação, no contato efetivo do psicólogo com sua própria vivência e com a de seus semelhantes” (FORGHIERI, 2002, p. 22).

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 170 de 216 Desse modo, baseando-se em metodologia de natureza qualitativa, este trabalho se apoia em pesquisa bibliográfica, em especial, nas obras de Sartre, O ser e o nada (2012) e O existencialismo é um humanismo (2013), e também no filme dirigido por Taylor-Johnson (2015), Cinquenta Tons de Cinza.

O existencialismo sartriano e as atitudes que definem as relações

interpessoais

Em sua obra O ser e o nada, publicada originalmente em 1943, Sartre (2012) diz que, nas relações concretas com o Outro, o fracasso da primeira atitude para com ele – amor, linguagem, masoquismo – pode levar à adoção da segunda atitude – indiferença, desejo, ódio, sadismo –, de modo que não há dialética de tais relações com o Outro, embora cada uma delas esteja na outra e engendre a morte da outra, já que elas não se sustentam sem contradição.

As relações concretas entre duas pessoas, segundo Sartre (2012), pressupõem a existência de ambos como corpo no meio do mundo (facticidade), o corpo como constituindo tais relações e delineando seus limites, como corpo-em-situação em que a pessoa capta a transcendência-transcendida do Outro e experimenta a própria alienação em benefício dele, não um corpo instrumento e causa dessas relações.

Porque, se em certo sentido meu ser-objeto é insuportável contingência e pura “posse” de mim por um Outro, em outro sentido este ser é como uma indicação daquilo que eu precisaria recuperar e fundamentar para ser fundamento de mim mesmo. Mas isso só é concebível caso eu assimile a liberdade do Outro. Assim, meu projeto de recuperação de mim é fundamentalmente projeto de reabsorção do Outro. Todavia, tal projeto deve deixar intata a natureza do Outro. (SARTRE, 2012, p. 455)

Assim, assimilar o Outro como Outro-olhador comporta um reconhecimento ampliado de meu ser-visto. Tal projeto de unificação é fonte de conflito e requer ação sobre a liberdade do Outro.

Tomam-se, para efeito de estudo neste trabalho, duas das atitudes acima mencionadas, como possibilidades nas relações concretas entre duas pessoas, quais sejam, o amor e o sadismo.

O amor do amante, como projeto de si mesmo, diz Sartre (2012), conecta-o diretamente com a liberdade do amado, por isso, é conflito. O amor deseja capturar a

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 171 de 216 consciência; é da liberdade do amado enquanto liberdade convertida em amor, que desempenha e se aprisiona no papel de determinismo passional, que o amante quer se apropriar. O amante, querendo-se objeto no qual a liberdade do amado aceita se perder, querendo-se objeto da transcendência, impregna o amado de sua própria facticidade devolvida a ele, amante, como facticidade recuperada e consentida, a partir da livre escolha absoluta: ser-no-mundo como ser-amante. Assim, a existência do amante agora amado é recuperada e querida por uma liberdade absoluta, é justificada. Tudo isso difere completamente da vontade de poder, em que a total servidão do ser amado mata o amor do amante. Aqui, a liberdade contém e vela a facticidade.

O sadismo, por seu turno, não busca suprimir a liberdade do torturado, mas obrigá-la a identificar-se livremente com a carne torturada. É da liberdade que o sádico tenta se apropriar. Aqui, a facticidade contém e mascara a liberdade. “[...] o sadismo é a negação de ser encarnado e fuga de toda facticidade, e, ao mesmo tempo, empenho para apoderar-se da facticidade do outro” (SARTRE, 2012, p. 495-496). O sádico trata o outro como objeto-utensílio, usando seu corpo como ferramenta para realizar nele uma existência encarnada, num esforço para encarnar o Outro pela violência, pela tortura e pela dor. O objeto do sadismo é a apropriação imediata. Ele presentifica a carne à consciência do Outro por meio da dor, tratando-o como instrumento.

