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MESTRE TONI VARGAS. Salve Obaluaiê

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Academic year: 2021

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MESTRE TONI VARGAS

Salve Obaluaiê

Salve Obaluaiê, Salve Obaluaiê Que é meu santo protetor Me cubra com suas palhas E a nada terei temor Faça de mim instrumento De harmonia e de amor Que eu seja um bom capoeira Sem medo no coração Que meu gunga toque forte Carregado de emoção Afastai meu inimigo Aproximai meu irmão Que não me falte humildade Que não me falte saúde

Que eu partilhe o que é verdade Não fique com o que me ilude Que eu cuide dos meus alunos Me dê forças pre ensinar Salve Obaluaiê

Meu Guia meu Orixá

Veneno do cobra

Se o veneno da cobra se espalhou E o caboclo não morre viciou Se o veneno da cobra se espalhou

Viva Rony

Viva Rony

Meu Mestre sempre serás

Quero que escute este canto no lugar onde estás Quero dizer obrigado por tudo que fez por mim E dizer que seu trabalho, não merreu não teve fim Dizer que eu não esqueço como tudo começou E que seu canto guerreiro muitas vezes me embalou E que sem a capoeira eu não seria quem eu sou Obrigado meu amigo, meu mestre, meu guardião Um dia nos encontraremos nas rodas da imensidão Deus lhe dê sossego e luz

Eu lhe dou essa canção Em sinal de meu respeito E da minha gratidão

Chorou

Chorou na senzala o negro

Chorou

(2)

O negro chorou de dor O negro humilhado No canto acorrentado

O negro é calente mas chorou Na senzala acuado

No canto desprezado Quando o chicote estalou

Guerreiro escravizado por ser desrespeitado Mas depois se libertou

Navio negreiro

Navio negreiro Tumba flutuante Terra mãe distante Dor e desespero

Navio negreiro

Segue a nau errante Singrando saudades África distante Ouça meus cantares

Navio negreiro

Mãe que perde o filho Rei perde rainha Povo perde o brio Enquanto definha

Misturou

Berimbau chorou no terreiro Sinhazinha correu pra escutar Berimbau falou de um guerreiro Que os negro ia libertar

Ele vem vestido com a noite As estrelas à lhe iluminar

Tem a força do mar nas entranhas E o poder dado por orixás

Sinhazinha tremeu assustada Sem saber se ainda ficava ali Berimbau então silenciou E no terreiro apareceu Zumbi

Foi Zumbi

Sinhazinha tombou de joelhos O rei negro então a possuiu A noite fez-se fogo e o negro Assim como veio partiu Deixou a semente da raça No ventre da terra Brasil Misturou, misturou

(3)

Quem pensar que é só branco se enganou

Misturou, misturou

Branco, negro e índio misturou

Misturou, misturou

A semente da raça misturou

Misturou, misturou

No Brasil foi que tudo misturou

Dois gigantes

Dois gigantes se confrontam

Um feito de carvão e outro de bronze De fundo um berimbau e um pandeiro Cruzando o ar tal qual espadas

Fortes pernas, olhares se cruzando, se buscando Em meio a rodopios e negaças

Enquanto um voa o outro beija o solo De fundo um berimbau e um pandeiro E de repente um talho, outro talho O sangue irriga a terra e a ira A perna sai mais forte o corpo gira E vai ao chão um bravo capoeira O outro triunfante e cansado Se chega para o pé do berimbau E canta ladainha de vitória

E pronto a inspirar mais uma história Olha ao redor com ar de desafio De fundo um berimbau e um pandeiro

Mestre Touro

Ao Mestre Touro Dedico essa ladainha Por tudo que me ensinou Tudo que me fez sentir

Oxalá que derrame suas bênçãos Sobre o Grupo Corda Bamba Onde tanto eu aprendi Fo lá na Penha

