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Assunto: Documento de Consulta Pública da CMVM Nº01/2012

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Academic year: 2021

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IG Markets, Sucursal Portugal Tel:800814763 Registo CMVM nº 338 ATT: Departamento de Supervisão de Mercados Emitentes e Informação

Assunto: Documento de Consulta Pública da CMVM Nº01/2012 Exmos. Srs.

Em resposta à vossa consulta Pública Nº1/2012 relativa ao Regulamento nº1/2012 – Informação, Publicidade e Comercialização de Produtos Financeiro Complexos (PFC), enviamos os seguintes comentários:

1) Relatório de Análise de Impacto da Regulamentação de PFC

Relativamente ao Relatório de Análise de Impacto da Regulamentação de Produtos Financeiros Complexos, gostaríamos de comentar umas das premissas constantes da secção de “Avaliação Global das Opções Normativas”, que não podemos deixar de considerar irrealista. Na avaliação da “opção B”, é minimizada o impacto da eventual redução da oferta se esta “incidir sobre oferentes que procuram beneficiar da assimetria de informação que os beneficia face aos investidores”. Esta observação além de especulativa parece-nos ignorar que em muitos segmentos a contratação de PFC, por exemplo plataformas de negociação, é feita através da internet. A retirada dos ofertantes que supostamente tiram partido da assimetria de informação não os afasta propriamente do mercado ou dos investidores portugueses, apenas os afasta dos circuitos de intermediação financeira regulada localmente. Aliás, a fuga destes poderá mesmo consubstanciar um resultado perverso, ignorado no estudo, que será a perda de controlo por parte do regulador das práticas predatórias muitas vezes adoptadas, o que resulta numa menor protecção do investidor. Através de tecnologia acessível é possível servir publicidade digital a clientes portugueses, identificados por IP, em sites internacionais. Isto para dizer que, sempre que o ónus regulatório for demasiado pesado, os operadores, e eventualmente os que têm características mais nocivas para o mercado, podem procurar técnicas e jurisdições regulatórias mais ajustadas o que consubstancia um desafio adicional para os reguladores. O trade-off entre regulação excessiva e regulação adaptada à realidade nunca foi tão evidente. A redução da oferta por razões exógenas é sempre negativa para qualquer mercado. Ainda mais notória quando essa redução é apenas ilusória e a protecção dos consumidores pode ficar comprometida. Numa altura em que o país debate-se com riscos de fuga de capitais e investimento este é um fenómeno que não deve ser ignorado. Ao afastarmo-nos das práticas de regulação simples e objectivas que imperam na maioria dos países, em especial dos nossos vizinhos, podemos estar a promover o desvio de recursos e investimento para, por exemplo, Espanha sem que estejamos a proteger os investidores mas antes a criar um gueto de regulação obtusa que estrangula a oferta sem no entanto ter qualquer impacto na procura.

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IG Markets, Sucursal Portugal Tel:800814763 Registo CMVM nº 338 2) Regulamento nº1/2012

Relativamente ao regulamento propriamente dito e especificamente quanto à sugestão do formato do documento de Informação Fundamental ao Investidor (IFI), merece-nos os seguintes comentários:

a) Pensamos que continua a não estar adaptado a alguns segmentos, nomeadamente ao que nos importa enquanto intermediário financeiro: negociação online de derivados financeiros Over The Counter (OTC). A forma como a informação é sugerida no Anexo I, ignora características específicas que pensamos ser fundamentais para a compreensão de instrumentos financeiros oferecidos via plataformas de negociação, como por exemplo a “formação de preço”. Ao mesmo tempo, insistem na apresentação de informação desajustada e por isso redundante em determinadas secções, i.e. “cenários e probabilidades”, “rentabilidade e risco histórico”, informação esta que poderá contribuir para confundir ainda mais o investidor medianamente informado. Relativamente a este ponto, devemos acrescentar que, por exemplo, os CFDs ou rolling spot devem replicar o comportamento de forma linear de apenas “um” activo ou outro instrumento financeiro cujo preço e negociação pode estar ou não disponível em mercados regulamentados.