Quer a não reciprocidade das relações sexuais; desfruta o fato de ser potência apropriadora e livre frente a uma liberdade aprisionada pela carne. [...] Na dor, com efeito, a facticidade invade a consciência e, por fim, a consciência reflexiva é fascinada pela facticidade da consciência irrefletida. Portanto, há de fato uma encarnação pela dor. Mas, ao mesmo tempo, a dor é procurada por meio de instrumentos; o corpo do Para-si torturador nada mais é que um instrumento para provocar a dor. (SARTRE, 2012, p. 496, grifo do autor)

Sartre (2012) chama de obsceno o tipo de encarnação que o sadismo pretende realizar: o corpo assume posturas que o desnudam totalmente de seus atos e revelam a inércia de sua carne, que se expõe a alguém que não esteja em estado de desejo.

No entanto, em sua obra O existencialismo é um humanismo, publicada originalmente em 1946, Sartre (2013) enfatiza a tese central de sua doutrina, a de que a existência do homem precede a essência, o que significa dizer que o homem nada mais é que seu projeto; ele será o que tiver projetado ser, não o que vai querer ser, já que o querer é concebido como uma decisão consciente posterior ao que ele fez efetivamente de si. Tal ênfase, nesta obra, direciona a discussão para a responsabilidade individual e social de um

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 172 de 216 homem engajado pessoal e socialmente. Se antes, para Sartre, as relações interpessoais são infernais, verdadeiras batalhas de consciências, agora, ele define o homem em relação a um engajamento.

Segundo Erthal (2010), esse entendimento sartriano de que o amor é impossível enquanto troca, já que o “inferno é o Outro”, já que o olhar de alguém sempre petrifica e paralisa o devir de outro alguém, sofre uma radical mudança quando Sartre, em cativeiro por ocasião da guerra, descobre a solidariedade e o engajamento como causa ao conhecer o materialismo dialético de Marx.

Sartre historiciza seu pensamento e concebe, assim, diz Erthal (2010), um paradoxo dialético: quanto mais uma pessoa experimenta sua liberdade, mais ela reconhece a liberdade da outra pessoa. Reconhecendo a relevância do contexto sócio-cultural, já que o meio age sobre o sujeito na medida em que ele o compreende e o transforma em situação, e a esfera da história humana, em que os princípios dialéticos são constitutivos, Sartre admite que o indivíduo se faz na medida em que ele é feito pela situação e pelas experiências vividas, enquanto se define e define o outro, reinventando-se sempre.

Assim, uma pessoa que se faz a partir de sua proto-história, pela personalização, processo mediado pelas escolhas, ela pode ultrapassar ou conservar o que o mundo fez dela. De modo que ela pode ser uma continuadora passiva que faz de suas vivências anteriores a causa de todas as atuais ou pode superar a passividade pela ação. Afinal, de acordo com Sartre (apud Erthal, 2010, p. 210), não se vê na criança “[...] nenhum comportamento tão complexo e tão elaborado quanto deve parecer, que não é originariamente a ultrapassagem de uma determinação internalizada”.

Consoante Erthal (2010), o conceito de consciência é ampliado e englobado pelo de “vécu” ou vivência e define-se como ação. Desse modo, a liberdade, antes radical e incondicionada, agora se apresenta como uma liberdade a trabalhar: ser é agir. Fazer-se é autotransformar-se. Logo, a nadificação é a intenção de transformar o mundo ou a si mesmo, sendo o eu parte do mundo.

