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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/ SP

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ADILSON AFONSO DA SILVA

COMPARAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES REGULAMENTAÇÕES EXISTENTES RELACIONADAS A AUDITORIA CONTÁBIL NO MERCADO DE CAPITAIS NA ABERTURA DE CAPITAL, EMISSÃO DE TÍTULOS, EMPRÉSTIMOS E FUSÕES E

AQUISIÇÕES

SÃO PAULO 2012

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ADILSON AFONSO DA SILVA

COMPARAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES REGULAMENTAÇÕES EXISTENTES RELACIONADAS A AUDITORIA CONTÁBIL NO MERCADO DE CAPITAIS NA ABERTURA DE CAPITAL, EMISSÃO DE TÍTULOS, EMPRÉSTIMOS E FUSÕES E

AQUISIÇÕES

Dissertação apresentada como exigência para obtenção do Título de Mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, da Pontifícia Universidade de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Hideo Arima

SÃO PAULO 2012

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COMPARAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES REGULAMENTAÇÕES EXISTENTES RELACIONADAS A AUDITORIA CONTÁBIL NO MERCADO DE CAPITAIS COM FOCO NA ABERTURA DE CAPITAL, EMISSÃO DE TÍTULOS, EMPRÉSTIMOS E

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Dissertação apresentada como exigência para obtenção do Título de Mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, da Pontifícia Universidade de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Hideo Arima

Aprovado em: _____ de _________________de_____

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________

___________________________________________

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Ao Professor Doutor Carlos Hideo Arima que me orientou e auxiliou precisamente na conclusão desta pesquisa.

A minha família e amigos que estiveram presentes e que contribuíram de diferentes formas na realização deste estudo.

Em especial a memória do meu pai que me deu grande apoio e contribuição e que faleceu em 2012.

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O auditor tem um papel importante no mercado de capitais por que cada vez mais as empresas buscam esse mercado como forma de captar recursos para investir nas suas operações. Esse mercado oferece várias opções de captação de recursos e na maioria dessas operações a empresa precisa apresentar as suas demonstrações financeiras auditadas. Dependendo da operação realizada pela empresa ou da forma escolhida para efetuar a captação de recursos a mesma precisa seguir regulamentações específicas do órgão regulador responsável pelo respectivo setor ou mercado. Esses órgãos são responsáveis tanto pela emissão das normas que regulam o setor e as empresas que nele operam quanto pela fiscalização das mesmas. Além das demonstrações financeiras auditadas esses reguladores muitas vezes requerem trabalhos adicionais dos auditores para confirmar e dar credibilidade nas informações apresentadas por essas empresas. Quanto aos procedimentos requeridos pelos reguladores, alguns são comuns ou semelhantes e outros são específicos. Essa diferença de requerimentos faz com que o auditor busque uma constante atualização e um amplo conhecimento dos mercados onde ele atua. Esse crescente mercado de capitais tem requerido dos auditores um maior envolvimento e participação dando maior credibilidade aos dados financeiros e contábeis divulgados pelas empresas. O objetivo dessa dissertação é demonstrar o papel do auditor e os diferentes requerimentos dos reguladores para o mesmo com foco no mercado de capitais. Efetuamos uma pesquisa dos principais normativos publicados pelos principais reguladores desse mercado e os comparamos para identificar as convergências e divergências. O foco dessa pesquisa foi descrever comparativamente o papel executado pelo auditor na auditoria contábil tende como base o mercado de capitais, considerando como os principais órgãos reguladores (CVM, Bacen e outros). As principais operações consideradas foram: i) oferta pública inicial de ações (abertura de capitais) ou (Initial Public Offering – IPO); ii) emissão de títulos privados no mercado local e no exterior (bonds, debêntures e outros) e obtenção de empréstimos; e iii) no processo de fusões e aquisições e privatizações (processo onde o auditor da suporte e apoio analisando as informações contábeis antes de concluir as transações de aquisição “due diligence”). Como resultado foi possível verificar que especificamente na auditoria contábil não há diferenças relevantes nos requerimentos regulatórios do BACEN e da CVM, órgãos utilizados para a pesquisa. Ambos, mesmo emitindo suas próprias normas, fazem referencia aos mesmos requerimentos de auditoria definidos pelo CFC e Ibracon. Verificamos que cada órgão define periodicidades de auditoria diferentes e até padrões contábeis específicos, como o caso do BACEN mas, todos tem um mesmo objetivo e requerimentos muito próximos. Quanto as operações do mercado de capitais que não são reguladas como as fusões e aquisições, constatamos que o trabalho é definido com o solicitante ou contratante podendo variar o escopo e formato de caso para caso.

Palavras-chave: FUSÕES e AQUISIÇÕES, ÓRGÃO REGULADOR, APOIO A TRANSAÇÕES DE AQUISIÇÃO e CAPTAÇÃO DE RECURSOS.

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The auditor has is important for the capital market because it´s increasing the quantity of companies that are looking for such market as an alternative and way to raise funds to invest in their operations. This market offers many options for raising funds and in most of these operations the company is required to have its financial statements audited. Depending on the operation performed by the company or the transaction chosen by the company, such company needs to follow the specific regulation issued by a regulatory agency responsible for such sector or market. This agency is responsible for both, for issuing regulations related to the industry and for rmonitoring the companies operations in a supervision way. In addition to requiring the audited financial statements, the regulators often require additional work of auditors in order to get additional credibility of the information provided by these companies. Some procedures required by the regulators are common or similar and others are specific. This difference in requirements makes the auditor seeks a constant update and an extensive knowledge of the markets where it operates. This growing capital market has required auditors' greater involvement and participation by giving more credibility to financial and accounting data disclosed by companies. The objective of this dissertation is to demonstrate the main requirements issued by the regulators, specifically BACEN and CVM, related to the auditor and specifically related to auditing the financial statements. The purpose is also to focus on capital markets. We have conducted a search of the major normatives issued by such regulators of the market and compared them to identify convergences and divergences. The focus of this research was to comparatively describe the work performed by the auditor on accounting audit based on the capital market. The main operations were considered: i) initial public offering of shares (open capital) or (Initial Public Offering - IPO), ii) the issuance of bonds in the local market and abroad (bonds, debentures and other) and obtaining loans and iii) the process of mergers and acquisitions and privatizations (where the auditor's process support and support analyzing accounting information before completing the acquisition transactions "due diligence"). As a result we found that specifically in accounting audit there is no relevant differences in the regulatory requirements of the Central Bank and the CVM, regulators considered for such research. Both even issuing their own rules, make reference to the same audit requirements defined by the CFC and Ibracon. We found that each agency defines different periodicities for auditing and specific accounting standards, as the case of the Central Bank, but all have the same goal and the requirements are very close. Related to operations of the capital markets that are not regulated as mergers and acquisitions, we fond that the work is set by client or contractor and the scope may vary and even the format of each report case by case.

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ANS – Agencia nacional de saúde

ANEEL – Agencia nacional do setor elétrico ANATEL – Agencia nacional de telecomunicações BACEN – Banco central do Brasil

BM&FBovespa – Bolsa de Mercadorias e Futuros

CADE – Conselho administrativo de defesa econômica CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados

COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis CVM – Comissão de Valores Mobiliários

DUE DILIGENCE – Procedimento de apoio a transações num processo de aquisição de empresas ou ações.

