• Nenhum resultado encontrado

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP. Sandirena de Souza Nery

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP. Sandirena de Souza Nery"

Copied!
71
0
0

Texto

(1)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Sandirena de Souza Nery

Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis custo de resposta e magnitude do reforço

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

SÃO PAULO 2008

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Sandirena de Souza Nery

Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis custo de resposta e magnitude do reforço

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Psicologia Experimental – Análise do Comportamento – pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob orientação da Professora Doutora Tereza Maria de Azevedo Pires Sério.

SÃO PAULO 2008

(3)

BANCA EXAMINADORA _________________________ _________________________ _________________________

(4)

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é resultado da colaboração de muitas pessoas, cada um em seu momento, de sua maneira; mas, a ajuda de todos ficará marcada para sempre, tenham certeza. Inicialmente, gostaria de agradecer à minha mãe, que me ensinou a ter persistência e a nunca desistir diante dos desafios, e olha que desta vez, eles foram grandes!

Ao Henrique, meu filho, meu orgulho. Você é uma dávida, um presente do Céu. A sua ajuda foi de fundamental importância, te amo muito!

Ao Beto, meu amado, por todo o apoio e amor. Agradeço demais toda a ajuda e companheirismo em todos os momentos, nesta longa jornada.

À Téia, minha orientadora. Tenho certeza que te dei muito trabalho, mas quero que saiba que você me ajudou muito, possibilitou meu crescimento, e, embora eu ainda saiba pouco, aprendi muito com você: muito obrigada.

À Verônica. Você foi incrível, sempre disposta a ajudar, podemos dizer que você foi parte integrante deste processo.

À Maria Amália e ao Roberto, que foram as primeiras pessoas que conheci, e que fizeram com que eu me apaixonasse por Análise do Comportamento. Muito obrigada pela ajuda e por tudo que me ensinaram: vocês são pessoas maravilhosas.

À Nilza, que também me apoiou em vários momentos, inclusive, no momento de maior crise, muito obrigada pela disponibilidade e paciência, assim como pelo aprendizado que me possibilitou.

À Paula pelos ensinamentos, pela amizade, e por estar, também, sempre pronta para me ajudar e orientar.

Às professoras Maria Eliza, Maria do Carmo e Fátima que também tiveram uma participação importante nesta jornada.

(5)

À Neusa, Maurício e Conceição, companheiros presentes e disponíveis em todos os momentos.

À Dinalva, que também me ajudou muito, sempre disposta a dar dicas importantes. Seu entusiasmo, disponibilidade e alegria dão um brilho especial a este Programa. Muito obrigada, foi muito boa nossa convivência.

Aos meus queridos amigos que muito me ajudaram: Thais Salles, Marcelo Barbosa, Ghoeber, Candido, Denise Oliveira, Ana Paula Maestrello, Ana Carolina (Santista), Ana Paula Basqueira, Marcio Juliano, Anna Beatriz, Daniel, Aline, Rodrigo, Mariana de Souza , Clarissa e Edson Pereira.

Ao Jair que, mesmo de tão longe, também deu sua contribuição. Aos colegas de faculdade, Cesar, Sandra e Paulo.

Aos participantes que me ajudaram, vindo até o laboratório e tornando possível este projeto.

(6)

Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente. Skinner, Walden II

(7)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

………..……1

Conceito de cooperação ... 1

Alguns estudos sobre cooperação ... 2

Este estudo ... 11

MÉTODO……….……… ……… ………13

Participantes ... 13

Equipamento e situação de coleta ... 13

A tela de apresentação do jogo... 14

Procedimentos ... 15 Instruções gerais ... 17 As condições experimentais ... 17 Delineamento experimental ... 21 Fases do estudo ... 22 Fase preparatória ... 22 Fase experimental ... 24

O registro dos dados... 28

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 29 Participantes P7 e P8... 29 Participantes P9 e P19... 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 44 ANEXOS ... 48 Anexo I – Tabelas ... 49

Anexo II – Modelo do termo de consentimento para a participação na pesquisa (próprio participantes) ... 56

Anexo III – Modelo do termo de consentimento para a participação na pesquisa (dirigido a pais e responsáveis) ... 58

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema do aspecto geral da tela com todos os recursos possíveis ...14

Figura 2. Diagrama da tela do jogo, na condição cooperação forçada ...18

Figura 3. Diagrama da tela do jogo, na condição individualforçada ...19

Figura 4. Diagrama da tela do jogo na condição de escolha...20

Figura 5. Número médio de pontos, por minuto, na condição deEscolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12 ...30

Figura 6. Número médio de respostas por minuto, na condição de escolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12...31

Figura 7. Número médio de pontos por minuto, na condição de escolha, dos participantes P9e P19, nas sessões de 1 a 13...34

Figura 8. Número médio de respostas por minuto, na condição de escolha, dos participantes P9 e P19, nas sessões de 1 a 13...35

Figura 9. Curvas acumuladas de respostas e de pontos P7 E P8 ………….……….39

Figura 10. Curvas acumuladas de respostas e de pontos P9 e P19 ...40

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase preparatória dos

participantes P1e P2, P3 e p6 e P4 e P5...24

Tabela 2. Parâmetros da sessão de treino e das sessõesexperimentais da fase experimental – participantes P7 e P8...26

Tabela 3. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental – participantes P9 e P19...27

Tabela 4. Aspectos das condições experimentais e resultados – P7 ...32

Tabela 5 . Aspectos das condições experimentais e resultados – P8 ...33

Tabela 6. Aspectos das condições experimentais e resultados – P9 (a)...36

Tabela 7. Aspectos das condições experimentais e resultados – P19 (a)...37

Tabela 8. Número de escolhas dos participantes P7 e P8, pelas alternativas ‘jogar sozinho’ e ‘jogar com a outra pessoa’, em cada sessão...42

Tabela 9. Número de escolhas: quantidade de vezes em que os participantes P9 e P19, escolheram jogar individual ou cooperativamente, em cada sessão ...42

Tabela 10. Aspectos das condições experimentais e resultados – P1 ...50

Tabela 11. Aspectos das condições experimentais e resultados – P2 ...51

Tabela 12. Aspectos das condições experimentais e resultados – P3 ...52

Tabela 13. Aspectos das condições experimentais e resultados – p6 ...53

Tabela 14. Aspectos das condições experimentais e resultados – P4 ...54

(10)

Autora: Sandirena de Souza Nery

Título: Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis custo de resposta e magnitude do reforço

RESUMO

Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar algumas relações do comportamento cooperativo, manipulando-se reforços de maior magnitude para tarefa cooperativa do que para a tarefa individual, e aumento gradativo da razão para obtenção de reforços na alternativa cooperativa. Quatro participantes, de ambos os sexos, com faixa etária variando de 16 a 24 anos, foram separados em duplas, e realizaram suas atividades, utilizando um computador conectado em rede, um com o outro participante da dupla. Uma dupla participou de 12 sessões experimentais e a outra, de 13 sessões. As sessões foram divididas em três 3 dias, com duração média de 1 hora e 30 minutos, cada sessão. Todos os participantes foram expostos às seguintes condições experimentais: a) Condição Cooperação Forçada, na qual só puderam trabalhar cooperativamente; b) Condição Individual Forçada, em que só puderam trabalhar individualmente; e, c) Condição de Escolha, na qual puderam escolher ‘jogar sozinho’ ou ‘jogar com a outra pessoa’. Na primeira sessão, a de treino, os participantes passaram pelas três Condições Experimentais, nas demais sessões, apenas nas Condições Cooperação Forçada e de Escolha. Na sessão de treino, a tarefa cooperativa teve valor de FR 1, e a magnitude do reforço valor 4; nas sessões seguintes, a magnitude do reforço foi aumentando, passando para 10, 20 e depois 30. O FR também foi aumentando chegando até FR11. A programação para a tarefa individual, em todas as sessões, foi FR valor 1 e magnitude de reforço valor 1. Este estudo se trata de uma replicação do estudo de Echagüe (2006), que observou uma ‘ruptura’ na preferência por cooperar, quando o FR passou de 1 para 5. Neste estudo, o aumento do FR foi feito de maneira gradual: 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,9 e 11, assim como o aumento da magnitude do reforço. Ao longo do experimento, todos os participantes optaram por cooperar e permaneceram cooperando até o final das atividades.