Segundo Santos (2008), Sartre concebe a consciência, a partir da fenomenologia husserliana, em duas dimensões: a consciência não tética ou irrefletida e a consciência tética ou refletida. A primeira é a base sobre a qual se assenta a segunda, desse modo:

Nota-se que a consciência irrefletida não se compromete com um posicionamento ou uma valoração diante do objeto que ela visa. Dá-se, pelo contrário, como um fluxo espontâneo de vivências que captam as qualidades dos objetos de forma imediata, mas é a própria

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 173 de 216 consciência irrefletida que a consciência refletida põe como objeto ao se tornar consciência de ser consciente. (SANTOS, 2008, p. 241)

Assim, numa concepção sartriana, a percepção se opõe à imaginação, segundo Santos (2008). A consciência, refletida ou irrefletida, lida com os objetos de dois modos intencionais: o perceptual e o imaginante, que se colocam como atitudes da consciência em relação ao mundo. A consciência imaginante, numa atitude nulificadora, opera o mundo real sobre o mundo da percepção e projeta um mundo irreal, com intenção de negar o mundo real e projetar possibilidades improváveis ante a realidade imediata. Isso faculta ao homem transcender a situação imediata por meio da imaginação, reafirmando seu caráter transcendental. Essa atitude da consciência evidencia a liberdade humana em ultrapassar a si mesma e projetar mundos para além do que se pode chamar de realidade.

A liberdade fundamental angustia. “A angústia é constante no sentido de que minha escolha original é uma coisa constante. De fato, para mim, a angústia é a ausência total de qualquer justificação e, ao mesmo tempo, a responsabilidade em relação a todos” (SARTRE, 2013, p. 63-64). Não há justificativas ou desculpas em que se abrigar: “[...] o homem está condenado a ser livre. Condenado, pois ele se criou a si mesmo, e, por outro lado, contudo, é livre, já que, uma vez lançado no mundo, é o responsável por tudo que faz” (SARTRE, 2013, p. 33).

Desse modo, dizer que a essência é precedida pela existência implica partir da subjetividade. “Por um lado, o subjetivismo expressa a escolha do sujeito individual por ele mesmo e, por outro, significa a impossibilidade humana de ultrapassar essa subjetividade” (SARTRE, 2013, p. 27). Então, cada homem faz uma escolha e, ao escolher por si, escolhe como um legislador o que será a humanidade.

Por isso, o homem é responsável pelo que é e por todos os homens. O homem se escolhe e nessa escolha experimenta a angústia por sua responsabilidade individual e social. “Assim, sou responsável por mim e por todos e crio uma determinada imagem do homem que escolho ser; ao escolher a mim, estou escolhendo o homem” (SARTRE, 2013, p. 28).

Sendo assim, o existir é uma “moral da ação e do engajamento”, pois o homem é o conjunto de seus atos; ele existe na medida em que se realiza, ele não é outra coisa senão sua vida. “Ora, na realidade, para o existencialista, não existe outro amor do que aquele que se constrói, não há outra possibilidade de amor do que aquela que se manifesta em

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 174 de 216 um amor, não há genialidade senão aquela que se expressa em obras de arte [...]” (SARTRE, 2013, p. 43).

A escolha moral para Sartre (2013) pode ser comparada a uma obra de arte no seguinte aspecto: há criação e invenção tanto na arte quanto na moral, pois não se pode decidir a priori aquilo que deve ser feito. Então, o homem, encontrando-se em uma situação organizada, ante uma demanda real, é obrigado a escolher uma atitude, sendo responsável por uma escolha na qual se engaja, engajando a humanidade. É-lhe impossível não escolher, visto que não escolher é também uma escolha. Ele é obrigado a inventar sua própria lei, criar sua saída; inventando-as, ele inventa a si próprio.

Suas escolhas consideram “o conjunto de limites a priori que traçam sua situação fundamental no universo”, que podem ser variáveis, como as situações históricas, ou invariáveis, como sua necessidade de estar no mundo, de trabalhar, de conviver com outros homens, bem como sua mortalidade. Assim, embora os projetos sejam individuais, não são completamente estranhos, porque são uma tentativa de superar, afastar, negar ou acomodar-se a esses limites; logo, possuem valor universal: todo projeto é compreensível a todo ser humano.