F&A – Fusões e Aquisições

IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IPO – Initial Public Offering

NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade OPI - Oferta Pública Inicial de Ações

SBDC- Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência SDE- Secretaria de Direito Econômico

SEAE- Secretaria de Acompanhamento Econômico formam SUSEP – Superintendencia de seguros privados

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Figura 1- Visão de probabilidade de ocorrência x relevância... Figura 2. Gráfico risco retorno... Figura 3. Evolução do volume de recursos comprometidos para investimento dos fundos de private equity... Figura 4. Evolução de IPO´s...

42 48

69 70

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Processo evolutivo da auditoria... Quadro 2. Diferenças básicas entre a auditoria interna e a auditoria externa... Quadro 3. Comparativo entre auditoria interna e externa... Quadro 4. Principais requerimentos do Bacen para os auditores... Quadro 5. Principais requerimentos da CVM para os auditores... Quadro 6. Principais requerimentos dos auditores para empresas não reguladas... Quadro 7. Comparativo entre os requerimentos de auditoria para as operações do mercado de capitais...

20 27 30 75 78 79 81

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1. INTRODUÇÃO... 1.1 Justificativa... 1.2 Objetivo... 1.3 Identificação do problema... 1.4 Delimitações ... 1.5 Metodologia de Pesquisa... 1.6 Estrutura do Trabalho... 2. AUDITORIA E CONTROLADORIA... 2.1 Controladoria... 2.2 Auditoria...

2.2.1 Exame de qualificação técnica do auditor e a educação continuada. 2.2.2 Auditoria externa... 2.2.2.1 O Processo de auditoria... 2.2.3 Auditoria Interna...

3. RISCO RELACIONADO ÀS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E CONTROLES INTERNOS...

3.1 Risco e Impacto numa Demonstração Financeira Auditada... 3.2 Principais Classificações...

3.2.1 Risco Operacional... 3.2.2 Risco e Incerteza... 3.3 Controles Internos... 3.3.1 Risco versus retorno... 3.4 Sistema Contábil versus Sistema de Gestão de Risco... 3.5 Correlação com os pronunciamentos Contábeis...

3.5.1 CPC... 3.5.2 CVM... 3.5.3 BACEN... 10 11 13 13 14 14 15 18 18 20 25 26 30 33 34 34 36 39 40 42 47 48 50 51 53 54

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4.1 Abertura de Capital... 4.2 Emissão de títulos e empréstimos... 4.3 Fusões, aquisições e privatizações... 4.3.1 Fusões e Aquisições como parte do processo de Reestruturação das Empresas...

4.3.2 O Brasil Após a classificação de Risco como Investiment Grade... 4.3.3 O Papel do Auditor num Processo de Aquisição... 4.3.4 Correlação entre os capítulos (normas profissionais e o mercado de capitais)...

5. ANÁLISE COMPARATIVA DAS NORMAS E REQUERIMENTOS... 5.1 Requerimentos do BACEN... 5.2 Requerimentos da CVM... 5.3 Empresas não reguladas... 5.4 Comparativo entre os requerimentos de auditoria para as operações do mercado de capitais...

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...

REFERÊNCIAS...

ANEXO I – ABERTURA DE CAPITAL, EMISSÃO DE TÍTULOS, EMPRÉSTIMOS E FUSÕES E AQUISIÇÕES...

ANEXO II – LEI Nº 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976 - (EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS)... 56 60 61 63 71 72 74 74 76 79 80 83 86 88 95

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1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresentamos a justificativa, o objetivo, o problema de pesquisa, a metodologia, a fonte de dados secundárias, assim como a estrutura em que o trabalho foi desenvolvido.

A profissão de auditor exige muito estudo e atualização constante. Principalmente auditoria de empresas que participam do mercado de capitais onde dependendo da forma como a empresa participa desse mercado a mesma tem que seguir normas especificas de um regulador como CVM, Bacen e outros. Essa normas mudam constantemente.

Para o auditor atingir o objetivo de passar maior credibilidade para o mercado sobre as informações analisadas, seguindo as normas profissionais internacionais, além de conhecer as normas da profissão ele precisa conhecer as regulamentações do mercado de capitais onde a empresa auditada opera.

Mesmo sendo auditada e fiscalizada por um regulador e por uma auditoria, as mesmas não garantem confirmação de 100% das informações divulgadas pela empresa. Esse papel é responsabilidade da administração da empresa auditada e da sua respectiva estrutura corporativa, incluindo os controles internos.

Pela complexidade envolvida nessa atividade de auditoria, especificamente relacionadas ao mercado de capitais e considerando que cada regulador define um requerimento específico para esse profissional seguir sendo de difícil visualização, de forma consolidada, todos os requerimentos e suas diferenças, buscamos nesse material comparar os procedimentos requeridos dos auditores pelos diferentes reguladores.

Alem dos reguladores, existe o Ibracon que é um instituto que tenta orientar o profissional, principamente no entendimento das legislações e normas emitidas pelos reguladores, na padronização de procedimento a ser adotado e na forma do auditor reportar o seu trabalho.

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O auditor também se destaca no mercado de capitais indiretamente auxiliando os órgãos reguladores, as entidades de classe dos contadores e o próprio CFC, órgão que regula a profissão do auditor. Um exemplo é a Lei 11.638/07, nova legislação contábil, onde o auditor teve um papel fundamental no processo de revisão, interpretação e treinamento dos contadores.

Além de acompanhar as legislações específicas do mercado de capitais, as mudanças nas práticas contábeis e na profissão para atuar nesse mercado, é requerido também fazer prova para ser qualificado a trabalhar com instituições financeiras. Uma vez qualificado ele ainda precisa atender e comprovar treinamentos periódicos num programa de educação continuada definido pelo CFC.

Para atuar no mercado de capitais o auditor precisa seguir as normas profissionais do CFC, as orientações do Ibracon e as normas dos reguladores do mercado de capitais que podem ser Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Banco Central do Brasil – BACEN ou outro órgão, dependendo da atividade da empresa a ser auditada.

Para visualizar o papel do auditor no mercado de capitais demonstram-se as principais legislações emitidas pelos reguladores que requerem trabalhos de auditoria com foco nas principais transações do mercado de capitais. É uma análise e pesquisa comparativa das normas técnicas e regulatórias aplicáveis ao profissional nesse mercado.

1.1 Justificativa

Como existem definições e requerimentos, quer sejam profissionais quer sejam regulatórias descritos em diferentes normas e legislações, este trabalho busca comparar as mesmas numa dissertação, identificando as principais diferenças, se relevantes e se existentes. Adicionalmente, contribuindo para que os estudantes de contabilidade, contadores e auditores que atuam nesse mercado obtenham entendimento do papel do auditor e das principais normas que regulamentam a profissão no mercado financeiro.

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O trabalho mais conhecido executado pelo auditor é a emissão do parecer sobre as demonstrações contábeis. A emissão de parecer é requerida para empresas de capital aberto (que tem as suas ações negociadas em Bolsa de Valores), independente do mercado e segmento que as mesmas atuam. É um requerimento da CVM e a atividade profissional é regulada pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC.