Palavras-chave: comportamento social, cooperação, magnitude do reforço, razão,

(11)

Author: Sandirena de Souza Nery

Títle: Some relations between cooperative behaviour relationships and the variables response-cost and magnitude of reinforcement

ABSTRACT

This study aimed to investigate some relations between the choice to engage on cooperative behavior or an individual task and the manipulation of reinforcer magnitudes contingent on the cooperative task and response cost (a gradual increase on response ratio). Four participants, of both sex, with ages between 16 and 24, were paired in two dyads: each participant of a dyad worked simultaneously with the other on one of two computers connected through a network. The experiment lasted for 12 (90 minutes) sessions for one day and 13 for the other. All participants were exposed to the following experimental conditions: a) Forced Cooperation Condition when they could only work cooperatively; b) Forced Individual Condition when they could only work individually, and c) Choice Condition when they could choose to “play alone” or “play with the other person”. In the first session, of training, participants were submitted to all three Experimental Conditions; in the following sessions either the Forced Cooperation Condition or the Choice Condition was available. During the training session, the cooperation task was assigned value FR 1 and the magnitude of reinforcement value 4; in the subsequent sessions, the magnitude of reinforcement was increased to 10, 20 and 30. The FR was also increased up to FR11. The programming for the individual task in all sessions was FR 1 and magnitude of reinforcement of value 1. Literature reports on the “rupture” in the preference to cooperate when FR value was increased were not found on the present study, possibly as a result of the gradual increase on the FR (from 1 to 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 and 11), as well as the increase in the magnitude of reinforcement. Results showed that all participants chose to cooperate form the onset and remained cooperating until the end of the experiment.

(12)

Muitas realizações humanas são concretizadas através da interação entre as pessoas, através do comportamento social . Skinner (1981) definiu comportamento social “como o comportamento de duas ou mais pessoas em relação a uma outra ou em conjunto em relação ao ambiente comum”.(p.285). O estudo do comportamento social abrange vários tipos de relacões sociais, porém este estudo irá se ater apenas à cooperação.

O estudo da cooperação, na análise do comportamento, tem sido feito levando-se em conta os princípios operantes das relações sociais, nos quais o comportamento pode ser modificado em função de suas consequências reforçadoras ao contatar o outro indivíduo. Os analistas do comportamento definem reforço como um tipo de consequência que aumenta a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer no futuro.

Conceito de Cooperação

Uma das primeiras definições de cooperação é a de Keller & Schoenfeld (1973), que a definem assim:

“a cooperação [...] implica vários tipos de respostas em muitos tipos de situação. Pode ser definida como o caso no qual o comportamento combinado de dois ou mais organismos é necessário para obter reforço positivo, ou remover negativo, para um ou para outro. Dois organismos podem desempenhar o mesmo ato, como puxar juntos uma corda para obter alimento, ou atos diferentes, como quando um pisa no pedal para abir uma porta enquanto o outro puxa o alimento. Este tipo de cooperação é facilmente obtido em adultos, instruindo-os verbalmente nos seus papéis ou deixando-os descobrir a eficácia da ação conjunta. Com animais, bem como com crianças novas, devemos treiná-los no início e podemos, então observar como a cooperação se desenvolve. A eficácia da instrução verbal no adulto depende, naturalmente, de uma longa história de treinamento, desde a infância; e, mesmo entre nós, esforço cooperativo em algumas atividades geralmente é conseguido só com muita dificuldade – às vezes nunca. Em qualquer caso, quer com seres humanos ou animais, em

(13)

qualquer tarefa, a cooperação supõe duas coisas: (1) cada ação do organismo deve ser discriminativa para o desempenho do outro; e (2) cada organismo deve ser reforçado pela parte que desempenha no esquema cooperativo”. (pp. 374-375)

Outra contribuição ao estudo da cooperação foi a de Schmitt (1984), que em sua definição ressaltou a importância do reforçamento mútuo em uma contingência coperativa; nesta contingência, todos os participantes envolvidos recebem reforçador se suas respostas alcançarem o critério especificado. O autor ao apresentar seu estudo sobre cooperação, trouxe, também, uma contribuição ao relacionar cooperação com desempenho. Para ele,

“cooperação tipicamente leva a um desempenho superior quando as tarefas são facilitadas pela coordenação, divisão de trabalo, assistência, porque estas atividades são reforçdas apenas sob contingências cooperativas” ( p. 378).

Alguns anos depois, Guerin (1994) apresentou uma definição de cooperação, na qual somente é considerado comportamento cooperativo “os comportamentos de grupo que permitam contato com uma contingência que não poderia ser alcançada por um indivíduo sozinho”. (p. 127) O autor cita um exemplo de uma pedra grande, que, para ser levantada, necessitaria de um grupo atuando junto e ao mesmo tempo. Por esta definição, se uma tarefa é executada por mais de uma pessoa, sendo que, na realidade, somente uma poderia realizá-la, não se pode caracterizar esta relação social como um comportamento cooperativo.

Alguns estudos sobre cooperação

Um exemplo de estudo de cooperação realizado com animais é o de Daniel (1942), que trabalhou com 10 ratos machos e 2 fêmeas. O autor tinha o objetivo de investigar o estabelecimento de cooperação entre os animais em um arranjo experimental no qual os animais teriam que obter alimento e, ao mesmo tempo, evitar um choque elétrico. O equipamento utilizado para o estudo foi uma câmara experimental com uma tampa de vidro com uma pequena abertura para a colocação dos sujeitos dentro da câmara, que, por sua vez, era equipada com uma lâmpada que se

(14)

acendia toda vez que o choque era administrado. Havia, também, uma grade que se tornava eletrificada, de acordo com a programação feita; um recipiente com alimento no centro da câmara; uma pequena plataforma no fim da câmara, que possibilitava ao sujeito permanecer na plataforma e não receber choque, embora não fosse possível alcançar o alimento, ou seja, era impossível se alimentar e não receber choque ao mesmo tempo. Os sujeitos foram treinados em três etapas: (1) treino para se alimentar na câmara experimental; (2) treino para ir para plataforma, quando a grade estava eletrificada; e (3) treino para desenvolver a discriminação. No treino, os sujeitos aprenderam a se alimentar e a evitar o choque, de maneira individual. Na sequência os animais passaram por uma fase experimental, na qual trabalharam em pares. Nesta fase, um sujeito só poderia se alimentar e não receber choque se o outro sujeito, seu par, permanecesse na plataforma. Se ambos fossem buscar o alimento, ambos receberiam choque. Este procedimento continuou por 40 dias. Os animais passaram a realizar a tarefa tão bem, que ambos conseguiam se alimentar e a evitar o choque, trocando de posição, indo do local onde estava o alimento para a plataforma, e vice-versa. O comportamento cooperativo foi estabelecido.

Skinner (1962) também realizou um estudo sobre cooperação, com animais. Em seu experimento dois pombos foram colocados em compartimentos adjacentes, que permitiam que um visse o outro. Em cada compartimento havia três dispositivos para resposta e um alimentador. Os dois pombos foram reforçados com comida, a mesma quantidade para cada um, quando bicavam simultaneamente (era permitido no máximo 0,5s entre uma bicada e outra) um par do dispositivo que estava programado, randomicamente, como ‘correto’. O autor constatou um aumento na taxa de respostas cooperativas, além de certa divisão de trabalho entre os pássaros:

“[...] em geral, houve uma divisão de trabalho: um dos pombos (o ‘lider’) explorava o ambiente e bicava os três dispositivos de resposta, em determinada ordem [...] O outro pombo (o ‘seguidor’) bicava o botão oposto aquele que estava sendo bicado pelo líder (p.533).

Dentre os estudos de cooperação realizados com humanos estão os estudos de Peters e Murphree, (1954) e o de Azrin e Lindsley (1956). Peters e Murphree investigaram o processo de aprendizagem de cooperação em pacientes esquizofrênicos. Os autores acreditavam que, sendo a ausência de relacionamento interpessoal uma característica destes pacientes, aprender a cooperar poderia ter efeitos

(15)

terapêuticos nos pacientes. Nesse estudo, dois participantes trabalhavam em dupla, sentados lado a lado diante de uma mesa, e podiam se ver livremente. Cada participante ficava com uma caixa equipada com 10 alavancas, que podiam ser puxadas pelo participante em sua direção, e um dispositivo para entrega de doces, que funcionavam como reforçadores.

Inicialmente, foi feito um treino individual para puxar as alavancas. O experimentador determinava a alavanca correta, aparentemente, a cada tentativa, e, se os participantes puxassem a alavanca determinada pelo experimentador como a correta, recebiam doces. O experimento foi programado para que, inicialmente, somente uma alavanca fosse a correta; depois qualquer uma das duas alavancas poderia ser a correta. Os autores não relatam a duração de cada fase, nem o critério para a mudança de fase. Após este treino, foi demonstrado o uso correto da alavanca; os doces só seriam conquistados se as alavancas corretas fossem puxadas simultaneamente por ambos os participantes.