“O homem se faz; ele não está feito de antemão, mas se faz escolhendo sua moral, e a pressão das circunstâncias é tal que ele só não pode não escolher uma. Não definimos o homem senão em relação a um engajamento” (SARTRE, 2013, p. 53). Se para decidir sobre algo uma pessoa recorre a alguém que o aconselhe, escolhe alguém que supõe qual conselho lhe daria, o que implica engajamento pessoal. Se uma pessoa se orienta por sinais que a própria vida lhe dá, ela decide o sentido do sinal e se responsabiliza pela forma de decifrá-lo.

Assim, para Sartre (2013), todo homem que se desculpa em suas paixões, que inventa determinismos e que afirma que valores lhe são anteriores, contradizendo-se ao querer os valores que diz se imporem a si, é um homem de má-fé, pois inventa uma mentira para si mesmo que dissimula a total liberdade do engajamento.

A má-fé, conforme Sartre (2012), é a atitude de mentir a si mesmo, atitude em que a consciência – “um ser para o qual, em seu próprio ser, acha-se a consciência do nada de seu ser” (SARTRE, 2012, p. 92) – volta sua negação para si, pondo em jogo sua intraestrutura, afetando a si mesma de má-fé. A pessoa que escolhe esconder a verdade de si mesma pode viver na má-fé, adotando tal forma inautêntica de viver como um estilo

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 175 de 216 de vida constante e particular. Portanto, nada tem a ver com julgamento moral, de valor, mas lógico, de verdade.

Em contrapartida, diz Sartre (2013) que os atos dos homens de boa-fé buscam a liberdade enquanto liberdade. “Obviamente, a liberdade como definição do homem não depende de outrem, mas desde que existe o engajamento, eu sou obrigado a querer, ao mesmo tempo que a minha liberdade, a liberdade do outro; e não posso ter como fim a minha liberdade sem ter a dos outros como fim” (SARTRE, 2013, p. 55).

A subjetividade não é rigorosamente individual, pois se revela a si e aos outros.

Para obter qualquer verdade sobre mim, é necessário que eu passe pelo outro. O outro é indispensável para minha existência, tanto quanto, ademais, o é para o meu autoconhecimento. Nestas condições, a descoberta de meu íntimo revela-me, ao mesmo tempo, o outro como uma liberdade colocada diante de mim, que sempre pensa e quer a favor ou contra mim. Assim, descobrimos imediatamente um mundo que chamaremos de intersubjetividade, um mundo em que o homem decide o que ele é e o que os outros são. (SARTRE, 2013, p. 47-48)

“O homem está constantemente fora de si mesmo; é projetando-se e perdendo-se fora de si que ele faz o homem existir e, por outro lado, é perseguindo fins transcendentes que ele é capaz de existir” (SARTRE, 2013, p. 60). O humanismo existencialista é, então, a ligação da transcendência, como constitutiva do homem, e da subjetividade, já que o homem, presente num universo humano, não está encerrado nele mesmo. Somente nesse empreendimento pessoal ele pode se realizar precisamente como homem. Encontrando-se ele próprio e convencendo-se de que nada poderá salvá-lo de si mesmo, ainda que exista Deus.

A cor e os tons que Gray escolheu dar à sua existência

Christian Gray tem um império. Rico e sedutor, é apresentado ao sadismo aos quinze anos de idade por uma amiga de sua mãe, à qual foi submisso por seis anos e de quem mais tarde se torna amigo. Desenvolve modos próprios de atuar e diz não conseguir se relacionar com uma pessoa. Filho adotivo de uma família abastada economicamente, traz em seu corpo cicatrizes de queimadura, sobre as quais não sabe muito a respeito e sobre as quais não quer falar.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 176 de 216 para o jornal da faculdade substituindo sua amiga, que estava resfriada. A entrevista será o primeiro encontro de muitos, já que ambos não se atêm às perguntas ali elencadas. Quanto ao sucesso, ele responde que se deve à sua habilidade em identificar pessoas talentosas e explorar-lhes todo o seu potencial, pois exerce controle em tudo. E quanto aos projetos agrícolas na África, não são uma paixão, como colocado por ela, mas um negócio inteligente.