Conforme definição do CFC o auditor tem uma responsabilidade pela emissão do parecer sobre as demonstrações financeiras e ao mesmo tempo exerce um papel independente, conforme normas brasileiras e internacionais. Para isso, durante a execução dos seus trabalhos ele faz uma avaliação de risco e de controles internos da empresa auditada para definir o seu planejamento e plano trabalho. Com base nesse plano de trabalho ele efetua os procedimentos de auditoria, testes de controle e substantivos, emite o parecer e ainda emite uma carta de recomendações de melhoria principalmente de controles internos.

Além da auditoria das demonstrações financeiras, devido a requerimentos específicos dos reguladores do mercado financeiro ele também emite outros relatórios que visam mitigar riscos contábeis e financeiros.

O objetivo do regulador, quando solicita procedimentos específicos para o auditor, é tornar as informações financeiras a serem analisadas por terceiros e por ele mesmo mais confiáveis, não se limitando apenas a emissão do parecer sobre as demonstrações financeiras.

O objetivo desse trabalho é, através de uma pesquisa, comparar as normas dos diferentes reguladores do mercado de capitais e identificar se há diferenças relevantes entre as atividades requeridas aos auditores.

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1.2 Objetivo

Este trabalho foi desenvolvido visando comparar os diferentes requerimentos demandados para o auditor e consequentemente demonstrar as possíveis diferenças ou similaridades bem como mostrar a contribuição do auditor no mercado de capitais.

O primeiro objetivo específico é de mostrar as principais normas dos reguladores do mercado de capitais considerando as principais operações do mercado de capitais. Uma visão comparativa das normas emitidas por diferentes reguladores de forma descentralizada. Pesquisar as normas que regulamentam as atividades do auditor no mercado de capitais de forma comparativa num único material apresentando como resultado as diferenças e similaridades.

A legislação brasileira e as normas específicas que regulamentam o mercado de capitais requerem procedimentos específicos desse profissional que por sua vez exerce um papel independente passando ao mercado e ao regulador uma maior credibilidade nas informações financeiras das empresas.

Como segundo objetivo pesquisamos os conceitos de auditoria, o papel de credibilidade que o mesmo passa para os usuários das informações, principalmente com base nas normas do CFC. Pesquisamos os conceitos e as diferenças entre o papel da administração da empresa responsável pela divulgação das informações e o papel do auditor externo.

1.3 Identificação do Problema

Em face de existir normas separadas emitidas por diferentes reguladores, dependendo da atividade da empresa a ser analisada, o auditor ou o profissional da área pode se deparar com uma dificuldade para ficar atualizado e conhecer os requerimentos que lhe são aplicáveis, conhecer o seu papel e a sua importância nesse mercado de capitais. Muitas vezes uma empresa tem que atender as normas de mais de um regulador. Consequentemente o auditor que audita essa empresa

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tambem precisa conhecer e planejar os seus trabalhos para atender os diferentes requerimentos e regulamentações. Visando analisar as similaridades e diferenças existentes entre as diferentes normas, efetuamos uma pesquisa e analise comparativa das mesmas. Por passar credibilidade para o mercado, principalmente o mercado de capitais, evidencia pelos diversos requerimentos e procedimentos solicitados pelos reguladores aos auditores, entendemos que a auditoria tem um papel e uma contribuição significativa para o mercado de capitais. Acredimentos que esse trabalho ajudará a demonstrar essa contribuição por demonstrar as diferentes atividades executadas por esse profissional para contribuir no mercado de capitais.

1.4 Delimitações

O foco da pesquisa limita-se a comparar a legislação e regulamentação vigente relacionada exclusivamente a auditoria das demonstrações contábeis. As regulamentações existentes e emitidas pelos reguladores abrangem matérias diversas não se limitando aos assuntos relacionados a auditoria das demonstrações contábeis. Esse trabalho foi focado nas regulamentações do Bacen e da CVM, como reguladores, e do CFC e Ibracon como órgãos que orientam a profissão do auditor.

A escolha desses reguladores ocorreu por serem os principais reguladores do mercado de capitais.

Adicionalmente as definições conceituais apresentadas de auditoria externa, interna e risco tiveram como foco o impacto nos trabalhos dos auditores independentes quando da emissão do parecer sobre as demonstrações financeiras.

1.5 Metodologia de Pesquisa

Esse trabalho foi realizado através de pesquisa descritiva, bibliográfica e coleta qualitativa de dados secundários aplicável a auditoria contábil.

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Para demonstrar a legislação de auditoria aplicável ao mercado de capitais nós selecionamos os principais eventos do mercado de capitais: auditoria com emissão de parecer, abertura de capital, emissão de títulos e empréstimos e eventos de fusões, aquisições e privatizações.

O estudo foi realizado conforme LAKATOS e MARCONI (2003)

Identificam-se no site do CFC as definições e requerimentos relacionados à profissão do auditor. As legislações existentes no mercado de capitais são obtidas através dos sites dos respectivos reguladores como Bacen e CVM que, requerem trabalhos específicos dos auditores, focando nas principais transações do mercado de capitais.

Com base nesse material de pesquisa descreve-se nos capítulos a seguir a consolidação e comparação das referidas normas, relacionadas aos procedimentos realizados pelo auditor.

1.6 Estrutura do Trabalho

No capítulo 1 descreve-se a identificação do problema, o seu objetivo, a justificativa e a metodologia de pesquisa.

No capítulo 2 estão descritos os conceitos e fundamentação teórica de controladoria e auditoria. Estão também apresentadas as principais diferenças conceituais entre auditoria externa e interna.

No capítulo 3 descrevem-se através de pesquisa os conceitos de risco e suas principais classificações, pois os mesmos afetam diretamente os trabalhos dos auditores, a credibilidades das informações financeiras apresentadas e são considerados os motivos para os órgãos reguladores tornarem obrigatórios certos procedimentos a serem realizados por esses profissionais. Eles emitem parecer sobre demonstrações financeiras das empresas em periodicidade anual ou semestral e, em alguns casos relatórios de revisões trimestrais não requeridos pelo

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CFC. Adicionalmente, mesmo não sendo requeridos pelo CFC, são emitidos outros relatórios que visam dar mais credibilidade as informações utilizadas no mercado de capitais ou pelos próprios órgãos reguladores. Por ser um profissional independente e com qualificação especifica esses trabalhos servem para reduzir riscos de erros nas informações fornecidas pelas empresas.

No capítulo 4 apresenta-se as principais transações do mercado de capitais. Eventos do mercado de capitais considerados para a pesquisa:

- IPO (Oferta Pública Inicial de Ações). (quando a empresa de capital fechado passa a ser uma empresa de capital aberto e tem as suas ações negociadas em bolsa de valores, sendo regulada e fiscalizada pela CVM).

- Fusões e Aquisições e privatizações (processo onde uma empresa adquire participação de outra empresa). Esse processo pode envolver empresas brasileiras ou, o que cresceu muito no país na ultima década, envolver empresas sediadas no exterior.

- Privatizações (esse processo foi muito comum no Brasil na década de 1990 onde empresas controladas pelo Governo passaram a ser controladas pela iniciativa privada ou ter participação minoritária de terceiros que não o governo).