Bem lá na Leopoldinense Que muitos bambas conheci

Seu Mentirinha, Mestre Silas e Paulão Dentinho, Mestre Zé Pedro

Luiz Malhado e Corvão E tantos outros

Que jamais vou esquecer Obrigado Mestre Touro Eu devo muito a você Lembro do Axé

(4)

Do ritmo da brincadeira Do orgulho de pertencer

Ao Grupo Corda Bamba de Capoeira Iê viva Seu Touro

No Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro O subúrbio tem seu lugar

É escola de bambas Aprendi tanta coisa lá

No Rio de Janeiro O subúrbio tem seu lugar

Tem muita capoeira

Ninguém vai querer duvidar

No Rio de Janeiro O subúrbio tem seu lugar

Cantadores, poetas E o berimbau a tocar

No Rio de Janeiro O subúrbio tem seu lugar

No Grupo Corda Bamba Seu Touru vai lhe ensinar

Sem tradicão Sem tradicão Eu não quero Sem ritual

Não vai dar

Perde o Axé

Camarada

Não vou jogar Sem berimbau Sem emoção Perde o Axé Eu não vou lá Com confusão Com traição Perde o Axé Melhor parar

(5)

Sem poesia Sem hierarquia Perde o Axé

O que é que vai sobrar

Faz tremer

Quando eu canto meu canto empolgado E o coro responde com toda emoção O berimbau revira ritmado

E a turma animada na palma de mão Quando o atabaque e o pandeiro Vêm sem desespero dando a marcação E o caboclo jogando bonito

Com força e magia Treme até o chão

Faz tremer, faz tremer

A mandinga é que faz o chão tremer

Palma de terreiro

Solte seu corpo bata palma de terreiro

Prá manter a tradiçao Aqui do Rio de Janeiro

Solte seu corpo, bata palma de terreiro

Prá mostrar que a capoeira É um brinquedo mandinguero

Solte seu corpo, bata palma de terreiro

Pois por aqui

Palma não é um, dois, três Vamos lá bata de novo Vamos mostrar pra vocês

Essa palma Carrega a tradição Do negro e sua cultura E não é errada não

Sinta o swing

Sinta o seu corpo tremer Bata palma com vontade Para o ritmo acender

O Mestre Bimba

Não falou que tava errado Ele fez de um outro modo E foi mal interpretado

(6)

Relaxa amigo

Sinta toda essa energia Capoeira não tem regra Tem mandinga e tem magia

Quando quer fica menor

Meu mestre é pequenininho Quando quer fica menor Pode ser seixo miúdo Ou ter o brilho do sol Que te cega

Tu procura, procura não acha Se "tu vem" por baixo ele voa Se "tu vem" voando ele abaixa Meu mestre é pequenininho Cuidado tu pode nem vê Que quando ele abre a ginga Derrama na roda mandinga E fica maior que você camará Ié o mestre é bom

Desapareceu no ar

A roda tava repleta Todo mundo estava lá Eu no gunga estava alerta Pois meu Mestre ia jogar

E quando meu mestre joga Meu coração joga também Eu vou quando ele vai E venho quando ele vem

Berimbau tava arretado O clima tava perfeito Tudo muito organizado Tudo bem, tudo direito

Os movimentos do Mestre Eram poemas no ar Era um artista jogando A arte de se jogar

De repente veio um raio Sem aviso do trovão Engasguei no berimbau Traído pela emoção

Numa fração de segundos Eu vi meu Mestre no chão É que o olhar de aluno É lento pra acompanhar

(7)

Meu Mestre tinha sumido Desapareceu no ar Reapareceu sorrindo Que é do jeito que ele faz

Era um negro roubando A alma do capataz Esse momento jamais Vai sair da minha memória

Eu vi meu Mestre assinando O seu nome na história Vi Peixinho transformado A maldade em brincadeira

Muito mais do que jogando Sendo a própria capoeira

Procura

Procura, procura ele não tá lá Foi ali já volta já

Procura, procura ele não tá lá

Me leva morena

Eu que já lhe fiz inveja Hoje só lhe causo pena Perdi tudo que já tive Pelo amor de uma morena