Ante tantas respostas prontas e calculadas de Gray, Ana o surpreende: “Pergunto-me se o seu coração não seja maior do que deixa transparecer”. Segundo ele, as pessoas dizem que ele não tem coração, porque o conhecem bem. Ela insiste: “Por que sinto que isso não é verdade?”. Ana se torna a entrevistada, pois ele quer saber mais sobre ela. Quer saber qual foi o autor que a inspirou e levou-a a se interessar por Literatura. Por fim, oferece-lhe uma oportunidade de estágio em sua empresa.

Ele se interessa por ela, vai até a loja em que trabalha e passa a seduzi-la, mas recua, por saber-se impossibilitado de corresponder à expectativa de Ana, afirma-lhe não ser homem para ela. No entanto, a atração e o interesse se tornam mais fortes. A jovem estudante de Literatura Inglesa, inteligente e espirituosa, romântica e curiosa, sedutora e sexualmente inexperiente, tem sua primeira relação sexual com Gray, já avisada de que ele não faz amor, mas transa com força.

Ela se permite conhecer a forma de Christian se relacionar. Apresentando-lhe paulatinamente os sedutores requintes de sadismo, ele oferece a Ana uma relação segura, baseada em regras sobre as quais construíam a confiança mútua e o respeito aos limites pessoais. As regras se baseavam na completa submissão de Ana, que concorda em receber castigo se o excitasse sexualmente.

Gray apresenta-lhe um contrato a ser assinado por ela para protegê-lo e a seu vultoso patrimônio. Contrato que ela examina e propõe alterações, mas que não chega a assinar. Christian diz que não fará com ela nada que ela também não queira. Conquista-a, assim, efetivando na convivência a confiança e o respeito prometidos. As experiências sexuais sempre se iniciavam com torturas misturadas à sedução e sensualidade e culminavam com um intercurso sexual rápido e violento.

Ele se encanta por ela e começa a fazer coisas que nunca havia feito com nenhuma outra mulher, como apresentá-la a sua família, dormir junto com ela, passear de helicóptero, velar o seu sono enquanto “lhe conta” duras experiências e vagas lembranças

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 177 de 216 de sua mãe biológica viciada em crack, que faleceu quando ele ainda tinha quatro anos de idade.

Mas as práticas sexuais a assustam. Quando Ana se incomoda com seu próprio estranhamento, questiona-o quanto à necessidade de Gray de castigá-la, de machucá-la. Ele diz não gostar de fazer isso, mas enfaticamente diz-lhe que precisa disso, porque é assim: “sou cinquenta tons fodidos”. De fato, todos os seus pertences, das gravatas aos carros, são em tons que vão do preto ao branco. Ele diz a ela que tem cinquenta problemas. No quarto de jogos, cenário das sedutoras e prazerosas torturas, haveria cinquenta soluções?

Qualquer encanto que pudesse ter sido experienciado nesse relacionamento termina para Ana, quando pede que ele lhe mostre o pior dele, para que ela de fato o conheça e saiba avaliar exatamente a relação deles. Ele, então, propõe-lhe seis chicotadas e pede que ela as conte em voz alta, à medida em que as fosse recebendo. Ali fica claro para Ana que Gray não tinha prazer em relacionar-se com ela; o prazer dele era somente machucá-la. Ela se choca com isso, pois seu prazer era amá-lo.

Ana percebe que não poderia prosseguir. Ele fica confuso e questiona-se se também não havia se apaixonado. Ambos, fortemente envolvidos emocionalmente, conseguirão modificar sua forma de se relacionarem, finalizarão o relacionamento ou o manterão nas mesmas tonalidades ou em outros tons?