Os participantes do estudo, que foram expostos mais intensamente a aprendizagem de interação, passaram a ter uma melhor interação entre eles, assim como, aprenderam a cooperar um com o outro, e passaram a prestar atenção às alavancas puxadas pelo parceiro, dizendo um ao outro que alavanca puxar, prendendo para trás uma alavanca, até que o outro da dupla puxasse e a pressionasse novamente, ao mesmo tempo em que o fazia o outro parceiro.

No estudo de Azrin e Lindsley (1956), os autores queriam investigar a possibilidade de ensinar cooperação a humanos, utilizando o condicionamento operante, sem fazer uso de instruções sobre a contingência cooperativa. Participaram do estudo 20 crianças, com idades de 7 a 12 anos, separadas em duplas. As duplas ficavam sentadas frente a frente, numa mesa, de tal forma que podiam se ver e se ouvir livremente. Cada criança tinha à sua frente três furos dispostos horizontalmente na mesa e um objeto similar a uma caneta, presa à mesa por um fio, com o comprimento suficiente para alcançar os três furos. Os participantes foram instruídos que poderiam jogar do jeito que quisessem, porém, para que o jogo funcionasse, eles deveriam colocar as canetas em cada um dos três buracos. Foi informado, também, que enquanto eles estivessem na sala, alguns doces seriam liberados e que poderiam comê-los na própria sala, ou levá-los para casa.

(16)

O delineamento experimental foi dividido em 3 períodos: reforçamento, extinção e reforçamento. Era considerada resposta cooperativa, uma sequência em que as canetas eram colocadas nos buracos opostos correspondentes, simultaneamente, com um intervalo de tempo máximo de 0,04s entre as respostas. Nas respostas cooperativas, uma luz vermelha se acendia na mesa e um doce caia dentro de uma xícara que estava acessível a ambas as crianças que haviam emitido a resposta cooperativa.

No período de reforçamento, cada resposta cooperativa foi reforçada por 15 minutos. Se a taxa de resposta não estabilizasse, o reforçamento continuava por mais cinco minutos. No período de extinção, as respostas cooperativas não eram reforçadas por um período de, pelo menos, 15 minutos. E no período de reforçamento, as respostas cooperativas foram, novamente, reforçadas até, pelo menos, 3 minutos após a estabilização da taxa. Isso foi feito para verificar se a redução na taxa de resposta durante a extinção era devido à extinção, à fadiga ou à saciação.

Com os resultados do experimento, os autores puderam demonstrar que, por meio do condicionamento operante, é possível instalar, manter e eliminar a cooperação, sem o uso de instruções específicas sobre cooperação.

O interesse pelo tema continuou e, nos anos 70 e 80, várias pesquisas foram realizadas, tendo com principais pesquisadores Hake e Vukelich (1972, 1973, 1975), Hake e Olvera (1978), Schmitt e Marwell (1968,1971,1972,1973) e Schmitt (1976,1981,1984,1987). No Brasil, recentemente alguns autores também têm se dedicado ao assunto, tais como: Farias (2001), que investigou os efeitos de regras e iniquidades entre reforços em uma contigência de escolha entre cooperação e competição; Rodrigues e colaboradores (2002), que investigaram os efeitos da apresentação de uma instrução precisa em uma contingência de iniquidade de reforços; Faleiros (2002), que realizou um estudo sobre a análise dos comportamentos de membros de uma cooperativa de trabalho; e Echagüe (2006), que replicou o método proposto por Schmitt e Marwell (1971), investigando algumas relações entre custo de resposta, magnitude do reforço e comportamento cooperativo. Os estudos de Schmitt e Marwell (1971) e Echagüe (2006) serão apresentados com maior riqueza de detalhes, por terem servido de base para o desenvolvimento deste estudo.

(17)

Schmitt e Marwell (1971) tinham como objetivo investigar se o risco de perder pontos diminuiria a preferência por uma tarefa cooperativa e aumentaria a preferência por uma tarefa individual. Esta pesquisa foi composta por três experimentos. No experimento I, quatro duplas de estudantes universitários participaram, em cinco sessões diárias, de duas horas cada uma. Os participantes não se conheciam e, durante o experimento, nunca se viram. Em cada uma das salas, os participantes tinham à sua frente um painel que continha, em seu lado esquerdo, um botão que, de acordo com a programação, quando um dos participantes o pressionava, tirava pontos do parceiro e transferia os pontos para si, período em que uma luz amarela estava acesa; ao centro ficavam posicionados os marcadores de pontos, cuja função era indicar quantos pontos tinha cada participante; ao lado de cada marcador, uma luz, que se acendia, toda vez que um dos parceiros ganhava pontos; uma luz de timeout, que se apagava quando os reforços não estavam disponíveis; um dispositivo que possibilitava a escolha entre uma tarefa individual ou cooperativa. Ao lado deste dispositivo, uma luz azul se acendia, quando um dos parceiros escolhia a tarefa cooperativa. Na parte inferior do painel, havia um êmbolo que poderia ser puxado para baixo e, quando isto ocorria, uma luz se acendia. Os participantes passaram por cinco sessões experimentais: Condição I, em que só foram reforçadas respostas cooperativas; Condição II, em que os participantes puderam escolher entre tarefa individual ou tarefa cooperativa; Condições III e IV, nas quais os participantes também puderam escolher a tarefa, similar à Condição II, com mudanças, porém, na magnitude do reforço.

Na Condição I, só foram reforçadas respostas cooperativas. Qualquer um da dupla poderia puxar o êmbolo primeiro. Uma resposta era considerada cooperativa se obedecesse à seguinte sequência: um participante puxava o êmbolo, uma luz branca de respostas acendia no painel do outro participante por 3 segundos; se o parceiro da dupla puxasse seu êmbolo em até 0,5 segundos após a luz do painel ter se apagado, ambos seriam reforçados e os contadores dos dois avançariam seis pontos. Esta resposta iluminava o painel do outro participante por 0,1 segundo. Se o segundo participante emitisse sua resposta enquanto a luz estivesse acesa ou após 0,5 segundos após a luz ter se apagado não o contador não avançaria. Cada reforçamento era seguido por um período de timeout de 2 segundos, período em que a luz vermelha ficava desligada e nenhuma resposta era reforçada. Na Condição II, os participantes poderiam escolher entre tarefa individual ou tarefa cooperativa. Pela programação feita, somente

(18)

entrava em vigor a tarefa cooperativa se os dois participantes escolhessem trabalhar juntos. Uma luz azul no painel de cada participante acendia, quando um dos parceiros escolhia jogar com o outro. Os participantes ganhavam 6 cents, quando optavam pela tarefa individual e apenas 1 cent, quando optavam pela tarefa cooperativa. A Condição III foi planejada igual à Condição II, com a diferença de que, nessa condição, a magnitude do reforçamento foi a inversa da anterior: os participantes ganhavam 6 cents quando escolhiam cooperar e 1 cent quando escolhiam trabalhar individualmente. Nos 15 minutos finais da sessão de treino, na condição IV, os participantes podiam escolher entre a tarefa individual ou a cooperativa, e recebiam 3 cents para cooperar e 2 cents para trabalhar individualmente.

A partir da sessão 2, os participantes foram instruídos que poderiam continuar escolhendo entre a tarefa cooperativa ou a individual, porém, quando a contingência cooperativa estivesse em vigor, em alguns momentos, uma luz amarela estaria acesa e seria possível tirar pontos do contador do parceiro e transferi-los para seu contador. Isto poderia ser feito por qualquer um dos participantes, apertando um botão no painel.

Os resultados do Experimento I mostraram que, na presença da condição que possibilitava tirar pontos do parceiro, a taxa de respostas cooperativas caiu significativamente, evidenciando uma ruptura na cooperação. Três dos pares pararam de cooperar quase que totalmente e trabalharam individualmente.

Os autores realizaram o Experimento II, com o objetivo de investigar qual seria a preferência entre as tarefas cooperativa e individual, se o risco de perder pontos estivesse presente, não mais de maneira contínua, mas em apenas alguns momentos durante a tarefa cooperativa. , Cinco duplas de estudantes universitários participaram dessa pesquisa. As condições experimentais foram muito semelhantes ao Experimento I, com algumas diferenças: a magnitude do reforço para tarefa cooperativa foi de 4 cents e para tarefa individual de 3 cents; algumas sessões tiveram apenas dois segmentos: um segmento no qual entrava em vigor a Condição IV, por 30 minutos, e depois a Condição V, por 90 minutos. Na Condição V, com a duração de somente duas sessões, a possibilidade de transferência de pontos só ficava disponível em alguns momentos: 2 minutos a cada 30 minutos em média. Dessa forma, a qualquer momento, quando estavam atuando cooperativamente, o botão de transferência começava a

(19)

funcionar, sem nenhum aviso prévio para os participantes. Os resultados, assim como no experimento anterior, indicaram uma baixa taxa de respostas cooperativas, no período em que a transferência de pontos era possível.