b) Dito isto, a “formação de preço” destes instrumentos é por isso fundamental para a compreensão do produto final, até porque alguns deles absorvem encargos e comissões nesta formação.

c) Pelo contrário, Cenários, Probabilidades e Rentabilidades não são informação cuja relevância seja razoável neste tipo de produtos já que não estão sujeitos a período de subscrição, não tem condições de resgate, não tem portfolios subjacentes, não têm maturidade nem objectivos de retorno pré-estabelecido sendo que, mais importantes, não têm que servir princípios de rentabilidade já que podem ser utilizados como instrumentos de hedging não sendo propriamente instrumentos de captação de poupança mas de intervenção especulativa ou de cobertura de risco.

d) No que diz respeito ao Risco, apresentado como medida de volatilidade, apesar de tecnicamente aceitável, não parece que seja inteligível para os destinatários. Aliás, o alerta gráfico já serve este propósito.

e) Sendo muitos dos instrumentos oferecidos negociáveis 24horas por dia, 5 dias por semana e com milhões de prints diários, seria impossível manter os ditos IFI actualizados relativamente ao que é pedido nas caixas ”Cenários e Probabilidade” e “Rentabilidades e Risco Históricos”.

Face ao exposto não parece fazer sentido como informação para o investidor final a adopção do previsto no artigo º7, nº2, al. j) e artigo 14º e artigo º7, nº2, al. h) e artigo 12º para plataformas de negociação online de derivados em versão OTC, sejam CFDs, Total Return Swaps, Forex Rolling Spot ou Non Deliverable Forwards e Opções.

Nos casos acima descritos recomendamos que as duas caixas em questão sejam substituídas por apenas uma com informação sobre “Cenários” ou “Exemplos” onde deverão ser enunciados os seguintes modelos: perda de montante superior ao capital investido; e operação com incremento de capital. O tratamento de eventos

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IG Markets, Sucursal Portugal Tel:800814763 Registo CMVM nº 338 corporativos no caso dos CFDs sobre acções e o roll over dos CFDs com maturidade também pode e deverá ser exemplificado e ou esclarecido.

Alternativamente, a produção de regulação específica para este tipo de instrumentos poderá ser mais ajustada considerando o peso e a crescente popularidade dos mesmos. Recordamos que as transacções executadas via plataformas electrónicas em mercados OTC em muito superam as transacções em bolsa, pelo que fará todo o sentido pensar em legislação ajustada para este universo.

3) Anexo I - Alerta Gráfico

Relativamente ao “Alerta Gráfico”, somos defensores que a utilização de avisos de risco uniformes e simples deverão contribuir para uma menor discricionariedade na aplicação da lei e, por conseguinte, redução do risco de distorções de mercado. Nada temos a dizer quanto ao aspecto cromático da sugestão, porém a palma da mão aberta normalmente associada à mensagem de “parar”, “proibido”, “stop” parece extravasar os objectivos do IFI, supostamente Informação Fundamental ao Investidor, já que tem claramente um carácter intimidatório e prescritivo.

Recomendamos por isso a revisão da sugestão gráfica prevista no artigo 7º, nº1, e artigo 8º - Anexo II, com manutenção porém da paleta cromática.

A caixa constante do IFI cujo título é “Outras informações” – reporta-nos para um artigo inexistente: artigo 7º, nº 2, al. l)

Um comentário final para a alínea i) do 1º§, Anexo I, já que não parece fazer sentido explicitar o tipo de fonte a utilizar, quer por questões de relevância, quer porque alguns intermediários financeiros têm um livro de estilo próprio e coerente com a restante documentação onde este tipo de formatação está pré-definido.