- Emissão de Títulos (processo onde empresas buscam recursos no mercado para investir e aumentar as suas operações. Essa operação pode ser feita no mercado privado, fechado, ou no mercado aberto, onde essa empresa passa a ser equiparada a uma empresa de capital aberto e ter requerimentos semelhantes aos do item IPO).

- Obtenção de empréstimos em Bancos (esse processo consiste em obter recursos com os Bancos, quer seja um financiamento quer seja outro tipo de crédito).

Adicionalmente faz-se correlação entre os capítulos, sendo os capítulos 2 e 3 os capítulos que descrevem os conceitos relacionados à profissão, legislação aplicável à profissão e o conceito de risco que é considerado nos trabalhos do mesmo. No capítulo 4 apresenta-se uma visão mais prática com operações efetivas do mercado de capitais onde o auditor tem um papel importante e segue legislações específicas.

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No capítulo 5 apresenta-se o resultado comparativo das normas e requerimentos aplicáveis aos auditores que atuam no mercado de capitais. É demonstrado um quadro comparativo com as principais legislações emitidas por diferentes reguladores onde o profissional precisa conhecer e estar sempre atualizado. Conforme materiais pesquisados o objetivo final do trabalho de uma auditoria é a redução de risco relacionada às informações contábeis divulgadas, requeridas pela legislação societária ou pelo regulador por ser um profissional independente e com conhecimentos tanto contábeis quanto do mercado de capitais.

No capítulo 6 Apresenta-se a conclusão da analise comparativa das legislações aplicáveis aos auditores que atuam no mercado financeiro.

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2 AUDITORIA E CONTROLADORIA

Como a auditoria tem como um dos principais objetivos passar credibilidade sobre as demonstrações financeiras divulgadas para os usuários das mesmas, nesse capítulo são apresentados os principais conceitos de controladoria, auditoria externa e interna, as principais diferenças e o conceito de governança corporativa de uma empresa. Todos contribuem direta ou indiretamente para que as demonstrações financeiras sejam confiáveis e tenham maior credibilidade.

Para emissão de um parecer o auditor externo precisa avaliar os riscos específicos identificados e os riscos inerentes potenciais, bem como a estrutura de controles internos da empresa, incluindo a sua controladoria e a respectiva auditoria interna. Os procedimentos a serem adotados pelo mesmo variam em função da avaliação de risco mencionada e da confiança depositada nos controles internos da empresa.

O conceito de risco é fundamental e está descrito no capitulo 3. No mercado de capitais o regulador define requerimentos específicos a serem realizados pelo auditor. O principal motivo para a realização desses procedimentos é reduzir o risco de erro nas informações a serem enviadas ao próprio regulador ou divulgadas ao mercado. Uma empresa que tem seus dados auditados tem uma melhor avaliação de risco no item confiança nas informações financeiras divulgadas.

As definições de controladoria, auditoria interna e externa são importantes, pois conceituam e segregam o papel do auditor interno do externo e da controladoria da empresa, a qual tem a responsabilidade maior pela divulgação das informações financeiras.

2.1 Controladoria

Padoveze (2005, p. 33) explica que controladoria “é a unidade administrativa dentro da empresa que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de

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Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema da empresa”.

Conforme, Heckert e Willson (apud PADOVEZE, 2005, p. 33):

A controladoria não compete o comando do navio, pois esta tarefa é do primeiro executivo; representa, entretanto, o navegador que cuida dos mapas de navegação. É sua finalidade manter informado o comandante quanto à distância percorrida, ao local em que se encontra, á velocidade da embarcação, á resistência encontrada, aos desvios da rota, aos recifes perigosos e anos caminhos traçados nos mapas, para que o navio chegue ao destino.

Padoveze (2005, p. 37) explica que é responsabilidade da controladoria cuidar do Sistema de Informação Contábil Gerencial da Empresa, tendo como principal objetivo assegurar o resultado da organização. Mas, para alcançar tal objetivo é preciso que a mesma tenha uma expressiva atuação em todos as etapas do processo de gestão da empresa, sob a pena de não desempenhar seu papel de controle e reporte na conformidade do planejamento.

De acordo com o autor em questão, as funções da Controladoria consistem na realização das tarefas regulamentadoras e regulatórias, vinculadas aos aspectos contábeis societários e de legislação fiscal. Bem como, a composição da controladoria precisa estar ligada ao sistema de dados necessários a administração, podendo assim estruturá-la em duas grandes áreas: a área contábil e fiscal e a área do planejamento e controle.

No entanto, pode-se ainda mencionar a Controladoria Estratégica:

A Controladoria Estratégica é a atividade de Controladoria que, através do Sistema de Informação Contábil, abastece os responsáveis pelo Planejamento Estratégico da Companhia com informações tanto financeiras quanto não financeiras, para apoiar o processo de análise, planejamento, implementação e controle da estratégia organizacional. (PADOVEZE, 2004, p. 83).

Face a isso, verifica-se a necessidade de ter um sistema de informação na área de Controladoria que se mantenha harmonizado com as estratégias da organização.

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2.2 Auditoria

Conforme demonstrado no Quadro 1, no Brasil a auditoria é uma atividade relativamente recente. A CVM foi criada em 1976 através da Lei 6.385/76. Na exposição de motivos da referida Lei, copiada no Anexo II, está descrito a necessidade de auditoria externa como para as empresas de capital aberto como sendo um requerimento da CVM.

24. No mesmo sentido, o projeto contempla normas sobre a administração de carteiras de valores mobiliários de outras pessoas (art. 21); a custódia de valores mobiliários (art. 22); a auditoria externa das companhias abertas (art. 24); e os serviços de consultores e analistas de valores mobiliários (art. 25). (fonte: site da CVM/ 2012)

Quadro 1 - Processo evolutivo da auditoria

ANO ACONTECIMENTO

1756

A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do capitalismo propiciaram grande impulso para a profissão devido ao surgimento das primeiras fábricas com uso intensivo de capital [...].

1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados na Inglaterra.

1887 Cria-se nos EUA, a Associação dos Contadores Públicos Certificados.

1894 É criado na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade Pública. Início do séc. XX Surgimento das grandes corporações americanas e rápida

expansão do mercado de capitais.

1916 Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação supra citada em 1887.

1917 Redenominação do IPA para AIA (American Institute of Accountants).

1929 Crash da Bolsa de Valores.

Início dos anos 30

O AIA propõe ao Congresso Norte-Americano a regulamentação de normas e padrões contábeis por profissionais altamente capacitados.

1934

Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos EUA, aumentando a importância da profissão do auditor como guardião da transparência das informações contábeis das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais [...].

1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno

1957

Redenominação do AIA para AICPA (American Institute of Certified Public Accountants), instituto que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contábeis e de auditoria.

1971 Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) [...].

1973

Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards Board), nos EUA, com o objetivo de determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis.

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1976 Com a Lei nº. 6.404 - Lei das Sociedades por Ações - foram normatizados as práticas e relatórios contábeis.

1976

Com a Lei nº. 6385, é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria das empresas de capital aberto, além de fiscalizar.

1977

Surgimento do IFAC (International Federation of Accountants), que substituiu o International Coordination Committee for Accountancy Profession, com a missão de emitir padrões profissionais e guias de recomendação, além de buscar a convergência internacional desses padrões.