O Experimento III foi realizado para investigar o que poderia ocorrer com a taxa de respostas cooperativas, se a possibilidade de transferir pontos estivesse disponível todo o tempo, independente da tarefa escolhida, individual ou cooperativa.

Nesse estudo, participaram seis duplas de universitários, e as condições experimentais foram as mesmas do Experimento I, com exceção de que, durante as três primeiras condições, transferir pontos era possível, independente da escolha por tarefa, por parte das duplas. A magnitude do reforço foi a mesma do Experimento II: 4 cents para tarefa cooperativa, e 3 cents para tarefa individual.

Os resultados deste experimento indicaram que, quando existe o risco de se perder pontos, independentemente da tarefa escolhida, o responder predominante foi por tarefa cooperativa.

Echagüe (2006) conduziu um experimento com o objetivo de investigar a preferência por uma tarefa cooperativa, em relação a uma individual, manipulando a magnitude do reforço e da razão exigida para obter reforços na tarefa cooperativa. Sua pesquisa replicou o Experimento I, de Schmitt e Marwell (1971), com algumas mudanças:

a) foi utilizada uma tela de computador para emissão das respostas, em substituição ao painel utilizado por Schmitt e Marwell (1971);

b) no experimento de Schmitt e Marwell (1971), quando um participante da dupla emitia uma resposta, uma luz acendia no painel do parceiro por 3s. A resposta seria considerada cooperativa caso o parceiro emitisse a resposta após a luz apagar, porém, antes que se passassem 0,5 segundos. No estudo de Echagüe (2006), para uma resposta ser considerada cooperativa, um participante precisaria emitir a resposta no intervalo que compreende 0,5 e até 3 segundos, após o parceiro ter emitido sua resposta, ou seja, enquanto a luz estivesse acesa.

Participaram do estudo oito duplas de ambos os sexos, com idades variando de 25 a 40 anos. Os participantes foram informados de que participariam de

(20)

uma pesquisa para dissertação de mestrado e que, nessa pesquisa, o participante jogaria um jogo no computador que permitiria a ele acumular pontos e trocá-los por dinheiro. Para a formação das duplas, o sexo ou a idade não foram variáveis consideradas. No entanto, os participantes não poderiam se conhecer, nem se ver. Cada dupla passou por três sessões experimentais.

A coleta de dados foi realizada em duas salas adjacentes. Cada participante foi acomodado em uma cadeira e, à sua frente, havia um monitor colorido, no qual foram apresentadas todas as instruções necessárias para a realização da tarefa (instruções que serão detalhadas posteriormente), bem como a tela do jogo. Havia, também, disponível um mouse para que os participantes emitissem suas respostas. A iluminação interna foi realizada por duas lâmpadas de 40w, instaladas no teto da sala.

Ao lado de cada mesa, havia um microcomputador conectado ao microcomputador da sala adjacente, por meio de cabo de rede. Um sistema foi desenvolvido para este estudo em linguagem C++, o qual controlava a apresentação de estímulos, a programação de contingências e o registro dos dados. A sala estava equipada, também, com uma câmera filmadora em cores e sem áudio.

Foi utilizada uma sala para observação, equipada com uma televisão, que mostrava imagens oriundas das câmeras, permitindo que os participantes fossem observados o tempo todo.

A tela do jogo foi muito similar ao painel utilizado por Schmitt e Marwell (1971) e continha: um indicador de disponibilidade de reforço, que ficava vermelho quando os reforços estavam disponíveis; um indicador de respostas que se tornava verde por, no máximo, 3 segundos, quando o outro participante da dupla emitia sua resposta; um selecionador de tarefas, que possibilitava a escolha entre tarefa individual ou cooperativa; um indicador de cooperação, que se tornava azul, para indicar a escolha cooperativa do parceiro; dois contadores, que mostravam os pontos de cada participante, de forma acumulada; indicadores dos contadores, que ficavam verdes quando o contador correspondente avançava pontos; e o retângulo de pontos, local em que os participantes poderiam clicar com o botão esquerdo do mouse para ganhar pontos.

(21)

No início de cada sessão, os participantes eram convidados (um de cada vez) a se sentar na cadeira à frente do computador e, em seguida, as instruções apareciam, automaticamente, na tela.

O experimento foi planejado de modo que todos os participantes passassem por três sessões, e por três condições experimentais: Condição I – Tarefa Individual Forçada, com duração de 5 minutos; Condição II – Tarefa Cooperação Forçada, com duração de 10 minutos; e Condição III – Escolha, com duração de 10 minutos. Na Tarefa Individual Forçada, a dupla só gerava pontos trabalhando individualmente; essa Condição só ocorreu na primeira sessão. Na Tarefa Cooperação Forçada, a dupla só gerava pontos se trabalhasse cooperativamente. Na Tarefa Escolha, a dupla poderia escolher jogar individualmente ou cooperativamente; se pelo menos um dos participantes escolhesse ‘jogar sozinho’, a contingência que entraria em vigor era a individual.

Na primeira sessão, cada dupla passou pelas três condições experimentais. Na Condição Individual Forçada, cada resposta reforçada gerava 1 ponto. Na segunda sessão, os participantes foram expostos à Condição Cooperação Forçada e à Condição de Escolha. Nestas sessões, a razão exigida para a tarefa cooperativa era valor 1 e a magnitude do reforço valor 4. A terceira sessão teve a mesma estrutura que a segunda, a exceção foi a exigência de cinco respostas (FR5) cooperativas para que houvesse o reforço. Cada ponto equivalia a 1 centavo.

Echagüe (2006) procurou verificar se manipulando a razão e magnitude do reforço encontraria resultados similares aos dos estudos de Schmitt e Marwell (1971), que observaram uma ruptura no comportamento cooperativo, produzida pela possibilidade de se perder pontos. Os resultados de Echagüe indicaram que, quando a magnitude do reforço para cooperar foi aumentada, quase todos os participantes preferiram cooperar, e passaram maior parte do tempo na opção trabalhar em conjunto, realizando, na maioria dos casos, apenas uma escolha, a de cooperação. Porém, quando a razão (FR) para respostas cooperativas foi aumentada de 1 para 5, segundo a autora, os participantes passaram menos tempo cooperando.

No estudo da autora, os participantes foram expostos a FR 1, na primeira e segunda sessões, e FR 5, na terceira sessão. Esta manipulação provocou uma ruptura

(22)

no comportamento cooperativo. Os resultados seriam diferentes se a FR fosse manipulada várias vezes e de forma gradual?

Echagüe trabalhou com a seguinte sequência: Condição Individual Forçada, Cooperação Forçada e Escolha. Se o experimento tivesse se iniciado com a Condição Cooperação Forçada, os resultados poderiam ser diferentes do que os que foram encontrados pela autora?

Uma terceira pergunta que poderia ser explorada é: quando a Condição de Escolha entrava em vigor, na tela do jogo, aparecia a opção ‘jogar sozinho’, e se o participante quisesse jogar com a outra pessoa, teria que mudar a opção na tela do jogo. Os resultados poderiam ser diferentes, nesta condição, se os participantes fizessem a opção entre jogar sozinho ou com a outra pessoa, no lugar de trocar ou manter a escolha feita pelo programa (jogar sozinho)?

Este Estudo

Esta dissertação se trata de uma replicação do trabalho realizado por Echagüe (2006), e foi realizado com o objetivo de verificar em que condições se estabelece o comportamento cooperativo, manipulando-se as seguintes variáveis: a) reforços de maior magnitude para tarefa cooperativa, do que para a tarefa individual; Aqui,, a magnitude de reforço se refere à quantidade de pontos que cada participante poderia ganhar; b) aumento gradativo da razão para obtenção de reforços na alternativa cooperativa. Razão (FR) é o número de respostas que precisam ser emitidas na topografia que foi delineada, para que a dupla gere os pontos possíveis em cada jogada.

Este estudo teve uma fase preparatória, na qual foram testados alguns procedimentos, bem como o equipamento a ser utilizado. Posteriormente, com o aprendizado adquirido pela pesquisadora na fase preparatória, desenvolveu-se a fase experimental, propriamente dita, com os ajustes de procedimentos derivados dos

(23)

resultados da fase preparatória. Os detalhes desta fase serão descritos ao final da sessão de método; no entanto, as informações, a seguir, referem-se à fase experimental.