4) Capítulo III – Publicidade

a) O nº 4 do artigo 23ª sugere 3 meses de validade para peças publicitárias mesmo nos casos em que a informação mantém-se actual. O prazo de 3 meses não se adequa mais uma vez a alguns dos segmentos enunciados já que a informação pode-se manter actual e verdadeira por períodos relativamente longos, considerando que estes produtos não são sujeitos a período de oferta e posterior subscrição nem têm implícita maturidade nem data de validade. Neste caso, sugerimos o alargamento do período de validade para um prazo não inferior a 12 meses após o qual serão re-submetidas a aprovação. Apenas e só se forem alvo de alterações relevantes devem ser submetidos a aprovação antes do mesmo período.

b) No artigo 24º, nº 2 alínea b) o texto sugerido pode não ser possível de contemplar em alguns formatos, nomadamente na publicidade online. O texto sugerido é redundante considerando o alerta gráfico proposto bem como as suas respectivas advertências, pelo que sugerimos a sua supressão já que a expressão alerta para as consequências já evidenciadas no alerta gráfico.

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IG Markets, Sucursal Portugal Tel:800814763 Registo CMVM nº 338 c) No mesmo artigo, alínea d) não é tida em consideração que alguns formatos digitais podem não ser compatíveis com as características técnicas sugeridas para o alerta gráfico, nomeadamente quanto à dimensão e tamanho de letra no Anexo I, pag28, nomeadamente variantes skyscraper ou leaderboard, para falar apenas nas mais comuns.

No artigo 27º, nº2 alínea a) é proposto que as menções exigidas pelos artigos 8º e 9º ocupem 1/6 do ecrã inicial. Sem discutir a necessidade de que as menções sejam claramente legíveis, o alerta gráfico com 17% do ecrã inicial parece exagerado e muito provavelmente impossível de aplicar sob o ponto de vista técnico em alguns sítios de internet. A colocação de tais menções deve estar claramente definida (local indicativo) e a dimensão ou tamanho de letra coerente com a restante informação do sítio de internet. A ocupação de um espaço mínimo de ecrã não parece razoável considerando a falta de informação relativa ao tamanho e resolução do mesmo. Este tipo de sugestão, tal como está feito, é incompleta e em no nosso entender susceptível de gerar espaço para discricionariedades que devem ser evitadas e que, acima de tudo, contrariam a adopção deste novo regulamento tal como está expresso no “Relatório de Análise de Impacto da Regulamentação de PFC” pelo que somos claramente favoráveis a nova redacção do mesmo.

No artigo 27º, nº2, alíneas c) e d) não fica claro qual o procedimento relativo aos produtos de plataforma que não estão sujeitos a subscrição mas simplesmente a operações de negociação de compra e venda e cujas plataformas estão registadas para recepção e transmissão de ordens via internet, conforme regulamento nº 2/2007, em jurisdições no espaço MiFID e de acordo com os artigos 323º e 328º do Código de Valores Mobiliários. É nosso entendimentos que as alíneas c) e d) do artigo 27º nº2 não se aplicam em casos de prévio registo.

5) Versões do artigo 9º

Em resposta à vossa solicitação relativamente à declaração de conhecimento das advertências ao investidor consideramos mais adequada a versão 1ª do artigo 9º e as respectivas versões dos seguintes 16º e 28º. Seria relevante, no entanto, considerar que a aplicabilidade do artigo 16º aos intermediários que disponibilizam plataformas de negociação para negociação de derivados OTC, alguns dos quais referidos acima, é parcial já que o IFI deverá ser disponibilizado aquando da abertura de conta, por oposição à subscrição do produto, juntamente com toda a informação contratual aplicável, nomeadamente política de execução de ordens, aviso de risco e política de conflitos de interesse. Relativamente a clientes que não tenham prestado informação suficiente para a realização do teste de adequação, que não tenham prestado informação sobre situação financeira ou que não tenham declarado ter conhecimentos para a devida compreensão dos riscos, a IG Markets tem por política global a recusa de abertura de conta pelo que o nº 2 do artigo 16º do referido documento autónomo não se deverá aplicar.

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Referências

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