A existência em tonalidades

Não se podem desconsiderar condicionantes sócio-históricos, as circunstâncias experienciadas, as determinações genéticas, já que o homem se faz dialeticamente na sua relação com o meio, com os outros homens e consigo mesmo. Mas, exatamente pela mesma razão, seria uma atitude de má-fé uma pessoa desculpar-se em tais aspectos ou afirmar sua impossibilidade de mudança.

Gray, sob um “sou assim”, não cogita possibilidade de mudança para si. Explicita sua “conformação” e impõe suas condições. Ana quem deve se adequar, se assim quiser. No entanto, ela que também se faz dialeticamente na sua relação com o meio, com outras pessoas, consigo mesma e, nesse momento, em especial, com Gray, no uso de sua consciência intencional, permite-se conhecer algo completamente novo e ir avaliando cada

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 178 de 216 nova proposta feita por ele, que conduzia e determinava o modo de relação. Uma evidência de que a existência precede a essência.

Dizendo-se apaixonada, o amor de Ana conecta-a diretamente com a liberdade de Gray, por isso, é conflito, pois deseja capturar a consciência; é da liberdade de Gray enquanto liberdade convertida em amor, que desempenha e se aprisiona no papel de determinismo passional, que Ana quer se apropriar. Ela, querendo-se objeto no qual a liberdade dele aceita se perder, querendo-se objeto da transcendência, impregna-o de sua própria facticidade esperando que seja devolvida a ela como facticidade recuperada e consentida, a partir da livre escolha absoluta.

No entanto, Gray pretende obrigar a liberdade de Ana a identificar-se livremente com a carne torturada, pois é da liberdade dela que ele tenta se apropriar. Negando ser encarnado e fugindo de toda facticidade, que contém e mascara a liberdade, Gray empenha-se em apoderar-se da facticidade de Ana, tratando-a como objeto-utensílio, usando seu corpo como ferramenta para realizar nele uma existência encarnada, num esforço para encarnar Ana pela violência, pela tortura e pela dor, já que o objeto do sadismo é a apropriação imediata.

Ana se impacta com certos comportamentos e começa a questionar e rejeitar algumas propostas. Ela revê o contrato, impugna algumas cláusulas, alterações que Gray aceita. Tal negociação é a expressão de vidas que se tecem enquanto existem.

Gray escolheu um modo sádico de se colocar no mundo que parecia atendê-lo ao conjugar valores que lhe eram caros, construídos nas relações com sua família adotiva e com todas as suas vivências, enfim, com o encanto pelo sadismo que conhecera na adolescência. Ele escolheu quantos e quais tons teriam sua existência. Gray superou na adolescência a constituição de seu eu infantil. Ele não nasceu sádico, mas pelas vivências, fez-se sádico. No entanto, recusa-se a se atualizar novamente na vida adulta. Apega-se a isso como um continuador passivo, contradizendo-se, já que não agiu assim na adolescência.

Ana se permite ir além. Quanto mais experimenta sua liberdade, mais reconhece a de Gray. Até quando ela percebe que o verdadeiro prazer de Gray era apenas o de machucá-la. Essa liberdade de Gray fere a sua liberdade. Ela não se reconhece nesse modo de relacionar-se. A intersubjetividade revela-lhe um mundo em que ambos decidem o que eles e os outros são. O que ela não poderia saber a priori, a não ser na experiência, após feita a

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 179 de 216 escolha.

Ana estabelece essa vivência como limite do qual, naquele momento, decide não passar. Queria ser amada. Novamente escolhe. A convivência para ela, tal como passou a concebê-la posteriormente Sartre, não precisa ser o inferno. A autenticidade de Ana está não em escolher isso ou aquilo, mas em escolher-se.