(24)

MÉTODO

Participantes

Participaram, deste estudo, duas duplas de ambos os sexos, com idade variando entre 16 a 24 anos. Os participantes foram convidados a participar da pesquisa pela própria pesquisadora, por meio da indicação de amigos, a, após a aceitação, foram identificados como P7, P8, P9 e P19.

As sessões foram realizadas no Laboratório de Psicologia Experimental da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sempre com a presença dos dois membros de cada dupla.

Com o objetivo de aumentar a presença nas sessões, foi pago um bônus de R$50,00 para os participantes que comparecessem a todas as sessões, mais as despesas de deslocamento. Além disso, os pontos obtidos durante as sessões foram trocados por dinheiro (R$).

Equipamento e situação de coleta

Utilizaram-se duas salas adjacentes, cada uma medindo 2,70 x 2,00mts e 3,10mts de pé direito. Cada sala tinha uma porta independente, uma mesa e uma cadeira. A iluminação do local foi feita por duas lâmpadas fluorescentes de 40w, instaladas no teto da sala.

Sobre cada mesa, havia um monitor colorido e um mouse. Ao lado da mesa de cada participante do estudo, havia um microcomputador conectado ao microcomputador do outro participante, por meio de um cabo de rede. No microcomputador foi instalado um programa em linguagem C++, desenvolvido para o estudo de Echagüe (2006), que além de apresentar os estímulos na tela, de acordo com o delineamento desejado, também fazia o registro dos dados.

(25)

Em cada sala de coleta, uma câmera filmadora captava as imagens dos participantes, enquanto estes realizavam as atividades

Montou-se uma sala de observação, equipada com uma televisão, para mostrar, em tempo real, as imagens provenientes das salas de coleta. Um micro-computador, em rede com os demais computadores, por meio de um programa de remote control instalado, Ultra VNC, mostrava o que estava ocorrendo na tela do micro-computador de cada participante, permitia fazer a programação da sessão, e dar o início e o encerramento das sessões na própria sala de observação.

Duas salas de espera foram utilizadas para que os participantes aguardassem o início das sessões ou permanecessem no período de descanso, ocasião em que era servido um lanche com suco, refrigerante, água, café, bolo, bolacha ou salgadinhos.

A tela de apresentação do jogo

A Figura 1, abaixo, apresenta um esquema do aspecto geral da tela, com todos os recursos do programa que foram apresentados aos participantes ao longo das sessões. 3 1 2 4 5 6

(26)

Detalhes da função de cada item:

1. contadores de pontos: localizados no lado superior esquerdo da tela, era responsável pela apresentação do total de pontos de cada participante da dupla; 2. selecionador de tarefas: localizado no lado esquerdo da tela, possibilitava ao

participante escolher jogar sozinho ou jogar com a outra pessoa. Para tanto, bastava que clicasse com o botão esquerdo do mouse sobre o círculo, que antecedia a opção jogar sozinho ou jogar com a outra pessoa. Somente era considerada tarefa cooperativa, se os dois participantes escolhessem a opção jogar com a outra pessoa. Esse selecionador só aparecia na tela do computador na condição ‘escolha’;

3. retângulo de trabalho: localizado ao centro da tela, possibilitava ao participante ganhar pontos ao clicar sobre ele com o botão esquerdo do mouse;

4. indicador de seleção de tarefas: um círculo, localizado à esquerda da tela e abaixo do selecionador de tarefas, permanecia branco, quando um dos participantes, ou os dois, escolhiam a tarefa individual, ou se tornava azul, quando qualquer um dos dois participantes escolhia a tarefa cooperativa; 5. indicador de disponibilidade de reforços: acima, à direita, um círculo se tornava

vermelho, quando os reforços estavam disponíveis, e branco nos intervalos entre tentativas;

6. indicador de resposta: abaixo, à direita, um círculo se tornava verde, em até 3 segundos, sempre que o outro participante clicava com o botão esquerdo do mouse sobre o retângulo de trabalho, e branco, quando o outro participante não estava emitindo resposta.

Procedimentos

O convite para participar da pesquisa e a coleta de dados foram atividades desenvolvidas pela própria pesquisadora, que contou com a ajuda de um auxiliar, que recepcionava os participantes e monitorava a rede de computadores, para evitar possíveis problemas.

(27)

Por ocasião do convite, explicou-se a cada um dos participantes que se tratava de uma pesquisa para Dissertação de Mestrado em Psicologia Experimental, cujo objetivo era conhecer como as pessoas se comportavam participando de um jogo, em dupla, no computador, no qual poderiam ganhar dinheiro. Apresentou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que pudessem ler e assinar (Anexo II). Foi também solicitada uma autorização dos pais ou responsáveis dos participantes menores de idade, antes do início da coleta (Anexo III).

Informou-se aos participantes que a coleta seria realizada no Laboratório de Psicologia Experimental da PUC (SP), e que seria preciso o comparecimento por três vezes, para participação nas atividades propostas e que a duração das sessões seria de, aproximadamente, uma hora e meia. Esclareceu-se, também, que os participantes que comparecessem a todas as sessões receberiam, ao final da pesquisa, R$50,00 pela participação; que cada ponto ganho no jogo teria valor equivalente a ½ centavo, os quais poderiam ser trocados por dinheiro (R$) ao final do experimento e que o valor gasto com as despesas de locomoção seria pago, antecipadamente, ao final da primeira sessão.

Assim como no trabalho de Schmitt e Marwell (1971) e Echagüe (2006), houve um cuidado especial para evitar que as duplas se vissem ou se conhecessem, até que o estudo estivesse concluído. Agendou-se com um participante da dupla a ida ao laboratório. Ao chegar, o participante era recebido, levado até uma das salas de espera, onde era solicitado que aguardasse até que tudo estivesse pronto para o início da sessão. Com o outro participante da dupla, foi marcado um local para encontro, próximo ao laboratório, onde ele era recebido pelo auxiliar da pesquisadora, que o acompanhava até o laboratório, utilizando, para isso, uma porta alternativa de acesso. Esse participante também aguardava em outra sala de espera.

Quando os dois participantes já estavam presentes, eles eram encaminhados, individualmente, para o local da coleta. Primeiro, a pesquisadora orientava para que eles lessem as seguintes instruções gerais que estavam colocadas sobre a mesa:

(28)

Instruções gerais

• Você vai participar de um jogo no computador.

• Você pode ganhar pontos, clicando com o botão esquerdo do mouse sobre um retângulo que aparecerá no centro da tela. Você saberá, o tempo todo, quantos pontos ganhar. Cada ponto vale ½ centavo.

• A cada dia de participação, serão anotados quantos pontos você ganhou e, ao final do experimento, esses pontos serão trocados por dinheiro.

• Todas as informações necessárias para realizar o jogo aparecerão na tela do computador.

• Você saberá quando a sessão terminar, e quando isso acontecer, permaneça na sala e espere que venham falar com você.

• Se tiver entendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do mouse sobre ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Ao final da leitura, a pesquisadora verificava a existência de dúvidas, e informava que, durante as atividades, seria concedido um pequeno intervalo para descanso. Com tudo esclarecido, ela se dirigia para a outra sala, realizando o mesmo procedimento com o outro participante. Após a realização desses procedimentos, a sessão poderia ter início. No segundo e terceiro dias de coleta, o procedimento foi igual, com exceção de que não foi solicitado que lessem novamente as instruções gerais, apenas foi informado que o jogo iria continuar funcionando da mesma maneira que da última vez, e que todas as instruções necessárias apareceriam na tela.

As condições experimentais

O estudo foi composto pelas seguintes condições experimentais: Cooperação Forçada; Individual Forçada e Condição de Escolha .

Condição Cooperação Forçada: nesta condição, a dupla só tinha a possibilidade de trabalhar cooperativamente e, na tela de cada um dos participantes, apareciam as seguintes informações:

(29)

- Esta parte do jogo acontecerá em conjunto com outra pessoa. - Vocês só ganharão pontos se trabalharem juntos.

- Se tiver compreendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do mouse sobre ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

- Quando um dos participantes clicava sobre o ‘prosseguir’ aparecia:

O jogo já vai começar...

Quando os dois participantes clicavam em ‘prosseguir’, aparecia a tela que possibilitava o início do jogo (Figura 2).

Figura 2 – Diagrama da tela do jogo, na condição cooperação forçada

Condição Individual Forçada: nesta condição, os participantes só geravam pontos quando trabalhavam individualmente, e só tinham acesso à informação sobre a quantidade de seus pontos. Ao iniciar a sessão, eram apresentadas, na tela do computador, as seguintes intruções:

- Nesta parte da atividade, você jogará sozinho, e poderá ganhar pontos, clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o retângulo que aparecerá no centro da tela.