2001

Surgimento do IASB (International Accounting Standards Board), com sede na Grã-Bretanha, que assume a responsabilidade de estudo de padrões contábeis, antes dirigidos pelo IASC (International Accounting Standards Comitte), com o objetivo de harmonizá-las internacionalmente.

Fonte: OLIVEIRA & DINIZ FILHO (2001).

O quadro 1 ilustra de forma temporal a importancia do trabalho do auditor na transparência e credibilidade das informações. Com o crescimento das economias e do mercado de capitais foram criados órgãos reguladores e a profissão do auditor como sendo um profissional fundamental para passar uma maior credibilidade para o mercado de capitais tendo como base os mercados mais desenvolvidos que tiveram o processo iniciado antes do mercado brasileiro.

Tambem é possível visualizar a criação de associações e institutos da classe que visam orientar e manter um padrão na profissão (Ibracon no Brasil e AICPA nos Estados Unidos).

De acordo com Jund (2007, p.6), a auditoria foi oficialmente reconhecida em 1968, por ato do Banco Central do Brasil, adquirindo o fortalecimento de suas atividades em meados de 1972.

O CFC é o órgão que regulamenta a profissão do auditor externo. Conforme definido pelo CFC a Resolução CFC 1.203/09 aprovou a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. A referida norma define:

(23)

Considerando o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais, o CFC membro associado da IFAC – Federação Internacional de Contadores, a IFAC autorizou, no Brasil, como tradutores das suas normas e publicações, o Conselho Federal de Contabilidade e o IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

RESOLVE:

Auditoria de demonstrações contábeis.

3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião.

4. As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. As NBC TAs não impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe às leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades. Contudo, a auditoria em conformidade com as normas de auditoria é conduzida com base na premissa de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança têm conhecimento de certas responsabilidades que são fundamentais para a condução da auditoria. A auditoria das demonstrações contábeis não exime dessas responsabilidades a administração ou os responsáveis pela governança. (Resolução CFC 1.203/09)

Conforme referida resolução, a auditoria visa passar credibilidade nas informações analisadas. Adicionalmente no item 4 é citado que quem elabora as demonstrações e tem responsabilidade primaria sobre as mesmas é a própria administração da empresa.

As normas do CFC visam definir as regras que o auditor deve seguir sendo o órgão que regulamenta a profissão, suas obrigações e práticas a serem seguidas. O CFC publica as Resoluções e as mesmas definem as normas denominadas de NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade.

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O Ibracon tem um papel fundamental na padronização e definição de procedimentos a serem adotados pelos auditores. Ele dá treinamentos para os auditores externos e mantem constante relacionamento com os órgãos reguladores.

Outro papel é o envolvimento na internacionalização das normas brasileiras de auditoria e na adoção das práticas internacionais de contabilidade, auxiliando inclusive na interpretação das mesmas.

O Ibracon tem como principais colaboradores os próprios auditores externos das empresas de auditoria que dedicam um tempo relevante nessas atividades, de forma não remunerada pelo instituto, em benefício da categoria e da transparência do mercado brasileiro.

Vide abaixo a definição do próprio Ibracon para o seu papel e a sua visão, conforme informação obtida do próprio site do Ibracon.

- Órgão representativo dos interesses políticos, profissionais e educacionais dos auditores independentes;

- Agente participante da regulação da atividade de contabilidade auditoria independente em convergência com as demais entidades reguladoras;

- Difusor do papel e responsabilidade dos associados;

- Referência técnica e educacional em assuntos ligados à auditoria independente e contabilidade;

- Organização voltada para a proteção do interesse público. (fonte: site do Ibracon/ 2012)

Para poder coordenar os trabalhos considerando que cada empresa a ser auditada possui uma característica específica, uma regulamentação diferenciada e muitas vezes normas emitidas por reguladores do setor, visando uma melhor especialização, o Ibracon divide os trabalhos em grupos técnicos de trabalho especializados onde os próprios auditores participam. A definição do papel de cada grupo esta disponibilizada no próprio site do IBRACON. Pela organização dos

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grupos, quer seja por assunto quer seja por especialidade, fica claro a finalidade e contribuição para a profissão do auditor:

- COMISSÃO NACIONAL DE NORMAS TÉCNICAS (CNNT) - COMITÊ DE NORMAS DE CONTABILIDADE

- COMITÊ DE NORMAS DE AUDITORIA - GT 1 – INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS; - GT FUNDOS DE INVESTIMENTOS - GT AGRIBUSINESS;

- GT ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica) - GT INCORPORADORAS

- GT2 SEGURADORAS

- GT TELECOMUNICAÇÕES (ANATEL) - GT 3 PREVIDÊNCIA PRIVADA

- GT PEQUENAS E MÉDIAS FIRMAS DE AUDITORIA - GT CAPITAL MARKETS

- GT CONCESSÕES - GT ÉTICA

- GT FRAUDES (Fonte: site do Ibracon/ 2012)

Verifica-se acima uma grande quantidade de grupos técnicos. Todos tem participação dos próprios auditores das empresas de auditoria que fazem reuniões periódicas para discutir as atividades da profissão, os efeitos das novas normas na mesma e as regulamentações publicadas, quer seja pelo governo federal, através de leis, quer seja as regras específicas dos órgãos reguladores dos setores ou mercados como o próprio mercado de capitais, onde a CVM e o Bacen são os principais agentes.

Os demais reguladores tambem emitem normas como a Susep para as seguradoras, a ANEEL do setor de nergia elétrica, a ANATEL do setor de telecomunicações, a ANS no caso das empresas do setor de saúde e a própria CVM para os fundos de investimento, entre outros.

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Existe uma grande complexidade no mercado regulado. Para emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis e efetuar os demais procedimentos requeridos no mercado de capitais e ainda pelos reguladores o auditor precisa conhecer e consolidar uma grande quantidade de normas e ter conhecimento do segmento e mercado onde a empresa atua. Cada segmento tem particularidades e riscos específicos que devem ser avaliados.

2.2.1 Exame de qualificação técnica do auditor e a educação continuada

O Exame de Qualificação Técnica é requerido para o registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), instituído pela norma NBC P 5 (fonte: site CFC).

Desenvolvido pela Vice-presidência de Desenvolvimento Profissional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), considerando o disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) n.º 308, de 14 de maio de 1999, Resolução n.º 3.198, de 27 de maio de 2004 e alterações, do Banco Central do Brasil, e na Resolução CNSP n.º 118, de 22 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados.

Submetem-se às disposições desta Norma os contadores com registro em Conselho Regional de Contabilidade (CRC), inscritos no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI); aqueles com cadastro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM); aqueles que exercem atividades de auditoria nas instituições financeiras, nas sociedades seguradoras e de capitalização e em entidades abertas de previdência complementar; aqui denominados auditores independentes e os demais contadores que compõem o seu quadro funcional técnico. (Fonte: Res. CFC 1146/08).

Para atuar no mercado financeiro e de seguradoras é requerida a realização de prova de qualificação. Essa aprovação é um requisito para o contador emitir opinião e ser o responsável técnico pelos trabalhos de auditoria, nesse mercado.

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O Exame é administrado por uma comissão formada por contadores indicados pelo próprio CFC e pelo IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. (Fonte: site do CFC)

Além da prova de qualificação mencionada, os contadores devem cumprir 96 pontos de Educação Profissional Continuada por triênio-calendário, conforme Tabelas de Pontuação Anexo à referida norma do CFC, a partir do triênio 2009 a 2011.