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô

Me leva e com um beijo me cala Que eu sou da Senzala

Sou seu professor

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô

Me leva morena querida Que eu dou minha vida Pelo teu amor

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô

Me leva morena não esquece Que o dia amanhece

O galo já cantou

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô

(8)

Me leva de noite e de dia Eu faço poesia

Eu te falo de amor

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô

Me leva depressa, ligeiro Que eu sou prisioneiro Desse teu amor

Me leva morena me leva Me leva pro teu bangalô Leva me leva Me leva morena Que eu vou O sorriso

O sorriso dela é como a lua Derramado sobre o mar Faz o coração da gente De contente se acalmar Sorriso de feiticeira Querendo me enfeitiçar Mas, eu sou bom capoeira Isso não posso deixar Se eu ficar nesse sorriso Nunca mais saio de lá

Morena bonita chega aqui pertinho

Me dá um cheirinho Que eu vou lhe mostrar Em jogo arretado

Um S-dobrado, um macaco voado Você vai me amar

Morena bonita chega aqui pertinho

Me dá um cheirinho Que eu vou lhe cantar

Lindas ladainhas, versos e corridos Quadras tão bonitas

Você vai gostar

Morena bonita chega aqui pertinho

Me faz um carinho Que eu vou te contar Histórias de mestres De Bimba e Pastinha

(9)

Jogo da vida

Morena, no jogo da vida Tô perdendo pra você

Seu beijo é muito mandingueiro É certeiro não dá nem pra ver Seu abraço é feito uma rasteira Faz o chão desaparecer

Eu caio ferido Eu tombo rendido

No calor do seu dendê

Vem cá

Se você tá em casa tão triste Não tem como se expressar Uma dor apertando o seu peito A vontade sem jeito de chorar Eu vou lhe dizer uma coisa O remédio que vai lhe curar

Vem cá, vem jogar capoeira

Vem cá

É luta brasileira

Capoeira é a melhor coisa que há

Ela á brincadeira

Capoeira é cultura popular

Vem jogar capoeira

É uma luta maneira

Capoeira é o remédio que vai lhe curar Toco berimbau Eu sou poeta Tocador e cantador Eu tenho orgulho

De cumprir minha missão Vou no caminho

Que a capoeira me ensinou E que um dia

Marcou no meu coração

Se eu vou sozinho

(10)

Toco o berimbau Se é duro o caminho Toco berimbau Se tem espinhos Toco berimbau Mas vou É cantador

Ele estava sozinho Quase sem alunos Não esmoreceu O seu canto guerreiro Subiu pelos ares E não se perdeu

Pois quem canta prá poucos Não está preocupado Em quem vai esctar É cantador

Enquanto tiver voz vai cantar

É cantador

Enquanto tiver voz vai cantar

Eu tenho axé

A vida não é só dinheiro A vida não é só aqué Tem a força Tem mandinga Tem axé Eu tenho axé Eu tenho axé Na cabeça, no peito Na mão e no pé Eu tenho axé Eu tenho axé

Tô falando seu moço Eu tenho axé

Meu santo é de palha E eu tenho axé

Sou aluno do Peixe Eu tenho axé

(11)

Eu sou da Senzala Eu tenho axé

Berimbau bem tocado Segura o axé

Calma rapaz

A violência é uma falta de recurso É quando o homem faz mau uso De todo o seu potencial

Fica longe de Deus Da tradição, da capoeira Fecha o coração

Só faz besteira Acaba se dando mal Calma, calma rapaz Capoeira é de negro Não de capataz

Calma, calma rapaz Capoeira é amor Harmonia e paz Lembre só de você A um tempo atrás Vamos lá devagar Que assim não se faz

Jogando

Ô moleque onde é que tú tava

Já faz tanto tempo que eu tô te chamando Ô mainha eu já tava vindo

Eu tava na Ribeira jogando Eu tava na Ribeira Jogando No pé de ladeira Na roda da feira Tava na capoeira

Referências

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