- Se tiver entendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do mouse em ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Quando um dos participantes clicava sobre o ‘prosseguir’, aparecia:

(30)

Quando os dois participantes clicavam em ‘prosseguir’, aparecia a tela que possibilitava o início do jogo (Figura 3).

Figura 3 – Diagrama da tela do jogo, na condição individual forçada

Condição de Escolha entre tarefa Individual ou Cooperativa: nesta condição, os participantes recebiam, pela tela do computador, as seguintes instruções:

- Você pode escolher entre jogar sozinho ou jogar junto com a outra pessoa. - Você pode trocar de escolha a qualquer momento.

- Se tiver compreendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do mouse em ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Quando um dos participantes clicava em ‘prosseguir’, aparecia:

O jogo já vai começar...

Quando os dois participantes clicavam no ‘prosseguir’, aparecia uma tela (Figura 4), na qual cada participante deveria escolher ‘jogar sozinho’ ou ‘jogar com a outra pessoa’, selecionando a opção escolhida por meio do botão esquerdo do mouse. Somente entrava em vigor a contingência cooperativa, se ambos os participantes escolhessem a opção ‘jogar com a outra pessoa’.

(31)

Figura 4 – Diagrama da tela do jogo na condição de escolha

Uma resposta seria considerada cooperativa na Condição de Escolha ou na Condição Cooperação Forçada, caso obedecesse aos seguintes critérios:

a) na tela de ambos os participantes, era apresentado um estímulo (luz que ficava vermelha), estabelecendo disponibilidade de reforçamento, se os participantes emitissem as respostas, obedecendo os outros critérios descritos nos itens b e c, a seguir. Na ausência deste estímulo, qualquer resposta emitida, não seria reforçada;

b) se o participante A, por exemplo, clicasse sobre o retângulo de trabalho, na tela do participante B, seria apresentado um novo estímulo (luz verde), indicando que o participante A clicou no retângulo de respostas. A luz verde permanecia acesa por até 3 segundos, após a emissão da resposta.

c) se o participante B clicasse no retângulo de trabalho, durante o período em que o estímulo, luz verde, estivesse presente (intervalo entre 0,5 segundos após o aparecimento da luz e decorridos até 3 segundos de sua apresentação), ambos ganhariam, simultaneamente, o mesmo número de pontos previstos para aquela contingência.

Quando ocorriam respostas cooperativas, o contador de pontos de ambos os participantes mostrava os pontos de cada jogada, assim como a quantidade de pontos acumulados na sessão. Quando isso ocorria os contadores de pontos se tornavam amarelos e o indicador de reforços se tornava branco por 1s. Se um dos participantes

(32)

emitisse alguma resposta nesse intervalo de tempo, não provocaria nenhum efeito. Passado este tempo, ambas as telas voltavam à aparência inicial.

Ação coordenada será considerada a seguinte sequência de ações/ respostas dos participantes: 1) quando ambos os participantes clicavam no ‘prosseguir’ para iniciar o jogo, um estímulo – luz vermelha acesa – indicava a disponibilidade de reforços; 2) uma ação conjunta e necessária para obtenção de reforço para cada participante: um participante emitia a resposta de clicar no retângulo de trabalho com o botão esquerdo do mouse, e seu parceiro precisaria também emitir sua resposta no intervalo de 0,5 a 3 segundos entre a resposta de um e do outro; 3) o mesmo número de reforços para cada participante; 4) um participante servindo de estímulo discriminativo para o outro, por meio da luz verde que se acendia, quando a resposta era emitida; e 5) ambos os participantes estarem sob controle da variável intervalo de tempo, ou seja, sob controle do tempo em que deveriam emitir as respostas.

Delineamento experimental

O delineamento foi composto por uma sessão de treino e sessões experimentais. O número de sessões foi diferente para cada dupla, conforme Tabelas 2 e 3.

A sessão de treino foi realizada somente no primeiro dia e com as três condições experimentais. Conforme já descrito anteriormente, os participantes, cada um em sua sala, liam as instruções gerais, e dirimiam as dúvidas com a pesquisadora. Em seguida, a pesquisadora se dirigia para a sala de observação, programava os parâmetros da sessão na seguinte sequência: Cooperação Forçada, Individual Forçada e Escolha; e possibilitava o início do jogo.

As sessões experimentais foram compostas de apenas duas condições experimentais, na seguinte ordem: Cooperação Forçada e Escolha. As sessões experimentais eram iniciadas logo após o treino e continuavam no segundo e terceiro dias de coleta.

(33)

O número de sessões, a duração das sessões e de cada condição experimental, os valores de razão e a magnitude de reforço na contingência cooperativa para cada dupla estão detalhados na Tabela 1 – para os participantes P7 e P8 – e Tabela 3 – para os participantes P9 e P19. Importante ressaltar que, na contingência individual, a magnitude do reforço e a FR não sofreram variação, apresentaram sempre valor 1.

Fases do estudo

Fase Preparatória

Três duplas de ambos os sexos, com idade variando de 15 a 39 anos, participaram da pesquisa. Os participantes foram expostos na sessão de treino às condições ‘Cooperação Forçada’, ‘Individual Forçada’ e ‘Escolha’, e nas sessões experimentais às condições ‘Cooperação Forçada’ e ‘Escolha’. O critério para encerramento das sessões foi o tempo. As condições ‘Individual Forçada’ e ‘Cooperação Forçada’ tiveram a duração de 5 minutos, em todas as sessões e para todos os participantes. A Condição de ‘Escolha’ teve a duração de 10 minutos. Terminado o tempo programado, a sessão era, automaticamente, encerrada, independente do número de respostas emitidas ou do número de pontos que os participantes haviam ganhado. Essa maneira de proceder ocasionou um erro: os participantes não estavam, ainda, sob controle dos estímulos discriminativos presentes na contingência e a FR era aumentada, independentemente, da resposta dos participantes; sendo assim, os eles não entravam em contato com a contingência em que cooperar era a mais reforçadora.

Quando a razão começou a ser aumentada, a partir da sessão 4, o número de respostas reforçadas caiu significativamente, chegando a zero na maioria das sessões, conforme pode ser observado nas Tabelas 10,11,12,13, 14 e 15 (Anexo I).

Um comportamento que merece ser destacado é o comportamento do participante P3 (os dados gerais deste participante podem ser encontrados na Tabela 12, Anexo I). Nas últimas quatro sessões, observado de maneira assistemática, quando entrava em vigor a condição ‘Cooperação Forçada’, o participante parava de emitir a

(34)

resposta de clicar, ficava olhando para o teto, para a sala, cantando, batucando; quando entrava em vigor a condição de ‘Escolha’, ele escolhia ‘jogar sozinho’, e, assim que entrava em vigor a contingência individual, ele emitia seguidas respostas de clicar, ou seja, aparentemente, o procedimento, como foi conduzido, gerou extinção no comportamento de emitir resposta de clicar no retângulo de trabalho, quando estava em vigor a condição ‘Cooperação Forçada’.

Outra variável importante foi o tempo de 5 minutos em que os participantes se expuseram à condição ‘Cooperação Forçada’. Ao analisar as sessões, percebeu-se que, na condição ‘Cooperação Forçada’, esse tempo era pouco para que os participantes conseguissem desenvolver uma ação coordenada, principalmente, quando na mudança de sessão havia aumento da FR.

A Tabela 1 apresenta detalhamento de todas as sessões: as informações de duração das sessões, condiçoes experimentais, valores de FR e magnitude de reforço desta fase preparatória. Nesta fase, nenhuma dupla desenvolveu o comportamento cooperativo.

(35)

Tabela 1. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase preparatória dos participantes P1 e P2, P3 e P6 e P4 e P5

Dias Sessão Condição

Experimental Duração (min) Valor de FR Cooperação Magnitude do Reforço Cooperação Coop Forçada 5 1 2

Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1 (treino) Escolha 10 1 2 Coop Forçada 5 1 4 1º. Dia 2 Escolha 10 1 4 Coop Forçada 5 1 10 3 Escolha 10 1 10 Coop Forçada 5 2 10 4 Escolha 10 2 10 Coop Forçada 5 4 10 5 Escolha 10 4 10 Coop Forçada 5 5 10 2º. Dia 6 Escolha 10 5 10 Coop Forçada 5 5 15 7 Escolha 10 5 15 Coop Forçada 5 7 15 8 Escolha 10 7 15 Coop Forçada 5 9 15 9 Escolha 10 9 15 Coop Forçada 5 11 15 10 Escolha 10 11 15 Coop Forçada 5 11 15 3º. Dia 11 Escolha 10 11 15 Fase Experimental

A partir dos resultados obtidos na fase preparatória, um novo planejamento foi feito e algumas mudanças foram introduzidas no procedimento.