Ana faz algo belo e difícil de experienciar. Escolhe existir. Decide viver, assumindo o risco inerente à existência humana. Sua consciência, numa atitude imaginante, lança-se aos possíveis, ousa experimentar algo completamente novo, aceita perder-se para recriar-se, assumindo-se liberdade fundamental, assumindo, também, a responsabilidade por sua existência. Buscando uma resposta vivencial, avalia as experiências vividas e escolhe aquela na qual se reconhece, escolhendo-se para si e para “todos os homens”, na medida em que se torna um “modelo” para todos os que puderam e quiseram vê-la escrevendo sua história, de modo livre e responsável, sem se perder na inautenticidade.

A amiga de Gray, escolhendo-se sádica, torna-se igualmente legisladora, escolhendo o sadismo para si e para outras pessoas que compartilharam com ela sua existência, como Gray e, agora, Ana. Anastasia até então não conhecia o sadismo e se transformou para incluí-lo em sua existência. Tornar-se-á sádica? Será uma escolha. Gray, que conheceu o sadismo e se transformou para se conformar a ele, permanecerá sádico? Será uma escolha.

Conclusão

Todas as experiências vivenciadas podem ter muitos tons. O sadismo também. Pode variar desde uma “brincadeira” entre duas pessoas em que apenas uma delas se diverte, até a tortura física, moral ou psicológica, que também terá seus tons. Cada pessoa escolhe a cor e as nuances que dará a sua existência. Exatamente por isso, dizer que alguém é sádico é dizer muito pouco acerca dessa pessoa.

A relação interpessoal íntima é muito ampla e complexa; a sexualidade é um de seus importantes aspectos, é mais um dos fios com que se tece a existência enquanto se existe. Importante fio, condicionante fio, mas não necessariamente determinante. É a essa temática que a Psicologia Fenomenológico-Existencial, que faz dialogar a Filosofia e a Psicologia para trazer uma nova concepção de ser humano, dedica-se aqui.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 180 de 216 Nas relações interpessoais em que se pretende uma existência justificada, insuportável contingência que busca no outro aquilo que precisaria recuperar e fundamentar para ser fundamento de si, é sofrimento. Igualmente, as relações interpessoais em que há um empenho para se apoderar da facticidade do outro, tratando-o como instrumento, também é sofrimento. No entanto, se tais relações se dão de modo em que as pessoas se reconhecem como liberdades colocadas frente a frente, mutuamente indispensáveis para a existência e autoconhecimento, usufrui-se a intersubjetividade, um mundo em que se decide quem se é e o que as pessoas são. Nessas bases, de fato, quanto mais se experimenta a própria liberdade, mais se reconhece a do outro.

Considera-se o filme em estudo uma contribuição para o grande público, na medida em que explicita o nascimento de uma relação interpessoal íntima caracterizada pela dominação-submissão, que se deu sob consentimento mútuo e avaliação contínua das condições propostas. Em especial, porque tal relacionamento prosseguiria se atendesse às expectativas e necessidades de ambos os envolvidos, duas pessoas que, no uso pleno da consciência reflexiva, dispõem-se a se transformarem, transcendendo, erguendo-se acima de si mesmas, a fim de se tornarem interessantes uma para a outra, descobrindo juntas as fronteiras entre estar disponível e estar vulnerável. Além disso, pode ser uma oportunidade para o autoconhecimento, se as pessoas se dispuserem a refletir sobre si mesmas e sobre o modo de relação pelo qual escolhem existir no mundo.

Então, assistir ao filme e manter-se na superficialidade das práticas sexuais ou aos requintes de sadismo para praticá-lo, será uma escolha. Que seja uma atitude autêntica e não uma atitude de má-fé, ou seja, que as pessoas assumam se identificar com modos sádicos de se colocarem no mundo em vez de se justificarem na influência do casal protagonista para fugirem à responsabilidade de suas escolhas.