Para fins de cumprimento da pontuação é obrigatória a comprovação de, no mínimo, 20 pontos em cada ano do triênio.

Os contadores aprovados no exame de certificação previsto no art. 18 da Resolução CMN n.º 3.198, de 27 de maio de 2004, do Conselho Monetário Nacional e no art. 27 da Resolução CNSP n.º 118, de 22 de dezembro de 2004, da SUSEP, devem cumprir, dentro da pontuação total, o mínimo de 8 pontos anuais de Educação Profissional Continuada em atividades específicas relativas à auditoria independente em instituições financeiras (fonte: site do CFC).

2.2.2 Auditoria externa

JUND (2007, p. 27) explica que a auditoria externa “é uma técnica autônoma entre as técnicas da Ciência Contábil, razão pela qual tem objeto perfeitamente identificado e definido, sendo este não apenas único, mas também múltiplo, conforme o entendimento consagrado nos dias de hoje”.

JUND (2007, p. 30) apresenta no quadro 2 as diferenças básicas entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa.

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Quadro 2: Diferenças básicas entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa ELEMENTOS AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA

Profissional Funcionário da Empresa (auditor interno)

Prestador de services Independente

Ação e Objetivo Exame dos processos

(Operacionais, Contábeis e Sistêmicos)

Demonstrações Financeiras

Finalidade Promover melhorias nos controles da Empresa de forma a assegurar a Proteção ao patrimônio

Opinar sobre as Demonstrações

Financeiras Relatório principal Recomendações de controle

interno e eficiência administrativa

Parecer

Grau de Independência

Menos amplo Mais amplo

Interessados no trabalho

A empresa A empresa e o público

Responsabilidade Continua Trabalhista Profissional, civil e criminal Número de áreas cobertas Pelo exame durante

um período Menor Maior Intensidade dos trabalhos em cada área Maior Menor Continuidade do trabalho Contínuo Periódico Fonte: JUND (2007, p. 30):

Conforme quadro 2, no elemento profissional, o autor apresenta uma das diferenças essenciais que da maior credibilidade a profissão do auditor externo é justamente o fato de ser um trabalho independente.

No item Ação e Objetivo a diferença é que o auditor interno tem um objetivo maior em processos, tendo uma visão parcial sem foco específico na demonstração financeira ou na contabilidade. Pode inclusive ter um foco específico definido pela administração para alguma atividade mais operacional do que financeira. Já o externo tem necessariamente uma visão do todo e um foco obrigatório nas

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demonstrações financeiras podendo não analisar áreas e processos que não tenham necessariamente riscos e efeitos relevantes nas demonstrações financeiras da empresa. Como exemplo citamos áreas operacionais que não afetam necessariamente as demonstrações financeiras.

No item Finalidade é diferenciado o foco dos trabalhos onde o auditor interno buscar confirmar o atendimento das políticas, controles e procedimentos internos da empresa, definidos pela sua administração. O mesmo é parte integrante da estrutura de controles internos da empresa, testando o seu comprimento. Já o externo tem como finalidade exclusiva a emissão de opinião sobre as demonstrações contábeis, independente da estratégia da empresa auditada.

No relatório, o externo emite um parecer seguindo padrões definidos pelo CFC e orientações do Ibracon, apresentando tambem recomendações que o mesmo identificou quando efetuou os procedimentos de auditoria focados nas demonstrações financeiras. O foco é o parecer e as recomendações são informações identificadas no trabalho mencionado. Já o auditor interno tem como foco o relatório de efetividade ou não da aplicação dos controles internos para dar um conforto para a Administração ou para o Conselho de Administração, dependendo da estrutura de governaça corporativa da empresa.

No item Interessados no trabalho, como funcionário da empresa, o profissional interno tem o papel de atender a administração e o externo busca dar credibilidade quanto às informações financeiras para a empresa e tambem para o mercado que utilizará essas informações. Esse é um dos principais diferencias e um dos motivos pelo qual o auditor externo passa credibilidade sobre as demonstrações financeiras por ser independente.

A definição de responsabilidade está diretamente relacionada ao item anterior. O profissional externo tem os seus trabalhos revisados por terceiros e pelos reguladores e pode responder criminalmente e civilmente pelo mesmo enquanto o interno é um funcionário e tem a responsabilidade de um funcionário da empresa, a mesma responsabilidade atribuída aos demais funcionários da empresa na execução das suas respectivas atividades. Esse item é de fundamental importância

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para o entendimento do papel do auditor externo. Além da independência o auditor externo tem o seu trabalho revisado pelos seus pares num processo regular, periódico e obrigatório além da possibilidade de revisão pelos reguladores, principalmente CVM e Bacen.

Quanto a intensidade dos trabalhos, entende-se que a do profissional interno é maior mas, o plano de trabalho e a definição dos objetivos principais dependem da administração, do foco dado pela mesma nos trabalhos de auditoria interna e seus respectivos controles internos. A importância dada pela administração nessa área de auditoria interna e controles internos tem uma variação muito grande de uma empresa para outra empresa. Tem uma relação direta com o custo administrativo da empresa, principalmente a quantidade de pessoas alocadas nessas atividades, demais recursos e treinamento. Quanto ao profissional externo, o mesmo define os seus procedimentos de acordo com as normas profissionais internacionais e normas e definições do CFC, tendo sempre como base a avaliação de risco e deve seguir os procedimentos e normas internacionais de auditoria. Com base nesse planejamento o mesmo efetua os seus procedimentos visando a emissão de opinião sobre demonstrações contábeis da empresa auditada. Ambos profisionais, o interno e o externo, têm seus trabalhos baseadas em risco.

A auditoria interna é parte da estrutura de governança corporativa da empresa. Também deve ter o seu planejamento baseado em riscos mas, não tem como objetivo exclusivo as demonstrações financeiras.

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Quadro 3 - Comparativo auditoria interna e externa

Fonte: CREPALDI (2004, p.50, adaptado pelo pesquisador)

Conforme autor, o quadro 3 apresenta as principais diferenças conceituais entre os dois profissionais de forma comparativa, auditor externo e interno.

O quadro 3 tem definições e conceitos muito próximos dos apresentados no quadro 2, o que mostra uma visão comum quanto as principais diferenças do papel de cada profissional, do grau maior de independência que o externo representa em relação ao interno e da diferente finalidade dos dois profissionais.

2.2.2.1 O Processo de auditoria

Na auditoria das Demonstrações Financeiras os exames são efetuados de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria e, consequentemente, compreendem:

- o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Empresa.

- a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e

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- a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Empresa, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

A auditoria externa, visando emitir parecer sobre as demonstrações financeiras, divide o seu trabalho em:

Planejamento Revisão analítica

Definição de materialidade

Definição da necessidade de envolvimento de especialistas Avaliação dos controles internos

Controles manuais Controles automatizados Testes substantivos

Procedimentos de conclusão e revisão do relatório.

O volume de testes substantivos está ligado diretamente à confiança depositada nos controles internos. Quanto maior o nível de segurança menor o volume de testes substantivos a serem realizados. Alguns testes de auditoria podem ser definidos como mandatórios. São procedimentos mínimos definidos pelos mesmos que são realizados quando da auditoria das empresas, independente da avaliação da efetividade dos controles internos.