Os participantes iniciaram com a sessão de treino, que teve a duração de 35 minutos: ‘Cooperação Forçada’ (15 minutos), ‘Individual Forçada’ (5 minutos) e

(36)

‘Escolha’ (15 minutos). Logo após a sessão de treino, já se iniciaram as sessões experimentais (Tabelas 2 e 3).

As Sessões Experimentais, conforme já mencionado, eram iniciadas com a condição ‘Cooperação Forçada’ e, na sequência, os participantes eram expostos a condição ‘Escolha’. A dupla P7 e P8 participou de 12 sessões e a dupla P9 e P19, de 13 sessões. Para todos os participantes, as sessões foram distribuídas em três dias.

Nesta fase, o encerramento de uma sessão e o início da outra eram feitos, a partir da observação do desempenho de cada participante, na sala de observação, onde a pesquisadora acompanhava, em tempo real, o que estava acontecendo na tela de cada participante, e programava as próximas sessões. Uma sessão só era interrompida quando os dois participantes emitiam, pelo menos, quatro ações coordenadas, ou, pelo menos, 50 respostas consecutivas, na tarefa ‘jogar sozinho’.

Quando este critério não era alcançado em um intervalo de 10 minutos, a pesquisadora encerrava o jogo para não se tornar muito cansativo e, após um intervalo, os participantes eram expostos a uma condição idêntica à anterior. Tão logo, o critério de estabilidade era atingido e a sessão, encerrada.

O estudo foi planejado de tal forma que, na contingência individual, momentos em que o participante optava pela tarefa individual, ou quando era exposto à condição ‘Individual Forçada’, tanto a magnitude do reforço quanto a FR teriam valor 1. Já a estratégia para a contingência cooperativa, momento em que a condição ‘Cooperação Forçada’ estava em vigor ou quando o participante optava pela tarefa ‘jogar com a outra pessoa’, a magnitude do reforço teria seu valor aumentado, assim como a FR. A magnitude do reforço começou com valor 4 e foi aumentando, gradativamente, até chegar a 30. A FR também teve aumento gradual, começou com valor 1 e chegou até 11.

(37)

Tabela 2. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental – participantes P7 e P8

Dias Sessão Condição Experimental Duração (min) Valor de FR Cooperação Magnitude do Reforço Cooperação Coop Forçada 15 1 4

Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1 (treino) Escolha 15 1 4 Coop Forçada 10 1 10 1º. Dia 2 Escolha 10 1 10 Coop Forçada 10 2 10 3 Escolha 10 2 10 Coop Forçada 10 2 20 4 Escolha 10 2 20 Coop Forçada 10 3 20 5 Escolha 5 3 20 Coop Forçada 3 3 30 2º. Dia 6 Escolha 3 3 30 Coop Forçada 10 4 30 7 Escolha 8 4 30 Coop Forçada 10 5 30 8 Escolha 5 5 30 Coop Forçada 10 6 30 9 Escolha 4 6 30 Coop Forçada 10 7 30 10 Escolha 5 7 30 Coop Forçada 10 9 30 11 Escolha 3 9 30 Coop Forçada 10 11 30 3º. Dia 12 Escolha 3 11 30

(38)

Tabela 3 – Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental – participantes P9 e P19

Dias Sessão Condição Experimental Duração (min) Valor de FR Cooperação Magnitude do Reforço Cooperação Coop Forçada 15 1 4

Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1(treino) Escolha 15 1 4 Coop Forçada 10 1 10 1º. Dia 2 Escolha 10 1 10 Coop Forçada 10 1 10 3 Escolha 3 1 10 Coop Forçada 10 2 10 4 Escolha 4 2 10 Coop Forçada 3 2 20 5 Escolha 3 2 20 Coop Forçada 10 3 20 2º. Dia 6 Escolha 4 3 20 Coop Forçada 3 3 30 7 Escolha 3 3 30 Coop Forçada 10 4 30 8 Escolha 5 4 30 Coop Forçada 10 5 30 9 Escolha 3 5 30 Coop Forçada 10 6 30 10 Escolha 3 6 30 Coop Forçada 5 7 30 11 Escolha 3 7 30 Coop Forçada 5 9 30 12 Escolha 3 9 30 Coop Forçada 5 11 30 3º. dia 13 Escolha 3 11 30

(39)

O registro dos dados

Todas as respostas de clicar com o botão esquerdo do mouse no retângulo de respostas e no selecionador de tarefas foram registradas em um programa desenvolvido em linguagem C++. O programa gerou um banco de dados no Access, com as seguintes informações:

• identificação do participante;

• o número de sessão que estava em vigor;

• o tempo de cada resposta em unidade de milésimos de segundos; • a razão em vigor;

• a escolha da tarefa do participante;

• a contingência em vigor (cooperativa ou individual); • a quantidade de pontos de cada sessão;

• o número de respostas de cada participante;

(40)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os participantes compareceram, com pontualidade, em todas as sessões. Ao final da coleta, a pesquisadora pagou o valor correspondente aos pontos acumulados e o bônus de R$ 50,00 pela participação. As despesas de locomoção foram pagas, antecipadamente, no primeiro dia.

Após o pagamento, atendendo às solicitações dos participantes, cada dupla teve a oportunidade de conhecer seu parceiro de pesquisa, e falar um pouco sobre a experiência que haviam vivido. Esse momento, porém, não foi registrado.

A seguir, os seguintes resultados serão apresentados: a) número médio de pontos por minuto na condição de ‘Escolha’; b) número médio de respostas por minuto na condição de ‘Escolha’; c) número de escolhas dos participantes, pelas alternativas ‘jogar individual’e ‘jogar com a outra pessoa’ d) frequência acumulada de respostas; e) número total de pontos em cada sessão; f) número de ações coordenadas; e g) percentual de ocasiões de reforços.

Participantes P7 e P8

A Figura 5 apresenta o número médio de pontos ganhos na condição de ‘Escolha’, pelos participantes P7 e P8. Para a construção da figura, o número médio de pontos foi calculado, dividindo-se o número total de pontos, pelo tempo de duração da sessão na condição de Escolha. Pode-se constatar um número mais elevado de pontos nas sessões 2, 4 e 6, nas quais a magnitude do reforço foi aumentada e passou para 10, 20 e 30, respectivamente. Por outro lado, a direção da altura das colunas mostra uma queda no número médio de pontos, principalmente, a partir da sessão 7. Pode-se observar também que nas sessões 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11 e 12, sessões nas quais houve o aumento da FR, conforme Tabela 2, os participantes fizeram menos pontos. Não foi

(41)

possível comparar estes dados com o estudo de Echagüe (2006), porque o autor não apresentou os resultados sobre o número de pontos.

0 50 100 150 200 250 300 350 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Sessões m é di o de pont os P7 P8

Figura 5 . Número médio de pontos, por minuto, na condição de escolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12

A Figura 6 apresenta o número médio de respostas emitidas por minuto, na condição de ‘Escolha’, em cada uma das sessões. Os pontos da figura foram obtidos, após divisão do número total de respostas emitidas, pelo tempo de duração da sessão, na condição de ‘Escolha’. Nota-se que, na sessão 3, houve um aumento no número de respostas dos participantes, principalmente, do participante P7. Nessa sessão, houve aumento do FR, que era 1, e passou para 2, conforme Tabela 4. Na sessão 4, a FR permaneceu 2. O participante P7 aumentou novamente o número de respostas emitidas, enquanto o participante P8 diminuiu. Na sessão 5, a FR passou para 3, e ambos os participantes diminuíram o número de respostas emitidas, voltando a subir, nas sessões seguintes, principalmente, no caso do participante P7.

Comparando a Figura 6 com a Figura 5, pode-se verificar que, a partir da sessão 7, o número de pontos gerados por ambos os participantes diminuiu, porém a diferença na quantidade de respostas emitidas pelos participantes aumentou. O fato de um participante ter emitido muito mais respostas do que o outro dificultou a ação

(42)

coordenada, e fez com que ambos ganhassem poucos pontos na sessão, porém, mesmo assim, continuaram na condição de ‘Escolha’, optando por ‘jogar com a outra pessoa’.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Sessõe s m é d io de r e s p os ta s P7 P8

Figura 6. Número médio de respostas por minuto, na condição de escolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12

As Tabelas 4 e 5 apresentam aspectos das Condições Experimentais em cada sessão, e os seguintes resultados, dos participantes P7 e P8, respectivamente: a) número total de respostas que foram emitidas em cada sessão; b)total de pontos que cada participante conseguiu em cada sessão; c) número de ações coordenadas: este número foi obtido, dividindo-se o número de pontos pela magnitude do reforço; d) percentual de ocasiões de reforços: obtido pela divisão do número de ações coordenadas pelo número de respostas emitidas; quando a escolha foi por ‘jogar sozinho’, não havia ações coordenadas, portanto, esse percentual foi obtido através da divisão do número de pontos pelo número de respostas; d) número médio de respostas por minuto: obtido pela divisão do total do número de resposta da sessão pela duração da sessão; e) número médio de pontos por minuto: obtido dividindo-se o total de pontos da sessão, pela duração da sessão.