Adultos, jovens e adolescentes, enfim, pessoas, considerando a perspectiva existencialista, salvo em casos especiais que não serão aqui mencionados por não ser o objetivo deste trabalho, são plenamente capazes de avaliar e escolher aquilo com que se identificam por meio de sua consciência intencional, além de serem hábeis para contar e recontar suas histórias, independentemente, ou melhor, incluindo suas constituições biológicas, seus legados familiares, as tradições de sua cultura e as regras de sua sociedade, suas crenças e condições sócio-históricas, que jamais serão desculpas que justifiquem uma atitude inautêntica ante a vida.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 181 de 216 Na concepção sartriana, não importa o que as pessoas fizeram de outras; importa o que a própria pessoa vai fazer com o que fizeram dela. Quanto a isso, afirmando que a liberdade pode se degenerar em arbitrariedade se não for vivida em termos de responsabilidade, concorda Viktor Frankl, psiquiatra judeu sobrevivente de Auschwitz, onde escolheu fazer de si psicólogo e não outra coisa: “O ser humano não é completamente condicionado, e determinado; ele mesmo determina se cede aos condicionamentos ou se lhes resiste. Isto é, o ser humano é autodeterminante, em última análise (FRANKL, 2011, p. 153). Para esse autor, que fundou a terceira escola vienense de psicoterapia – a Logoterapia – uma pessoa decide sempre em quaisquer circunstâncias quem ela se tornará no instante seguinte.

Referências

CINQUENTA TONS DE CINZA Direção: Sam Taylor-Johnson. Produção: Dana Brunetti, E. L. James, Michael De Luca. Roteiro: E. L. James, Kelly Marcel

Elenco: Andrew Airlie, Ann Wu-Lai Parry, Anna Louise Sargeant, Anne Marie DeLuise,

Anthony Konechny, Brent McLaren, Callum Keith Rennie, Chad Fortin, Dakota

Johnson, Dylan Neal, Eloise Mumford, Emily Fonda, Jamie Dornan, Jason Cermak,

Jason Verner, Jennifer Ehle, Jo Wilson, John Specogna, Jordan Gardiner, Julia

Dominczak, Kirt Purdy, Luke Grimes, Marcia Gay Harden, Matthew Hoglie, Max Martini, Megan Danso, Peter Dwerryhouse, Rachel Skarsten, Raj Lal, Reese Alexander, Rita Ora, Steven Cree Molison, Tom Butler, Victor Rasuk. Gênero: Drama. 125 min. Distribuidora: Universal Pictures. EUA, 2015.

ERTHAL, Tereza Cristina Saldanha. Trilogia da existência. Curitiba: Honoris Causa, 2010.

FORGHIERI, Yolanda Cintrão. Psicologia Fenomenológica: fundamentos, método e pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

FRANKL, Viktor. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 31. ed. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2011.

SANTOS, Gustavo Alvarenga Oliveira. Realizando o imaginário: da concepção sartriana sobre os sonhos a uma clínica existencial do sonhar. In: Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v.14, no 1, p. 235-250, jun. 2008.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 21.ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 182 de 216

Sobre os autores Ieda Tinoco Boechat

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem da UENF. Especialista em Psicologia Humanista-Existencial, Terapia Familiar e Psicopedagogia. Professora no Curso de Psicologia do UNIFSJ (Itaperuna/RJ) e no Curso de Pós-Graduação no ISE CENSA (Campos dos Goytacazes/RJ). Psicóloga e Terapeuta de Família. iedatboechat@hotmail.com

Carlos Henrique Medeiros de Souza

Doutor em Comunicação e Mídia (UFRJ).Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Coordenador da Pós-Graduação Stricto Sensu Interdisciplinar em Cognição e Linguagem (PGCL/ UENF). chmsouza@gmail.com

Paolla Santos Souza

Cientista Social pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Mestra pelo Programa de pós-graduação em Cognição e Linguagem também pela UENF.

paollasantoss@gmail.com

Data de submissão: 09/01/2015

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