O resultado dos testes de controles internos e a confiança depositada nos respectivos controles internos, se efetivos quanto ao seu desenho e implementação, determinam o nível de testes substantivos que serão executados. Quanto maior for o nível de segurança depositado nos controles internos menor será o nível de testes substantivos a serem realizados. Alguns procedimentos e testes são obrigatórios e independem da confiança depositada nos controles mas, normalmente quando a empresa possui bons controles internos e o resultados dos testes do auditor sobre os controles internos demonstra esse mesmo resultado de controles efetivos, sem risco residual para as demonstrações financeiras, é realizado um volume menor de testes substantivos.

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Os testes dos controles internos compreendem principalmente:

- Revisão dos Controles Gerais do Ambiente de Informática, quando aplicável;

- Definição dos Ciclos Operacionais de Negócios que impactam de forma relevante às demonstrações financeiras;

- Levantamento do desenho e da implementação (D&I) dos ciclos operacionais definidos como relevantes;

- Revisão dos controles ao nível de usuário, automatizados e manuais, para avaliar a eficácia e eficiência do sistema de controles internos da instituição na eliminação de erros e ineficiências no processamento das transações.

Os riscos devem ser constantemente identificados. O auditor externo tem como objetivo, no planejamento dos trabalhos, identificar os riscos que afetam especificamente as demonstrações contábeis. No cenário atual um risco específico para o auditor que não esta relacionado a operação da empresa auditada mas, foi muito importante nos últimos 2 anos foi o de atender as novas normas contábeis. O risco é pela necessidade aplicar os novos procedimentos, acompanhar as mudanças e aplicar as práticas vigentes de forma continua e uniforme. Especificamente para esse item de risco é possível relacionar:

- Mudança da legislação societária e consequentemente das práticas contábeis. (Com essas mudanças o auditor externo passou a ter um papel fundamental tanto na divulgação das novas práticas contábeis ao mercado quanto na revisão das práticas das empresas).

- As empresas não tem dado o devido valor, não tem se estruturado contratando pessoas e/ou as treinando.

- A auditoria interna não tem tido os treinamentos para, baseando-se em risco, incorporar as mudanças nas práticas contábeis como fator de avaliação de risco no seu plano de trabalho.

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2.2.3 Auditoria Interna

É parte integrante da estrutura de governança da empresa. Devem ter o seu plano de trabalho focado em risco e deve reportar ao nível mais alto da administração:

- Comitê de auditoria.

- Conselho de administração. - Ao controlador.

Atua tanto em informações financeiras quanto operacionais, incluindo as de risco de imagem e de alta relevância para a empresa.

Em muitos casos é responsável pelos testes que dão suporte para a certificação da Administração para atender a legislação americana que regulamenta as empresas de capital aberto com emissão de títulos ou ações nos Estados Unidos da América, Lei Sarbanes-Oxley/2002. Tambem é aplicável as empresas subsidiarias ou controladas, direta ou indiretamente das empresas com ações.

Conforme quadros 2 e 3, o auditor interno se diferencia do papel do auditor externo e faz parte do quadro de funcionários da empresa. Não tem a independência do auditor externo. Não é regulamentado pelo CFC e segue regras e políticas específicas da empresa onde o mesmo atua.

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3 RISCO RELACIONADO ÀS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E CONTROLES INTERNOS

Nesse capítulo descreve-se o conceito de risco para correlacionar o seu efeito direto e indireto nas informações financeiras das empresas, impactando o mercado de capitais e principalmente os procedimentos de auditoria descritos no capítulo 2. Os riscos afetam tanto as demonstrações financeiras da empresa, suas operações quanto o trabalho do auditor, seu planejamento os procedimentos a serem efetuados pelo mesmo. Muitas vezes as empresas assumem mais riscos para buscar um maior retorno.

3.1 Risco e o Impacto numa Demonstração Financeiro Auditada

Os riscos e incertezas afetam diretamente as atividades da empresa e sua respectiva gestão, desta forma torna-se fundamental a gestão dos mesmos.

A gestão desses riscos apresenta extrema importância no contexto empresarial. A existência de riscos ou mesmo alterações inesperadas dos fatores de riscos podem ocasionar situações imprevisíveis e novas. Como exemplo de consequencias dessas situações tem-se:

- Aumento dos níveis de endividamento e liquidez das empresas; - Alterações no crescimento econômico da empresa;

- Queda nos valores de mercado da empresa;

- Aumento da probabilidade de ocorrência de perdas financeiras; - Inibição de melhores performances das empresas.

Medidas de gerenciamento de riscos, cujo principal objetivo é a proteção contra potenciais perdas não esperadas, estão sendo requeridas por órgãos reguladores, dentre as quais, pode-se citar Lei Sarbanes – Oxley, normas do Bacen, o acordo da Basiléia, entre outros.

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Falhas ocorridas em fatores relacionados a assuntos de competitividade ou ausência de lucros muitas vezes associados a fatores econômicos, na realidade são (em grande parte das vezes) decorrentes da falta de conhecimento de alguns fatores e fenômenos econômicos. Sendo assim uma forma de se garantir a competitividade ocorre por meio do monitoramento de algumas condições estatísticas (riscos). Destaca-se, entretanto que para obtenção de lucro não é necessário que todas as particularidades sejam devidamente identificadas e prevenidas, mas sim, é necessário o conhecimento prévio dos riscos relacionados e a probabilidade de ocorrência dos mesmos.

De um modo geral, o ser humano adota por instinto o princípio da suposição de conhecimento, ou seja, a presunção de que o mundo é feito de coisas as quais, sob as mesmas circunstancias, sempre possuem o mesmo comportamento, onde pode-se associar que coisas similares terão comportamentos similares, desta forma, não precisa-se efetuar uma exaustiva classificação das coisas de forma a identificar as similaridades, mas deve-se agrupá-las de acordo com os propósitos ou problemas, com base em aspectos e comportamentos comuns.

A reação das pessoas não é voltada para eventos ou estímulos passados, mas sim por eventos futuros. Assim como dizia DESCARTES “We perceive the world before we react to it, and we react not to what we perceive, but always to what we infer” Entende-se o mundo antes de reagir a ele, e reage-se não ao que entende-se mas sempre ao que entende-se ser certo”). O autor destaca que é possível ter entendimento diferente para a mesma situação e consequentemente reações diferentes. É possível que um risco seja adequado para alguém e não seja para outro onde a diferença pode ser simplesmente a reação de quem avalia o risco, o apetite ao risco a e interpretação dos possíveis efeitos do mesmo.

O instinto humano assume riscos em situações de perda, mas é totalmente avesso aos riscos quando estão ganhando. Tais acontecimentos contrariam os conceitos econômicos, os quais estabelecem que os investidores devem arriscar quando estão ganhando e ser avesso ao risco quando estão perdendo. Muitas vezes, o medo da perda faz com que pessoas tomem decisões de forma irracional,

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não permitindo a visualização dos dados históricos e estatísticos. Tais fatos podem ser exemplificados com simples situações cotidianas, como por exemplo, a aversão de algumas pessoas por transportes aéreos e a respectiva adoção por vias terrestres, ignorando desta forma dados estatísticos que demonstram maior probabilidade de ocorrência de acidentes terrestres. Outro exemplo é o dos investidores que aplicam nos mercados de ações onde, na maioria das vezes, eles têm preferência pela aquisição de papéis cujo comportamento demonstra altas recentes (na expectativa de manutenção de tais cenários), ignorando o preceito de tendência de regressão a média, a qual demonstra baixa probabilidade de manutenção de alta dos mesmos, ou seja, tendência de queda (baixa) dos papéis.