Os dados das Tabelas 4 e 5 mostram um declínio da taxa de ocasiões de reforços, à medida que o FR aumentou, sendo as maiores quedas, quando a FR passa de 1 para 2. Por outro lado, como a magnitude de respostas aumentou, ambos os participantes obtiveram maior número de pontos por minuto nas sessões 4 e 6, nas quais a razão era 2 e 3, respectivamente.

(43)

Houve intercalação de escolhas, conforme Tabelas 4 e 5, entre ‘jogar sozinho’ e ‘jogar com a outra pessoa’, por parte do participante P7. Isso ocorreu apenas nas sessões de treino, na sessão 2, nas demais sessões, quando foi exposto à Condição de Escolha, escolheu cooperar, no início da sessão, e não mudou de opção até o final; seu parceiro optou sempre por “jogar com a outra pessoa”.

Pode-se observar, por meio das Tabelas 4 e 5, que os participantes emitiram ações coordenadas, até o FR 11, ou seja, cada participante conseguiu emitir duas sequências de ações coordenadas, e mantiveram a escolha pelo comportamento cooperativo.

Tabela 4. Aspectos das condições experimentais e seus resultados : Número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasião de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P7

Dias Sessão Tem po Condição/ escolha do participante FR Magnit. de reforço Respos tas Pontos Ações coorde.-nadas % Ocasiões reforços Resp min Pt Min 15 Coop forç 1 4 357 1016 254 71.1 23.8 67.7 5 Ind for 1 1 212 212 0 100 42.4 42.4 1 Treino 15 Esc coop Esc ind 1 1 4 1 370 3 1390 3 347.5 0 93.9 100 24.6 0.2 92.6 0.2 10 Coop forç 1 10 254 2430 243 95.6 25.4 243 2 10 Esc coop Esc Indiv 1 1 10 1 258 2 2480 2 248 0 96.1 100 25.8 0.2 248 0.2 10 Coop for 2 10 390 940 94 24.1 39 94.0 1º. dia 3 10 Esc coop 2 10 444 1391 139.1 31.3 44.4 139.1 10 Coop for 2 20 500 2900 145 29.0 50 290.0 4 10 Esc coop 2 20 466 2800 140 30.0 46.6 280.0 10 Coop for 3 20 372 1720 86 23.1 37.2 172.0 5 5 Esc coop 3 20 169 900 45 26.6 33.8 180.0 3 Coop for 3 30 116 960 32 27.6 38.7 320.0 2º. dia 6 3 Esc coop 3 30 112 990 33 29.5 37.3 330.0 10 Coop for 4 30 458 1050 35 7.6 45.8 105.0 7 8 Esc coop 4 30 401 1080 36 9.0 50.1 135.0 10 Coop for 5 30 422 1110 37 8.8 42.2 111.0 8 5 Esc coop 5 30 230 600 20 8.7 46 120.0 10 Coop for 6 30 566 1020 34 6.0 56.6 102.0 9 4 Esc coop 6 30 233 450 15 6.4 58.3 112.5 10 Coop for 7 30 475 780 26 5.5 47.5 78.0 10 5 Esc coop 7 30 269 450 15 5.6 53.8 90.0 10 Coop for 9 30 577 690 23 4.0 57.7 69.0 11 3 Esc coop 9 30 211 120 4 1.9 70.3 40.0 10 Coop for 11 30 586 390 13 2.2 58.6 39.0 3º. dia 12 3 Esc coop 11 30 212 60 2 0.9 70.7 20.0

(44)

Tabela 5. Aspectos das condições experimentais e seus resultados : aspectos das condições experimentais e os resultados: número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasião de reforços, número médio de respostas por minuto e número de

pontos por minuto, em cada sessão do participante P8

Dias Sessão Tem po Condição/ escolha do participante FR Magnit. de reforço Respos tas Pontos Ações coorde.-nadas % Ocasiões reforços Resp min Pt Min 15 Coop forç 1 4 315 1016 254 80.6 21 67.7 5 Ind for 1 1 191 191 191 100.0 38.2 38.2 1 treino 15 Esc coop (conting I) 1 4 359 2 1390 2 347.5 0 96.4 100 23.9 0.1 92.6 0.2 10 Coop forç 1 10 248 2430 243 98.0 24.8 243 2 10 Esc coop (conting I) 1 10 252 2 2480 2 248 0 97.6 100 25.2 0.2 248 0.2 10 Coop for 2 10 330 940 94 28.5 33 94.0 1º. dia 3 10 Esc coop 2 10 376 1391 139.1 37.0 37.6 139.1 10 Coop for 2 20 382 2900 145 38.0 38.2 290.0 4 10 Esc coop 2 20 361 2800 140 38.8 36.1 280.0 10 Coop for 3 20 333 1720 86 25.8 33.3 172.0 5 5 Esc coop 3 20 168 900 45 26.8 33.6 180.0 3 Coop for 3 30 103 960 32 31.1 34.3 320.0 2º. dia 6 3 Esc coop 3 30 107 990 33 30.8 35.7 330.0 10 Coop for 4 30 274 1050 35 12.8 27.4 105.0 7 8 Esc coop 4 30 251 1080 36 14.3 31.4 135.0 10 Coop for 5 30 328 1110 37 11.3 32.8 111.0 8 5 Esc coop 5 30 175 600 20 11.4 35 120.0 10 Coop for 6 30 384 1020 34 8.9 38.4 102.0 9 4 Esc coop 6 30 172 450 15 8.7 43.0 112.5 10 Coop for 7 30 371 780 26 7.0 37.1 78.0 10 5 Esc coop 7 30 201 450 15 7.5 40.2 90.0 10 Coop for 9 30 356 690 23 6.5 35.6 69.0 11 3 Esc coop 9 30 129 120 4 3.1 43.0 40.0 10 Coop for 11 30 357 390 13 3.6 35.7 39.0 3º. dia 12 3 Esc coop 11 30 103 60 2 1.9 34.3 20.0 Participantes P9 e P19

A Figura 7 apresenta o número médio de pontos por minuto, na condição de ‘Escolha’. Pode-se observar que os participantes, na sessão 7, fizeram maior número

(45)

de pontos. A sessão 9, embora já estivesse programada com FR3, foi uma das sessões em que os participantes fizeram o maior número de pontos. O desempenho da dupla não foi constante, sendo que, em algumas sessões, eles fizeram menos pontos, como na sessão12 em que a FR era 9, e na sessão 13, em que a FR era 11 em que fizeram maior número de pontos. 0 50 100 150 200 250 300 350 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Sessões m é di o d e pon to s P9 P19

Figura 7. Número médio de pontos por minuto, na condição de escolha, dos participantes P9 e P19, nas sessões de 1 a 13

A Figura 8 apresenta o número médio de respostas por minuto, na condição de ‘Escolha’. Observa-se que na sessão 8 (FR4) os participantes emitiram o menor número de respostas, e que, depois dessa sessão, os participantes voltaram a aumentar o número, diminuindo, porém, novamente, nas duas últimas sessões. Nota-se também que em quase todas as sessões o participante P9 emitiu mais respostas que seu parceiro. O participante P19 emitiu maior número, no treino, na sessão 2 e na sessão 7, enquanto o participante P9 o fez nas demais sessões.

Referências

Documentos relacionados

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC SP. 2010

Entendemos que o estudo dos conhecimentos mobilizados pelos alunos relacionados ao valor posicional e, em particular, ao número zero no SND seja de fundamental importância para

Por mais que reconheça a importância das políticas de redução de danos não apenas como estratégias progressistas, fundamentadas nos direitos humanos, que operam

• a família como aporte simbólico, responsável pela transmissão dos significantes da cultura boliviana, que marca o lugar desejante de cada imigrante nos laços sociais. Na

PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas PUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Camilo - SP - Centro Universitário São Camilo São Judas

Com base nos estudos realizados a respeito das capacidades metalingüísticas e no meu trabalho como coordenadora pedagógica, a presente pesquisa pretende realizar

O art. 87, da OIT como bem se há de recordar, estatui que os trabalhadores têm o direito de constituir organizações que julgarem convenientes, o que implica na possibilidade

A pesquisa apresenta a comparação entre as diferentes regulamentações existentes relacionadas a auditoria contábil no mercado de capitais, na abertura de capital, emissão