3.2 Principais Classificações

O conceito da palavra risco pode variar de acordo com campo de conhecimento de cada área de atuação. Por exemplo: o conceito de risco é diferente entre os profissionais voltados às áreas de economia, estatística, seguros, auditoria, entre outros, entretanto em todos os segmentos há convergência de que os riscos são importantes fatores de análise para cada área de estudo.

No geral, a palavra risco é utilizada em sentido negativo, como significado do termo incerteza. Desta forma, pode-se definir incerteza como a impossibilidade de avaliar ou prever a ocorrência de fatos com objetividade e segurança. A incerteza decorre da falta de informações ou da impossibilidade de prever o futuro.

O risco como uma condição presente que pode resultar em perdas está associado à incerteza em relação ao futuro, geralmente, a um fator negativo (ameaça de perda), o que faz dele um fator a ser identificado, avaliado e em determinadas circunstâncias mitigado em função de seu impacto. Vide capítulo 2 onde é mencionado o planejamento da auditoria externa e a avaliação de risco visando emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, confirmando que a mesma não possui erros relevantes.

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Os riscos sempre vão existir, mas seus impactos podem ser minimizados caso a administração consiga identificar e monitorar os principais fatores internos ou externos que podem impactar negativamente o negócio da empresa. Exemplos de alguns riscos são: riscos ambientais, riscos de negócios, riscos tecnológicos e riscos contábeis.

Conforme Marshall (2002 p. 5-11), os riscos podem ser identificados em várias situações, variando de instituição para instituição, de ambiente para ambiente e de mercado para mercado. Como exemplo cita-se:

a) Riscos de Operações Globais

À medida que operações se tornam mais globais e funcionam 24 horas e 365 dias, a gerência de riscos operacionais passa a se preocupar mais com questões referentes a assegurar o controle interno distribuído tanto operacionalmente quanto na linha de frente. Riscos operacionais tendem a aumentar com a distancia para o escritório-matriz.

b) O risco de operações complexas

Produtos e serviços mais complexos levam a um maior risco operacional maior. É claro que a complexidade não é apenas em função do produto, mas também depende de sofisticação do usuário.

c) Volatilidade, Volume e Riscos Operacionais.

Volumes aumentados de transações e a volatilidade aumentada dos mesmos levam a maiores riscos operacionais. Mesmo que individualmente o risco potencial financeiro não seja grande, pelo volume o mesmo pode se tornar relevante.

d) Riscos de credibilidade

À medida que os negócios entram num ambiente on-line para servir aos seus clientes, gerentes de riscos operacionais passam uma maior parte do seu tempo ajudando a reduzir o risco de reputação e jurídico.

e) Riscos de hardware e software

À medida que dependemos de sistemas e equipamentos cada vez mais complexos e sofisticados passa a ser importante a gestão de projetos, computadores, processamento e sistemas. Vide capítulo 2 onde citamos que o auditor externo faz avaliação dos controles internos automatizados para garantir que a informação é processada corretamente e de forma segura nos sistemas legados e que alimenta a contabilidade corretamente.

f) O Surgimento da Análise Analítica

Gerentes tentarão cada vez mais quantificar seus riscos operacionais à medida que as técnicas de medição de risco dos setores financeiros e de seguros sejam mais amplamente aplicadas. Cada

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vez mais as empresas desenvolverão modelos de medição de riscos com algoritmos e ferramentas.

g) Espere o inesperado

Para gerentes de operações, a gestão de riscos de eventos através do planejamento de contingência e a gerência de crises estão se tornando pelo menos tão importantes quanto a gerencia de fatores contínuos baseados em risco.

Como exemplo cita-se as ferramentas: “Stress test”, “stop loss”, limites de alçada e de exposição ao risco, limites de Var e outras ferramentas visando monitorar o risco.

h) Perigos na Automação e da Integração

A automação e a integração de sistemas, quando realizadas de forma descuidada, podem efetivamente aumentar os riscos operacionais ao diminuírem a capacidade da empresa de lidar com as mudanças. A automação e integração diminui a probabilidade de erros simples, mas aumenta a probabilidade de grandes perdas que, se ocorrer uma ma gerencia ou implantação pode acarretar para a empresa.

i) Todos os riscos devem ser precificados

Sem uma avaliação do risco operacional de um negócio ou produto, empresas poderão verificar que estão subsidiando seus clientes e outros parceiros de negócios ao não levarem em conta o verdadeiro custo do risco. É possível que seja gasto um volume recurso muito grande em riscos que não sejam relevantes e não direcione recursos para os riscos relevantes.

j) Sistemas mais eficientes

À medida que os sistemas operacionais se tornam fontes de críticas de informações gerenciais e relacionadas a clientes, gerentes de riscos operacionais tornar-se-ão menos focalizados na gestão da eficiência de operações continuadas e mais preocupadas com o crescimento do negócio ao se assegurarem da precisão de dados operacionais, relatórios de processo e análise de prosseguimento futuro.

k) Sistemas como ferramenta de controle

Atualmente os sistemas exercem papel fundamental não mais no controle da informação, mas no provimento de informações gerenciais para o desenvolvimento do negócio. Conforme mencionado na letra e) vide capítulo 2 onde citamos que o planejamento do auditor externo inclui a avaliação dos controles internos automatizados.

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3.2.1 Risco Operacional

Risco pode ser definido, de forma abrangente, como o potencial de eventos ou tendências continuadas causarem perdas ou flutuações em receitas futuras. Os riscos enfrentados pela maioria das instituições financeiras são normalmente decompostos em riscos de mercado, de credito, estratégicos e operacionais.

a) Risco de mercado são aquelas flutuações no lucro líquido ou no valor de mercado da carteira de títulos ou instrumentos financeiros resultantes de mudanças de fatores específicos de mercado.

b) Riscos de crédito são flutuações de valores de lucro liquido ou ativo liquido resultantes de um determinado tipo de evento externo – a inadimplência de uma contraparte, de fornecedor ou de um tomador.

c) Riscos estratégicos são aquelas mudanças de longo prazo que podem afetar como uma empresa adiciona valor para os seus interessados. A análise de cenários é uma das ferramentas normalmente utilizadas.

A gerência de riscos sempre envolve o processo sistêmico e continuo de identificação de exposição, medição, análise, controle, prevenção, redução, avaliação de riscos.

A gerência de riscos operacionais abrange um grande numero de atividades:

- Identificação do risco: O que pode dar errado;

- Medição do risco: O quão crítico é um risco específico; - Prevenção de perdas operacionais;

- Mitigação do impacto da perda após ocorrer; - Previsão de perdas operacionais;

- Transferência do risco a terceiros externos; e

- Mudança da forma do risco para outro tipo de risco e lidar com aquele risco.

Referências

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